SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2017
Adultos - A RAZÃO DA NOSSA FÉ: assim cremos, assim vivemos
COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

LIÇÃO Nº 8 – A IGREJA DE CRISTO

INTRODUÇÃO
Nesta lição traremos a definição da palavra “Igreja”; analisaremos as prerrogativas dadas a ela; pontuaremos a diferença entre a Igreja invisível e a visível; estudaremos sobre suas ordenanças; veremos algumas concepções errôneas a respeito da igreja pontuando seus postulados heréticos refutando-os à luz da Bíblia Sagrada, e por fim, pontuaremos a sua tríplice missão.
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA IGREJA
Eclesiologia é a disciplina da Teologia que estuda a igreja, sua fundação, símbolos e missão, conforme as Escrituras. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus (2017, p. 120) define que: “A palavra ‘igreja’ significa, literalmente, ‘chamados para fora’ e era usada para designar ‘assembleia’ ou ‘ajuntamento’ dos cidadãos de uma localidade na antiguidade grega”. O vocábulo igreja é formado por duas palavras gregas: pelo prefixo “ek”, “a partir de, dentro de” ou “para fora de”; e, “klesis”, que significa “chamada, convocação, convite”. Literalmente quer dizer “chamados para fora”. O termo ainda é usado para designar um “grupo local de cristãos” (Mt 18.17; At 5.11; Rm 16.1,5); ou a Igreja invisível à qual todos os servos de Cristo em todos os tempos estão ligados (At 9.31; 1Co 12.28; Ef 1.22). Podemos dizer que a Igreja do Senhor Jesus foi fundada durante o seu ministério (Mt 16.18), e inaugurada no dia de Pentecostes (At 2) (BERGSTÉN, 2005, p. 214).
II - DIFERENÇAS ENTRE A IGREJA INVISÍVEL E VISÍVEL
A Igreja é um organismo vivo invencível (Mt 16.18), santo, dinâmico e ligado à cabeça que é Cristo (Ef 1.22, 23). A igreja, portanto, vive em duas dimensões: espiritual e social. Vejamos a diferença entre elas:
2.1 Igreja invisível. A igreja universal ou invisível consiste de todos os discípulos de Cristo quer estejam vivos ou mortos em todo o mundo e em todos os tempos. Algumas vezes a Bíblia usa a palavra “igreja” no sentido universal para falar de todo o povo que pertence a Cristo, não importa de onde ele possa ser. A Igreja invisível não é um edifício construído com blocos e cimento,mas, um edifício construído com pedras vivas (1Pd 2.5). Estas “pedras vivas” são chamadas os santos e membros da família de Deus (Ef 2.19-22). A Igreja invisível também é chamada de Igreja triunfante e neste aspecto ela é composta pelos salvos que “dormiram no Senhor” (1Ts 4.13,14). Ela já está com o Senhor, onde os brados de guerra se transformaram em cânticos triunfais (2Tm 4.8). Assim sendo, a Igreja triunfante (no céu) designa aqueles membros já falecidos que se encontram salvos, e que têm a alegria indescritível de estar no gozo celeste (Lc 16.22; Hb 1.14; Ap 21.4).
2.2 Igreja visível. A igreja local ou visível consiste de cristãos que se reúnem num determinado lugar. Eles podem ser identificados e contados (At 2.41; 4.4; 8.1; 9.31; Rm 16.1,14,15; 1Co 16.19; Cl 4.15). Frequentemente, a palavra igreja é usada para descrever uma congregação local ou assembleia de santos em um determinado lugar geográfico: “[…] à igreja de Deus que está em Corinto […]” (1Co 1.2; Rm 16.5). A Igreja visível também é chamada de Igreja militante. A Igreja militante (na terra) designa os membros que vivem hoje sobre a terra, membros estes que lutam incansavelmente contra os poderes do diabo, do mundo e da própria carne: “Combati o bom combate […]” (2Tm 4.7 ver ainda 2Co 10.2-5; Gl 5.17; 1Ts 2.2; 1Pd 2.11). Ela está militando em uma guerra constante (2Tm 2.3-12; Ef 6.11,12; Fp 1.27, 30; Hb 10.32; 12.4). O apóstolo Paulo nos diz que:"Ninguém que milita (luta) se embaraça com negócios deste vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém milita, não é coroado se não militar legitimamente” (2Tm 2.4,5). Na presente dispensação, a igreja militante é convocada para uma guerra (2Co 10.3), e de fato nela está empenhada (Ap 22.7). Na Igreja militante existe uma luta diária: “[…] Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida […]” (Ap 2.7); “Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mt 24.13; Mc 13.13). O apóstolo Paulo disse: “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, […]” (1Tm 6.12). Militar a boa milícia significa combater o bom combate. É suportar as aflições e sem ceder as tentações (1Tm 1.18-20, 4.8; Hb 10.32).
