Lição 6, Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia 1º Trimestre de 2018 - Título: A Supremacia de CRISTO - Fé, Esperança e Ânimo na Carta aos Hebreus
Lição 6, Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia
1º Trimestre de 2018 - Título: A Supremacia de CRISTO - Fé, Esperança e Ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: Pr. José Gonçalves, pastor presidente das Assembleias de DEUS em Água Branca, PI.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454.
Ajuda http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/hebreus.htm
TEXTO ÁUREO"Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas." (Hb 6.12)
VERDADE PRÁTICAContra o perigo da apostasia, a Palavra de DEUS revela a necessidade de ânimo e perseverança de fé.
LEITURA DIÁRIASegunda - Hb 6.1,2 A necessidade do crescimento espiritual em CRISTO
Terça - Hb 6.4 Apostasia, um perigo na vida de quem foi regenerado
Quarta - Hb 6.5 Apostasia, um perigo na vida de quem viveu as realidades do Reino
Quinta - Hb 6.10 O serviço cristão, a obra de DEUS e a justiça divina
Sexta - Hb 6.12,13 Abraão, um exemplo de perseverança e fidelidade
Sábado - Hb 6.20 JESUS, o nosso precursor na Eternidade com DEUS LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Hebreus 6.1-15 1 - Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de CRISTO, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em DEUS, 2 - e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. 3 - E isso faremos, se DEUS o permitir. 4 - Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do ESPÍRITO SANTO, 5 - e provaram a boa palavra de DEUS e as virtudes do século futuro, 6 - e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de DEUS e o expõem ao vitupério. 7 - Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de DEUS; 8 - mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada. 9 - Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. 10 - Porque DEUS não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de amor que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis. 11 - Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; 12 - para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas. 13 - Porque, quando DEUS fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, 14 - dizendo: Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te multiplicarei. 15 - E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa.
OBJETIVO GERALConscientizar que para perseverarmos na fé precisamos crescer em CRISTO, estar em constante vigilância e confiar nas promessas. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Afirmar a necessidade do crescimento espiritual; Sinalizar a necessidade de vigilância espiritual num tempo de apostasia; Conscientizar acerca da necessidade de confiarmos nas promessas de DEUS. INTERAGINDO COM O PROFESSORApostasia remonta a ideia de decaída, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastamento daquilo que antes se estava ligado. Em relação à nossa fé, apostasia significa romper o relacionamento salvífico com CRISTO. Geralmente esse fenômeno se manifesta na esfera moral e ética, bem como na esfera doutrinária. Neste tempo de apostasia, à luz da Carta de Hebreus, somos chamados a perseverar na comunhão com CRISTO e a viver em fé na esperança renovada de que um dia estaremos para sempre com o Senhor.
PONTO CENTRALDevemos ter uma vida de perseverança e fé em tempos de apostasia. Resumo da Lição 6, Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia I - A NECESSIDADE DO CRESCIMENTO ESPIRITUAL
1. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre arrependimento e fé. 2. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre batismos e imposição de mãos. 3. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre ressurreição e juízo. II - A NECESSIDADE DA VIGILÂNCIA ESPIRITUAL 1. Apostasia, uma possibilidade para quem foi iluminado e regenerado. 2. Apostasia, uma possibilidade para quem vivenciou a Palavra e o ESPÍRITO. 3. Apostasia, uma possibilidade para quem viveu as expectativas do Reino. III - A NECESSIDADE DE CONFIAR NAS PROMESSAS DE DEUS 1. O serviço cristão e a justiça de DEUS. 2. A perseverança de Abraão e a fidelidade de DEUS. 3. CRISTO, sacerdote e precursor do crente.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Crescer espiritualmente significa ir além dos rudimentos doutrinários do arrependimento e da fé, do batismo, da imposição de mãos, da ressurreição e do juízo. SÍNTESE DO TÓPICO II - Precisamos ter vigilância espiritual porque a apostasia é uma possibilidade para quem foi iluminado e regenerado, para quem vivenciou a Palavra, provou do ESPÍRITO e viveu a expectativa do Reino. SÍNTESE DO TÓPICO III - Podemos confiar nas promessas do Senhor, pois à luz da perseverança de Abraão e da fidelidade de DEUS, nos chegamos a CRISTO, o sacerdote e precursor do crente. SUBSÍDIO DIDÁTICO - TOP1 - Prezado(a) professor(a), faça um resumo do capítulo 6 de Hebreus para a classe, antes de introduzir este tópico. Se possível, reproduza o esquema abaixo: PARA REFLETIR - A respeito de Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia, responda:
Como se inicia a vida cristã? A vida cristã começa com arrependimento e fé (Mc 1.15).
O que fica patente para todo leitor do Novo Testamento? Fica patente para o leitor do Novo Testamento que a pregação apostólica se fundamentava primeiramente no fato da ressurreição de JESUS (At 4.33; 17.18).
Segundo o autor sagrado, Hebreus 6.4 fala a respeito de quem? O autor fala de pessoas crentes, porque nenhum descrente foi iluminado nem tampouco experimentou do dom celestial.
Segundo Hebreus, quem se torna participante do ESPÍRITO SANTO e da Palavra de DEUS? Os crentes.
Em que sentido o autor de Hebreus usa o patriarca Abraão como modelo? O velho patriarca é o modelo do crente perseverante, que de posse da promessa de DEUS soube esperar com paciência (Hb 6.12,13) CONSULTE a Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p39. SUGESTÃO DE LEITURA - Arminianismo - A Mecânica da Salvação, As obras de Armínio, Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal Resumo Rápido do Pr. Henrique da Lição 6, Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia Abraão esperou 25 anos. José esperou 13 anos. Moisés esperou 40 anos. Jesus esperou 30 anos. Se você também está esperando, você está em boa companhia. OBRA MORTA É TODA AQUELA QUE É FEITA COM OBJETIVO DE ALCANÇAR DE DEUS ALGUMA COISA POR MERECIMENTO, OU MÉRITO PRÓPRIO O QUE É OBRA MORTA? Toda obra feita com a intenção de comprar a salvação ou algo de DEUS. Toda obra que coloca merecimento e não graça para se receber algo de DEUS.
É um exemplo a guarda do Sábado. Seguir rigorosamente as leis dietéticas. Guardar dias como da lua Nova. Circuncidara si e aos fihos. Etc... Oferecer sacrifícios no templo. Tudo isso com o fim de ser salvo ou alcançar favor divino. Como viver uma vida cristã dinâmica no ESPÍRITO? Não existe segredo. Todos os crentes já sabem a fórmula - Muita Oração (pelo menos umas duas horas por dia em línguas) - muita leitura e estudo da Bíblia - jejum de pelo menos um dia por semana. MAS, ATENÇÃO, TUDO ISSO COM FÉ EM DEUS, SENÃO SERÁ APENAS OBRAS MORTAS. Qualquer irmão sabe disso pelas igrejas onde passei. Não como nada nos dias que ministro, oro 3 horas por dia em línguas, passo a semana toda lendo e estudando a bíblia. resultado: Muitas almas, centenas de curas, libertações, batismos. JESUS disse - entra para dentro de teu quarto e ora em secreto que teu Pai vai recompensar você publicamente. Deveria ser perfeitamente normal para a Igreja que centenas de pessoas sejam curadas, eu mesmo oro por centenas de pessoas curadas toda semana. Teve mês de mais de 1.000 (mil) pessoas serem curadas. isso é para todos nós (principalmente professores de EBD), mas como nossa liderança está mais preocupada em ganhar dinheiro do que com as coisas de cima, então os dons desapareceram da igreja. Não temos referenciais para imitarmos. Então falamos mal de quem DEUS usa em outras denominações e também na nossa própria. É uma maneira de escondermos nossa própria negligência. Todo cristão pode cair na blasfemia se não orar muito buscando a comunhão com o ESPÍRITO SANTO. Nós temos uma pessoa morando dentro de nós e nem ao menos falamos com esta pessoa. Tem crente que tem 50 anos de crente e nunca falou com a pessoa que mora dentro dele e sabe mais a seu respeito do que ele mesmo. Tenho visto muito crente atribuindo a Satanás a obra do ESPÍRITO SANTO. EXEMPLO CLÁSSICO DISSO PODEMOS CITAR DOIS ÍCONES DO EVANGELHO TELEVISIVO HOJE - R.R.SOARES E VALDEMIRO SANTIAGO. O legítimo evangelho, o evangelho bíblico é pregado acompanhado por sinais, prodígios e maravilhas. Nisso estão bem mais a frente que nós - cresceram bem mais do que nós no conhecimento de DEUS. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porãoas mãos sobre os enfermos, e os curarão. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém. Marcos 16:17-20. NOS QUISITOS BÁSICOS DE FÉ, IMPOSIÇÃO DE MÃOS, EXPERIMENTAR VIRTUDES DO MUNDO VINDOURO ESTÃO BEM A FRENTE DE NÓS. Não são perfeitos como nós não somos, erram doutrinariamente em muitas coisas, mas nós também. A blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO é principalmente atribuir a Satanás o que DEUS faz. Exemplo: No calvinismo o falar em línguas e os milagres são atribuidos a Satanás e a atores e não a DEUS. Dizem que isso era só para a época dos apóstolos e que não é mais necessário.
Pode conversar com um calvinista e perguntar sobre as manifestações do ESPÍRITO SANTO e ele vai lhe dizer no que acredita e vai começar a criticar todas as manifestações atuais do ESPÍRITO SANTO e os servos QUE DEUS USA. É o cerne de suas pregações e ensinos. Vão desviar sua atenção para o fruto do ESPÍRITO como se o fruto fosse deles e não do ESPÍRITO e vão supervalorizar o fruto em detrimento do batismo e dos dons como se isso fosse possível.
Na Assembleia temos muiitos teólogos moderninhos entrando nesta canoa furada,. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro. Mateus 12:32 Não há mais salvação para quem cair em apostasia. Seria preciso JESUS morrer de novo. Exemplo - um idólatra aceita a JESUS, é batizado nas águas, fica sendo crente por algum tempo, recebe até batismo no ESPÍRITO SANTO, depois deixa o evangelho e volta a idolatria, volta a crer na salvação através de Maria. Para este não tem mais jeito. No caso dos judeus cristãos iriam voltar ao judaismo que diz que JESUS ainda não veio - então significaria dizer que JESUS que morreu por nós não existiu. Ai é apostasia sem volta. Iriam voltar sacrificar animais para encobrir seus pecados. O sacrifício de JESUS seria invalidado na vida deles. Calvinistas ensinam que epístola aos hebreus foi escrita para cristãos hebreus, mas quando se deparam com Hebreus 6 querem mudar de opnião, dizem que é esporádico o versículo, que é só para alguns dauquela época, etc... . Dzer que crente perde a salvação quando ensinam que DEUS já escolheu quem vai ser salvo e este não perde a salvação mesmo que se suicide, mesmo que esteja em pecado? Impressionante essas mentiras calvinistas. Apostasia é desvio sem volta. É salvo que perde a salvação por deixar CRISTO. Só acontece apostasia com quem já foi salvo. Apóstata é a quele que cortou seu vínculo salvífico com JESUS CRISTO. QUEM SÃO OS APÓSTATAS NA BÍBLIA Atos 1.25 Para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar.
Gl 5.4 *aqui se inclui todos os judeus que abandonaram sua fé, voltando ao judaismo** - Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.
Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia; Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé. E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar. 1 Timóteo 1:18-20
Aqui se encontram todos os falsos mestres E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.2 Pe 2.1
Aqui entram todos os que, por exemplo, eram idólatras e voltaram a idolatria Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.2 Pedro 2:20-22
Todo livro de Judas praticamente também identifica os apóstatas.
A LISTA SERIA GRANDE DEMAIS PARA SE COLOCAR NA BÍBLIA O NOME DE TODOS OS APÓSTATAS DA ÉPOCA EM QUE FOI ESCRITA. DE LÁ PARA CÁ A LISTA DARIA VOLTAS AO REDOR DA TERRA.
Inclui-se nesta lista todos os que blasfemaram contra o ESPÍRITO SANTO. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro. Mateus 12:32 A APOSTASIA PESSOALHb 3.12 “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do DEUS vivo”.
A apostasia (gr. apostásis) aparece duas vezes no NT como substantivo (At 21.21; 2Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi, traduzido “apartar”). O termo grego é definido como decaída, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado; afastamento, abandono premeditado e consciente da fé cristã.
(1) Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com CRISTO, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo ESPÍRITO SANTO (cf. Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si: (a) a apostasia teológica, i.e., a rejeição de todos os ensinos originais de CRISTO e dos apóstolos ou dalguns deles (1Tm 4.1; 2Tm 4.3); e (b) a apostasia moral, i.e., aquele que era crente deixa de permanecer em CRISTO e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13).
(2) A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com CRISTO, como para nos motivar a perseverar na fé e na obediência. O propósito divino desses trechos bíblicos de advertência não deve ser enfraquecido pela idéia que afirma: “as advertências sobre a apostasia são reais, mas a sua possibilidade, não”. Antes, devemos entender que essas advertências são como uma realidade possível durante o nosso viver aqui, e devemos considerá-las um alerta, se quisermos alcançar a salvação final. Alguns dos muitos trechos do NT que contêm advertências são: Mt 24.4,5,11-13; Jo 15.1-6; At 11.21-23; 14.21,22; 1Co 15.1,2; Cl 1.21-23; 1Tm 4.1,16; 6.10-12; 2Tm 4.2-5; Hb 2.1-3; 3.6-8,12-14; 6.4-6; Tg 5.19,20; 2Pe 1.8-11; 1Jo 2.23-25.
(3) Exemplos da apostasia propriamente dita acham-se em Êx 32; 2Rs 17.7-23; Sl 106; Is 1.2-4; Jr 2.1-9; At 1.25; Gl 5.4; 1Tm 1.18-20; 2Pe 2.1,15,20-22; Jd 4,11-13; a apostasia, segundo a Bíblia, ocorrerá dentro da igreja professa nos últimos dias desta era:
Ocorrerá a “apostasia” (gr. apostasia), que literalmente significa “desvio’’, “afastamento’’, “abandono’’ (2.3). Nos últimos dias, um grande número de pessoas da igreja apartar-se-á da verdade bíblica.
(a) Tanto o apóstolo Paulo quanto CRISTO revelam um quadro difícil da condição de grande parte da igreja — moral, espiritual e doutrinariamente — à medida que a era presente chega ao seu fim (cf. Mt 24.5, 10-13, 24; 1Tm 4.1; 2Tm 4.3,4). Paulo, principalmente, ressalta que nos últimos dias elementos ímpios ingressarão nas igrejas em geral.
(b) Essa “apostasia” dentro da igreja terá duas dimensões. (i) A apostasia teológica, que é o desvio de parte ou totalidade dos ensinos de CRISTO e dos apóstolos, ou a rejeição deles (1Tm 4.1; 2 Tm 4.3). Os falsos dirigentes apresentarão uma salvação fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências de CRISTO quanto ao arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a DEUS e seus padrões (2Pe 2.1-3,12-19). Os falsos evangelhos, voltados a interesses humanos, necessidades e alvos egoístas, gozarão de popularidade. (ii) A apostasia moral, que é o abandono da comunhão salvífica com CRISTO e o envolvimento com o pecado e a imoralidade. Esses apóstatas poderão até anunciar a sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de DEUS (Is 29.13; Mt 23.25-28). Muitas igrejas permitirão quase tudo para terem muitos membros, dinheiro, sucesso e prestígio (ver 1Tm 4.1). O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por CRISTO (Fp 1.29), de renunciar todo pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino de DEUS e de renunciar a si mesmo será algo raro (Mt 24.12; 2Tm 3.1-5; 4.3).
(c) Tanto a história da igreja, como a apostasia predita para os últimos dias, advertem a todo crente a não pressupor que o progresso do reino de DEUS é infalível na sua continuidade, no decurso de todas as épocas e até o fim. Em determinado momento da história da igreja, a rebelião contra DEUS e sua Palavra assumirá proporções espantosas. No dia do Senhor, cairá a ira de DEUS contra os que rejeitarem a sua verdade (1Ts 5.2-9).
(d) O triunfo final do reino de DEUS e sua justiça no mundo, portanto, depende não do aumento gradual da igreja professa, mas da intervenção final de DEUS, quando Ele se manifestará ao mundo com justo juízo (Ap 19—22; ver 2Ts 2.7,8; 1Tm 4.1; 2Pe 3.10-13; Jd).
(4) Os passos que levam à apostasia são:(a) O crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Palavra de DEUS (Mc 1.15; Lc 8.13; Jo 5.44,47; 8.46).
(b) Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino celestial de DEUS, o crente deixa paulatinamente de aproximar-se de DEUS através de CRISTO (4.16; 7.19,25; 11.6).
(c) Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais tolerante do pecado na sua própria vida (1Co 6.9,10; Ef 5.5; Hb 3.13). Já não ama a retidão nem odeia a iniquidade (ver 1.9).
(d) Por causa da dureza do seu coração (3.8,13) e da sua rejeição dos caminhos de DEUS (v. 10), não faz caso da repetida voz e repreensão do ESPÍRITO SANTO (Ef 4.30; 1Ts 5.19-22; Hb 3.7-11).
(e) O ESPÍRITO SANTO se entristece (Ef 4.30; cf. Hb 3.7,8); seu fogo se extingue (1Ts 5.19) e seu templo é profanado (1Co 3.16). Finalmente, Ele afasta-se daquele que antes era crente (Jz 16.20; Sl 51.11; Rm 8.13; 1Co 3.16,17; Hb 3.14).
(5) Se a apostasia continua sem refreio, o indivíduo pode, finalmente, chegar ao ponto em que não seja possível um recomeço. (a) Isto é, a pessoa que no passado teve uma experiência de salvação com CRISTO, mas que deliberada e continuamente endurece seu coração para não atender à voz do ESPÍRITO SANTO (3.7-19), continua a pecar intencionalmente (10.26) e se recusa a arrepender-se e voltar para DEUS, pode chegar a um ponto sem retorno em que não há mais possibilidade de arrependimento e de salvação (6.4-6; Dt 29.18-21; 1 Sm 2.25; Pv 29.1). Há um limite para a paciência de DEUS (ver 1 Sm 3.11-14; Mt 12.31,32; 2 Ts 2.9-11; Hb 10.26-29,31; 1 Jo 5.16). (b) Esse ponto de onde não há retorno, não se pode definir de antemão. Logo, a única salvaguarda contra o perigo de apostasia extrema está na admoestação do ESPÍRITO: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações ( 3.7,8,15; 4.7).
(6) É próprio salientar que, embora a apostasia seja um perigo para todos os que vão se desviando da fé (2.1-3) e que se apartam de DEUS (6.6), ela não se consuma sem o constante e deliberado pecar contra a voz do ESPÍRITO SANTO (ver Mt 12.31, pecado contra o ESPÍRITO SANTO).
(7) Aqueles que, por terem um coração incrédulo, se afastam de DEUS (3.12), podem pensar que ainda são verdadeiros crentes, mas sua indiferença para com as exigências de CRISTO e do ESPÍRITO SANTO e para com as advertências das Escrituras indicam o contrário. Uma vez que alguém pode enganar-se a si mesmo, Paulo exorta todos aqueles que afirmam ser salvos: "Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos" (ver 2 Co 13.5).
(8) Quem, sinceramente, preocupa-se com sua condição espiritual e sente no seu coração o desejo de voltar-se arrependido para DEUS, tem nisso uma clara evidência de que não cometeu a apostasia imperdoável.As Escrituras afirmam com clareza que DEUS não quer que ninguém pereça (2 Pe 3.9; cf. Is 1.18,19; 55.6,7) e declaram que DEUS receberá todos que já desfrutaram da graça salvadora, se arrependidos, voltarem a Ele (cf. Gl 5.4 com 4.19; 1 Co 5.1-5 com 2 Co 2.5-11; Lc 15.11-24; Rm 11.20-23; Tg 5.19,20; Ap 3.14-20; note o exemplo de Pedro, Mt 16.16; 26.74,75; Jo 21.15-22). Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato LIÇÃO 6 - O PERIGO DA APOSTASIA - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/hebreus.htm PONTO DE CONTATO: Comece a aula perguntando a seus alunos se eles se consideram crentes espiritualmente maduros. Depois fale um pouco sobre a urgência da maturidade cristã. Os cristãos hebreus, destinatários da epístola em apreço, [eram ainda “criancinhas” quando, pelo tempo de crentes, deveriam ter alcançado certa maturidade. Já era tempo para eles serem mestres dos outros, enquanto na realidade, careciam de instrução elementar. Eram inexperientes, imaturos e mal preparados para participarem das discussões dos problemas de grande vulto do pensamento cristão.] O escritor pretendia deixar claro que não se consegue a maturidade cristã pelo retorno aos padrões dos primeiros estágios da instrução cristã. Para que o edifício espiritual seja concluído, é necessário ir além do lançamento dos alicerces, isto é, o arrependimento de obras mortas e fé em DEUS. OBJETIVOS: No término desta aula seu aluno deverá esta apto a:
Expressar a importância do crescimento espiritual para todos os cristãos.
Reconhecer o perigo terrível da apostasia.
Desejar manter-se firme diante de DEUS para não ser apanhado pela apostasia.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA: Peça a seus alunos para relacionarem no quadro de giz os passos que normalmente conduzem os crentes inadivertidos à apostasia. Depois, compare-os com os exemplos abaixo: 1. O crente por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Palavra de DEUS (Jo 5.44,47).
2. Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino de DEUS, o crente deixa paulatinamente de aproximar-se de DEUS através de CRISTO (Hb 7.19,25). 3. Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais tolerante com ele na sua própria vida (1 Co 6.9,10).
4. Por causa da dureza do seu coração (Hb 3.8,13) e da sua rejeição dos caminhos de DEUS, não faz caso da repetida voz e repreensão do ESPÍRITO SANTO (1 Ts 5.19-22).
5. O ESPÍRITO SANTO se entristece (Ef 4.30); seu fogo se extingue e seu templo é profanado (1 Co 3.16). Finalmente, Ele afasta-se daquele que antes era crente (Hb 13.14). (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pág. 1903.)
INTRODUÇÃOQuando o cristão estaciona na fé e não se aprofunda no conhecimento das coisas de DEUS, corre o risco de ser levado por ventos de doutrinas (Ef 4.14) e apostatar, vindo a perder-se eternamente por não se arrepender. O tema desta lição, por seu expressivo conteúdo doutrinário, merece cuidadosa análise à luz da Palavra de DEUS.
I. INFÂNCIA ESPIRITUAL
1. Negligentes para ouvir (5.11). É próprio das crianças em geral serem negligentes para ouvir. Faz parte da sua estultícia (Pv 22.15). Aqui o escritor dirige-se aos cristãos que já deviam “ser mestres pelo tempo”, ou seja, pessoas que não eram mais neófitas na fé. Aliás, os novos convertidos, vistos como crianças espirituais, normalmente são os melhores ouvintes. 2. Necessitados de leite (vv.12,13). O crente “menino” não se desenvolve por não saber ouvir a Palavra de DEUS. Os leitores da Epistola aos Hebreus ainda careciam dos ensinamentos rudimentares da fé cristã: precisavam “de leite, e não de sólido alimento”. A maioria dos crentes nem fotram batizados no ESPÍRITO SANTO, agrande maioris nem tem ainda pelo enos um do do ESPÍRITO SANTO. A maioria não ganha uma alma por ano. A maioria nem sabe o que deve fazer em sua vida cristã. A maioria não ora nem uma hora pelo menos por dia. A maioria não leram a bíblia toda pelo menos uma vez.
II. OS RUDIMENTOS DA DOUTRINA
1. Arrependimento e fé (6.1). Constituem os dois pilares da doutrina da salvação. São elementos fundamentais que não podem faltar no ensinamento e formação do novo convertido. O escritor fala de “arrependimento de obras mortas”. Sendo eles judeus, convertidos ao cristianismo, provavelmente ainda queriam reviver os velhos conceitos da lei, tais como a guarda do sábado, a implementação dos sacrifícios, a observância das luas novas, etc., esquecendo-se da salvação somente pela graça, mediante a fé.
2. Batismos e imposição de mãos (v.2). A doutrina dos batismos faz parte do início da fé, e não dos estágios mais avançados do desenvolvimento espiritual. Hoje, ainda há “meninos”, ensinando que só se deve batizar em nome de JESUS, e não na forma trinitariana como JESUS ordenou (cf. Mt 28.19). Quanto à imposição das mãos, nos moldes do Antigo Testamento, que consistia num gesto simbólico de transmissão de bênçãos (como fez Jacó), os crentes daquela ocasião não deveriam mais preocupar-se. Agora, com CRISTO, o gesto de impor as mãos, no nome de JESUS, propicia a cura divina (Mc 16.18; At 28.8), Dons do ESPÍRITO SANTO (2 Tm 1:6), Libertação, envio de Missionários (Atos 13:3), consagração de obreiros, etc....
3. Ressurreição e juízo (v.2). Todo crente em JESUS, desde o início de sua fé, em seu discipulado básico, deve saber que CRISTO morreu por nossos pecados, mas ressuscitou para nossa justificação (Rm 4.25), e para um dia julgar o mundo com justiça (At 17.31). A ressurreição de JESUS é doutrina básica para nossa salvação (Rm 10.9; 1Co 15:17).
III. O GRAVE PERIGO DA APOSTASIA
1. O que é apostasia. Do gr. apostásis, afastamento, abandono da fé. Apostatar significa abandonar a fé cristã de modo premeditado e consciente. No texto em apreço o escritor adverte quanto ao perigo da apostasia.
2. O arrependimento impossível (vv.4,5). O capítulo em estudo contém uma solene advertência contra a apostasia deliberada e insensível. Nele são apresentados cinco motivos pelos quais um apóstata empedernido não pode mais arrepender-se:
a) “Já uma vez foram iluminados”. JESUS é a luz do mundo (Jo 8.12); os que o aceitam de verdade, experimentam seu perfeito fulgor, e reconhecem que outrora encontravam-se nas trevas, no mundo, sem DEUS e sem salvação. Agora não são mais novos convertidos. São crentes que sabem diferençar as trevas do Diabo da luz de CRISTO.b) “Provaram o dom celestial”. O texto não se refere a neófitos na fé, com limitada convicção do evangelho. Refere-se, sim, a crentes que tiveram uma experiência real com CRISTO (ver 1 Pe 2.1-3), provando a salvação que, pela fé, é dom de DEUS (Ef 2.8,9).
c) “E se fizeram participantes do ESPÍRITO SANTO”. Aqui a advertência é severa para aqueles que foram pelo ESPÍRITO SANTO imersos no corpo de CRISTO. O apóstolo Paulo diz que “todos temos bebido de um ESPÍRITO” (1 Co 12.12,13). Fica claro que o escritor dirigia-se a pessoas que conheciam muito bem o significado da comunhão com o ESPÍRITO SANTO. Muitos deles já tinham sido batizados no ESPÍRITO SANTO também. Alguns já tinham até sido usados em dons do ESPÍRITO SANTO (Mt 7:21).
d) “E provaram a boa palavra de DEUS”. O escritor repete o verbo provar, referindo-se a crentes que tiveram um conhecimento mais que superficial das verdades de DEUS, em algumas áreas teológicas, expressas em sua Palavra. Não apenas sentiram o “cheiro”, mas “comeram” a Palavra, experimentando-a e confirmando-a como verdadeira (cf. Jo 17.17).
e) “E (provaram) as virtudes do século futuro”. Os leitores da carta eram crentes que além da vasta experiência espiritual, puderam, ainda no presente, experimentar as bênçãos e as virtudes do porvir. JESUS disse: “E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de DEUS” (Lc 10.9); “...o Reino de DEUS está entre vós” (Lc 17.21). Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. (2 Coríntios 3:18). Experimentaram dos dons do ESPÍRITO SANTO.
3. A recaída no fosso da apostasia (v.6). O escritor diz que para aqueles que possuíam as experiências descritas nos vv.4 e 5, e recaíssem, seria “impossível” (v.4a) serem “outra vez renovados para arrependimento” (v.6a). Não se trata de um crente que se afasta da igreja local por pecados relativamente comuns entre os homens. Quase sempre essas pessoas se arrependem e pedem perdão a DEUS e à igreja. A impossibilidade de arrependimento referida pelo escritor, diz respeito a crentes que, mesmo providos das experiências mencionadas acima, abandonam a CRISTO, negando-o e renegando-o de modo proposital e deliberado. Trata-se de uma pessoa que chegou a um estágio tão escrachado de desvio, que sua consciência encontra-se cauterizada (conforme 1 Tm 4.2), ficando insensibilizado a qualquer advertência por parte do ESPÍRITO SANTO. É uma situação tão difícil que a pessoa acaba blasfemando contra o ESPÍRITO de DEUS, não tendo mais condições de obter o perdão do Pai (cf. Mt 12.31). Este é o “pecado para a morte” de que trata o apóstolo João em sua epístola (1 Jo 5.16b). É a permanência no pecado sem arrependimento e sem desejo de mudança. Muitas vezes é o retorno à idolatria (reconhecer outro DEUS, outro salvador).
4. Expondo CRISTO ao vitupério. a) Voltam a crucificar o Filho de DEUS. A morte de CRISTO foi por DEUS preordenada para ocorrer apenas uma vez, como de fato aconteceu. Os sacerdotes do Antigo Testamento ofereciam muitas vezes sacrifícios, inclusive por si mesmos (Hb 9.26). Mas CRISTO ofereceu-se uma única vez “para tirar os pecados de muitos” (Hb 9.28). Quem o conhece, experimentou sua salvação, e mesmo assim, peca proposital e deliberadamente, volta a crucificá-lo, expondo-o ao vitupério. Os hebreus talvez desejassem voltara a oferecer sacrifício por seus pecados, no templo.
b) Terra maldita. Usando uma trágica metáfora, o escritor dá a entender que o coração de quem tem conhecimento de CRISTO e o despreza, apostatando da fé, é como uma terra antes boa, mas tornando-se reprovada, “produz espinhos e abrolhos”, e só presta para ser queimada.
IV. A FIDELIDADE DE DEUS1. DEUS não é injusto (v.10). O escritor considera os destinatários de sua carta como pessoas amadas, de quem espera “coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação...”. Isso prova que, embora a apostasia os ameaçasse constantemente, eles não tinham caído nela; estavam sendo advertidos. Em seguida, ele diz que “DEUS não é injusto” para se esquecer da obra, do trabalho e da caridade deles para com os santos, a quem serviam.
2. DEUS cumpre suas promessas (v.13). DEUS fez promessa a Abraão e, como não tinha alguém maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, prometendo abençoá-lo e multiplicá-lo na terra, ainda que sua esposa fosse estéril. E o patriarca alcançou a bênção, porque esperou com paciência (vv.14,15). Esperou por 25 anos.
3. É impossível que DEUS minta (vv. 16-20). DEUS quis mostrar a “imutabilidade de seu conselho aos herdeiros da promessa”, fazendo um juramento. Certamente DEUS não precisa jurar, mas para que os homens não tivessem dúvida, Ele “se interpôs com juramento”. O escritor enfatiza que “é impossível que DEUS minta” e, por isso, devemos “reter a esperança proposta, a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu”, onde está JESUS, nosso mui amado e eterno Sumo Sacerdote.
CONCLUSÃOAqueles que têm a experiência gloriosa da salvação precisam cuidar-se para não caírem no engano do Diabo. É indescritível o prejuízo de quem apostata da fé, negando a eficácia do sangue de CRISTO para a salvação dos pecadores. Tais desafortunados podem chegar à situação de arrependimento impossível, e se perderem eternamente.
Subsídio Bibliológico
“Neste ponto, o autor poderia ter procedido a comparação de CRISTO com Melquisedeque. Mas, temendo que o leitor não alcançasse o seu significado, uma vez que seria contrária às opiniões correntes judaicas, ele formula um aviso e só retoma o argumento a partir do capítulo 7.“Nos versículos 11-14 (Cap. 5), o autor alerta quanto aos perigos de estacionar na vida espiritual e menciona as possíveis conseqüências. A vida espiritual é semelhante à natural: em todos os seus estágios depende de fatores sem os quais não poderá ser mantida. Um crescimento sadio dá ao cristão condições de se apropriar do que seria impossível num estágio anterior e inferior. Contudo, essa constatação traz sérias responsabilidades: a) O período de infância espiritual pode ser prorrogado de forma abusiva, como fizeram os hebreus, mantendo-se como “criancinhas” — estágio esse que já deveriam ter passado (vv.11,12).
b) Como conseqüência do primeiro item, a pessoa pode não estar preparada para a instrução mais madura (“sólido mantimento”), em tudo necessária, quando ministrada a seu tempo (vv.13,14).“Os hebreus eram ainda “criancinhas” quando, pelo tempo de convertidos, deveriam ter alcançado certa maturidade. Já era tempo de serem mestres e não de estarem buscando instrução elementar. Eram inexperientes, imaturos e despreparados para participar das discussões sobre problemas de grande vulto do pensamento cristão.“Segue-se uma exortação para avançarem na busca de um conhecimento mais elevado a que o autor os conduz, convicto de que o acompanharão (6.1-3): Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de CRISTO, prossigamos até a perfeição”. Os crentes hebreus precisarão de maior percepção espiritual, uma vez que o autor irá demonstrar que o sacerdócio de CRISTO significa a abolição da Antiga Aliança.“Não se consegue a maturidade cristã retornando aos padrões dos primeiros estágios da instrução cristã. Para que o edifício espiritual seja concluído, é mister ir além dos alicerces — o arrependimento das obras mortas pela fé em DEUS. (Comentário Bíblico Hebreus, CPAD, págs. 136,137.)
QUESTIONÁRIO: 1. Quem são considerados meninos espirituais?
