Lição 2 - Uma salvação grandiosa V
SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2018
Adultos - A supremacia de Cristo - Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
COMENTARISTA: JOSÉ GONÇALVES
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, traremos uma definição teológica da palavra salvação; pontuaremos alguns resultados deste tão grande livramento; veremos os aspectos desta ação divina na vida do homem; e por fim, analisaremos algumas características desta obra de amor de Deus.
I – DEFINIÇÃO A PALAVRA SALVAÇÃO
A palavra “salvação” ocorre na Bíblia 167 vezes. No AT: 120; e no NT: 47 (JOSHUA, sd, p. 697). No hebraico o verbo “salvar” é “yasha” que significa: “ajudar, libertar, salvar”. No grego o verbo é “sozo” é usado como se dá acerca de: (a) livramento material do perigo (Mt 8.25; Mc 13.20; Lc 23.35; Jo 12.27; 1 Tm 2.15; 2 Tm 4.18); e, (b) a salvação espiritual e eterna concedida por Deus aos que creem no Senhor Jesus Cristo (At 2.47; 16.31; Rm 8.24; Ef 2.5.8; I Tm 2.4; 2 Tm 1.9; Tt 3.5)” (VINE, 2002, p. 968). Teologicamente esta palavra significa: “livramento do que aceita a Cristo do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à plena comunhão com Deus” (ANDRADE, 2006, p. 325). A Bíblia destaca que a prerrogativa de salvação é exclusivamente divina (Is 43.11; 45.21; Os 13.4; Tt 1.3). Geisler (2010, p. 157), afirma: “Deus é o autor da salvação, pois apesar de o pecado humano ter a sua origem nos homens, a salvação vem do céu, e tem a sua origem em Deus”. Acerca da salvação devemos destacar que:
1.1 A salvação é uma promessa. Após a tentação e queda do homem no Éden, Deus pronunciou os castigos consequentes da desobediência, mas também fez uma promessa para o casal dizendo: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Tanto Adão quanto seus descendentes firmaram-se nessa palavra profética anunciada pelo próprio Deus.
1.2 A salvação é um ato de amor. A Bíblia não somente afirma que a salvação do homem tem origem em Deus, como também nos mostra que Ele não foi coagido por nada nem por ninguém a tomar essa decisão. Ele resolveu salvar a humanidade motivado unicamente pelo Seu grande amor. É revelado na Escritura que “Deus amou o mundo que deu Seu Filho Unigênito […]” (Jo 3.16); Jesus disse que “ninguém tem maior amor do que este” (Jo 15.13); Paulo afirmou que: “Deus provou o Seu amor por nós quando enviou Cristo para morrer em nosso lugar” (Rm 5.8); acrescenta ainda que: “o grande amor de Deus excede todo o entendimento” (Ef 2.4; 3.19); João diz que “Deus é amor” (1Jo 4.8); e que: “Ele nos amou primeiro” (1Jo 4.10).
1.3 A salvação é um ato atemporal. Vemos que a salvação de Deus é processada em três tempos, no passado, presente e futuro. Por um lado, Paulo declara que “somos salvos” (1Co 1.18), como fato consumado. No entanto, em outro lugar, ele nos diz que devemos “desenvolver a salvação” (Fp 2.12) e, em outro ainda, que “seremos salvos” (Rm 5.9; 1Pd 1.5). Logo, a salvação já aconteceu, no passado, está acontecendo, no presente, e acontecerá, no futuro.
II – RESULTADOS DESTA TÃO GRANDE SALVAÇÃO
Em termos práticos, todo ser humano já nasce sob o domínio do pecado, destituído da glória de Deus, e, por esse motivo, necessita de salvação (Sl 51.5; Rm 5.12). A salvação é o retorno a Deus e a seus princípios; é o rompimento com uma vida errante e digna de condenação. Notemos:
3.1. A salvação é o resultado de uma ação prévia de Deus. O plano da salvação, por ser divino, é perfeito. Ele foi elaborado desde antes da fundação dos tempos, isso significa que, mesmo Adão tendo desobedecido a Deus e colocado toda a humanidade em desgraça (Rm 5.12), Deus nunca perdeu o controle, pois a salvação foi elaborada antes mesmo que Adão pensasse em existir (2Tm 1.9). O Senhor Deus, por sua presciência (1Pe 1.2), já sabia que o homem pecaria. Assim, ainda antes do pecado acontecer, o plano divino de salvação foi elaborado (1Pe 1.20; Ap 13.8).
