Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
TEXTO ÁUREO
Levítico 7:2
2 No lugar onde degolam o holocausto, degolarão a oferta pela expiação da culpa, e o seu sangue se espargirá sobre o altar em redor. (ARC)
TEXTO DE REFERÊNCIA
Levítico 5:15-19
15 Quando alguma pessoa cometer uma transgressão e pecar por ignorância nas coisas sagradas do SENHOR, então, trará ao SENHOR, por expiação, um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua estimação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para expiação da culpa.
16 Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas, e ainda de mais acrescentará o seu quinto, e o dará ao sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da expiação, fará expiação por ela, e ser-lhe-á perdoado o pecado.
19 Expiação de culpa é; certamente se fez culpada ao SENHOR. (ARC)
INTRODUÇÃO
Paz do Senhor meus irmãos!
Nesta lição abordaremos o sacrifício pela culpa.
Para alguns estudiosos, o capítulo cinco de Levítico forma uma espécie de apêndice ao capítulo 4, e trata de determinadas situações em que era requerida a oferta pelo pecado ou pela culpa.
Em Lv 5.1-6, temos quatro exemplos relacionados, nos quais uma pessoa podia incorrer em culpa por negligência. Essas são ofensas de tipos bem diferentes, que têm em comum o fato de que o ofensor traz culpa sobre si mesmo pela retenção de informações sobre ofensas de que ele tem conhecimento, mesmo sendo um conhecimento posterior, isto é, passou a saber que era pecado.
- Ocultamento de um crime visto ou sabido (Lv 5.1).
- Contato com coisa imunda de um animal (Lv 5.2).
- Contato com coisa imunda de um homem (Lv 5.3).
- Falso juramento (Lv 5.4).
Precisamos ter em mente que todo o pecado torna o homem culpado diante de Deus, pois Ele é santo, portanto totalmente, completamente e plenamente separado do pecado!
Myer Pearlman afirma que a santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral; ele não pode pecar nem tolerar o pecado. O sentido original da palavra “santo” é “separado”. Em que sentido está Deus separado?
1 – Ele está separado do homem no espaço — Ele está no céu, o homem na terra;
2 – Ele está separado do homem quanto à natureza e caráter — Ele é perfeito, o homem é imperfeito; Ele é divino, o homem é humano; Ele é moralmente perfeito, o homem é pecaminoso.
Vemos, então, que a santidade é o atributo que mantém a distinção entre Deus e a criatura. Não denota apenas um atributo de Deus, mas a própria natureza divina.
Levítico 11:45b
… porque eu sou santo. (ARC)
Isaías 6:3
3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. (ARC)
Mesmo havendo tamanha distância entre a natureza pecaminosa do homem e a natureza santa de Deus, Ele sempre provê o meio para que o homem possa se aproximar dEle; desde que o faça com arrependimento, o homem alcança o perdão divino.
Levítico 5:10
10 E do outro fará holocausto conforme o costume; assim, o sacerdote por ela fará expiação do seu pecado que pecou, e lhe será perdoado. (ARC)
1 – CULPADO NAS COISAS SAGRADAS
Diferentemente de outros sacrifícios já apresentados até aqui, o sacrifício pela culpa, reza que quando o transgressor pecasse contra as coisas consagradas a Deus, além do sacrifício de apresentar o animal para expiar o pecado, o culpado deveria também fazer uma restituição em valores monetários.
Levítico 5:15-16
15 Quando alguma pessoa cometer uma transgressão e pecar por ignorância nas coisas sagradas do SENHOR, então, trará ao SENHOR, por expiação, um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua estimação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para expiação da culpa.
16 Assim, restituirá o que ele tirou das coisas sagradas, e ainda de mais acrescentará o seu quinto, e o dará ao sacerdote; assim, o sacerdote, com o carneiro da expiação, fará expiação por ela, e ser-lhe-á perdoado o pecado. (ARC)
O capítulo 5 de Levítico contêm a doutrina da Expiação da Culpa, da qual havia duas classes distintas, isto é, transgressões contra Deus e transgressões contra o homem.
