- Título: A Razão da Nossa Fé: Assim Cremos, assim Vivemos
Comentarista: Pr. Pres. Esequias Soares, Assembleia de DEUS, Jundiaí, SP
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454
Ajuda em http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/donsdoespiritosanto.htm
TEXTO ÁUREO"Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos DEUS, nosso Senhor, chamar." (At 2.39)
VERDADE PRÁTICACremos na atualidade do batismo no ESPÍRITO SANTO e dos dons espirituais distribuídos pelo ESPÍRITO SANTO à Igreja para sua edificação.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 2.1-4 A descida do ESPÍRITO no dia de Pentecostes
Terça - At 2.33 O batismo no ESPÍRITO SANTO é resultado da obra de CRISTO
Quarta - At 10.44-46 A glossolalia
Quinta - 1 Co 12.1 Não devemos ser ignorantes acerca dos dons espirituais
Sexta - 1 Co 12.7 Os dons espirituais
Sábado - 1 Co 12.4 São muitos os dons espirituais
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 2.1-6; 1 Coríntios 12.1-7At 2.1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2 - e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4 - E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem. 5 - E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. 6 - E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
1 Co 12.1 - Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. 2 - Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. 3 - Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo ESPÍRITO de DEUS diz: JESUS é anátema! E ninguém pode dizer que JESUS é o Senhor, senão pelo ESPÍRITO SANTO.
4 - Ora, há diversidade de dons, mas o ESPÍRITO é o mesmo. 5 - E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. 6 - E há diversidade de operações, mas é o mesmo DEUS que opera tudo em todos. 7 - Mas a manifestação do ESPÍRITO é dada a cada um para o que for útil.
OBJETIVO GERALMostrar que o batismo no ESPÍRITO SANTO e os dons espirituais estão disponíveis a todo crente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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Apontar as implicações doutrinárias da descida do ESPÍRITO SANTO;
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Explicar a natureza das línguas.
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Mostrar o significado e o propósito do batismo no ESPÍRITO SANTO;
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Afirmar a atualidade dos dons espirituais
INTERAGINDO COM O PROFESSORPrezado professor, prezada professora, esta lição é uma exposição sobre um dos mais importantes temas da teologia pentecostal: batismo no ESPÍRITO SANTO. Essa doutrina trata de uma experiência bíblica, histórica e atual que ao longo da história do Movimento Pentecostal tem sido amplamente reafirmada.
PONTO CENTRAL - As manifestações do ESPÍRITO SANTO são atuais.
Resumo da Lição 10, As Manifestações do ESPÍRITO SANTO
I - A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO
1. A experiência do Pentecostes.
2. Batismo "no" ESPÍRITO SANTO ou "com o" ESPÍRITO SANTO?
3. Os sinais sobrenaturais.
II - A NATUREZA DAS LÍNGUAS
1. Fonte.
2. A glossolalia.
3. Sua continuação.
III - SIGNIFICADO E PROPÓSITO
1. O batismo no ESPÍRITO SANTO não é sinônimo de salvação.
2. Definição e propósitos.
IV - OS DONS ESPIRITUAIS
1. Os dons espirituais.
2. Os dons são dados aos crentes individualmente.
SÍNTESE DO TÓPICO I - O vento, a visão das línguas e o falar em línguas remontam a descida do ESPÍRITO SANTO em Pentecostes.
SÍNTESE DO TÓPICO II - As línguas do Pentecostes, línguas estranhas, são de natureza sobrenatural.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O duplo propósito do batismo no ESPÍRITO remonta a expansão do Evangelho e a capacitação do crente.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - Os dons espirituais são dádivas atemporais de DEUS dadas a cada crente.
PARA REFLETIR - A respeito das manifestações do ESPÍRITO SANTO, responda:Qual sinal sobrenatural ocorrido no dia de Pentecostes que se repete na história da Igreja? A glossolalia.
O que é a glossolalia? É a manifestação das línguas estranhas no batismo no ESPÍRITO SANTO bem como das línguas como um dos dons espirituais.
Qual é a evidência inicial do batismo no ESPÍRITO SANTO? O falar em "outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem" (At 2.4), é a evidência inicial do batismo no ESPÍRITO SANTO.
Qual o propósito do batismo no ESPÍRITO SANTO? O seu propósito é capacitar o crente a viver uma vida cristã vitoriosa e, sobretudo, para testemunhar com ousadia sobre a sua fé em CRISTO (At 1.8).
Que são dons espirituais? São manifestações do poder de DEUS que nos capacitam a continuar a missão de CRISTO no mundo e as demonstrações desse poder na vida da Igreja (At 1.8).
Consulte - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p41.
Resumo Rápido do Pr Henrique da Lição 10, As Manifestações do ESPÍRITO SANTO
Introdução
Nesta lição estaremos abordando a parte do Cremos sobre as manifestações do ESPÍRITO SANTO em meio à Igreja, Falaremos sobre sua vinda no pentecostes, sobre o batismo no ESPÍRITO SANTO, sobre a língua falada como evidência do batismo, sobre o Dom de Línguas e um resumo sobre os Dons do ESPÍRITO SANTO. Também falaremos da atualidade dos dons espirituais.
I - A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO
1. A experiência do Pentecostes. Assim como a festa de Pentecostes comemorava as colheitas de Israel, a descida do ESPÍRITO SANTO comemorou a colheita de almas para CRISTO.
A função primordial do batismo no ESPÍRITO SANTO é receber poder para pregar o evangelho.
E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO, não muito depois destes dias. Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. Atos 1:4,5,7,8.
O Batismo no ESPÍRITO SANTO vem do alto, do céu, não se aprende a falar em línguas e não se estuda para falar, acontece de repente.
No primeiro batismo houveram manifestações que não aconteceram mais depois deste dia. Não aconteceu na casa de Cornélio e nem com os doze discípulos em Éfeso e nem em outros batismos que estão registrados e nem os que acontecem hoje. Nem som de vento e nem visão de línguas de fogo se viram mais.
A expressão "Cheios do ESPÍRITO SANTO", em Atos, sempre se refere a transbordar o que se tem dentro. Se refere a falar em línguas.
E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO, e começaram a falar noutras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem.
Atos 2:2-4
O Batismo no ESPÍRITO SANTO pode trazer duas experiências distintas ao crente.
Batismo no ESPÍRITO SANTO e batismo com fogo. Queremos separar essas duas experiências como batismo e recebimento de uma língua para oração e batismo com fogo e recebimento de um dom do ESPÍRITO SANTO, junto com a língua de oração. Já vi e orei por mais de 2 mil pessoas durante meu tempo de crente. Percebo que alguns recebem somente o batismo no ESPÍRITO SANTO e falam em línguas, mas alguns recebem o batismo e recebem junto algum dom do ESPÍRITO SANTO.
...ele vos batizará com o ESPÍRITO SANTO e com fogo" (Mt 3.11b).
"Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO, não muito depois destes dias" (At 1.5).
E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO, e começaram a falar noutras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem. Atos 2. 4. AQUI É SÓ A LÍNGUA DO BATISMO, OU DE ORAÇÃO.
Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Atos 2.8 - AQUI TEM JUNTO COM AS LÍNGUAS O DOM DE FALAR NA LÍNGUA ESTRANGEIRA (DOM DE LÍNGUAS OU DE VARIEDADE DE LÍNGUAS).
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO, Judas 1.20 - ORAR EM LÍNGUAS EDIFICA O CRENTE - O FORTALECE.
O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo... 1 Coríntios 14:4a - ORAR EM LÍNGUAS EDIFICA O CRENTE - O FORTALECE
QUEM BATIZA NO ESPÍRITO SANTO É JESUS - ...ele vos batizará com o ESPÍRITO SANTO e com fogo" (Mt 3.11).
A experiência de Cornélio e seus familiares que receberam o batismo no ESPÍRITO SANTO está vinculada ao que disse JESUS e Pedro reconhece.
E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água; mas vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO. Atos 11:16
Só este versículo coloca por terra a doutrina antipentecostal das igrejas da reforma como Presbiteriana e outras que são cessacionistas (Não creem na atualidade do batismo e dos dons)
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. Atos 2:39
2. Batismo "no" ESPÍRITO SANTO ou "com o" ESPÍRITO SANTO?
As duas traduções são legítimas à luz da gramática grega e aceitáveis de acordo com o contexto.
A ideia de batismo no Novo Testamento é de imersão, submersão (Rm 6.3,4; Cl 2.12).
O Batismo no Antigo Testamento trazia a ideia de lavar purificando. Trazia a mensagem e arrependimento de pecados. João usva o batismo para preparar o povo para a vinda do Messias.
No Novo Testamento o Batismo traz a ideia de morrer, ser sepultado. Traz a ideia de uma nova vida em CRISTO. compromisso com a Igreja e DEUS.
Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em JESUS CRISTO. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor JESUS. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o ESPÍRITO SANTO; e falavam línguas, e profetizavam. E estes eram, ao todo, uns doze homens. Atos 19:3-7
De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como CRISTO foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Romanos 6:4.
Em português, a melhor tradução é batismo no ESPÍRITO SANTO.
Seria uma imersão no ESPÍRITO SANTO. Uma submissão total ao seu comando.
Quando recebemos o ESPÍRITO SANTO na conversão, não falamos em línguas porque o ESPÍRITO SANTO não está no controle ainda de nossa vida.
Tiago diz: "Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal." Tiago 3:7,8.
Para falarmos em línguas até nossa língua terá que ser dominada pelo ESPÍRITO SANTO, ai falaremos numa língua que o ESPÍRITO SANTO nos conduzirá a falar.
Nesta hora até nossa língua estará debaixo do controle do ESPÍRITO SANTO. Assim somos batizados e falamos numa linguagem do ESPÍRITO SANTO.
3. Os sinais sobrenaturais.
O som como de um vento (At 2.2),
e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados (Atos 2.2)
Não havia vento, havia som como de um vento - Isso indica que o vento não era literal, Físico, mas sobrenatural. JESUS já havia assoprado literalmente sobre os discípulos o ESPÍRITO SANTO. Agora JESUS assopra do céu sobre eles e eles são batizados.
E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o ESPÍRITO SANTO. João 20:22
JESUS mencionou o vendo invisível.
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do ESPÍRITO. João 3:8
A visão das línguas repartidas como que de fogo (2.3)
Foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
Como que de fogo significa que foi uma visão espiritual. Não foi literal. Pode até ser que ainda ocorra tanto o som como o fogo, mas não existiu mais a revelação disso, pois não foi mais necessário.
Também diz que cada um tinha uma lingua sobre si indicandoi a individualidade do batismo.
O falar em línguas (2.4).
Quando recebemos o ESPÍRITO SANTO na conversão, não falamos em línguas porque o ESPÍRITO SANTO não está no controle ainda de nossa vida.
Tiago diz: "Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal." Tiago 3:7,8.
Para falarmos em línguas até nossa língua terá que ser dominada pelo ESPÍRITO SANTO, ai falaremos numa língua que o ESPÍRITO SANTO nos conduzirá a falar.
Nesta hora até nossa língua estará debaixo do controle do ESPÍRITO SANTO. Assim somos batizados e falamos numa linguagem do ESPÍRITO SANTO. ELE é quem escolhe a língua que falaremos e podemos noptar que dificilmente encontramos alguém que fale o mesmo tipo de língua que falamos.
Essa Linguagem do batismo não é para ser entendida nem por nós mesmos e nem por outras pessoas - Só DEUS entende. é uma linguagem de oração para edificação.
Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a DEUS; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. 1 Coríntios 14:2.
Quem tem dom de línguas e fala numa língua para ser interpretada deve orar para que ele mesmo a interprete.
Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar. 1 Coríntios 14:13
FOGO - Nem sempre fogo indica juízo.
Quando os reformadores usaram a regra de pegar o versículo seguinte para intrepretar esse versículo se enganaram no entendimento. Se essa regra fosse obrigatória então o batismo mencionado em Marcos 16 seria batismo no ESPÍRITO SANTO. Quem crer e for batizado será salvo Mc 16.16. Sabemos que somos salvos pela graça e não por sermos batizados.
A visão não era fogo, mas lembrava o fogo de DEUS (Êx 3.2; 1 Rs18.38).
E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. Êxodo 3:2
...ele vos batizará com o ESPÍRITO SANTO, e com fogo. Mateus 3:11b
Vimos que o batismo no ESPÍRITO SANTO pode vir antes do batismo nas águas e até mesmo antes da confissão de fé. DEUS sonda os corações..
E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o ESPÍRITO SANTO sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do ESPÍRITO SANTO se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a DEUS. Atos 10:44-46.
Batismo com ou no ESPÍRITO SANTO e com fogo pode significar batismo e capacitação com um dom na mesma manifestação sobrenatural.
Fogo desceu no dia da inauguração do templo e também para confirmação de DEUS para Elias em outros muitos casos. Nem sempre fogo é juízo. Na prática, e eu tenho muita prática em orar por pessoas e elas serem batizadas (mais de mil pessoas), o que acontece é que algumas são batizadas e apenas falam em línguas (a maioria), mas alguns falam em línguas e recebem já um dom do ESPÍRITO SANTO, podendo ser profecia, dom de variedade de línguas, curas, milagres, etc... Foi o caso dos apóstolos no pentecostes.
II - A NATUREZA DAS LÍNGUAS
1. Fonte.
Veja que as línguas vieram do céu, de DEUS. veja que é resultado do enchimento e quem concede é o ESPÍRITO SANTO.
e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4 - E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem.
As línguas do Pentecostes eram sobrenaturais, "outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem" (At 2.4). O termo grego para "outras" aqui é héterais, de héteros, "outro de tipo diferente". Na verdade deveríamos dizer Líguas espirituais.
A fonte delas é o próprio ESPÍRITO SANTO.
O ESPÍRITO SANTO Fala - servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Atos 13:2
"cada um os ouvia falar em sua própria língua" (2.6). Lucas repete essa informação por mais duas vezes (vv.8,11). E, no versículo 11, ele acrescenta: [...] "Todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de DEUS".
Falar em línguas é muitas vezes mencionado por Lucas e Paulo na Bíblia.
Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas. 1 Coríntios 14:39
Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar. 1 Coríntios 14:13
Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. 1 Coríntios 14:18
Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. 1 Coríntios 14:2
E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Atos 2:4
Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus. Atos 10:46
E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação. 1 Coríntios 14:5
O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. 1 Coríntios 14:4
E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam. Atos 19:6
Têm todos o dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos? 1 Coríntios 12:30
Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto. 1 Coríntios 14:14
Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Atos 2:8
E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. 1 Coríntios 14:27
Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. Atos 2:11
Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus). Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Atos 8:14-19
2. A glossolalia.
É a manifestação das línguas estranhas no batismo no ESPÍRITO SANTO bem como das línguas como um dos dons espirituais. Trata-se um termo técnico de origem grega glossa, "língua, idioma", e de lalía, "modo de falar" (Mt 26.73), conjugado à "linguagem" (Jo 8.43), substantivo derivado do verbo grego lalein, "falar". A expressão lalein glossais, "falar línguas" (1 Co 14.5), é usada no Novo Testamento para indicar "outras línguas". É importante saber que as línguas manifestas no dia de Pentecostes são as mesmas que aparecem na lista dos dons espirituais (1 Co 12.10,28; 14.2). Ambas são de origem divina e sobrenatural, mas são diferentes apenas quanto à função.
Atos 22.2 Ora, quando ouviram que lhes falava em língua hebraica, guardaram ainda maior silêncio. E ele prosseguiu...
διαλεκτος dialektos (Strong Português)
1) conversação, fala, discurso, linguagem
2) língua ou a linguagem própria de cada povo
1 Co 14.2 Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios.
Quando se fala em línguas do ESPÍRITO SANTO então a Palavra é:
γλωσσα glossa (Strong Português)
idioma ou dialeto usado por um grupo particular de pessoas, diferente dos usados por outras nações.
A glossolalia foi um fenômeno de comunicação que marcou a difusão do Cristianismo a partir da festa de Pentecostes. Essa era uma das três festas fixas dadas a Israel por Deus no Antigo Testamento (Êx 23.14-17; 34.18-23), junto com a Festa dos Pães Ásimos e a Festa dos Tabernáculos. Marcada por ser uma festa agrícola, era também chamada de Festa das Colheitas (de grãos) ou das Semanas. O termo pentecostes é uma palavra de origem grega cujo significado literal é cinquenta, o que deu à festa o seu nome porque se dava no quinquagésimo dia depois da Páscoa. Quanto ao fenômeno, em si, doravante conhecido por Pentecostes, conforme narrado na Bíblia, aconteceu na cidade de Jerusalém, exatamente cinquenta dias depois da comemoração da Páscoa (ca. de 30 d. C.), i. e., no dia de Pentecostes (At 2,1; cf. 20,16; 1 Co 16,8). O evento inaugural está registrado em Atos 2,1-4.
A experiência sobrenatural vivida pelos apóstolos está aí relatada com símbolos misteriosos como fogo, vento forte e ruídos intensos. Além disso, aparece a figura das outras línguas (Gr. glossa), linguagem na qual falaram como resultado do processo em andamento. Kürzinger (1971) acredita que, com base na palavra glossa, i. e., em outras línguas, pode-se dizer que o Espírito se revelou nas línguas de fogo e capacitou os discípulos a falar idiomas estranhos, ocorrendo simultaneamente dois fenômenos: o milagre de ouvir e o milagre de falar. Os apóstolos falavam línguas estranhas aos ouvintes e esses, preparados pelo Espírito, puderam entender em seus idiomas pátrios, “as grandezas de Deus” (At 2, 11) então proferidas pelos falantes. Os ouvintes em questão eram judeus de diversas partes do Império Romano que estavam reunidos em dado local na cidade de Jerusalém para uma das principais celebrações festivas da cultura judaica, a festa de Pentecostes. Foi um momento oportuno, pois a manifestação do Espírito Santo alcançou um grande número de pessoas, tanto as que viviam em Jerusalém como também as de outras partes do mundo ali reunidas. Essas pessoas, além de viverem a experiência, se tornariam testemunhas vivas desse acontecimento.
No relato do livro de Atos os Apóstolos, por ordem de Jesus, os cristãos esperavam pelo Espírito Santo (cf. Lc 24,45-49; At 1,4-5). Mas, certamente, eles não sabiam o que estava para acontecer. Quando o Espírito Santo se manifestou, todos receberam o poder de falar em outras línguas. Nessa manifestação, houve uma grande admiração por parte das pessoas que ouviam os ensinamentos de uma nova doutrina em seu próprio idioma, e ainda pelo fato de serem transmitidos por pessoas simples do povo que, a partir daquele momento, falavam com eloquência e autoridade sobre o assunto; afinal, os apóstolos sabiam do que falavam por serem eles mesmos testemunhas de toda a história. A maioria dos apóstolos não possuía nenhum tipo de leitura ou estudo, por isso a admiração das pessoas. Com certeza, elas perguntavam umas às outras como poderiam os apóstolos e outros presentes se comunicarem usando de uma persuasão tão forte ao ponto de convencer cerca de três mil pessoas (At 2,41) a aceitarem uma nova fé? Havia uma convicção nos ensinamentos de Cristo transmitidos por parte dos apóstolos que era contagiante. De fato, eles estavam prontos para dar o testemunho de que foram incumbidos; estavam prontos a comunicá-lo ao mundo. A linguagem e a comunicação em Pentecostes De todos os códigos utilizados pelo homem para expressar suas impressões, para representar coisas, seres, ideias, sem dúvida alguma o mais importante é a língua. Os falantes de uma língua adquirem natural e gradativamente o conhecimento necessário para usá-la. O uso que cada indivíduo faz da língua depende de várias circunstâncias: do que vai ser falado e de que forma, do contexto, do nível social e cultural de quem fala e de para quem se está falando (Terra, 2004, p.17). É uma entidade autônoma que tem o seu lugar nas comunicações e deve ser vista da perspectiva dos teóricos da linguagem e da comunicação. Trata-se então de “(...) um sistema de signos, constituído pela associação de imagens auditivas a conceitos determinados” (Rabaça; Barbosa, 2001, p. 429). Se a línguaé um sistema de signos, pode-se identificar as unidades deste sistema etc. Dentre eles (sistemas vocais, escritos, visuais, fisionômicos, sonoros, gestuais etc.) armazenados na língua está a palavra, aquela “Série de caracteres ou de elementos binários, armazenada numa localização de memória e capaz de ser tratada como uma unidade” (Rabaça; Barbosa, 2001, p. 540). De fato, as línguas são unidades complexas compostas de palavras. As palavras sujeitam-se à articulação da própria linguagem. E a linguagem é um recurso usado pelo homem para se comunicar; é um instrumento pelo qual os homens estabelecem vínculos no tempo e determinam os tipos de relações que mantêm entre si; elas tornam possível o desenvolvimento e a transmissão de culturas, bem como o funcionamento eficiente e o controle dos grupos sociais.