3.2. A salvação é o resultado de uma ação do resgate do perdido. Por que necessitamos tão urgente de uma tão grande salvação? Porque a Bíblia nos ensina que o homem sem Deus está perdido, e, por esse motivo, precisa ser resgatado (Mc 10.45; Lc 19.10). “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Os recursos humanos, tais quais boas obras, dinheiro, boas intenções, são insuficientes para a salvação (Sl 49.7-8). Mas Cristo Jesus “se deu a si mesmo por nós, para nos remir” (Tt 2.14). A palavra remir indica resgatar, livrar (usada no sentido de comprar).
3.3. A salvação é o resultado de uma ação reconciliadora entre Deus e o homem. A Bíblia nos ensina que o pecado nos separa de Deus, e, sendo nascidos de semente corruptível, a única coisa que merecemos receber é a morte (Is 59.2; Rm 3.23; 5.10). A vida eterna é uma dádiva que o Senhor gratuitamente nos tem oferecido: “E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo […]” (2Co 5.18-19 ver Rm 5.10; 1Co 7.11; 2Co 5.18-20).
IV - ASPECTOS DESTA “TÃO GRANDE SALVAÇÃO”
4.1. A tão grande salvação é segura. É fundamental que estejamos seguros quanto à perfeita obra redentora de Jesus Cristo. Dignas são de destaque as características de sua obra: a) PERFEITA: “…pode também salvar perfeitamente…” (Hb 7.25-a); b) ETERNA: “… seu próprio sangue… havendo efetuado eterna redenção” (Hb 9.12-a); e, c) ÚNICA: “… oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados…” (Hb 9.28-a). Fomos salvos por sua morte e salvos por sua vida!
4.2 A tão grande salvação é substitutiva. Quando o homem caiu e se afastou de Deus, ficou em débito eterno para com Deus. O homem, por si só não poderia resolver seu problema ou pagar sua dívida diante de Deus, a não ser que haja um “substituto”. A Bíblia ensina que os sofrimentos e a morte de Cristo foi vicário por todos os homens (Is 53.6,12; Mt 20.28; Mc 10.45; Jo 1.29; 11.50; Rm 5.6-8; 8.32; 2Co 5.14, 15, 21; Gl 2.20; 3.13; 1Tm 2.6; Hb 9.28; 1Pd 2.24).
4.3 A tão grande salvação é redentora. A redenção tem sentido de pagar essa culpa assumida. Ou seja, a redenção é aplicada no que diz respeito ao pecado e o débito que ele causa, que pode apenas ser pago com sangue (Hb 9.22 cf. Lv 17.11). Logo, para que o preço de pecado pudesse ser pago, era necessário derramamento de sangue de um cordeiro sem máculas (Jo 1.29; cf. Is 53.9; 1Pd 2.21-22). Podemos concluir que essa compra implicou no pagamento de um preço alto (2Pd 2.1; Ap 5.9,10).
4.4 A tão grande salvação é propiciatória. Deus demonstra sua justa ira para com o pecado (Jo 3.36; Rm 1.18-32; Ef 2.3; 1Ts 2.16; Ap 6.16; 14.10,19; 15.1,7; 16.1; 19.15). Contudo, em Cristo é providenciada uma oferta “propiciatória” e assim a ira de Deus contra o pecado é apaziguada (Rm 3.25; 1Jo 2.1-2; 4.10 cf. Êx 25.17-22; Lv 16.14.15).
4.5 A tão grande salvação é reconciliadora. A reconciliação é necessária pelo fato de que o homem sem salvação vive em uma relação de inimizade e hostilidade com Deus (Rm 5.9,10; 2Co 5.18-21), e, como inimigo de Deus está plenamente passível de sofrer a manifestação de sua Ira. Vemos que Deus propõe uma resolução para esse problema por meio da morte do Senhor Jesus.(Rm 11.15; 2Co 5.18-21; Ef 2.16; Cl 1.20-21).
V - ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DESTA TÃO GRANDE SALVAÇÃO
5.1 Esta salvação é grande pela sua procedência. Diz o texto de João 3.16: “Porque Deus amou…”. Isto significa que a nossa salvação do pecado e das suas consequências teve início no coração de Deus, pois Ele tomou a iniciativa (Jn 2.9). Diz o salmista que “a salvação vem do Senhor” (Sl 3.8), por isso não é uma salvação qualquer, pois ela procede de Deus, vem Dele, e, por isso, não é uma simples ação. Foi o Senhor quem tomou a iniciativa de nos amar, por isso que não é um qualquer livramento. É uma salvação enorme, é maravilhosa, tremenda, porque procede de Deus. Ele tomou a iniciativa; Ele nos amou primeiro.
5.2 Esta salvação é grande pela sua amplitude. Deus não amou apenas um grupo de pessoas; o amor de Deus se estende tanto em largura como em altura, que alcança todo aquele que crê sinceramente: “Deus amou o mundo…”. A salvação que vem de Deus é grande pela sua amplitude. Não é uma salvação restrita somente para alguns, o convite é aberto a todos: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso…” (Mt 11.28-30).
5.3 Esta salvação é grande pela sua intensidade. Essa salvação não é uma ação qualquer porque Deus nos amou intensamente, profundamente, de todo o coração. Ele nos amou por inteiro, intensamente:“Porque Deus amou o mundo de tal maneira…”.
Ele nos amou de todo o coração, até o fim, até os limites mais extremos. Por isso, não é uma mera salvação ou um livramento qualquer; ela é grande pela sua intensidade. Foi de “tal maneira” que Deus nos amou.
5.4 Esta salvação é grande pelo seu preço. Custou muito para Deus entregar o seu Filho unigênito para morrer naquela cruz: “… que deu o seu filho unigênito”. Deus entregou o seu Filho unigênito por amor a todos os homens. Por isso não é uma mera salvação, é tremenda, é grande. Esta salvação não é uma qualquer porque custou muito, custou o sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário: “… não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver… mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito” (1Pd 1.18). Por isso não é uma mera salvação, é uma tremenda em maravilhosa salvação: “Aquele que nem mesmo a seu Filho poupou, antes o entregou por todos nós…” (Rm 8.32).
5.5 Esta salvação é grande pela sua oportunidade. A oportunidade é oferecida para aos que creem: “para todo aquele que nele crer…” (Jo 3.16). A Bíblia fala assim: “não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).
5.6 Esta salvação é grande pelo seu livramento. Não é uma mera salvação, é uma grande, maravilhosa e extraordinária porque ela nos livra de uma condenação eterna, de um juízo eterno grande pelo seu livramento: “não pereça”. Esta salvação nos livra de uma eternidade longe de Deus, num lugar que não foi preparado para os homens; foi preparado para o diabo e os seus anjos. Por que sobre nós, a Bíblia revela, que Jesus veio para nos dar vida e vida eterna, vida abundante, vida em termos quantitativos e qualitativos: “… porque eu sei em quem tenho crido e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o que lhe confiei até aquele Dia” (2Tm 1.12).
5.7 Esta salvação é grande pela sua bênção. Finalmente, diz o verso de João 3.16: “… mas tenha a vida eterna”. A salvação que vem de Deus é grande pela sua bênção, porque a salvação que vem do Senhor, não apenas nos livra de uma condenação eterna, mas nos oferece a possibilidade do céu, uma vida que dura para sempre na presença de Deus.
CONCLUSÃO
A morte de Jesus na cruz, para realizar a salvação, foi um ato da graça de Deus. Sua morte foi em favor de cada pecador; um claro ensino de Hebreus é que sua morte foi uma expiação substitutiva pelo nosso pecado. Sua morte não foi uma expiação limitada, isto é, para algumas pessoas seletas, como alguns reivindicam, mas Ele provou temporariamente a morte por todos os homens. Sua morte é de proveito para todo aquele que por fé se submete a Ele como Senhor e Cristo.
REFERÊNCIAS
ARRINGTON; STRONSTAD (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal NT. CPAD.
GEISLER, N. Teologia Sistemática. Vol. 02. CPAD.
STAMPS, D. C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL (FORNECIMENTO DO MATERIAL) - PROF. PAULO AVELINO