Em termos gerais, a oferta pela culpa referia-se a pecados individuais que afetavam pessoas e propriedades e para os quais era possível fazer restituição, enquanto o sacrifício pelos pecados concentrava-se em alguma transgressão da lei feita sem intenção premeditada.
A oferta pela culpa enfatizava o dano causado a outros pelo transgressor, enquanto o sacrifício pelos pecados enfatizava a culpa do transgressor diante de Deus. O sacerdote examinava o transgressor e determinava qual sacrifício era necessário.
Cumprindo os requisitos para este tipo de sacrifício, a culpa era removida e o indivíduo era perdoado.
1.1 – Pecando por ignorância nas coisas sagradas
Um dos sentidos da palavra ignorância é desconhecimento, obscuridade.
Levítico 5:15
15 Quando alguma pessoa cometer uma transgressão e pecar por ignorância nas coisas sagradas do SENHOR, então, trará ao SENHOR, por expiação, um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua estimação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para expiação da culpa.
Strong afirma que o termo ‘ignorância’ no texto bíblico é ‘shagagah’ cujo significado é ‘pecado por erro’ ou ‘inadvertência’,‘pecado inadvertido’ e por fim ‘erro’.
Para Mackintosh nada pode demonstrar claramente a incapacidade do homem para tratar do pecado como o fato de existir aquilo que é descrito como “pecado de ignorância”. Como poderia ele tratar daquilo que não conhece? Como poderia ele dispor daquilo que nunca entrou nos limites da sua consciência? Era impossível.
A ignorância em que o homem está acerca do pecado é prova da sua absoluta incapacidade para o tirar. Se não o conhece, que pode fazer acerca dele? Nada. É tão impotente como ignorante.
Nem isto é tudo. O fato de haver “pecado de ignorância” demonstra claramente a incerteza que deve acompanhar toda a solução da questão do pecado, a qual não pode aplicar-se a noções mais elevadas do que aquelas que podem resultar da consciência humana mais delicada. Nunca poderá haver paz duradoura sobre este fundamento. Existirá sempre a compreensão dolorosa de que há qualquer coisa que está mal.
Mackintosh conclui, que se o coração não é conduzido a um estado de repouso permanente pelo testemunho da Escritura de que os direitos inflexíveis da justiça divina foram satisfeitos, haverá, necessariamente, uma sensação de mal-estar, e uma tal sensação representa um obstáculo à nossa adoração, à nossa comunhão e ao nosso testemunho.
O pastor Fernando Luiz Viana Alves precifica os valores da restituição acrescida a oferta do animal. O valor do cordeiro era segundo o siclo do santuário.
Êxodo 30:13
13 Isto dará todo aquele que passar ao arrolamento: a metade de um siclo, segundo o siclo do santuário (este siclo é de vinte geras); a metade de um siclo é a oferta ao SENHOR. (ARC)
Uma gera era equivalente a 6 gramas de prata. Como o siclo do santuário era de 20 geras, logo estamos falando de 12 gramas de prata. Como 1 grama de prata equivale aproximadamente a R$ 15,00 (hoje), os valores atuais seriam algo em torno de R$180 reais!
O animal deveria ser um carneiro do rebanho, sem defeito e avaliado segundo o padrão do santuário como oferta de reparação pelo pecado. O culpado ainda deveria fazer uma reparação adicional pelo pecado que cometeu contra qualquer coisa consagrada, acrescentando vinte por cento do valor do cordeiro oferecido para o sacrifício, entregando a quantia ao sacerdote; nos valores de hoje seria algo em torno de R$ 36,00 a mais.
Broadman afirma que esta lei parece relacionar-se particularmente ao sacrilégio, e defrauda em assuntos espirituais, tais como a negligência de consagrar ou resgatar o primogênito, a retenção das primícias, dízimos e afins, e, de acordo com os rabinos, fazer qualquer coisa secular ganhar das coisas divinas, retendo qualquer parte do preço das coisas dedicadas a Deus, ou a recusa que o homem havia prometido pagar, incorria em profanação.