R. Aqueles a quem se torna necessário ensinar os rudimentos da doutrina de CRISTO.
2. Que é apostasia?
R. O afastamento da fé.
3. Por que é impossível alguém que apostata deliberadamente arrepender-se?
R. Porque “de novo crucificam o Filho de DEUS e o expõem ao vitupério”.
4. A que tipo de terra é comparado o coração do apóstata deliberado?
R. A uma terra maldita.
5. O que é impossível a DEUS, segundo a lição?
R. Que Ele minta.
RUDIMENTOS DA DOUTRINA: INTRODUÇÃO "Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes novamente necessidade de alguém que vos ensine de novo quais são os princípios elementares dos oráculos de DEUS; assim vos tornastes como necessitados de leite, e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite, é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal. Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de CRISTO, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando de novo a base do arrependimento de obras mortas, e da fé em DEUS, e o ensino de batismos e da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno". Hebreus 5:12-14 6:1-2 Este estudo foi inspirado no texto acima, do livro de Hebreus, e usa as seguintes fontes: · *Bíblia Sagrada *Conhecendo as Doutrinas da Bíblia *Palestras em Teologia Sistemática · As Grandes Doutrina da Bíblia ESTUDO 1 - ARREPENDIMENTO DE OBRAS MORTAS A - O QUE É O PECADO O Novo Testamento Descreve o Pecado como: 1 - Errar o Alvo; como o arqueiro que atira e erra; Errar o caminho; como viajante que sai do caminho certo. 2- Dívida: O homem deve a DEUS a guarda de seus mandamentos; todo pecado cometido é contração de uma dívida. Incapaz de pagá-la, a única esperança do homem é ser perdoado, ou obter remissão da dívida (Mateus 6:12). 3 - Desordem: ''O pecado é iniqüidade, literalmente desordem (1º João 3:4): a) o pecador é um rebelde e um idólatra, porque deliberadamente quebra um mandamento, ao escolher a sua própria vontade ao invés de escolher a vontade de DEUS; pior ainda, está se convertendo em Lei para si mesmo e, desta maneira, fazendo do ''eu'' uma divindade'; b) o pecado começou no coração de Lúcifer que disse: Eu serei; em oposição à vontade de DEUS. c) o anticristo é o sem-lei (tradução literal de iníquo), porque se exalta sobre tudo que é adorado ou que é chamado DEUS. d) o pecado é essencialmente obstinação e obstinação é pecado. O pecado destronaria a DEUS. Na cruz de JESUS, poderiam ter sido escritas estas palavras: O pecado fez isto! 4 - Desobediência: Literalmente, ouvir mal, ouvir com falta de atenção. 5 - Transgressão: Literalmente, ir além do limite. Os mandamentos de DEUS são cercas, que impedem o homem de entrar em território perigoso e, desta maneira, sofrer prejuízo para sua alma (Romanos 4:15). 6 - Queda: falta, ou cair para um lado, no grego donde a expressão: cair no pecado. Pecar é cair num padrão de conduta (Efésios 4:17). 7 - Derrota - é o significado da palavra queda, em Romanos 11:12. Ao rejeitar a CRISTO, a nação judaica sofreu uma derrota e perdeu o propósito de DEUS. 8 - Impiedade: de uma palavra que significa sem adoração, ou reverência. O homem ímpio é o que dá pouca ou nenhuma importância a DEUS e às coisas sagradas. Estas não produzem nele nenhum sentimento de temor ou reverência. Ele está sem DEUS porque não quer saber de DEUS (Romanos 1:18; 9 - O Erro: descreve aqueles pecados cometidos como fruto da ignorância, e, dessa maneira, diferenciam-se daqueles pecados cometidos presunçosamente, apesar da Luz esclarecedora. O homem que, desafiadoramente, decide fazer o mal, incorre em maior grau de culpa do que aquele que é apanhado em falta, a que foi levado por sua debilidade. B - A CONDIÇÃO PECAMINOSA EM QUE NASCE O HOMEM É chamada de pecado original. Ela é chamada assim: 1 - Porque se deriva de Adão, o tronco original da raça humana (Gênesis 3:6). 2 - Porque está presente na vida de cada um desde o seu nascimento, por isso não pode ser considerado resultado de simples imitação (Jeremias 17:9). 3 - Porque é a raiz interna de todos os pecados atuais que mancham a vida do homem (Romanos 3:23). 4 - Segundo a bíblia, a natureza do pecador, tanto física como moral, está de todo corrompida por causa do pecado de Adão, e, de tal maneira, que o homem não consegue fazer outra coisa a não ser pecar (Romanos 5.12) 5 - ''Pecados Atuais'': são as ações externas que se executam através do corpo. São também todos aqueles maus pensamentos conscientes. São os pecados individuais de fato. O pecado original é um só, enquanto o pecado atual desdobra-se em diferentes classes, tais como atos ou atitudes. O que o Apóstolo João escreveu, pode nos ajudar a compreender melhor a diferença entre o pecado original e pecados atuais (1º João 1:8-9; Gálatas 5:19-21). 6 - Nossos pecados podem ser diferentes, mas o motivo que nos leva a cometê-los é sempre o mesmo: a escolha de interesses próprios ao invés dos de DEUS. O ato público de Adão e Eva simplesmente expressa o pecado que já havia sido cometido no coração, ou seja, ''indisposição para fazer a vontade de DEUS''. a) O pecado de Adão e Eva (Gênesis 2:16-17; 3:4-6) b) O pecado de Satanás c) A hereditariedade do pecado (Romanos 5:12-18) C - AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO O pecado é tanto um ato como um estado. Como rebelião contra a lei de DEUS é um ato da vontade do homem; como separação de DEUS é um estado pecaminoso, as escrituras descrevem dois efeitos do pecado sobre o culpado: primeiro é seguido por conseqüências desastrosas para sua alma; segundo trará da parte de DEUS o positivo decreto de condenação. 1 - Como resultado da queda do homem, o seu relacionamento com DEUS foi sensivelmente alterado. Destacam-se como conseqüências espirituais do pecado: a) Morte Espiritual O termo ''morte'' é usado na Palavra de DEUS para falar da separação entre o homem e DEUS, por causa da queda do homem no princípio. Este ''é o estado em que se encontram todos os homens, até que permitam que CRISTO lhes toque, vivificando-os (Romanos 5:12). b) Perda da semelhança moral com DEUS O homem foi criado para ser perfeito e para viver em perfeita comunhão com o seu ''Criador''. Contudo esse privilégio foi interrompido com a queda, levando o homem tantas vezes a níveis morais tão baixos, a ponto de identificar-se melhor com os irracionais do que com DEUS que o criou (Gênesis 1:26-27). c) Incompatibilidade com a vontade de DEUS Após a queda, a mente do homem ficou bloqueada para a revelação da vontade de DEUS, e condicionada à prática do pecado (Romanos 8:7-8). d) Escravidão ao pecado e ao Diabo Negligenciando o mandado de DEUS e aceitando as insinuações do Diabo, o homem tornou-se escravo do pecado e do maligno (João 8:34,44) 2 - Conseqüências Físicas Além dos problemas ambientais e espirituais, a queda do homem trouxe conseqüências físicas de grandes proporções: a) Existência Física Reduzida Destinado a viver eternamente, o homem teve reduzida a sua existência física (Gênesis 6:3). b) Corrupção dos poderes do homem Um dos propósitos de DEUS para o homem era de que ele exercesse domínio sobre todas as coisas criadas. Porém, na queda, além de perder a semelhança moral que tinha com DEUS, todos os seus poderes se perverteram. Todos os seus pensamentos e desejos se corromperam (Gênesis 1:26) c) Ainda que nem toda enfermidade seja causada pelo pecado, todas as enfermidades existem em conseqüência do pecado de Adão. ''A transgressão do homem foi como crime, a pior enferrmidade. Quanto à sua natureza não foi mera desobediência à lei divina. Foi a mais crassa infidelidade, o dar crédito antes ao diabo do que a DEUS; foi descontentamento e inveja, ao pensar que DEUS lhe havia negado aquilo que era essencial para sua felicidade; foi um orgulho imenso, ao desejar ser igual a DEUS; foi furto, ao intrometer-se naquilo que DEUS havia reservado para si, como sinal de sua soberania; foi suicídio e homicídio, ao trazer a morte contra si e contra toda a sua posteridade''. (Emery H. Bancroft). d) A dispensação da Lei (Êxodo 20:1-7) 1 - O significado da lei de DEUS é a expressão da vontade de DEUS executada por seu poder. 2 - O propósito da Lei: a) Não foi dada como um meio através do qual o homem pudesse ser salvo (Gálatas 3:21). b) Não podia dar vida porque ''estava enferma pela carne'' (Romanos 8:3). 3 - Sua finalidade era revelar ao homem a dimensão de seu pecado para: a) revelar a Santidade de DEUS; b) mostrar a incapacidade de o homem se salvar. (Romanos 3:19-20; 7:7). e) A dispensação da Graça 1 - A aliança do antigo testamento com todos os seus preceitos e ordenanças era figura do sacrifício de JESUS para nossa salvação (Hebreus 9:1-15). a) A Bíblia diz que todos pecaram (Romanos 3:23). b) Herdamos, assim, de Adão uma natureza decaída, que tende para a desobediência a DEUS (Romanos 5:12). c) JESUS morreu pelos nossos pecados, ressuscitou ao terceiro dia e nos providenciou perfeita salvação (I Coríntios 15:3-4; Romanos 10:9). OBRA MORTA É TODA AQUELA QUE É FEITA COM OBJETIVO DE ALCANÇAR DE DEUS ALGUMA COISA POR MERECIMENTO, OU MÉRITO PRÓPRIO. ESTUDO 2 - FÉ EM DEUS A - A SALVAÇÃO DO PECADOR DEPENDE DE a) a operação divina, na obra redentora de CRISTO, já efetuada; b) o acolhimento dessa obra, por parte do pecador, ou seja, a conversão (1 Timóteo 1:15). VIMOS, NO ESTUDO ANTERIOR, A CONDIÇÃO DO HOMEM COMO PECADOR E, PORTANTO EM DESARMONIA COM DEUS. DA PARTE DE DEUS, ESTÁ REALIZADO TUDO QUE É NECESSÁRIO À SALVAÇÃO DO HOMEM (Romanos 1:16; Efésios 2:4-10; 1ºTimóteo 1:15). B - A SALVAÇÃO ABRANGE PASSADO, PRESENTE E FUTURO. a) Quanto ao passado, somos salvos das penalidades do nosso pecado (Romanos 5:9). b) Quanto ao presente, salvos do poder do pecado (Romanos 5:10; 1 Coríntios 1:18). c) Quanto ao futuro, libertos da presença do pecado (Romanos 13:11; Hebreus 9:28). A salvação é dom de DEUS (Efésios 2:8). C) A CONVERSÃO COMPREENDE DUAS ATITUDES POR PARTE DO HOMEM: a) seu arrependimento do pecado e b) sua fé ou confiança no Salvador (Mateus 18:3). c) Converter-se significa voltar-se de uma direção para o sentido contrário, dar meia volta e caminhar em direção a DEUS. O ponto de referencia é DEUS. (Atos 3:19; 22:4-16; 1 Tessalonicenses 1:9-10). D) A CONVERSÃO COMPREENDE DOIS FATORES, UM NEGATIVO E O OUTRO POSITIVO, O ARREPENDIMENTO E A FÉ. a) A palavra traduzida por arrependimento no novo testamento significa mudança de pensamento (Mateus 12:41; Atos 2:36-41). b) É a revolta, consciente, do homem contra seu próprio pecado, que o leva a renegar esse pecado. Inclui três aspectos: 1) O aspecto intelectual - O reconhecimento, pelo homem, de sua culpa diante de DEUS, e de sua incapacidade de agradar a DEUS (Mateus 3:1-2; Atos 17:30-31). 2) O aspecto emocional - Pesar pelo seu pecado, como uma ofensa contra um DEUS SANTO e Justo (2º Coríntios 7:9-10) 3) O aspecto volitivo - Mudança de propósito, resolução íntima contra o pecado e disposição para buscar de DEUS o perdão, purificação e poder (Atos 17:30-31; Romanos 2:4). c) A fé é o aspecto positivo da conversão 1) No arrependimento já existe o fator fé (Lucas 7:30) 2) A fé em JESUS (Atos 20:21) além de reconhecer a verdade a respeito do Salvador, deposita n'Ele a confiança a ponto de receber d'Ele a Salvação, e de submeter-se integral e definitivamente ao seu domínio. Isto se chama ''obediência'' da fé (Romanos 1:5; 16:26). 3) O verbo ''crer'' no novo testamento tem este sentido, de se depositar confiança (João 3:15-16; 3:18;36; João 5:24; Atos 16:31). E) A RECONCILIAÇÃO PELA SUA REBELIÃO, O HOMEM VIVE DE RELAÇÕES CORTADAS COM DEUS. QUANDO, PORÉM, ACOLHE O TESTEMUNHO DE DEUS A RESPEITO DO PECADO (ARREPENDIMENTO) E DA OBRA REDENTORA EFETUADA POR CRISTO (FÉ), ESTÁ, DESSE MODO, ATENDENDO À SOLICITAÇÃO FEITA EM NOME DE CRISTO PARA QUE SE RECONCILIE COM DEUS (2º Coríntios 5:17-20). Passa existir plena harmonia entre ambos; deu-se a reconciliação do pecador com DEUS: a) Virá o dia em que essa reconciliação com DEUS se estenderá a todas as coisas (Colossenses 1:20-22). b) Desfeita assim a inimizade do homem com seu Criador, passa a existir Paz entre ambos. c) O homem, que estava errado e sem razão, passou a concordar integralmente com DEUS, dando a Ele razão em tudo. d) Dessa reconciliação resulta a ''Paz com DEUS por Nosso Senhor JESUS CRISTO'' (Romanos 5:1). F) O NOVO NASCIMENTO É tão profunda a transformação que o ESPÍRITO de DEUS opera na pessoa que se converte, que JESUS a chama de Novo Nascimento (João 3:1-15) a) É o principio da nova vida espiritual que DEUS dá a quem estava ''morto nos delitos e pecados, ou seja, espiritualmente morto para DEUS, e que agora passou da morte para a vida (1º João 3:14) b) A conversão é o ato voluntário do homem; o novo nascimento é obra exclusiva de DEUS. c) A nova vida que o homem receber ao nascer de novo é chamada Vida Eterna, o que indica a duração e profundidade dessa vida. d) Trata-se não apenas da vida futura, além-túmulo (Tito 1:2; 3:7), mas de vida que o crente possui desde já (João 5:24; 6:47). G) ADOÇÃO (FILHOS DE DEUS) Pelo nascimento físico, o homem é membro da família de Adão e, excluído, pelo pecado, da família de DEUS. Nascido de novo, passa a fazer parte da família de DEUS, recebendo pela adoção direitos que CRISTO tinha por direito eterno ( a) Apenas excepcionalmente, a Bíblia fala de DEUS como pai de todos os homens, e isso no sentido de ser seu criador e preservador. b) A Bíblia reserva o nome de Pai para designar a nova relação que Ele assumiu para com aqueles que adotou como filhos, ou seja, aqueles que, nascidos do ESPÍRITO de DEUS, são por Ele guiados (Romanos 8:14-17). c) Estando o pecador identificado com CRISTO, o Cordeiro de DEUS que deu a vida para resgatá-lo possui da parte de DEUS: 1) o pleno perdão ou remissão dos pecados (Hebreus 10:17-18; 2 Coríntios 5:21); 2) A justificação legal da parte do justo Juiz (Romanos 8:33-34); 3) A Santificação que lhe possibilita a realização da nova vida. H) A JUSTIFICAÇÃO Justificar significa declarar justo, atribuir justiça a alguém. 1) O Senhor diz que ''não há justo, nem um sequer'' (Romanos 3:10), como pode um DEUS Justo justificar o injusto? (Romanos 8:33). 2) O Apóstolo Paulo diz que podemos ter certeza da nossa justificação: a) sobre que base? Pelo fato de ter CRISTO morrido por nós... Justificados pelo Seu sangue (Romanos 5:8-9; 3:26). b) por qual princípio? Gratuitamente por sua graça (Romanos 3:24). 3) Somente os que pela fé se identificam com a obra redentora de CRISTO são justificados pela fé (Romanos 3:28). a) A benção é oferecida a todos, porém, recebida só pelos que depositam sua confiança em CRISTO (Romanos 3:22, 4:16; Gálatas 2:16). I) A SANTIFICAÇÃO O termo santificado, na Bíblia, significa separado para determinado fim, e, especialmente, para o serviço de DEUS. O Senhor santificou (separou) o sétimo dia (Gênesis 2:3); determinou que lhe fosse santificado (separado) todos os primogênitos de Israel (Êxodo 13:2); falou de alguém santificar (separar) sua casa para ser santa ao Senhor (Levítico 27:14); JESUS foi santificado (separado) pelo Pai e se santificou (separou) a nosso favor (João 10:36; 17:19). Em todos estes casos o sentido é de pôr à parte, para um fim ou missão especial, destacar para o serviço de DEUS. a) Identificado com CRISTO pela fé; perdoado, justificado, e separado para o serviço de DEUS, o homem convertido tem um novo interesse na vida. 1) o serviço de seu novo Senhor, para o qual foi destacado (Santificado); 2) o que mais o impede de realizar esse serviço é uma velha natureza considerada morta para DEUS, mas, na prática, travando luta com o novo princípio de vida que está nele, o ESPÍRITO SANTO. 1. A santificação é um ato imediato de DEUS, mas, na prática, embora já realizada no propósito divino, torna-se um processo de desenvolvimento espiritual, à medida que o ESPÍRITO SANTO vai dominando sua carne e transformando sua vida em verdadeiro culto (serviço) ao Pai (Romanos 12:1). a) seu propósito é o de viver, não mais ele, mas CRISTO, que nele vive, e assim sua vida vai se tornando santa. (1º Pedro 1:15-16; 2º Coríntios 7:1; 1º Tessalonicenses 5:23). SEM FÉ É IMPOSSÍVEL AGRADAR A DEUS. FÉ PARA SERMOS SALVOS, FÉ PARA CRER NAS PROMESSAS DE DEUS, FÉ PARA CRERMOS E RECEBERMOS OS MILAGRES DE DEUS. NÃO É FÉ NATURAL. ESTUDO 3 - A DOUTRINA DOS BATISMOS A) O BATISMO NAS ÁGUAS 1) O batismo nas águas simboliza principalmente duas grandes verdades: identificação e purificação. Pelo batismo de João, os judeus, inclusive o próprio JESUS, identificavam-se com a atitude que João apregoava, com relação ao pecado e à justiça (Mateus 3:1-10) pelo batismo Cristão. 2) Identificamo-nos com nosso salvador em sua morte, sepultura e ressurreição, reconhecendo-nos,, pela fé, mortos e ressuscitados com Ele (Romanos 6:3-11). a) O batismo deve ser precedido do arrependimento (Mateus 3:6; Atos 2:38). b) Simboliza nossa morte para o pecado e ressurreição para DEUS (Romanos 6:3; Colossenses 2:12). c) É uma ordenança de JESUS para todo o que crê (Mateus 28:19; Marcos 16:16). B) O PROPÓSITO DO BATISMO 1) Uma vez que só os salvos podem ser batizados, o batismo não tem como finalidade à salvação do batizando. O ato do batismo se constitui num testemunho público de que, aquele que a ele se submete, foi regenerado pela fé em JESUS CRISTO. Assim, pelo batismo, o novo crente dá prova de haver morrido para o mundo, estando pronto para ser sepultado e ressuscitado para uma nova vida em CRISTO. No entanto, se o crente vier a morrer antes de ser batizado nas águas, a sua condição de salvo continua inalterada (Lucas 23:42:43). Uma vez que o batismo não se constitui uma opção, mas uma ordenação do Senhor, todos os que crêem devem ser batizados. C) NO BATISMO, TAMBÉM, O CRENTE SE SUBMETE A AUTORIDADE DA IGREJA LOCAL, COLOCANDO-SE SOB SUA COBERTURA ESPIRITUAL E PARTICIPANDO DO SEU MINISTÉRIO: 1) A Igreja universal e local ''EKKLESIA'', traduzida por igreja, deriva-se de EKKALED, verbo que significa ''chamar a parte'' (Deuteronômio 23:3; Salmo 22:25; Atos 7:38). 2) A igreja, corpo de CRISTO (Romanos 12:4-8; 1º Coríntios 12:12-28), essa maravilhosa figura desenvolvida por Paulo, destaca as seguintes características: a) a disposição dos membros no corpo pelo próprio DEUS (1º Coríntios 12:18); b) a diversidade de dons e funções desses membros (Romanos 12:4-11; Efésios 4:12); c) a dependência, por parte do todo, de cada componente; nenhum é dispensável (1º Coríntios 12:21-23); d) sua coordenação por DEUS, para que não haja divisão no corpo (1º Coríntios 12:24b-25a); e) a cooperação dos membros, com igual cuidado, em favor um dos outros (1º Coríntios 12:25b). N.B: A obra que DEUS deseja realizar em nossas vidas será realizada através da igreja, daí a importância da igreja local para o desenvolvimento dessa obra. Por isso não devemos deixar de congregar-nos (Hebreus 10:24-25; Provérbios 18:1). D) O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO Nesta seção trataremos de outro modo de operação do ESPÍRITO SANTO no crente: A sua obra vitalizante. Esta última fase da obra do ESPÍRITO SANTO é apresentada na promessa de CRISTO. ''Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o ESPÍRITO SANTO, e sereis minhas testemunhas'' (Atos 1:8). 1) A característica principal dessa promessa: Poder para servir e não regeneração para a vida eterna. Sempre que lemos acerca do ESPÍRITO SANTO vindo sobre, repousando sobre, ou enchendo as pessoas, a referência nunca se refere à obra salvadora do ESPÍRITO, mas sempre ao poder para servir. 2) A quem foi dirigida: A homens que já estavam em relação íntima com CRISTO. Foram enviados a pregar, armados de poder espiritual para esse propósito (Mateus 10:1). a) A eles foi dito: ''Os vossos nomes estão escritos nos céus (Lucas 10:20). b) Sua condição moral foi descrita nas Palavras: ''Vós já estais limpos pela Palavra que vos tenho falado'' (João 15:3). c) Sua relação com CRISTO foi ilustrada com a figura: ''Eu sou a videira, vós os ramos'' (João 15:5). d) Eles conheciam a presença do ESPÍRITO SANTO com eles (João 14:17), e sentiram o sopro de JESUS ressuscitado a dizer: ''Recebei o ESPÍRITO SANTO'' (João 20:22). e) Estes fatos demonstram a possibilidade de a pessoa estar em contato com CRISTO e ser seu discípulo e, contudo carecer do revestimento especial mencionado em Atos 1:18. 3) O que acompanhava o cumprimento da promessa: Houve manifestações sobrenaturais, sendo que a mais importante e comum foi o milagre de falar em outras línguas. Este dom acompanhava sempre a experiência sobrenatural do batismo no ESPÍRITO SANTO (Atos 10:44-47). a) Essa experiência é descrita como ser cheio do ESPÍRITO SANTO. Aqueles que foram batizados com o ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecostes também foram cheios do ESPÍRITO (Atos 2:1-4). Os fatos acima expostos nos levam à conclusão de que o crente pode experimentar um revestimento de poder, experiência suplementar e subseqüente à conversão, cuja manifestação inicial se evidencia pelo milagre de falar em língua por ele nunca aprendida. b) O propósito especial do ESPÍRITO SANTO é dar energia à natureza humana para um serviço especial para DEUS, e, resultando em uma expressão externa de caráter sobrenatural. De uma maneira geral, Paulo se refere a essa expressão exterior como a ''manifestação do ESPÍRITO (1 Coríntios 12:7). 4) Para receber o batismo com o ESPÍRITO SANTO, uma atitude correta é essencial: a) Os primeiros crentes que receberam o ESPÍRITO SANTO ''perseveraram unânimes em oração'' (Atos 1:4). b) A recepção do dom do ESPÍRITO SANTO, subseqüente à conversão, está ligado às orações dos obreiros-cristãos (Atos 8:14-17). c) Também está ligado às orações em comum na igreja: 1) Depois que os cristãos de Jerusalém oraram para receber coragem para pregar a Palavra, ''moveu-se o lugar em que estavam reunidos e todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO'' (Atos 4:31). d) Um derramamento espontâneo, como foi o caso das pessoas que estavam na casa de Cornélio (Atos 10:44-47). e) Oração individual: Saulo de Tarso jejuou e orou três dias antes de ser cheio do ESPÍRITO SANTO (Atos 9:9 e 17). f) Obediência: O ESPÍRITO SANTO é a pessoa que DEUS deu àqueles que Lhe obedecem (Atos 5:32). 5) Donde concluímos que uma das características do verdadeiro cristão é ser submisso a autoridade do Senhor, da Igreja e a todas as outras autoridades, pois o princípio de DEUS é a autoridade (Hebreus 13:17; Mateus 28:18). BATISMO NAS ÁGUAS NO AT DIFERE DO BATISMO NO NT. NOSSO BATISMO NÃO É PARA PURIFICAÇÃO DE PECADOS. BATISMO NAS ÁGUAS SIGNIFICA MORTE PARA A VIDA VELHA E RESSURREIÇÃO COM CRISTO PARA UMA NOVA VIDA. BATISMO NO ESPÍRITO SANTO SIGNIFICA SUBMISSÃO TOTAL AO ESPIRITO SANTO PARA FAZER A OBRA DE DEUS COM PODER E AUTORIDADE. O DESEJO DE GANHAR MUITAS ALMAS PARA CRISTO JÁ É SUFICIENTE PARA SE RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO. ESTUDO 4 - IMPOSIÇÃO DE MÃOS A) AUTORIDADE É UM PRINCÍPIO DO REINO DE DEUS 1) DEUS criou todas as coisas. Tudo está sujeito à sua autoridade, uma vez que tudo foi criado por Ele e para Ele (Eclesiastes 3:11; Colossenses 1:16). a) DEUS não exerce seu domínio pela força, mas pelo reconhecimento do seu amor para conosco. Só se sujeita incondicionalmente à vontade de DEUS quem confia plenamente nEle (João 4:34). b) Aqueles que não estão dispostos a aceitar a vontade de DEUS, vivem em estado de rebelião o que caracteriza o pecado (Romanos 1:32). 2) O princípio de rebelião não pode conviver pacificamente com o princípio de autoridade. No coração do rebelde está o desejo de ocupar o lugar de DEUS, de ser seu próprio deus, de ditar suas próprias normas do bem e mal. Após o Juízo final estes dois princípios estarão eternamente separados, caso contrário, o caos reinaria eternamente na criação. B) A REBELIÃO DO HOMEM E SUAS CONSEQÜÊNCIAS 1) A primeira criatura de DEUS que se rebelou foi Lúcifer, quando arregimentou um terço dos anjos do céu. Como conseqüência, foi destituído do seu cargo, expulso do céu e lançado na terra (Ezequiel 28:11-17). a) Satanás e seus anjos tomaram uma decisão eterna de não reconhecer a autoridade de DEUS. 2) O segundo capítulo de Gênesis relata o fato da queda do homem, informando acerca do primeiro lar do homem, sua inteligência, seu serviço no jardim do Éden, as duas árvores e o primeiro matrimônio. Menciona especialmente as duas árvores, a do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida. Essas duas árvores pareciam dizer a nossos primeiros pais: ''Se seguirdes o bem e rejeitares o mal, tereis a vida'' (Deuteronômio 30:15). a) Porque a árvore proibida foi colocada ali? Para prover um teste pelo qual o homem pudesse, amorosa e livremente, escolher servir a DEUS e dessa maneira desenvolver seu caráter (RGênesis 2:15-17). b) A serpente, astutamente, semeia dúvidas e suspeitas no coração de Eva. (Gênesis 3:1-6) por meio da pergunta no versículo 1, lança a tríplice dúvida acerca de DEUS. b.1 - dúvida sobre a bondade de DEUS; b.2 - dúvida sobre a retidão de DEUS; b.3 - dúvida sobre a Santidade de DEUS. 3) Quando Adão comeu do fruto, tudo que estava sob sua autoridade sofreu as conseqüências da rebelião. O casal sofre imediatamente a morte espiritual, a separação de DEUS, a morte passou a toda sua descendência. Além disso, Adão entregou ao Diabo todo domínio e autoridade que DEUS havia lhe concedido(Gênesis 3:6; Lucas 4:5-7). C) A MISSÃO DE JESUS COMO HOMEM 1) Ao se fazer como a criatura, sendo gerado homem, JESUS atingiu três objetivos básicos relacionados ao princípio de autoridade: a) submeter-se como criatura ao princípio de autoridade de DEUS (Filipenses 2:6-8); b) substituir o homem no castigo que pesava sobre a rebelião (Isaias 53:5-6; Gálatas 3:13; 1º Coríntios 15:3); c) reimplantar o princípio de autoridade na vida de todos que reconhecem o amor de DEUS (Romanos 5:19). 2) O primeiro objetivo JESUS cumpriu sendo obediente até a morte e morte de cruz. Apesar de tentado a desobedecer ao Pai como nenhum outro o foi, JESUS jamais satisfez sua vontade própria de homem. Sua plena submissão ao Pai aprovou definitivamente o princípio de autoridade para toda a criação. 3) O segundo objetivo, ele atingiu ao sofrer na cruz, sem nunca ter se rebelado, levando todo o castigo que pesava sobre os rebeldes. Sofreu a morte física e também a separação do Pai (Marcos 15:34). 4) O terceiro objetivo ele alcançou na ressurreição, sendo glorificado pelo pai como Senhor e cabeça de todas as coisas (Colossenses 1:17-19). É a vida de CRISTO em nós que nos permite a perfeita e suprema submissão à vontade de DEUS. Só pode fazer parte do Reino de DEUS aquele cuja cabeça é JESUS. D) DEUS DELEGA AUTORIDADE 1) Toda autoridade procede de DEUS. DEUS governa seu reino, delegando autoridade aos que O servem. a) Reconhecer a autoridade de DEUS implica reconhecer as autoridades levantadas por Ele em todos os âmbitos da vida: na família, no trabalho, no governo, na sua igreja, etc (Romanos 13:1-7). b) Devemos entender que a autoridade não está na pessoa, mas na posição que ela ocupa. c) Um governador tem autoridade de governar enquanto estiver no governo. d) A autoridade em si é boa, pois procede de DEUS, mas a pessoa que a exerce pode ser boa ou má. e) DEUS levanta e destitui reis. É Ele quem inclina o coração dos reis para onde quer. E) O EXERCÍCIO DE AUTORIDADE 1) Sobre os Demônios: a) JESUS venceu os principados e potestades, expondo-os publicamente à vergonha da derrota (Colossenses 2:15). b) Obtemos plenamente os benefícios desta vitória quando exercemos toda a autoridade que JESUS concedeu-nos sobre eles. c) Os Demônios são obrigados a obedecer a nossas ordens, pois quando ordenamos é como se o Senhor mesmo ordenasse. d) Muitos crentes desconhecem a autoridade que têm e, quando se defrontam com o reino das trevas, buscam socorro em DEUS, mas o Senhor já lhes concedeu tudo o que necessitam para vencer e permanecer inabaláveis (Efésios 6:13-18). 2) Sobre as Enfermidades: a) Toda as enfermidades resultam do pecado (Romanos 5:12). b) É certo que o pecado não domina mais aquele que está em CRISTO. Mas também é certo que o pecado ainda habita em nossa natureza carnal, pelo que Paulo afirma: ''Esmurro meu corpo todos os dias''. c) Devido à presença do pecado, este corpo será destruído para ressuscitar um corpo incorruptível (Mais sobre este assunto no Estudo 5). d) A destruição do nosso corpo carnal faz parte do plano de DEUS e a enfermidade pode servir a este propósito. e) Por outro lado, a enfermidade pode proceder de Satanás servindo para matar, roubar e destruir nossa alegria e paz. f) JESUS concedeu-nos autoridade para curar os enfermos escravizados pelo Diabo, libertando-os dos seus sofrimentos. Por isso devemos sempre orar expulsando a enfermidade. 3) Na pregação do Evangelho: a) A ordem de JESUS é para que o evangelho seja pregado por todo o mundo, quer queiram ouvir, quer não. b) Ao anunciar JESUS, precisamos saber que DEUS sustenta sua palavra com sinais e prodígios, e que ela não volta ao Senhor antes de haver efetuado a obra para a qual foi designada. Pregar com autoridade significa confiar que DEUS se encarregará de provar ao incrédulo a veracidade do nosso testemunho (Marcos 16:17-18; Ezequiel 12:25). F) O PRINCÍPIO DE AUTORIDADE NA IGREJA LOCAL 1) Ninguém pode servir a DEUS de forma isolada. A congregação é o meio utilizado pelo Senhor para ensinar-nos a submissão e o exercício de autoridade (Hebreus 10:23-25): a) Na igreja primitiva, as congregações estavam ligadas por um único espírito. b) Cada congregação tinha um sistema de governo próprio e independente, formado pelo pastor, presbíteros, anciãos e membros. c) Submeter-se a CRISTO implica em primeira instância, submeter-se às autoridades da igreja local. Ao conselho da igreja cabe a responsabilidade de zelar pela conduta de seus membros (Hebreus 13:7, 17) IMPOR AS MÃOS COM FÉ SOBRE ALGUÉM IMPLICA EM CERTEZA DE TRANSMISSÃO DE UMA BÊNÇÃO DE DEUS A ESSE ALGUÉM. SIGNIFICA SEPARAR ESSA PESSOA PARA DEUS. ESTUDO 5 - RESSURREIÇÃO DOS MORTOS A) A IMPORTÂNCIA DA RESSURREIÇÃO 1) Os Coríntios como os demais gregos eram um povo de grande capacidade intelectual e amantes de especulações filosóficas. O Apóstolo Paulo previu que, sob a influência do espírito grego, o ensino da igreja de Corinto poderia fazer com que o evangelho se dissipasse em lindo, porém impotente sistema de filosofia e ética: a) O Apóstolo desafiou a veracidade desse ensino (1º Coríntios 15:12). b) Tomando esse erro como ponto de partida, Paulo expôs a doutrina verdadeira, entregando ao mundo o grande capítulo da ressurreição (leiam em casa 1ª Coríntios 15). 2) No princípio DEUS criou tanto o ESPÍRITO como o corpo, e, quando se uniram espírito e corpo como unidade vivente, o homem tornou-se alma vivente (Gênesis 2:7): a) O homem foi criado imortal no sentido de que ele não precisava morrer, mas mortal no sentido de que poderia morrer se desobedecesse a DEUS (Gênesis 2:16-17). b) Se o homem tivesse permanecido fiel, possivelmente teria sido trasladado, pois a trasladação parece ser o meio perfeito que DEUS usa para remover da terra os seres humanos (2 Reis 2:11). c) O homem pecou, perdeu o direito à árvore da vida, e em resultado disso começou a morrer, processo que culminou na separação do espírito do corpo (Gênesis 3:22). d) A morte física foi à expressão externa da morte espiritual, a qual é a conseqüência do pecado. e) Desde que o corpo é parte integrante da personalidade do homem, sua salvação e sua imortalidade não se completam enquanto não for ressuscitado e glorificado. Assim ensina o novo testamento. (1º Coríntios 15:53-54; Filipenses 3:20-21). f) O homem se compõe tanto de alma como de corpo, sua redenção deve incluir a vivificação dos dois, da alma e do corpo. Embora o homem se torne justo perante DEUS e vivo espiritualmente (Efésios 2:1), seu corpo morrerá como resultado da sua herança racial de Adão. B) O FATO E NATUREZA DO ESTADO INTERMEDIÁRIO: 1) O velho testamento ensina que há uma vida depois da morte: a) Mostra que todos os homens vão ao SHEOL (O hades do novo testamento). b) Os ímpios vão para lá (Salmos 9:17; Isaias 5:14). c) Lemos que Coré e Abirão desceram vivos ao Sheol (Números 16:33). d) Os justos também vão para lá (Jó 14:13; Salmos 6:5; 16:10). e) Ezequias considerava a morte como ''entrar nas portas do além'' (Isaias 38:10). 2) Também o novo testamento mostra que tanto os maus como os justos desciam ao hades, antes da ressurreição de CRISTO: a) Lemos que o rico desceu ao hades e ele e Lázaro estavam tão próximos que dava para conversarem um com o outro naquela região (Lucas 16:19-31). b) O próprio JESUS desceu ao hades (Atos 2:27-31). c) CRISTO tem agora as chaves da morte e do hades (Apocalipse 1:18). d) Um dia, a morte e o hades devolverão os mortos que neles há (Apocalipse 20:13-14). 3) Se, então, as escrituras ensinavam que há uma existência depois da morte, esta seria uma existência consciente? a) É o que é sugerido no velho testamento e ensinado claramente no novo testamento (Mateus22:31-32; Lucas 23:40-43). b) O novo testamento indica que haviam dois compartimentos no hades, um para os maus e outro para os bons. O que era reservado para os bons chamava-se Paraíso. c) Depois da ressurreição de JESUS, parece ter havido uma mudança. Agora os crentes vão à presença de CRISTO quando morrem (2º Coríntios 5:6-9). d) Paulo expressou o desejo de ''partir e estar com CRISTO, o que é incomparavelmente melhor'' (Filipenses 1:23). e) ''As almas dos que tinham sido mortos'' estavam debaixo do altar e conscientes (Apocalipse 6:9-11). f) Quando JESUS ressuscitou, Ele levou não apenas as primícias daqueles a quem ressuscitou corporalmente (Mateus 27:52-53), mas também as almas de todos os justos que estavam no hades (Efésios 4:8; Salmos 68:18). C) O ENSINAMENTO DO VELHO TESTAMENTO QUANTO À RESSURREIÇÃO DO CORPO 1) Para começar, o velho testamento registra a ressurreição do corpo de pelo menos três pessoas: a) o filho da viúva (1º Reis 17:21-22); b) o filho da Sunamita (2º Reis 4:32-36); c) o homem que reviveu ao tocar os ossos de Eliseu (2º Reis 13:21). 2) Abraão esperava que DEUS levantasse Isaque dos mortos no Monte Moriá (Gênesis 22:5; Hebreus 11:19). 3) Jó esperava ver a DEUS em seu corpo (Jó 19:25-27). 4) Notamos ainda a expectativa de Isaías de uma ressurreição do corpo (Isaias 26:19). D) O ENSINAMENTO DO NOVO TESTAMENTO QUANTO À RESSURREIÇÃO DO CORPO 1) O novo testamento registra a ressurreição de cinco pessoas: a) a filha de Jairo (Mateus 9:24-25); b) o jovem de Naim (Lucas 7:14-15); c) Lázaro (João 11:43-44); d) Dorcas (Atos 9:40-41); e) Êutico (Atos 20:9-12). 2) O próprio Senhor JESUS ensinou sobre uma futura ressurreição (João 5:28-29; 6:39-40,44,54). 3) Os Apóstolos ensinaram isso (Atos 24:15; 1º Tessalonicenses 4:14-16; Apocalipse 20:4-6). 4) Finalmente, a ressurreição de CRISTO é a garantia de nossa própria ressurreição (1º Coríntios 15:20-22; 2º Coríntios 4:14; Romanos 8:11): a) Ele não só destruiu a morte como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho (2º Timóteo 1:10). b) Há, portanto, prova abundante de que, tanto o velho como o novo testamento ensinam a ressurreição do corpo. E) A NATUREZA DA RESSURREIÇÃO 1) Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? e em que corpo vêm? (1º Coríntios 15:35). 2) Observemos primeiro que as escrituras falam de três tipos de ressurreição: a) uma ressurreição judicial, na qual o crente foi ressuscitado com CRISTO (Romanos 6:4-5; Efésios 2:5-6); b) uma ressurreição espiritual, equivalente à regeneração (João 5:25-26); c) uma ressurreição física (João 5:28-29); d) Estamos interessados agora na ressurreição física. 3) As escrituras indicam que o corpo será ressurreto de, pelo menos, quatro maneiras. a) Em declarações claras a esse respeito (Jó 19:25-26; João 5:28-29; 1º Corintios 15:44). b) Quanto aos dois tipos de corpos mencionados na última referência, STRONG diz: ''Esses adjetivos ''psíquico'' e ''espiritual'' não definem o material dos respectivos corpos, mas sim aqueles corpos em suas relações e adaptações, em seus poderes e usos. O corpo presente é adaptado e planejado para o uso da alma; o corpo da ressurreição será adaptado e planejado para o uso do espírito.'' c) Na declaração de que o corpo está incluído em nossa redenção (Romanos 8:23-26; 1º Coríntios 6:13-15). d) Quando CRISTO morreu por nós, morreu pelo homem todo. Os benefícios completos de sua expiação não são cumpridos até que o corpo tenha sido tornado imortal por DEUS, o que se dará na ressurreição. e) No tipo de corpo com que JESUS ressuscitou, Ele ressurgiu em um corpo físico (Lucas 24:39; João 20:27). f) Na literalidade da volta e julgamentos do Senhor. O homem CRISTO JESUS voltará para julgar, não espíritos incorpóreos, mas sim homens corpóreos (1º Tessalonicenses 4:16-17; Apocalipse 20:11-13). F) OS CORPOS DOS CRENTES 1) Diversas passagens declaram ou dão a entender que o corpo ressurreto dos crentes será semelhante ao corpo glorificado de CRISTO (Filipenses 3:21; 1º João 3:2; 1º Coríntios 15:49). 