O impacto do fenômeno de Pentecostes na comunidade cristã O homem é um ser social, necessita comunicar-se, depende de outrem e neste contexto a comunicação faz a interação entre ele e o outro e entre eles e os demais. E o surgimento da comunidade cristã primitiva bem como sua trajetória se dão pelo poder do Espírito enviado cujo sinal distintivo é o fenômeno da glossolalia, i. e., a igreja começa e continua sob a comunicação mediada pelo Espírito Santo. No exame do evento do Pentecostes viu-se o fenômeno de uma comunicação feita ao mesmo tempo em vários idiomas e o resultado espetacular de entendimento e de convencimento de que tudo aquilo que estava sendo dito era, sem dúvida, uma nova verdade sendo descoberta. A partir desse dia começaram as pregações e o trabalho de várias pessoas envolvidas no ministério de Jesus. Enquanto eles pregavam a palavra conforme os ensinos de Jesus, seus seguidores se sentiam preparados para a sua volta. As comunidades foram se formando e vivendo com um só objetivo que era de pregar o evangelho. Havia união entre eles; além disso, os envolvidos no seu ministério compartilhavam tudo o que possuíam, repartindo e dividindo o pão de cada dia (At 2,44; 4,32). Tudo isso refletia a eficiência da comunicação de Jesus. Em Atos dos Apóstolos, com o surgimento das primeiras comunidades, fica notório o impacto grandioso da linguagem e comunicação feitas por Jesus, pois as comunidades viviam plenamente os seus ensinamentos. É simbólica a manifestação do Espírito Santo usando línguas de fogo sobre a cabeça de cada um. Trata-se de uma revelação de que através da língua, em todos os seus significados, Deus alcançaria os corações humanos. A comunicação oral, escrita, por gestos, sinais, virtuais ou outras variantes que possui, tem sido o meio mais usado para levar o evangelho às pessoas que não o conhecem. Os apóstolos cumpriram o compromisso feito com Jesus, ao seguirem suas instruções e principalmente seu último pedido, antes de subir aos céus, que foi a divulgação do Evangelho. A repercussão na época sobre os acontecimentos em Jerusalém, durante a festa da Páscoa, abriu caminhos para a nova fé. Os relatos bíblicos não apresentam isso de forma clara, mas quando são mencionadas pessoas de várias nacionalidades presentes naquela ocasião, interpreta-se que cada uma delas, provavelmente, transmitiu a mensagem ouvida para as pessoas de suas regiões, pessoas de seu convívio, suas famílias e amigos. Agora no século XXI está claro o quanto a comunicação foi eficaz. De fato, a nova fé, surgida naqueles dias, tomou proporções gigantescas e continua até hoje. A comunicação foi o fator principal para a divulgação do Cristianismo. No relato bíblico em Atos dos Apóstolos o fenômeno da glossolalia marca o início do Cristianismo. Analisando a narrativa, a comemoração do dia de Pentecostes era uma festa tradicional que reunia muitas pessoas. A manifestação do Espírito Santo aconteceu num momento apropriado permitindo assim que as pessoas ali presentes levassem os seus testemunhos de uma nova fé para outras nações. Todo o cenário conspirou a favor dessa divulgação. http://www.ufjf.br/sacrilegens/files/2012/04/9-1-13.pdf
3. Sua continuação.
O falar em "outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem" (At 2.4), é a evidência inicial do batismo no ESPÍRITO SANTO. Essa experiência se repete na história da Igreja. Isso aconteceu na casa do centurião Cornélio: "E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do ESPÍRITO SANTO se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a DEUS" (At 10.45,46), exatamente como aconteceu no dia de Pentecostes. Outra vez, o mesmo fenômeno acontece com a chegada de Paulo em Éfeso, em sua terceira viagem missionária (At 19.6). As línguas, as profecias e a ciência são válidas para os nossos dias, mas vão cessar por ocasião da vinda de JESUS (1 Co 13.8-10).
Podemos falar pelo menos 4 tipos de línguas diferentes.
a- Língua do batismo.
Não a entendemos e as pessoas também não entendem. Só DEUS compreende. Serve para oração no Espírito e nos edificar.
1 Coríntios 14.2 Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.
1 Coríntios 14.4 O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
Judas 1.20 Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo.
b- Língua para falar com estrangeiro.
Atos 2.8 Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
c- Língua para falar com determinada pessoa, ou língua para ser interpretada.
Na igreja, muitas vezes alguém fala em língua e só uma pessoa a entende. Pode ser umam mensagem só para ela mesma ou pode ser para a igreja toda.
Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. 1 Coríntios 14:26,27
d- Língua para intercessão.
Romanos 8.26 E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
Não é permitido a nenhum líder proibir um crente de falar em línguas. O líder deve ensinar a respeito para que não haja desordem.
1 Co 14.39 Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas. 40 Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.
III - SIGNIFICADO E PROPÓSITO
1. O batismo no ESPÍRITO SANTO não é sinônimo de salvação.
Trata-se de bênçãos diferentes. Todos os crentes em JESUS já têm o ESPÍRITO SANTO. Na regeneração, o ESPÍRITO promove o novo nascimento, que é um ato direto do ESPÍRITO SANTO (Jo 3.6-8). O pecador recebe o ESPÍRITO no exato momento em que aceita, de verdade, a JESUS (Gl 3.2; Ef 1.13). Os discípulos de JESUS já tinham seu nome escrito no céu (Lc 10.20) e igualmente tinham o ESPÍRITO SANTO mesmo antes do Pentecostes (Jo 20.22).
2. Definição e propósitos. O batismo no ESPÍRITO SANTO é o recebimento de poder espiritual para realizar a obra da expansão do Evangelho em todo o mundo (Lc 24.46-49). O seu propósito é capacitar o crente a viver uma vida cristã vitoriosa e, sobretudo, para testemunhar com ousadia sobre a sua fé em CRISTO (At 1.8). É um revestimento de poder para viver a vida regenerada, um poder espiritual que contribui para a edificação interior da vida cristã do crente e que o ajuda quando a mente não pode fazê-lo.
IV - OS DONS ESPIRITUAIS
1. Os dons espirituais.
São manifestações do poder de DEUS que nos capacitam a continuar a missão de CRISTO no mundo e as demonstrações desse poder na vida da Igreja (At 1.8). A Igreja não se sustenta sozinha, por isso o Senhor JESUS enviou o ESPÍRITO SANTO (Jo 14.16-18). Há pelo menos três listas desses dons (Rm 12.6-8; 1 Co 12.8-10,28-30), embora não ousamos dizer que sejam apenas esses, pois não existe uma lista exaustiva deles no Novo Testamento.
DONS DE REVELAÇÃO - DONS DE PODER - DONS DE INSPIRAÇÃO.
1- DONS DE REVELAÇÃO (REVELAM ALGO OCULTO OU DESCONHECIDO SOBRENATURALMENTE).
1.1. Palavra de sabedoria:
Palavra= pequena parte da sabedoria de DEUS; acontecimento futuro, só DEUS sabe; tem a ver com a onisciência de DEUS. JESUS sabia todas as cosias que estavam por vir. O profeta Ágabo (novo testamento tem profeta) revelava uma seca na Judéia que aconteceu realmente pouco tempo depois e a prisão de Paulo, tudo no futuro.
Aqui, estamos estudando sobre revelações futurísticas que são dadas pelo ESPÍRITO SANTO, de repente, sem um prévio aviso ou estudo.
Esta revelação pode ser dada por meio de uma visão, de um sonho, ou por meio de uma voz escutada também.
Exemplos:
JESUS:
"Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai. Pois como foi dito nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem. Então, estando dois homens no campo, será levado um e deixado outro; estando duas mulheres a trabalhar no moinho, será levada uma e deixada a outra. Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor; sabei, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso ficai também vós apercebidos; porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem." (Mt 24: 36-44)
Exemplo em Atos dos apóstolos:
Profeta Ágabo a respeito de uma grande fome
Atos 11:28 e levantando-se um deles, de nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande fome por todo o mundo, a qual ocorreu no tempo de Cláudio.
Profeta Ágabo a respeito de Paulo
Atos 21:11 e, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o ESPÍRITO SANTO: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios.
Paulo em viagem para Roma
"Atos 27.34 Rogo-vos, portanto, que comais alguma coisa, porque disso depende a vossa segurança; porque nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós.".
Paulo sobre arrebatamento:
I Co 15:51 "Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados".
Um exemplo aqui de Palavra de Sabedoria no AT poderia ser II Reis 3.16, 20:
Eliseu, solicitou a presença de um músico. Queria enlevar o espírito. Sentir-se inspirado: "E sucedeu que, tocando o músico, veio sobre ele a mão do Senhor. E disse: "Assim diz O Senhor, fazei neste vale, muitas covas".
"E sucedeu que, pela manhã, oferecendo-se a oferta de alimentos, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água".
1.2. Palavra de conhecimento ou da ciência:
Palavra = pequena parte do conhecimento de DEUS, revelação de coisa conhecida; tem a ver com onipresença de DEUS. (pode ser coisa conhecida por pessoas em outra parte ou localidade, que é revelada aqui onde estamos). JESUS via Natanael debaixo de uma figueira sem nem mesmo estar na mesma cidade. Eliseu sabia todas as estratégias de guerra do inimigo sem nem mesmo estar perto de seu acampamento.
Exemplos:
JESUS:
Jo 1.48 Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe JESUS: Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.
João 4:16-19 JESUS disse à mulher samaritana: "Vai, chama o teu marido e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe JESUS: Disseste bem: Não tenho marido; porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta"
Eliseu sobre conversas escondidas:
2 Rs 6.12 E disse um dos servos: Não, ó rei meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas no teu quarto de dormir.
Exemplo em Atos dos apóstolos:
Pedro, Ananias e Safira
Atos 5.4 “Enquanto o possuías, não era teu? E vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a DEUS”.
1.3. Discernimento de espíritos:
Saber de onde vem e o que está operando numa pessoa. JESUS enxergava a fé dentro das pessoas. Tem a ver com a onipotência de DEUS (Aqui se expulsa demônios e se vence forças e idéias malignas). Paulo enxergou um demônio falando a verdade a seu respeito, mas com o intuito de ganhar crédito para suas adivinhações.
Exemplo:
JESUS:
"E JESUS, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados são os teus pecados."(Mc 2:5).
Exemplo em Atos dos apóstolos:
Paulo e a pitonisa:
" E fazia isto por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Eu te ordeno em nome de JESUS CRISTO que saias dela. E na mesma hora saiu."(At 16:18).
Para julgar profecias esse dom é imprescindível.
1Co 14.26 - "E falem dois ou três profetas, e os outros julguem".
O julgamento de manifestações espirituais é uma ordenança bíblica. O apóstolo João escreveu: "Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de DEUS, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo"(1Jo 4.1). O discernimento é uma necessidade para a igreja dos dias atuais, pois há um verdadeiro bombardeio de modismos doutrinários, heresias e misticismos antibíblicas. Em meio a essa confusão da espiritualidade pós-moderna, a "profecia", ou melhor, a profetada é um dos meios em que muitas heresias têm sido gerada.
Como saber se determinada manifestação espiritual vem do ESPÍRITO de DEUS, do espírito humano ou de Satanás? Somente com o discernimento dado pelo ESPÍRITO SANTO.
Esse dom também tem a ver com o discernimento para se distinguir a fonte do falar em línguas espirituais (ou estranhas).
- se aquele que fala em línguas está falando na carne (fingindo ser batizado, ou aquele que aprendeu a repetir palavras como se fossem em línguas espirituais),
- se aquele que fala em línguas está falando de DEUS (foi realmente batizado)
- ou se fala imitações de Satanás, através de demônios que imitam o falar em línguas verdadeiro.
A própria pregação e/ou ensino deve ser ouvida e julgada para se discernir entre a pregação/ensino que vem de DEUS ou a que vem do homem ou a que vem do Diabo.
Mediante este dom o ESPÍRITO SANTO capacita o crente de discernir a presença de espíritos malignos em pessoas ou próximo de pessoas ou ver os espíritos enquanto operam malvadamente.Existem espíritos de vários generos, isto é, ocupados a fazer várias formas de mal. Existem espíritos que provocam mudez e surdez como aquele expulso daquele menino epiléptico por JESUS, de fato JESUS lhe disse: "ESPÍRITO mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele" (Mar. 9:25). De modo que nestes casos para que a cura se faça é necessário discernir o espírito ou os espíritos que provocam as doenças para depois expulsá-lo ou expulsá-los em nome de CRISTO JESUS. Existem espíritos enganadores que estão ocupados a enganar; Paulo diz de fato que em dias vindouros "alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores…." (1 Tim. 4:1). Destes espíritos existem já muitos no seio do povo de DEUS; mediante eles toda a sorte de falsa doutrina é ensinada a certos crentes. Existem espíritos que fazem sinais e prodígios; João viu alguns deles em visão: "E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do DEUS Todo-Poderoso" (Ap. 16:13-14).
2- DONS DE PODER (DÃO PODER PARA SE FAZER ALGO SOBRENATURAL).
2.1. Fé:
Para crer no impossível (temos fé natural, sobrenatural e espiritual), precisamos de fé para comer (pode estar envenenado), para andar no meio da rua (pode ser atropelado), para viajar de avião (pode cair), para adorar a DEUS (Não estamos vendo-o), para crer em milagres sem os ver. Don de fé é acreditar que o impossível de acontecer já aconteceu. É impossível que alguém que já morreu torne a viver.
Ex: JESUS: "E, tendo dito isso, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!(Jo 11: 43)
Paulo: "Tendo Paulo descido, debruçou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, pois a sua alma está nele."(At 20:10)
NASCERIA UM FILHO DE UM CASAL EM QUE O HOMEM TEM 100 ANOS E A MULHER 90 ANOS? ABRAÃO CREU ASSIM MESMO. PODERIA ALGUÉM MATAR UM FILHO E DEPOIS VOLTAR PARA CASA COM ESTE FILHO VIVO? ABRAÃO CREU; POR ISSO FOI JUSTIFICADO PELA SUA FÉ EM DEUS.
2.2. Dons de curar:
Dons no plural, alguns são usados para certos tipos de doenças, NENHUMA PESSOA É USADA PARA CURAR TODOS OS TIPOS DE DOENÇA.
Ex: JESUS: "Mas ele, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem que tinha a mão atrofiada: Levanta-te, e fica em pé aqui no meio. E ele, levantando-se, ficou em pé."(Lc 6:8)
Paulo: "Aconteceu estar de cama, enfermo de febre e disenteria, o pai de Públio; Paulo foi visitá-lo, e havendo orado, impôs-lhe as mãos, e o curou."(At 28:8); "Erasto ficou em Corinto; a Trófimo deixei doente em Mileto."(2Tm 4:20). PAULO NÃO CUROU SEU COMPANHEIRO TRÓFIMO.
2.3. Operação de Maravilhas ou Milagres:
Mudança na natureza, MUDA O QUE ERA NATURAL.
EX. PARAR O SOL (JOSUÉ) - VOLTAR DEZ GRAUS O TEMPO (ISAÍAS)
Ex: JESUS: "Dito isto, cuspiu no chão e com a saliva fez lodo, e untou com lodo os olhos do cego, e disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa Enviado). E ele foi, lavou-se, e voltou vendo."(Jo 9:6,7)
Paulo: "Mas ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal nenhum."(At 28:5).
3- DONS DE INSPIRAÇÃO OU DA FALA (DIZEM ALGO DE SOBRENATURAL).
3.1. Profecia:
Comentários meus, com base na vida prática de dois grandes avivamentos ocorridos entre 1992 e 1995, em Imperatriz - MA, nas congregações Monte Tabor e Monte Hermom, da Igreja Evangélica Assembleia de DEUS, dos quais participei ativamente dos dois - Ev. Henrique - Atualmente muitos dons têm operado através da igreja de Imperatriz devido a um culto realizado às quartas-feiras, em todas as 160 congregações e também na quinta-feira, no templo central, denominado culto de adoração. Em sua igreja existe oportunidade para que O ESPÍRITO SANTO se manifeste? Oram por doentes e enfermos? Expulsam demônios? Profetizam? Oram por batismos no ESPÍRITO SANTO toda semana? Paulo nos orienta: "Desejai ardentemente os dons"(1 Co 12.31; 14.1). "Procurai abundar nos dons" (1 Co 14.12). "Não proibais falar em línguas" (1 Co 14.39). "Não desprezeis as profecias'.
O grupo que contém os últimos três dons é o de Dons de Elocução, também chamados de Dons de Inspiração, pois os crentes são inspirados pelo ESPÍRITO SANTO a dizerem alguma coisa numa ação sobrenatural. Também podem ser chamados de Dons da fala.
São eles: 1- Dom de profecia, 2- Dom de Línguas, ou Variedade de línguas e o 3- Dom de interpretação de Línguas.
A função primária deles é a edificação da Igreja, ou seja, fazer com que a Igreja cresça na graça e no conhecimento de CRISTO como único Salvador e Senhor. (1 Co 14.3). O dom de Profetizar é para edificar, consolar e exortar. O dom de Variedade de Línguas é para edificação própria e para edificação da Igreja, quando há interpretação, quando não há interpretação, as línguas servirão apenas para aquele que as fala ser edificado. O dom de Interpretação é para fazer com que as línguas sirvam para edificação da Igreja e também para o crente ao orar em línguas receba revelação ou mensagens diretamente do ESPÍRITO SANTO que lhe falará através das línguas e lhe dará entendimento.
Todos podem e devem ter os dons do ESPÍRITO SANTO, devem desejá-los ardentemente, mas principalmente o de profetizar, pois esse dom edifica a igreja e é uma grande arma na evangelização.
I - DOM DE PROFECIA (1 Co 12.10)
1. O que é o dom de profecia?
Pelo que entendemos o dom de profecia relatado por Paulo em 1 Coríntios 14 refere-se a mensagens sobrenaturais, inspiradas pelo ESPÍRITO SANTO, podendo ser em uma língua conhecida para quem fala e também para quem ouve, ou numa língua desconhecida para quem fala e conhecida para quem ouve (caso de línguas mais interpretação), objetivando edificar, exortar ou consolar a pessoa destinatária da mensagem. Os dons, inclusive o de profetizar, são movidos em nós pelo amor, a mais essencial virtude do fruto do ESPÍRITO, implantado em nós, quando nos convertemos a CRISTO (1 Co 13.2). Para que o crente seja usado nesse dom deve primeiro desejar o bem da pessoa que vai receber a profecia, pois é com esse intuito que DEUS nos usa. O Apóstolo Paulo nos exorta a não desprezarmos as profecias (1 Ts 5.20), por isso as mesmas devem passar pelo crivo das escrituras, sendo julgadas pela igreja antes de serem aceitas integralmente, pois as mensagens vêm perfeitas da parte do ESPÍRITO SANTO, mas passam pelo instrumento que é o crente. Como as profecias e as interpretações de línguas podem ser transmitidas parcialmente, integralmente ou acrescentadas pelos que as transmitem, pode haver mudança de entendimento por parte daqueles que as recebem devido a uma mudança de sentido feita pelo que foi instrumento do ESPÍRITO SANTO para a transmitir (1 Co 14.29-33; 1 Ts 5.20). Assim, quem é instrumento usado nesse dom deve evitar interpretar a mensagem recebida à sua maneira ou de maneira que o ouvinte deseja ouvir, mas entregar somente o que recebeu. Infelizmente acontece muito desse dom ser exercido fora da igreja local, sendo por isso mesmo usado de maneira errônea devido à falta de julgamento da veracidade das mensagens ai transmitidas. Alguns por dinheiro ou por fama transmitem mensagens que somente agradam aos ouvintes ou trazem mensagens de terror aos incautos que se guiam por essas mensagens. O Dom de Discernimento é muito importante nesses casos, revelando se tais mensagens vêm do que fala, ou do Diabo, ou de DEUS. "Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos" 1 Coríntios 13:9
As profecias vêm para edificação, exortação e consolação (1 Co 14:3). Línguas + Interpretação = Profecia (1 Co 14:27,13).
Não devemos confundir Profeta com aquele que profetiza, pois Profeta é ministério dado por CRISTO (Ef 4.11), profecia é manifestação do ESPÍRITO SANTO, é dom do Mesmo. Profeta prediz alguma coisa que ainda vai acontecer ou revela coisas que estão acontecendo ou aconteceram em outra parte, profecia não prediz nada. Todos podem profetizar (1 Co 14.31), mas pouquíssimos são escolhidos para serem profetas.
