Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
TEXTO ÁUREO
Levítico 8:12
12 Depois, derramou do azeite da unção sobre a cabeça de Arão e ungiu-o, para santificá-lo. (ARC)
TEXTO DE REFERÊNCIA
Levítico 8:10,12
10 Então, Moisés tomou o azeite da unção, e ungiu o tabernáculo e tudo o que havia nele, e o santificou;
12 Depois, derramou do azeite da unção sobre a cabeça de Arão e ungiu-o, para santificá-lo.
Levítico 9:1,23-24
1 E aconteceu, ao dia oitavo, que Moisés chamou a Arão, e a seus filhos, e aos anciãos de Israel
23 Então, entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; depois, saíram e abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo.
24 Porque o fogo saiu de diante do SENHOR e consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo todo o povo, jubilou e caiu sobre as suas faces. (ARC)
INTRODUÇÃO
Paz seja convosco!
Iniciamos esta lição abordando a importância de se valorizar os escritos do AT, já que muitos os consideram como sendo uma mensagem ultrapassada para a Igreja, pois estamos vivendo uma nova dispensação. Esquecendo-se que muito do NT é explicado pelo AT.
Agostinho escreveu que: “O Novo está contido no Antigo; o Antigo é explicado pelo Novo”.
No estudo da Palavra de Deus, principalmente quando nos dedicamos a debruçar sobre livros como o de Levíticos, precisamos atentar para um tema chamado Tipologia Bíblica, que basicamente é o estudo de figuras e símbolos bíblicos, especialmente de cerimônias e ordenanças do Antigo Testamento, que prefiguram a Dispensação da Graça.
Marsh afirma que um tipo é uma semelhança divinamente ordenada, pela qual as pessoas, objetos e eventos celestiais são demonstrados pelo terrestre. Porém, para que uma coisa constitua tipo de outra, a primeira não só deve ter uma semelhança à segunda, mas na sua instituição original, deve ter sido determinado que tivesse esta semelhança. “É aquilo que produz fé como modelo, como símbolo e exemplar”. Um antítipo é aquela coisa celestial ou realidade prefigurada pelo tipo. “É uma figura que representa outra”.
Robert Anderson nos faz saber que a tipologia do AT é o próprio abecedário da linguagem em que a doutrina do NT é escrita.
Temos visto até aqui, como os sacrifícios determinados por Deus a Israel se relacionam intimamente com o sacrifício de Cristo efetuado posteriormente no Calvário. Bem como, o ofício sacerdotal se associa do mesmo modo com o ministério e obra de Jesus.
A isto chamamos de tipos, figuras e sombras de algo maior e melhor que estava por vir. O sacrifício de Jesus foi maior do que todos os sacrifícios realizados até então, assim como a Sua obra sacerdotal, também é superior as efetuadas por Arão, seus filhos e descendentes.
As Escrituras nos ensinam que as coisas que encontramos no Antigo Testamento “são sombras das coisas futuras” (Cl 2.16-17), que algumas delas “servem de exemplo e sombra das coisas celestiais” (Hb 8.5), “foram-nos feitas em figura” (1 Co 10.6), e podem ser vistas como “figura do verdadeiro” (Hb 9.24). Mas não devemos nos esquecer de que tudo isso é “a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas” (Hb 10.1).
Jesus Cristo não é somente o cumprimento das profecias, mas também a imagem exata daquilo que no passado era apenas uma sombra. Ele foi o sacrifício perfeito para o perdão dos pecados que cometemos no passado, presente e futuro (1 Jo 2.1), mas também é o Sumo Sacerdote que se compadece de nossas fraquezas e por elas intercede junto ao Pai (Hb 4.15; Rm 8.34).
1 – O SUMO SACERDOTE ARÃO
Segundo os escritores do Comentário – Homilética Completa do Pregador, entre os hebreus, como entre as nações afins, funções sacerdotais foram dispensadas ao chefe de cada família até a instituição da aliança no Sinai. Este, ao consagrar uma família de sacerdotes para a nação, e exigir que todos os sacrifícios fossem apresentados na frente da tenda da reunião, colocava um fim à prática antiga.
