Após a decisão de Donald Trump em anunciar o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e prometer a mudança de sua embaixada de Tel Aviv para a cidade santa, o governo israelense convidou outras nações para fazerem o mesmo.
Em anúncio oficial nesta segunda-feira (25), a Guatemala ganhou as manchetes internacionalmente ao anunciar que também fará a mudança. Mas Tzipi Hotovely, representante do Ministério da Relações Estrangeiras de Israel disse que 10 países já entraram em contato e preparam-se para oficializar a decisão.
Durante uma entrevista nesta tarde, ela se recusou a anunciar oficialmente com que lídereso Estado Israel estava conversando, mas a emissora de TV Canal 10 informou que o próximo país a decretar a mudança da embaixada deve ser Honduras.
Israel e Honduras, que faz fronteira com a Guatemala, estreitaram seus laços nos últimos anos e, em 2016, assinaram um acordo no qual Israel concordou em apoiar as forças armadas do país centro-americano de uma maneira sem precedentes, visando combater o crime organizado.
O presidente hondurenho, Juan Orlando Hernandez, foi reeleito no início deste mês. Ele é formado pela MASHAV, Agência de Israel para a Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, e viveu em Israel durante o treinamento.
Juntamente com a Guatemala, Honduras foi uma das nove nações que votaram “não” na semana passada quando a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que declara o reconhecimento dos Estados Unidos sobre o status de Jerusalém “nulo e sem efeito” .
Ao contrário da Guatemala, cuja embaixada ficou em Jerusalém entre o início da década de 1950 até 1980, Honduras nunca teve sua embaixada na capital de Israel.
O orador do Knesset, Yuli Edelstein, anunciou em um evento do partido Likud que chefes parlamentares de outros dois países haviam falado com ele sobre mudar tirar suas embaixadas de Tel Aviv. Agências de notícias internacionais informaram esta semana que representantes de Romênia e Eslováquia estavam trabalhando em seus respectivos países para mudar de cidade as suas representações diplomáticas.
Outros países que também estariam em conversas para mover suas embaixadas são o Paraguai e Togo, que votou em favor de Israel na Assembleia Geral da ONU na semana passada.
A Guatemala foi a primeira nação a se comprometer a transferir sua missão para Jerusalém depois do anúncio de Trump, dia 6 de dezembro, embora o Departamento de Estado dos EUA afirma que a mudança deles dificilmente ocorrerá antes de 2020. As Filipinas e a República Checa também reconheceram Jerusalém como a capital de Israel, mas não anunciaram planos para suas embaixadas. A Rússia reconheceu Jerusalém Ocidental como capital de Israel em abril, mas nada declarou sobre sua embaixada.
A opção do Brasil tem sido seguir as resoluções das Nações Unidas, e não pretende mudar a embaixada nem reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Netanyahu promete: “Haverá mais países”
O presidente da Guatemala, Jimmy Morales, que é evangélico, anunciou no domingo que, após conversas com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, decidiu instruir o Ministério das Relações Exteriores para que mudasse a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.
“Caro povo da Guatemala, falei como primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Falamos sobre as excelentes relações que temos tido enquanto países, desde que a Guatemala apoiou a criação do Estado de Israel… Um dos temas mais importantes [da conversa] foi o retorno da embaixada da Guatemala a Jerusalém. Então, informo que instruí à chanceler a iniciar a respectiva coordenação para que isso aconteça”, escreveu o presidente guatemalteco em uma mensagem no seu perfil do Facebook.
O embaixador israelense na Guatemala, Matty Cohen, disse na Rádio do Exército que não há data definida para a mudança da embaixada, mas que ela deve ocorrer logo após a dos Estados Unidos.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu comemorou na segunda-feira a decisão da Guatemala, prevendo que outros países logo seguiriam o exemplo.
“Deus te abençoe, meu amigo, presidente Jimmy Morales. Deus abençoe nossos países, Israel e Guatemala”, disse Netanyahu na reunião semanal da facção do Likud no Congresso.
Aos repórteres presentes, anunciou: “Eu lhe disse recentemente que outros países iriam reconheceriam Jerusalém e moveriam suas embaixadas. Repito: haverá mais, isso é apenas o começo”. Com informações de Times of Israel
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