2) Alguns detalhes podem ser mencionados de 1º Coríntios 15: a) Lemos que não será composto de carne e sangue (1º Coríntios 15:50-51). b) Depois da ressurreição, JESUS diz que seu corpo é composto de ''carne e ossos'' (Lucas 24:39). c) Novamente nossos corpos serão incorruptíveis, não estando, portanto, sujeitos à doença, decomposição e morte (1º Coríntios 15:42, 53-54). d) Será um corpo glorioso, poderoso, espiritual e, finalmente, será um corpo celestial (1º Coríntios 15:43-44, 47, 49). G) OS CORPOS DOS NÃO CRENTES 1) JESUS declarou que está chegando a hora quando todos que estiverem na sepultura sairão, alguns para a ressurreição da vida, e alguns para a ressurreição do juízo (João 5:28-29). 2) Diante de Félix, Paulo declarou que Israel tinha esperança em DEUS ''de que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos''(Atos 24:15). 3) No livro de Daniel, está escrito que muitos dos que dormem no pó ressuscitarão ''para vergonha e horror eterno'' (Daniel 12:2). 4) No Apocalipse é ensinado que ''os não salvos'' serão ressuscitados, julgados e lançados no lago de fogo (Apocalipse 20:12-13). 5) A curiosidade nos levaria a uma investigação da natureza deste corpo ressurreto, mas o silêncio da escritura quanto a esse ponto indica que devemos nos contentar com as coisas que nos foram reveladas. H) A BÍBLIA NOS ENSINA QUE HAVERÁ DUAS RESSURREIÇÕES (Apocalipse 20:4-6). 1) A primeira ressurreição terá lugar quando CRISTO vier nos ares (1º Tessalonicenses 4:16; 1º Corintios 15:23). 2) Não há dúvida de que todos os salvos dos tempos do velho testamento e do novo testamento até aquele momento, serão então ressuscitados. 3) Os que forem mortos durante a tribulação aparentemente serão ressuscitados no momento da vinda de CRISTO a terra. Assim, a primeira ressurreição estará completa (Apoc. 20:4-5). I) A SEGUNDA RESSURREIÇÃO TERÁ LUGAR MIL ANOS MAIS TARDE (Apocalipse 20:5; 11:13) 1) Parece que DEUS é tão longânimo quanto possível com os que morreram sem ser salvos. Estão em tormento no estado intermediário, mas ainda não estão no lugar do castigo final. Assim, a bondade de DEUS faz adiar o dia do acerto final de contas para até depois do milênio. Mas, embora demore, certamente virá! É UMA EXIGÊNCIA DE DEUS PARA A SALVAÇÃO O CRER NA RESSURREIÇÃO DE JESUS (Rm 10:9,10, 1 Co 15). NÃO É RESSURREIÇÃO COMO DE LÁZARO, MAS COMO A DE JESUS. RESSURREIÇÃO PARA NÃO MORRER MAIS. ESTUDO 6 - JUÍZO ETERNO A) A BÍBLIA É UM LIVRO HISTÓRICO, DOUTRINÁRIO E PROFÉTICO. O ESTUDO DE APOCALIPSE ABRANGE ESTAS TRÊS ÁREAS: 1) O Aspecto Histórico: a) O mundo já conheceu seis impérios: o Egípcio, o Assírio, o Babilônico, o Medo-persa, o Grego e por fim o Romano. Todos estiveram diretamente envolvidos com Israel, o Povo de DEUS. b) O Egito tornou-se uma grande nação por causa de José, Filho de Jacó, e foi destruído quando perseguia Israel no mar vermelho (Gênesis 39:1-2; Êxodos 14:26-28). c) O Babilônico foi levantado para castigar Israel através de Nabucodonosor. Foi destruído quando Beltsazar abusou do Senhor, bebendo vinho nos jarros santos, que seu pai havia tirado do templo em Jerusalém (2º Reis 25:8-10; Deuteronômio 5:1-4). d) O Assírio foi derrubado por DEUS quando Senaqueribe cercou Jerusalém e zombou do Senhor (2º Reis 18:19). e) O Império Medo-Persa, este intimamente relacionado ao povo judeu, conforme registram os livros de Neemias, Esdras e Ester, escritos nesta época. f) O Império Grego e sua queda foi vaticinada por Daniel no capítulo 8:5, 16 e 21, onde é feita uma alusão a Alexandre, o Grande, como o Bode Peludo que destruiria o império Medo-Persa. Este império foi destruído quando um dos quatro reis, sucessores de Alexandre (Daniel 8:23-24), que eram seus generais, chamados Ptolomeu, Seleuco, Antípater e Filétero, invadiu Jerusalém e sacrificou uma porca no altar, zombando de DEUS (Daniel 11). g) JESUS nasceu durante o império Romano, profetizado por Daniel como o quarto reino que se levantaria após o Babilônico (Daniel 2:39-40). Daniel profetizou que o império Romano destruiria Jerusalém e o templo, após o messias ter sido tirado (Daniel 9:25-26; Lucas 21:5-6), o que JESUS confirmou. Isto aconteceu 70 anos depois de CRISTO quando as legiões romanas cercaram Jerusalém e destruíram a cidade e o templo. Um terço dos judeus morreu dentro da cidade, outro terço foi crucificado ao redor da cidade e o último terço do povo foi espalhado entre todas as nações, conforme a profecia. (Ezequiel 5:12; Lucas 21:20). h) Todo o desenrolar da história está profetizado na Bíblia e tem o povo de Israel como centro dos acontecimentos. 1- A profecia sobre a volta dos Judeus à terra prometida (Ezequiel 36:8-12; 37:21-23). 2 - Os conflitos entre Árabes e Judeus (Ezequiel 36:33-36). 3 - A possível guerra entre a Rússia e Israel (Ezequiel 39:1-9; 39:18-23). i) O último império que o mundo conhecerá será o do anticristo. Ele será destruído quando se levantar contra os Judeus , quando então eles olharão para quem traspassaram, JESUS (Zacarias 12:10). Então o Senhor voltará e toda a nação se converterá a Ele. 1 - A pessoa do anticristo (2 Tessalonicenses 2:3). 2 - Seu poder sobrenatural (2 Tessalonicenses 2:7-10; Apocalipse 17:11-15). 2) O Aspecto Moral: a) Ao sabermos que o Senhor breve virá para arrebatar a sua igreja, somos levados a preocupar com a nossa santificação. JESUS conta uma parábola sobre as dez virgens esperando a vinda do noivo, referindo-se à sua volta e ao arrebatamento da igreja. Numa parábola, cinco virgens não tinham azeite em suas lâmpadas, por isso não viram quando o noivo chegou e, como conseqüência não entraram nas bodas.O arrebatamento está para acontecer, quando a igreja do Senhor JESUS será tirada para não passar pela grande tribulação que virá sobre o mundo. Ele nos exorta a ficarmos alertas porque virá como um ladrão à noite naquele dia. JESUS virá para aqueles que O esperam. 1 - O arrebatamento. Como será, quando será e quem subirá (1º Tessalonicenses 5:1-11; Marcos 13:28-37). 2 - O arrebatamento será em um átomo de tempo. Primeiro os que dormem em CRISTO ressuscitarão, depois nós, os que estivermos vivos, teremos nossos corpos transformados e subiremos para encontrar o Senhor, nos ares (1º Tessalonicenses 4:13-18). 3 - O Aspecto Profético a) Daniel profetizou que, nos últimos dias, a ciência se multiplicaria. Estamos vendo isto acontecer (Daniel 12:4). b) Ezequiel profetizou que os judeus voltariam à terra prometida (Ezequiel 37:21-23). 1 - Depois de 1.900 anos espalhados pelo mundo, os Judeus retornaram em 1948 e lá estão até hoje, contra tudo e todos (Ezequiel 38:8). c) Após o arrebatamento, o anticristo virá e estabelecerá o seu reinado com a ajuda de dez nações e do Império Romano, que nunca caiu, pois até hoje Roma possui um César cujo poder é reconhecido no mundo inteiro: o próprio Papa (Apocalipse 17). Este Império durará sete anos, quando então JESUS voltará para destruir as forças satânicas. d) O Império do anticristo - 7 anos. (Daniel 9:26-27). e) A procedência do Império - visão de Nabucodonosor (Daniel 2:1-5; 7:16-25). 1 - A 1ª fase do reinado do anticristo - falsa paz (Daniel 9:27). 2 - A aliança com as dez nações. (Apocalipse 17:3, 12-9). 3 - A aliança com a grande prostituta (Apocalipse 13:7-9; 17:1-9). 4 - A aliança com Israel e a reconstrução do templo (Daniel 9:25-27). 5) A 2ª fase do reinado do anticristo - dores (Apocalipse 9:1-12). 6) A guerra entre as dez nações (Daniel 2:42-43). 7) A destruição da grande prostituta (Apocalipse 17:15-17). 8) A marca da besta e a tecnologia atual (Apocalipse 13:16-18). 4) Cremos não haver dúvida de que a segunda vinda de CRISTO se dará em duas fases: Arrebatamento da igreja, e manifestação da pessoa de CRISTO em glória. a) Na primeira fase, o arrebatamento da igreja, JESUS virá para os seus. Não tocará os seus pés na terra, tampouco será visível ao mundo. Ele virá até às nuvens, onde receberá a sua igreja para que com ele adentre às mansões celestiais (1º Tessalonicenses 4:17). b) Já na segunda fase, a manifestação propriamente dita, sete anos após a primeira, JESUS virá com os seus. Nesse momento, sim, todo olho o verá, não como um CRISTO abatido e humilhado, mas exaltado e triunfante (Zacarias 14:4). 5) A Batalha do Armagedom a) A palavra ARMAGEDOM significa monte de megido. Também conhecido como a planície de Jezreel. Nesse amplo e espaçoso lugar, os exércitos do anticristo estarão congregados para o ataque decisivo contra Jerusalém. b) Quando Jerusalém estiver cercada pelos exércitos do anticristo e aos Judeus não restar escape, então eles clamarão angustiados pelo auxílio de DEUS. Nesta hora, dar-se-á a manifestação de JESUS, revestido com poder e glória (Isaias 52:8; Mateus 24:30). c) O triunfo de JESUS sobre os exércitos do anticristo será esmagador. Destruindo os exércitos hostis a Israel, o anticristo e o falso profeta serão lançados no lago de fogo e enxofre (Apocalipse 19:20). 6) O Milênio a) Ao aprisionamento de Satanás, seguir-se-ão mil anos de paz e de governo perfeito sob o reinado do Senhor JESUS, assinalando o começo de uma nova dispensação (Apocalipse 20:6). b) Esse período não é o princípio de um mundo novo, mas o fim de um mundo antigo. O que o sábado judaico é para a semana, assim será o milênio para a era presente. c) Dois grupos de povos distintos tomarão parte no milênio: os crentes glorificados, consistindo dos santos do antigo e do novo testamento, da igreja triunfante, dos santos oriundos da grande tribulação; e os povos naturais, em estado físico normal, vivendo na terra, a saber: judeus salvos saídos da grande tribulação, gentios poupados no julgamento das nações e o povo nascido durante o milênio propriamente dito. d) No milênio, a igreja estará glorificada com CRISTO na Jerusalém celestial. A igreja exercerá a co-regência com CRISTO durante esse período (Apocalipse 21:22-23) revestidos de um corpo glorificado, os salvos estarão acima das limitações do tempo e do espaço sujeitos quando ainda em seus corpos mortais. Terão um corpo como o de CRISTO Ressurreto, que se locomove sem obstáculos e sem barreiras. e) A própria terra passará por transformações que alterarão sensivelmente, para melhor, o seu clima e sua produtividade. Também os animais sofrerão mudança na sua natureza durante essa época áurea. A ferocidade deles será removida para dar lugar à docilidade. Não mais se atacarão, nem, representarão qualquer ameaça ao homem. (Isaias 65:25). f) Toda criação, afetada que foi pela queda do homem, de igual modo participará das bênçãos decorrentes do governo milenar de CRISTO (Romanos 8:18-23). 7) Terminado o milênio, Satanás será novamente solto por um breve espaço de tempo (Apocalipse 20:7). Esta soltura de Satanás servirá para: a) provar às pessoas que nasceram durante o milênio; b) demonstrar pela última vez quão pecaminosa é a natureza humana, e que o homem por sí mesmo jamais se salvará, mesmo sob as melhores condições; c) demonstrar que o Diabo é completamente incorrigível. 8) Satanás sai a ajuntar as nações da terra para a batalha, mas será derrotado e lançado no lago de fogo e enxofre onde está a besta e o falso profeta (Apocalipse 20:8-10). 9) Após este evento, será estabelecido o Juízo do grande trono branco, o Juízo Final. É nessa época que todos os ímpios mortos ressuscitarão para ouvir sua sentença final diante do trono de DEUS. Até mesmo a morte e o inferno serão lançados no lago de fogo, a segunda morte. (Apocalipse 20:11-15). O JUIZO DO TRONO BRANCO, JUIZO FINAL, CONDENAÇÃO AO LAGO DE FOGO E ENXOFRE. RESUMO: HEBREUS 5.12-14; 6.1,2 1-ARREPENDIMENTO DE OBRAS MORTAS: Ef 2.8-10 2-FÉ EM DEUS Ef 2.8 3-A DOUTRINA DOS BATISMOS (NAS ÁGUAS Mt 3- NO ESPÍRITO SANTO At 2 - DE MORTE Mc 10.38) 4-IMPOSIÇÃO DE MÃOS (AUTORIDADE – Mc 16.15-18 5-RESSURREIÇÃO DOS MORTOS – 1 Co 15.12 Dn 12 6-JUÍZO ETERNO – AP 9.6; 13.7,8; 20.11-15 A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO 6.1. O contraste entre o homem maduro e a criança passa agora a ser desenvolvido por uma descrição daquilo que a criança espiritual deve deixar para trás a fim de amadurecer. O escritor introduz uma exortação dupla: pondo de parte e deixemo-nos levar. Estão incluídos, portanto, um olhar para trás e outro olhar para a frente. Todo o progresso é assim. Aqueles que nunca vão além dos inícios nunca amadurecem. Quais, porém, são estes princípios, na mente do autor? São descritos assim: os princípios elementares da doutrina de CRISTO (ho tès archès tou Christou logos), expressão que representa palavras passíveis de diferentes interpretações. O significado poderia ser “a palavra do início de CRISTO”, ou como aqui na ARA, que aplica o princípio (archès) à doutrina e não a CRISTO. Não há dúvida de que a primeira maneira de entender o grego é mais natural, por causa da ordem na qual as palavras ocorrem. Mas o que significa aqui “o início de CRISTO”? Um paralelo pode ser visto em 5.12 onde são mencionados “os princípios elementares dos oráculos de DEUS.” Evidentemente, alguns aspectos básicos de CRISTO devem estar em mira aqui. O “princípio,” portanto, seria a compreensão inicial da posição cristã que a diferenciava do judaísmo. A segunda injunção positiva: deixemo-nos levar para o que é perfeito, é expressa no grego, de modo um pouco inesperado, numa forma passiva, no sentido de: “sejamos levados para a maturidade (ou a perfeição).” Esta forma sugere um elemento de entrega a uma influência mais nobre, como se o processo da maturação não fosse uma questão da nossa engenhosidade. A maturidade espiritual não é do tipo que pode ser recebido mediante pedido, mas, sim, requer poderes superiores às capacidades naturais do homem. Apesar disto, este escritor está profundamente consciente da responsabilidade do próprio homem, como demonstram suas declarações subseqüentes neste capítulo. Há, claramente, fatores na experiência espiritual de um homem que podem, efetivamente, cortar ocrescimento. Não pode ser “levado para o que é perfeito” se não tem desejo algum de ser perfeito. Há seis fatores na descrição das doutrinas elementares de CRISTO: o arrependimento e a fé, os batismos e a imposição das mãos, a ressurreição e o juizo. O agrupamento em três partes pares provavelmente não é acidental. Os dois primeiros são básicos para o caráter essencial de uma fé cristã viva. É importante que estes até são chamados uma base, que, por sua própria natureza, não precisa de renovação. A estultícia de um construtor cuja obra é tão insatisfatória que deve começar de novo pelos alicerces é evidente em si mesma. Mas o escritor está sugerindo que seus leitores talvez não estivessem recebido o alicerce verdadeiro no início das suas vidas cristãs? As palavras não lançando de novo parecem militar contra essa idéia. A sugestão é que o alicerce já foi lançado e que o necessário é desenvolver uma estrutura adequada. A expressão arrependimento de obras mortas é única. Em nenhum outro lugar, a não ser em 9.14, que fala em purificar a consciência de obras mortas, a idéia de morte é aplicada às obras. É, no entanto, aplicada à fé (Tg 2.17), ao corpo (Rm 8.10) e aos homens (Rm 6.11; Ef 2.1,5; Cl 2.13). Em cada caso a morte indica um estado de não-funcionamento. Quando a fé está morta, não está cumprindo seu propósito verdadeiro. Julgada por sua inutilidade, seria a mesma coisa se ela não existisse. As obras mortas, segundo a mesma analogia, seriam as obras que tinham apenas a aparência de obras, mas às quais faltava qualquer poder eficaz. No presente caso, pode haver uma alusão à idéia judaica de atingir a justificação mediante as obras, que de um ponto de vista cristão seriam consideradas “mortas” por serem ineficazes. Todos aqueles que se voltassem do judaísmo para o cristianismo necessitariam de arrepender-se da sua confiança nas boas obras. Num sentido mais geral, o primeiro passo para todos os que se voltam para o cristianismo é o arrependimento, conforme demonstram João Batista, o próprio JESUS, e os pregadores primitivos. O mesmo pode ser dito acerca da exigência básica da fé em DEUS (epi Theonj, que ressalta fortemente a direção da fé: “em relação a DEUS.” Todas as várias partes do Novo Testamento testificam da necessidade da fé em qualquer abordagem a DEUS. Esta Epístola tem, em certos aspectos, um uso distintivo de “fé” (cf. 4.2; 6.12; 10.22, 38, 39; 11.1-39; 12.2; 13.7). Aqui, o significado deve ser a resposta da fé à provisão de DEUS. No capítulo 11, a ênfase é colocada na atividade da fé. Não se pode negar o caráter dinâmico da fé, vista através dos olhos deste escritor. 2. As duas doutrinas elementares que se seguem são, por contraste, atos externos de um tipo cultual. Os batismos e a imposição de mãos têm seu paralelo no judaísmo, mas claramente tinham um significado diferente ao serem aplicados ao cristianismo. As “abluções” (RSV) dizem respeito literalmente a batismos (baptismòn). O plural demonstra que não é simplesmente um só ato; pelo contrário, várias purificações rituais estão em mente. Deve ser notado que a comunidade de Cunrã observava alguns tipos de purificações rituais, mas não há evidência de que este tipo de ritual era praticado na igreja cristã. Não é impossível que o escritor tenha usado o plural para sugerir uma comparação entre a prática cristã do batismo e a idéia judaica da lavagem,53 porque a palavra é usada noutros trechos no sentido geral de lavagens cultuais (Hb 9.10 - “abluções” ARA). Uma vez que estas práticas são introduzidas pela palavra ensino, que também se estende à terceira copla, parece que o escritor está negando a necessidade de qualquer ensino básico adicional sobre estas facetas cristãs elementares. A imposição de mãos, que na prática judaica era vinculada com a transmissão de uma bênção, na igreja adquiriu um novo sentido. Há muitas ocorrências em que a imposição de mãos está ligada com a cura (cf. Mc 16.18; At 28.8, onde tem conexão com a cura cristã por este meio). O sentido aqui, no entanto, é mais específico. Provavelmente incluísse a transmissão de dons específicos (cf. At 8.17; 13.3; 19.6; 1 Tm 4.14) A prática aqui é de caráter básico, e presumivelmente tem relacionamento com todos os cristãos, e não simplesmente com aqueles que são chamados para tarefas especiais (como na ordenação). Pode ter, portanto, seu paralelo em Atos 8.17; 19.6, sendo que nos dois casos houve o acompanhamento do dom do ESPÍRITO. Os outros dois fatores são de caráter doutrinário. A ressurreição dos mortos e o juízo eterno nem por isso deixam de ser uma parte constituinte essencial do ensino cristão. O primeiro destes fatores é tão essencial que os pregadores primitivos não podiam pregar sem introduzilo. Nunca mencionam a morte de CRISTO sem incluir a Sua ressurreição. Além disto, a aplicação da mesma idéia aos crentes é implícita (cf. At 23.6 e especialmente 1 Co 15.12ss.). O Novo Testamento não faz sentido se a ressurreição dos mortos for negada. O escritor nío argumenta sobre esta questão. Considera-a suficientemente óbvia para ser incluída nas doutrinas elementares. O mesmo se aplica ao julgamento. O uso do adjetivo “eterno” pode ser comparado com Marcos 3.29, onde é mencionado o conceito do “pecado eterno.” É possível que a expressão aqui pretenda ter um sentido abrangente, para incluir o ensino escatológico básico que todos os cristãos receberiam. Cada crente deve ter algum conhecimento tanto da ressurreição quanto do julgamento, porque os dois estão ligados a uma consciência das exigências bem como da gloriosa provisão de DEUS. Este tema de julgamento não é infreqüente em Paulo. Parte do problema que os Hebreus enfrentavam era a semelhança superficial entre as doutrinas elementares do cristianismo e as do judaísmo, que tomava possível aos judeus cristãos pensar que poderiam sustentar as duas coletâneas de doutrinas. O perigo da apostasia era muito maior para eles do que para os convertidos do paganismo. 3. As palavras: Isso faremos, se DEUS permitir podem ser entendidas como uma exortação: “Façamos assim, se DEUS permitir,” conforme alguns manuscritos. Mas, entendidas como uma resolução específica da parte do escritor, confiantemente ligando seus leitores consigo mesmo, as palavras têm mais aplicação. Certamente o escritor não duvida que DEUS deseja que Seu povo avance na vida espiritual. A única outra ocasião no Novo Testamento em que uma frase paralela é usada é em 1 Coríntios 16.7, onde Paulo a emprega em relação aos seus planos propostos. Já que o escritor passa na seção seguinte a falar da apostasia, talvez esteja pensando nas condições em que DEUS permite o progresso. Neste caso, a condição é a acrescentada como lembrança de que avançar para a maturidade não é mecânico nem automático, mas, sim, envolve levar em conta as condições de DEUS. Não poderia ter havido dúvida alguma na mente do autor de que DEUS deseja a maturidade no Seu povo. Seria contrário à natureza de DEUS conforme é vista nesta Epístola supor doutra forma. 4. Que há uma conexão específica entre a declaração que acaba de ser feita e a discussão acerca da apostasia fica claro por causa da conjunção pois (gar). Há pelo menos uma possibilidade teórica de que a maturidade espiritual possa revelar-se inatingível. É importante para uma compreensão verdadeira deste versículo reconhecer este contexto. É igualmente importante notar que a declaração depende do cumprimento de uma condição, conforme demonstra a cláusula com “se” no v. 6. As várias maneiras que este autor adota no uso da palavra impossível (adynatonj são instrutivas. Aqui, emprega-a para a impossibilidade do arrependimento em certas circunstâncias; em 6.18, acerca da impossibilidade de DEUS revelar-Se falso; em 10.4, acerca da incapacidade do sangue dos animais de remover o pecado; e em 11.6, acerca da impossibilidade de agradar a DEUS sem fé. Em cada caso, não há provisões para um meio-termo. Todas estas declarações são absolutas. A presente declaração, no entanto, é a que causa mais dificuldade e pode ser corretamente compreendida somente quando todas as facetas do caso forem examinadas na sua totalidade. Há quatro verbos para descrever os sujeitos da impossibilidade: (i) iluminados (phõtisthentas), (ii) provaram (geusamenous), (iii) se tomaram participantes (metochous genêthentas), (iv) provaram a boa palavra (kalon geusamenous). Aparentemente, os três últimos verbos visam tomar claro o sentido em que o primeiro é usado. A idéia da iluminação é característica do Novo Testamento em relação à mensagem de DEUS ao homem (cf. também 10.32 na outra passagem sobre a apostasia). Isto é especialmente verdadeiro no que diz respeito ao Evangelho segundo João em que JESUS declara ser a luz do mundo (8.12; cf. 1.9). Outro paralelo é 2 Coríntios 4.4, que diz: “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de CRISTO.” Sempre que a luz tem brilhado nas mentes individuais, tem vindo alguma compreensão da glória de CRISTO. Bruce55 acha tentadora a opinião de que a iluminação se refira ao batismo e ao provar a eucaristia, mas aceita, especialmente neste último caso, uma referência mais ampla também. Hughes56 cita exemplos de escritores patrísticos que adotaram este tipo de interpretação. Ele mesmo, porém, prefere um sentido metafórico, i.é, o sentido de experimentar a bênção. Aqueles que são referidos aqui, portanto, devem ter alguma revelação inicial de JESUS CRISTO. Este conceito é reforçado pelas outras três declarações que são feitas. A idéia de provar o dom celestial subentende mais do que um mero conhecimento da verdade. Subentende a experiência dela. Este é um uso lingüístico do Antigo Testamento (cf. SI 34.8). No Novo Testamento, 1 Pedro 2.3 contém a mesma idéia. Há um desenvolvimento entre saber acerca do alimento, até mesmo gostar da aparência dele, e realmente prová-lo. Ninguém pode apenas fingir provar um alimento. Naturalmente, nem sempre o provar é agradável, e no caso hipotético que o escritor estava supondo, claramente não o era. O dom celestial não foi apreciado. Mas o que significa esta expressão? Em nenhuma outra parte do Novo Testamento “o dom celestial” (tès dõreas tês epouraniou) é mencionado, embora a idéia de um dom de DEUS ocorra várias vezes, principalmente em relação ao ESPÍRITO SANTO (cf. At 10.45; 11.17). Noutros casos, é ligado com a graça de DEUS (Rm 5.15; Ef 3.7; 4.7), onde abrange a totalidade da dádiva da salvação. Na presente declaração, o conteúdo do dom não é definido, mas a sua origem não fica em dúvida. Embora tenha sido sustentado que “celestial” descreve, não a origem, mas, sim, a esfera em que o dom é exercido, ainda demonstraria que o dom não é de feitio humano. Deve ser notado que a palavra usada aqui para “dom” é usada exclusivamente para dons espirituais no Novo Testamento. A terceira declaração está estreitamente vinculada com a anterior, porque o tipo de pessoa que o escritor está imaginando consiste daqueles que se tomaram participantes do Espirito SANTO, o que se harmoniza com o dom do ESPÍRITO. Mesmo assim, é provável que isto seja visto como um aspecto distintivo na sua experiência. Já encontramos a palavra para “participantes” (metochoi) em 1.9; 3.1, 14, e a encontraremos outra vez em 12.8. A única outra ocorrência da palavra no Novo Testamento é em Lucas 5.7, onde significa “companheiros.” Visto que em 3.1 o escritor está se dirigindo àqueles que participam de uma vocação celeste, o mesmo sentido deve ser pretendido aqui. A idéia de participar do ESPÍRITO SANTO é notável. Isto imediatamente distingue a pessoa daquela que não tem mais do que um conhecimento superficial do cristianismo. 5. A quarta declaração: e provaram a boa palavra de DEUS, introduz ainda outro aspecto da experiência cristã. A repetição da metáfora do “provar” demonstra a importância que o escritor ligava a ela. Mas esta vez é uma questão de provar a “bondade” (kalon), palavra esta que incorpora em si alguma noção de beleza. Inclui a atratividade bem como a bondade moral. É contrastada com o mal em 5.14. Descreve uma boa consciência em 13.18. É algo altamente desejável. Isto se encaixa bem com a metáfora. É agradável ao paladar. Além disto, não é por acidente que o que é provado não é a própria palavra de DEUS, mas, sim, a sua bondade. A distinção é importante. É possível abordar a palavra de DEUS de modo sincero, mas sem efeito. No presente caso, os que provavam a bondade estavam bem imersos na experiência cristã. A frase descritiva “palavra de DEUS” (Theou rhèma) ocorre outra vez em 11.3 e nalguns outros lugares no Novo Testamento, mas não é tão freqüente quanto a expressão mais geral, porém paralela (Jogos tou Theou), que ocorrre nesta Espístola em 4.12 e 13.7. A presente frase chama a atenção mais a uma comunicação específica de DEUS do que a uma mensagem geral de DEUS. De fato, pode, mais provavelmente, referir-se à experiência de DEUS que a pessoa conhece na conversão, quando a maravilhosa condescendência de DEUS para com os pecadores raia sobre a alma em toda a sua beleza resplandecente. Mas o provar também chega “à bondade dos poderes do mundo vindouro, ” que parece uma idéia estranha. Se a era do porvir ainda é futura, conforme sugerem as palavras (mellontos aiònos), não pode ser que o escritor quer referir-se a uma esperança remota. Visto que emprega “estes últimos dias” (1.1) para denotar os dias da inauguração do Messias, é bem possível que aqui esteja pensando no antegozo presente de uma experiência que não chegará ao seu clímax até à segunda vinda. De qualquer maneira, está mais interessado nos poderes da era vindoura, o que sugere a operação das mesmas influências poderosas que terão pleno domínio naquela era futura. 6. Finalmente, a parte condicional da frase aparece: “se então cometerem a apostasia” (no grego, o condicional é expresso por um particípio: parapesontas - ARA: e caíram). A declaração que segue é aplicável somente quando a experiência da iluminação e da participação é ligada com uma apostasia completa (conforme é indicado pelo tempo do aoristo). A idéia da apostasia é expressa por um verbo que ocorre exclusivamente aqui no Novo Testamento. O significado da sua raiz é “cair para o lado,” i.é, o desvio de um padrão ou caminho aceito. A declaração subseqüente neste caso toma clara a natureza irrecuperável da apostasia. É dito que de novo estão crucificando para si mesmos o Filho de DEUS, e o verbo composto empregado (anastaurountas) demonstra que o escritor está pensando em uma repetição da crucificação. Não poderia ter expressado a seriedade da apostasia em termos mais enfáticos ou mais trágicos. Enquanto pensa naquilo que os inimigos de JESUS fizeram a Ele, até mesmo vê aqueles que se desviam dEle como igualmente responsáveis. Talvez esteja pensando que tais apóstatas seriam mais culpáveis do que aqueles que originalmente clamaram “crucifica-o,” que nunca conheceram coisa alguma acerca da maravilhosa graça de DEUS através de CRISTO. Qualquer pessoa que voltasse do cristianismo para o judaísmo se identificaria não somente com a descrença judaica, como também com aquela maldade que levou a crucificação de JESUS. As palavras para si mesmos ou “por conta própria” tomam claro que devem assumir a plena responsabilidade pela crucificação. Além disto, o escritor explica que o efeito desta ação é este: expondo-o [CRISTO] à ignominia (paradeigmatizontas, outra palavra achada somente aqui no Novo Testamento). Não poderia haver maneira mais vívida de identificar a posição dos apóstatas com aqueles cujo ódio a CRISTO os levou a exibi-Lo como objeto de desprezo numa odiada execução romana. A condenação destas pessoas é tão forte que nada senão a atuação mais grave da parte deles poderia explicá-la. Subentende uma atitude de hostilidade incessante. Esta passagem tem causado extensos debates, e tem resultado em muitos mal-entendimentos. O problema principal é se o escritor está dando a entender que um cristão pode cair tão longe da graça ao ponto de ser culpado do pior delito possível contra o Filho de DEUS. Se a resposta for “sim,” como explicaremos aquelas outras passagens que sugerem a segurança eterna dos crentes? As seguintes considerações podem nos ajudar a compreender a mente do escritor a esta altura: (i) Calvino, convicto de que DEUS vigiava Seus eleitos, somente podia supor que o ato de “provar” mencionado aqui era meramente uma experiência parcial e que as respectivas pessoas não corresponderam a ela. A dificuldade com semelhante hipótese é que não está à altura das palavras da Epístola, que não dão impressão alguma de iluminação incompleta. Calvino fala dalguns vislumbres de luz. Faz uma distinção entre a graça recebida pelos réprobos e a que é recebida pelos eleitos. (ii) Do outro lado, pode ser alegado que, tendo em vista as declarações desta Epístola, permanece a possibilidade para qualquer crente apostatar da mesma maneira descrita aqui? Isto tomaria menos certa qualquer garantia da fé. Até mesmo tem sido sugerido que a severidade da advertência aqui talvez forme uma ligação com o pecado imperdoável contra o ESPÍRITO SANTO. Alguns têm ficado profundamente perturbados, perguntando-se se já cometeram semelhante pecado, mas ninguém com um estado de mente tão endurecido ao ponto de expor o Filho de DEUS à ignomínia se preocuparia em qualquer momento com uma questão desta natureza. A própria preocupação é evidência de que o ESPÍRITO SANTO ainda está ativo. (iii) Deve ser levado em conta que nenhuma indicação é dada nesta passagem de que qualquer dos leitores tinha cometido o tipo de apostasia mencionada. Parece que o escritor está refletindo sobre um caso hipotético, muito embora, na natureza do argumento inteiro, deve ser suposto que era uma possibilidade real. A intenção, claramente, não é fazer uma dissertação sobre a natureza da graça, mas, sim, dar uma advertência nos termos mais enfáticos possíveis. A passagem inteira é vista do lado das responsabilidades do homem e deve, portanto, ser considerada limitada. Noutras palavras, o lado divino deve ser contrastado com esta passagem para ser obtido um equilíbrio verdadeiro. (iv) A passagem, além disto, declara a impossibilidade em termos de restaurar os transgressores a uma nova condição de arrependimento (w. 4-6). Surge a pergunta acerca do escopo do arrependimento aqui. Referese ao ato inicial de um homem quando vem a DEUS, no sentido em que parece ser usado no v. 1? Se for assim, é claramente impossível uma segunda realização de semelhante ato inicial, embora seja certamente possível lembrar-se dele. Visto que o arrependimento é um ato que envolve a auto-humilhação do pecador diante de um DEUS santo, fica evidente porque um homem com uma atitude de desprezo para com CRISTO não tem possibilidade de arrependimento. 0 processo do endurecimento fornece uma casca impenetrável que remove toda a sensibilidade para com o pleitear do ESPÍRITO. Chega-se a um ponto de nenhum retomo, quando, então, a restauração é impossível. Embora o escritor esteja expondo um caso extremo, tem confiança nos seus leitores (v. 9). Apesar disto, acha necessário voltar a advertir severamente no cap. 10. 7-8. O que acaba de ser dito ilustra um princípio que pode ser apoiado pela natureza. Negligenciar o cultivo da terra leva a resultados sem valor, da mesma maneira que a recusa de apegar-se às provisões da graça de DEUS leva à bancarrota espiritual. O Novo Testamento contém muitos exemplos de ilustrações agrícolas sendo usadas para recomendar verdades espirituais. Baseia-se parcialmente no conceito de que as leis naturais estão ligadas com as leis espirituais, porque os dois tipos de leis têm o mesmo originador e, por esta razão, os fenômenos naturais podem servir de analogias espirituais. Ninguém se queixa dos espinhos e dos abrolhos que se devem à negligência, mas todo agricultor espera que, dada a condição correta de umidade, a terra cultivada produzirá a erva útil. Estranhamente, a ação humana não é mencionada, mas a frutificação é julgada pela sua utilidade aos agricultores e mesmo para outras pessoas. No âmbito espiritual, algum tipo de frutificação é essencial para o mais pleno cultivo da experiência espiritual. Aqueles indivíduos ou grupos que não produzem nada para compartilhar com os outros são estéreis (cf. 5.12, que sugere que os leitores enfrentam uma tentação deste tipo). Vale notar que é a terra, e não o povo que, segundo se diz, recebe bênção da parte de DEUS, o que, presumivelmente, significa que sua própria produtividade á aumentada por DEUS. Sem dúvida, o conceito bíblico da ceifa e' que DEUS dá o crescimento. Os espinhos e abrolhos são uma lembrança direta de Gênesis 3.17- 18, onde a maldição sobre a terra tomaria esta forma e a labuta do homem seria exigida para dominá-los e cultivar a terra. Conforme sabem todos os agricultores, uma colheita de ervas más só serve para ser queimada. É importante notar que as palavras perto está da maldição são menos enfáticas do que teria sido sem a palavra “perto” (engys), mas não deixam de chamar a atenção à iminência constante do fim. A queima das ervas más não seria atrasada por muito tempo se elas persistissem.S9 A palavra traduzida rejeitada (adokimos) ocorre em 1 Coríntios 9.27 no sentido de desqualificado, e em 2 Coríntios 13.5 no sentido de não passar no teste. Não é nenhuma rejeição arbitrária, mas, sim, o resultado do exame apropriado. Neste caso, a terra revela-se inútil pela ausência de frutificação efetiva. 