Profeta Ágabo: At 21 8 Partindo no dia seguinte, fomos a Cesaréia; e entrando em casa de Felipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele. 9 Tinha este quatro filhas virgens queprofetizavam (Dom do ESPÍRITO SANTO). 10 Demorando-nos ali por muitos dias, desceu da Judéia um profeta, de nome Ágabo (Ministério dado por CRISTO a Igreja); 11 e vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo e, ligando os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o ESPÍRITO SANTO: Assim os judeus ligarão em Jerusalém o homem a quem pertence esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios.
2. A relevância do dom de profecia.
“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração” (2 Pe 1.19).
Se esse dom não fosse importante para a Igreja certamente Paulo não diria o que disse em 1 Co 14.1 "(1 Co 14.1 "Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar". Para que não haja desordem no culto, ou seja, quando houver num mesmo culto vários irmãos que profetizam e todos eles desejam trazer uma mensagem da parte de DEUS à igreja, Paulo orienta então que haja no máximo, durante um mesmo culto, dois ou três irmãos que profetizem, sendo que um deve esperar pelo outro, assim um profetiza, depois outro e depois outro (1 Co 14.29-31). Essas profecias deveriam ser julgadas de acordo com a Palavra de DEUS, de acordo com a santidade e honestidade daqueles que as transmitiam e pela sua veracidade comprovada pelos que as receberam (1 Co 14.29).
Por que as profecias devem ser julgadas? Por que podem vir de três fontes distintas: DEUS, o homem ou o Diabo.
Exemplo:
Pode alguém chegar na igreja e dizer que a doença que um membro tem é para que ele não se desvie do evangelho - isso, com certeza, é uma mensagem satânica, pois JESUS já levou nossas doenças e enfermidades na cruz, ELE não vai devolver isso para nós.
Pode alguém, na igreja, dizer sobe a briga de um casal e sua separação sendo que ela já tenha ouvido de uma vizinha esse fato ocorrido e está tentando se passar por alguém usado em profecia, trazendo uma mensagem que não é nem do diabo e nem de DEUS.
Graças a DEUS, pode também alguém trazer mensagens da parte de DEUS para edificação, exortação ou consolação.
Não desprezeis as profecias. 1 Tessalonicenses 5:20 - A igreja tem perdido muito pela falta das profecias que foram praticamente banidas da igreja por falta de quem as julgue, por falta de líderes experientes nos dons.
O apóstolo Paulo dava muito valor às profecias - Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. (1 Timóteo 4:14)
Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia; (1 Timóteo 1:18)
- As profecias são ótimas ferramentas na evangelização. - De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis. 1 Coríntios 14:22.
3. Propósitos da profecia.
Os principais propósitos da profecia são a edificação da Igreja e a evangelização. A Igreja não pode ser guiada pelas profecias, mas deve ouvir as profecias e julgá-las para que haja uma sábia direção de DEUS em auxílio à obra de DEUS e uma união por parte dos membros da Igreja. A igreja que ouve e julga as profecias é mais propensa a evitar e combater o pecado entre seus membros.
Onde não há profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei esse é bem-aventurado (Provérbios 29:18).
Mas, se todos profetizarem, e algum incrédulo ou indouto entrar, por todos é convencido, por todos é julgado; 1 Coríntios 14:24 - Esta declaração de Paulo nos leva a crer que as profecias são excelentes ferramentas para evangelização, pois os segredos do coração das pessoas são revelados provocando neles a certeza de que DEUS está entre nós. "os segredos do seu coração se tornam manifestos; e assim, prostrando-se sobre o seu rosto, adorará a DEUS, declarando que DEUS está verdadeiramente entre vós" - 1 Coríntios 14:25.
os segredos do seu coração se tornam manifestos; e assim, prostrando-se sobre o seu rosto, adorará a DEUS, declarando que DEUS está verdadeiramente entre vós.
1 Coríntios 14:25
II - VARIEDADE DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)
1. O que é o dom de variedades de línguas?
O dom de Línguas ou de Variedade de Línguas como o nome mesmo diz, são línguas inspiradas sobrenaturalmente pelo ESPÍRITO SANTO para que, através das mesmas possamos ser edificados, para que possamos transmitir mensagens de DEUS aos homens e para que adoremos e glorifiquemos a DEUS. O que fala em língua edifica-se a si mesmo, ... 1 Coríntios 14:4a; Ora, quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis, pois quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação. 1 Coríntios 14:5 (Grifo nosso).
Observação importante - Todo crente batizado no ESPÍRITO SANTO fala em línguas e pode e deve falar nessa língua a vida toda, principalmente para orar pela sua própria edificação, mas nem todos que são batizados e falam em línguas todos os dias possuem o Dom de Línguas. A língua que falamos ao ser batizados é para nosso uso próprio e nos acompanha em toda nossa jornada de fé aqui na Terra, só findando quando formos arrebatados ou morrermos. ...falam todos em línguas (têm todos o dom de línguas - grifo nosso)? interpretam todos? 1 Coríntios 12:30b.
As línguas foram profetizadas por Isaias e trazem refrigério àqueles que as falam. - Assim por lábios gaguejantes, e por outra língua, falará a este povo. Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir. Isaías 28:11-12
Assim por lábios gaguejantes, e por outra língua, falará a este povo.
Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir.
Isaías 28:11-12
Todos os crentes batizados com o ESPÍRITO SANTO podem falar em línguas espirituais, podem oram em línguas, podem ser edificados quando oram em línguas, podem intercalar sua pregações falando em línguas, podem cantar em línguas e até profetizar em línguas, porém nem todos recebem o Dom de Variedade de Línguas.
Quem tem o Dom de Línguas pode falar 4 tipos de línguas diferentes:
1-Línguas do batismo (para edificação própria - o crente pode falar nela a vida toda)
2- Língua para falar com estrangeiro - Língua conhecida pelo ouvinte e não pelo que a fala. Exemplo maior em Atos 2, onde os apóstolos falaram na língua dos estrangeiros.
3- Língua para Intercessão - Não são palavras expressadas, mas gemidos de intercessão (Rm 8; ).
4- Línguas para serem interpretadas - Podem ser interpretadas pelo mesmo que as fala ou por outrem.
Quem ora em línguas deve orar para poder interpretá-las. Por isso, o que fala em língua, ore para que a possa interpretar. (1 Coríntios 14:13)
2. Qual é a finalidade do dom de Variedade de Línguas?
As línguas são úteis para louvor e adoração a DEUS. "falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração" (Efés. 5:19, Colos. 3:16).Todo crente deve ser batizado no ESPÍRITO SANTO e deve orar em línguas todos os dias de sua vida aqui na Terra para edificação própria. O que fala em língua edifica-se a si mesmo, ... 1 Coríntios 14:4a; Mas vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO (Grifo nosso - orando em línguas) Judas 1:20. Quando o crente ora em línguas não entende o que está falando, mas seu espírito ligado ao ESPÍRITO SANTO entende e fica fortalecido para vencer as lutas na esfera espiritual, no campo de batalha espiritual.
ORAR BEM - Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem.... (1 Coríntios 14:14a)
O apóstolo Paulo dava tanto valor ao falar em línguas que declara seu dom de línguas ao coríntios: Dou graças a DEUS, que falo em línguas mais do que vós todos. 1 Coríntios 14:18.
Na igreja devemos evitar falar em línguas em voz alta para não atrapalhar as manifestações do ESPÍRITO SANTO e também para que a mensagem pregada e explicada seja ouvida por todos.
Paulo diz que enquanto um irmão está sendo usado em profecias ou em dom de línguas com interpretação os outros devem estar calados ou falando em línguas bem baixinho para não atrapalharem a manifestação dos ESPÍRITO SANTO e apara que todos ouçam e para que todos sejam edificados.
Não se deve proibir falar em línguas, mas educar aqueles que falam - Portanto, irmãos, procurai com zelo o profetizar, e não proibais o falar em línguas. 1 Coríntios 14:39
De DEUS = Mensagem de DEUS para a Igreja ou para uma determinada pessoa que tem três fins:
1- Edificação = Fazer com que siga fazendo a Obra de DEUS.
2- Exortação = Fazer com que desperte e anime para fazer a Obra de DEUS.
3- Consolação = Fazer com que a tristeza não abata a pessoa, porque DEUS está presente e assistindo e ajudando em tudo.
O dom de profecia não tem elemento preditivo, ou seja, não tem a função de dizer o futuro.
3. Atualidade do dom.
Aqueles que dizem que as línguas eram manifestações do ESPÍRITO SANTO somente para a época dos primeiros apóstolos devem assumir uma posição firme sobre isto (os Cessacionistas), pois estão afirmando que toda nossa geração está sendo usada por demônios ou usando de falsidade quando falamos em línguas.
Com certeza sabemos que eles estão equivocados, pois essas manifestações do ESPÍRITO SANTO eram comuns até mesmo entre os pais dessas denominações tradicionais que negam a atualidade dos dons do ESPÍRITO SANTO. Infelizmente posso afirmar que estão debaixo da ação de demônios que os cegam. São claras a manifestações do ESPÍRITO SANTO em nossos dias, basta ligar um aparelho de TV ou acessar a internet ou visitar qualquer igreja pentecostal.
Se o apóstolo Paulo diz que os dons são de utilidade para a Igreja, quem somos nós para dizermos em contrário?
Exemplo de dom de línguas no Novo Testamento - Atos 2.3, 4, 8 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4 - E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem. 8 Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? (grifo nosso).
Exemplo no Antigo Testamento -
"Porém no arraial ficaram dois homens; o nome de um era Eldade, e do outro Medade; e repousou sobre eles o espírito (porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda), e profetizavam no arraial. Números 11:26
Segundo alguns eruditos em Hebraico o significado de "profetizavam" aqui neste texto pode ser "falaram em línguas desconhecidas".
Veja também Daniel 5:25-28 - Daniel leu uma mensagem escrita na parede do palácio.
III - INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)
1. Definição do dom.
É a capacitação sobrenatural dada pelo ESPÍRITO SANTO ao crente para que possa entender uma mensagem dada em línguas espirituais (línguas estranhas). Pode ser dado ao mesmo que fala em Línguas para serem interpretadas ou a outro que irá interpretá-las - Não é tradução, mas interpretação. O crente ouve a palavra em línguas e as interpreta sobrenaturalmente, por uma capacitação do ESPÍRITO SANTO. Em parte entendemos e em parte profetizamos (1 Co 13.9). Esse dom deve ser buscado por todos os crentes que têm o dom de línguas, segundo Paulo (Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar. 1 Coríntios 14:13).
“E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com DEUS” (1 Co 14.27,28).
"Falar língua estranha" aqui significa falar em línguas para serem interpretadas.
"Faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez" significa que aqueles que estão falando e sendo interpretados (ou eles mesmos interpretam), devem falar até serem interpretados, parando a interpretação devem falar bem baixinho a partir dai e deixar que o ESPÍRITO SANTO use outro crente para falar e ser interpretado até que não haja mais interpretação e ai começará outro a falar e ser interpretado até que cesse a interpretação. Pronto, Paulo diz que num mesmo culto ou reunião não devam falar e serem interpretados mais do que três crentes e sempre um depois do outro.
"Haja intérprete" Presume-se que os crentes só falarão línguas em alta voz na igreja se houverem intérpretes ou ele mesmo as interpretar. é evidente que existem os momentos em que todos se alegram num culto legitimamente pentecostal e nesse momento todos ou quase todos falam em línguas ao mesmo tempo como louvor e adoração a DEUS (falavam em línguas e glorificavam a DEUS - Atos 10.46).
Por que não podemos ficar falando alto em línguas sem interpretação, durante os cultos? Porque ninguém o entenderá e não produzirá nem almas para DEUS e nem edificação para a igreja.
Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a DEUS; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. 1 Coríntios 14:2.
Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos? 1 Coríntios 14:23
Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado.
E, portanto, os segredos do seu coração ficam manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a DEUS, publicando que DEUS está verdadeiramente entre vós.
1 Coríntios 14:24-25
Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado.
E, portanto, os segredos do seu coração ficam manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a DEUS, publicando que DEUS está verdadeiramente entre vós.
1 Coríntios 14:24-25
Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?
Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado
1 Coríntios 14:23-24
Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?
Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado
1 Coríntios 14:23-24
Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos? Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado 1 Coríntios 14:23-24.
2. Há diferença entre dom de interpretação e o de profecia?
São semelhantes e até um pode substituir o outro. A diferença maior é que no dom de profecia a mensagem sobrenatural do ESPÍRITO SANTO é dada na língua do ouvinte enquanto que nano dom de línguas é dada a mensagem do ESPÍRITO SANTO em línguas desconhecidas para o que fala e para o que houve, havendo necessidade de um interprete para que a mensagem seja válida para a pessoa a quem foi direcionada a ouça e entenda.
Estevam Ângelo de Souza definiu bem essa questão quando disse que “não haverá interpretação se não houver quem fale em línguas estranhas para serem interpretadas, ao passo que a profecia não depende de outro dom para produzir a edificação de alguém”.
Exemplo de interpretação no Antigo Testamento:
Este, pois, é o escrito que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM.
Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou DEUS o teu reino, e o acabou.
TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta.
PERES: Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas.
Daniel 5:25-28
- Este, pois, é o escrito que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM. Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou DEUS o teu reino, e o acabou. TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas. Daniel 5:25-28.
Daniel leu aquela língua desconhecida e a interpretou (veja que é interpretação, não é tradução - uma palavra pode significar muita coisa).
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
1 Dons, só depois do batismo com o ESPÍRITO SANTO.(vaso vazio não transborda)
2 O senhorio é de CRISTO (cabeça do corpo)
3 Para glorificação de DEUS (o ESPÍRITO SANTO glorifica a DEUS)
4 Vaso deve estar limpo sempre para o uso constante (santificação)
5 Nada é de nós mesmos, tudo vem de DEUS (nada de orgulho).
6 Todos os dons são para os outros só um para nós, linguagem de oração.
(língua em que fomos batizados para orarmos em línguas)
7 Dom de Variedade de Línguas vem após o batismo e nem todos o recebem. (Língua do batismo é para oração - deve ser falada todo dia)
Fim dos meus comentários sobre dons - Pr. Luiz Henrique.
2. Os dons são dados aos crentes individualmente.
A manifestação dos dons ocorre por meio das três Pessoas da Trindade: pelo ESPÍRITO, na "diversidade de dons" (1 Co 12.4); pelo Senhor, na "diversidade de ministérios" (v.5); e pelo DEUS Pai, na "diversidade de operações (v.6). Mas a fonte dos dons é o ESPÍRITO SANTO e, por isso, essa manifestação é dada por Ele "a cada um para o que for útil" (1 Co 12.7) e não para exibição ou ostentação do crente, porque o mérito é do Senhor JESUS (At 3.12). Outra vez o apóstolo enfatiza a origem dos dons, o ESPÍRITO SANTO, pois reconhece que é este mesmo quem "opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer" (1 Co 12.11).
CONCLUSÃOA descida do ESPÍRITO SANTO é acompanhada dos dons espirituais. Eles são atuais na vida da Igreja e são dados a cada um para o que for útil, sempre para o bem da igreja local. Trata-se de ferramentas importantes e indispensáveis para os crentes, razão pela qual devemos lhes dar a devida atenção.
COMENTÁRIOS DE DIVERSOS AUTORES, BÍBLIAS, COMENTÁRIOS DICIONÁRIOS BÍBLICOS
O FALAR EM LÍNGUAS - BEP - CPAD (com modificações do Pr. Henrique)
At 2.4 “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.”
O falar noutras línguas, ou a glossolália (gr. glossais lalo), era entre os crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo (ver 2.4; 10.45-47; 19.6). Esse padrão bíblico para o viver na plenitude do Espírito continua o mesmo para os dias de hoje.
O VERDADEIRO FALAR EM LÍNGUAS.
1- As línguas como manifestação do Espírito. Falar noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo, i.e., uma expressão vocal inspirada pelo Espírito, mediante a qual o crente fala numa língua (gr. glossa) que nunca aprendeu (2.4; 1Co 14.14,15). Estas línguas podem ser humanas, i.e., atualmente faladas (2.6), ou desconhecidas na terra (cf. 1Co 13.1). Não é “fala extática”, como algumas traduções afirmam, pois a Bíblia nunca se refere à “expressão vocal extática” para referir-se ao falar noutras línguas pelo Espírito.
2- Línguas como sinal externo inicial do batismo no Espírito Santo. Falar noutras línguas é uma expressão verbal inspirada, mediante a qual o espírito do crente e o Espírito Santo se unem em oração. Desde o início, Deus vinculou o falar noutras línguas ao batismo no Espírito Santo (2.4), de modo que os primeiros 120 crentes no dia do Pentecoste, e os demais batizados a partir de então, tivessem uma confirmação física de que realmente receberam o batismo no Espírito Santo (cf. 10.45,46). Desse modo, essa experiência podia ser comprovada quanto a tempo e local de recebimento. No decurso da história da igreja, sempre que as línguas como sinal foram rejeitadas, ou ignoradas, a verdade e a experiência do Pentecoste foram distorcidas, ou totalmente suprimidas. O crente deve orar nesta língua a vida toda para ser edificado (1 Co 14.14)
3- As línguas como dom. Falar noutras línguas também é descrito como um dos dons concedidos ao crente pelo Espírito Santo (1Co 12.4-10). Este dom tem dois propósitos principais:
(a) O falar noutras línguas seguido de interpretação, também pelo Espírito, em culto público, como mensagem verbal à congregação para sua edificação espiritual (1Co 14.5,6,13-17).
(b) O falar noutras línguas pelo crente para dirigir-se a Deus nas suas devoções particulares (1 Co 14.4). Significa falar ao nível do espírito (14.2,14), com o propósito de orar e dar graças (14.16,17) ou cantar (14.15; ver 1Co 14).
O Batismo no Espírito Santo - John W. Wyckoff - TEOLOGIA SISTEMÁTICA - HORTON - CPAD
Muitas obras de teologia sistemática não apresentam um capítulo específico a respeito do batismo no Espírito Santo. Na realidade, de modo geral, a Pessoa e a obra do Espírito Santo têm sido grandemente negligenciadas. William Barclay escreve: "A história da Bíblia é a história de homens cheios; do Espírito. Mesmo assim... nosso modo de pensar acerca do Espírito é mais vago e indefinido que nossas formulações teológicas acerca de qualquer outro elemento da fé cristã". Carl F. H. Henry observa, com pesar: "Os teólogos do passado... não nos deixaram nenhuma delineação plena do ministério do Espírito Santo". 1
Felizmente a Igreja hodierna, em sua totalidade, está, finalmente, dando maior atenção ao Espírito Santo.2 Obras como as de Frederick D. Bruner e James D. G. Dunn indicam interesse crescente pelo assunto entre os não-pentecos-tais. Isto deve-se, em grande medida, à persistência e ao crescimento do Movimento Pentecostal. Os líderes eclesiásticos agora citam o Pentecostalismo como "uma terceira força na Cristandade", lado a lado com o catolicismo e o protestantismo. 3
Essa "terceira força" passou a merecer a atenção dos teólogos, principalmente em razão de sua presença mundialmente visível. Ou seja: os estudiosos reconhecem o Pentecostalismo porque ele é "uma terceira força na sua doutrina", especificamente a que trata do batismo no Espírito Santo.4 Dunn observa que os católicos enfatizam o papel da Igreja e dos sacramentos, e subordinam o Espírito à Igreja. Os protestantes enfatizam o papel da pregação e da fé, e, subordinam o Espírito à Bíblia. Os pentecostais, no entanto, reagem a esses dois extremos - ao sacramentalismo que pode se tornar mecânico e à ortodoxia biblista que pode se tornar espiritualmente morta - e reclamam uma experiência vital com o próprio Deus no Espírito Santo. 5
Este capítulo divide o batismo no Espírito Santo em cinco questões ou temas subordinados: (1) a distinção entre o batismo no Espírito Santo e a regeneração; (2) as evidências da experiência do batismo no Espírito Santo na vida do crente; (3) a disponibilidade do batismo no Espírito Santo para os crentes hoje; (4) o propósito do batismo no Espírito Santo; e (5) o recebimento do batismo no Espírito. O enfoque à matéria aqui apresentada é mais analítico e descritivo que apologético ou polêmico.
Distinção e Evidências
A distinção e as evidências do batismo no Espírito Santo são estudadas em primeiro lugar porque delas depende a maioria das posições teológicas no tocante às demais questões. Isto é, as posições adotadas quanto a esses dois primeiros tópicos definem as questões nas demais áreas.
A questão da disponibilidade hoje do batismo no Espírito Santo é muito discutida. Por um lado, muitos estudiosos da Bíblia responderão que o batismo no Espírito está à disposição dos crentes atuais, mas apenas como parte da conversão.6 Por outro, quando os pentecostais afirmam que o Espírito está disponível, argumentam em favor de uma experiência distinta da regeneração, em certo sentido, e acompanhada pela evidência física inicial do falar em línguas.
