ESCOLA DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 11


O processo de formação do discípulo I
10 de setembro de 2017


Texto Áureo
“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”. 
Tito 2.11

Verdade Aplicada
A vida de discípulo de Jesus começa com o novo nascimento e continua em crescimento e vitalidade espirituais até alcançar a estatura completa de Cristo.

Textos de Referência.
Tito 2.11-14
11 Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens,
12 Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente,
13 Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo,
14 O qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.

Introdução
Como Paulo escreveu, estamos em Cristo após ouvirmos o anúncio do Evangelho, crer e passar a viver guiados pelo Espírito Santo (Ef 1,13). Ninguém se torna um discípulo sem a ação de Deus e uma resposta humana.

1. A importância dos primeiros passos.
O início da jornada cristã se dá quando a pessoa nasce de novo é a condição para ver e entrar no Reino de Deus (Jo 3.3, 5).

1.1. É preciso nascer de novo.
Quando Jesus contou a parábola do semeador, disse que muitos estavam com a mente fechada, coração endurecido, ouviam sem interesse, fechavam os olhos, pois estavam fora do Reino de Deus (Mt 13.15; Mc 4.11). Primeiro é preciso entrar, para depois compreender “os mistérios do Reino de Deus”. E a entrada se dá pelo novo nascimento. Pela grande misericórdia de Deus, Ele opera a regeneração.

1.2. A grande salvação.
O texto em Tito 2.11-14 é bastante esclarecedor. A graça de Deus se manifestou trazendo salvação (Tt 2.11). No verso seguinte, diz que esta mesma graça ensina, orienta sobre como devemos viver “neste presente século” (Tt 2.12). Porém, primeiro se manifestou para salvar. Salvação é uma palavra que reúne todos os atos de Deus para a redenção da humanidade. Vários sentidos são encontrados nesta palavra: libertação, segurança, cura, redenção, resgate. Por isso a Bíblia que é “uma tão grande salvação” (Hb 2.3).

1.3. A realidade e gravidade do pecado.
É preciso, pois, que a pessoa reconheça que é pecadora, está perdida e que a solução não se encontra em si própria. Assim, não compreender a doutrina do pecado é não compreender a doutrina da salvação. Os judeus, na época do ministério terreno Jesus, apesar de terem e examinarem as Escrituras, não compreenderam a gravidade do pecado. Achavam que, pelo fato de serem descendência de Abraão, automaticamente eram livres e já estava garantida a entrada no Reino de Deus. Interessante notar que este diálogo com Jesus se deu com os “judeus que criam nele” (Jo 8.30-31). Criam em Jesus, porém se a fé que diziam professar não os conduzissem ao reconhecimento de que eram pecadores e ao arrependimento, como Jesus lhes estava revelando, não poderiam ser Seus discípulos (Jo 8.30-37).

2. Deus tomou a iniciativa.
É uma realidade bíblica o fato de que só conhecemos a Deus porque Ele quis se revelar. Bem como só é possível ao ser humano ter comunhão com com Ele, porque primeiro Ele se aproxima de nós e nos chama (Gn 3.9; Jo 1.14).

2.1. A manifestação da Graça.
“A graça de Deus se manifestou”, E um dos aspectos desta “tão grande salvação” é a regeneração, o novo nascimento. Pois, para Deus, espiritualmente, as pessoas que ainda não nasceram de novo estão “mortas em ofensas e pecados”, pois estão “vivendo segundo o curso deste mundo”, “fazendo a vontade da carne e dos pensamentos”, “sem Cristo” (Ef 2.1-3, 12). Nesta situação, Deus amou (Jo 3.16) e enviou Seu Filho Cristo para salvar todo aquele que nEle crer. Nós, que antes estávamos espiritualmente mortos, agora, pela regeneração, somos “participantes da natureza divina” (2Pe 1.4). Esta regeneração é gerada pela Palavra de Deus (Tg 1.18 e pelo Espírito Santo (Jo 3.5). O apóstolo Paulo assim se expressou: “...se alguém está em Cristo, nova criatura é...” (2Co 5.17).