9. A esta altura o escritor volta-se para o encorajamento. Suas advertências severas chegaram ao fim, por enquanto, e quase se apressa para assegurar os leitores que não considera que eles chegaram à posição extrema da qual falara. As palavras: Quanto a vós outros (peri hymòn) marcam um forte contraste com os supostos apóstatas, o que acrescenta peso à sugestão de que estes últimos eram hipotéticos. O escritor até mesmo repetinamente chama os leitores de amados, o que não faz em nenhuma outra parte desta Epístola, e isto transmite um senso de calor especial. Obtém mais força por causa do seu contraste com as advertências anteriores. Há usos semelhantes da palavra nas Epístolas paulinas (e.g. 1 Co 10.14; 2 Co 12.19). Realmente, Paulo a usa em todas as suas cartas a não ser Gálatas, 2 Tessalonicenses e Tito, e ocorre na maioria dos demais livros do Novo Testamento. Pode-se dizer, portanto, que é um termo predileto de afeição cristã. Não é sem certa significância que os Evangelhos Sinóticos registram ocasiões em que JESUS foi chamado de “amado” por uma voz celestial. No presente caso, o uso desta palavra demonstra a verdadeira solicitude do escritor para com seus leitores. Estamos persuadidos (pepeismetha) aparece como a primeira palavra no texto grego, e, portanto, leva mais ênfase do que a tradução sugere. De fato, o tempo perfeito revela que não se trata dalguma decisão do momento, mas, sim, do resultado permanente da consideração passada. Esta forte persuasão subjazia todas as advertências que acabaram de ser dadas. Parece ter sido derivada do conhecimento pessoal que o escritor tinha dos leitores. A referência às coisas que são melhores está em harmonia com o uso característico da palavra “melhor” nesta Epístola. Neste caso, o contraste está com os apóstatas. A posição cristã verdadeira sempre está do lado do “melhor” em comparação com o “pior.” As “coisas” são especificadas como sendo as pertencentes à salvação, que literalmente significa as que “se apegam” à salvação. O que parece que o escritor está dizendo é que suas convicções acerca deles dizem respeito à esfera inteira da salvação e, realmente, isto fica claro no versículo seguinte. 10. Como base para sua firme persuasão, o escritor cita dois fatores: (i) a justiça de DEUS e (ii) as obras dos leitores. Sua consciência da justiça de DEUS, ou, melhor, a convicção de que DEUS não pode ser injusto (porque é expressada aqui com uma dupla negação, ou gar adikos), é outra parte integrante da teologia do escritor. Pode citar com aprovação Deuteronômio 4.24, que DEUS é um fogo consumidor (12.29), mas não O considera um tirano que não presta atenção à justiça. Em 1.9 cita a atribuição paralela do salmista a DEUS: do amor à justiça e do ódio da iniqüidade. A palavra de DEUS é uma palavra de justiça (5.13) e o escritor diz que a disciplina divina produz fruto pacífico da justiça (12.11). O escritor não pode conceber que DEUS pode ficar esquecido do trabalho e do amor que, na sua opinião, procederam da graça. Esta combinação entre vosso trabalho e o amor que evidenciastes é importante, porque o trabalho é expressado em termos do amor, e não deve ser considerado independente dele. É tomado por certo que aqueles que demonstram amor por meio de servir aos santos estão exibindo os resultados das coisas que são melhores. As palavras adicionais para com o seu nome demonstram que DEUS considera que atos de bondade praticados ao Seu povo são feitos para Ele mesmo. O impacto das palavras no grego ressalta vividamente este fato, visto que o amor é dirigido para (com) o seu nome (eis to onoma), e, portanto, “para Ele”. Não há comparação nem contraste com a oferta de esmolas pelos judeus aqui, embora possa ser notado que, para os judeus, o amor não era muito importante. O amor cristão para com os santos vai muito além de dar esmolas, embora esta última ação não deva ser negligenciada. O serviço baseado no amor é totalmente diferente do serviço que é realizado para acumular mérito. O fato de que aqueles leitores estavam tão solícitos para com seus irmãos cristãos diz muita coisa a favor deles. É a convicção do escritor que estas ações demonstravam que a graça de DEUS ainda estava ativa entre eles. 11-12. Embora o amor deles seja recomendável, há outras áreas em que o mesmo espírito poderia ser exercitado, e o escritor nota algumas destas. O verbo Desejamos (epithymoumen) é enfático, e expressa mais do que um desejo piedoso. Sua forma plural acrescenta intensidade, porque o escritor está expressando aquilo que, segundo sabe, será compartilhado pelos cristãos de modo geral. O desejo é a plena certeza da esperança (plèrophoria), palavra que volta a ocorrer no clímax da exposição (10.22), onde a possibilidade de semelhante “plena certeza” é inquestionvel à luz do sacrifício de JESUS. O forte desejo do escritor é que os leitores possam ter plena certeza da esperança, isso sugere que, no momento, está faltando. É possível que o conflito sobre a atração do judaísmo estivesse despojando-os da alegria desta certeza. É possível os cristãos terem grande amor para com seus irmãos e ainda ter falta de certeza para si mesmos. Oxalá a diligência do amor transbordasse para a certeza! É um fato triste que muitos daqueles que são mais ativos nas obras cristãs têm falta de convicções. Pode ser, em muitos casos, porque estão dependendo das obras para contribuírem para sua salvação, abordagem esta que nunca poderia levar à certeza, visto que nunca poderiam saber se suas obras eram suficientes. Outro aspecto interessante é que o forte desejo é dirigido a cada um de vós, tomando, portanto, individual tanto a diligência quanto a plena certeza. Estas duas são experiências que não têm sua origem em grupos. Para que não vos tomeis indolentes dá o complemento à diligência. A palavra aqui traduzida indolentes (nõthroi) já foi aplicada aos leitores em 5.11, onde são chamados “tardios em ouvir.” Semelhante lerdeza, se não for refreada, se desenvolverá numa incapacidade de fazer qualquer progresso. Embora acabe de emitir uma advertência grave, o escritor não fala agora como em 5.11, como se fosse um fato consumado. Pelo contrário, mostra como semelhante indolência pode ser evitada. Outro alvo alternativo é um tipo certo de imitação. O Novo Testamento tem muita coisa a dizer acerca deste assunto de imitadores. No ensino de JESUS, Seus discípulos são conclamados a seguir Seu exemplo (e.g. Jo 13.15). Paulo, em mais de uma ocasião, conclamou seus convertidos a imitá-lo (1 Co 4.16; 11.1; 1 Ts 1.6; 2.14), usando a mesma palavra que aparece aqui. Semelhante imitação era de grande valor prático para aqueles que não tinham as Escrituras do Novo Testamento para fornecer padrões adequados. Os homens de DEUS que tinham aprendido novas idéias morais e espirituais ficavam sendo guias valiosos para os menos maduros. No presente caso, o padrão era providenciado da parte daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas. Tem sido sugerido que a exortação no sentido de imitar a fé dos herdeiros da promessa refere-se aos homens do Antigo Testamento e que antecipa Hebreus 11. Não parece, porém, haver razão alguma porque os cristãos também não possam ser incluídos. A combinação entre a fé e a longanimidade é sugestiva porque, embora o fato da fé por si só garanta a herança, até que esta seja possuída é necessária a paciência. A palavra usada para “paciência” (makrothymia) significa longanimidade e em Hebreus ocorre somente aqui, mas várias vezes em Paulo e umas poucas vezes noutros lugares. É uma qualidade divina (Rm 9.22) que não é natural do homem, mas fica sendo característica dos seguidores de JESUS. Está alistado por Paulo no fruto do ESPÍRITO em Gálatas 5.22. Os herdeiros da promessa são mencionados outra vez no v. 17. 13. A esta altura da discussão, o pensamento volta para Abraão que já foi mencionado em 2.16. Esta seção (w. 13-20) serve de prelúdio para a exposição do tema de Melquisedeque. O que o escritor está preocupado em demonstrar é (i) a solenidade das promessas de DEUS, (ii) Seu caráter imutável, e, portanto, (iii) a absoluta certeza da Sua palavra. Esta é realmente uma explicação da base da “plena certeza da esperança” do cristão. A promessa a Abrão foi confirmada por um juramento. Muitas vezes a promessa foi feita sem haver menção do juramento, mas a referência em Gênesis 22.16 faz a declaração específica: “Jurei por mim mesmo.” Esta é claramente a base da presente declaração: jurou por si mesmo. O escritor elabora o tema: visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, que é o equivalente de dizer que Sua própria palavra bastava. Filo (Legum Allegoriae 3.203) tem um comentário semelhante sobre Gênesis 22.16. 14-15. A promessa de que Abraão seria abençoado e multiplicado tem significância adicional quando é colocada lado a lado com o mandamento no sentido de sacrificar Isaque. Quando a obediência de Abraão foi aceita no lugar do ato, deve ter vindo com força adicional quando DEUS reforçou a promessa com um juramento. Há um indício disto no v. 15. Abraão, depois de esperar com paciência, claramente se refere à sua provação no assunto de Isaque, como resultado da qual obteve a promessa. Há um eco do v. 12, supra. Abraão é um exemplo por excelência de quem ganhou sua herança com fé e paciência. Mesmo que os leitores não pudessem pensar em qualquer outro exemplo, Abraão ilustraria admiravelmente o que o escritor queria dizer. SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA I- Devemos Buscar a Perfeição em CRISTO 1- Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de CRISTO, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em DEUS, De acordo com os eruditos da Bíblia, é usado aqui o termo grego arche, que usualmente significa “começo” de qualquer coisa, sendo empregado neste versículo com o sentido de “princípios elementares de um sistema religioso”. Em linguagem hodierna, isso significa o “abc” de qualquer campo da vida e da atividade humana. Por exemplo, alguns credos religiosos defendem quatro princípios elementares da fé cristã: JESUS salva; JESUS cura; JESUS batiza com o ESPÍRITO SANTO; JESUS leva para o céu. Com efeito, sabemos que essas verdades são puras e cristalinas; todavia, são verdades elementares da vida espiritual, pois o desejo divino é que prossigamos até a perfeição — o que parece estar faltando aqui no seio desta comunidade cristã-judaica. Eles, ao invés de se interessarem por outros temas, como a santificação, uma vida espiritual produtiva, o cultivo do verdadeiro amor, etc., estavam procurando lançar de novo “o fundamento do arrependimento de obras mortas”. O caminho da perfeição deve ser percorrido por aqueles que são sequiosos pelas verdades divinas. Os cristãos conformados acham quetudo já está muito bom; mas aqueles que têm sede de DEUS edasverdades que a sabedoria de DEUS encerra querem ir sempre adiante, até chegar “a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO” (Ef 4.13). I- Sobre algumas Doutrinas 2- e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. Este versículo contém quatro doutrinas principais, a saber: A doutrina dos batismos; Da imposição de mãos; Da ressurreição dos mortos; Do juízo eterno. a- A doutrina dos batismos. Fala-se de vários batismos nos dias apostólicos. Alguns destes batismos já eram mencionados mesmo desde o Antigo Testamento. Fala-se que os israelitas foram “... batizados em Moisés, na nuvem e no mar” (I Co 10.2). JESUS falou de “um certo batismo” que Ele haveria de experimentar (Lc 12.50). Também foi prometido por Ele aos discípulos o “batismo com o ESPÍRITO SANTO” (At 1.5). O apóstolo Paulo falou também dos “... que se batizam pelos mortos” (I Co 15.29) e Pedro, do batismo da terra pelas águas do dilúvio (I Pe 3.21). No início do cristianismo foi instituído o batismo de João e o batismo cristão. O que parece estar aqui em foco é a validade dos dois batismos mais conhecidos no Novo Testamento: o batismo de João e o batismo cristão. O escritor sagrado aqui adverte os cristãos hebreus que o não entender a utilidade de um e a eficácia do outro era ainda estar longe da perfeição e maturidade espiritual. O batismo de João Batista serviu de preparação para a aceitação do batismo cristão. O primeiro era transitório — apenas para o arrependimento —, enquanto o segundo era permanente, pois ligava-se diretamente à salvação da pessoa humana. b- A imposição de mãos. E mencionado nas Escrituras em vários atos da vida religiosa, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Ao se oferecer sacrifícios, a imposição de mãos simbolizava a transmissão dos pecados do povo ao animal que seria sacrificado (Ex 29.40; Lv 1.4). Era usado ainda para se transmitir a bênção paterna, ou sacerdotal (Gn 48.1316); para se conceder poder aos juizes para julgar o povo (Nm 23; Dt 34.9) ou para que alguém escolhido por DEUS fosse “cheio do espírito de sabedoria” (Dt 34.9). No Novo Testamento, é freqüente seu uso em curas miraculosas (Mt 9.18; Mc 16.18, etc.), nos dons espirituais (At 8.17; 19.6), como também nos dons ministeriais (At 6.6; I Tm 4.14; 5.22; 2Tm 1.6) ou na consagração de obreiros (At 6.6; 13.3). Contudo, cada ato de imposição de mãos se dava de maneiras diversificadas. Parece que não havia uniformidade ou uma doutrina específica, como talvez alguém quisesse implantar aqui, mas cada um procedia de acordo com a orientação do ESPÍRITO SANTO. c- Da ressurreição dos mortos. Depois da ressurreição do Senhor JESUS, este assunto tornou-se doutrina fundamental, enriquecida e aprofundada no cristianismo primitivo. Ignorar esta doutrina era continuar nos rudimentos cristãos dos primeiros dias de fé. Alguns haviam ensinado isso erroneamente nas igrejas de Corinto e Tessalônica, o que obrigou o apóstolo Paulo a fazer em ambas uma poderosa defesa da ressurreição de nosso Senhor (I Co 15.12; I Ts 4.13). d- Do juízo eterno. Esta expressão tem sofrido várias interpretações, mas observando o que lemos no versículo anterior, o sentido parece não ser o juízo final. Trata-se de juízos pronunciados por alguém ao ser maltratado ou escarnecido pelos inimigos por causa do Evangelho. Outrossim, parece que os mesmos juízos eram também proferidos contra alguns daqueles cristãos que haviam apostatado. O autor sagrado esclarece que os destinos espirituais de pessoas ou de nações competem a DEUS, e não a eles (Jd 9). 3- E isso faremos, se DEUS o permitir. Não podemos usar todos os exemplos das Escrituras como jurisprudência para efetuarmos certos julgamentos. Há coisas que foram escritas para nossa advertência, e não devem ser usadas como base de nossas decisões (I Co 10.11). No Antigo Testamento, foram pronunciados e executados muitos juízos e castigos contra aqueles que se opunham a DEUS e ao seu povo. Moisés, por exemplo, ordenou que a terra se abrisse e tragasse Corá e o seu grupo (Nm 16.31,32). Elias fez descer fogo do céu que consumiu cem soldados com seus dois capitães (2 Rs 1.10-12). Eliseu determinou que duas ursas saíssem do bosque e despedaçassem “quarenta e dois” moços que dele haviam zombado (2 Rs 2.23,24). Também tornou leproso Geazi, seu servo (2 Rs 5.27). JESUS pronunciou um juízo de maldição contra uma figueira que não produzia frutos (Mt 18:21). Pedro pronunciou a morte de Ananias e de Safira, sua esposa (At 5.1-11), e juízo de maldição contra Simão, o mágico de Samaria (At 8.20-24). Paulo também ordenou que Elimas, o encantador da ilha de Pafos, ficasse cego (At 13.612). Além destes juízos, outras maravilhas foram operadas em ambos os Testamentos e podem ser feitas ainda, mas “... se DEUS o permitir”. I- O Perigo da Apostasia 4- Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial e se fizeram participantes do ESPÍRITO SANTO, Os versículos 4-8 que temos aqui nesta seção mostram- nos o perigo iminente da apostasia que rondava estes cristãos- judeus do primeiro século d.C., heresias estas que se instalaram por falta de vigilância no seio da Igreja. Antes de sua morte, o apóstolo Paulo, quando dava instruções aos anciãos de Éfeso, falou de ‘lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho”, e ainda acrescentou, dizendo: "... dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si” (At 20.29,30). Uma dessas “coisas perversas” que o apóstolo menciona aqui foi a apostasia, conforme ele descreve mais adiante numa de suas cartas a Timóteo: “Mas o ESPÍRITO expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (I Tm 4.1). Na passagem em foco, o ESPÍRITO SANTO diz por meio de Paulo que “nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé...” Esta expressão, no grego do Novo Testamento, significa “levar à revolta”, “desviar”. Quando usado o verbo aphistemi na voz transitiva, significa “afastar-se”, “retirar- se”, “apostatar”, etc. Quando ligada diretamente ao mundo religioso, significa “descer um degrau”, ou seja: “descer moral e espiritualmente”. Este verbo significa rejeitar uma posição anterior, aderindo a uma posição diferente e contraditória à primeira; perder a primeira fé, repelindo-a em favor de outra crença. Paulo afirma que isso pode se dar por influência dos espíritos malignos, cuja atividade consiste em enganar os homens, desviando-lhes a atenção de CRISTO (cf. Jr 2.19; 8.5; 2Ts 2.3). Muitas destas heresias disseminadas por seitas gnósticas atingiram não somente as igrejas dos gentios, mas contaminou também uma boa parte das igrejas judaicas, às quais esta epístola se dirigia. 5- e provaram a boa palavra de DEUS e as virtudes do século futuro, Novamente aqui, como nos versículos anteriores, continua a advertência aos cristãos contra a apostasia, que poderia atingi-los por negligência ao estudo das Escrituras e desprezo das manifestações espirituais. No texto em foco, devemos analisar dois pontos de vista importantes: a Palavra e o poder de DEUS. Quando JESUS argumentava com os saduceus com respeito a ressurreição dos mortos, Ele mostrou-lhes que a sua ignorância quanto ao mundo futuro consistia nestes dois pontos: desconhecer a Palavra de DEUS e a fonte do seu poder. Então o Mestre diz: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de DEUS” (Mt 22.29). Atualmente, muitos erros doutrinários com respeito aos dons espirituais partem de corações e mentes desprovidos deste conhecimento. E o problema maior sobre isso é que, além da pessoa não ter conhecimento das “... virtudes do século futuro”, ainda procura propositadamente ignorá-las (I Co 2.14). 6- e recaíram sejam outra vez renovados para arrepenámento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de DEUS, e o expõem ao vitupério. A apostasia leva a pessoa a retroceder na vida espiritual e impossibilita o sentimento de arrependimento. A missão sombria da apostasia é neutralizar a operação miraculosa do ESPÍRITO SANTO. A apostasia entenebrece a mente que foi iluminada pelo ESPÍRITO SANTO quando produziu na pessoa o arrependimento. O termo “recaíram”, usado aqui pelo autor sagrado, é o equivalente de Hebreus 3.12, onde “um coração mau e infiel” leva a criatura humana a “se apartar do DEUS vivo”. Essa apostasia é introduzida no ambiente cristão por ensinos “doutrinários”, visto que aqueles que por ela são enredados, “... crucificam o Filho de DEUS, e o expõem ao vitupério”. Há em nossos dias muitos ensinos que são verdadeiras heresias, cuja finalidade é afastar as pessoas do conhecimento que o Evangelho traz aos corações dos homens. Até mesmo “... aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro” (2 Pe 2.18) são engodados por estas heresias doentias. A “recaída” fala de alguém que estava se recuperando de uma doença, mas por falta de esforço negligenciou sua total recuperação. O nosso sucesso espiritual depende de uma vida de comunhão contínua com DEUS e com os poderes do mundo futuro. Ao afastar-se dessa comunhão, o cristão começa paulatinamente a enfraquecer, pois sua alma doente não tem nenhum poder de reação; isso muitas vezes leva a pessoa a um estado pior do que o primeiro. Pedro advertiu sobre isso dizendo: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador JESUS CRISTO, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, torna-se-lhes o último estado pior do que o primeiro” (2 Pe 2.20). 7- Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de DEUS; Neste versículo e no seguinte encontramos uma metáfora sobre a vida agrícola. Esta “terra que embebe a chuva” que nela cai representa os corações dos homens: maus e santos. O ESPÍRITO SANTO, quando foi derramado no Dia de Pentecostes, irrigou todo o solo sagrado que fora fertilizado com a morte de CRISTO, esperando que este produza “o precioso fruto da terra”, cuja interpretação encontramos em Tiago 5.7 como sendo a Igreja do Senhor, do Pentecostes ao arrebatamento. Quando Tiago fala do “lavrador”, ele está falando de DEUS, conforme foi interpretado por JESUS quando comparou a si mesmo com a “figueira verdadeira”. E aqui, Tiago faz uma metáfora, ao falar do precioso fruto da terra e da paciência do lavrador: “Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia”. Este precioso fruta da terra que foi produzido após a chuva do Pentecostes é a Igreja do Senhor JESUS. Referindo- se a si mesmo e ao Pai, Ele disse: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador” (Jo I5.I). O Pai está esperando com paciência durante estes mais de 2.000 anos da dispensação da graça, “... não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3.9). 8- mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada. No versículo anterior, a terra (os corações generosos) que foi banhada com o precioso sangue de CRISTO e foi irrigada com o derramamento do ESPÍRITO SANTO no Pentecostes, como nos demais derramamentos do ESPÍRITO, produziu o “precioso fruto”, cujo sabor contém a graça de DEUS oferecida ao mundo (cf. Tt 2.11). Contudo, uma outra parte desta terra (os corações endurecidos) produziu apenas “espinhos e abrolhos”. Então o que aconteceu no Jardim do Éden quando nossos primeiros pais pecaram voltou a se repetir aqui. Lá, a terra produziu “espinhos e cardos” (Gn 3.18) e aqui também: “es pinhos e abrolhos”. O resultado foi que ambas, tanto aquela (do Antigo Testamento) como esta (do Novo Testamento), foram “reprovadas, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada”. E uma pena quando o solo dos corações que foram fertilizados pela morte de CRISTO se torna endurecido e estéril por causa da incredulidade! Estêvão, quando discorria sobre as Escrituras do Antigo Testamento, procurando convencer a seus ouvintes de que no geral e nos mínimos detalhes, apontavam para nosso Senhor JESUS CRISTO, exclamou: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao ESPÍRITO SANTO; assim, vós sois como vossos pais” (At 7.51). Com efeito, porém, não é esta a vontade de DEUS, que sua Palavra (a preciosa semente) encontre corações endurecidos. Ele "... quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm 2.4). IV- A Perseverança do Cristão 9- Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. Tomado de otimismo, o autor sagrado passa a ver agora estes cristãos de maneira diferente, observando que o ESPÍRITO SANTO já começou a produzir os frutos que acompanham a salvação naquelas vidas. Estes frutos tornarão os santos "... como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18). E nesse processo todos serão pouco a pouco “... transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo ESPÍRITO do Senhor” (2 Co 3.18), o que valeu sua exclamação: mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores”. Sempre que há comunhão com DEUS o cristão evolui em sua vida espiritual, e sua trajetória desta vida para a outra é sempre marcada pela ajuda gloriosa do Senhor. Assim ele vai “... indo de força em força...” até chegar a Sião, a cidade celestial (SI 84.7). Nela, os peregrinos encontrarão descanso permanente para suas almas e recompensas para seus labores, e todos repousarão debaixo do manto da justiça divina. 10- Porque DEUS não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis. Ao escrever sua Primeira Epístola aos Coríntios, Paulo lembrou-lhes que a sua fé e o seu trabalho em favor da obra de DEUS aqui neste mundo não eram vãos. Ele diz: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Co 15.58). Muitas vezes nos esquecemos de que DEUS é o supremo Juiz e que recompensará a cada um segundo as suas obras. Contudo, em sua justa retribuição ainda será acrescentado mais um detalhe: a sua bondade. Até mesmo aqueles que não merecem tanto, mas que ainda por “uma hora” realizaram algo em sua Seara, receberão de DEUS a justa recompensa (Mt 20.12-15). DEUS fará isto por meio de seu Filho JESUS, tanto diante do tribunal de CRISTO como diante do Grande Trono Branco. Diante do tribunal será usada a seguinte frase: “Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12, ênfase do autor). O mesmo critério será usado diante do juízo final, quando haverá um julgamento individual, conforme é depreendido do texto de Apocalipse, que diz: “... e foram julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.13, ênfase do autor). A avaliação ali será individual e DEUS não se esquecerá de qualquer ato que foi praticado em favor de seus santos aqui na terra (Mt 10.42). 11- Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; Este versículo mostra novamente o cuidado demonstrado pelo autor sagrado quanto à perseverança dos crentes hebreus. Suas palavras, aqui, são dirigidas não mais em sentido coletivo, mas individual. “... cada um de vós ’, isto é, toda a igreja deve participar deste empreendimento espiritual, pois somente assim seria possível que em cada coração houvesse “... o mesmo sentimento que houve também em CRISTO JESUS” (Fp 2.5). Mas isso somente seria possível quando o ESPÍRITO SANTO tocasse individualmente em cada coração, como acontecera no Dia de Pentecostes e em outras manifestações que se seguiram. Com a operação contínua do ESPÍRITO SANTO na Igreja são produzidas novas criaturas para CRISTO e os próprios cristãos são renovados pelo seu poder transformador, conforme descreve o salmista: “Envias o teu ESPÍRITO, e são criados, e assim renovas a face da terra” (SI 104.30). Em qualquer tempo ou lugar o sucesso da Igreja — como também de cada crente em particular — não vem por causa da tecnologia, mídia e poderio econômico. Tudo isso ajuda; contudo, sem a operação gloriosa do ESPÍRITO SANTO, a Igreja não passará de uma organização. O desejo do Senhor JESUS é que sua Igreja seja muito mais; ela deve ser um organismo vivo, dinâmico e atuante (Ef 4.16). 12- para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas. O termo grego aqui usado traz o sentido de “indolente”, “preguiçoso”, “descuidado”, ao que Provérbios 18.9 diz: “... o negligente na sua obra é irmão do desperdiçador”. Ao repreender o servo que desperdiçou a grande oportunidade que tinha recebido de seu senhor, JESUS colocou os negligentes ao lado das pessoas de má índole, dizendo: “Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei; devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros” (Mt 25.26,27). São vários os fatores que podem levar uma pessoa a prosperar na vida material: trabalhar com perseverança; economizar com paciência; aplicar nesta ou naquela área com todo o cuidado e inteligência — e contar acima de tudo, é claro, com a bênção de DEUS. Assim também sucede no campo espiritual. O céu é bom, mas requer esforço por parte daquele que se dispõe a lutar por ele. Este sim ouvirá do Senhor as solenes palavras: “... sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste” (Ap 2.3). 13- A Imutabilidade de DEUS em sua Promessa a Abraão Porque, quando DEUS fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, O que o autor sagrado quer demonstrar com estas palavras é a imutabilidade de DEUS naquilo que Ele falou. Não foi necessário que DEUS colocasse por escrito num documento sua promessa a Abraão para que esta viesse a se cumprir. Ele sabia que DEUS não muda! A promessa divina feita a Abraão foi reiterada por diversas vezes. Ele seria pai de uma grande nação no sentido físico e esta receberia uma terra para sua habitação — a terra de Canaã. Esta promessa também envolvia várias nações no sentido espiritual, o que se concretizaria através de um descendente de Abraão: CRISTO. E estes herdeiros receberiam também por herança uma terra — o Céu (Gn 22.1618). O corpo do patriarca Abraão está sepultado na cova de Macpela, na atual cidade de Hebrom, mas o seu espírito, que vivia numa ardente comunhão com DEUS, partiu para junto dEle na morada eterna, a verdadeira Canaã celeste. A Teologia da Prosperidade — também conhecida como Confissão Positiva — ensina que DEUS, uma vez tendo prometido bênçãos e heranças aos que fizessem sua profissão de fé em JESUS CRISTO, estaria obrigado a conceder cada bênção prometida aos que reivindicassem seu direito legal às bênçãos, sobretudo concernentes à saúde e prosperidade. Mas a Bíblia nos ensina que o que somos e tudo aquilo que recebemos da parte DEUS é inteiramente por sua infinita misericórdia, e não por merecimento algum de nossa parte. 14- dizendo: Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te multiplicarei. Alguns comentaristas têm encontrado dificuldade para entender o que DEUS queria dizer a Abraão com estas palavras. Porém, devemos observar que a promessa divina, aqui em foco, envolve a multiplicação de filhos. Esta multiplicação envolvia dois princípios: um físico e outro espiritual, já que o pacto abraâmico envolvia a promessa terrena da posse da terra de Canaã. Mas a extensão maior desta promessa envolvia a multiplicação de filhos espirituais. “Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão”. Em seguida, acrescenta Paulo: "... se sois de CRISTO, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (G1 3.7,29). Mas todas estas vantagens somente serão encontradas por meio de CRISTO, que é a figura central de toda esta história que envolve Abraão, seus descendentes e também a todos nós. “Porque todas quantas promessas há de DEUS são nele sim; e por ele o Amém, para glória de DEUS por nós” (2 Co 1.20). Escrevendo aos efésios, Paulo diz: “Bendito o DEUS e Pai de nosso Senhor JESUS CRISTO, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em CRISTO” (Ef 1.3). O que está aqui em foco, como sendo o meio e a causa de sermos abençoados com “todas as bênçãos espirituais”, é CRISTO: é nEle e por meio dEle que somos agraciados por DEUS. 15- E assim, esperando com paciência, alcançou apromessa. O exemplo deixado por Abraão em relação à promessa de DEUS para sua vida serviu de exemplo também para sua descendência e, por extensão, também para nós. Abraão viu o cumprimento desta promessa em duas etapas: a primeira com seu cumprimento terreno, ao receber em seus braços a Isaque; a segunda, quando ele viu o dia de JESUS — “viu-o, e alegrou-se”, porque sabia que em JESUS, DEUS cumpriria sua promessa, quando lhe anunciou o Evangelho pela primeira vez, dizendo: “Todas as nações serão benditas em ti” (Gl 3:8- Isaque, o cumprimento terreno da promessa, foi ancestral direto de JESUS CRISTO, o Messias prometido por DEUS a Abraão e ao povo eleito. Assim, através de um descendente de Isaque veio a confirmação da promessa. Mas tudo isso envolveu um longo processo de esperança e de paciência. Abraão tinha muitas razões para se desesperar durante este período de espera — ele era já um homem de idade avançada e Sara, sua esposa, era estéril e também adiantada em idade. Mas ele esperou com paciência, pois a fé cada dia renovava a esperança do cumprimento da promessa de DEUS em seu coração, até que a alcançou. A Excelencia da Nova Aliança em CRISTO - Orton H Wiley - Comentário Exaustivo da carta aos Hebreus - Editora Central Gospel - Estrada do Guerenguê . 1851 - Taquara I 11111 Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22713-001 PEDIDOS: (21) 2187-7090 . PERFEIÇÃO CRISTÃ chegamos ao quarto termo que o autor usa para caracterizar a experiência espiritual que se consegue sob a dispensação da Nova Aliança. É o que se conhece comumente como perfeição cristã. Junto a ela, remos a advertência contra a negligência. O autor de Hebreus [no fim do capítulo 5 e, agora no capítulo 6] reprova os cristãos a que se destinavam a Epístola por sua falta de progresso espiritual. O fato de muitos terem sido iluminados, enfrentarem grande luta e sofrimentos e serem expostos como em espetáculo (Hb 1 0.32-33) é prova suficiente de sua conversão, mas alguns não tinham ainda alcançado a perfeição cristã. Eram ainda crianças, alimentando-se do leite da Palavra, não tendo chegado à plena estatura da maturidade cristã (Ef 4.13). Em cerro sentido, tinham perdido o entusiasmo pelos primeiros princípios dos oráculosde Deus, o que se pode entender como inaptidão para interpretar corretamente o significado simbólico do judaísmo. Estes cristãos estavam, pois, em meio ao perigo de retomar às exterioridades, em Vf2. de avançar até os padrões espirituais da Nova Aliança em Cristo. OS PRINCÍPIOS DA DOUTRINA DE CRISTO O escritor de Hebreus, tendo exortado os leitores a não abandonar os princípios elementares da doutrina (Aóyov), a palavra de Cristo, e a prosseguir até a perfeição, faz primeiro uma pausa para • enumerar os princípios sobre os quais se fundamenta esta perfeição: Não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno (Hb 6.lb,2). Estes princípios se resumem em três títulos principais, representados por três importantes termos gregos: (I) metanoias (!J.E'ravoíaç), arrependimento; (2) pisteos (rdmewç), fé; e (3) didaches, doutrina ou ensinos. Essas palavras estão todas no genitivo e, subordinados à última, estão classificados quatro outros genitivos: do ensino de batismos, da imposição de mãos, da ressurreição dos monos e do juízo eterno. Observa-se que são os ensinos associados a tais símbolos, como o batismo e a imposição das mãos, que lhes dão valor, ao passo que aressurreição e o juízo, sendo futuros, são as coisas em que a Igreja encontra sua consumação e, portanto, são o objeto da esperança do cristão. O autor das Epístola, ao enumerar estes princípios, dispõe-nos em três pares inter- elacionados: (1) arrependimento de obras monas e da fé em Deus; (2) o ensino de batismos e da imposição das mãos; (3) os ensinos concernentes à ressurreição dos mortos e ao juízo eterno. O primeiro par - arrependimento e fé - pode ser considerado como puramente pessoal. Nenhum deles é mencionado sob o título de doutrina ou instrução. Arrependimento implica desviar-se do pecado, enquanto a fé em Deus traz o perdão ou a justificação. O arrependimento pode ser considerado condição da fé, pois a justificação é tão somente pela fé. A expressão obras mortas ocorre novamente em Hebreus 9.14, significando obras separadas do Deus vivo e, portanto, na esfera da morte. É evidente, contudo, que, em Hebreus 6.1 ,2, a alusão é aos judeus e às suas cerimônias inanimadas. Destas, os cristãos devem desviar-se pelo arrependimento, a fim de obterem salvação pela fé em Cristo. O segundo par- batismo (no plural, batismos) e imposição de mãos refere-se à confissão pública de fé. Ambas as palavras são, portanto, de natureza eclesiástica. Acompanham a sequência histórica, pois a salvação pelo arrependimento e fé deve ser publicamente confessada na Igreja. A imposição de mãos na era apostólica era o simbolo da concessão do Espírito Santo, vindo depois a ser usada para a ordenação dos anciãos. Era, no entantO, apenas um símbolo, pois o Espírito jamais foi comunicado de um indivíduo para outro. A imp~sição das mãos simplesmente assinalava o candidato como objeto pelo qual se faziam orações intensas. O terceiro par - a ressurreição dos mortos e o juízo eterno - é de natureza escatológica e refere-se às perspectivas futuras do crente na vida. A ressurreição assinala a continuação da vida individual do cristão em uma ordem nova e eterna; ao passo que o juízo, que é eterno, marca a permanência dessa ordem. Sem o conhecimento dessas verdades fundaiiJentais, mal poderia alguém se chamar cristão. Elas são essenciais par~ um conhecimento de Deus, bem como para a experiência espiritual do indivíduo. Repare rambém que essas verdades abrangem toda vida cristã, desde a cena primeira do arrependimento e fé até a final, a da ressurreição e do juízo. Mais ainda, esses princípios fundamentais assinalam os dois estágios na obra redentora de Cristo. O arrependimento, o batismo e a ressurreição pertencem a Cristo sob o símbolo de Arão, o sacerdote da morte e da expiação; enquanto a fé traz salvação, a imposição das mãos, símbolo da recepção do Espírito Santo com os Seus dons e poderes e o Juízo, que é eterno e imutável, pertencem a Cristo sob o símbolo de Melquisedeque, o sacerdote da vida. Os primeiros foram realizados mediante o ministério terreno de Jesus, o Filho encarnado que foi o Dom do Pai ao mundo; as segundas foram realizadas por Cristo mediante o Espírito Santo e administradas do trono nos céus. É para esta profunda verdade do sacerdócio de Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque, e a vida do Espírito, que o autor chama a atenção dos leitores.