Quantos pecados cometemos contra Deus? Mesmo aqueles que sequer temos a plena consciência que o fizemos?
Louvado seja Cristo, pois o Seu sacrifício na cruz contemplou os pecados que cometemos ignorantemente e que a medida que crescemos na vida cristã, os deixamos.
Sabendo que jamais alcançaremos a plenitude da perfeição estando presos a este tabernáculo terreno, temos a esperança futura de em Cristo o qual nos garante: “Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado” (1 Co 13.8). Quando Ele se manifestar receberemos um corpo semelhante ao dEle, glorificado e não mais sujeito ao pecado!
Filipenses 3:21
21 que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas. (ARC)
1.2 – Pecando e obrando contra algum de todos os mandamentos
Não havia pecado cuja culpa imposta ao homem fosse efetuada sem a justiça divina. Os padrões para classificar aquilo que é ou não pecado, são determinados por Deus, assim como a remissão. Tudo passa pelo crivo da Sua justiça; mesmo aqueles que ignorantemente eram praticados. Até destes o homem era achado culpado, pois a Lei os esclareciam, os evidenciavam.
Romanos 7:7
7 Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. (ARC)
Matthew Henry afirma que não há nada sobre o qual o homem natural é mais cego do que sobre a corrupção original. Assim a lei é uma professora que nos leva a Cristo. Assim como aquilo que é reto revela o que está torto, da mesma forma não há como chegar ao conhecimento do pecado que necessita de arrependimento, senão comparando o nosso coração e a nossa vida com a lei!
Levítico 5:17
17 E, se alguma pessoa pecar e fizer contra algum de todos os mandamentos do SENHOR o que se não deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo, será ela culpada e levará a sua iniquidade. (ARC)
A Palavra de Deus sempre será a régua que mensura o que é certo ou errado para o homem. Ela e somente ela tem a diretriz que nos conduz a Deus.
Infelizmente existe muita negligência quanto aos ditames da Palavra do Senhor. Erram por não conhecerem as Escrituras e o poder de Deus (Mt 22.29). Tal descuido faz com que o homem caia em falsas suposições sobre a Palavra ou não recebem as Escrituras como a Palavra de Deus, e desta forma estabelecem seu próprio raciocínio e conceitos corrompidos em oposição as Escrituras, e por vezes não acreditam em nada além do que podem ver.
Um conhecimento correto das Escrituras como fonte de toda a vontade e verdade de Deus revelada flui, e se torna o alicerce sobre o qual a mesma é construída. Esta é a melhor medida preventiva contra o erro.
Guarde a verdade, a verdade das Escrituras, e ela te guardará dos achismos, dos ventos de doutrinas e outras tantas modas que se encontram por aí.
Diz-se que os homens santificam a Deus quando o honram e o reverenciam como Divino. (Nm 20.12; Lv 10.3; Is 8.13.) Quando o desonram, pela violação de seus mandamentos, se diz que “profanam” seu nome — que é o contrário de santificar seu nome. (Mt 6.9). Desta forma alguém poderia cometer transgressão contra a lei do santuário por ignorância, porém tão logo o conhecimento viesse pela iluminação da Lei, a oferta era oferecida, mas também haviam casos que poderiam violar os direitos do seu próximo através do encobrimento de uma infração cometida, uma mentira, uma declaração conscientemente equivocada, a obra ou negócio fraudentos contra o próximo e até mesmo a agressão não poderiam ser consideradas perfeita ignorância, pois a Lei contemplava tais erros, desta forma, mesmo sem conhecer, mas cometer tais delitos, os ofensores eram advertidos e assim deveriam oferecer a Deus o sacrifício que tinha a ideia de confissão e remissão dos pecados.
Glorificado seja o nome de Jesus que em Si mesmo cumpriu no calvário a questão da culpa pelos pecados desconhecidos e também dos pecados manifestos!
Por Cláudio Roberto
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