A bem-aventurada esperança da Igreja
31 de dezembro de 2017
Texto Áureo
“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”. Tito 2.13
Verdade Aplicada
A graça de Deus se manifestou e agora vivemos em novidade de vida, aguardando o retorno de Cristo.
Glossário
Abranger: Conter em si; compreender, entender, perceber;
Desencadear: Manifestar-se; provocar consequências súbitas ou imediatas;
Nitidez: Clareza, limpidez, transparência.
Textos de Referência.
João 14.3 E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também.
Atos 1.11 Os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.
1 Coríntios 15.52 Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
Apocalipse 22.20 Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!
Hinos sugeridos.
442, 469, 547
Introdução
Um dos textos bíblicos que retrata com nitidez os três tempos da caminhada do discípulo de Cristo é Tito 2.11-14: passado, presente e futuro. O enfoque principal desta lição será o aspecto escatológico da fé do discípulo de Cristo.
1. O presente e o futuro da Igreja.
A graça de Deus se manifestou trazendo salvação – passado (Tt2.11). O resumo que Paulo apresenta do Evangelho em 1 Coríntios 15.1-4 expõe fatos históricos da morte e ressurreição de Cristo como fundamento das verdades que ele estaria ensinando no restante do capítulo que envolvem acontecimentos escatológicos (ressurreição e arrebatamento). Elementos da esperança do discípulo de Cristo.
1.1. O presente e a bem-aventurada esperança.
Existe uma íntima relação entre o viver hoje da Igreja e a bem-aventurada esperança. Eis o desafio: viver o presente na expectativa do futuro. Estamos no mundo (Jo 17.11), porém não somos do mundo (Jo 17.14, 16), mas fomos enviados ao mundo (Jo 17.18), e aqui estamos como peregrinos e forasteiros (1Pe 2.11). Assim o presente da Igreja deve envolver consciência de chamado, santificação, missão e esperança, pois como os patriarcas, vivemos pela fé e com esperança (Hb 11.10).
1.2. Identificação da bem-aventurada esperança.
A bem-aventurada esperança da Igreja é a segunda vinda de Jesus Cristo. São várias as designações bíblicas identificando este evento escatológico, como: “esperar dos céus a seu Filho” (1Ts 1.10); “vinda do Senhor...o mesmo Senhor descerá do céu com alarido...” (1Ts 4.15-16); “manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 1.7); “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar...” (Cl 3.4); “bem-aventurada esperança” (Tt 2.13). O retorno do Senhor Jesus Cristo desencadeará outros acontecimentos escatológicos, porém a Igreja está aguardando a manifestação do próprio Senhor. É a ênfase bíblica quanto a expectativa dos que estão em Cristo (Hb 9.28; Fp 3.20-21).
1.3. A certeza da bem-aventurada esperança.
Sugerimos voltar à lição 1, cujo tema foi “O Deus Todo-Poderoso se revelou”, pois enfatizamos como primeiro aspecto da certeza da Igreja quanto à bem-aventurada esperança o caráter de Deus: “não pode mentir” (Tt 1.2); “impossível que Deus minta” (Hb 6.18). “fiel é o que prometeu” (Hb 10.23). O apóstolo João identifica aquele que vinha do céu: “Fiel e Verdadeiro” (Ap 19.11). Assim, passemos às promessas registradas na Palavra de Deus: o próprio Jesus Cristo prometeu (Jo 14.3; 20.22; Ap 22.7, 12, 20); os anjos anunciaram o retorno do Senhor (At 1.11); os apóstolos registraram que o Senhor Jesus voltará (Tg 5.8; Fp 3.20; 1Ts 4.13-18; Hb 9.28; 2Pe 3.3-4; 1Jo 2.28).
2. Acontecimentos da segunda vinda.
Em sua primeira vinda, Jesus encarnou, “aniquilou-se a si mesmo tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens...humilhou-se” (Fp 2.7-8), viveu entre os homens, pregou o Evangelho, chamando os homens para que se arrependessem e cressem no Evangelho (Mc 1.15), “ofereceu-se para tirar os pecados” (Hb 9.28), pelo próprio sacrifício (Hb 9.26), morreu, ressuscitou e “foi levado às alturas” (At 1.9). Como será a Sua segunda vinda? Que acontecimentos serão desencadeados?
2.1. Ressurreição dos que morreram em Cristo.
Por ocasião da segunda vinda do Senhor, “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts 4.16). A ressurreição (no grego, “anastasis”, “levantado de volta à vida, “levantar dentre os mortos”) é um tema frequente no Novo Testamento. O Senhor Jesus a ensinou: Lucas 14.14; João 5.28-29; 6.39-40, 54. O apóstolo Paulo fez uma exposição sobre este assunto em 1 Coríntios 15, pois parece que alguns coríntios diziam que não existia ressurreição dos mortos (1Co 15.12). O apóstolo mostra que a ressurreição do discípulo de Cristo faz parte da fé, pois sem essa esperança somos “os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15.19). Então ele afirma que a ressurreição de Cristo é a certeza da ressurreição dos Seus discípulos.