SUBSÍDIOS DA Lição 6, Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia - CPAD - 1 TRIMESTRE DE 2018
AS RAZÕES DA SUPERIORIDADE DA QUALIFICAÇÃO DO SACERDÓCIO - TOP1
Resumo do capítulo
O escritor dá prosseguimento à advertência dirigida aos que, muito embora ensinem os crentes, falharam em não alcançar a maturidade (cf.5.11-14). Está lançado o fundamento dos princípios elementares. Amadurecemos pela construção sobre eles, não voltando repetidas vezes (6.1-3). [...] Os cristãos são como terra semeada sobre a qual DEUS derrama a chuva. Somos projetados para produzir uma boa colheita, não de espinhos (vv.7,8). O escritor está seguro de que seus leitores judeus cristãos não representam uma terra imprestável, pois simplesmente deseja estimulá-los a serem diligentes (vv.9-12).
Versículos-chave. 6.17,18.
Aplicação pessoal. Nossa salvação é um alicerce a ser construído, não um andaime vacilante onde se caminha receoso.
Conceitos-chave. Arrependimento; Batismo; Ressurreição; Juízo; Frutífero; Salvação; Aliança; Esperança.
Texto adaptado da obra "Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo", Editora CPAD, p.860.
CONHEÇA MAIS - TOP1 *Apostasia "[Do gr. apostásis, afastamento] Abandono premeditado e consciente da fé cristã. No Antigo Testamento, não foram poucas as apostasias cometidas por Israel. Só em Juízes, há sete desvios ou abjuração da verdadeira fé em DEUS. Para os profetas, a apostasia constituía-se num adultério espiritual. Se a congregação hebreia era tida como a esposa de Jeová, deveria guardar-lhe fielmente os preceitos, e jamais curvar-se diante dos ídolos." Leia mais em "Dicionário Teológico", de Claudionor Corrêa de Andrade, CPAD, p.48. SUBSÍDIO TEOLÓGICO - TOP2"Alguns intérpretes combinam 5.11-6.20 como uma unidade exortativa. No entanto, há boas razões para dividir a passagem em duas advertências separadas (embora relacionadas). Enquanto 5.11-6.3 enfoca o perigo da lentidão e da regressão espiritual, com uma exortação para avançar em direção à maturidade, a segunda advertência enfoca a terrível possibilidade de uma apostasia irreparável, se tal regressão prosseguir de modo incontrolável (6.4-8). O autor então encoraja e desafia seus leitores a progredirem, prosseguindo em esperança e fé com perseverança (6.9-20).
Hebreus 6.4-6 constitui uma frase longa e complexa em grego, que adverte solenemente sobre a possibilidade de abandono (apostasia) da fé cristã e da impossibilidade desta vir a ser restaurada, uma vez que tal condição tenha ocorrido. [...] Quem são os sujeitos desta impossibilidade?
[...] O estudioso F.F. Bruce observa corretamente que o texto em 6.4-6 foi tanto 'indevidamente minimizado' quanto 'indevidamente exagerado'. Foi indevidamente minimizado por aqueles que argumentam de uma forma ou de outra que as pessoas descritas 6.4,5 nunca foram cristãos completamente regenerados (por exemplo, Grudem, 1995, 132-182), ou que este foi somente um caso hipotético sendo apresentado pelo autor e não algo que pode realmente acontecer na prática (por exemplo, Hewitt, 1960, 110-11). A passagem também foi indevidamente exagerada por aqueles que ensinam que uma vez que uma pessoa tenha se convertido e sido batizada em CRISTO, e em seu corpo, e então por um lapso cair novamente em sua antiga vida pecaminosa, não poderá haver um perdão futuro ou uma restauração ao convívio cristão (por exemplo, Tertuliano sobre o pecado pós-batismal). Estas interpretações estão sendo aplicadas à passagem sem uma consideração de seu contexto, e não fazem nenhuma distinção entre 'desviar-se' e 'apostatar'" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.1573-75).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A promessa que DEUS fez a Abraão foi fundamento de todas as promessas da aliança e da atividade redentora de DEUS (Gn 12.1-3), que foram repetidas em inúmeras ocasiões e de formas diferentes ao longo da história do Antigo Testamento (por exemplo, Gn 15.1-21; 26.2-4; 28.13-15; Êx 3.6-10). Porém, numa ocasião em particular, após Abraão quase ter sacrificado Isaque em obediência ao teste de DEUS, DEUS tornou a veracidade de sua promessa enfática por meio de um juramento (Gn 22.16: 'Por mim mesmo, jurei, diz o Senhor'). Hebreus 6.13,14 indica que este juramento mais tarde encorajou Abraão a esperar 'com paciência', e assim, posteriormente 'alcançou a promessa'" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.).COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1577).
AJUDA BIBLIOGRÁFICA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Revista Ensinador Cristão - CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD. GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. AS GRANDES DEFESAS DO CRISTIANISMO - CPAD - Jéfferson Magno Costa O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas Comentário Bíblico Expositivo - Novo Testamento - Volume I - Warren W. Wiersbe http://www.gospelbook.net www.ebdweb.com.br http://www.escoladominical.net http://www.portalebd.org.br/ Comentário Bíblico TT W. W. Wiersbe Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD Bíblia The Word. Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD Teologia Sistemática de Charles Finney A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA
A Excelencia da Nova Aliança em CRISTO - Orton H Wiley - Comentário Exaustivo da carta aos Hebreus - Editora Central Gospel - Estrada do Guerenguê . 1851 - Taquara I 11111 Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22713-001 PEDIDOS: (21) 2187-7090 http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6-asc-1tr18-perseveranca-e-fe-em-tempo-de-apostasia.htm.
Terça - Hb 6.4 Apostasia, um perigo na vida de quem foi regenerado
Quarta - Hb 6.5 Apostasia, um perigo na vida de quem viveu as realidades do Reino
Quinta - Hb 6.10 O serviço cristão, a obra de DEUS e a justiça divina
Sexta - Hb 6.12,13 Abraão, um exemplo de perseverança e fidelidade
Sábado - Hb 6.20 JESUS, o nosso precursor na Eternidade com DEUS LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Hebreus 6.1-15 1 - Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de CRISTO, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em DEUS, 2 - e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. 3 - E isso faremos, se DEUS o permitir. 4 - Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do ESPÍRITO SANTO, 5 - e provaram a boa palavra de DEUS e as virtudes do século futuro, 6 - e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de DEUS e o expõem ao vitupério. 7 - Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de DEUS; 8 - mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada. 9 - Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. 10 - Porque DEUS não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de amor que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis. 11 - Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; 12 - para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas. 13 - Porque, quando DEUS fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, 14 - dizendo: Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te multiplicarei. 15 - E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa.
OBJETIVO GERALConscientizar que para perseverarmos na fé precisamos crescer em CRISTO, estar em constante vigilância e confiar nas promessas. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Afirmar a necessidade do crescimento espiritual; Sinalizar a necessidade de vigilância espiritual num tempo de apostasia; Conscientizar acerca da necessidade de confiarmos nas promessas de DEUS. INTERAGINDO COM O PROFESSORApostasia remonta a ideia de decaída, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastamento daquilo que antes se estava ligado. Em relação à nossa fé, apostasia significa romper o relacionamento salvífico com CRISTO. Geralmente esse fenômeno se manifesta na esfera moral e ética, bem como na esfera doutrinária. Neste tempo de apostasia, à luz da Carta de Hebreus, somos chamados a perseverar na comunhão com CRISTO e a viver em fé na esperança renovada de que um dia estaremos para sempre com o Senhor.
PONTO CENTRALDevemos ter uma vida de perseverança e fé em tempos de apostasia. Resumo da Lição 6, Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia I - A NECESSIDADE DO CRESCIMENTO ESPIRITUAL
1. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre arrependimento e fé. 2. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre batismos e imposição de mãos. 3. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre ressurreição e juízo. II - A NECESSIDADE DA VIGILÂNCIA ESPIRITUAL 1. Apostasia, uma possibilidade para quem foi iluminado e regenerado. 2. Apostasia, uma possibilidade para quem vivenciou a Palavra e o ESPÍRITO. 3. Apostasia, uma possibilidade para quem viveu as expectativas do Reino. III - A NECESSIDADE DE CONFIAR NAS PROMESSAS DE DEUS 1. O serviço cristão e a justiça de DEUS. 2. A perseverança de Abraão e a fidelidade de DEUS. 3. CRISTO, sacerdote e precursor do crente.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Crescer espiritualmente significa ir além dos rudimentos doutrinários do arrependimento e da fé, do batismo, da imposição de mãos, da ressurreição e do juízo. SÍNTESE DO TÓPICO II - Precisamos ter vigilância espiritual porque a apostasia é uma possibilidade para quem foi iluminado e regenerado, para quem vivenciou a Palavra, provou do ESPÍRITO e viveu a expectativa do Reino. SÍNTESE DO TÓPICO III - Podemos confiar nas promessas do Senhor, pois à luz da perseverança de Abraão e da fidelidade de DEUS, nos chegamos a CRISTO, o sacerdote e precursor do crente. SUBSÍDIO DIDÁTICO - TOP1 - Prezado(a) professor(a), faça um resumo do capítulo 6 de Hebreus para a classe, antes de introduzir este tópico. Se possível, reproduza o esquema abaixo: PARA REFLETIR - A respeito de Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia, responda:
Como se inicia a vida cristã? A vida cristã começa com arrependimento e fé (Mc 1.15).
O que fica patente para todo leitor do Novo Testamento? Fica patente para o leitor do Novo Testamento que a pregação apostólica se fundamentava primeiramente no fato da ressurreição de JESUS (At 4.33; 17.18).
Segundo o autor sagrado, Hebreus 6.4 fala a respeito de quem? O autor fala de pessoas crentes, porque nenhum descrente foi iluminado nem tampouco experimentou do dom celestial.
Segundo Hebreus, quem se torna participante do ESPÍRITO SANTO e da Palavra de DEUS? Os crentes.
Em que sentido o autor de Hebreus usa o patriarca Abraão como modelo? O velho patriarca é o modelo do crente perseverante, que de posse da promessa de DEUS soube esperar com paciência (Hb 6.12,13) CONSULTE a Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p39. SUGESTÃO DE LEITURA - Arminianismo - A Mecânica da Salvação, As obras de Armínio, Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal Resumo Rápido do Pr. Henrique da Lição 6, Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia Abraão esperou 25 anos. José esperou 13 anos. Moisés esperou 40 anos. Jesus esperou 30 anos. Se você também está esperando, você está em boa companhia. OBRA MORTA É TODA AQUELA QUE É FEITA COM OBJETIVO DE ALCANÇAR DE DEUS ALGUMA COISA POR MERECIMENTO, OU MÉRITO PRÓPRIO O QUE É OBRA MORTA? Toda obra feita com a intenção de comprar a salvação ou algo de DEUS. Toda obra que coloca merecimento e não graça para se receber algo de DEUS.
É um exemplo a guarda do Sábado. Seguir rigorosamente as leis dietéticas. Guardar dias como da lua Nova. Circuncidara si e aos fihos. Etc... Oferecer sacrifícios no templo. Tudo isso com o fim de ser salvo ou alcançar favor divino. Como viver uma vida cristã dinâmica no ESPÍRITO? Não existe segredo. Todos os crentes já sabem a fórmula - Muita Oração (pelo menos umas duas horas por dia em línguas) - muita leitura e estudo da Bíblia - jejum de pelo menos um dia por semana. MAS, ATENÇÃO, TUDO ISSO COM FÉ EM DEUS, SENÃO SERÁ APENAS OBRAS MORTAS. Qualquer irmão sabe disso pelas igrejas onde passei. Não como nada nos dias que ministro, oro 3 horas por dia em línguas, passo a semana toda lendo e estudando a bíblia. resultado: Muitas almas, centenas de curas, libertações, batismos. JESUS disse - entra para dentro de teu quarto e ora em secreto que teu Pai vai recompensar você publicamente. Deveria ser perfeitamente normal para a Igreja que centenas de pessoas sejam curadas, eu mesmo oro por centenas de pessoas curadas toda semana. Teve mês de mais de 1.000 (mil) pessoas serem curadas. isso é para todos nós (principalmente professores de EBD), mas como nossa liderança está mais preocupada em ganhar dinheiro do que com as coisas de cima, então os dons desapareceram da igreja. Não temos referenciais para imitarmos. Então falamos mal de quem DEUS usa em outras denominações e também na nossa própria. É uma maneira de escondermos nossa própria negligência. Todo cristão pode cair na blasfemia se não orar muito buscando a comunhão com o ESPÍRITO SANTO. Nós temos uma pessoa morando dentro de nós e nem ao menos falamos com esta pessoa. Tem crente que tem 50 anos de crente e nunca falou com a pessoa que mora dentro dele e sabe mais a seu respeito do que ele mesmo. Tenho visto muito crente atribuindo a Satanás a obra do ESPÍRITO SANTO. EXEMPLO CLÁSSICO DISSO PODEMOS CITAR DOIS ÍCONES DO EVANGELHO TELEVISIVO HOJE - R.R.SOARES E VALDEMIRO SANTIAGO. O legítimo evangelho, o evangelho bíblico é pregado acompanhado por sinais, prodígios e maravilhas. Nisso estão bem mais a frente que nós - cresceram bem mais do que nós no conhecimento de DEUS. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porãoas mãos sobre os enfermos, e os curarão. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém. Marcos 16:17-20. NOS QUISITOS BÁSICOS DE FÉ, IMPOSIÇÃO DE MÃOS, EXPERIMENTAR VIRTUDES DO MUNDO VINDOURO ESTÃO BEM A FRENTE DE NÓS. Não são perfeitos como nós não somos, erram doutrinariamente em muitas coisas, mas nós também. A blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO é principalmente atribuir a Satanás o que DEUS faz. Exemplo: No calvinismo o falar em línguas e os milagres são atribuidos a Satanás e a atores e não a DEUS. Dizem que isso era só para a época dos apóstolos e que não é mais necessário.
Pode conversar com um calvinista e perguntar sobre as manifestações do ESPÍRITO SANTO e ele vai lhe dizer no que acredita e vai começar a criticar todas as manifestações atuais do ESPÍRITO SANTO e os servos QUE DEUS USA. É o cerne de suas pregações e ensinos. Vão desviar sua atenção para o fruto do ESPÍRITO como se o fruto fosse deles e não do ESPÍRITO e vão supervalorizar o fruto em detrimento do batismo e dos dons como se isso fosse possível.
Na Assembleia temos muiitos teólogos moderninhos entrando nesta canoa furada,. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro. Mateus 12:32 Não há mais salvação para quem cair em apostasia. Seria preciso JESUS morrer de novo. Exemplo - um idólatra aceita a JESUS, é batizado nas águas, fica sendo crente por algum tempo, recebe até batismo no ESPÍRITO SANTO, depois deixa o evangelho e volta a idolatria, volta a crer na salvação através de Maria. Para este não tem mais jeito. No caso dos judeus cristãos iriam voltar ao judaismo que diz que JESUS ainda não veio - então significaria dizer que JESUS que morreu por nós não existiu. Ai é apostasia sem volta. Iriam voltar sacrificar animais para encobrir seus pecados. O sacrifício de JESUS seria invalidado na vida deles. Calvinistas ensinam que epístola aos hebreus foi escrita para cristãos hebreus, mas quando se deparam com Hebreus 6 querem mudar de opnião, dizem que é esporádico o versículo, que é só para alguns dauquela época, etc... . Dzer que crente perde a salvação quando ensinam que DEUS já escolheu quem vai ser salvo e este não perde a salvação mesmo que se suicide, mesmo que esteja em pecado? Impressionante essas mentiras calvinistas. Apostasia é desvio sem volta. É salvo que perde a salvação por deixar CRISTO. Só acontece apostasia com quem já foi salvo. Apóstata é a quele que cortou seu vínculo salvífico com JESUS CRISTO. QUEM SÃO OS APÓSTATAS NA BÍBLIA Atos 1.25 Para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar.
Gl 5.4 *aqui se inclui todos os judeus que abandonaram sua fé, voltando ao judaismo** - Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.
Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia; Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé. E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar. 1 Timóteo 1:18-20
Aqui se encontram todos os falsos mestres E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.2 Pe 2.1
Aqui entram todos os que, por exemplo, eram idólatras e voltaram a idolatria Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.2 Pedro 2:20-22
Todo livro de Judas praticamente também identifica os apóstatas.
A LISTA SERIA GRANDE DEMAIS PARA SE COLOCAR NA BÍBLIA O NOME DE TODOS OS APÓSTATAS DA ÉPOCA EM QUE FOI ESCRITA. DE LÁ PARA CÁ A LISTA DARIA VOLTAS AO REDOR DA TERRA.
Inclui-se nesta lista todos os que blasfemaram contra o ESPÍRITO SANTO. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro. Mateus 12:32 A APOSTASIA PESSOALHb 3.12 “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do DEUS vivo”.
A apostasia (gr. apostásis) aparece duas vezes no NT como substantivo (At 21.21; 2Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi, traduzido “apartar”). O termo grego é definido como decaída, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado; afastamento, abandono premeditado e consciente da fé cristã.
(1) Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com CRISTO, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo ESPÍRITO SANTO (cf. Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si: (a) a apostasia teológica, i.e., a rejeição de todos os ensinos originais de CRISTO e dos apóstolos ou dalguns deles (1Tm 4.1; 2Tm 4.3); e (b) a apostasia moral, i.e., aquele que era crente deixa de permanecer em CRISTO e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13).
(2) A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com CRISTO, como para nos motivar a perseverar na fé e na obediência. O propósito divino desses trechos bíblicos de advertência não deve ser enfraquecido pela idéia que afirma: “as advertências sobre a apostasia são reais, mas a sua possibilidade, não”. Antes, devemos entender que essas advertências são como uma realidade possível durante o nosso viver aqui, e devemos considerá-las um alerta, se quisermos alcançar a salvação final. Alguns dos muitos trechos do NT que contêm advertências são: Mt 24.4,5,11-13; Jo 15.1-6; At 11.21-23; 14.21,22; 1Co 15.1,2; Cl 1.21-23; 1Tm 4.1,16; 6.10-12; 2Tm 4.2-5; Hb 2.1-3; 3.6-8,12-14; 6.4-6; Tg 5.19,20; 2Pe 1.8-11; 1Jo 2.23-25.
(3) Exemplos da apostasia propriamente dita acham-se em Êx 32; 2Rs 17.7-23; Sl 106; Is 1.2-4; Jr 2.1-9; At 1.25; Gl 5.4; 1Tm 1.18-20; 2Pe 2.1,15,20-22; Jd 4,11-13; a apostasia, segundo a Bíblia, ocorrerá dentro da igreja professa nos últimos dias desta era:
Ocorrerá a “apostasia” (gr. apostasia), que literalmente significa “desvio’’, “afastamento’’, “abandono’’ (2.3). Nos últimos dias, um grande número de pessoas da igreja apartar-se-á da verdade bíblica.
(a) Tanto o apóstolo Paulo quanto CRISTO revelam um quadro difícil da condição de grande parte da igreja — moral, espiritual e doutrinariamente — à medida que a era presente chega ao seu fim (cf. Mt 24.5, 10-13, 24; 1Tm 4.1; 2Tm 4.3,4). Paulo, principalmente, ressalta que nos últimos dias elementos ímpios ingressarão nas igrejas em geral.
(b) Essa “apostasia” dentro da igreja terá duas dimensões. (i) A apostasia teológica, que é o desvio de parte ou totalidade dos ensinos de CRISTO e dos apóstolos, ou a rejeição deles (1Tm 4.1; 2 Tm 4.3). Os falsos dirigentes apresentarão uma salvação fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências de CRISTO quanto ao arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a DEUS e seus padrões (2Pe 2.1-3,12-19). Os falsos evangelhos, voltados a interesses humanos, necessidades e alvos egoístas, gozarão de popularidade. (ii) A apostasia moral, que é o abandono da comunhão salvífica com CRISTO e o envolvimento com o pecado e a imoralidade. Esses apóstatas poderão até anunciar a sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de DEUS (Is 29.13; Mt 23.25-28). Muitas igrejas permitirão quase tudo para terem muitos membros, dinheiro, sucesso e prestígio (ver 1Tm 4.1). O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por CRISTO (Fp 1.29), de renunciar todo pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino de DEUS e de renunciar a si mesmo será algo raro (Mt 24.12; 2Tm 3.1-5; 4.3).
(c) Tanto a história da igreja, como a apostasia predita para os últimos dias, advertem a todo crente a não pressupor que o progresso do reino de DEUS é infalível na sua continuidade, no decurso de todas as épocas e até o fim. Em determinado momento da história da igreja, a rebelião contra DEUS e sua Palavra assumirá proporções espantosas. No dia do Senhor, cairá a ira de DEUS contra os que rejeitarem a sua verdade (1Ts 5.2-9).
(d) O triunfo final do reino de DEUS e sua justiça no mundo, portanto, depende não do aumento gradual da igreja professa, mas da intervenção final de DEUS, quando Ele se manifestará ao mundo com justo juízo (Ap 19—22; ver 2Ts 2.7,8; 1Tm 4.1; 2Pe 3.10-13; Jd).
(4) Os passos que levam à apostasia são:(a) O crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Palavra de DEUS (Mc 1.15; Lc 8.13; Jo 5.44,47; 8.46).
(b) Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino celestial de DEUS, o crente deixa paulatinamente de aproximar-se de DEUS através de CRISTO (4.16; 7.19,25; 11.6).
(c) Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais tolerante do pecado na sua própria vida (1Co 6.9,10; Ef 5.5; Hb 3.13). Já não ama a retidão nem odeia a iniquidade (ver 1.9).
(d) Por causa da dureza do seu coração (3.8,13) e da sua rejeição dos caminhos de DEUS (v. 10), não faz caso da repetida voz e repreensão do ESPÍRITO SANTO (Ef 4.30; 1Ts 5.19-22; Hb 3.7-11).
(e) O ESPÍRITO SANTO se entristece (Ef 4.30; cf. Hb 3.7,8); seu fogo se extingue (1Ts 5.19) e seu templo é profanado (1Co 3.16). Finalmente, Ele afasta-se daquele que antes era crente (Jz 16.20; Sl 51.11; Rm 8.13; 1Co 3.16,17; Hb 3.14).
(5) Se a apostasia continua sem refreio, o indivíduo pode, finalmente, chegar ao ponto em que não seja possível um recomeço. (a) Isto é, a pessoa que no passado teve uma experiência de salvação com CRISTO, mas que deliberada e continuamente endurece seu coração para não atender à voz do ESPÍRITO SANTO (3.7-19), continua a pecar intencionalmente (10.26) e se recusa a arrepender-se e voltar para DEUS, pode chegar a um ponto sem retorno em que não há mais possibilidade de arrependimento e de salvação (6.4-6; Dt 29.18-21; 1 Sm 2.25; Pv 29.1). Há um limite para a paciência de DEUS (ver 1 Sm 3.11-14; Mt 12.31,32; 2 Ts 2.9-11; Hb 10.26-29,31; 1 Jo 5.16). (b) Esse ponto de onde não há retorno, não se pode definir de antemão. Logo, a única salvaguarda contra o perigo de apostasia extrema está na admoestação do ESPÍRITO: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações ( 3.7,8,15; 4.7).
(6) É próprio salientar que, embora a apostasia seja um perigo para todos os que vão se desviando da fé (2.1-3) e que se apartam de DEUS (6.6), ela não se consuma sem o constante e deliberado pecar contra a voz do ESPÍRITO SANTO (ver Mt 12.31, pecado contra o ESPÍRITO SANTO).
(7) Aqueles que, por terem um coração incrédulo, se afastam de DEUS (3.12), podem pensar que ainda são verdadeiros crentes, mas sua indiferença para com as exigências de CRISTO e do ESPÍRITO SANTO e para com as advertências das Escrituras indicam o contrário. Uma vez que alguém pode enganar-se a si mesmo, Paulo exorta todos aqueles que afirmam ser salvos: "Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos" (ver 2 Co 13.5).
(8) Quem, sinceramente, preocupa-se com sua condição espiritual e sente no seu coração o desejo de voltar-se arrependido para DEUS, tem nisso uma clara evidência de que não cometeu a apostasia imperdoável.As Escrituras afirmam com clareza que DEUS não quer que ninguém pereça (2 Pe 3.9; cf. Is 1.18,19; 55.6,7) e declaram que DEUS receberá todos que já desfrutaram da graça salvadora, se arrependidos, voltarem a Ele (cf. Gl 5.4 com 4.19; 1 Co 5.1-5 com 2 Co 2.5-11; Lc 15.11-24; Rm 11.20-23; Tg 5.19,20; Ap 3.14-20; note o exemplo de Pedro, Mt 16.16; 26.74,75; Jo 21.15-22). Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato LIÇÃO 6 - O PERIGO DA APOSTASIA - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/hebreus.htm PONTO DE CONTATO: Comece a aula perguntando a seus alunos se eles se consideram crentes espiritualmente maduros. Depois fale um pouco sobre a urgência da maturidade cristã. Os cristãos hebreus, destinatários da epístola em apreço, [eram ainda “criancinhas” quando, pelo tempo de crentes, deveriam ter alcançado certa maturidade. Já era tempo para eles serem mestres dos outros, enquanto na realidade, careciam de instrução elementar. Eram inexperientes, imaturos e mal preparados para participarem das discussões dos problemas de grande vulto do pensamento cristão.] O escritor pretendia deixar claro que não se consegue a maturidade cristã pelo retorno aos padrões dos primeiros estágios da instrução cristã. Para que o edifício espiritual seja concluído, é necessário ir além do lançamento dos alicerces, isto é, o arrependimento de obras mortas e fé em DEUS. OBJETIVOS: No término desta aula seu aluno deverá esta apto a:
Expressar a importância do crescimento espiritual para todos os cristãos.
Reconhecer o perigo terrível da apostasia.
Desejar manter-se firme diante de DEUS para não ser apanhado pela apostasia.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA: Peça a seus alunos para relacionarem no quadro de giz os passos que normalmente conduzem os crentes inadivertidos à apostasia. Depois, compare-os com os exemplos abaixo: 1. O crente por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Palavra de DEUS (Jo 5.44,47).
2. Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino de DEUS, o crente deixa paulatinamente de aproximar-se de DEUS através de CRISTO (Hb 7.19,25). 3. Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais tolerante com ele na sua própria vida (1 Co 6.9,10).
4. Por causa da dureza do seu coração (Hb 3.8,13) e da sua rejeição dos caminhos de DEUS, não faz caso da repetida voz e repreensão do ESPÍRITO SANTO (1 Ts 5.19-22).
5. O ESPÍRITO SANTO se entristece (Ef 4.30); seu fogo se extingue e seu templo é profanado (1 Co 3.16). Finalmente, Ele afasta-se daquele que antes era crente (Hb 13.14). (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pág. 1903.)
INTRODUÇÃOQuando o cristão estaciona na fé e não se aprofunda no conhecimento das coisas de DEUS, corre o risco de ser levado por ventos de doutrinas (Ef 4.14) e apostatar, vindo a perder-se eternamente por não se arrepender. O tema desta lição, por seu expressivo conteúdo doutrinário, merece cuidadosa análise à luz da Palavra de DEUS.
I. INFÂNCIA ESPIRITUAL
1. Negligentes para ouvir (5.11). É próprio das crianças em geral serem negligentes para ouvir. Faz parte da sua estultícia (Pv 22.15). Aqui o escritor dirige-se aos cristãos que já deviam “ser mestres pelo tempo”, ou seja, pessoas que não eram mais neófitas na fé. Aliás, os novos convertidos, vistos como crianças espirituais, normalmente são os melhores ouvintes. 2. Necessitados de leite (vv.12,13). O crente “menino” não se desenvolve por não saber ouvir a Palavra de DEUS. Os leitores da Epistola aos Hebreus ainda careciam dos ensinamentos rudimentares da fé cristã: precisavam “de leite, e não de sólido alimento”. A maioria dos crentes nem fotram batizados no ESPÍRITO SANTO, agrande maioris nem tem ainda pelo enos um do do ESPÍRITO SANTO. A maioria não ganha uma alma por ano. A maioria nem sabe o que deve fazer em sua vida cristã. A maioria não ora nem uma hora pelo menos por dia. A maioria não leram a bíblia toda pelo menos uma vez.
II. OS RUDIMENTOS DA DOUTRINA
1. Arrependimento e fé (6.1). Constituem os dois pilares da doutrina da salvação. São elementos fundamentais que não podem faltar no ensinamento e formação do novo convertido. O escritor fala de “arrependimento de obras mortas”. Sendo eles judeus, convertidos ao cristianismo, provavelmente ainda queriam reviver os velhos conceitos da lei, tais como a guarda do sábado, a implementação dos sacrifícios, a observância das luas novas, etc., esquecendo-se da salvação somente pela graça, mediante a fé.
2. Batismos e imposição de mãos (v.2). A doutrina dos batismos faz parte do início da fé, e não dos estágios mais avançados do desenvolvimento espiritual. Hoje, ainda há “meninos”, ensinando que só se deve batizar em nome de JESUS, e não na forma trinitariana como JESUS ordenou (cf. Mt 28.19). Quanto à imposição das mãos, nos moldes do Antigo Testamento, que consistia num gesto simbólico de transmissão de bênçãos (como fez Jacó), os crentes daquela ocasião não deveriam mais preocupar-se. Agora, com CRISTO, o gesto de impor as mãos, no nome de JESUS, propicia a cura divina (Mc 16.18; At 28.8), Dons do ESPÍRITO SANTO (2 Tm 1:6), Libertação, envio de Missionários (Atos 13:3), consagração de obreiros, etc....