A transição da família do sacerdócio para o que encontramos em levítico (sacerdócio de ordem nacional), foi indicada quando Moisés foi encarregado de realizar os sacrifícios de Israel, como o mediador do pacto; e o fechamento do antigo regime foi marcado por sua escolha de homens como seus assistentes na oferta de sacrifícios nacionais. Como o mediador do pacto, divinamente autorizado a comunicar a mensagem de Deus ao povo, e as mensagens das pessoas de Deus, Moisés seria a primeira pessoa de pensamento para o sacerdócio. Mas suas mãos sendo já bastante ocupadas, o ofício foi conferido a seu irmão Arão, como a pessoa mais próxima a ele na consanguinidade e harmonia de sentimento.
As escolhas de Deus são sempre soberanas, inquestionáveis e nunca são arranjos para corrigir ou atender uma necessidade emergencial. Deus fez suas escolhas na eternidade e tanto Moisés como Arão ou Aarão estavam previstos nela, assim como cada um de nós fomos escolhidos para desempenhar um papel ou uma obra no Reino de Deus desde a eternidade (Is 43.10; Jo 15.16).
Apesar de Arão ter sido irmão de Moisés, não foi este o fator determinante da escolha de Deus para o seu ofício. Aliás, nenhuma escolha divina é baseada em influências, talentos ou aptidões humanas, mas tudo se resume em sua bendita graça favorável ao homem.
O que significa o nome Arão? Norman Champlin diz que não há certeza quanto ao que esse nome quer dizer. Pelo menos desde os dias de Jerônimo, pensava-se que vem de um vocábulo hebraico que significa ‘monte de força’. Outros, porém, têm conjecturado ‘montanhista’ ou‘iluminador’. Visto que a própria Bíblia não nos dá explicação sobre o sentido desse nome, nenhum sentido especial tem sido vinculado ao mesmo. Somente Aarão, irmão de Moisés, tem esse nome na Bíblia inteira.
Arão foi filho de Anrão, irmão de Moisés, neto de Coate, bisneto de Levi, trineto de Jacó e Lia e tetraneto de Isaque (Ex 6.14-25). A ele foi dado, por Deus, o Ministério do Sacerdócio e, por isso se tornou o Patriarca dos Sacerdotes e dos levitas, vindo a se tornar o mais ilustre cidadão da tribo de Levi!
Arão, antes de ser escolhido por Deus para exercer o Sacerdócio, já havia sido escolhido para ser assistente e porta-voz de Moisés, por ser mais eloquente do que este (Ex 4.14-16; 7.1).
Foi na ocasião em que Moisés recebeu as tábuas da lei no monte Sinai, que Arão e os anciãos de Israel viram de longe a glória do Senhor (Ex 24.1-11). Foi então que o sacerdócio foi estabelecido. Arão e seus filhos receberam esse ofício, e, subsequentemente, a tribo inteira à qual pertencia Arão, a tribo de Levi, tornou-se a casta sacerdotal e erudita (Lv 8).