Além disso, embora a distinção e as línguas como evidência estejam estreitamente relacionadas entre si, não deixam de ser questões separadas. Pela lógica, existem quatro possíveis posições quanto à distinção e as línguas como evidência. Em primeiro lugar, como já foi dito, há os que pensam ser o batismo no Espírito Santo parte da experiência da conversão, sem qualquer evidência inicial, como o falar em outras línguas. Esta posição é representada por Dunn e Bruner.7 Em segundo lugar, há os que admitem o batismo no Espírito Santo como parte da experiência da conversão, sempre acompanhado pela evidência especial do falar em outras línguas. Esta é a posição de alguns grupos pentecostais da Unicidade.8 Em terceiro lugar, há os que acreditam que o batismo no Espírito Santo usualmente vem após a regeneração, mas a experiência nem sempre é acompanhada pelo falar em outras línguas. Esta é a posição de alguns grupos oriundos do movimento da Santidade, como a Igreja do Nazareno.9 Em quarto lugar, há os que defendem o batismo no Espírito Santo como uma experiência geralmente ocorrida após a regeneração e sempre acompanhada pela evidência especial do falar em outras línguas. Esta é a posição de igrejas pentecostais como as Assembleias de Deus. 10
Terminologia
A expressão "batismo no Espírito Santo" não se acha na Bíblia. Nem por isso deixa de ser bíblica, pois tem a sua origem na fraseologia semelhante empregada pelos escritores bíblicos. Os três escritores dos evangelhos sinóticos relatam a comparação que fez João Batista entre o seu trabalho de batizar em água e a obra futura de Jesus (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16). A respeito de Jesus, diz João: "Ele vos batizará no Espírito Santo". Lucas retoma a terminologia em At 1.5, ao descrever as palavras de Jesus aos seus seguidores: "Vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias". Lucas emprega a terminologia pela terceira vez em Atos 11.16 ao narrar como Pedro interpretou a experiência na casa de Cornélio. Explicando aos crentes em Jerusalém como Cornélio recebeu o Espírito Santo, Pedro lembra-lhes as palavras do Senhor: "Sereis batizados no Espírito Santo". Parece que esta terminologia encaixava-se no pensamento de Pedro como perfeita para descrever a experiência de Cornélio ao falar em línguas. Na realidade, a única diferença entre a expressão "batismo no Espírito Santo" e as que aparecem nas referências bíblicas citadas é que aquela emprega a forma substantivada "batismo", ao invés das formas verbais.
Outro detalhe a ser notado é que a expressão "batismo no Espírito Santo" é apenas uma entre várias frases bíblicas desse tipo que, segundo acreditam os pentecostais, descrevem um evento ou experiência incomparável do Espírito Santo. Há outras fomas, também derivadas da linguagem do Novo Testamento, especialmente Atos dos Apóstolos: "estar cheio do Espírito Santo"; "receber o Espírito Santo"; "ser derramado o Espírito Santo", "o Espírito Santo caindo sobre"; "o Espírito Santo vindo sobre"; e variações dessas frases. 12
Os pentecostais geralmente sustentam que semelhantes frases têm o mesmo significado como descrição da experiência mesma do Espírito Santo. Howard M. Ervin observa que, "em cada caso, é a experiência pentecostal que é descrita". Semelhante terminologia é esperada, levando-se em conta as numerosas facetas da natureza e resultados da experiência. Conforme sugere Stanley Horton: "Cada termo ressalta algum aspecto da experiência pentecostal, e nenhum termo individual consegue ressaltar todos os aspectos daquela experiência .
Como consequência, a natureza análoga das expressões é tanto óbvia quanto esperada. Além disso, a linguagem é necessariamente metafórica, pois as expressões falam de uma experiência na qual o Espírito do Deus vivo passa a agir dinamicamente na situação humana. Citando as palavras de J. Rodman Williams: "Expressa-se de vários modos nessas frases o evento/experiência da presença dinâmica de Deus no Espírito Santo". Ele observa, corretamente, que semelhante experiência é "grandiosa demais para quaisquer palavras descreverem". 14
Dentre as expressões análogas, parece que os pentecostais preferem "batismo no Espírito Santo". Semelhante preferência talvez se deva ao fato de a linguagem derivar-se das declarações do próprio Jesus, ou à profundeza do conteúdo dessa linguagem metafórica específica. Ou seja: a analogia em vista é o batismo em água. Conforme nota J. R. Williams: "O batismo em água significa literalmente ser imergido na água, colocado embaixo dela, ou até mesmo ficar ensopado nela". Com efeito, ser batizado no Espírito Santo é ficar totalmente envolvido no Espírito dinâmico do Deus vivo, e nEle saturado.15
O Relacionamento com a Regeneração
Uma das principais diferenças entre os teólogos no tocante à experiência chamada o batismo no Espírito Santo está relacionada à regeneração. Conforme já observado, alguns sustentam que ela faz parte da experiência da conversão-iniciação; outros, que é uma experiência de algum modo diferente da regeneração. A pergunta é assim formulada: Está disponível ao crente hoje uma experiência comumente chamada o batismo no Espírito Santo, que, em certo sentido, é distintiva e incomparável no tocante à experiência da conversão-iniciação?
Usualmente, tanto os que negam que o batismo no Espírito Santo seja separado da regeneração quanto os que o afirmam reconhecem a importância da Escritura como derradeira autoridade. Por um lado Bruner, que nega que as experiências sejam separáveis entre si, esforça-se para considerar "o Testemunho do Novo Testamento" e fornecer "exegese das origens documentárias bíblicas principais" correlacionadas ao assunto. Dunn acredita necessário "um reexame completo do ensino neotestamentário a respeito do dom do Espírito e seu relacionamento com a fé e o batismo". Diz: "Espero demonstrar que, para os escritores do Novo Testamento, o batismo ou dom do Espírito fazia parte do evento (ou processo) de se tornar cristão". 16
Por outro lado, os que defendem a experiência do batismo no Espírito Santo em separado têm um compromisso semelhante: demonstrar que sua posição teológica é ensinada nas Escrituras. Howard M. Ervin é um exemplo clássico deste pensamento. O título de sua obra sobre o Espírito define-a como "uma investigação bíblica". E observa que a experiência contemporânea serve de ilustração à experiência pentecostal. Mesmo assim, para ele, "é tão-somente o texto bíblico que serve como juiz das nossas conclusões". Basta um outro exemplo: Stanley M. Horton, em seu livro O que a Bíblia Diz Sobre o Espírito Santo, conclui que o batismo no Espírito Santo é uma experiência subsequente. 17
Boa parte (mas não a totalidade) desse debate, centraliza-se em Atos dos Apóstolos.18 Sem dúvida, há trechos relevantes em outras partes das Escrituras. Mesmo assim, estudiosos dos dois partidos geralmente concordam que a doutrina da separabilidade depende em grande medida do livro de Atos. O Antigo Testamento e os evangelhos profetizam a respeito e a antevêem; as epístolas tomam por certa a experiência e por isso fazem poucas referências a ela, ainda assim apenas de modo indireto. Bruner tem razão ao observar: "A fonte principal da doutrina pentecostal do subsequente batismo no Espírito Santo é Atos dos Apóstolos". Quando a Declaração de Verdades Fundamentais das Assembleias de Deus diz que a experiência do batismo no Espírito Santo "é distinta da experiência do novo nascimento e subsequente a ela", as referências bíblicas fornecidas acham-se em Atos dos Apóstolos. 19
Posto que a doutrina da separabilidade depende de Atos dos Apóstolos, é crucial a consideração exegética dos trechos relevantes. Os estudiosos pentecostais reconhecem esse fato, assim como Bruner, Dunn e outros que negam a posição teológica pentecostal.
Os relatos considerados especialmente relevantes à questão da separabilidade incluem o dia de Pentecostes, At 2.1-13; o reavivamento em Samaria, At 8.4-19; a experiência de Paulo, At 9.1-19; Cornélio e outros gentios, At 10.44-48 e 11.15-17; e os crentes de Efeso, At 19.1-7. As conclusões das exposições exegéticas desses trechos declaram-se a favor de ambos os partidos na questão. Os que acreditam ser o batismo no Espírito Santo uma experiência distinta argumentam que nesses casos os indivíduos já eram crentes, haviam experimentado a regeneração antes - pelo menos momentaneamente - da sua experiência do batismo no Espírito Santo. Dizem, portanto, que Lucas demonstra ser o batismo no Espírito Santo uma experiência distinta. Além disso, sustentam que Lucas tem a intenção deliberada de ensinar que a experiência do batismo no Espírito Santo, distinta e separável, é normativa para a experiência cristã em todo tempo. Os que negam a separabilidade argumentam que, se a experiência nesses casos parece distinta porque dá a impressão de ser subsequente, isto deve-se à situação histórica incomparável das etapas iniciais da Igreja. Dizem que Lucas não está pretendendo ensinar que a experiência distinta do batismo no Espírito Santo seria normativa para a experiência cristã nas etapas posteriores da Igreja.
Na realidade, há dois aspectos no debate contemporâneo a respeito da separabilidade que se vê nos incidentes de Atos. O primeiro aspecto relaciona-se à pergunta: Demonstram os textos em Atos que o batismo no Espírito Santo era uma experiência separável e distinta da sua experiência da conversão ou regeneração? Os pentecostais respondem que sim.
Os 120, no dia de Pentecostes, eram crentes antes do derramamento do Espírito naquele dia. Já se haviam arrependido e entrado em uma nova vida em Cristo. Os samaritanos já se haviam convertido à fé em Jesus Cristo, tendo sido batizados em água por Filipe antes que Pedro e João orassem para que eles recebessem o dom especial do Espírito Santo. Semelhantemente, o caso de Paulo era claramente subsequente. Fora convertido e tornara-se um novo homem em Cristo no episódio da visão na estrada de Damasco. Três dias mais tarde, recebeu o Espírito de um modo novo e especial, quando Ananias orou por ele. O caso de Cornélio, em Atos 10, é incomum - ele experimentou o batismo no Espírito Santo na mesma ocasião em que foi regenerado. Os pentecostais argumentam que, mesmo neste caso, "deve ter havido também alguma distinção entre a sua conversão e o dom do Espírito".20 E dos "discípulos" em Efeso o derradeiro exemplo (At 19). Os pentecostais sustentam que eles haviam recebido a salvação antes de seu encontro com Paulo ou pelo menos foram regenerados antes de o Espírito Santo vir sobre eles. Paulo lhes deu instrução e então os batizou em água. Em seguida, o Espírito Santo veio sobre eles, quando o apóstolo, impondo-lhes as mãos, orou.
Por isso, os pentecostais chegam à conclusão de que, em Atos, o batismo no Espírito Santo é claramente subsequente em três casos (Pentecostes, Samaria e Paulo) e logicamente separável nos outros dois casos (Cornélio e os efésios) . 21
Entre os que não acreditam que o fato da separabilidade seja tão certo quanto argumentam os pentecostais, temos Dunn e Bruner. Os dois debatem os cinco casos acima citados. Dunn sustenta que os 120 no dia de Pentecostes não eram "cristãos no sentido do Novo Testamento" até aquele dia, porque antes disso, "o seu modo de corresponder e a sua dedicação eram mesmo defeituosos". De acordo com Dunn, a experiência de Cornélio era uma só: "Cornélio foi salvo, batizado no Espírito... recebeu o arrependimento para a vida - são todas expressões sinônimas que querem dizer: Cornélio se tornou cristão". Semelhantemente, "a experiência de Paulo, de três dias de duração, era uma só... uma experiência de crise que se estendeu por três dias, desde a estrada de Damasco até o seu batismo". Dunn declara que Paulo não podia ser chamado cristão até ser completada a obra pelas mãos de Ananias. Finalmente, no caso dos efésios, Dunn acredita que Paulo não estava perguntando a cristãos se haviam recebido o Espírito. Pelo contrário, perguntava a discípulos que professavam fé. Dunn conclui que eles só se tornaram cristãos quando Paulo os batizou de novo e lhes impôs as mãos. Logo, provavelmente devido ao conceito sobre o que chama conversão-iniciação, Dunn conclui que Lucas não descreve nenhum incidente em que o batismo no Espírito Santo seja realmente separado da conversão. 22
Bruner sustenta uma posição teológica semelhante à de Dunn: o batismo cristão é o batismo no Espírito Santo. Mas, diferentemente de Dunn, Bruner parece admitir que dois casos em Atos são excepcionais por causa da situação histórica. O primeiro é o caso do dia de Pentecostes. Os 120 tinham de esperar por causa "daquele período incomum na carreira dos apóstolos entre a ascensão de Jesus e o dom do Espírito que Ele deu à igreja no Pentecostes". Depois do Pentecostes, porém, "o batismo e o dom do Espírito Santo ficam indissoluvelmente juntos". Mas Bruner ainda reconhece como exceção outro caso depois do Pentecostes. Ele chama hiato quando os samaritanos creram e foram batizados em água, porque "Samaria foi o primeiro passo decisivo para fora e além do Judaísmo". Essa única separação entre o batismo cristão e o dom do Espírito era "uma suspensão temporária do normal", permitida por Deus a fim de que os apóstolos pudessem ser testemunhas desse passo decisivo e participar dele. Segundo Bruner, porém, para os demais casos em Atos dos Apóstolos, o batismo no Espírito Santo é inseparável do batismo cristão na água e idêntico a ele. 23
Dunn e Bruner não conseguem convencer totalmente com seus argumentos. Talvez haja certo sentido - pelo menos idealmente - em Lucas entender que todas as obras do Espírito no indivíduo formavam uma unidade global. Mesmo assim, não deixa de mostrar que em alguns dos incidentes houve mesmo um lapso de tempo na experiência. Conforme já observado, tanto Dunn quanto Bruner reconhecem este fato. E Gordon Fee argumenta que Lucas descreve claramente os samaritanos como crentes em Cristo antes de o Espírito ter caído sobre eles. A verdade é que há incidentes nos relatos de Lucas em que o tempo separa as etapas da obra do Espírito na vida dos indivíduos. 24
O fato de Lucas descrever com clareza incidentes em que as "partes" da experiência cristã são separadas entre si por um lapso de tempo depõe em favor da posição teológica pentecostal. Mas nem por isso os pentecostais precisam focalizar tão intensivamente a subsequência para comprovar a separabilidade e a qualidade distintiva. A subsequência enfatiza o segmento posterior no tempo ou na ordem. A separabilidade refere-se à dessemelhança quanto à natureza ou identidade. E a qualidade distintiva mostra as diferenças de caráter ou propósito, ou de ambos. Sendo assim, a subsequência não é absolutamente essencial aos conceitos da separabilidade e da qualidade distintiva. Os eventos podem ser simultâneos, porém separáveis e distintivos se forem dessemelhantes na sua natureza ou identidade. Também são distintivos se diferentes no seu caráter e/ou propósito.
Pelo menos em teoria, assim pode ser o caso das experiências cristãs da justificação, regeneração, santificação e do batismo no Espírito Santo. Mesmo ocorrendo todas ao mesmo tempo, qual teólogo argumentaria não serem distintivas no seu caráter e propósito ou separáveis na sua natureza e identidade? Da mesma forma, seja qual for o relacionamento entre o batismo no Espírito Santo e as outras experiências, aquele é uma obra separável e distintiva do Espírito.
Certamente os pentecostais podem reconhecer que Cornélio experimentou na mesma ocasião a regeneração e o batismo no Espírito Santo.25 Além disso, mesmo que os 120 não fossem cristãos, no sentido neotestamentário, antes do dia de Pentecostes;26 e os efésios não passassem de meros discípulos de João antes de Paulo ter orado por eles, nos três casos as pessoas envolvidas receberam a experiência característica do batismo no Espírito Santo.27 Assim acontece porque a subsequência não é absolutamente essencial para a separabilidade e a qualidade distintiva. Entretanto, no caso dos samaritanos e no de Paulo, os pentecostais têm um sólido argumento em favor da separabilidade e da qualidade distinta, bem como da subsequência. A questão importante a ser notada é esta: o fato de Lucas demonstrar que a experiência do batismo no Espírito Santo pode ser subsequente serve para ressaltá-la como separável e distintiva. William Menzies observa: "Há uma distinção lógica, mesmo se não for uma distinção temporal, entre o novo nascimento e o batismo no Espírito". 28
A conclusão de que, em Atos, o batismo no Espírito Santo é uma experiência em separado é somente o primeiro aspecto da questão. Demonstrar a separabilidade ou mesmo a subsequência como padrão, em Atos, é só um aspecto. Outro aspecto é se tal padrão deve ser considerado normativo para a doutrina e prática hoje. Estaria Lucas descrevendo apenas uma situação histórica? Ou pretende ensinar que o padrão e o caráter do batismo no Espírito Santo, na narrativa histórica de Atos, é normativa para a doutrina e prática cristãs? Embora não haja aqui espaço para uma consideração exaustiva da questão, sua importância exige que a consideremos pelo menos de forma resumida.
O segundo aspecto da questão da separabilidade pode ser colocado da seguinte maneira: o padrão e a característica do batismo no Espírito, narrado por Lucas em Atos, é normativo para a Igreja em todas as gerações? Fee considera este segundo aspecto uma questão hermenêutica, focalizando a prática de usar precedência bíblica histórica para formular a doutrina cristã e estabelecer a experiência cristã normativa.29 Se pela hermenêutica pudermos demonstrar que o escritor bíblico está descrevendo um padrão de experiência cristã típico ou normativo para a Igreja do Novo Testamento, espera-se uma interpretação normativa na Igreja de hoje. Especificamente no tocante à questão da separabilidade, os estudiosos pentecostais acreditam que Lucas descreve em Atos um padrão em que o batismo no Espírito Santo é distinto da experiência da regeneração. Além disso, argumentam que os cristãos hodiernos podem esperar o mesmo padrão de experiência.
A Relevância dos Materiais Históricos na Bíblia
Estudiosos como Anthony A. Hoekema e John R. W. Stott adotam um ponto de vista contrário a essa posição pentecostal. Fazem uma distinção entre os materiais históricos e os didáticos, no Novo Testamento, e consideram diferentes o propósito e o emprego de cada tipo de material. Argumentam que o material histórico não passa de história mesmo, enquanto as matérias didáticas têm o propósito e a intenção de ensinar. Narrativas históricas como a de Lucas, em Atos dos Apóstolos, não têm nenhum propósito didático ou instrutivo. Por isso, diz Hoekma: "Quando dizemos... que queremos ser guiados pelas Escrituras pelo entendimento da obra do Espírito, devemos buscar essa orientação primariamente nas suas partes didáticas, mais que nas suas partes históricas". Segundo Stott, as matérias didáticas acham-se "mais exatamente nos ensinos de Jesus e nos sermões e escritos dos apóstolos, não nas partes puramente narrativas de Atos".30 Como consequência e de modo contrário à maioria dos pentecostais, Hoekema e Stott argumentam que as matérias históricas em Atos dos Apóstolos não podem ser usadas para formular doutrina e prática cristãs normativas.