3. Ressurreição e juízo (v.2). Todo crente em JESUS, desde o início de sua fé, em seu discipulado básico, deve saber que CRISTO morreu por nossos pecados, mas ressuscitou para nossa justificação (Rm 4.25), e para um dia julgar o mundo com justiça (At 17.31). A ressurreição de JESUS é doutrina básica para nossa salvação (Rm 10.9; 1Co 15:17).
III. O GRAVE PERIGO DA APOSTASIA
1. O que é apostasia. Do gr. apostásis, afastamento, abandono da fé. Apostatar significa abandonar a fé cristã de modo premeditado e consciente. No texto em apreço o escritor adverte quanto ao perigo da apostasia.
2. O arrependimento impossível (vv.4,5). O capítulo em estudo contém uma solene advertência contra a apostasia deliberada e insensível. Nele são apresentados cinco motivos pelos quais um apóstata empedernido não pode mais arrepender-se:
a) “Já uma vez foram iluminados”. JESUS é a luz do mundo (Jo 8.12); os que o aceitam de verdade, experimentam seu perfeito fulgor, e reconhecem que outrora encontravam-se nas trevas, no mundo, sem DEUS e sem salvação. Agora não são mais novos convertidos. São crentes que sabem diferençar as trevas do Diabo da luz de CRISTO.b) “Provaram o dom celestial”. O texto não se refere a neófitos na fé, com limitada convicção do evangelho. Refere-se, sim, a crentes que tiveram uma experiência real com CRISTO (ver 1 Pe 2.1-3), provando a salvação que, pela fé, é dom de DEUS (Ef 2.8,9).
c) “E se fizeram participantes do ESPÍRITO SANTO”. Aqui a advertência é severa para aqueles que foram pelo ESPÍRITO SANTO imersos no corpo de CRISTO. O apóstolo Paulo diz que “todos temos bebido de um ESPÍRITO” (1 Co 12.12,13). Fica claro que o escritor dirigia-se a pessoas que conheciam muito bem o significado da comunhão com o ESPÍRITO SANTO. Muitos deles já tinham sido batizados no ESPÍRITO SANTO também. Alguns já tinham até sido usados em dons do ESPÍRITO SANTO (Mt 7:21).
d) “E provaram a boa palavra de DEUS”. O escritor repete o verbo provar, referindo-se a crentes que tiveram um conhecimento mais que superficial das verdades de DEUS, em algumas áreas teológicas, expressas em sua Palavra. Não apenas sentiram o “cheiro”, mas “comeram” a Palavra, experimentando-a e confirmando-a como verdadeira (cf. Jo 17.17).
e) “E (provaram) as virtudes do século futuro”. Os leitores da carta eram crentes que além da vasta experiência espiritual, puderam, ainda no presente, experimentar as bênçãos e as virtudes do porvir. JESUS disse: “E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de DEUS” (Lc 10.9); “...o Reino de DEUS está entre vós” (Lc 17.21). Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. (2 Coríntios 3:18). Experimentaram dos dons do ESPÍRITO SANTO.
3. A recaída no fosso da apostasia (v.6). O escritor diz que para aqueles que possuíam as experiências descritas nos vv.4 e 5, e recaíssem, seria “impossível” (v.4a) serem “outra vez renovados para arrependimento” (v.6a). Não se trata de um crente que se afasta da igreja local por pecados relativamente comuns entre os homens. Quase sempre essas pessoas se arrependem e pedem perdão a DEUS e à igreja. A impossibilidade de arrependimento referida pelo escritor, diz respeito a crentes que, mesmo providos das experiências mencionadas acima, abandonam a CRISTO, negando-o e renegando-o de modo proposital e deliberado. Trata-se de uma pessoa que chegou a um estágio tão escrachado de desvio, que sua consciência encontra-se cauterizada (conforme 1 Tm 4.2), ficando insensibilizado a qualquer advertência por parte do ESPÍRITO SANTO. É uma situação tão difícil que a pessoa acaba blasfemando contra o ESPÍRITO de DEUS, não tendo mais condições de obter o perdão do Pai (cf. Mt 12.31). Este é o “pecado para a morte” de que trata o apóstolo João em sua epístola (1 Jo 5.16b). É a permanência no pecado sem arrependimento e sem desejo de mudança. Muitas vezes é o retorno à idolatria (reconhecer outro DEUS, outro salvador).
4. Expondo CRISTO ao vitupério. a) Voltam a crucificar o Filho de DEUS. A morte de CRISTO foi por DEUS preordenada para ocorrer apenas uma vez, como de fato aconteceu. Os sacerdotes do Antigo Testamento ofereciam muitas vezes sacrifícios, inclusive por si mesmos (Hb 9.26). Mas CRISTO ofereceu-se uma única vez “para tirar os pecados de muitos” (Hb 9.28). Quem o conhece, experimentou sua salvação, e mesmo assim, peca proposital e deliberadamente, volta a crucificá-lo, expondo-o ao vitupério. Os hebreus talvez desejassem voltara a oferecer sacrifício por seus pecados, no templo.
b) Terra maldita. Usando uma trágica metáfora, o escritor dá a entender que o coração de quem tem conhecimento de CRISTO e o despreza, apostatando da fé, é como uma terra antes boa, mas tornando-se reprovada, “produz espinhos e abrolhos”, e só presta para ser queimada.
IV. A FIDELIDADE DE DEUS1. DEUS não é injusto (v.10). O escritor considera os destinatários de sua carta como pessoas amadas, de quem espera “coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação...”. Isso prova que, embora a apostasia os ameaçasse constantemente, eles não tinham caído nela; estavam sendo advertidos. Em seguida, ele diz que “DEUS não é injusto” para se esquecer da obra, do trabalho e da caridade deles para com os santos, a quem serviam.
2. DEUS cumpre suas promessas (v.13). DEUS fez promessa a Abraão e, como não tinha alguém maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, prometendo abençoá-lo e multiplicá-lo na terra, ainda que sua esposa fosse estéril. E o patriarca alcançou a bênção, porque esperou com paciência (vv.14,15). Esperou por 25 anos.
3. É impossível que DEUS minta (vv. 16-20). DEUS quis mostrar a “imutabilidade de seu conselho aos herdeiros da promessa”, fazendo um juramento. Certamente DEUS não precisa jurar, mas para que os homens não tivessem dúvida, Ele “se interpôs com juramento”. O escritor enfatiza que “é impossível que DEUS minta” e, por isso, devemos “reter a esperança proposta, a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu”, onde está JESUS, nosso mui amado e eterno Sumo Sacerdote.
CONCLUSÃOAqueles que têm a experiência gloriosa da salvação precisam cuidar-se para não caírem no engano do Diabo. É indescritível o prejuízo de quem apostata da fé, negando a eficácia do sangue de CRISTO para a salvação dos pecadores. Tais desafortunados podem chegar à situação de arrependimento impossível, e se perderem eternamente.
Subsídio Bibliológico
“Neste ponto, o autor poderia ter procedido a comparação de CRISTO com Melquisedeque. Mas, temendo que o leitor não alcançasse o seu significado, uma vez que seria contrária às opiniões correntes judaicas, ele formula um aviso e só retoma o argumento a partir do capítulo 7.“Nos versículos 11-14 (Cap. 5), o autor alerta quanto aos perigos de estacionar na vida espiritual e menciona as possíveis conseqüências. A vida espiritual é semelhante à natural: em todos os seus estágios depende de fatores sem os quais não poderá ser mantida. Um crescimento sadio dá ao cristão condições de se apropriar do que seria impossível num estágio anterior e inferior. Contudo, essa constatação traz sérias responsabilidades: a) O período de infância espiritual pode ser prorrogado de forma abusiva, como fizeram os hebreus, mantendo-se como “criancinhas” — estágio esse que já deveriam ter passado (vv.11,12).
b) Como conseqüência do primeiro item, a pessoa pode não estar preparada para a instrução mais madura (“sólido mantimento”), em tudo necessária, quando ministrada a seu tempo (vv.13,14).“Os hebreus eram ainda “criancinhas” quando, pelo tempo de convertidos, deveriam ter alcançado certa maturidade. Já era tempo de serem mestres e não de estarem buscando instrução elementar. Eram inexperientes, imaturos e despreparados para participar das discussões sobre problemas de grande vulto do pensamento cristão.“Segue-se uma exortação para avançarem na busca de um conhecimento mais elevado a que o autor os conduz, convicto de que o acompanharão (6.1-3): Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de CRISTO, prossigamos até a perfeição”. Os crentes hebreus precisarão de maior percepção espiritual, uma vez que o autor irá demonstrar que o sacerdócio de CRISTO significa a abolição da Antiga Aliança.“Não se consegue a maturidade cristã retornando aos padrões dos primeiros estágios da instrução cristã. Para que o edifício espiritual seja concluído, é mister ir além dos alicerces — o arrependimento das obras mortas pela fé em DEUS. (Comentário Bíblico Hebreus, CPAD, págs. 136,137.)
QUESTIONÁRIO: 1. Quem são considerados meninos espirituais?
R. Aqueles a quem se torna necessário ensinar os rudimentos da doutrina de CRISTO.
2. Que é apostasia?
R. O afastamento da fé.
3. Por que é impossível alguém que apostata deliberadamente arrepender-se?
R. Porque “de novo crucificam o Filho de DEUS e o expõem ao vitupério”.
4. A que tipo de terra é comparado o coração do apóstata deliberado?
R. A uma terra maldita.
5. O que é impossível a DEUS, segundo a lição?
R. Que Ele minta.
RUDIMENTOS DA DOUTRINA: INTRODUÇÃO "Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes novamente necessidade de alguém que vos ensine de novo quais são os princípios elementares dos oráculos de DEUS; assim vos tornastes como necessitados de leite, e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite, é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal. Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de CRISTO, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando de novo a base do arrependimento de obras mortas, e da fé em DEUS, e o ensino de batismos e da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno". Hebreus 5:12-14 6:1-2 Este estudo foi inspirado no texto acima, do livro de Hebreus, e usa as seguintes fontes: · *Bíblia Sagrada *Conhecendo as Doutrinas da Bíblia *Palestras em Teologia Sistemática · As Grandes Doutrina da Bíblia ESTUDO 1 - ARREPENDIMENTO DE OBRAS MORTAS A - O QUE É O PECADO O Novo Testamento Descreve o Pecado como: 1 - Errar o Alvo; como o arqueiro que atira e erra; Errar o caminho; como viajante que sai do caminho certo. 2- Dívida: O homem deve a DEUS a guarda de seus mandamentos; todo pecado cometido é contração de uma dívida. Incapaz de pagá-la, a única esperança do homem é ser perdoado, ou obter remissão da dívida (Mateus 6:12). 3 - Desordem: ''O pecado é iniqüidade, literalmente desordem (1º João 3:4): a) o pecador é um rebelde e um idólatra, porque deliberadamente quebra um mandamento, ao escolher a sua própria vontade ao invés de escolher a vontade de DEUS; pior ainda, está se convertendo em Lei para si mesmo e, desta maneira, fazendo do ''eu'' uma divindade'; b) o pecado começou no coração de Lúcifer que disse: Eu serei; em oposição à vontade de DEUS. c) o anticristo é o sem-lei (tradução literal de iníquo), porque se exalta sobre tudo que é adorado ou que é chamado DEUS. d) o pecado é essencialmente obstinação e obstinação é pecado. O pecado destronaria a DEUS. Na cruz de JESUS, poderiam ter sido escritas estas palavras: O pecado fez isto! 4 - Desobediência: Literalmente, ouvir mal, ouvir com falta de atenção. 5 - Transgressão: Literalmente, ir além do limite. Os mandamentos de DEUS são cercas, que impedem o homem de entrar em território perigoso e, desta maneira, sofrer prejuízo para sua alma (Romanos 4:15). 6 - Queda: falta, ou cair para um lado, no grego donde a expressão: cair no pecado. Pecar é cair num padrão de conduta (Efésios 4:17). 7 - Derrota - é o significado da palavra queda, em Romanos 11:12. Ao rejeitar a CRISTO, a nação judaica sofreu uma derrota e perdeu o propósito de DEUS. 8 - Impiedade: de uma palavra que significa sem adoração, ou reverência. O homem ímpio é o que dá pouca ou nenhuma importância a DEUS e às coisas sagradas. Estas não produzem nele nenhum sentimento de temor ou reverência. Ele está sem DEUS porque não quer saber de DEUS (Romanos 1:18; 9 - O Erro: descreve aqueles pecados cometidos como fruto da ignorância, e, dessa maneira, diferenciam-se daqueles pecados cometidos presunçosamente, apesar da Luz esclarecedora. O homem que, desafiadoramente, decide fazer o mal, incorre em maior grau de culpa do que aquele que é apanhado em falta, a que foi levado por sua debilidade. B - A CONDIÇÃO PECAMINOSA EM QUE NASCE O HOMEM É chamada de pecado original. Ela é chamada assim: 1 - Porque se deriva de Adão, o tronco original da raça humana (Gênesis 3:6). 2 - Porque está presente na vida de cada um desde o seu nascimento, por isso não pode ser considerado resultado de simples imitação (Jeremias 17:9). 3 - Porque é a raiz interna de todos os pecados atuais que mancham a vida do homem (Romanos 3:23). 4 - Segundo a bíblia, a natureza do pecador, tanto física como moral, está de todo corrompida por causa do pecado de Adão, e, de tal maneira, que o homem não consegue fazer outra coisa a não ser pecar (Romanos 5.12) 5 - ''Pecados Atuais'': são as ações externas que se executam através do corpo. São também todos aqueles maus pensamentos conscientes. São os pecados individuais de fato. O pecado original é um só, enquanto o pecado atual desdobra-se em diferentes classes, tais como atos ou atitudes. O que o Apóstolo João escreveu, pode nos ajudar a compreender melhor a diferença entre o pecado original e pecados atuais (1º João 1:8-9; Gálatas 5:19-21). 6 - Nossos pecados podem ser diferentes, mas o motivo que nos leva a cometê-los é sempre o mesmo: a escolha de interesses próprios ao invés dos de DEUS. O ato público de Adão e Eva simplesmente expressa o pecado que já havia sido cometido no coração, ou seja, ''indisposição para fazer a vontade de DEUS''. a) O pecado de Adão e Eva (Gênesis 2:16-17; 3:4-6) b) O pecado de Satanás c) A hereditariedade do pecado (Romanos 5:12-18) C - AS CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO O pecado é tanto um ato como um estado. Como rebelião contra a lei de DEUS é um ato da vontade do homem; como separação de DEUS é um estado pecaminoso, as escrituras descrevem dois efeitos do pecado sobre o culpado: primeiro é seguido por conseqüências desastrosas para sua alma; segundo trará da parte de DEUS o positivo decreto de condenação. 1 - Como resultado da queda do homem, o seu relacionamento com DEUS foi sensivelmente alterado. Destacam-se como conseqüências espirituais do pecado: a) Morte Espiritual O termo ''morte'' é usado na Palavra de DEUS para falar da separação entre o homem e DEUS, por causa da queda do homem no princípio. Este ''é o estado em que se encontram todos os homens, até que permitam que CRISTO lhes toque, vivificando-os (Romanos 5:12). b) Perda da semelhança moral com DEUS O homem foi criado para ser perfeito e para viver em perfeita comunhão com o seu ''Criador''. Contudo esse privilégio foi interrompido com a queda, levando o homem tantas vezes a níveis morais tão baixos, a ponto de identificar-se melhor com os irracionais do que com DEUS que o criou (Gênesis 1:26-27). c) Incompatibilidade com a vontade de DEUS Após a queda, a mente do homem ficou bloqueada para a revelação da vontade de DEUS, e condicionada à prática do pecado (Romanos 8:7-8). d) Escravidão ao pecado e ao Diabo Negligenciando o mandado de DEUS e aceitando as insinuações do Diabo, o homem tornou-se escravo do pecado e do maligno (João 8:34,44) 2 - Conseqüências Físicas Além dos problemas ambientais e espirituais, a queda do homem trouxe conseqüências físicas de grandes proporções: a) Existência Física Reduzida Destinado a viver eternamente, o homem teve reduzida a sua existência física (Gênesis 6:3). b) Corrupção dos poderes do homem Um dos propósitos de DEUS para o homem era de que ele exercesse domínio sobre todas as coisas criadas. Porém, na queda, além de perder a semelhança moral que tinha com DEUS, todos os seus poderes se perverteram. Todos os seus pensamentos e desejos se corromperam (Gênesis 1:26) c) Ainda que nem toda enfermidade seja causada pelo pecado, todas as enfermidades existem em conseqüência do pecado de Adão. ''A transgressão do homem foi como crime, a pior enferrmidade. Quanto à sua natureza não foi mera desobediência à lei divina. Foi a mais crassa infidelidade, o dar crédito antes ao diabo do que a DEUS; foi descontentamento e inveja, ao pensar que DEUS lhe havia negado aquilo que era essencial para sua felicidade; foi um orgulho imenso, ao desejar ser igual a DEUS; foi furto, ao intrometer-se naquilo que DEUS havia reservado para si, como sinal de sua soberania; foi suicídio e homicídio, ao trazer a morte contra si e contra toda a sua posteridade''. (Emery H. Bancroft). d) A dispensação da Lei (Êxodo 20:1-7) 1 - O significado da lei de DEUS é a expressão da vontade de DEUS executada por seu poder. 2 - O propósito da Lei: a) Não foi dada como um meio através do qual o homem pudesse ser salvo (Gálatas 3:21). b) Não podia dar vida porque ''estava enferma pela carne'' (Romanos 8:3). 3 - Sua finalidade era revelar ao homem a dimensão de seu pecado para: a) revelar a Santidade de DEUS; b) mostrar a incapacidade de o homem se salvar. (Romanos 3:19-20; 7:7). e) A dispensação da Graça 1 - A aliança do antigo testamento com todos os seus preceitos e ordenanças era figura do sacrifício de JESUS para nossa salvação (Hebreus 9:1-15). a) A Bíblia diz que todos pecaram (Romanos 3:23). b) Herdamos, assim, de Adão uma natureza decaída, que tende para a desobediência a DEUS (Romanos 5:12). c) JESUS morreu pelos nossos pecados, ressuscitou ao terceiro dia e nos providenciou perfeita salvação (I Coríntios 15:3-4; Romanos 10:9). OBRA MORTA É TODA AQUELA QUE É FEITA COM OBJETIVO DE ALCANÇAR DE DEUS ALGUMA COISA POR MERECIMENTO, OU MÉRITO PRÓPRIO. ESTUDO 2 - FÉ EM DEUS A - A SALVAÇÃO DO PECADOR DEPENDE DE a) a operação divina, na obra redentora de CRISTO, já efetuada; b) o acolhimento dessa obra, por parte do pecador, ou seja, a conversão (1 Timóteo 1:15). VIMOS, NO ESTUDO ANTERIOR, A CONDIÇÃO DO HOMEM COMO PECADOR E, PORTANTO EM DESARMONIA COM DEUS. DA PARTE DE DEUS, ESTÁ REALIZADO TUDO QUE É NECESSÁRIO À SALVAÇÃO DO HOMEM (Romanos 1:16; Efésios 2:4-10; 1ºTimóteo 1:15). B - A SALVAÇÃO ABRANGE PASSADO, PRESENTE E FUTURO. a) Quanto ao passado, somos salvos das penalidades do nosso pecado (Romanos 5:9). b) Quanto ao presente, salvos do poder do pecado (Romanos 5:10; 1 Coríntios 1:18). c) Quanto ao futuro, libertos da presença do pecado (Romanos 13:11; Hebreus 9:28). A salvação é dom de DEUS (Efésios 2:8). C) A CONVERSÃO COMPREENDE DUAS ATITUDES POR PARTE DO HOMEM: a) seu arrependimento do pecado e b) sua fé ou confiança no Salvador (Mateus 18:3). c) Converter-se significa voltar-se de uma direção para o sentido contrário, dar meia volta e caminhar em direção a DEUS. O ponto de referencia é DEUS. (Atos 3:19; 22:4-16; 1 Tessalonicenses 1:9-10). D) A CONVERSÃO COMPREENDE DOIS FATORES, UM NEGATIVO E O OUTRO POSITIVO, O ARREPENDIMENTO E A FÉ. a) A palavra traduzida por arrependimento no novo testamento significa mudança de pensamento (Mateus 12:41; Atos 2:36-41). b) É a revolta, consciente, do homem contra seu próprio pecado, que o leva a renegar esse pecado. Inclui três aspectos: 1) O aspecto intelectual - O reconhecimento, pelo homem, de sua culpa diante de DEUS, e de sua incapacidade de agradar a DEUS (Mateus 3:1-2; Atos 17:30-31). 2) O aspecto emocional - Pesar pelo seu pecado, como uma ofensa contra um DEUS SANTO e Justo (2º Coríntios 7:9-10) 3) O aspecto volitivo - Mudança de propósito, resolução íntima contra o pecado e disposição para buscar de DEUS o perdão, purificação e poder (Atos 17:30-31; Romanos 2:4). c) A fé é o aspecto positivo da conversão 1) No arrependimento já existe o fator fé (Lucas 7:30) 2) A fé em JESUS (Atos 20:21) além de reconhecer a verdade a respeito do Salvador, deposita n'Ele a confiança a ponto de receber d'Ele a Salvação, e de submeter-se integral e definitivamente ao seu domínio. Isto se chama ''obediência'' da fé (Romanos 1:5; 16:26). 3) O verbo ''crer'' no novo testamento tem este sentido, de se depositar confiança (João 3:15-16; 3:18;36; João 5:24; Atos 16:31). E) A RECONCILIAÇÃO PELA SUA REBELIÃO, O HOMEM VIVE DE RELAÇÕES CORTADAS COM DEUS. QUANDO, PORÉM, ACOLHE O TESTEMUNHO DE DEUS A RESPEITO DO PECADO (ARREPENDIMENTO) E DA OBRA REDENTORA EFETUADA POR CRISTO (FÉ), ESTÁ, DESSE MODO, ATENDENDO À SOLICITAÇÃO FEITA EM NOME DE CRISTO PARA QUE SE RECONCILIE COM DEUS (2º Coríntios 5:17-20). Passa existir plena harmonia entre ambos; deu-se a reconciliação do pecador com DEUS: a) Virá o dia em que essa reconciliação com DEUS se estenderá a todas as coisas (Colossenses 1:20-22). b) Desfeita assim a inimizade do homem com seu Criador, passa a existir Paz entre ambos. c) O homem, que estava errado e sem razão, passou a concordar integralmente com DEUS, dando a Ele razão em tudo. d) Dessa reconciliação resulta a ''Paz com DEUS por Nosso Senhor JESUS CRISTO'' (Romanos 5:1). F) O NOVO NASCIMENTO É tão profunda a transformação que o ESPÍRITO de DEUS opera na pessoa que se converte, que JESUS a chama de Novo Nascimento (João 3:1-15) a) É o principio da nova vida espiritual que DEUS dá a quem estava ''morto nos delitos e pecados, ou seja, espiritualmente morto para DEUS, e que agora passou da morte para a vida (1º João 3:14) b) A conversão é o ato voluntário do homem; o novo nascimento é obra exclusiva de DEUS. c) A nova vida que o homem receber ao nascer de novo é chamada Vida Eterna, o que indica a duração e profundidade dessa vida. d) Trata-se não apenas da vida futura, além-túmulo (Tito 1:2; 3:7), mas de vida que o crente possui desde já (João 5:24; 6:47). G) ADOÇÃO (FILHOS DE DEUS) Pelo nascimento físico, o homem é membro da família de Adão e, excluído, pelo pecado, da família de DEUS. Nascido de novo, passa a fazer parte da família de DEUS, recebendo pela adoção direitos que CRISTO tinha por direito eterno ( a) Apenas excepcionalmente, a Bíblia fala de DEUS como pai de todos os homens, e isso no sentido de ser seu criador e preservador. b) A Bíblia reserva o nome de Pai para designar a nova relação que Ele assumiu para com aqueles que adotou como filhos, ou seja, aqueles que, nascidos do ESPÍRITO de DEUS, são por Ele guiados (Romanos 8:14-17). c) Estando o pecador identificado com CRISTO, o Cordeiro de DEUS que deu a vida para resgatá-lo possui da parte de DEUS: 1) o pleno perdão ou remissão dos pecados (Hebreus 10:17-18; 2 Coríntios 5:21); 2) A justificação legal da parte do justo Juiz (Romanos 8:33-34); 3) A Santificação que lhe possibilita a realização da nova vida. H) A JUSTIFICAÇÃO Justificar significa declarar justo, atribuir justiça a alguém. 1) O Senhor diz que ''não há justo, nem um sequer'' (Romanos 3:10), como pode um DEUS Justo justificar o injusto? (Romanos 8:33). 2) O Apóstolo Paulo diz que podemos ter certeza da nossa justificação: a) sobre que base? Pelo fato de ter CRISTO morrido por nós... Justificados pelo Seu sangue (Romanos 5:8-9; 3:26). b) por qual princípio? Gratuitamente por sua graça (Romanos 3:24). 3) Somente os que pela fé se identificam com a obra redentora de CRISTO são justificados pela fé (Romanos 3:28). a) A benção é oferecida a todos, porém, recebida só pelos que depositam sua confiança em CRISTO (Romanos 3:22, 4:16; Gálatas 2:16). I) A SANTIFICAÇÃO O termo santificado, na Bíblia, significa separado para determinado fim, e, especialmente, para o serviço de DEUS. O Senhor santificou (separou) o sétimo dia (Gênesis 2:3); determinou que lhe fosse santificado (separado) todos os primogênitos de Israel (Êxodo 13:2); falou de alguém santificar (separar) sua casa para ser santa ao Senhor (Levítico 27:14); JESUS foi santificado (separado) pelo Pai e se santificou (separou) a nosso favor (João 10:36; 17:19). Em todos estes casos o sentido é de pôr à parte, para um fim ou missão especial, destacar para o serviço de DEUS. a) Identificado com CRISTO pela fé; perdoado, justificado, e separado para o serviço de DEUS, o homem convertido tem um novo interesse na vida. 1) o serviço de seu novo Senhor, para o qual foi destacado (Santificado); 2) o que mais o impede de realizar esse serviço é uma velha natureza considerada morta para DEUS, mas, na prática, travando luta com o novo princípio de vida que está nele, o ESPÍRITO SANTO. 1. A santificação é um ato imediato de DEUS, mas, na prática, embora já realizada no propósito divino, torna-se um processo de desenvolvimento espiritual, à medida que o ESPÍRITO SANTO vai dominando sua carne e transformando sua vida em verdadeiro culto (serviço) ao Pai (Romanos 12:1). a) seu propósito é o de viver, não mais ele, mas CRISTO, que nele vive, e assim sua vida vai se tornando santa. (1º Pedro 1:15-16; 2º Coríntios 7:1; 1º Tessalonicenses 5:23). SEM FÉ É IMPOSSÍVEL AGRADAR A DEUS. FÉ PARA SERMOS SALVOS, FÉ PARA CRER NAS PROMESSAS DE DEUS, FÉ PARA CRERMOS E RECEBERMOS OS MILAGRES DE DEUS. NÃO É FÉ NATURAL. ESTUDO 3 - A DOUTRINA DOS BATISMOS A) O BATISMO NAS ÁGUAS 1) O batismo nas águas simboliza principalmente duas grandes verdades: identificação e purificação. Pelo batismo de João, os judeus, inclusive o próprio JESUS, identificavam-se com a atitude que João apregoava, com relação ao pecado e à justiça (Mateus 3:1-10) pelo batismo Cristão. 2) Identificamo-nos com nosso salvador em sua morte, sepultura e ressurreição, reconhecendo-nos,, pela fé, mortos e ressuscitados com Ele (Romanos 6:3-11). a) O batismo deve ser precedido do arrependimento (Mateus 3:6; Atos 2:38). b) Simboliza nossa morte para o pecado e ressurreição para DEUS (Romanos 6:3; Colossenses 2:12). c) É uma ordenança de JESUS para todo o que crê (Mateus 28:19; Marcos 16:16). B) O PROPÓSITO DO BATISMO 1) Uma vez que só os salvos podem ser batizados, o batismo não tem como finalidade à salvação do batizando. O ato do batismo se constitui num testemunho público de que, aquele que a ele se submete, foi regenerado pela fé em JESUS CRISTO. Assim, pelo batismo, o novo crente dá prova de haver morrido para o mundo, estando pronto para ser sepultado e ressuscitado para uma nova vida em CRISTO. No entanto, se o crente vier a morrer antes de ser batizado nas águas, a sua condição de salvo continua inalterada (Lucas 23:42:43). Uma vez que o batismo não se constitui uma opção, mas uma ordenação do Senhor, todos os que crêem devem ser batizados. C) NO BATISMO, TAMBÉM, O CRENTE SE SUBMETE A AUTORIDADE DA IGREJA LOCAL, COLOCANDO-SE SOB SUA COBERTURA ESPIRITUAL E PARTICIPANDO DO SEU MINISTÉRIO: 1) A Igreja universal e local ''EKKLESIA'', traduzida por igreja, deriva-se de EKKALED, verbo que significa ''chamar a parte'' (Deuteronômio 23:3; Salmo 22:25; Atos 7:38). 2) A igreja, corpo de CRISTO (Romanos 12:4-8; 1º Coríntios 12:12-28), essa maravilhosa figura desenvolvida por Paulo, destaca as seguintes características: a) a disposição dos membros no corpo pelo próprio DEUS (1º Coríntios 12:18); b) a diversidade de dons e funções desses membros (Romanos 12:4-11; Efésios 4:12); c) a dependência, por parte do todo, de cada componente; nenhum é dispensável (1º Coríntios 12:21-23); d) sua coordenação por DEUS, para que não haja divisão no corpo (1º Coríntios 12:24b-25a); e) a cooperação dos membros, com igual cuidado, em favor um dos outros (1º Coríntios 12:25b). N.B: A obra que DEUS deseja realizar em nossas vidas será realizada através da igreja, daí a importância da igreja local para o desenvolvimento dessa obra. Por isso não devemos deixar de congregar-nos (Hebreus 10:24-25; Provérbios 18:1). D) O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO Nesta seção trataremos de outro modo de operação do ESPÍRITO SANTO no crente: A sua obra vitalizante. Esta última fase da obra do ESPÍRITO SANTO é apresentada na promessa de CRISTO. ''Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o ESPÍRITO SANTO, e sereis minhas testemunhas'' (Atos 1:8). 1) A característica principal dessa promessa: Poder para servir e não regeneração para a vida eterna. Sempre que lemos acerca do ESPÍRITO SANTO vindo sobre, repousando sobre, ou enchendo as pessoas, a referência nunca se refere à obra salvadora do ESPÍRITO, mas sempre ao poder para servir. 2) A quem foi dirigida: A homens que já estavam em relação íntima com CRISTO. Foram enviados a pregar, armados de poder espiritual para esse propósito (Mateus 10:1). a) A eles foi dito: ''Os vossos nomes estão escritos nos céus (Lucas 10:20). b) Sua condição moral foi descrita nas Palavras: ''Vós já estais limpos pela Palavra que vos tenho falado'' (João 15:3). c) Sua relação com CRISTO foi ilustrada com a figura: ''Eu sou a videira, vós os ramos'' (João 15:5). d) Eles conheciam a presença do ESPÍRITO SANTO com eles (João 14:17), e sentiram o sopro de JESUS ressuscitado a dizer: ''Recebei o ESPÍRITO SANTO'' (João 20:22). e) Estes fatos demonstram a possibilidade de a pessoa estar em contato com CRISTO e ser seu discípulo e, contudo carecer do revestimento especial mencionado em Atos 1:18. 3) O que acompanhava o cumprimento da promessa: Houve manifestações sobrenaturais, sendo que a mais importante e comum foi o milagre de falar em outras línguas. Este dom acompanhava sempre a experiência sobrenatural do batismo no ESPÍRITO SANTO (Atos 10:44-47). a) Essa experiência é descrita como ser cheio do ESPÍRITO SANTO. Aqueles que foram batizados com o ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecostes também foram cheios do ESPÍRITO (Atos 2:1-4). Os fatos acima expostos nos levam à conclusão de que o crente pode experimentar um revestimento de poder, experiência suplementar e subseqüente à conversão, cuja manifestação inicial se evidencia pelo milagre de falar em língua por ele nunca aprendida. b) O propósito especial do ESPÍRITO SANTO é dar energia à natureza humana para um serviço especial para DEUS, e, resultando em uma expressão externa de caráter sobrenatural. De uma maneira geral, Paulo se refere a essa expressão exterior como a ''manifestação do ESPÍRITO (1 Coríntios 12:7). 4) Para receber o batismo com o ESPÍRITO SANTO, uma atitude correta é essencial: a) Os primeiros crentes que receberam o ESPÍRITO SANTO ''perseveraram unânimes em oração'' (Atos 1:4). b) A recepção do dom do ESPÍRITO SANTO, subseqüente à conversão, está ligado às orações dos obreiros-cristãos (Atos 8:14-17). c) Também está ligado às orações em comum na igreja: 1) Depois que os cristãos de Jerusalém oraram para receber coragem para pregar a Palavra, ''moveu-se o lugar em que estavam reunidos e todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO'' (Atos 4:31). d) Um derramamento espontâneo, como foi o caso das pessoas que estavam na casa de Cornélio (Atos 10:44-47). e) Oração individual: Saulo de Tarso jejuou e orou três dias antes de ser cheio do ESPÍRITO SANTO (Atos 9:9 e 17). f) Obediência: O ESPÍRITO SANTO é a pessoa que DEUS deu àqueles que Lhe obedecem (Atos 5:32). 5) Donde concluímos que uma das características do verdadeiro cristão é ser submisso a autoridade do Senhor, da Igreja e a todas as outras autoridades, pois o princípio de DEUS é a autoridade (Hebreus 13:17; Mateus 28:18). BATISMO NAS ÁGUAS NO AT DIFERE DO BATISMO NO NT. NOSSO BATISMO NÃO É PARA PURIFICAÇÃO DE PECADOS. BATISMO NAS ÁGUAS SIGNIFICA MORTE PARA A VIDA VELHA E RESSURREIÇÃO COM CRISTO PARA UMA NOVA VIDA. BATISMO NO ESPÍRITO SANTO SIGNIFICA SUBMISSÃO TOTAL AO ESPIRITO SANTO PARA FAZER A OBRA DE DEUS COM PODER E AUTORIDADE. O DESEJO DE GANHAR MUITAS ALMAS PARA CRISTO JÁ É SUFICIENTE PARA SE RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO. ESTUDO 4 - IMPOSIÇÃO DE MÃOS A) AUTORIDADE É UM PRINCÍPIO DO REINO DE DEUS 1) DEUS criou todas as coisas. Tudo está sujeito à sua autoridade, uma vez que tudo foi criado por Ele e para Ele (Eclesiastes 3:11; Colossenses 1:16). a) DEUS não exerce seu domínio pela força, mas pelo reconhecimento do seu amor para conosco. Só se sujeita incondicionalmente à vontade de DEUS quem confia plenamente nEle (João 4:34). b) Aqueles que não estão dispostos a aceitar a vontade de DEUS, vivem em estado de rebelião o que caracteriza o pecado (Romanos 1:32). 2) O princípio de rebelião não pode conviver pacificamente com o princípio de autoridade. No coração do rebelde está o desejo de ocupar o lugar de DEUS, de ser seu próprio deus, de ditar suas próprias normas do bem e mal. Após o Juízo final estes dois princípios estarão eternamente separados, caso contrário, o caos reinaria eternamente na criação. B) A REBELIÃO DO HOMEM E SUAS CONSEQÜÊNCIAS 1) A primeira criatura de DEUS que se rebelou foi Lúcifer, quando arregimentou um terço dos anjos do céu. Como conseqüência, foi destituído do seu cargo, expulso do céu e lançado na terra (Ezequiel 28:11-17). a) Satanás e seus anjos tomaram uma decisão eterna de não reconhecer a autoridade de DEUS. 2) O segundo capítulo de Gênesis relata o fato da queda do homem, informando acerca do primeiro lar do homem, sua inteligência, seu serviço no jardim do Éden, as duas árvores e o primeiro matrimônio. Menciona especialmente as duas árvores, a do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida. Essas duas árvores pareciam dizer a nossos primeiros pais: ''Se seguirdes o bem e rejeitares o mal, tereis a vida'' (Deuteronômio 30:15). a) Porque a árvore proibida foi colocada ali? Para prover um teste pelo qual o homem pudesse, amorosa e livremente, escolher servir a DEUS e dessa maneira desenvolver seu caráter (RGênesis 2:15-17). b) A serpente, astutamente, semeia dúvidas e suspeitas no coração de Eva. (Gênesis 3:1-6) por meio da pergunta no versículo 1, lança a tríplice dúvida acerca de DEUS. b.1 - dúvida sobre a bondade de DEUS; b.2 - dúvida sobre a retidão de DEUS; b.3 - dúvida sobre a Santidade de DEUS. 3) Quando Adão comeu do fruto, tudo que estava sob sua autoridade sofreu as conseqüências da rebelião. O casal sofre imediatamente a morte espiritual, a separação de DEUS, a morte passou a toda sua descendência. Além disso, Adão entregou ao Diabo todo domínio e autoridade que DEUS havia lhe concedido(Gênesis 3:6; Lucas 4:5-7). C) A MISSÃO DE JESUS COMO HOMEM 1) Ao se fazer como a criatura, sendo gerado homem, JESUS atingiu três objetivos básicos relacionados ao princípio de autoridade: a) submeter-se como criatura ao princípio de autoridade de DEUS (Filipenses 2:6-8); b) substituir o homem no castigo que pesava sobre a rebelião (Isaias 53:5-6; Gálatas 3:13; 1º Coríntios 15:3); c) reimplantar o princípio de autoridade na vida de todos que reconhecem o amor de DEUS (Romanos 5:19). 