O saudoso pastor Valdir Bícego diz que a partir deste cerimonial, ficou definido que o sacerdócio seria exercido pela tribo de Levi, de entre a tribo, deveria pertencer a família de Arão, de dentre a família de Arão, deveria atender algumas exigências físicas daquela época que apontavam para a perfeição moral e espiritual de Jesus, nosso Sumo Sacerdote, e também a perfeição do sacerdócio espiritual exercido pela Igreja do Senhor. Vejamos as analogias com base em Levítico 21.17-21:
1 – Cego (falta de visão): Éramos cegos espirituais; porém agora vemos a glória de Deus (Ap 3.18; Jo 9.25);
2 – Coxo (sem andar firme): Éramos indecisos; porém agora temos a convicção da nossa fé (1 Re 18.21; 2 Pe 1.10);
3 – Nariz chato (intromissão em negócios alheios): Antes nos metia em questões alheias, agora somos novas criaturas, libertas (Pv 26.17; 1 Pe 4.15);
4 – Pé quebrado (andar dificultoso): Antes andávamos errados, mas agora dignos da nossa vocação (Sl 58.3; Ef 4.1);
5 – Mão quebrada (inatividade no servir): Antes, nada fazíamos para Deus e nem contribuíamos para sua obra. Agora trabalhamos e cooperamos para a grandeza do seu reino (Sl 39.2; Ag 1.6; 1 Co 15.58);
6 – Corcunda (somente olhar para baixo): Antes, somente pensávamos nas coisas que são de baixo, desta vida, mas agora olhamos para cima, olhamos para Jesus, “autor e consumador da nossa fé” (Hb 12.2; 1 Co 15.19,32; Cl 3.1-3);
7 – Anão (baixa estatura): Antes, somente alcançávamos as coisas de “baixo”, isto é, da carne, agora alcançamos as coisas elevadas, isto é, do Espírito (Gl 5.19-22; Ef 4.12-14);
8 – Belida no olho (visão fraca): Antes, somente víamos as coisas de perto; agora, enxergamos as coisas de longe (Hb 11.27; 2 Pe 1.9; Ap 3.18);
9 – Sarna (doença contagiosa): Antes vivíamos contagiados pelo pecado e afetávamos os outros; hoje fomos libertos de tudo, e, influenciamos positivamente e espiritualmente (2 Co 2.14-16; 5.17;
10 – Impinges (mal estático, manchas): Antes éramos marcados pelas manchas do pecado, hoje fomos totalmente purificados delas (Jd 12,23; Ap 1.5);
11 – Quebradura (defeitos ocultos): Antes, somente aparência e inoperância; hoje, realidade por dentro e por fora (Mt 23.25-28; Gl 2.20).
Assim como qualquer homem e mulher escolhidos por Deus para participar de Sua obra nesta terra, Arão gozou de grande privilégio! Segue abaixo pequeno resumo da sua vida:
- Seus privilégios
a) tornou-se porta-voz do tímido Moisés. Ex 2.1-10;
b) o próprio Deus chamou-o de profeta. Ex 4.16;
c) tornou-se pai do sacerdócio levítico. Ex 7.1;
d) Deus confirmou seu sacerdócio. Ex 28.1,2;
e) experimentou a mais íntima comunhão com Deus. Nm 17.13;18;
f) transmitiu a Israel a bênção sacerdotal. Ex 19.24.
- Sua falha – Nm 6.22-27
a) seduziu Israel a cometer um pecado terrível. Ex 32.2-4;
b) concordou com o pecado de Miriã. Nm 12.
- Seu fim
a) por causa do pecado não entrou em Canaã. Nm 20.24;
b) morreu no monte Hor, aos cento e vinte e três anos. Nm. 20.23-29; 33.39.
Chamada divina sempre será sinônimo de responsabilidade. A partir daquele dia, Arão e sua casa passaram a possuir enorme compromisso com Deus e com todo povo de Israel. Com Deus porque a exigência da separação estava em um grau mais elevado e com o povo, porque deveria conduzi-los a mesma separação para servirem e serem agradáveis a Deus!
1.1 – A convocação da assembleia
Levítico 8:1-3
1 Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo:
2 Toma a Arão, e a seus filhos com ele, e as vestes, e o azeite da unção, como também o novilho da expiação do pecado, e os dois carneiros, e o cesto dos pães asmos
3 e ajunta toda a congregação à porta da tenda da congregação. (ARC)
Os versículos 2 e 3 dão-nos os ingredientes básicos da preparação para o culto de consagração dos sacerdotes: as vestes sacerdotais eram preparadas; o azeite da consagração também; um novilho era trazido como oferta pelo pecado; um carneiro como holocausto; outro carneiro como oferta pacífica; e uma cesta de pães asmos era trazida como oferta de manjares. Note que nada era fruto da mente fértil do homem, mas conforme a ordem de Deus – “Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:” (Lv 8.1).
“E ajunta toda a congregação” – Esta palavra é usada para indicar a nação inteira de Israel, mas, no caso presente, precisamos supor que esteja em pauta uma seleção, pois não havia modo como todo o povo de Israel, vários milhões de pessoas, poderiam reunir-se em torno do tabernáculo. Acredita-se que os anciãos, chefes tribais etc. é que estão aqui presentes nesta cerimônia de consagração. Em Levítico 9.1 achamos a mesma ideia.