III – A IGREJA E AS ORDENANÇAS
Jesus deixou claro que seus discípulos deveriam além de ensinar, deveriam batizar e celebrar a Ceia do Senhor (Mt 28.19; 26.29). Estas duas ordenanças da Igreja: (batismo e ceia) só podem ser exercidas biblicamente em comunidades (congregações) organizadas como ensina a Bíblia Sagrada. Vejamos:
3.1 O batismo como uma ordenança (Mt 28.19; Mc 16.16). Os discípulos saíram e pregaram por toda a parte, batizando em cumprimento à ordem recebida (Mc 16.20; At 2.41; 8.12; 10.47). Uma ordem dada pelo Senhor é realmente para ser cumprida (SI 119.4), pois a desobediência significa rejeição do conselho de Deus (Lc 7.29,30; Jo 14.21,23). Batizavam-se pessoas que se haviam arrependido (At 2.38), pessoas que de bom grado recebiam a Palavra (At 2.41; 8.12), os que criam em Jesus (Mc 16.16; At 8.12,37; 18.8: 16.33,34), pessoas que já eram discípulos (At 19.1-6). Observamos, assim, que não existe na Bíblia nenhum exemplo de batismo de crianças recém-nascidas (BERGSTÉN, 2016, p. 242).
3.2 O batismo nos dias dos apóstolos. Os candidatos eram imersos totalmente nas águas: “Desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.38). Sobre o batismo de Jesus, a Palavra afirma que Ele, depois do seu batismo: “saiu logo da água” (Mt 3.16). Era costume realizarem os batismos em Enom: “porque havia ali muitas águas” (Jo 3.23).
3.3 O batismo e a forma trinitária. O batismo era sempre ministrado após a experiência da salvação, nunca antes. Ninguém era batizado para ser salvo mas porque já era salvo. Essa ordem de Jesus jamais foi revogada, portanto, ninguém tem o direito de desprezá-la (Mt 5.18,19). O batismo bíblico é: “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Assim, torna-se impossível afirmar, pelo que se lê em Atos 2.38; 8.16; 10.48 e 19.5, que os apóstolos batizavam apenas em nome de Jesus. Essas passagens significam apenas que os discípulos batizavam autorizados por Jesus (BERGSTÉN, 2016, p. 243).
3.4 A santa ceia como uma ordenança (Mt 26.26,28; Mc 14.22; Lc 22.19; 1Co 10.16,17; 11.24-26). Podemos dizer que a ceia é: a) um memorial: Lugar algum das Escrituras mencionam o pão e o vinho se tornando literalmente o corpo e o sangue do Senhor na hora em que o partilhamos. Pelo contrário, Jesus deixa claro o caráter simbólico: “fazei isto em memória de mim” (1Co 11.25); b) um ritual de aliança: Para os judeus, o pão e vinho faziam parte de um ritual de aliança de sangue (Gn 14.18); por isso Jesus declarou na ceia que o cálice era a “aliança no seu sangue”; c) um ritual de comunhão: No tempo apostólico, as ceias eram também chamadas de “ágapes” ou “festas de amor” (Jd 12), o que reflete parte de seu propósito, e, d) um ritual de consequências espirituais: Participar da mesa do Senhor tem conseqüências espirituais; ou o cristão é abençoado ou é alvo do juízo (1Co 11.27-32; 10.16,17).
IV - CONCEPÇÕES ERRÔNEAS A RESPEITO DA IGREJA
4.1 A Igreja não é os desigrejados. Na contemporaneidade tem surgido um movimento heterodoxo chamado de “desigrejados” que podemos definir este grupo como os “sem igreja”. Por motivos diversos, eles não são filiados a qualquer instituição convencional de culto religioso cristão e são contrários a qualquer tipo de liderança. Defendem que a fé cristã pode ser exercida fora da comunhão da Igreja com o seguinte lema: “Jesus, sim; Igreja, não” usando os seguintes textos (Mt 18.20; Ap 18.4).
Posicionam-se contra as igrejas convencionais e suas lideranças. No entanto, o modelo bíblico mostra que: a) a Bíblia ensina que a primeira igreja local foi iniciada pelos apóstolos (At 15.22,23); b) existe a necessidade de uma igreja local organizada (1Co 14.33; Hb 10.25); e, c) o Senhor colocou homens para administrar a sua Igreja (Êx 18.25,26; Ne 8.4-6; Jr 3.15; Hb 13.7; 1Ts 5.12; 1Tm 5.17; Ef 4.11-13 ver At 20.24,28, Jo 21.17; 1Co 12.27,28).