2) O primeiro objetivo JESUS cumpriu sendo obediente até a morte e morte de cruz. Apesar de tentado a desobedecer ao Pai como nenhum outro o foi, JESUS jamais satisfez sua vontade própria de homem. Sua plena submissão ao Pai aprovou definitivamente o princípio de autoridade para toda a criação. 3) O segundo objetivo, ele atingiu ao sofrer na cruz, sem nunca ter se rebelado, levando todo o castigo que pesava sobre os rebeldes. Sofreu a morte física e também a separação do Pai (Marcos 15:34). 4) O terceiro objetivo ele alcançou na ressurreição, sendo glorificado pelo pai como Senhor e cabeça de todas as coisas (Colossenses 1:17-19). É a vida de CRISTO em nós que nos permite a perfeita e suprema submissão à vontade de DEUS. Só pode fazer parte do Reino de DEUS aquele cuja cabeça é JESUS. D) DEUS DELEGA AUTORIDADE 1) Toda autoridade procede de DEUS. DEUS governa seu reino, delegando autoridade aos que O servem. a) Reconhecer a autoridade de DEUS implica reconhecer as autoridades levantadas por Ele em todos os âmbitos da vida: na família, no trabalho, no governo, na sua igreja, etc (Romanos 13:1-7). b) Devemos entender que a autoridade não está na pessoa, mas na posição que ela ocupa. c) Um governador tem autoridade de governar enquanto estiver no governo. d) A autoridade em si é boa, pois procede de DEUS, mas a pessoa que a exerce pode ser boa ou má. e) DEUS levanta e destitui reis. É Ele quem inclina o coração dos reis para onde quer. E) O EXERCÍCIO DE AUTORIDADE 1) Sobre os Demônios: a) JESUS venceu os principados e potestades, expondo-os publicamente à vergonha da derrota (Colossenses 2:15). b) Obtemos plenamente os benefícios desta vitória quando exercemos toda a autoridade que JESUS concedeu-nos sobre eles. c) Os Demônios são obrigados a obedecer a nossas ordens, pois quando ordenamos é como se o Senhor mesmo ordenasse. d) Muitos crentes desconhecem a autoridade que têm e, quando se defrontam com o reino das trevas, buscam socorro em DEUS, mas o Senhor já lhes concedeu tudo o que necessitam para vencer e permanecer inabaláveis (Efésios 6:13-18). 2) Sobre as Enfermidades: a) Toda as enfermidades resultam do pecado (Romanos 5:12). b) É certo que o pecado não domina mais aquele que está em CRISTO. Mas também é certo que o pecado ainda habita em nossa natureza carnal, pelo que Paulo afirma: ''Esmurro meu corpo todos os dias''. c) Devido à presença do pecado, este corpo será destruído para ressuscitar um corpo incorruptível (Mais sobre este assunto no Estudo 5). d) A destruição do nosso corpo carnal faz parte do plano de DEUS e a enfermidade pode servir a este propósito. e) Por outro lado, a enfermidade pode proceder de Satanás servindo para matar, roubar e destruir nossa alegria e paz. f) JESUS concedeu-nos autoridade para curar os enfermos escravizados pelo Diabo, libertando-os dos seus sofrimentos. Por isso devemos sempre orar expulsando a enfermidade. 3) Na pregação do Evangelho: a) A ordem de JESUS é para que o evangelho seja pregado por todo o mundo, quer queiram ouvir, quer não. b) Ao anunciar JESUS, precisamos saber que DEUS sustenta sua palavra com sinais e prodígios, e que ela não volta ao Senhor antes de haver efetuado a obra para a qual foi designada. Pregar com autoridade significa confiar que DEUS se encarregará de provar ao incrédulo a veracidade do nosso testemunho (Marcos 16:17-18; Ezequiel 12:25). F) O PRINCÍPIO DE AUTORIDADE NA IGREJA LOCAL 1) Ninguém pode servir a DEUS de forma isolada. A congregação é o meio utilizado pelo Senhor para ensinar-nos a submissão e o exercício de autoridade (Hebreus 10:23-25): a) Na igreja primitiva, as congregações estavam ligadas por um único espírito. b) Cada congregação tinha um sistema de governo próprio e independente, formado pelo pastor, presbíteros, anciãos e membros. c) Submeter-se a CRISTO implica em primeira instância, submeter-se às autoridades da igreja local. Ao conselho da igreja cabe a responsabilidade de zelar pela conduta de seus membros (Hebreus 13:7, 17) IMPOR AS MÃOS COM FÉ SOBRE ALGUÉM IMPLICA EM CERTEZA DE TRANSMISSÃO DE UMA BÊNÇÃO DE DEUS A ESSE ALGUÉM. SIGNIFICA SEPARAR ESSA PESSOA PARA DEUS. ESTUDO 5 - RESSURREIÇÃO DOS MORTOS A) A IMPORTÂNCIA DA RESSURREIÇÃO 1) Os Coríntios como os demais gregos eram um povo de grande capacidade intelectual e amantes de especulações filosóficas. O Apóstolo Paulo previu que, sob a influência do espírito grego, o ensino da igreja de Corinto poderia fazer com que o evangelho se dissipasse em lindo, porém impotente sistema de filosofia e ética: a) O Apóstolo desafiou a veracidade desse ensino (1º Coríntios 15:12). b) Tomando esse erro como ponto de partida, Paulo expôs a doutrina verdadeira, entregando ao mundo o grande capítulo da ressurreição (leiam em casa 1ª Coríntios 15). 2) No princípio DEUS criou tanto o ESPÍRITO como o corpo, e, quando se uniram espírito e corpo como unidade vivente, o homem tornou-se alma vivente (Gênesis 2:7): a) O homem foi criado imortal no sentido de que ele não precisava morrer, mas mortal no sentido de que poderia morrer se desobedecesse a DEUS (Gênesis 2:16-17). b) Se o homem tivesse permanecido fiel, possivelmente teria sido trasladado, pois a trasladação parece ser o meio perfeito que DEUS usa para remover da terra os seres humanos (2 Reis 2:11). c) O homem pecou, perdeu o direito à árvore da vida, e em resultado disso começou a morrer, processo que culminou na separação do espírito do corpo (Gênesis 3:22). d) A morte física foi à expressão externa da morte espiritual, a qual é a conseqüência do pecado. e) Desde que o corpo é parte integrante da personalidade do homem, sua salvação e sua imortalidade não se completam enquanto não for ressuscitado e glorificado. Assim ensina o novo testamento. (1º Coríntios 15:53-54; Filipenses 3:20-21). f) O homem se compõe tanto de alma como de corpo, sua redenção deve incluir a vivificação dos dois, da alma e do corpo. Embora o homem se torne justo perante DEUS e vivo espiritualmente (Efésios 2:1), seu corpo morrerá como resultado da sua herança racial de Adão. B) O FATO E NATUREZA DO ESTADO INTERMEDIÁRIO: 1) O velho testamento ensina que há uma vida depois da morte: a) Mostra que todos os homens vão ao SHEOL (O hades do novo testamento). b) Os ímpios vão para lá (Salmos 9:17; Isaias 5:14). c) Lemos que Coré e Abirão desceram vivos ao Sheol (Números 16:33). d) Os justos também vão para lá (Jó 14:13; Salmos 6:5; 16:10). e) Ezequias considerava a morte como ''entrar nas portas do além'' (Isaias 38:10). 2) Também o novo testamento mostra que tanto os maus como os justos desciam ao hades, antes da ressurreição de CRISTO: a) Lemos que o rico desceu ao hades e ele e Lázaro estavam tão próximos que dava para conversarem um com o outro naquela região (Lucas 16:19-31). b) O próprio JESUS desceu ao hades (Atos 2:27-31). c) CRISTO tem agora as chaves da morte e do hades (Apocalipse 1:18). d) Um dia, a morte e o hades devolverão os mortos que neles há (Apocalipse 20:13-14). 3) Se, então, as escrituras ensinavam que há uma existência depois da morte, esta seria uma existência consciente? a) É o que é sugerido no velho testamento e ensinado claramente no novo testamento (Mateus22:31-32; Lucas 23:40-43). b) O novo testamento indica que haviam dois compartimentos no hades, um para os maus e outro para os bons. O que era reservado para os bons chamava-se Paraíso. c) Depois da ressurreição de JESUS, parece ter havido uma mudança. Agora os crentes vão à presença de CRISTO quando morrem (2º Coríntios 5:6-9). d) Paulo expressou o desejo de ''partir e estar com CRISTO, o que é incomparavelmente melhor'' (Filipenses 1:23). e) ''As almas dos que tinham sido mortos'' estavam debaixo do altar e conscientes (Apocalipse 6:9-11). f) Quando JESUS ressuscitou, Ele levou não apenas as primícias daqueles a quem ressuscitou corporalmente (Mateus 27:52-53), mas também as almas de todos os justos que estavam no hades (Efésios 4:8; Salmos 68:18). C) O ENSINAMENTO DO VELHO TESTAMENTO QUANTO À RESSURREIÇÃO DO CORPO 1) Para começar, o velho testamento registra a ressurreição do corpo de pelo menos três pessoas: a) o filho da viúva (1º Reis 17:21-22); b) o filho da Sunamita (2º Reis 4:32-36); c) o homem que reviveu ao tocar os ossos de Eliseu (2º Reis 13:21). 2) Abraão esperava que DEUS levantasse Isaque dos mortos no Monte Moriá (Gênesis 22:5; Hebreus 11:19). 3) Jó esperava ver a DEUS em seu corpo (Jó 19:25-27). 4) Notamos ainda a expectativa de Isaías de uma ressurreição do corpo (Isaias 26:19). D) O ENSINAMENTO DO NOVO TESTAMENTO QUANTO À RESSURREIÇÃO DO CORPO 1) O novo testamento registra a ressurreição de cinco pessoas: a) a filha de Jairo (Mateus 9:24-25); b) o jovem de Naim (Lucas 7:14-15); c) Lázaro (João 11:43-44); d) Dorcas (Atos 9:40-41); e) Êutico (Atos 20:9-12). 2) O próprio Senhor JESUS ensinou sobre uma futura ressurreição (João 5:28-29; 6:39-40,44,54). 3) Os Apóstolos ensinaram isso (Atos 24:15; 1º Tessalonicenses 4:14-16; Apocalipse 20:4-6). 4) Finalmente, a ressurreição de CRISTO é a garantia de nossa própria ressurreição (1º Coríntios 15:20-22; 2º Coríntios 4:14; Romanos 8:11): a) Ele não só destruiu a morte como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho (2º Timóteo 1:10). b) Há, portanto, prova abundante de que, tanto o velho como o novo testamento ensinam a ressurreição do corpo. E) A NATUREZA DA RESSURREIÇÃO 1) Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? e em que corpo vêm? (1º Coríntios 15:35). 2) Observemos primeiro que as escrituras falam de três tipos de ressurreição: a) uma ressurreição judicial, na qual o crente foi ressuscitado com CRISTO (Romanos 6:4-5; Efésios 2:5-6); b) uma ressurreição espiritual, equivalente à regeneração (João 5:25-26); c) uma ressurreição física (João 5:28-29); d) Estamos interessados agora na ressurreição física. 3) As escrituras indicam que o corpo será ressurreto de, pelo menos, quatro maneiras. a) Em declarações claras a esse respeito (Jó 19:25-26; João 5:28-29; 1º Corintios 15:44). b) Quanto aos dois tipos de corpos mencionados na última referência, STRONG diz: ''Esses adjetivos ''psíquico'' e ''espiritual'' não definem o material dos respectivos corpos, mas sim aqueles corpos em suas relações e adaptações, em seus poderes e usos. O corpo presente é adaptado e planejado para o uso da alma; o corpo da ressurreição será adaptado e planejado para o uso do espírito.'' c) Na declaração de que o corpo está incluído em nossa redenção (Romanos 8:23-26; 1º Coríntios 6:13-15). d) Quando CRISTO morreu por nós, morreu pelo homem todo. Os benefícios completos de sua expiação não são cumpridos até que o corpo tenha sido tornado imortal por DEUS, o que se dará na ressurreição. e) No tipo de corpo com que JESUS ressuscitou, Ele ressurgiu em um corpo físico (Lucas 24:39; João 20:27). f) Na literalidade da volta e julgamentos do Senhor. O homem CRISTO JESUS voltará para julgar, não espíritos incorpóreos, mas sim homens corpóreos (1º Tessalonicenses 4:16-17; Apocalipse 20:11-13). F) OS CORPOS DOS CRENTES 1) Diversas passagens declaram ou dão a entender que o corpo ressurreto dos crentes será semelhante ao corpo glorificado de CRISTO (Filipenses 3:21; 1º João 3:2; 1º Coríntios 15:49). 2) Alguns detalhes podem ser mencionados de 1º Coríntios 15: a) Lemos que não será composto de carne e sangue (1º Coríntios 15:50-51). b) Depois da ressurreição, JESUS diz que seu corpo é composto de ''carne e ossos'' (Lucas 24:39). c) Novamente nossos corpos serão incorruptíveis, não estando, portanto, sujeitos à doença, decomposição e morte (1º Coríntios 15:42, 53-54). d) Será um corpo glorioso, poderoso, espiritual e, finalmente, será um corpo celestial (1º Coríntios 15:43-44, 47, 49). G) OS CORPOS DOS NÃO CRENTES 1) JESUS declarou que está chegando a hora quando todos que estiverem na sepultura sairão, alguns para a ressurreição da vida, e alguns para a ressurreição do juízo (João 5:28-29). 2) Diante de Félix, Paulo declarou que Israel tinha esperança em DEUS ''de que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos''(Atos 24:15). 3) No livro de Daniel, está escrito que muitos dos que dormem no pó ressuscitarão ''para vergonha e horror eterno'' (Daniel 12:2). 4) No Apocalipse é ensinado que ''os não salvos'' serão ressuscitados, julgados e lançados no lago de fogo (Apocalipse 20:12-13). 5) A curiosidade nos levaria a uma investigação da natureza deste corpo ressurreto, mas o silêncio da escritura quanto a esse ponto indica que devemos nos contentar com as coisas que nos foram reveladas. H) A BÍBLIA NOS ENSINA QUE HAVERÁ DUAS RESSURREIÇÕES (Apocalipse 20:4-6). 1) A primeira ressurreição terá lugar quando CRISTO vier nos ares (1º Tessalonicenses 4:16; 1º Corintios 15:23). 2) Não há dúvida de que todos os salvos dos tempos do velho testamento e do novo testamento até aquele momento, serão então ressuscitados. 3) Os que forem mortos durante a tribulação aparentemente serão ressuscitados no momento da vinda de CRISTO a terra. Assim, a primeira ressurreição estará completa (Apoc. 20:4-5). I) A SEGUNDA RESSURREIÇÃO TERÁ LUGAR MIL ANOS MAIS TARDE (Apocalipse 20:5; 11:13) 1) Parece que DEUS é tão longânimo quanto possível com os que morreram sem ser salvos. Estão em tormento no estado intermediário, mas ainda não estão no lugar do castigo final. Assim, a bondade de DEUS faz adiar o dia do acerto final de contas para até depois do milênio. Mas, embora demore, certamente virá! É UMA EXIGÊNCIA DE DEUS PARA A SALVAÇÃO O CRER NA RESSURREIÇÃO DE JESUS (Rm 10:9,10, 1 Co 15). NÃO É RESSURREIÇÃO COMO DE LÁZARO, MAS COMO A DE JESUS. RESSURREIÇÃO PARA NÃO MORRER MAIS. ESTUDO 6 - JUÍZO ETERNO A) A BÍBLIA É UM LIVRO HISTÓRICO, DOUTRINÁRIO E PROFÉTICO. O ESTUDO DE APOCALIPSE ABRANGE ESTAS TRÊS ÁREAS: 1) O Aspecto Histórico: a) O mundo já conheceu seis impérios: o Egípcio, o Assírio, o Babilônico, o Medo-persa, o Grego e por fim o Romano. Todos estiveram diretamente envolvidos com Israel, o Povo de DEUS. b) O Egito tornou-se uma grande nação por causa de José, Filho de Jacó, e foi destruído quando perseguia Israel no mar vermelho (Gênesis 39:1-2; Êxodos 14:26-28). c) O Babilônico foi levantado para castigar Israel através de Nabucodonosor. Foi destruído quando Beltsazar abusou do Senhor, bebendo vinho nos jarros santos, que seu pai havia tirado do templo em Jerusalém (2º Reis 25:8-10; Deuteronômio 5:1-4). d) O Assírio foi derrubado por DEUS quando Senaqueribe cercou Jerusalém e zombou do Senhor (2º Reis 18:19). e) O Império Medo-Persa, este intimamente relacionado ao povo judeu, conforme registram os livros de Neemias, Esdras e Ester, escritos nesta época. f) O Império Grego e sua queda foi vaticinada por Daniel no capítulo 8:5, 16 e 21, onde é feita uma alusão a Alexandre, o Grande, como o Bode Peludo que destruiria o império Medo-Persa. Este império foi destruído quando um dos quatro reis, sucessores de Alexandre (Daniel 8:23-24), que eram seus generais, chamados Ptolomeu, Seleuco, Antípater e Filétero, invadiu Jerusalém e sacrificou uma porca no altar, zombando de DEUS (Daniel 11). g) JESUS nasceu durante o império Romano, profetizado por Daniel como o quarto reino que se levantaria após o Babilônico (Daniel 2:39-40). Daniel profetizou que o império Romano destruiria Jerusalém e o templo, após o messias ter sido tirado (Daniel 9:25-26; Lucas 21:5-6), o que JESUS confirmou. Isto aconteceu 70 anos depois de CRISTO quando as legiões romanas cercaram Jerusalém e destruíram a cidade e o templo. Um terço dos judeus morreu dentro da cidade, outro terço foi crucificado ao redor da cidade e o último terço do povo foi espalhado entre todas as nações, conforme a profecia. (Ezequiel 5:12; Lucas 21:20). h) Todo o desenrolar da história está profetizado na Bíblia e tem o povo de Israel como centro dos acontecimentos. 1- A profecia sobre a volta dos Judeus à terra prometida (Ezequiel 36:8-12; 37:21-23). 2 - Os conflitos entre Árabes e Judeus (Ezequiel 36:33-36). 3 - A possível guerra entre a Rússia e Israel (Ezequiel 39:1-9; 39:18-23). i) O último império que o mundo conhecerá será o do anticristo. Ele será destruído quando se levantar contra os Judeus , quando então eles olharão para quem traspassaram, JESUS (Zacarias 12:10). Então o Senhor voltará e toda a nação se converterá a Ele. 1 - A pessoa do anticristo (2 Tessalonicenses 2:3). 2 - Seu poder sobrenatural (2 Tessalonicenses 2:7-10; Apocalipse 17:11-15). 2) O Aspecto Moral: a) Ao sabermos que o Senhor breve virá para arrebatar a sua igreja, somos levados a preocupar com a nossa santificação. JESUS conta uma parábola sobre as dez virgens esperando a vinda do noivo, referindo-se à sua volta e ao arrebatamento da igreja. Numa parábola, cinco virgens não tinham azeite em suas lâmpadas, por isso não viram quando o noivo chegou e, como conseqüência não entraram nas bodas.O arrebatamento está para acontecer, quando a igreja do Senhor JESUS será tirada para não passar pela grande tribulação que virá sobre o mundo. Ele nos exorta a ficarmos alertas porque virá como um ladrão à noite naquele dia. JESUS virá para aqueles que O esperam. 1 - O arrebatamento. Como será, quando será e quem subirá (1º Tessalonicenses 5:1-11; Marcos 13:28-37). 2 - O arrebatamento será em um átomo de tempo. Primeiro os que dormem em CRISTO ressuscitarão, depois nós, os que estivermos vivos, teremos nossos corpos transformados e subiremos para encontrar o Senhor, nos ares (1º Tessalonicenses 4:13-18). 3 - O Aspecto Profético a) Daniel profetizou que, nos últimos dias, a ciência se multiplicaria. Estamos vendo isto acontecer (Daniel 12:4). b) Ezequiel profetizou que os judeus voltariam à terra prometida (Ezequiel 37:21-23). 1 - Depois de 1.900 anos espalhados pelo mundo, os Judeus retornaram em 1948 e lá estão até hoje, contra tudo e todos (Ezequiel 38:8). c) Após o arrebatamento, o anticristo virá e estabelecerá o seu reinado com a ajuda de dez nações e do Império Romano, que nunca caiu, pois até hoje Roma possui um César cujo poder é reconhecido no mundo inteiro: o próprio Papa (Apocalipse 17). Este Império durará sete anos, quando então JESUS voltará para destruir as forças satânicas. d) O Império do anticristo - 7 anos. (Daniel 9:26-27). e) A procedência do Império - visão de Nabucodonosor (Daniel 2:1-5; 7:16-25). 1 - A 1ª fase do reinado do anticristo - falsa paz (Daniel 9:27). 2 - A aliança com as dez nações. (Apocalipse 17:3, 12-9). 3 - A aliança com a grande prostituta (Apocalipse 13:7-9; 17:1-9). 4 - A aliança com Israel e a reconstrução do templo (Daniel 9:25-27). 5) A 2ª fase do reinado do anticristo - dores (Apocalipse 9:1-12). 6) A guerra entre as dez nações (Daniel 2:42-43). 7) A destruição da grande prostituta (Apocalipse 17:15-17). 8) A marca da besta e a tecnologia atual (Apocalipse 13:16-18). 4) Cremos não haver dúvida de que a segunda vinda de CRISTO se dará em duas fases: Arrebatamento da igreja, e manifestação da pessoa de CRISTO em glória. a) Na primeira fase, o arrebatamento da igreja, JESUS virá para os seus. Não tocará os seus pés na terra, tampouco será visível ao mundo. Ele virá até às nuvens, onde receberá a sua igreja para que com ele adentre às mansões celestiais (1º Tessalonicenses 4:17). b) Já na segunda fase, a manifestação propriamente dita, sete anos após a primeira, JESUS virá com os seus. Nesse momento, sim, todo olho o verá, não como um CRISTO abatido e humilhado, mas exaltado e triunfante (Zacarias 14:4). 5) A Batalha do Armagedom a) A palavra ARMAGEDOM significa monte de megido. Também conhecido como a planície de Jezreel. Nesse amplo e espaçoso lugar, os exércitos do anticristo estarão congregados para o ataque decisivo contra Jerusalém. b) Quando Jerusalém estiver cercada pelos exércitos do anticristo e aos Judeus não restar escape, então eles clamarão angustiados pelo auxílio de DEUS. Nesta hora, dar-se-á a manifestação de JESUS, revestido com poder e glória (Isaias 52:8; Mateus 24:30). c) O triunfo de JESUS sobre os exércitos do anticristo será esmagador. Destruindo os exércitos hostis a Israel, o anticristo e o falso profeta serão lançados no lago de fogo e enxofre (Apocalipse 19:20). 6) O Milênio a) Ao aprisionamento de Satanás, seguir-se-ão mil anos de paz e de governo perfeito sob o reinado do Senhor JESUS, assinalando o começo de uma nova dispensação (Apocalipse 20:6). b) Esse período não é o princípio de um mundo novo, mas o fim de um mundo antigo. O que o sábado judaico é para a semana, assim será o milênio para a era presente. c) Dois grupos de povos distintos tomarão parte no milênio: os crentes glorificados, consistindo dos santos do antigo e do novo testamento, da igreja triunfante, dos santos oriundos da grande tribulação; e os povos naturais, em estado físico normal, vivendo na terra, a saber: judeus salvos saídos da grande tribulação, gentios poupados no julgamento das nações e o povo nascido durante o milênio propriamente dito. d) No milênio, a igreja estará glorificada com CRISTO na Jerusalém celestial. A igreja exercerá a co-regência com CRISTO durante esse período (Apocalipse 21:22-23) revestidos de um corpo glorificado, os salvos estarão acima das limitações do tempo e do espaço sujeitos quando ainda em seus corpos mortais. Terão um corpo como o de CRISTO Ressurreto, que se locomove sem obstáculos e sem barreiras. e) A própria terra passará por transformações que alterarão sensivelmente, para melhor, o seu clima e sua produtividade. Também os animais sofrerão mudança na sua natureza durante essa época áurea. A ferocidade deles será removida para dar lugar à docilidade. Não mais se atacarão, nem, representarão qualquer ameaça ao homem. (Isaias 65:25). f) Toda criação, afetada que foi pela queda do homem, de igual modo participará das bênçãos decorrentes do governo milenar de CRISTO (Romanos 8:18-23). 7) Terminado o milênio, Satanás será novamente solto por um breve espaço de tempo (Apocalipse 20:7). Esta soltura de Satanás servirá para: a) provar às pessoas que nasceram durante o milênio; b) demonstrar pela última vez quão pecaminosa é a natureza humana, e que o homem por sí mesmo jamais se salvará, mesmo sob as melhores condições; c) demonstrar que o Diabo é completamente incorrigível. 8) Satanás sai a ajuntar as nações da terra para a batalha, mas será derrotado e lançado no lago de fogo e enxofre onde está a besta e o falso profeta (Apocalipse 20:8-10). 9) Após este evento, será estabelecido o Juízo do grande trono branco, o Juízo Final. É nessa época que todos os ímpios mortos ressuscitarão para ouvir sua sentença final diante do trono de DEUS. Até mesmo a morte e o inferno serão lançados no lago de fogo, a segunda morte. (Apocalipse 20:11-15). O JUIZO DO TRONO BRANCO, JUIZO FINAL, CONDENAÇÃO AO LAGO DE FOGO E ENXOFRE. RESUMO: HEBREUS 5.12-14; 6.1,2 1-ARREPENDIMENTO DE OBRAS MORTAS: Ef 2.8-10 2-FÉ EM DEUS Ef 2.8 3-A DOUTRINA DOS BATISMOS (NAS ÁGUAS Mt 3- NO ESPÍRITO SANTO At 2 - DE MORTE Mc 10.38) 4-IMPOSIÇÃO DE MÃOS (AUTORIDADE – Mc 16.15-18 5-RESSURREIÇÃO DOS MORTOS – 1 Co 15.12 Dn 12 6-JUÍZO ETERNO – AP 9.6; 13.7,8; 20.11-15 A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO 6.1. O contraste entre o homem maduro e a criança passa agora a ser desenvolvido por uma descrição daquilo que a criança espiritual deve deixar para trás a fim de amadurecer. O escritor introduz uma exortação dupla: pondo de parte e deixemo-nos levar. Estão incluídos, portanto, um olhar para trás e outro olhar para a frente. Todo o progresso é assim. Aqueles que nunca vão além dos inícios nunca amadurecem. Quais, porém, são estes princípios, na mente do autor? São descritos assim: os princípios elementares da doutrina de CRISTO (ho tès archès tou Christou logos), expressão que representa palavras passíveis de diferentes interpretações. O significado poderia ser “a palavra do início de CRISTO”, ou como aqui na ARA, que aplica o princípio (archès) à doutrina e não a CRISTO. Não há dúvida de que a primeira maneira de entender o grego é mais natural, por causa da ordem na qual as palavras ocorrem. Mas o que significa aqui “o início de CRISTO”? Um paralelo pode ser visto em 5.12 onde são mencionados “os princípios elementares dos oráculos de DEUS.” Evidentemente, alguns aspectos básicos de CRISTO devem estar em mira aqui. O “princípio,” portanto, seria a compreensão inicial da posição cristã que a diferenciava do judaísmo. A segunda injunção positiva: deixemo-nos levar para o que é perfeito, é expressa no grego, de modo um pouco inesperado, numa forma passiva, no sentido de: “sejamos levados para a maturidade (ou a perfeição).” Esta forma sugere um elemento de entrega a uma influência mais nobre, como se o processo da maturação não fosse uma questão da nossa engenhosidade. A maturidade espiritual não é do tipo que pode ser recebido mediante pedido, mas, sim, requer poderes superiores às capacidades naturais do homem. Apesar disto, este escritor está profundamente consciente da responsabilidade do próprio homem, como demonstram suas declarações subseqüentes neste capítulo. Há, claramente, fatores na experiência espiritual de um homem que podem, efetivamente, cortar ocrescimento. Não pode ser “levado para o que é perfeito” se não tem desejo algum de ser perfeito. Há seis fatores na descrição das doutrinas elementares de CRISTO: o arrependimento e a fé, os batismos e a imposição das mãos, a ressurreição e o juizo. O agrupamento em três partes pares provavelmente não é acidental. Os dois primeiros são básicos para o caráter essencial de uma fé cristã viva. É importante que estes até são chamados uma base, que, por sua própria natureza, não precisa de renovação. A estultícia de um construtor cuja obra é tão insatisfatória que deve começar de novo pelos alicerces é evidente em si mesma. Mas o escritor está sugerindo que seus leitores talvez não estivessem recebido o alicerce verdadeiro no início das suas vidas cristãs? As palavras não lançando de novo parecem militar contra essa idéia. A sugestão é que o alicerce já foi lançado e que o necessário é desenvolver uma estrutura adequada. A expressão arrependimento de obras mortas é única. Em nenhum outro lugar, a não ser em 9.14, que fala em purificar a consciência de obras mortas, a idéia de morte é aplicada às obras. É, no entanto, aplicada à fé (Tg 2.17), ao corpo (Rm 8.10) e aos homens (Rm 6.11; Ef 2.1,5; Cl 2.13). Em cada caso a morte indica um estado de não-funcionamento. Quando a fé está morta, não está cumprindo seu propósito verdadeiro. Julgada por sua inutilidade, seria a mesma coisa se ela não existisse. As obras mortas, segundo a mesma analogia, seriam as obras que tinham apenas a aparência de obras, mas às quais faltava qualquer poder eficaz. No presente caso, pode haver uma alusão à idéia judaica de atingir a justificação mediante as obras, que de um ponto de vista cristão seriam consideradas “mortas” por serem ineficazes. Todos aqueles que se voltassem do judaísmo para o cristianismo necessitariam de arrepender-se da sua confiança nas boas obras. Num sentido mais geral, o primeiro passo para todos os que se voltam para o cristianismo é o arrependimento, conforme demonstram João Batista, o próprio JESUS, e os pregadores primitivos. O mesmo pode ser dito acerca da exigência básica da fé em DEUS (epi Theonj, que ressalta fortemente a direção da fé: “em relação a DEUS.” Todas as várias partes do Novo Testamento testificam da necessidade da fé em qualquer abordagem a DEUS. Esta Epístola tem, em certos aspectos, um uso distintivo de “fé” (cf. 4.2; 6.12; 10.22, 38, 39; 11.1-39; 12.2; 13.7). Aqui, o significado deve ser a resposta da fé à provisão de DEUS. No capítulo 11, a ênfase é colocada na atividade da fé. Não se pode negar o caráter dinâmico da fé, vista através dos olhos deste escritor. 2. As duas doutrinas elementares que se seguem são, por contraste, atos externos de um tipo cultual. Os batismos e a imposição de mãos têm seu paralelo no judaísmo, mas claramente tinham um significado diferente ao serem aplicados ao cristianismo. As “abluções” (RSV) dizem respeito literalmente a batismos (baptismòn). O plural demonstra que não é simplesmente um só ato; pelo contrário, várias purificações rituais estão em mente. Deve ser notado que a comunidade de Cunrã observava alguns tipos de purificações rituais, mas não há evidência de que este tipo de ritual era praticado na igreja cristã. Não é impossível que o escritor tenha usado o plural para sugerir uma comparação entre a prática cristã do batismo e a idéia judaica da lavagem,53 porque a palavra é usada noutros trechos no sentido geral de lavagens cultuais (Hb 9.10 - “abluções” ARA). Uma vez que estas práticas são introduzidas pela palavra ensino, que também se estende à terceira copla, parece que o escritor está negando a necessidade de qualquer ensino básico adicional sobre estas facetas cristãs elementares. A imposição de mãos, que na prática judaica era vinculada com a transmissão de uma bênção, na igreja adquiriu um novo sentido. Há muitas ocorrências em que a imposição de mãos está ligada com a cura (cf. Mc 16.18; At 28.8, onde tem conexão com a cura cristã por este meio). O sentido aqui, no entanto, é mais específico. Provavelmente incluísse a transmissão de dons específicos (cf. At 8.17; 13.3; 19.6; 1 Tm 4.14) A prática aqui é de caráter básico, e presumivelmente tem relacionamento com todos os cristãos, e não simplesmente com aqueles que são chamados para tarefas especiais (como na ordenação). Pode ter, portanto, seu paralelo em Atos 8.17; 19.6, sendo que nos dois casos houve o acompanhamento do dom do ESPÍRITO. Os outros dois fatores são de caráter doutrinário. A ressurreição dos mortos e o juízo eterno nem por isso deixam de ser uma parte constituinte essencial do ensino cristão. O primeiro destes fatores é tão essencial que os pregadores primitivos não podiam pregar sem introduzilo. Nunca mencionam a morte de CRISTO sem incluir a Sua ressurreição. Além disto, a aplicação da mesma idéia aos crentes é implícita (cf. At 23.6 e especialmente 1 Co 15.12ss.). O Novo Testamento não faz sentido se a ressurreição dos mortos for negada. O escritor nío argumenta sobre esta questão. Considera-a suficientemente óbvia para ser incluída nas doutrinas elementares. O mesmo se aplica ao julgamento. O uso do adjetivo “eterno” pode ser comparado com Marcos 3.29, onde é mencionado o conceito do “pecado eterno.” É possível que a expressão aqui pretenda ter um sentido abrangente, para incluir o ensino escatológico básico que todos os cristãos receberiam. Cada crente deve ter algum conhecimento tanto da ressurreição quanto do julgamento, porque os dois estão ligados a uma consciência das exigências bem como da gloriosa provisão de DEUS. Este tema de julgamento não é infreqüente em Paulo. Parte do problema que os Hebreus enfrentavam era a semelhança superficial entre as doutrinas elementares do cristianismo e as do judaísmo, que tomava possível aos judeus cristãos pensar que poderiam sustentar as duas coletâneas de doutrinas. O perigo da apostasia era muito maior para eles do que para os convertidos do paganismo. 3. As palavras: Isso faremos, se DEUS permitir podem ser entendidas como uma exortação: “Façamos assim, se DEUS permitir,” conforme alguns manuscritos. Mas, entendidas como uma resolução específica da parte do escritor, confiantemente ligando seus leitores consigo mesmo, as palavras têm mais aplicação. Certamente o escritor não duvida que DEUS deseja que Seu povo avance na vida espiritual. A única outra ocasião no Novo Testamento em que uma frase paralela é usada é em 1 Coríntios 16.7, onde Paulo a emprega em relação aos seus planos propostos. Já que o escritor passa na seção seguinte a falar da apostasia, talvez esteja pensando nas condições em que DEUS permite o progresso. Neste caso, a condição é a acrescentada como lembrança de que avançar para a maturidade não é mecânico nem automático, mas, sim, envolve levar em conta as condições de DEUS. Não poderia ter havido dúvida alguma na mente do autor de que DEUS deseja a maturidade no Seu povo. Seria contrário à natureza de DEUS conforme é vista nesta Epístola supor doutra forma. 