Os que adotam a posição teológica de Hoekema e Stott asseveram que o processo de formular doutrinas e prática na base de matérias históricas é hermenêutica incorreta. Fee, embora pentecostal, diz também que esse procedimento faz parte de "um tipo de hermenêutica pragmática" que (segundo ele acredita) os pentecostais frequentemente empregam em lugar da "hermenêutica científica". Ele sustenta que esse procedimento é hermenêutica imprópria, porque não era intenção primária de Lucas ensinar que o batismo no Espírito Santo é distinto da conversão e subsequente a ela. Segundo Fee, o leitor de Atos deve considerar o padrão de separabilidade no relato de Lucas como "incidental" à intenção primária na narrativa. Referindo-se ao episódio em Samaria - o que ele considera o mais forte apoio aos pentecostais - Fee sugere que Lucas não estava "pretendendo ensinar algo distinto da conversão e subsequente a ela." 31
A questão inteira, portanto, gira em torno da intenção do autor. Por um lado, estudiosos como Hoekema, Stott e Fee sustentam que o autor neotestamentário, ao escrever matéria histórica, não pretende ensinar doutrinas e práticas normativas para a Igreja em todos os tempos. Dizem que os escritos históricos são "história descritiva da Igreja Primitiva" e que, nesta categoria, "não devem ser transformados em experiência normativa para a continuada existência da Igreja". Por isso, segundo Fee, o historiador Lucas mostra, a respeito do Espírito Santo, simplesmente o que era a experiência "normal" dos cristãos do século I. Qualquer "padrão recorrente da vinda (ou presença) do Espírito" revelado por Lucas pode se repetido. Ou seja, o modelo original de Lucas é "algo que faríamos bem em aplicar como padrão à nossa vida". Mesmo assim, tal padrão não deve ser imposto como "normativo" - com a injunção de "ser obedecido por todos os cristãos em todos os tempos e em todos os lugares". A posição de Fee baseia-se na sua crença de que a matéria histórica não tem valor didático, isto é, não visa a formulação de doutrina e experiência cristãs. 32
Por outro lado, estudiosos como Roger Stronstad e William W. Menzies desenvolvem argumentos sólidos em favor da posição oposta. Consideram bastante arbitrária a posição de Hoekema, Stott e Fee - de que a matéria histórica não tem valor didático. Stronstad reconhece que a obra de Lucas é narrativa histórica, mas nega a suposição de que esteja destituída de intenções instrutivas. Menzie concorda: "O gênero literário de Atos não é meramente histórico, mas também intencionalmente teológico". Ou seja, Lucas tinha a intenção de ensinar doutrina, prática e experiência cristãs. 33
Em defesa de seu argumento, Stronstad observa que "Lucas e Atos não são dois livros separados... Pelo contrário, são realmente duas metades de uma única obra, e devem ser interpretadas como uma unidade". A intenção de uma metade é compartilhada pela outra. Em seguida, esforça-se para demonstrar que o modo de Lucas desenvolver a sua matéria, tanto no seu evangelho quanto em Atos, indica intenção de ensinar doutrina e prática normativas. Lucas empregava suas origens documentárias e desenvolveu sua matéria de modo , semelhante aos historiadores veterotestamentários e interbíblicos. E assim fez, segundo Stronstad, "especificamente para introduzir temas-chaves teológicos" e "para estabelecer, ilustrar e reforçar aqueles temas mediante episódios históricos específicos". Stronstad continua a reforçar o seu argumento e acaba concluindo: "O propósito de Lucas era didático, de catequese ou instrução, e não meramente informativo, ao contar a história da origem e expansão do Cristianismo .
Estreitamente relacionada à intenção do autor está a questão de como os intérpretes atuais devem entendê-la. Surge aqui a relativa posição da hermenêutica científica e da pragmática. Fee sustenta que a pragmática pentecostal, que baseia doutrinas e experiências em precedentes históricos bíblicos, é contrária à "hermenêutica científica". A maioria dos intérpretes bíblicos reconhece, no entanto, que a boa hermenêutica não é científica ou pragmática, mas as duas coisas. Em sua obra-padrão, A. Berkeley Mickelsen escreve: "O termo 'hermenêutica' designa tanto a ciência quanto a arte da interpretação". Adverte contra "uma abordagem mecânica e racionalista" e diz: "A abordagem tipo regra mecânica à hermenêutica constrói ideias errôneas desde o início".35 A exegese científica só acompanha o intérprete até certo ponto. Depois, chega-se à altura em que certo grau de hermenêutica pragmática é necessário ao processo.
Certamente, quanto às advertências de Fee contra a pragmática que desconsidera ou rejeita a abordagem científica, pelo menos nesse aspecto merecem aceitação os seus conselhos.
Devemos notar, no entanto, que o relacionamento entre a hermenêutica científica e a pragmática é de tensões, e não de antíteses. Logo, a prática de transferir a precedência bíblica histórica em experiência normativa para a vida contínua da Igreja não pode ser rejeitada sem maior consideração, apenas por incluir um elemento de hermenêutica pragmática. Stronstadt acredita que essa prática realmente "relembra o princípio paulino de interpretar a narrativa histórica". Quando Paulo diz: "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça" (2 Tm 3.16), certamente inclui as narrativas de Gênesis bem como outros trechos históricos. Baseados nisso, a maioria dos pentecostais sustentam que a narrativa de Atos bem como os ensinos de Romanos são igualmente inspirados por Deus e proveitosos "para ensinar... para instruir em justiça".
Além disso, assim como Paulo acreditava que "tudo que dantes [isto é, no Antigo Testamento] foi escrito para nosso ensino foi escrito" (Rm 15.4), também os pentecostais acreditam que tudo que está registrado em Atos, nos evangelhos ou nas epístolas, tem o propósito de instruir.36 Há motivo suficiente, portanto, para concluir que Lucas pretendia ensinar a Teófilo um modelo que este podia considerar normativo para a formulação de doutrina, prática e experiência.
Os pentecostais não estão sozinhos na posição teológica quanto às narrativas históricas. I. Howard Marshall, evangélico não-pentecostal de destaque, propõe que Lucas era tanto historiador quanto teólogo. Sendo correta a opinião de Marshall, o material de Lucas, da mesma forma que o dos demais teólogos do Novo Testamento, é fonte válida para as normas de doutrina e prática cristãs. Menzies observa que há "um corpo crescente de erudição substancial que aponta na direção de uma nítida teologia lucana do Espírito em Lucas/Atos, apoiando o conceito da 'normatividade'". Gary B. McGee cita mais estudiosos com opiniões semelhantes a respeito da natureza teológica dos escritos de Lucas. Conclui: "Hermeneuticamente, portanto, os pentecostais fazem parte de uma linhagem respeitada e histórica de cristãos evangélicos que têm reconhecido legitimamente que Atos dos Apóstolos é um repositório vital de verdades teológicas". 37
Adotando essa posição, os pentecostais estudam os incidentes históricos narrados por Lucas, em Atos, onde os indivíduos evidentemente experimentam o batismo no Espírito Santo. Esse estudo revela que o batismo no Espírito era uma experiência distinta, às vezes claramente subsequente e sempre logicamente separável da regeneração. O material de Lucas, o teólogo, é reconhecido como origem doutrinária válida para a doutrina e experiência cristãs normativas. Conclui-se, portanto, que a experiência distinta e separável do batismo no Espírito Santo é normativa para a experiência cristã contemporânea. Donald A. Johns define essa posição:
A aplicação de princípios aceitos... apoiará a ideia de que ser batizado no Espírito Santo é algo distinto da conversão... A conversão envolve estabelecer um relacionamento com Deus; ser batizado no Espírito envolve a iniciação em um ministério poderoso e carismático. 38
Evidências do Batismo no Espírito
As evidências do batismo no Espírito Santo são parte central do debate contemporâneo. Tomadas em conjunto, as posições quanto à separabilidade e às evidências, determinam ou pelo menos influenciam a doutrina inteira do batismo no Espírito Santo. Esta seção estuda a questão das línguas39 como evidência física [ou exterior] inicial do batismo no Espírito Santo. Considera, também, outras evidências do batismo no Espírito na vida dos indivíduos.
Línguas como Evidência Física Inicial
A literatura teológica atual revela considerável diversidade de posições quanto ao falar em outras línguas. Porém, no que diz respeito às línguas como evidência inicial do batismo no Espírito Santo, as opiniões podem ser assim classificadas: (1) falar em outras línguas não é a evidência do batismo no Espírito Santo; (2) o batismo no Espírito Santo às vezes é evidenciado pelo falar em outras línguas; (3) o batismo no Espírito Santo é sempre acompanhado pela evidência inicial do falar em outras línguas. Assim como no caso da separabilidade, na questão das línguas como evidência inicial o que Atos dos Apóstolos demonstra como padrão e ensina como normativo é crucial.
O primeiro ponto de vista - que diz não serem as línguas evidência do batismo no Espírito Santo - é a opinião evangélica tradicional. Carl Henry articula essa posição teológica:
A presente controvérsia focaliza-se em grande medida na declaração dos carismáticos de que as línguas são evidência do batismo no Espírito... Esse ponto de vista não recebe nenhum apoio de colunas históricas da fé cristã como Lutero, Calvino, Knox, Wesley, Whitefield, Edwards, Carey, Judson e outros.
Bruner, em harmonia à sua convicção de que o batismo no Espírito Santo e a conversão cristã são a mesmíssima coisa, também nega que as línguas como evidência. Declara que a fé, conforme expressa na confissão "Jesus é Senhor", é a única evidência da vinda e presença do Espírito. 41
Os que adotam aquela primeira posição frequentemente fornecem um estudo extensivo das passagens relevantes neste assunto, em Atos dos Apóstolos. Hoekema reconhece três incidentes em Atos onde ocorreu o falar em outras línguas. No dia de Pentecostes, falar em outras línguas era "um dos três sinais milagrosos" do que ele chama de "o evento, que ocorreu de uma vez para sempre, sem poder ser repetido, do derramamento do Espírito Santo". "Os familiares de Cornélio realmente falaram em outras línguas depois de o Espírito ter caído sobre eles", reconhece Hoekema, mas "esse fato não demonstra que falar em outras línguas é prova do recebimento de um 'batismo no Espírito' depois da conversão". Semelhantemente, no caso dos discípulos efésios, "o fato de ter havido o falar em outras línguas... não serve para comprovar o seu valor como evidência do 'batismo no Espírito'", segundo Hoekma. Por quê? Porque "a vinda do Espírito sobre os discípulos efésios não era subsequente à conversão deles, mas simultânea". Observa também: "Há nove ocasiões registradas em Atos dos Apóstolos onde pessoas recebem a plenitude do Espírito Santo ou são cheias do Espírito Santo e não se menciona o falar em outras línguas". Ele conclui que o falar em outras línguas não é evidência do recebimento do batismo no Espírito Santo. 42
Depois da explicação dos casos em Atos, Bruner concorda com Hoekma. Segundo Bruner, a fé, e não as línguas, é tanto o meio quanto a evidência de se estar batizado no Espírito. 43
A segunda opinião diz que o falar em outras línguas é às vezes evidência do batismo no Espírito Santo. Essa posição teológica caracteriza alguns representantes do movimento carismático. Henry I. Lederle resume a grande variedade de opiniões entre os carismáticos. E faz uma declaração resumida daquilo que considera terem todas essas opiniões em comum: "A maioria dos carismáticos associam a renovação ou o batismo no Espírito com a manifestação dos carismas, que regularmente incluem o falar em outras línguas... Poucos carismáticos aceitam que a glossolalia seja a condição, essencial para o batismo no Espírito". 44
Lederle, portanto, reconhece a glossolalia (o falar em outras línguas) como um dos "aspectos legítimos da nossa fé apostólica", mas rejeita a doutrina das línguas como única evidência do batismo no Espírito Santo. Ele acredita que essa doutrina não possui "apoio explícito ou conclusivo" nas Escrituras. Lederle concorda com vários outros carismáticos, que "não há, em nenhum lugar do Novo Testamento, asseveração que defina a glossolalia como a única evidência". 45
A terceira opinião sobre as línguas como evidência do batismo no Espírito Santo é a posição teológica pentecostal tradicional. Os pentecostais usualmente sustentam que o falar em outras línguas é sempre a evidência física inicial dessa experiência especial. Realmente, como observa J. R. Williams: "Os pentecostais têm ressaltado especialmente o falar em línguas como a 'evidência inicial' do batismo no Espírito". A Declaração das Verdades Fundamentais das Assembleias de Deus afirma essa posição no tema número 8: "O batismo dos crentes no Espírito Santo é testemunhado pelo sinal físico inicial de falar em línguas conforme o Espírito de Deus lhes concede que falem (At 2.4)". Bruner tem razão ao observar: "E na maneira de entender a evidência dessa experiência subsequente que os pentecostais adotam uma posição isolada, e é essa evidência que destaca os seus defensores como pentecostais". 46
Os pentecostais acreditam que sua conclusão a respeito de serem as línguas evidência física inicial do batismo no Espírito Santo baseia-se nas Escrituras, especialmente em Atos dos Apóstolos. Nos três casos onde Lucas registra pormenores de como os indivíduos receberam o batismo no Espírito Santo, o falar em outras línguas fica claramente em evidência. No dia de Pentecostes, os 120 falaram em línguas - glossolalia - as quais não dominavam em circunstâncias normais (At 2.4). Declara Ralph M. Riggs: "Esse falar em outras línguas veio, então, a ser o sinal e evidência de que o Espírito Santo descera sobre os cristãos neotestamentários". Caso nítido é o incidente de Cornélio (At 10.44-46). Horton observa: "O Espírito ofereceu a evidência, e foi de um só tipo: 'Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus' (exatamente como em At 2.4,11). A terceira e última ocorrência é o episódio que envolve os discípulos em Éfeso (At 19.1-6). Howard Ervin comenta: "A natureza evidenciai da glossolalia aqui é fortemente ressaltada pelo comentário de que 'o falar em outras línguas com profecia era prova indubitável externa de que o Espírito Santo viera sobre esses 12 discípulos efésios desinformados'".
Exegetas competentes, inclusive a maioria dos estudiosos não-pentecostais, reconhecem sem hesitação que Lucas fala da manifestação sobrenatural das línguas nos três casos. Os estudiosos pentecostais sustentam, ainda, que Lucas revela um padrão nos três casos - uma experiência distintiva no Espírito, evidenciada pelo falar em línguas. Conforme declara J. R. Williams, nos três casos, "falar em outras línguas era evidência nítida de que o Espírito Santo havia sido outorgado". 47
Os pentecostais acreditam também que as línguas, semelhantemente, manifestaram-se nas demais ocorrências de batismo inicial, em Atos, apenas Lucas preferiu não repetir os detalhes. Os pentecostais sustentam, por exemplo, que os crentes samaritanos (At 8.4-24) falaram em línguas como os 120 no dia de Pentecostes, os da casa de Cornélio e os discípulos efésios. Ervin formula a pergunta óbvia: "O que Simão viu, que o convenceu de terem os discípulos samaritanos recebido o Espírito Santo mediante a imposição das mãos de Pedro e de João?" Ervin cita vários estudiosos não-pentecostais que confirmam a sua resposta. "O contexto justifica a conclusão de que esses convertidos samaritanos receberam o batismo no Espírito Santo depois da sua conversão, com a evidência provável do falar em outras línguas". F. F. Bruce parece concordar com isso, ao comentar a experiência dos samaritanos: "O contexto não deixa dúvida alguma de que o recebimento do Espírito foi acompanhado por manifestações externas, como as que haviam marcado a sua descida aos primeiros discípulos, no Pentecostes". Entre os estudiosos citados por Ervin está A. T. Robertson. Ele assevera que o texto, nesse caso, "demonstra claramente que os que receberam o dom do Espírito Santo falaram em línguas". 48
Os pentecostais sustentam que o falar em outras línguas era a experiência normal, esperada de todos os crentes neotestamentários batizados no Espírito Santo. Isto é, "a atividade primária consequente ao recebimento do Espírito Santo foi a de falar em línguas". Por causa disso, Lucas não via necessidade de ressaltar o falar em outras línguas cada vez que narrava uma nova ocorrência. Os leitores de Lucas deviam saber que os crentes falavam em outras línguas quando eram batizados no Espírito Santo. Por isso os pentecostais sustentam que não somente os convertidos samaritanos, mas também Paulo e outros que Lucas descreve, manifestaram a evidência inicial de falar em outras línguas. No caso de Paulo, ressaltam sua declaração aos coríntios de que falava em outras línguas (1 Co 14.18). Baseado nisso, Ervin apresenta um sólido argumento em favor de sua afirmação de que "Paulo também falava em outras línguas quando recebeu o dom pentecostal do Espírito Santo". 49
Resumindo: os pentecostais observam que, em alguns casos, Lucas descreve detalhadamente o batismo no Espírito Santo (os discípulos no dia de Pentecostes, Cornélio e os efésios). Em cada um desses casos, o falar em outras línguas é a evidência clara dessa experiência. Nos casos em que não menciona especificamente as línguas (por exemplo: os samaritanos e Paulo), estas eram manifestas, porém não havia necessidade de reiterar sempre os pormenores. Os pentecostais acreditam que o falar em línguas era a evidência inicial em todos os casos; sustentam que Lucas revelou um padrão consistente no período do Novo Testamento - uma experiência distintiva do batismo no Espírito Santo, separável da regeneração e evidenciada inicialmente pelo falar em outras línguas.50
Além disso, os pentecostais sustentam que os relatos de Lucas não somente revelam esse padrão, mas também ensinam que falar em outras línguas é normativo para a doutrina e prática cristãs. Isso significa que, no decurso da história da Igreja, sempre se esperou o falar em outras línguas como evidência inicial do batismo no Espírito Santo. Assim devem ser entendidas as narrativas em Atos porque, afinal de contas, Lucas escrevia não somente como historiador, mas também como teólogo. Descrevia a obra do Espírito Santo nos crentes e através dos crentes da era da Igreja. Embora os incidentes tenham ocorrido em âmbito histórico específico, nem por isso devemos negar o padrão como normativo à totalidade da era da Igreja. Afinal de contas, a era da Igreja é o período em que a presença do Espírito Santo precisa estar em evidência na vida dos crentes. Suam presença é necessária para operar através dos crentes, a fim de que possam levar a graça salvífica de Cristo àqueles que estão sem Deus. Concluindo: os pentecostais creem (1) que o batismo no Espírito Santo é a vinda daquela presença e poder especiais do Espírito e (2) a evidência inicial disso hoje, assim como em Atos dos Apóstolos, é o falar em outras línguas.
Outras Evidências do Batismo
É importante observar que, na interpretação pentecostal, o falar em línguas é somente a evidência inicial do batismo no Espírito Santo. Outras evidências da presença especial do Espírito vão seguindo na vida daqueles que o receberam.
Alguns escritores sugerem que o "fruto do Espírito" (Gl 5.22), ou seja, as qualidades do caráter cristão, seja a evidência contínua do batismo no Espírito Santo.
Por exemplo, num capítulo intitulado "Os Efeitos da Vinda do Espírito", J. R. Williams identifica "plenitude da alegria", "grande amor", "compartilhar" e "louvor contínuo a Deus" entre esses efeitos.51 Outro escritor pentecostal bem conhecido, Donald Gee, observa que a ideia do fruto do Espírito como evidência do batismo no Espírito Santo é um ensino "comum e popular". Mas nos adverte contra essa ideia: "O fruto do Espírito... é prova do nosso andar no Espírito... e não a prova de termos sido batizados no Espírito". Mesmo assim, no seu capítulo seguinte, Gee examina certas qualidades do caráter cristão como "marcas" ou evidências de "ter a plenitude do Espírito", que incluem: "testemunho transbordante", "quebrantamento e humildade", "um espírito ensinador" e "consagração". 52 O argumento de Ervin revela profundidade: "As Escrituras não coordenam o fruto do Espírito com os dons espirituais como evidências da plenitude do Espírito". Observa, no entanto: "Não negamos com isso que as consequências práticas da influência do Espírito Santo na vida do cristão são refletidas nos impulsos e aspirações santos que conduzem ao crescimento espiritual". 33
Por isso, os pentecostais geralmente sustentam que as qualidades do caráter cristão - ou o fruto do Espírito - não são evidências contínuas do batismo no Espírito mas podem e devem ser aumentadas entre aqueles que viveram a experiência.
Outra sugestão entre os escritores pentecostais é a de que várias manifestações carismáticas são evidências contínuas do batismo no Espírito Santo. Referindo-se aos dons espirituais, Gee comenta: "Posto que são manifestações do Espírito que neles habita, é fundamental que os que as exercem sejam cheios do Espírito na ocasião em que são exercidas".54 Ervin entende que as "manifestações dos carismas" são "evidência do poder do Espírito" e "da contínua plenitude do Espírito". Ele escreve: "O batismo no Espírito e a plenitude do Espírito são termos sinônimos, e uma dimensão carismática na experiência cristã é evidência da plenitude do Espírito Santo".55 J. R. Williams desenvolve ainda mais essa ideia num estudo da manifestação do dons na igreja em Corinto. Primeiro, enfatiza que "o contexto para os dons do Espírito era a experiência do derramamento do Espírito Santo". Para os cristãos em Corinto, "houve um derramamento abundante do Espírito, do qual todos tinham participado". Passa, então, a um paralelo entre a situação em Corinto e a renovação carismática contemporânea. Hoje, assim como na igreja em Corinto, a operação dos dons do Espírito significa que aqueles que manifestam os dons experimentaram um derramamento ou batismo no Espírito Santo. 56
A sugestão final para uma evidência contínua do batismo no Espírito Santo é a realidade do poder dinâmico do Espírito Santo na vida do participante. J. R. Williams observa que "o propósito central, ao ser outorgado o Espírito, é o poder capacitador mediante o qual o testemunho de Jesus pode ser levado adiante, tanto em palavras quanto em ações". Concorde, Ernest S. Williams identifica esse poder do Espírito como "a evidência principal" da "experiência pentecostal". 57
Disponibilidade do Batismo no Espírito Santo
Está o batismo no Espírito Santo à disposição dos crentes hoje ou só esteve disponível na era apostólica "Hoje!" é a resposta da maioria dos evangélicos - pentecostais e não-pentecostais igualmente.58 Com essa resposta, no entanto, cada grupo se refere a algo diferente. Por um lado, estudiosos como Hoekema, Bruner e Dunn aceitam o batismo no Espírito Santo como parte da realidade cristã, mas não como uma experiência separada da regeneração. Segundo esses estudiosos, o batismo no Espírito Santo meramente faz parte do tornar-se cristão - a que Dunn chama conversão-iniciação.59 Por outro lado, quando os estudiosos pentecostais dizem que o batismo no Espírito Santo está à disposição dos crentes hoje, estão insistindo na disponibilidade contemporânea de uma experiência separável e distinta, evidenciada pelo falar em outras línguas.