A consagração deveria ser pública
A ordem para reunir toda a congregação a porta da tenda era para que todo o Israel soubesse que a partir daquele momento Arão e seus filhos estavam sendo consagrados sacerdotes e viveriam para Deus e não para si mesmo. O ato implicava em deveres e responsabilidades que a partir daquele instante era de conhecimento de todo Israel.
Nós também publicamente devemos mostrar a nossa vida consagrada ao Senhor, pois fomos por Ele feitos sacerdotes (1 Pe 2.5,9). O batismo nas águas já é uma demonstração pública de que nós morremos para o mundo e vivemos para Deus, mas além do batismo nas águas, a nossa vida em Cristo ganhou contornos morais muito mais fortes e excelentes, desta forma, devemos viver e apresentar o nosso testemunho ao mundo como Filhos de Deus, cujas obras glorifiquem ao nosso Senhor (Mt 5.16).
Ser sacerdote significa ser consagrado
Moisés derramou o óleo da unção sobre a cabeça de Arão para consagrá-lo. Desse modo, o sumo sacerdote se torna santo, separado para o serviço dedicado ao Senhor. Com Moisés a ungi-lo, Arão é promovido para um novo estado, que o habilita a trabalhar dentro do domínio do sagrado. Ungir alguém é torná-la uma pessoa apta, capacitada, habilitada ao serviço do Senhor!
Levítico 8:33
33 Também da porta da tenda da congregação não saireis por sete dias, até ao dia em que se cumprirem os dias da vossa consagração; porquanto por sete dias o Senhor vos consagrará. (ARC)
A palavra hebraica traduzida por consagração (millu’im), que é derivada do radical ‘male’, “encher”, indica o caráter desta separação. Onde nosso texto tem “vos consagrará” (Lv 8.33), o texto hebraico diz, literalmente: “vos encherá as mãos”. No versículo 27, Moisés tomou a oferta de movimento (Lv 8.25,26) e encheu as mãos de Arão e seus filhos, que, por sua vez, a moveram diante do Senhor. Pelo visto, as “mãos cheias”simbolizam o fato de que a vida do sacerdote tinha de ser cheia com nada mais que coisas santas. Ele não pertencia a si mesmo nem devia se sustentar. Tinha de viver do serviço do Tabernáculo (Lv 8.31,32), e sua vida tinha de ser dedicada exclusivamente a serviço de Deus em favor de Israel. Não seria este modo curioso de dizer que o sacerdote, assim como Cristo aos doze anos de idade falou que tinha de “tratar dos negócios de seu “Pai”? (Lc 2.49).
1 Pedro 2:5;9
5 vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.
9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; (ARC)
Somos de Cristo, consagrados para vivermos para o Senhor, cujos sacrifícios são de ordem espiritual e também agradáveis a Deus, pois passam pelo crivo do sacrifício perfeito de Cristo e só depois chega até o Pai!
Gálatas 2:20
20 Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim. (ARC)
Ser sacerdote significa ser consagrado e ser consagrado significa que nós não pertencemos a nós mesmos, mas a Cristo. Vivemos separados do mundo para o serviço de Cristo.
“A porta da tenda” – Ou seja, a primeira cortina que fechava o átrio do tabernáculo do exterior. Havia três cortinas ou véus, ao todo. Temos aí a primeira cortina, que dava entrada para o átrio. Essa cortina ficava apoiada sobre quatro colunas, o mesmo número que havia na cortina do Santo dos Santos. Portanto, temos:
- A primeira cortina (sobre quatro colunas, Ex 27.12);
- A segunda cortina (sobre cinco colunas, Ex 26.36);
- A terceira cortina (sobre quatro colunas, Ex 26.32).