2.2. O arrebatamento da Igreja.
O retorno do Senhor também desencadeará uma mudança nos que estiverem vivos: “arrebatados juntamente com eles (os que irão ressuscitar) nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares” (1Ts 4.17). Em 1 Coríntios 15.52, Paulo designa este acontecimento em relação aos vivos com a expressão: “seremos transformados”. Interessante observar os sentidos das palavras usadas para descrever este evento, no grego: “arrebatados” – “Harpadzo” – “tomar para si”; e “transformados” – “allasso” – “mudar para melhor”.
2.3. O julgamento divino.
Estejamos cientes de que em uma lição não é possível abranger todos os eventos escatológicos e nem esgotar os que estão sendo abordados. Também não é propósito estabelecer uma ordem cronológica dos acontecimentos (outras lições já o fizeram). Assim, como último acontecimento a ser abordado neste tópico, também desencadeado pelo retorno de nosso Senhor, independente do aspecto cronológico, é o julgamento divino. Trata-se de um tema não muito proclamado, porém será uma realidade, pois faz parte da doutrina escatológica.
3. Efeitos da bem-aventurada esperança.
Três efeitos devem ser produzidos na vida de todo aquele que é discípulo de Jesus, considerando que a segunda vinda de Jesus é certa repentina e ninguém sabe o dia e a hora (Ap 22.20; 1Co 15.52; Mt 24.42). Em termos práticos, como estas verdades devem impactar o nosso viver entre o presente e o futuro?
3.1. Estabilidade Cristã.
O dicionário Aurélio informa sobre a palavra “estabilidade”: “qualidade de estável; firmeza; solidez; segurança”! Ilustrando este termo, recorremos à navegação. Para uma embarcação, estabilidade é a capacidade de restaurar seu equilíbrio inicial após uma perturbação qualquer. Encontramos este resultado prático na vida do discípulo de Cristo em 1 Coríntios 15.58. Notar como inicia o versículo 58 – “Portanto”; expressão que introduz um texto que contém a conclusão da exposição de motivos anteriores. A esperança e garantia da ressurreição e o retorno do Senhor devem produzir em nós firmeza, perseverança, desejo de sermos abundantes no serviço do Senhor e ciência de que todo o esforço não é vão.
3.2. Constante purificação.
“E qualquer um que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo...” (1Jo 3.3). Atentemos para os versículos anteriores: somos filhos de Deus; seremos semelhantes a Jesus; temos uma esperança. O apóstolo João está expondo sobre a segunda vinda de Jesus, mas não fica somente na teologia. Ele aponta para a conduta. Enfatiza as implicações práticas da bendita expectativa: “quando ele se manifestar”. Ele vai se manifestar, Cristo virá (Hb 10.23). Por causa dessa esperança, o discípulo do Senhor “purifica-se a si mesmo”.
3.3. Constante vigilância.
É significativa a quantidade de expressões usadas por Jesus em Seu sermão profético registrado nos evangelhos (Mt 24.4, 42,44; Mc 13.33), além de outros textos. São vários os significados: tende cuidado; atenção; esteja alerta; ficai em prontidão. São termos que contrastam com a falta de firmeza e a indiferença. É importante unir a vigilância à prática da oração (Lc 21.36), como alertou o próprio Cristo.
Conclusão.
Que a Palavra de Deus e o Espírito Santo nos aperfeiçoem diariamente (2Pe 3.14), pois ainda nos resta o aspecto escatológico da salvação: a glorificação. Então, estaremos livres, também, da possibilidade de pecar; e para sempre com o Senhor. “Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20).
Deus te abençoe feliz 2018!
Questionário.
1. Qual é o desfio da Igreja hoje?
R: Viver o presente na expectativa do futuro (Jo 17.11, 18).
2. Qual é a bem-aventurada esperança da Igreja?
R: A segunda vinda de Jesus Cristo (Tt 2.13).
3. Como o apóstolo João identifica aquele que vinha do céu?
R: “Fiel e Verdadeiro” (Ap 19.11).
4. Qual é a certeza da ressurreição dos discípulos de Jesus?
R: A ressurreição de Cristo (1Co 15).
5. Cite um efeito da bem-aventurada esperança na vida do cristão.
R: Estabilidade cristã (1 Co 15.58). http://marcosandreclubdateologia.blogspot.com.br/