Um argumento baseado em 1 Coríntios 13.8-12 advoga a ideia de que a experiência pentecostal cessou no fim do período em que o Novo Testamento foi escrito. Alguns sustentam que, nesses versículos, Paulo ensina que a profecia, as línguas e o dom do conhecimento cessariam quando fosse completado o cânon do Novo Testamento. Paulo disse que os carismas "cessarão" (v. 8) "quando vier o que é perfeito [gr. teleion]" (v. 10) - quando então "veremos face a face" (v. 12). Tendo por base esse argumento, alguns negam o batismo pentecostal no Espírito Santo, com a evidência do falar em outras línguas, esteja disponível hoje. Paul Enns, por exemplo, escreve: "Quando foram completadas as Escrituras, já não havia necessidade de nenhum sinal autenticador... As línguas eram um dom que servia de sinal enquanto a igreja estava na sua infância (1 Co 13.10,11; 14.20)". 60
Os estudiosos pentecostais (e muitos não-pentecostais) refutam a ideia de que Paulo aqui esteja dizendo algo nesse sentido. W. Harold Mare demonstra por que posições teológicas como a de Enns são insustentáveis. A ideia da "cessação desses dons no fim do século I d.C", diz Mare, "é totalmente estranha ao contexto". Ervin reconhece: "Que esses três carismas chegarão ao fim, é claramente afirmado pelo texto. Mas quando cessarão, somente o poderemos deduzir do contexto". Ervin cita vários estudiosos que confirmam exegeticamente sua conclusão de que Paulo está antevendo a parousia, ou segunda vinda de Cristo, e não o encerramento do cânon.61 Além disso, nesses versículos, Paulo sequer está escrevendo a respeito do batismo no Espírito Santo. Suas declarações realmente têm pouca coisa (ou talvez nada) a ver com a questão da disponibilidade atual de uma experiência distintiva desse batismo.
A posição teológica pentecostal no tocante à disponibilidade do batismo no Espírito Santo evidenciado pelas línguas começa no dia de Pentecostes. Mais especificamente, com as palavras de Pedro: "Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" (At 2.39). Horton comenta a explicação de Pedro à multidão que ouvira os 120 falar em línguas sobre a profecia de Joel: "A maneira de Pedro considerar a profecia de Joel demonstra que esperava um cumprimento contínuo da profecia até ao fim dos 'últimos dias'". Horton demonstra que Pedro entendia que os últimos dias incluíam a totalidade da era da Igreja, a partir da ascensão de Jesus. "Fica claro, então, que o cumprimento da profecia de Joel não pode ser limitado ao dia de Pentecostes ou a qualquer outra ocasião". P. C. Nelson diz, simplesmente: "A todos os que estão longe' - isso inclui a nós". 62
Os pentecostais argumentam que a experiência de ser batizado no Espírito Santo é repetida distintivamente à evidência do falar em outras línguas posteriormente ao dia de Pentecostes. Em Atos dos Apóstolos indicam os outros quatro incidentes (convertidos samaritanos, Paulo, Cornélio e os discípulos efésios) estudados supra, especialmente estes últimos dois casos, em que as línguas estão claramente em evidência.63 Além disso, tratando-se da disponibilidade da experiência para hoje, os pentecostais lembram que, no século XX, a experiência distintiva, do tipo registrado em Atos, inclusive o falar em outras línguas, tem-se repetido na vida de milhões de pessoas por todo o mundo. Afinal de contas, argumenta Menzies, "não devemos considerar impróprio incluir experiências pessoais e relatos históricos à certa altura do processo de elaboração da teologia". A verdade bíblica "deve ser demonstrável na vida". Por essa razão, acrescenta Ervin, "é axiomático para os pentecostais que o batismo no Espírito Santo não seja limitado ao dia de Pentecostes ou ao fim da era apostólica. Acreditam ser o direito de nascença de todo cristão, e sua experiência confirma o fato".64 Os pentecostais, ao insistirem que a experiência de um batismo distintivo no Espírito Santo está à disposição dos crentes hoje, não estão sugerindo que os cristãos que não falam em línguas não têm o Espírito. O batismo no Espírito Santo é apenas uma das várias obras do Consolador. Convicção, justificação, regeneração, santificação: todas estas são obras do mesmo Espírito Santo. Cada uma dessas obras é distintiva, com uma única natureza e propósito. Se o indivíduo corresponde de modo positivo à obra do Espírito na convicção, ocorrem então a justificação e a regeneração. Naquele momento, o Espírito Santo passa a habitar no crente, e dali em diante é correto dizer que essa pessoa tem o Espírito. O batismo no Espírito Santo com a evidência inicial de falar em línguas pode ocorrer naquele mesmo momento ou em ocasião posterior - de conformidade com o padrão revelado em Atos dos Apóstolos. Em qualquer desses casos, a pessoa tem o Espírito habitando nela desde o momento da regeneração.
A confusão a respeito de se ter ou não o Espírito Santo deve-se à falta de compreensão de certos termos empregados por Lucas. Ao descrever e examinar o batismo no Espírito Santo, o autor sagrado emprega certas terminologias: "ficar cheio do Espírito Santo", "receber o Espírito Santo", "o Espírito Santo sendo derramado", "o Espírito Santo caindo sobre" e "o Espírito Santo vindo sobre".65 Estes termos não são tanto de contraste quanto simplesmente tentativas de descrever e enfatizar. Isto é, quando Lucas emprega esses termos, não está contrastando o batismo no Espírito Santo com a regeneração, como se dissesse que, na regeneração, o Espírito não vem, não é recebido ou não habita no crente. O Espírito realmente vem, é recebido e habita no crente, já na regeneração (Rm 8.9). Porém, ao empregar os termos, Lucas está simplesmente dizendo que o batismo é uma experiência especial, onde o crente pode "ser cheio" do Espírito ou "recebê-lo", ou pela qual o Espírito "cai" ou "vem sobre" as pessoas.
A terminologia de Lucas não confunde necessariamente a questão da disponibilidade de uma experiência distintiva do batismo no Espírito Santo. Conforme declara Riggs, os pentecostais insistem que "todos os crentes têm o Espírito, porém... todos os crentes, além de terem o Espírito, podem receber a plenitude ou o batismo no Espírito Santo". 66 O batismo no Espírito Santo é uma experiência incomparável e está à disposição do cristão convertido e regenerado, visando um propósito especial e específico.
O Propósito do Batismo no Espírito Santo
A derradeira questão relacionada à ideia do batismo no Espírito Santo é o propósito da experiência. Qualquer consideração do assunto deve indicar a razão dessa obra especial e a necessidade que visa cumprir.
Realmente, muitos cristãos não percebem nenhum propósito especial relacionado ao batismo no Espírito Santo, como obra distinta dos demais aspectos da conversão-iniciação. Bruner escreve: "O poder do batismo no Espírito Santo é, em primeiro lugar, um poder que nos une a Cristo". Segundo Hoekema, o batismo no Espírito simplesmente "significa a outorga do Espírito visando a salvação, às pessoas que não eram crentes no sentido cristão anterior a essa outorga". Não há "prova bíblica em favor do argumento de que o falar em outras línguas é uma fonte especial de poder espiritual", conclui Hoekema. 67
Dunn chega à mesma conclusão: "O batismo no Espírito... está primariamente introdutório". Concorda que é "somente de modo secundário uma experiência para revestir de poder". Segundo parece, para Dunn e os demais que adotam a sua posição, não sendo o batismo no Espírito Santo distinto da conversão, nenhum propósito há que não possa ser atribuído a qualquer crente, posto que o Espírito habita em todos os crentes.68
Já há muito tempo os pentecostais reconhecem a posição teológica acima como resultante de uma Igreja subdesenvolvida, na qual falta a qualidade dinâmica, experimental e capacitadora da vida cristã. J. R. Williams escreve: "Além de estar nascido no Espírito, que é o modo de começar a vida nova, também há a necessidade de ser [o crente] batizado no Espírito Santo, visando o transbordar dessa vida no ministério ao próximo".69
Fee, semelhantemente, considera que "a profunda insatisfação com a vida em Cristo sem a vida no Espírito" é exatamente o pano de fundo histórico do Movimento Pentecostal.70 Desde o início do século XX até ao presente, os pentecostais têm acreditado que a plena dinâmica do revestimento de poder pelo Espírito vem somente com a experiência especial e distintiva do batismo no Espírito Santo. Quando essa experiência deixa de ser normal na Igreja, esta fica destituída da realidade da dimensão poderosa da vida no Espírito.
Por isso os pentecostais acreditam que a experiência distintiva do batismo no Espírito Santo, tal como Lucas a descreve, é crucial para a Igreja contemporânea. Stronstad diz que as implicações da teologia de Lucas são claras: "Já que o dom do Espírito era carismático ou vocacional para Jesus e a Igreja Primitiva, assim também deve ter uma dimensão vocacional na experiência do povo de Deus hoje".71 Por quê? Porque a Igreja hoje, da mesma forma que a Igreja em Atos dos Apóstolos, precisa do poder dinâmico do Espírito para evangelizar o mundo de modo eficaz e edificar o corpo de Cristo. O Espírito veio no dia de Pentecostes porque os seguidores de Jesus "precisavam de um batismo no Espírito que revestisse de poder o seu testemunho, de tal maneira que outros pudessem também entrar na vida e na salvação".72 E, por ter vindo no dia de Pentecostes, o Espírito volta repetidas vezes, visando o mesmo propósito.
Segundo os pentecostais, o propósito dessa experiência é o elemento final e mais importante, que torna o batismo no Espírito Santo separável e distinto da regeneração. J. R. Williams comenta: " [Os pentecostais] insistem que além da salvação - e visando uma razão inteiramente diferente - há outra ação do Espírito Santo que equipa o crente para um serviço adicional".
A convicção, a justificação, a regeneração e a santificação são obras importantes do Espírito. Mas há "outro modo de operação, sua obra energizadora", que é diferente mas igualmente importante. Myer Pearlman declara: "A característica principal dessa promessa é o poder para o serviço, e não a regeneração para a vida eterna". O batismo no Espírito é "distinto da conversão", diz Robert Menzies, porque "desencadeia uma nova dimensão do poder do Espírito: é um revestimento de poder para o serviço". 73
Os pentecostais acreditam firmemente que o propósito primário do batismo no Espírito Santo é poder para o serviço. Leia Lucas 24.49 e Atos 1.8, onde o escritor sagrado registra as últimas instruções de Jesus aos seus seguidores: "Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas" (At 1.8). Os pentecostais creem que Ele se referia ao dia de Pentecostes, que estava por vir, quando os 120 seriam batizados no Espírito Santo. P. C. Nelson diz que os discípulos de Jesus receberam o Espírito Santo "como revestimento de poder, para capacitá-los a dar testemunho eficaz das grandes verdades salvíficas do Evangelho". Horton salienta que, "desde o dia de Pentecostes, vemos o Espírito Santo ativo na vida da Igreja... na obra de disseminar o Evangelho e estabelecer a Igreja".74 Os pentecostais acreditam que esse mesmo batismo incomparável está à disposição dos crentes hoje, visando o mesmo propósito: revesti-los de poder para o serviço.
Por reconhecerem os pentecostais a necessidade essencial do batismo no Espírito Santo e a importância do seu propósito, às vezes enfatizam exageradamente as línguas dadas como evidência. Os pentecostais mais instruídos, no entanto, reconhecem o perigo de semelhante exagero. Embora insistam numa experiência distintiva, evidenciada pelas línguas, persistem também na premissa de que o objetivo ulterior e mais importante é a evidência continuada - dinamicamente revestida pelo poder do Espírito.
Tanto os não-pentecostais quanto os pentecostais estão precavidos contra a ênfase exagerada às línguas e à separabilidade. J. Ramsey Michaels acredita que "existe um perigo na ideia pentecostal da 'evidência inicial' - ela pode reduzir o Espírito ao falar em línguas". Um antigo pentecos-, tal, E. S. Williams, demonstra uma preocupação semelhante: "Seria melhor não ressaltarmos exageradamente as línguas". E declara, corretamente: "O que é da máxima importância é 'o poder do alto'". Semelhantemente, Horton admoesta:
Reconheça-se... que o falar em línguas é apenas a evidência inicial do batismo no Espírito Santo...
Devemos realmente ter em mente que o batismo no Espírito não é uma experiência suprema... E apenas uma porta de entrada para um relacionamento crescente no Espírito.75
Fee expressa uma preocupação semelhante com o que considera um enfoque exagerado à subsequência. Ele afirma que a experiência pentecostal por si mesma é ideal para a Igreja hoje. Observa corretamente que a qualidade mais importante do "poderoso batismo no Espírito" é "a dimensão capacitadora da vida no Espírito", que, segundo ele, os pentecostais resgataram. 76
O que importa é que a experiência inicial, evidenciada pelo falar em outras línguas, é apenas a abertura para outras dimensões da vida no Espírito. Essa experiência inicial e distintiva "leva a uma vida de serviço em que os dons do Espírito fornecem poder e sabedoria para a disseminação do Evangelho e o crescimento da Igreja". 77
As pessoas batizadas no Espírito e revestidas pelo seu poder afetam o restante do corpo de crentes. Menzies afirma que "o batismo no Espírito Santo fica sendo a entrada para um modo de adoração que abençoa os santos de Deus reunidos. Esse batismo é a entrada para os numerosos ministérios no Espírito, chamados dons do Espírito, inclusive muitos ministérios espirituais". 78
Concluindo, o propósito do batismo no Espírito Santo a dimensão contínua da vida revestida pelo poder do Espírito - torna a experiência suficientemente importante para ser conhecida, compreendida e compartilhada. Não seja o falar em línguas o propósito ulterior ou a razão pela qual a experiência deve ser desejada, mas sim a necessidade do poder sobrenatural para testemunhar e servir. A necessidade ulterior é que cada membro do corpo de Cristo receba esse revestimento de poder a fim de que a Igreja possa operar na plena dimensão da vida no Espírito.
O Recebimento do Batismo no Espírito Santo
Há uma última pergunta neste estudo a respeito do batismo no Espírito Santo. Como recebemos essa experiência especial? E há algumas questões correlatas. Existem condições prévias para recebermos o batismo no Espírito Santo? Caso positivo, quais são? Além disso, se tais condições são impostas após a regeneração, acabam sendo exigências adicionais à fé?
São várias as opiniões sobre as condições prévias para o recebimento do batismo no Espírito Santo. Em linguagem simples, os pentecostais sustentam que a única condição prévia para essa experiência é a conversão e a única exigência é a fé. "O Espírito Santo vem àqueles que creem em Jesus Cristo", diz J. R. Williams. Horton declara que "a única condição prévia para se receber a promessa do Pai é o arrependimento e a fé". Menzies acrescenta: "A experiência é descrita como um dom (At 10.45) e, portanto, não é de modo algum conseguida por merecimento. O dom é recebido pela fé ativa e obediente". 79
Note a classificação que Menzies coloca no fim da declaração - "fé ativa e obediente". Quando considerada cuidadosamente, a condição da fé subentende condições ou atitudes correlatas. Nesse contexto, Menzies emprega os termos "ativa" e "obediente". Os pentecostais usualmente focalizam a oração, a submissão e a atitude de expectativa.
Declara J. R. Williams: "A oração... nos seus muitos aspectos de louvor, ação de graças, confissão, súplica e dedicação... é o contexto ou atmosfera em que o Espírito Santo é outorgado". Explica também que "a obediência está no âmago da fé, e é somente pela fé que o Espírito Santo é recebido". A obediência inclui uma atitude geral de obediência a Deus bem como a todo e qualquer mandamentos do Senhor. A submissão é um aspecto especial da obediência. Os pentecostais acreditam que o batismo no Espírito Santo ocorre numa atmosfera de total entrega - ou submissão - ao senhorio de Jesus Cristo. Finalmente, J. R. Williams observa a importância da expectativa do recebimento do Espírito Santo. Aqueles que pouca coisa esperam recebem "pouca coisa, ou talvez nada... Mas aqueles que têm a expectativa de receber tudo quanto Deus tem para dar... aqueles que têm ardente esperança - é a eles que Deus se deleita em abençoar".80
Os pentecostais não consideram incomum a ideia de que existam condições para o recebimento do batismo no Espírito Santo. Outros, no entanto, sugerem que quando ligada às noções pentecostais da separabilidade e da subsequência, essa ideia assume uma conotação bem diferente. Bruner, por exemplo, concorda que existem condições prévias para o batismo no Espírito Santo, mas em nada diferentes das exigidas para alguém se tomar cristão. Ele acredita que a posição pentecostal da separabilidade subentende condições para o batismo no Espírito Santo que excedem as necessárias para a salvação. Se os crentes não são batizados no Espírito Santo na ocasião em que se tornam cristãos, devem existir, portanto, exigências "além da fé simples que recebe a Cristo". Bruner defende a opinião de que "a doutrina das condições para o batismo no Espírito Santo" explica, para o pentecostal, "por que o batismo no Espírito não pode usualmente acompanhar a fé inicial". 81
A essa altura, Bruner declara: "O protestante é obrigado não simplesmente a analisar o Movimento Pentecostal, mas também criticá-lo". E repudia a noção pentecostal de que as condições para se tornar cristão são "seguidas pelo cumprimento das condições para o recebimento do batismo no Espírito". Para Bruner, isto significa que, depois de alguém tornar-se cristão, há mais uma dose "incomum de obediência e de fé". Para receber o batismo no Espírito Santo é necessário cumprir alguma condição prévia de "obediência e fé totais". Ele rejeita a ideia de que ser batizado no Espírito Santo requeira algo "adicional à fé simples que aceita a Cristo". 82
Os pentecostais explicam: embora essas condições prévias para receber o batismo no Espírito Santo sejam necessárias após a regeneração, não são acréscimos às condições para a salvação. Nesse contexto, repetimos a declaração de Horton, já citada: "A única condição prévia para se receber a promessa do Pai é o arrependimento e a fé", 83 exatamente o exigido para alguém se tornar cristão. "Idealmente, a pessoa deve receber o revestimento de poder imediatamente após a conversão", escreve Pearlman.84 Significa que, no momento da conversão, o crente cumpriu as condições para o batismo no Espírito Santo. J. R. Williams acrescenta: "As condições que acabamos de mencionar são melhor entendidas, não como exigências adicionais além da simples fé, mas como expressões dessa fé".85 Em outro contexto, emprega os termos "contexto" e "atmosfera" para transmitir a ideia de "expressões da fé": a "atmosfera da oração", o "contexto da obediência", uma "atmosfera de entrega" e uma "atmosfera de expectativa".86
Não se tratam, portanto, de condições nem exigências acrescentadas àquelas necessárias para a salvação. A fé, a oração, a obediência, a entrega e a expectativa meramente produzem o contexto - ou atmosfera - em que o batismo no Espírito Santo é recebido. Assim, pode ocorrer na mesma ocasião da regeneração, como no caso de Cornélio (At 10.44-48), ou num momento, como no caso dos samaritanos (At 8.14-19).
Uma última explicação é necessária quanto ao batismo no Espírito Santo. Posto ser a única condição prévia a conversão e a única exigência a fé, é importante enfatizar que cada verdadeiro crente em Cristo é candidato a essa experiência. Os pentecostais acreditam que cada crente deve receber esse revestimento de poder especial para o serviço cristão. Por exemplo, a declaração doutrinária das Assembleias de Deus a respeito do batismo no Espírito Santo começa assim: "Todos os crentes têm direito à promessa do Pai e devem aguardá-la ardentemente e buscá-la com sinceridade... Juntamente com ela vem o revestimento de poder para a vida e para o serviço".87 Não basta ler a respeito da experiência em Atos dos Apóstolos. Nem é suficiente reconhecer como sã essa doutrina e saber que a experiência é para os cristãos hoje. Se a Igreja tiver operando dentro dela a dimensão dinâmica da vida no Espírito, os crentes individuais deverão receber pessoalmente esse batismo no Espírito Santo.