As cortinas indicavam graus variados de acesso, pois cada uma delas servia de porta que permitia que alguém por ali entrasse, com exclusividade. Todo o povo de Israel (mas nenhum gentio) podia penetrar pela primeira cortina. Os sacerdotes, a cada dia, podiam passar pela segunda cortina. Mas somente o sumo sacerdote, e assim mesmo apenas uma vez por ano, podia entrar pela terceira cortina.
Cristo, através do Seu sangue, abriu o acesso para que todos os que creem em Seu sacrifício adentrem o santuário e tenham livre acesso nele (Hb 10.19-21)!
A cerimônia de consagração exigiu que Arão e seus filhos fossem lavados com água.
O pastor Joel Leitão de Melo afirma que a água é o único elemento capaz de matar a sede e de lavar o sujo. Qualquer líquido que acabe com a sede tem de ter 90% de água ou mais. Para lavar um corpo grande, só a água resolve. Outras substâncias servem para tirar manchas, mas precisam da cooperação da água.
Deus promete derramar água pura para limpar o pecador de suas imundícies (Ez 36.25,26).
Jesus Cristo disse: “…Se eu não te lavar, não tens parte comigo” (Jo 13.8b). Noutra ocasião: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede” (Jo 4.14a). Beber desta água é aceitar a salvação. “…Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim… rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber…” (Jo7.37-39).
A água purificadora representa a Palavra de Deus. Na oração pelos discípulos, Jesus pediu: “Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade”(Jo 17.17). E o salmista diz: ”Como purificará o mancebo o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra” (SI 119.9).
A santificação vem pela confissão dos pecados a Jesus. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar…” (1 Jo 1.9a). A Igreja de Jesus Cristo é purificada “com a lavagem da água, pala palavra” (Ef 5.26b).
Não dá resultado pedir santificação ou planejar santidade sem confessar os pecados, e sem aplicar a Palavra de Deus ao coração e à vida prática. Pelas igrejas aparecem pessoas que querem aparentar santidade pelos caminhos da carne. O resultado são as divisões (Jd 19), e os escândalos.
A santificação só vem pelo reconhecimento e confissão dos pecados (1 Jo 1.9), a aplicação do sangue de Jesus para perdão (1 Jo 1.7) e a lavagem pela palavra de Deus (Jo 17.17; Ef 5.26).
Além da água, a consagração exigiu que eles trocassem as indumentárias. Eles receberam novas roupas (Ex 39.2-8,22-28)!
1 – Túnica
O pastor Abraão de Almeida diz que A túnica de linho fino era uma peça interior, representando o Evangelho, que não pode ser partido ou fragmentado: “Os soldados pois, quando crucificaram a Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes; para cada soldado… A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sorte sobre ela para ver a quem caberá – para se cumprir as Escrituras: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. Assim, pois, o fizeram os soldados” (João 19.23,24).
O evangelho é, portanto, imutável e não cabe fazer dele colcha de retalhos!
2 – Manto
O manto do Éfode, ou sobrepeliz, era uma peça curta, feita em azul. Possuía uma abertura para a cabeça e era bordada com romãs em azul, púrpura e carmesim. Havia também campainhas de ouro, entre uma romã e outra. Os frutos só podem surgir de uma vida redimida (carmesim), santificada (fundo branco), glorificada (a púrpura), e assentada nos lugares celestiais (o azul). Estas cores correspondem ao estado do crente conforme Efésios 2.5,6: “E estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos, e juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”.
As campainhas de ouro, que falam da adoração, ou glorificação, estão acompanhadas das romãs, um tipo da frutificação. O verdadeiro louvor e a verdadeira adoração só acontecem, só se tomam efetivos, quando há frutificação.
3 – Éfode
O Éfode é também chamado de estola sacerdotal. Esta peça se dividia em duas partes: frente e costas, unidas por duas pedras de ônix, com os nomes das doze tribos que Arão levava diante do Senhor. Desta forma, sobre seus ombros Jesus suporta, com o seu poder, todo o seu povo. Jesus é o amparo e a fortaleza que necessitamos. Notem também as cores desta peça: o ouro (realeza), o azul (celestial) e o carmesim (glória), que falam dos aspectos do caráter de Jesus. Cristo carregou sobre si os nossos pecados e os apresentou diante do Pai (1Co 15.3).