2.2. A fé que salva.
É necessário crer que jesus Cristo é o enviado de deus para nossa salvação. Ele morreu na cruz pelos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia. Agora, está à direita de Deus e intercede por nós (At 16.31; 1Co 15.1-4; Hb 4.14-16). O apóstolo Paulo escreveu que “todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26). Portanto, não se trata da “fé na fé”, ou meramente intelectual ou movida por caprichos e desejos pessoais. Mas a fé que é produzida a partir do anúncio da Palavra de Deus (Rm 10.14-17). É a fé que nos move a reconhecer a verdade do Evangelho, a Pessoa de Jesus Cristo e Sua obra. É pela fé que nos apropriamos desta verdade e confessamos a Jesus Cristo.

2.3. A obra das regeneração.
Não é bíblica a crença na bondade natural do ser humano como suficiente para produzir mudança tal que nos conduza a uma perfeição futura. Precisamos de uma intervenção divina. Sem ela não há solução para a necessidade de mudança na natureza humana. Esta mudança não se dá por reformas sociais ou pela educação. Não se dá pelo acúmulo de conhecimento, vide Nicodemos (Jo 3.10), que era mestre em Israel. Não se dá pelo batismo nas águas, vide Simão (At 8.13, 21). Mesmo após o batismo, ficar continuamente na companhia de Felipe e testemunhar os sinais e maravilhas, o seu coração não era reto diante de Deus. O batismo nas águas simboliza, mas não produz regeneração.

3. A participação humana.
Evidentemente que existe a participação do homem. O teólogo e escritor Agostinho disse: “Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti”. No evangelho de João 3.16. encontraremos “para que todo aquele que nele crer”.

3.1. A necessidade do arrependimento.A primeira mensagem anunciada por João Batista, registrada no evangelho de Mateus foi: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3.2). Em outro texto encontramos: “...começou Jesus a pregar e a dizer: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 4.17). Ao término da primeira pregação, após a descida do Espírito Santo, o apóstolo Pedro disse: “Arrependei-vos...” (At 2.38). O arrependimento faz parte da resposta humana à manifestação da graça de Deus. É uma exigência que Deus faz da parte do homem. Envolve mudança leva tanto a um afastamento do pecado quanto a voltar-se para Deus.

3.2. A necessidade da submissão.
A vida do discipulado envolve valores e atitudes tão contrárias ao mundo, tão diferentes do que vive a geração incrédula e corrompida, que só é possível pelo poder do Espírito Santo em nós. Pela ação sobrenatural da Palavra de Deus em nós. Em constante e progressiva comunhão com Jesus Cristo, a videira verdadeira. É a segunda ação da graça que se manifestou, primeiro para salvar, e depois, “ensinando-nos” (Tt 2.11-12). Qual o ensino? É preciso renúncia para viver neste “presente século sóbria, e justa, e piamente”. É o viver do discípulo de Jesus Cristo enquanto estiver debaixo do sol.

3.3. A permanente batalha espiritual.
É evidente que, após o novo nascimento, a fé, o arrependimento, a libertação do poder do pecado e passarmos a viver como discípulos de Jesus, há uma constante batalha: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gl 5.17). Esta batalha somente encerrará quando ocorrer a glorificação, considerada, na soteriologia (estudo da salvação), como o último aspecto da salvação, a consumação da redenção do discípulo de Jesus. Após o novo nascimento, somos livres da obrigatoriedade de viver em pecado, ou seja, o pecado não é mais o nosso senhor, pois Cristo nos liberta do poder do pecado (Jo 8.34-35).

Conclusão.
Assim é o início da caminhada cristã. A pessoa ouve a mensagem do Evangelho, o Espírito Santo age e ela reconhece que Jesus Cristo é o Salvador. A partir daí se submete ao Seu senhorio. É uma nova criatura. Nascida de novo, a pessoa agora pode viver a vida do discipulado.

Questionário.
1. Qual é a condição para ver e entrar no Reino de Deus?
2. O que o batismo nas águas não produz?

3. Qual foi a primeira mensagem anunciada por João Batista?

4. Do que o arrependimento faz parte?

5. Quem nos liberta do poder do pecado?  http://marcosandreclubdateologia.blogspot.com.br/