Conclusão
A Igreja contemporânea está examinando novamente a doutrina do batismo no Espírito Santo. A persistência e crescimento do Movimento Pentecostal são, em grande medida, o motivo por detrás do interesse renovado por essa doutrina. E, seja qual for a ideia que cada um faz desse movimento, todos concordam que há muito chegou a hora de se focalizar a atenção na Pessoa e obra do Espírito Santo. Carl Henry observa: "Negligenciar a doutrina da obra do Espírito... cria uma igreja confusa e incapacitada".88
E essencial que haja mais acontecimentos no debate da doutrina do batismo no Espírito Santo. Por enquanto, o Movimento Pentecostal do século XX tem conseguido restaurar a dimensão experimental da presença dinâmica do Espírito a um segmento relevante da Igreja. Os pentecostais acreditam que a recuperação da doutrina e experiência do batismo no Espírito Santo é comparável à recuperação, pela Reforma, da doutrina da justificação pela fé. Até mesmo Dunn, que discorda de boa parte da doutrina pentecostal, espera que "a importância e o valor da ênfase pentecostal não se percam de vista nem sejam desconsiderados". 89
Os estudiosos do Novo Testamento acham difícil negar biblicamente a validade de uma experiência dinâmica e incomparável como o batismo no Espírito Santo. Dunn declara: "È óbvio que, em Atos dos Apóstolos, receber o Espírito era uma experiência muito vívida e 'concreta'".90 Os pentecostais acreditam que não há motivo para a mesma coisa não acontecer hoje. Além disso, testificam que realmente vivem essa mesma experiência, de modo vívido e concreto. Semelhante experiência infunde à Igreja hoje uma qualidade dinâmica de vida espiritual que era normal para a Igreja do Novo Testamento. 91
O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO - GRANDES DOUTRINAS - Raimuno de Oliveira - CPAD
O evento do batismo com o Espírito Santo não deveria surpreender, nem confundir os estudantes das Escrituras, pois é uma bênção já prometida, relacionada com o plano divino da salvação em Cristo, predito por Joel, Isaias, João Batista e Jesus (Act 2.16-18; Is 44.3; Mt 3.11; Jo 14.16,17).
1. O Dia de Pentecoste
O dia de Pentecoste foi um dia singular para a Igreja e continua sendo; é que nesse dia aprouve a Deus, por inter-cessão de Jesus Cristo, enviar o Espírito Santo, a ocupar no mundo e de forma mais precisa, no seio da Igreja, uma posição sem paralelo em toda a história da humanidade. Nesse dia cerca de cento e vinte frágeis discípulos de Jesus foram cheios do Espírito Santo e dotados do poder de testemunhar do Evangelho.
Como resultado da experiência do Pentecoste, Pedro pregou com tal autoridade, que cerca de três mil preciosas almas se renderam aos pés de Jesus. Com autoridade sobrenatural acusou os seus ouvintes judeus de haverem entregue à morte o Filho de Deus, e exortou-os a se arrependerem de seus pecados. Isto disse como prelúdio, para logo informar-lhes de que a conversão a Cristo resultaria em receberem a mesma experiência que observavam, com sinais poderosamente evidentes (Act 2.14-41). Atente com interesse para este fato. Pedro proclamou ter a promessa do batismo com o Espírito referência a todos os homens e não somente àqueles que constituíam a assembléia ali reunida.
2. Para Quem é a Promessa?
"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar" (Act 2.38,39). De acordo com estas palavras de Pedro, note a extensão e alcance da promessa do batismo com o Espírito Santo:
1° A promessa é para vós - os judeus ali presentes, representando os demais compatriotas, isto é, a nação com a qual Deus fizera a antiga aliança.
2° Para os vossos filhos -os que existiam então e as gerações sucessivas.
3° Para todos os que ainda estão longe,isto é, para quantos o Senhor nosso Deus chamar - para todos, universalmente, para os gentios e para qualquer indivíduo que responda à chamada de Deus, através do Evangelho para a salvação em .Cristo.
A promessa de Atos 2.39 indica que a gloriosa experiência do batismo com o Espírito Santo foi designada por Deus para todos os crentes, desde o dia de Pentecoste até o fim da presente dispensação.O enchimento do Espírito Santo, assinalado pelo falar noutras línguas, como aconteceu no dia de Pentecoste, deveria ser o modelo para essa experiência, para qualquer indivíduo, através da dispensação da Igreja.
3.À Natureza Deste Batismo
Várias palavras e expressões são usadas na Bíblia para simbolizar e descrever a vinda do Espírito Santo aos crentes, e seu ministério através destes. Algumas dessas expressões, são:
a) Derramamento
Esta expressão das Escrituras é usada freqüentemente para designar a vinda do Espírito Santo à vida do crente. O sentido original da palavra se refere à comunicação de alguma coisa vinda do céu, com grande abundância..(Jl 2.28,29).
b) Batismo
O recebimento do Espírito Santo é figurado como batismo: uma total, gloriosa e sobrenatural imersão do Divino Espírito, o que revela a maneira gloriosa como o Espírito Santo envolve, enche e penetra a alma do crente. Assim todo o nosso ser se torna saturado e dominado com a presença refrigeradora de Deus, pelo seu Espírito Santo.
c) Enchimento
Quando o Espírito veio sobre os discípulos no cenáculo, foram cheios do Espírito. Evidenciaram estar cheios, a ponto de parecerem estar "embriagados" (Act 2.3).
Esse enchimento não se deu em gotas, caídas como que através dum crivo. Não. No Pentecoste a plenitude do Espírito os encheu inteiramente, de tal modo que andavam de um lado para outro, falando em novas línguas.
4. Evidência do Batismo com o Espírito Santo
Todos os casos de batismos com o Espírito Santo relatados no livro de Atos, constituem uma sólida base para a afirmação de que o falar em línguas estranhas é a evidência física inicial de que o crente foi batizado com o Espírito Santo. Detenhamo-nos um pouco em analisar os cinco casos distintos como são apresentados no referido livro.
a) No Dia de Pentecoste
"E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (Act 2.4). Esta foi a primeira manifestação do Espírito Santo, após Jesus ter dito: "...e vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias" (Act 1.5). A demonstração comum ou evidência física inicial de que todos os presentes no cenáculo foram cheios do Espírito Santo, foi que todos falaram em línguas estranhas; línguas que não haviam aprendido, faladas, portanto, pela operação sobrenatural do Espírito Santo.
b) Entre os Crentes Samaritanos
"Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram lá Pedro e João, os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo. (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus). Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo" (Act 8.14-17).
Ainda que o texto bíblico citado não mostre explicitamente que os samaritanos hajam falado em línguas estranhas como evidência do batismo com o Espírito Santo, estudiosos das Escrituras são da opinião de que eles tenham falado em línguas; pois, se não houvesse a manifestação das línguas, como os apóstolos teriam notado a diferença entre eles antes e depois da oração com imposição de mãos?Lucas diz que "Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro..."(Act 8.18). Simão não seria suficientemente tolo a ponto de propor dinheiro para adquirir poderes para realizar operações espirituais abstratas. Ele almejava poderes para operar fenômenos como os que ele via e ouvia naquele momento.
c) Sobre Saul em Damasco
"E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo, e logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado" (Act 9.17,18). Também no caso de Saulo, o texto bíblico não diz explicitamente que ele tenha falado em línguas, porém diz que ele foi cheio do Espírito. Ora, se é válido admitir que ele foi cheio do Espírito Santo naquele momento, por que, então, duvidar que ele haja falado em línguas? Do punho do próprio Paulo lemos as seguintes palavras: "Dou graças a Deus,.porque falo mais línguas do que vós todos" (1 Co 14.18).
d) Em Casa do Centurião Cornélio
"E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus" (Act 10.44-46). Foi a ênfase dada por Pedro e seus companheiros a que os gentios em Cesaréia haviam recebido o dom do Espírito Santo, tal qual eles no dia de Pentecoste, que apaziguou os ânimos dos apóstolos em Jerusalém, de sorte que disseram: "Na verdade até aos gentios deu Deus arrependimento para a vida!"(Act 11.18).
e) Sobre os Discípulos em Êfeso
"E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam" (Act 19.6). Observe: vinte anos após o dia de Pentecoste, o batismo com o Espírito Santo ainda era acompanhado com a evidência inicial de falar línguas estranhas. Esta evidência satisfazia não só a um dos requisitos da doutrina apostólica quanto à manifestação do Espírito Santo, como também cumpria a promessa de Jesus: "Estes sinais seguirão aos que crêem: ...falarão novas línguas" (Marc 16.17). Crisóstomo, um dos grandes mestres da Igreja antiga, afirmou, muitos anos após os dias de Paulo: "Quem quer que fosse batizado nos dias apostólicos, logo falava línguas: recebiam eles o Espírito Santo".
IV. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO
Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do Espírito Santo, apresentados pelo apóstolo Paulo" (1 Co 12.11) como agentes de poder e de vitória desta mesma Igreja.
O professor Antônio Gilberto define dons do Espírito Santo como sendo "uma dotação ou concessão especial e sobrenatural de capacidade divina para serviço especial da execução do propósito divino para a Igreja e através dela". Em resumo - "é uma operação especial e sobrenatural do Espírito Santo por meio do crente". Numa definição mais resumida, Stanley Horton define os dons do Espírito Santo como sendo "faculdades da pessoa divina operando no homem".
1.Os Dons do Espírito Santo em 1 Coríntios
Escreve o apóstolo Paulo que “... a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo Espírito, fé; e a outro no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operação de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las" (1 Co 12.8-10).
Vale ressaltar que os dons são do Espírito Santo e não daqueles através dos quais eles operam. A torneira não pode dizer de si mesma: "Eu produzo água", pois seria uma inverdade. Quem produz água é a fonte. A torneira é apenas o canal através do qual a água flui.Os dons são do Espírito Santo, e, através deles, o Espírito opera em quem quer, como quer, quando quer e onde quer, com a finalidade precípua de edificar a Igreja, o corpo vivo de Cristo.
2.Classificação dos Dons Espirituais
Para melhor apresentação dos dons do Espírito Santo, alguns estudiosos têm usado classificá-los da seguinte maneira:
a) Dons de Revelação:
• Palavra do conhecimento
-
Palavra da sabedoria
-
Discernimento de espíritos
b) Dons de Poder:
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Dons de curar
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Operação de milagres
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Fé
c) Dons de Inspiração:
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Variedade de línguas
-
Interpretação das línguas
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Profecia
Frank M. Boyd declarou que "a menos que os dons do Espírito sejam claramente definidos e cuidadosamente classificados em primeiro lugar, seu propósito não será entendido e podem ser mal usados; a glória do Senhor pode ser roubada; e a Igreja pode deixar de receber grandes benefícios que esses dons devem trazer".
3. Dons de Revelação
Os dons de revelação são não somente necessários, mas igualmente indispensáveis àqueles que cuidam do governo e orientação da Igreja do Senhor Jesus Cristo na terra. Desde os mais remotos tempos do Antigo Testamento, esta categoria de dons esteve em evidência no ministério de juízes, sacerdotes, reis e profetas condutores do povo de Israel.
a) Palavra do Conhecimento
Este dom tem sido definido como sendo a revelação sobrenatural dalgum fato que existe na mente de Deus, mas que o homem, devido às suas naturais limitações, não pode conhecer, a não ser que o Espírito Santo lhe revele. Exemplos da manifestação deste dom são encontrados nos ministérios de Samuel, Eliseu, Aías, Jesus, Pedro e Paulo (1 Sm 9.15,20; 10.22; 2 Rs 5.20,26; 6.8; 1 Rs 14.6; Jo 1.48; 4.18; Lc 19.5; Mt 16.23; Act 5.3,4). Através deste dom, segredos do mais profundo do coração são revelados, enquanto que obstáculos ao desenvolvimento da Igreja são manifestos, e desmascarada toda e qualquer hipocrisia. Este dom é de grande importância para o ministério ordinário da Igreja, pois pode apontar os maus obreiros, possíveis candidatos ao ministério cristão.
b) Palavra da Sabedoria
Este dom é uma palavra (uma proclamação, uma declaração) de sabedoria, dada por Deus através da revelação do Espírito Santo, para satisfazer a necessidade de solução urgente dum problema particular. Não se deve confundi-lo, portanto, com a sabedoria num sentido amplo e geral. Não depende da habilidade cultural humana de solucionar problemas, pois é uma revelação do conselho divino. Nos domínios do ministério cristão, este dom se aplica tanto ao ensino da doutrina bíblica, quanto à solução de problemas em geral.
c) Discernimento de Espíritos
Através deste dom, Deus revela ao crente a fonte e o propósito de toda e qualquer forma de poder espiritual. Através dele o Espírito Santo revelou a Paulo que tipo de espírito operava na jovem de Filipos, (Act 16.18) e fez Paulo resistir a Elimas, condenando-o à cegueira (Act 13.11). Note que não se trata do "dom" de julgar ou fazer juízo doutras pessoas.Este é sem dúvida um dos dons de maior valia para o ministro nos dias hodiernos, pois, em meio a tanta contrafação e imitação nos domínios da fé e da religião, o obreiro a quem falte este dom, estará em apuros, pondo em risco a integridade da doutrina e da segurança do rebanho que Deus lhe confiou.
4. Dons de Poder
Os dons de poder formam o segundo grupo dos dons do Espírito Santo, e existem em função do sucesso e do cumprimento da grande comissão dada por Jesus Cristo. Como o Evangelho é o poder de Deus, é natural que tenha a sua pregação confirmada com sinais e maravilhas sobrenaturais, que ratificam esse Evangelho e lhe dão patente divina.
a) Dons de Curar
No grego o dom (curar), como o seu efeito, está no plural, o que dá a entender que existe uma variedade de modos na operação deste dom. Assim, um servo de Deus pode não ter todos os dons de curar, e, por isso, às vezes, muitos não são curados por sua intercessão. Por exemplo, Paulo orou pelo pai de Públio, que se achava com febre e desinteira, na ilha de Malta, e Jesus o curou (Act 28.8), porém foi forçado a deixar o seu amigo Trófimo doente em Mileto (2 Tm 4.20). Como são diferentes os tipos de enfermidades, é evidente que há um dom de cura para cada tipo de enfermidade: orgânica, psicossomática ou de patogenia espiritual.
b) Operação de Milagres
Ambas as palavras aparecem no original grego, no plural, o que sugere que há uma variedade de modos de milagres e de atos de poder. Por milagres ou maravilhas, entende-se todo e qualquer fenômeno que altera uma lei preestabelecida. "Milagres" e "Maravilhas" são plurais da palavra "poder" em Atos 1.8, que significa: atos de poder grandiosos, sobrenaturais, que vão além do que o homem pode ver.A operação de milagres só acontece em relação às operações de Deus (Mt 14.2; Marc 6.14; Gl 4.5; Fp 3.21) ou de Satanás (2 Ts 2.7,9; Ef 2.2). Nesses atos de poder de Deus que infligem derrota a Satanás, poderíamos incluir o juízo de cegueira sobre Elimas, o mágico (Act 3.9-11) e a expulsão de demônios.
Também pode ser classificado como milagre o resultado da operação divina na cura de determinadas enfermidades, para as quais ainda não existe remédio, como por exemplo: certos tipos de câncer, alguns tipos de cegueira, surdez, mudez, e determinados tipos de paralisia, etc.
c) Fé
O dom da fé envolve uma fé especial, diferente da fé para salvação, ou da fé que é mostrada por Paulo como um dos aspectos do fruto do Espírito em Gaiatas 5.22. O dom da fé traduz uma fé especial e sobrenatural, verdadeiro apelo a Deus no sentido de que Ele intervenha, quando todos os recursos humanos se têm esgotado. Foi este o tipo de fé com o qual foram dotados os grandes heróis mostrados na galeria de Hebreus 11.
5. Dons de Inspiração
Este é o terceiro e último grupo dos nove dons do Espírito Santo registrados pelo apóstolo Paulo no capítulo 12 da sua primeira epístola aos Coríntios. Ao contrário dos dois primeiros grupos de dons, em geral exercidos pelo ministério responsável pela administração da Igreja, este último grupo tem se feito experiência comum para os crentes em geral.
a) Variedade de Língua
Variedade de línguas é a expressão falada e sobrenatural duma língua nunca estudada pela pessoa que fala; uma palavra anunciada pelo poder do Espírito Santo, não compreendida por quem fala, e usualmente incompreensível para a pessoa que a ouve. Nada tem a ver com a facilidade de assimilar línguas estrangeiras (poliglotismo); tampouco tem a ver com o intelecto. É a manifestação da mente de Deus por intermédio dos órgãos da fala do ser humano (glossolália).
b) Interpretação das Línguas
O dom de interpretação de línguas é o único dos nove dons espirituais cuja existência ou função, depende de outro dom - a variedade de línguas. Conseqüentemente, não havendo o dom de variedade de línguas, não pode haver a interpretação de línguas."Interpretação" aqui não é a mesma coisa que tradução. A interpretação geralmente alonga-se mais que a simples tradução.O dom de interpretação de línguas revela o poder, a riqueza, a soberania e a sabedoria de Deus. Por certo que este dom não implica em que haja algum tipo de conhecimento do idioma por parte do intérprete.A interpretação de línguas é em si mesma um dom tão miraculoso quanto o é o próprio dom de variedade de línguas.
c) Profecia
A profecia é uma manifestação do Espírito de Deus e não da mente do homem, e é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso (1 Co 12.7). Embora o dom da profecia nada tenha a ver com os poderes normais do raciocínio humano, pois é algo muito superior, isso não impede que qualquer crente possa exercitá-lo: "Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos aprenderem e serem consolados" (1 Co 14.31). Ainda que nalguns casos o dom da profecia possa ser exercido simultaneamente com a pregação da Palavra, é evidente que esse dom é dotado de um elemento sobrenatural, não devendo, portanto, ser confundido com a simples habilidade de pregar o Evangelho."Edificação", "exortação" e "consolação" são os três elementos básicos da profecia, e a razão de ser e de existir desse dom. Portanto, a profecia não deve ser exercida com propósito governativo da igreja local.
At 2:1-47 - W. W. Wiersbe Expositivo - Poder do Céu! Atos 2
Não vamos transformar o mundo pela crítica nem pela conformidade, mas sim pela combustão dentro de vidas inflamadas pelo Espírito de Deus", declarou Vance Havner com toda razão.
A Igreja primitiva não tinha nada do que consideramos essencial para o sucesso hoje - propriedades, dinheiro, influência política, status social -, no entanto, ganhou multidões para Cristo e viu a implantação de inúmeras igrejas por todo o mundo romano. Isso se deu pelo poder do Espírito Santo que capacitava seu ministério. Os primeiros cristãos eram pessoas "inflamadas pelo Espírito de Deus".
Esse mesmo poder do Espírito Santo encontra-se a nossa disposição hoje para nos tornar testemunhas mais eficazes de Cristo. Quanto melhor entendermos a forma como o Espírito operou em Pentecostes, mais capazes seremos de nos relacionar com ele e de experimentar seu poder. O ministério do Espírito é glorificar a Cristo na vida e no testemunho do cristão (Jo 16:14), e é isso o que importa. Atos 2 nos ajuda a entender o Espírito Santo mediante o registro de quatro experiências na vida da Igreja.
A Igreja esperando pelo Espírito (At 2:1)
Pentecostes significa "qüinquagésimo", pois se refere a uma festa realizada cinqüenta dias depois da Festa das Primícias (Lv 23:15-22). O calendário das celebrações de Israel em Levítico 23 é um esboço do ministério de Jesus Cristo. A Páscoa retrata sua morte como Cordeiro de Deus (Jo 1:29; 1 Co 5:7), e a Festa das Primícias representa sua ressurreição dentre os mortos (1 Co 15:20-23).
Cinqüenta dias depois da Festa das Primícias, observava-se a Festa de Pentecostes, que retrata a formação da Igreja. Em Pentecostes, os judeus comemoravam a entrega da Lei, mas os cristãos comemoram a dádiva do Espírito Santo à Igreja.
A Festa das Primícias era celebrada no dia seguinte ao shabbath após da Páscoa, ou seja, sempre no primeiro dia da semana (o shabbath é o sétimo dia). Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana e se tornou "as primícias dos que dormem" (1 Co 15:20). Uma vez que Pentecostes era comemorado cinqüenta dias depois - sete semanas e mais um dia -, então também era observado no primeiro dia da semana. Os cristãos reúnem-se para adorar no domingo, o primeiro dia da semana, porque nesse dia o Senhor ressuscitou e, também, nesse dia a Igreja recebeu o Espírito Santo.
Na Festa das Primícias, o sacerdote movia um feixe de grãos diante do Senhor, mas em Pentecostes apresentava dois pães. Em Pentecostes, o Espírito Santo batizou os cristãos e os uniu em um só corpo. Os cristãos judeus receberam esse batismo em Pentecostes, e os cristãos gentios, na casa de Cornélio (At 10), daí os dois pães apresentados pelo sacerdote (ver 1 Co 10:17). O fato de os pães serem levedados (conterem fermento) indica a presença do pecado na Igreja, enquanto ela se encontra na Terra. A Igreja só será aperfeiçoada quando chegar ao céu.