4 – Peitoral
Diferentemente da estola, onde Cristo suporta sobre seus próprios ombros o seu povo, no peitoral esse mesmo povo, agora representado por doze pedras, está no coração de seu Senhor e Salvador. Jesus disse: “Como o Pai me amou, também eu vou amei; permanecei no meu amor” (João 15.9). Estando assim no coração de Cristo, podemos perguntar como Paulo: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?” (Rm 8.35).
As doze tribos, tanto uma como outra, a maior como a menor, eram levadas continuamente à presença do Senhor sobre o peito e os ombros de Arão. Eram todas, e cada uma em particular, mantidas na presença divina em todo este resplendor perfeito de formosura inalterável que era próprio da posição em que a graça perfeita do Deus de Israel as havia colocado. O povo era representado diante de Deus pelo sumo sacerdote. Quaisquer que fossem as suas fraquezas, os seus erros, ou faltas, os seus nomes resplandeciam sobre o peitoral com imarcescível esplendor…
Mackintosh afirma: “Quão animador é para os filhos de Deus, que são provados, tentados, zurzidos e humilhados, pensar que Deus os vê sobre o coração de Jesus! Perante os seus olhos, eles brilham sempre em todo o fulgor de Cristo, revestidos de toda a graça divina. O mundo não pode vê-los assim; mas Deus vê-os desta maneira, e nisto está toda a diferença. Os homens, ao considerarem os filhos de Deus veem apenas as suas imperfeições e defeitos, porque são incapazes de ver qualquer coisa mais; de sorte que o seu juízo é sempre falso e parcial. Não podem ver as joias brilhantes com os nomes dos remidos gravados pela mão do amor imutável de Deus”.
5 – Cinto
O cinto é tipo da verdade, como escreveu Paulo: “Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade, e vestindo-vos da couraça da justiça”(Efésios 6.14). A verdade confere estabilidade ao caráter, unindo todas as virtudes. Por ser muito largo e longo, moderava o movimento do sacerdote. A Palavra de Deus impõe disciplina, prudência e modifica à nossa maneira de andar e de viver: “Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tito 2.12,13).
O cinto, com o qual todo crente deve estar cingido, fala também de trabalho e vigilância: “Levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima, e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (João 13.4,5). Jesus cingiu-se para servir, para trabalhar. “Cingidos estejam os vossos corpos e acesas as vossas candeias. Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o Senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim” (Lucas 12.35,42,43). Devemos estar cingidos com o cinto da Verdade, e, vigilantes, prontos para o trabalho.
6 – Mitra
Era um turbante de linho fino, apropriado para cobrir a cabeça do sumo sacerdote, que tinha, na parte dianteira, uma placa de ouro com a inscrição: “Santidade ao Senhor” (Ex 39.30). O apóstolo Paulo tem em mente a mitra, quando escreve: “Tomai também o capacete da salvação…” (Ef 6.17). A placa de ouro com as palavras “Santidade ao Senhor” também mostra que “sem a santificação ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
7 – Calções de linho
Cobriam dos lombos às coxas, e indicavam que todo o serviço devia ser espontâneo e decoroso!
As roupas santas apontavam para a justiça de Cristo (Ap 19.8), e indicavam que os sacerdotes eram homens ativos e preparados para a obra de Deus.
Isaías 61:10
10 Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus, porque me vestiu de vestes de salvação, me cobriu com o manto de justiça, como um noivo que se adorna com atavios e como noiva que se enfeita com as suas joias. (ARC)
Lucas 15:22
22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, (ARC)
Para nós, indicam que em Cristo temos novas vestimentas, vestes de salvação!
1.2 – A unção de Arão
Levítico 8:10-12
10 Então, Moisés tomou o azeite da unção, e ungiu o tabernáculo e tudo o que havia nele, e o santificou;
11 e dele espargiu sete vezes sobre o altar e ungiu o altar e todos os seus vasos, como também a pia e a sua base, para santificá-los.