4.2 A Igreja não é o Reino de Deus. Segundo Andrade (2006, p. 318), o Reino de Deus é o “cômputo de todas as bênçãos, promessas e alianças que o Todo Poderoso, de conformidade com os seus conselhos, destinou aos que recebem a Cristo Jesus. É o plano de Deus em ação, operando em favor dos que hão de herdar a vida eterna”. Portanto, a igreja, não é o Reino de Deus em sua plenitude, porém a sua expressão entre os homens. Como bem afirmou um respeitado erudito, “a Igreja não é senão o resultado da vinda do Reino de Deus ao mundo por intermédio da missão de Jesus Cristo”. Como igreja, ela não proclama a si mesma, e sim o Remo de Deus (At 14.22; 1Ts 2.12; Cl 1.13,14).
4.3 A Igreja não é Israel. Alguns teóricos advogam à luz de Gálatas 6.16 que a Igreja substituiu Israel no plano de Deus o que chamam de “teologia da substituição”. Segundo eles “Deus transferiu para a Igreja todas as promessas de sua aliança com Israel, de modo que todas as promessas ainda não cumpridas serão concretizadas na Igreja” (LAHAYE, 2010, p. 372). No entanto, é preciso destacar que a Bíblia nunca afirmou tal coisa. Observa-se assim, que existem promessas de Deus exclusivamente para com a nação de Israel. Notemos: a) aliança abraâmica: Diz respeito da terra e a descendência (Is 10.21,22; Jr 30.22; 32.38; Ez 34.24,30,31; Mq 7.19,20; Zc 13.9; Ml 3.16-18); b) aliança davídica: Fala a respeito do rei, do trono e da casa real (Is 11.1,2; 55.3,11; Jr 23.5-8; 33.20-26; Ez 34.23-25; 37.23,24; Os 3.5; Mq 4.7,8); e, c) aliança palestina: Trata-se da ocupação da terra prometida (Is 11.11,12; 65.9; Ez 16.60-63; 36.28,29; 39.28; Os 1.10-2.1; Mq 2.12; Zc 10.6).
V – A IGREJA E A SUA TRÍPLICE MISSÃO
5.1 Em relação a Deus (Adoração). Aqui está o papel número um do povo de Deus: oferecer-lhe sacrifícios vivos e agradáveis: “também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1Pd 2.5). É no desempenho de seu papel adorador que a Igreja encontra sua missão em nível de maior transcendência. A Igreja executa o seu verdadeiro sacerdócio quando ela entra nos Santo dos Santos a fim de ministrar à santidade e à majestade do Criador (Jo 4.24).
5.2 Em relação ao mundo (Evangelização). Em se tratando especificamente da evangelização, há cinco textos onde o Senhor Jesus comissiona seus discípulos para esta sublime tarefa, são eles: (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22 e At 1.8). Esta missão que tem por objetivo proclamar o evangelho, seguida da mensagem de fé e arrependimento visando o homem em sua plenitude. Ela representa a responsabilidade da Igreja em promover o reino de Deus em meio à sociedade. Acerca dessa tarefa podemos asseverar que a igreja: (a) existe para evangelizar; (b) é ordenada a evangelizar (Mt 28.19; Mc 16.15); (c) se realiza evangelizando (At 4.20; 5.40-42); e, (d) só pode continuar a existir se evangelizar (At 2.41; 4.4; 5.14,42).
5.3 Em relação a si mesma (Comunhão). Uma marca de suma importância entre o povo de Deus é a marca relacional (At 2.44-47). O NT usa a palavra “koinonia” para expressar a maneira como os cristãos se relacionam uns com os outros. Viver esse amor uns para com os outros, nos caracteriza como verdadeiros filhos de Deus e é evidência de que nascemos de novo, uma vez que ser cristão é buscar vivenciar e manifestar o caráter do Salvador enquanto andamos juntos (1Jo 4.7-11).
CONCLUSÃO
Concluímos que a Igreja é o ajuntamento dos santos de todos os tempos e lugares, aqueles que professaram sua fé em Cristo, ela é tanto local (visível) como também universal (invisível). Por fim, vimos que a Igreja como povo de Deus não se encaixa em alguns modelos contemporâneos e heréticos, pois como povo eleito deve viver em comunidade desfrutando da comunhão como os santos como ensina a Bíblia submetendo-se a liderança constituída por Deus
REFERÊNCIAS
 BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. CPAD.
 SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 15 ago. 2017