Não se deve concluir que os milagres de Pentecostes foram decorrentes da reunião de oração que durou dez dias, nem que devemos orar como eles fizeram a fim de experimentar "outro Pentecostes". Assim como a morte de Cristo no Calvário, Pentecostes foi um acontecimento definitivo que não se repetirá. A Igreja pode ficar novamente cheia do Espírito e, sem dúvida, a oração perseverante é um elemento essencial do poder espiritual, mas assim como não é cabível pedir outro Calvário, também não se deve pedir outro Pentecostes.
2. A Igreja adorando ao Senhor (At 2:2-13)
Ao estudar os acontecimentos relacionados a Pentecostes, é importante separar os elementos essenciais dos secundários. O Espírito veio, e o povo ouviu o som de um vento impetuoso e viu línguas de fogo. O Espírito batizou e encheu os cristãos, e eles falaram enquanto louvavam a Deus em várias línguas. O Espírito deu poder a Pedro para pregar e tocou o coração dos ouvintes, de modo que três mil dentre os presentes creram em Cristo e foram salvos. Vejamos agora cada um desses ministérios.
O Espírito veio (w. 2, 3). O Espírito Santo já estava operando antes de Pentecostes e havia se mostrado ativo na criação (Gn 1:1, 2), na história do Antigo Testamento (Jz 6:34; 1 Sm 16:13) e na vida e ministério de Jesus (Lc 1:30-37; 4:1, 14; At 10:38). Duas coisas, porém, não seriam mais as mesmas: (1) o Espírito passaria a habitar nas pessoas, não apenas a vir sobre elas; e (2) sua presença seria permanente, não apenas temporária (Jo 14:16, 17). O Espírito não poderia ter vindo antes, pois era essencial que Jesus morresse, ressuscitasse e voltasse ao céu, a fim de que o Espírito fosse concedido (Jo 7:37-39; 16:7ss). Convém lembrar a seqüência do calendário judaico em Levítico 23: Páscoa, Primícias e Pentecostes.
A vinda do Espírito foi acompanhada de três sinais maravilhosos: o som de um forte vento, línguas de fogo e os cristãos louvando a Deus em várias línguas. Tanto no hebraico quanto no grego, a palavra usada para Espírito também significa "vento" (Jo 3:8). O povo não sentiu o vento, mas sim ouviu seu som. É provável que os cristãos estivessem no templo quando isso aconteceu (Lc 24:53). O termo casa em Atos 2:2pode se referir ao templo (ver At 7:47). As línguas de fogo simbolizavam o testemunho poderoso da Igreja ao povo. Campbell Morgan lembra que nossas línguas podem ser "abrasadas" pelo céu ou pelo inferno! (Tg 3:5, 6). A combinação de vento e fogo gera grandes labaredas!
O Espírito batizou (1:5). O termo gre go baptizo tem dois significados, um literal e outro figurativo. Literalmente, a palavra significa "submergir", mas seu sentido figurativo é "ser identificado com". O batismo do Espírito é o ato de Deus pelo qual ele identificou os cristãos com o Cabeça da Igreja, o
Cristo exaltado, e formou o corpo espiritual de Cristo na Terra (1 Co 12:12-14). Em termos históricos, isso ocorreu em Pentecostes; hoje, ocorre sempre que um pecador crê em Jesus Cristo e nasce de novo.
Quando lemos sobre o "batismo" no Novo Testamento, devemos usar de discernimento a fim de entender se o termo deve ser interpretado de modo literal ou simbólico. Em Romanos 6:3, 4 e Gálatas 3:27, 28, por exemplo, a referência é simbólica, uma vez que o batismo com água não leva o pecador a Jesus Cristo. Somente o Espírito Santo pode fazer isso (Rm 8:9; 1 Co 12:13; ver At 10:44-48). O batismo com água é um testemunho público da identificação da Pessoa com Jesus Cristo, enquanto o batismo com o Espírito é a experiência pessoal e particular que identifica a pessoa com Cristo.
É importante observar que, em termos históricos, o batismo do Espírito ocorreu em dois estágios: os cristãos judeus foram batizados em Pentecostes, e os cristãos gentios foram batizados e passaram a fazer parte do corpo de Cristo na casa de Cornélio (At 10:44-48; 11:15-17; e ver Ef 2:11-22).
O Espírito encheu (v. 4). Ao encher a pessoa, o Espírito lhe dá poder para testemunhar e servir (At 1:8). Não somos exortados a ser batizados pelo Espírito, pois isso é algo que Deus faz, de uma vez por todas, quando cremos em "seu Filho. Porém, Deus ordena que sejamos cheios do Espírito (Ef 5:18), pois precisamos de seu poder constantemente, a fim de servir a Deus com eficácia. Em Pentecostes, os cristãos ficaram cheios do Espírito e experimentaram o batismo do Espírito; depois disso, porém, foram novamente cheios do Espírito em várias ocasiões (At 4:8, 31; 9:17; 13:9), mas não receberam outros batismos.
Alguém pode perguntar: "Que diferença faz usar uma palavra ou outra? O importante é ter a experiência!" Duvido que os que dizem isso apliquem esse princípio a outras áreas da vida, como a medicina, a mecânica ou a culinária. Que diferença faz o farmacêutico aviar uma receita com arsênico ou aspirina, desde que sejamos curados? Que diferença faz um mecânico instalar um alternador ou um carburador, desde que o carro funcione?
O Espírito Santo revelou a verdade de Deus por meio de palavras (1 Co 2:12, 13), e essas palavras devem ter determinados significados que, por sua vez, não devem ser alterados. A regeneração não deve ser confundida com a justificação, nem a propi-ciação com a adoção. Cada uma dessas palavras é importante dentro do plano de Deus para a salvação e deve ser definida com precisão e usada com cuidado.
O batismo do Espírito significa que pertenço ao corpo de Cristo; a plenitude do Espírito significa que meu corpo pertence a ele. O batismo é definitivo; a plenitude se renova e se repete quando cremos em Deus e recebemos mais poder para testemunhar. O batismo envolve todos os demais cristãos, pois nos torna um só no corpo de Cristo (Ef 4:1-6); a plenitude, por sua vez, é pessoal e individual. Trata-se de duas experiências distintas que não devem ser confundidas.
O Espírito falou (vv. 5-13). É importante observar que os cristãos estavam louvando a Deus e não pregando o evangelho, e que usaram línguas conhecidas, não "línguas estranhas" (At 2:6, 8). Lucas cita quinze lugares diferentes e afirma claramente que os cidadãos desses lugares ouviram Pedro e os outros declararem as obras maravilhosas de Deus em línguas que podiam compreender. O termo grego traduzido por "língua", em Atos 2:6 e 8 é dialektos e se refere à linguagem ou dialeto de um país ou região (At 21:40; 22:2; 26:14). A menos que as Escrituras indiquem o contrário, devemos supor que as outras menções a "falar em línguas" em Atos e 1 Coríntios referem-se a uma experiência semelhante: cristãos louvando a Deus no Espírito em línguas conhecidas.
Por que Deus fez isso? Em primeiro lugar, Pentecostes foi uma inversão do julgamento na torre de Babel, quando Deus confundiu as línguas dos homens (Gn 11:1-9). O julgamento de Deus em Babel dispersou o povo, mas sua bênção em Pentecostes uniu os cristãos no Espírito. Em Babel, as pessoas não conseguiam entender-se, mas em Pentecostes, ouviram e compreenderam o louvor a
Deus. A torre de Babel foi criada para exaltar o homem e celebrar seu nome, mas Pentecostes trouxe louvores a Deus. A construção da torre de Babel foi um ato de rebelião, mas Pentecostes foi um ministério de submissão humilde a Deus. Um contraste e tanto!
Outro motivo para o dom de línguas foi tornar o evangelho conhecido em todo o mundo. Deus deseja falar a todas as pessoas na língua de cada um e transmitir a mensagem da salvação em Jesus Cristo. A ênfase do Livro de Atos é sobre a evangelização mundial, "até aos confins da terra" (At 1:8). O "Espírito de Cristo é o espírito de missões", disse Henry Martyn, "e quanto mais nos aproximamos dele, mais intensamente missionários devemos nos tornar".
Ao que parece, o som do vento atraiu as pessoas para o templo onde os cristãos estavam reunidos, mas foi o louvor dos cristãos que prendeu sua atenção. Os ouvintes indiferentes zombaram dos cristãos e os acusaram de estar embriagados, mas outros se mostraram sinceramente interessados em descobrir o que estava acontecendo. O povo ficou perplexo (At 2:7, 12) e, depois, maravilhado (At 2:7).
É interessante que os escarnecedores tenham acusado os cristãos de embriaguez, pois o vinho é associado ao Espírito Santo (Ef 5:18). Paulo faz um contraste entre os dois, pois quando um homem está cheio de bebida forte, perde o controle de si mesmo e acaba envergonhado; mas quando uma pessoa está cheia do Espírito, possui domínio próprio e glorifica a Deus. A bebida forte pode trazer alegria passageira, mas o Espírito oferece satisfação profunda e alegria duradoura.
3. A Igreja testemunhando aos perdidos (At 2:14-41)
Pedro não pregou em línguas; dirigiu-se ao público em aramaico, uma língua que todos entendiam. A mensagem foi dada por um judeu a judeus (At 2:14, 22, 29, 36), em um dia santo judeu, falando da ressurreição do Messias judeu que sua nação havia crucificado. Os gentios presentes ali eram prosélitos do judaísmo (At 2:10). Pedro só abriría a porta da salvação aos gentios depois de sua visita a Cornélio (At 10). Em seu sermão, Pedro explicou três coisas.
O que havia acontecido: o Espírito fora derramado (vv. 14-21). A adoração jubilosa dos cristãos não era resultado de muito vinho; era prova da vinda do Espírito Santo de Deus para habitar em seu povo. Os judeus ortodoxos não comiam nem bebiam antes das nove horas da manhã do shabbath ou de outros dias santos e, normalmente, também não tomavam vinho, a não ser acompanhando as refeições.
Pedro não disse que Pentecostes era o cumprimento de Joel 2:28-32, pois os sinais e prodígios prenunciados nessa passagem não ocorreram. Ao ler a profecia de Joel dentro de seu contexto, vemos que trata de Israel como nação no fim dos tempos, com relação ao "Dia do Senhor". O Espírito Santo, porém, conduziu Pedro de modo a encontrar nessa profecia uma aplicação para a Igreja. Eis suas palavras: "O que ocorre [aqui, hoje] é o que foi dito por intermédio do profeta Joel". Para os judeus, tal declaração deve ter parecido absurda, pois acreditavam que o Espírito de Deus só era dado a uns poucos eleitos (ver Nm 11:28, 29). No entanto, lá estavam cento e vinte dos seus compatriotas judeus, homens e mulheres, desfrutando a bênção do mesmo Espírito Santo que havia dado poder a Moisés, Davi e os profetas.
Era, de fato, o começo de uma nova era, os "últimos dias" nos quais Deus concluiría seu plano de salvação para a humanidade. Jesus havia consumado a grande obra de redenção e não havia mais nada a ser feito senão compartilhar as Boas Novas com o mundo, a começar pela nação de Israel. Seu convite é: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (At 2:21).
Como havia acontecido: Jesus estava vivo (w. 22-35). As notícias correm no Oriente, e é provável que a maioria dos adultos em Jerusalém, quer residentes ou visitantes, soubesse da prisão, julgamento e crucificação de Jesus de Nazaré. Também tinham ouvido rumores de uma "declaração oficial" de que os seguidores de Jesus haviam roubado seu corpo, a fim de fazer as pessoas crerem que ele havia cumprido sua palavra e ressuscitado dentre os mortos.
Mas Pedro lhes disse a verdade: Jesus de Nazaré havia, de fato, ressuscitado dentre os mortos, e sua ressurreição prova que ele é o Messias! Pedro lhes deu quatro provas da ressurreição de Jesus Cristo de Nazaré e os convidou a crer em Cristo e ser salvos.
Sua primeira prova foi a pessoa de Jesus Cristo (w. 22-24). O público de Pedro sabia que Jesus era uma pessoa real da cidade de Nazaré e que havia realizado muitos sinais e milagres (com referência a "Jesus de Nazaré", ver At 2:22; 3:6; 4:10; 6:14; 10:38; 22:8; 26:9 e também 24:5). Não havia dúvidas de que a mão de Deus estava sobre ele. Haviam ouvido suas palavras e observado sua vida. Haviam até mesmo visto Jesus ressuscitar os mortos e sabiam que seu caráter e conduta eram irrepreensíveis - nada "se passou em algum lugar escondido" (At 26:26)!
Era impossível crer que tal homem tivesse sido derrotado pela morte. Por um lado, a morte de Jesus foi um crime terrível (At 2:23), por outro, foi uma vitória maravilhosa (At 2:24).
A segunda prova de Pedro foi a profecia de Davi (w. 25-31). Pedro cita o Salmo 16:8-11, passagem que, obviamente, não se aplicava a Davi, já morto e sepultado. Uma vez que era um profeta de Deus, Davi escreveu sobre o Messias, afirmando que sua alma não permanecería no Hades (o reino dos mortos), nem seu corpo ficaria na cova onde sofreria decomposição.
A terceira prova foi o testemunho dos cristãos (v. 33). Depois de sua ressurreição, Jesus não apareceu ao mundo todo, apenas para aos próprios seguidores, aos quais incumbiu de testemunhar que ele estava vivo (At 1:3, 22). Mas o que dizer da credibilidade dessas pessoas? Eram testemunhas confiáveis? Sem dúvida! Antes da ressurreição de Cristo, nem os discípulos acreditavam que Jesus ressuscitaria e eles próprios tiveram de ser convencidos (Mc 16:9-14; At 1:3). Não tinham coisa alguma a ganhar pregando uma mentira, pois sua mensagem suscitou oposição oficial e até levou alguns dos cristãos à prisão e morte. De tempos em tempos, surgem uns poucos fanáticos dispostos a crer em uma mentira e a promovê-la, mas quando milhares crêem em uma mensagem corroborada por milagres, não é fácil descartá-la. As testemunhas eram confiáveis.
A quarta prova que Pedro apresentou da ressurreição de Cristo foi a presença do Espirito Santo (w. 33-35). Pela lógica, se o Espírito Santo está no mundo, Deus deve tê-lo enviado. Joel prometeu que, um dia, o Espírito viria, e o próprio Jesus prometeu enviar a dádiva do Espírito Santo a seu povo (Lc 24:49; Jo 14:26; 15:26; At 1:4). Mas se Jesus estivesse morto, não poderia enviar o Espírito; logo, se conclui que está vivo. Além disso, não poderia enviar o Espírito a menos que tivesse voltado para o céu, para junto do Pai (Jo 16:7); assim, Jesus subiu ao céu! Para apoiar essa declaração, Pedro cita Salmos 110:1, afirmação que certamente não se aplicava a Davi (ver Mt 22:41-46).
A conclusão de Pedro é, ao mesmo tempo, uma declaração e uma acusação: Jesus é o Messias, mas vocês o crucificaram! (ver At 2:23). Pedro não apresenta a cruz como o lugar onde o Substituto Irrepreensível deu a vida pelo mundo, mas sim como o lugar onde Israel matou o próprio Messias! O povo de Israel cometeu o maior crime de toda a história! Restava alguma esperança? Sim, pois Pedro oferece mais explicação que traz boas-novas para o coração dos ouvintes.
Por que havia acontecido: para salvar os pecadores (vv. 36-41). O Espírito Santo usou a mensagem de Pedro para tocar o coração dos ouvintes. (Em At 5:33 e 7:54, vemos outro termo que sugere ira em vez de convencimento da culpa pelo pecado.) Afinal, se eram culpados de crucificar seu Messias, Deus poderia fazer coisas terríveis com eles! É importante observar que o povo dirigiu sua pergunta não apenas a Pedro, mas também aos demais apóstolos, pois os doze participavam do testemunho naquele dia, e Pedro era apenas um dentre os outros.
Pedro lhes disse como ser salvos: deveríam se arrepender de seus pecados e crer em Jesus Cristo. Demonstrariam a sinceridade de seu arrependimento e fé sendo batizados no nome de Jesus Cristo e, desse modo, se identificariam publicamente com o Messias e Salvador. Somente pelo arrependimento e pela fé em Cristo poderíam receber a dádiva do Espírito (Gl 3:2, 14), promessa que se aplicava tanto a judeus como a gentios "que ainda estão longe" (Ef 2:13-19).
Infelizmente, algumas traduções de Atos 2:38 dão a entender que as pessoas devem ser batizadas a fim de ser salvas, mas não é isso o que a Bíblia ensina. O termo grego eis (traduzido por "para" na oração "para remissão dos vossos pecados") pode significar "em função de" ou "com base em". Em Mateus 3:11, vemos que João Batista batizava com base no arrependimento das pessoas. Atos 2:38 não deve ser usado para ensinar a salvação pelo batismo. Se o batismo é essencial para a salvação, é estranho que Pedro não diga coisa alguma sobre isso em seus outros sermões (At 3:12-26; 5:29-32; 10:34-43). Aliás, as pessoas na casa de Cornélio receberam o Espírito Santo antes de serem batizadas (At 10:44-48)1 Uma vez que a Bíblia ordena que os cristãos sejam batizados, é importante ter a consciência limpa e obedecer (1 Pe 3:21), mas não se deve considerar o batismo parte da salvação. Se fosse o caso, ninguém em Hebreus 11 seria salvo, pois nenhuma dessas pessoas foi batizada.
Atos 2:40 indica que os apóstolos continuaram a compartilhar da Palavra e a instar o povo a crer em Jesus Cristo. Olharam para a nação de Israel e viram uma "geração perversa", que se encontrava sob condenação (Mt 16:4; 17:17; Fp 2:15). Na realidade, dentro de menos de quarenta anos, Roma viria e destruiría a cidade e o templo e dispersaria o povo. A história se repetia. Durante os quarenta anos no deserto, a nova geração "salvou-se" da geração mais antiga que se rebelara contra Deus. O Senhor estava dando a seu povo mais quarenta anos de graça e, só naquele dia, três mil pessoas se arrependeram, creram e foram salvas.
4. A Igreja caminhando no Espírito (At 2:42-47)
Os cristãos continuaram a usar o templo como lugar de reunião e de ministério, mas também passaram a encontrar-se nos lares de várias pessoas. Os três mil novos convertidos precisavam ser instruídos na Palavra e ter comunhão com o povo de Deus, a fim de crescer e de se tornar testemunhas eficazes. A Igreja primitiva não se ateve a converter pessoas, também as discipulou (Mt 28:19, 20).
Convém explicar duas frases de Atos 2:42. "Partir do pão", provavelmente, é uma referência às refeições regulares, mas, no final de cada refeição, é bem possível que fizessem uma pausa para se lembrar do Senhor celebrando o que chamamos de "Ceia do Senhor" ou "Santa Ceia". O pão e o vinho eram elementos comuns sempre presentes na mesa dos judeus. O termo comunhão não significa apenas "estar juntos". Quer dizer "ter em comum", podendo ser uma referência ao compartilhamento de bens materiais praticado na Igreja primitiva. Por certo, não se tratava de uma forma de comunismo, pois foi um programa inteiramente voluntário, temporário (At 11:27-30) e motivado pelo amor.
A igreja foi unificada (At 2:44), exaltada (At 2:47a) e multiplicada (At 2:47b). Seu testemunho entre os judeus era poderoso, não apenas em função dos milagres realizados pelos apóstolos (At 2:43), mas também pelo amor que os membros da comunidade tinham uns pelos outros e por seu serviço ao Senhor. O Senhor ressurreto continuou a operar por meio deles (Mc 16:20), e o povo continuou a ser salvo. Uma igreja e tanto!
Os cristãos que vemos no Livro de Atos não se contentavam em se encontrar uma vez por semana para "o culto habitual". Encontravam-se diariamente (At 2:46), cuidavam uns dos outros diariamente (At 6:1), ganhavam almas diariamente (At 2:47), examinavam as Escrituras diariamente (At 17:11) e cresciam em número diariamente (At 16:5). A fé cristã era uma realidade diária, não uma rotina semanal. Isso porque o Cristo ressurreto era uma verdade viva para eles, e seu poder de ressurreição operava na vida deles por meio do Espírito.
A promessa ainda vale para nós hoje: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (At 2:21; Rm 10:13). Você já invocou o nome do Senhor? Já creu em Jesus Cristo como seu Salvador?
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