12 Depois, derramou do azeite da unção sobre a cabeça de Arão e ungiu-o, para santificá-lo. (ARC)
A unção era feita com ingredientes especiais e somente poderiam ser usados em ocasiões também especiais. (Ex 30.23-26,32-33).
A ordem de cada unção que aparece no texto de Êxodo 30.26 a 30 é:
1 – Ungir a tenda da congregação, isto é tabernáculo;
2 – Ungir a arca do testemunho, isto é a arca da aliança;
3 – Ungir os utensílios do Templo e por último;
4 – Ungir a Arão e os seus filhos.
Ungir primeiro o tabernáculo, a arca da aliança e os utensílios falam daquilo que Deus mostrou a Moisés antes mesmo que existissem; e alguns estudiosos ainda afirmam ser uma referência de algo que existia como modelo no céu (Hb 8.5). Se no princípio Deus criou primeiro os céus e depois a terra (Gn 1.1), logo a primazia de tudo compete primeiro ao que está no céu e depois o que está na terra.
Tudo que envolve a ministração a Deus deve ser santificado para Ele, isto é, para o Seu uso exclusivo!
O óleo da unção que ungiu Arão e os seus filhos era o mesmo azeite usado para ungir a tenda da congregação, os objetos sagrados. Com esta unção eram considerados santificados (Ex 30.25-30).
A unção é símbolo do Espírito Santo, ou seja, da presença de Deus na vida do homem.
A unção dos sacerdotes veio antes de oferecerem o primeiro sacrifício. Em semelhança, Cristo também foi ungido antes de iniciar o seu ministério, quando a pomba pousou sobre a Sua cabeça na ocasião do Seu batismo (Lc 4.18; At 10.38) e antes da Sua morte sacrificial, também foi ungido com unguento precioso (Jo 12.38).
Joel Leitão de Melo atesta que o Espírito Santo ungiu a Jesus para realizar seu ministério (Is 61.1; Lc 4.18) e por meio dele somos agora ungidos por Deus “… o que nos ungiu, é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações” (2 Co 1.21b,22). Como o sacerdote ungido com óleo se santificava, nós somos santificados pelo Espírito Santo (1 Pe 1.2). O óleo era alimento e remédio, o Espírito Santo nos fortalece e dá poder. Igualmente a unção representa a luz de Deus, para crescer no conhecimento da sua vontade. “E a unção, que vós recebestes dele, fica em vós… como a sua unção vos ensina todas as coisas…” (1 Jo 2.27).
Arão foi ungido e com a unção veio também competência para exercer o ministério. Cristo do mesmo modo não ficou isento de receber a unção de Deus para também exercer o Seu ministério terreno. O que faz pensar o homem que poderia fazê-lo sem a unção do Espírito Santo? O serviço a Deus depende da unção que dEle recebemos. Não é apropriado e tampouco conveniente oficiar no Reino de Deus sem a unção do alto, pois o que resulta é falta de autoridade e prevalece o descrédito. A unção é garantia do poder de Deus operando em nós e a autoridade de Deus agindo através de nós! Aleluia!
Hebreus 7:28
28 Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre. (ARC)
Mesmo fracos, Arão e sua descendência cumpriram a tarefa sacerdotal, e nós, agora como sacerdotes de Deus na nova aliança, também não estamos isentos das fraquezas que nos pertence e se evidencia sempre em nossa vida, no entanto, “não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15), logo o Seu sangue e sua intercessão nos mantém em plena comunhão com Deus!
Por Cláudio Roberto
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Optamos por oferecer valores acessíveis para que todos continuem a desfrutar dos nossos esboços e ao mesmo tempo AJUDAR a obra missionária, portanto a EBD Comentada, juntamente com você estará ao mesmo tempo ENSINANDO e FAZENDO MISSÕES.
Contamos com a ajuda de todos para mantermos este trabalho que tem auxiliado milhares de professores no Brasil e no mundo.
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19 – ARC).
Qualquer dúvida referente aos planos ou mesmo depois de adquiri-lo, surgir algum problema, entre em contato conosco (contato@ebdcomentada.com.br)
Deus lhe abençoe ricamente!!!
Equipe EBD Comentada http://ebdcomentada.gdigital.com.br