4. Que há uma conexão específica entre a declaração que acaba de ser feita e a discussão acerca da apostasia fica claro por causa da conjunção pois (gar). Há pelo menos uma possibilidade teórica de que a maturidade espiritual possa revelar-se inatingível. É importante para uma compreensão verdadeira deste versículo reconhecer este contexto. É igualmente importante notar que a declaração depende do cumprimento de uma condição, conforme demonstra a cláusula com “se” no v. 6. As várias maneiras que este autor adota no uso da palavra impossível (adynatonj são instrutivas. Aqui, emprega-a para a impossibilidade do arrependimento em certas circunstâncias; em 6.18, acerca da impossibilidade de DEUS revelar-Se falso; em 10.4, acerca da incapacidade do sangue dos animais de remover o pecado; e em 11.6, acerca da impossibilidade de agradar a DEUS sem fé. Em cada caso, não há provisões para um meio-termo. Todas estas declarações são absolutas. A presente declaração, no entanto, é a que causa mais dificuldade e pode ser corretamente compreendida somente quando todas as facetas do caso forem examinadas na sua totalidade. Há quatro verbos para descrever os sujeitos da impossibilidade: (i) iluminados (phõtisthentas), (ii) provaram (geusamenous), (iii) se tomaram participantes (metochous genêthentas), (iv) provaram a boa palavra (kalon geusamenous). Aparentemente, os três últimos verbos visam tomar claro o sentido em que o primeiro é usado. A idéia da iluminação é característica do Novo Testamento em relação à mensagem de DEUS ao homem (cf. também 10.32 na outra passagem sobre a apostasia). Isto é especialmente verdadeiro no que diz respeito ao Evangelho segundo João em que JESUS declara ser a luz do mundo (8.12; cf. 1.9). Outro paralelo é 2 Coríntios 4.4, que diz: “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de CRISTO.” Sempre que a luz tem brilhado nas mentes individuais, tem vindo alguma compreensão da glória de CRISTO. Bruce55 acha tentadora a opinião de que a iluminação se refira ao batismo e ao provar a eucaristia, mas aceita, especialmente neste último caso, uma referência mais ampla também. Hughes56 cita exemplos de escritores patrísticos que adotaram este tipo de interpretação. Ele mesmo, porém, prefere um sentido metafórico, i.é, o sentido de experimentar a bênção. Aqueles que são referidos aqui, portanto, devem ter alguma revelação inicial de JESUS CRISTO. Este conceito é reforçado pelas outras três declarações que são feitas. A idéia de provar o dom celestial subentende mais do que um mero conhecimento da verdade. Subentende a experiência dela. Este é um uso lingüístico do Antigo Testamento (cf. SI 34.8). No Novo Testamento, 1 Pedro 2.3 contém a mesma idéia. Há um desenvolvimento entre saber acerca do alimento, até mesmo gostar da aparência dele, e realmente prová-lo. Ninguém pode apenas fingir provar um alimento. Naturalmente, nem sempre o provar é agradável, e no caso hipotético que o escritor estava supondo, claramente não o era. O dom celestial não foi apreciado. Mas o que significa esta expressão? Em nenhuma outra parte do Novo Testamento “o dom celestial” (tès dõreas tês epouraniou) é mencionado, embora a idéia de um dom de DEUS ocorra várias vezes, principalmente em relação ao ESPÍRITO SANTO (cf. At 10.45; 11.17). Noutros casos, é ligado com a graça de DEUS (Rm 5.15; Ef 3.7; 4.7), onde abrange a totalidade da dádiva da salvação. Na presente declaração, o conteúdo do dom não é definido, mas a sua origem não fica em dúvida. Embora tenha sido sustentado que “celestial” descreve, não a origem, mas, sim, a esfera em que o dom é exercido, ainda demonstraria que o dom não é de feitio humano. Deve ser notado que a palavra usada aqui para “dom” é usada exclusivamente para dons espirituais no Novo Testamento. A terceira declaração está estreitamente vinculada com a anterior, porque o tipo de pessoa que o escritor está imaginando consiste daqueles que se tomaram participantes do Espirito SANTO, o que se harmoniza com o dom do ESPÍRITO. Mesmo assim, é provável que isto seja visto como um aspecto distintivo na sua experiência. Já encontramos a palavra para “participantes” (metochoi) em 1.9; 3.1, 14, e a encontraremos outra vez em 12.8. A única outra ocorrência da palavra no Novo Testamento é em Lucas 5.7, onde significa “companheiros.” Visto que em 3.1 o escritor está se dirigindo àqueles que participam de uma vocação celeste, o mesmo sentido deve ser pretendido aqui. A idéia de participar do ESPÍRITO SANTO é notável. Isto imediatamente distingue a pessoa daquela que não tem mais do que um conhecimento superficial do cristianismo. 5. A quarta declaração: e provaram a boa palavra de DEUS, introduz ainda outro aspecto da experiência cristã. A repetição da metáfora do “provar” demonstra a importância que o escritor ligava a ela. Mas esta vez é uma questão de provar a “bondade” (kalon), palavra esta que incorpora em si alguma noção de beleza. Inclui a atratividade bem como a bondade moral. É contrastada com o mal em 5.14. Descreve uma boa consciência em 13.18. É algo altamente desejável. Isto se encaixa bem com a metáfora. É agradável ao paladar. Além disto, não é por acidente que o que é provado não é a própria palavra de DEUS, mas, sim, a sua bondade. A distinção é importante. É possível abordar a palavra de DEUS de modo sincero, mas sem efeito. No presente caso, os que provavam a bondade estavam bem imersos na experiência cristã. A frase descritiva “palavra de DEUS” (Theou rhèma) ocorre outra vez em 11.3 e nalguns outros lugares no Novo Testamento, mas não é tão freqüente quanto a expressão mais geral, porém paralela (Jogos tou Theou), que ocorrre nesta Espístola em 4.12 e 13.7. A presente frase chama a atenção mais a uma comunicação específica de DEUS do que a uma mensagem geral de DEUS. De fato, pode, mais provavelmente, referir-se à experiência de DEUS que a pessoa conhece na conversão, quando a maravilhosa condescendência de DEUS para com os pecadores raia sobre a alma em toda a sua beleza resplandecente. Mas o provar também chega “à bondade dos poderes do mundo vindouro, ” que parece uma idéia estranha. Se a era do porvir ainda é futura, conforme sugerem as palavras (mellontos aiònos), não pode ser que o escritor quer referir-se a uma esperança remota. Visto que emprega “estes últimos dias” (1.1) para denotar os dias da inauguração do Messias, é bem possível que aqui esteja pensando no antegozo presente de uma experiência que não chegará ao seu clímax até à segunda vinda. De qualquer maneira, está mais interessado nos poderes da era vindoura, o que sugere a operação das mesmas influências poderosas que terão pleno domínio naquela era futura. 6. Finalmente, a parte condicional da frase aparece: “se então cometerem a apostasia” (no grego, o condicional é expresso por um particípio: parapesontas - ARA: e caíram). A declaração que segue é aplicável somente quando a experiência da iluminação e da participação é ligada com uma apostasia completa (conforme é indicado pelo tempo do aoristo). A idéia da apostasia é expressa por um verbo que ocorre exclusivamente aqui no Novo Testamento. O significado da sua raiz é “cair para o lado,” i.é, o desvio de um padrão ou caminho aceito. A declaração subseqüente neste caso toma clara a natureza irrecuperável da apostasia. É dito que de novo estão crucificando para si mesmos o Filho de DEUS, e o verbo composto empregado (anastaurountas) demonstra que o escritor está pensando em uma repetição da crucificação. Não poderia ter expressado a seriedade da apostasia em termos mais enfáticos ou mais trágicos. Enquanto pensa naquilo que os inimigos de JESUS fizeram a Ele, até mesmo vê aqueles que se desviam dEle como igualmente responsáveis. Talvez esteja pensando que tais apóstatas seriam mais culpáveis do que aqueles que originalmente clamaram “crucifica-o,” que nunca conheceram coisa alguma acerca da maravilhosa graça de DEUS através de CRISTO. Qualquer pessoa que voltasse do cristianismo para o judaísmo se identificaria não somente com a descrença judaica, como também com aquela maldade que levou a crucificação de JESUS. As palavras para si mesmos ou “por conta própria” tomam claro que devem assumir a plena responsabilidade pela crucificação. Além disto, o escritor explica que o efeito desta ação é este: expondo-o [CRISTO] à ignominia (paradeigmatizontas, outra palavra achada somente aqui no Novo Testamento). Não poderia haver maneira mais vívida de identificar a posição dos apóstatas com aqueles cujo ódio a CRISTO os levou a exibi-Lo como objeto de desprezo numa odiada execução romana. A condenação destas pessoas é tão forte que nada senão a atuação mais grave da parte deles poderia explicá-la. Subentende uma atitude de hostilidade incessante. Esta passagem tem causado extensos debates, e tem resultado em muitos mal-entendimentos. O problema principal é se o escritor está dando a entender que um cristão pode cair tão longe da graça ao ponto de ser culpado do pior delito possível contra o Filho de DEUS. Se a resposta for “sim,” como explicaremos aquelas outras passagens que sugerem a segurança eterna dos crentes? As seguintes considerações podem nos ajudar a compreender a mente do escritor a esta altura: (i) Calvino, convicto de que DEUS vigiava Seus eleitos, somente podia supor que o ato de “provar” mencionado aqui era meramente uma experiência parcial e que as respectivas pessoas não corresponderam a ela. A dificuldade com semelhante hipótese é que não está à altura das palavras da Epístola, que não dão impressão alguma de iluminação incompleta. Calvino fala dalguns vislumbres de luz. Faz uma distinção entre a graça recebida pelos réprobos e a que é recebida pelos eleitos. (ii) Do outro lado, pode ser alegado que, tendo em vista as declarações desta Epístola, permanece a possibilidade para qualquer crente apostatar da mesma maneira descrita aqui? Isto tomaria menos certa qualquer garantia da fé. Até mesmo tem sido sugerido que a severidade da advertência aqui talvez forme uma ligação com o pecado imperdoável contra o ESPÍRITO SANTO. Alguns têm ficado profundamente perturbados, perguntando-se se já cometeram semelhante pecado, mas ninguém com um estado de mente tão endurecido ao ponto de expor o Filho de DEUS à ignomínia se preocuparia em qualquer momento com uma questão desta natureza. A própria preocupação é evidência de que o ESPÍRITO SANTO ainda está ativo. (iii) Deve ser levado em conta que nenhuma indicação é dada nesta passagem de que qualquer dos leitores tinha cometido o tipo de apostasia mencionada. Parece que o escritor está refletindo sobre um caso hipotético, muito embora, na natureza do argumento inteiro, deve ser suposto que era uma possibilidade real. A intenção, claramente, não é fazer uma dissertação sobre a natureza da graça, mas, sim, dar uma advertência nos termos mais enfáticos possíveis. A passagem inteira é vista do lado das responsabilidades do homem e deve, portanto, ser considerada limitada. Noutras palavras, o lado divino deve ser contrastado com esta passagem para ser obtido um equilíbrio verdadeiro. (iv) A passagem, além disto, declara a impossibilidade em termos de restaurar os transgressores a uma nova condição de arrependimento (w. 4-6). Surge a pergunta acerca do escopo do arrependimento aqui. Referese ao ato inicial de um homem quando vem a DEUS, no sentido em que parece ser usado no v. 1? Se for assim, é claramente impossível uma segunda realização de semelhante ato inicial, embora seja certamente possível lembrar-se dele. Visto que o arrependimento é um ato que envolve a auto-humilhação do pecador diante de um DEUS santo, fica evidente porque um homem com uma atitude de desprezo para com CRISTO não tem possibilidade de arrependimento. 0 processo do endurecimento fornece uma casca impenetrável que remove toda a sensibilidade para com o pleitear do ESPÍRITO. Chega-se a um ponto de nenhum retomo, quando, então, a restauração é impossível. Embora o escritor esteja expondo um caso extremo, tem confiança nos seus leitores (v. 9). Apesar disto, acha necessário voltar a advertir severamente no cap. 10. 7-8. O que acaba de ser dito ilustra um princípio que pode ser apoiado pela natureza. Negligenciar o cultivo da terra leva a resultados sem valor, da mesma maneira que a recusa de apegar-se às provisões da graça de DEUS leva à bancarrota espiritual. O Novo Testamento contém muitos exemplos de ilustrações agrícolas sendo usadas para recomendar verdades espirituais. Baseia-se parcialmente no conceito de que as leis naturais estão ligadas com as leis espirituais, porque os dois tipos de leis têm o mesmo originador e, por esta razão, os fenômenos naturais podem servir de analogias espirituais. Ninguém se queixa dos espinhos e dos abrolhos que se devem à negligência, mas todo agricultor espera que, dada a condição correta de umidade, a terra cultivada produzirá a erva útil. Estranhamente, a ação humana não é mencionada, mas a frutificação é julgada pela sua utilidade aos agricultores e mesmo para outras pessoas. No âmbito espiritual, algum tipo de frutificação é essencial para o mais pleno cultivo da experiência espiritual. Aqueles indivíduos ou grupos que não produzem nada para compartilhar com os outros são estéreis (cf. 5.12, que sugere que os leitores enfrentam uma tentação deste tipo). Vale notar que é a terra, e não o povo que, segundo se diz, recebe bênção da parte de DEUS, o que, presumivelmente, significa que sua própria produtividade á aumentada por DEUS. Sem dúvida, o conceito bíblico da ceifa e' que DEUS dá o crescimento. Os espinhos e abrolhos são uma lembrança direta de Gênesis 3.17- 18, onde a maldição sobre a terra tomaria esta forma e a labuta do homem seria exigida para dominá-los e cultivar a terra. Conforme sabem todos os agricultores, uma colheita de ervas más só serve para ser queimada. É importante notar que as palavras perto está da maldição são menos enfáticas do que teria sido sem a palavra “perto” (engys), mas não deixam de chamar a atenção à iminência constante do fim. A queima das ervas más não seria atrasada por muito tempo se elas persistissem.S9 A palavra traduzida rejeitada (adokimos) ocorre em 1 Coríntios 9.27 no sentido de desqualificado, e em 2 Coríntios 13.5 no sentido de não passar no teste. Não é nenhuma rejeição arbitrária, mas, sim, o resultado do exame apropriado. Neste caso, a terra revela-se inútil pela ausência de frutificação efetiva. 9. A esta altura o escritor volta-se para o encorajamento. Suas advertências severas chegaram ao fim, por enquanto, e quase se apressa para assegurar os leitores que não considera que eles chegaram à posição extrema da qual falara. As palavras: Quanto a vós outros (peri hymòn) marcam um forte contraste com os supostos apóstatas, o que acrescenta peso à sugestão de que estes últimos eram hipotéticos. O escritor até mesmo repetinamente chama os leitores de amados, o que não faz em nenhuma outra parte desta Epístola, e isto transmite um senso de calor especial. Obtém mais força por causa do seu contraste com as advertências anteriores. Há usos semelhantes da palavra nas Epístolas paulinas (e.g. 1 Co 10.14; 2 Co 12.19). Realmente, Paulo a usa em todas as suas cartas a não ser Gálatas, 2 Tessalonicenses e Tito, e ocorre na maioria dos demais livros do Novo Testamento. Pode-se dizer, portanto, que é um termo predileto de afeição cristã. Não é sem certa significância que os Evangelhos Sinóticos registram ocasiões em que JESUS foi chamado de “amado” por uma voz celestial. No presente caso, o uso desta palavra demonstra a verdadeira solicitude do escritor para com seus leitores. Estamos persuadidos (pepeismetha) aparece como a primeira palavra no texto grego, e, portanto, leva mais ênfase do que a tradução sugere. De fato, o tempo perfeito revela que não se trata dalguma decisão do momento, mas, sim, do resultado permanente da consideração passada. Esta forte persuasão subjazia todas as advertências que acabaram de ser dadas. Parece ter sido derivada do conhecimento pessoal que o escritor tinha dos leitores. A referência às coisas que são melhores está em harmonia com o uso característico da palavra “melhor” nesta Epístola. Neste caso, o contraste está com os apóstatas. A posição cristã verdadeira sempre está do lado do “melhor” em comparação com o “pior.” As “coisas” são especificadas como sendo as pertencentes à salvação, que literalmente significa as que “se apegam” à salvação. O que parece que o escritor está dizendo é que suas convicções acerca deles dizem respeito à esfera inteira da salvação e, realmente, isto fica claro no versículo seguinte. 10. Como base para sua firme persuasão, o escritor cita dois fatores: (i) a justiça de DEUS e (ii) as obras dos leitores. Sua consciência da justiça de DEUS, ou, melhor, a convicção de que DEUS não pode ser injusto (porque é expressada aqui com uma dupla negação, ou gar adikos), é outra parte integrante da teologia do escritor. Pode citar com aprovação Deuteronômio 4.24, que DEUS é um fogo consumidor (12.29), mas não O considera um tirano que não presta atenção à justiça. Em 1.9 cita a atribuição paralela do salmista a DEUS: do amor à justiça e do ódio da iniqüidade. A palavra de DEUS é uma palavra de justiça (5.13) e o escritor diz que a disciplina divina produz fruto pacífico da justiça (12.11). O escritor não pode conceber que DEUS pode ficar esquecido do trabalho e do amor que, na sua opinião, procederam da graça. Esta combinação entre vosso trabalho e o amor que evidenciastes é importante, porque o trabalho é expressado em termos do amor, e não deve ser considerado independente dele. É tomado por certo que aqueles que demonstram amor por meio de servir aos santos estão exibindo os resultados das coisas que são melhores. As palavras adicionais para com o seu nome demonstram que DEUS considera que atos de bondade praticados ao Seu povo são feitos para Ele mesmo. O impacto das palavras no grego ressalta vividamente este fato, visto que o amor é dirigido para (com) o seu nome (eis to onoma), e, portanto, “para Ele”. Não há comparação nem contraste com a oferta de esmolas pelos judeus aqui, embora possa ser notado que, para os judeus, o amor não era muito importante. O amor cristão para com os santos vai muito além de dar esmolas, embora esta última ação não deva ser negligenciada. O serviço baseado no amor é totalmente diferente do serviço que é realizado para acumular mérito. O fato de que aqueles leitores estavam tão solícitos para com seus irmãos cristãos diz muita coisa a favor deles. É a convicção do escritor que estas ações demonstravam que a graça de DEUS ainda estava ativa entre eles. 11-12. Embora o amor deles seja recomendável, há outras áreas em que o mesmo espírito poderia ser exercitado, e o escritor nota algumas destas. O verbo Desejamos (epithymoumen) é enfático, e expressa mais do que um desejo piedoso. Sua forma plural acrescenta intensidade, porque o escritor está expressando aquilo que, segundo sabe, será compartilhado pelos cristãos de modo geral. O desejo é a plena certeza da esperança (plèrophoria), palavra que volta a ocorrer no clímax da exposição (10.22), onde a possibilidade de semelhante “plena certeza” é inquestionvel à luz do sacrifício de JESUS. O forte desejo do escritor é que os leitores possam ter plena certeza da esperança, isso sugere que, no momento, está faltando. É possível que o conflito sobre a atração do judaísmo estivesse despojando-os da alegria desta certeza. É possível os cristãos terem grande amor para com seus irmãos e ainda ter falta de certeza para si mesmos. Oxalá a diligência do amor transbordasse para a certeza! É um fato triste que muitos daqueles que são mais ativos nas obras cristãs têm falta de convicções. Pode ser, em muitos casos, porque estão dependendo das obras para contribuírem para sua salvação, abordagem esta que nunca poderia levar à certeza, visto que nunca poderiam saber se suas obras eram suficientes. Outro aspecto interessante é que o forte desejo é dirigido a cada um de vós, tomando, portanto, individual tanto a diligência quanto a plena certeza. Estas duas são experiências que não têm sua origem em grupos. Para que não vos tomeis indolentes dá o complemento à diligência. A palavra aqui traduzida indolentes (nõthroi) já foi aplicada aos leitores em 5.11, onde são chamados “tardios em ouvir.” Semelhante lerdeza, se não for refreada, se desenvolverá numa incapacidade de fazer qualquer progresso. Embora acabe de emitir uma advertência grave, o escritor não fala agora como em 5.11, como se fosse um fato consumado. Pelo contrário, mostra como semelhante indolência pode ser evitada. Outro alvo alternativo é um tipo certo de imitação. O Novo Testamento tem muita coisa a dizer acerca deste assunto de imitadores. No ensino de JESUS, Seus discípulos são conclamados a seguir Seu exemplo (e.g. Jo 13.15). Paulo, em mais de uma ocasião, conclamou seus convertidos a imitá-lo (1 Co 4.16; 11.1; 1 Ts 1.6; 2.14), usando a mesma palavra que aparece aqui. Semelhante imitação era de grande valor prático para aqueles que não tinham as Escrituras do Novo Testamento para fornecer padrões adequados. Os homens de DEUS que tinham aprendido novas idéias morais e espirituais ficavam sendo guias valiosos para os menos maduros. No presente caso, o padrão era providenciado da parte daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas. Tem sido sugerido que a exortação no sentido de imitar a fé dos herdeiros da promessa refere-se aos homens do Antigo Testamento e que antecipa Hebreus 11. Não parece, porém, haver razão alguma porque os cristãos também não possam ser incluídos. A combinação entre a fé e a longanimidade é sugestiva porque, embora o fato da fé por si só garanta a herança, até que esta seja possuída é necessária a paciência. A palavra usada para “paciência” (makrothymia) significa longanimidade e em Hebreus ocorre somente aqui, mas várias vezes em Paulo e umas poucas vezes noutros lugares. É uma qualidade divina (Rm 9.22) que não é natural do homem, mas fica sendo característica dos seguidores de JESUS. Está alistado por Paulo no fruto do ESPÍRITO em Gálatas 5.22. Os herdeiros da promessa são mencionados outra vez no v. 17. 13. A esta altura da discussão, o pensamento volta para Abraão que já foi mencionado em 2.16. Esta seção (w. 13-20) serve de prelúdio para a exposição do tema de Melquisedeque. O que o escritor está preocupado em demonstrar é (i) a solenidade das promessas de DEUS, (ii) Seu caráter imutável, e, portanto, (iii) a absoluta certeza da Sua palavra. Esta é realmente uma explicação da base da “plena certeza da esperança” do cristão. A promessa a Abrão foi confirmada por um juramento. Muitas vezes a promessa foi feita sem haver menção do juramento, mas a referência em Gênesis 22.16 faz a declaração específica: “Jurei por mim mesmo.” Esta é claramente a base da presente declaração: jurou por si mesmo. O escritor elabora o tema: visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, que é o equivalente de dizer que Sua própria palavra bastava. Filo (Legum Allegoriae 3.203) tem um comentário semelhante sobre Gênesis 22.16. 14-15. A promessa de que Abraão seria abençoado e multiplicado tem significância adicional quando é colocada lado a lado com o mandamento no sentido de sacrificar Isaque. Quando a obediência de Abraão foi aceita no lugar do ato, deve ter vindo com força adicional quando DEUS reforçou a promessa com um juramento. Há um indício disto no v. 15. Abraão, depois de esperar com paciência, claramente se refere à sua provação no assunto de Isaque, como resultado da qual obteve a promessa. Há um eco do v. 12, supra. Abraão é um exemplo por excelência de quem ganhou sua herança com fé e paciência. Mesmo que os leitores não pudessem pensar em qualquer outro exemplo, Abraão ilustraria admiravelmente o que o escritor queria dizer. SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA I- Devemos Buscar a Perfeição em CRISTO 1- Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de CRISTO, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em DEUS, De acordo com os eruditos da Bíblia, é usado aqui o termo grego arche, que usualmente significa “começo” de qualquer coisa, sendo empregado neste versículo com o sentido de “princípios elementares de um sistema religioso”. Em linguagem hodierna, isso significa o “abc” de qualquer campo da vida e da atividade humana. Por exemplo, alguns credos religiosos defendem quatro princípios elementares da fé cristã: JESUS salva; JESUS cura; JESUS batiza com o ESPÍRITO SANTO; JESUS leva para o céu. Com efeito, sabemos que essas verdades são puras e cristalinas; todavia, são verdades elementares da vida espiritual, pois o desejo divino é que prossigamos até a perfeição — o que parece estar faltando aqui no seio desta comunidade cristã-judaica. Eles, ao invés de se interessarem por outros temas, como a santificação, uma vida espiritual produtiva, o cultivo do verdadeiro amor, etc., estavam procurando lançar de novo “o fundamento do arrependimento de obras mortas”. O caminho da perfeição deve ser percorrido por aqueles que são sequiosos pelas verdades divinas. Os cristãos conformados acham quetudo já está muito bom; mas aqueles que têm sede de DEUS edasverdades que a sabedoria de DEUS encerra querem ir sempre adiante, até chegar “a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO” (Ef 4.13). I- Sobre algumas Doutrinas 2- e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. Este versículo contém quatro doutrinas principais, a saber: A doutrina dos batismos; Da imposição de mãos; Da ressurreição dos mortos; Do juízo eterno. a- A doutrina dos batismos. Fala-se de vários batismos nos dias apostólicos. Alguns destes batismos já eram mencionados mesmo desde o Antigo Testamento. Fala-se que os israelitas foram “... batizados em Moisés, na nuvem e no mar” (I Co 10.2). JESUS falou de “um certo batismo” que Ele haveria de experimentar (Lc 12.50). Também foi prometido por Ele aos discípulos o “batismo com o ESPÍRITO SANTO” (At 1.5). O apóstolo Paulo falou também dos “... que se batizam pelos mortos” (I Co 15.29) e Pedro, do batismo da terra pelas águas do dilúvio (I Pe 3.21). No início do cristianismo foi instituído o batismo de João e o batismo cristão. O que parece estar aqui em foco é a validade dos dois batismos mais conhecidos no Novo Testamento: o batismo de João e o batismo cristão. O escritor sagrado aqui adverte os cristãos hebreus que o não entender a utilidade de um e a eficácia do outro era ainda estar longe da perfeição e maturidade espiritual. O batismo de João Batista serviu de preparação para a aceitação do batismo cristão. O primeiro era transitório — apenas para o arrependimento —, enquanto o segundo era permanente, pois ligava-se diretamente à salvação da pessoa humana. b- A imposição de mãos. E mencionado nas Escrituras em vários atos da vida religiosa, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Ao se oferecer sacrifícios, a imposição de mãos simbolizava a transmissão dos pecados do povo ao animal que seria sacrificado (Ex 29.40; Lv 1.4). Era usado ainda para se transmitir a bênção paterna, ou sacerdotal (Gn 48.1316); para se conceder poder aos juizes para julgar o povo (Nm 23; Dt 34.9) ou para que alguém escolhido por DEUS fosse “cheio do espírito de sabedoria” (Dt 34.9). No Novo Testamento, é freqüente seu uso em curas miraculosas (Mt 9.18; Mc 16.18, etc.), nos dons espirituais (At 8.17; 19.6), como também nos dons ministeriais (At 6.6; I Tm 4.14; 5.22; 2Tm 1.6) ou na consagração de obreiros (At 6.6; 13.3). Contudo, cada ato de imposição de mãos se dava de maneiras diversificadas. Parece que não havia uniformidade ou uma doutrina específica, como talvez alguém quisesse implantar aqui, mas cada um procedia de acordo com a orientação do ESPÍRITO SANTO. c- Da ressurreição dos mortos. Depois da ressurreição do Senhor JESUS, este assunto tornou-se doutrina fundamental, enriquecida e aprofundada no cristianismo primitivo. Ignorar esta doutrina era continuar nos rudimentos cristãos dos primeiros dias de fé. Alguns haviam ensinado isso erroneamente nas igrejas de Corinto e Tessalônica, o que obrigou o apóstolo Paulo a fazer em ambas uma poderosa defesa da ressurreição de nosso Senhor (I Co 15.12; I Ts 4.13). d- Do juízo eterno. Esta expressão tem sofrido várias interpretações, mas observando o que lemos no versículo anterior, o sentido parece não ser o juízo final. Trata-se de juízos pronunciados por alguém ao ser maltratado ou escarnecido pelos inimigos por causa do Evangelho. Outrossim, parece que os mesmos juízos eram também proferidos contra alguns daqueles cristãos que haviam apostatado. O autor sagrado esclarece que os destinos espirituais de pessoas ou de nações competem a DEUS, e não a eles (Jd 9). 3- E isso faremos, se DEUS o permitir. Não podemos usar todos os exemplos das Escrituras como jurisprudência para efetuarmos certos julgamentos. Há coisas que foram escritas para nossa advertência, e não devem ser usadas como base de nossas decisões (I Co 10.11). No Antigo Testamento, foram pronunciados e executados muitos juízos e castigos contra aqueles que se opunham a DEUS e ao seu povo. Moisés, por exemplo, ordenou que a terra se abrisse e tragasse Corá e o seu grupo (Nm 16.31,32). Elias fez descer fogo do céu que consumiu cem soldados com seus dois capitães (2 Rs 1.10-12). Eliseu determinou que duas ursas saíssem do bosque e despedaçassem “quarenta e dois” moços que dele haviam zombado (2 Rs 2.23,24). Também tornou leproso Geazi, seu servo (2 Rs 5.27). JESUS pronunciou um juízo de maldição contra uma figueira que não produzia frutos (Mt 18:21). Pedro pronunciou a morte de Ananias e de Safira, sua esposa (At 5.1-11), e juízo de maldição contra Simão, o mágico de Samaria (At 8.20-24). Paulo também ordenou que Elimas, o encantador da ilha de Pafos, ficasse cego (At 13.612). Além destes juízos, outras maravilhas foram operadas em ambos os Testamentos e podem ser feitas ainda, mas “... se DEUS o permitir”. I- O Perigo da Apostasia 4- Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial e se fizeram participantes do ESPÍRITO SANTO, Os versículos 4-8 que temos aqui nesta seção mostram- nos o perigo iminente da apostasia que rondava estes cristãos- judeus do primeiro século d.C., heresias estas que se instalaram por falta de vigilância no seio da Igreja. Antes de sua morte, o apóstolo Paulo, quando dava instruções aos anciãos de Éfeso, falou de ‘lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho”, e ainda acrescentou, dizendo: "... dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si” (At 20.29,30). Uma dessas “coisas perversas” que o apóstolo menciona aqui foi a apostasia, conforme ele descreve mais adiante numa de suas cartas a Timóteo: “Mas o ESPÍRITO expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (I Tm 4.1). Na passagem em foco, o ESPÍRITO SANTO diz por meio de Paulo que “nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé...” Esta expressão, no grego do Novo Testamento, significa “levar à revolta”, “desviar”. Quando usado o verbo aphistemi na voz transitiva, significa “afastar-se”, “retirar- se”, “apostatar”, etc. Quando ligada diretamente ao mundo religioso, significa “descer um degrau”, ou seja: “descer moral e espiritualmente”. Este verbo significa rejeitar uma posição anterior, aderindo a uma posição diferente e contraditória à primeira; perder a primeira fé, repelindo-a em favor de outra crença. Paulo afirma que isso pode se dar por influência dos espíritos malignos, cuja atividade consiste em enganar os homens, desviando-lhes a atenção de CRISTO (cf. Jr 2.19; 8.5; 2Ts 2.3). Muitas destas heresias disseminadas por seitas gnósticas atingiram não somente as igrejas dos gentios, mas contaminou também uma boa parte das igrejas judaicas, às quais esta epístola se dirigia. 5- e provaram a boa palavra de DEUS e as virtudes do século futuro, Novamente aqui, como nos versículos anteriores, continua a advertência aos cristãos contra a apostasia, que poderia atingi-los por negligência ao estudo das Escrituras e desprezo das manifestações espirituais. No texto em foco, devemos analisar dois pontos de vista importantes: a Palavra e o poder de DEUS. Quando JESUS argumentava com os saduceus com respeito a ressurreição dos mortos, Ele mostrou-lhes que a sua ignorância quanto ao mundo futuro consistia nestes dois pontos: desconhecer a Palavra de DEUS e a fonte do seu poder. Então o Mestre diz: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de DEUS” (Mt 22.29). Atualmente, muitos erros doutrinários com respeito aos dons espirituais partem de corações e mentes desprovidos deste conhecimento. E o problema maior sobre isso é que, além da pessoa não ter conhecimento das “... virtudes do século futuro”, ainda procura propositadamente ignorá-las (I Co 2.14). 6- e recaíram sejam outra vez renovados para arrepenámento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de DEUS, e o expõem ao vitupério. A apostasia leva a pessoa a retroceder na vida espiritual e impossibilita o sentimento de arrependimento. A missão sombria da apostasia é neutralizar a operação miraculosa do ESPÍRITO SANTO. A apostasia entenebrece a mente que foi iluminada pelo ESPÍRITO SANTO quando produziu na pessoa o arrependimento. O termo “recaíram”, usado aqui pelo autor sagrado, é o equivalente de Hebreus 3.12, onde “um coração mau e infiel” leva a criatura humana a “se apartar do DEUS vivo”. Essa apostasia é introduzida no ambiente cristão por ensinos “doutrinários”, visto que aqueles que por ela são enredados, “... crucificam o Filho de DEUS, e o expõem ao vitupério”. Há em nossos dias muitos ensinos que são verdadeiras heresias, cuja finalidade é afastar as pessoas do conhecimento que o Evangelho traz aos corações dos homens. Até mesmo “... aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro” (2 Pe 2.18) são engodados por estas heresias doentias. A “recaída” fala de alguém que estava se recuperando de uma doença, mas por falta de esforço negligenciou sua total recuperação. O nosso sucesso espiritual depende de uma vida de comunhão contínua com DEUS e com os poderes do mundo futuro. Ao afastar-se dessa comunhão, o cristão começa paulatinamente a enfraquecer, pois sua alma doente não tem nenhum poder de reação; isso muitas vezes leva a pessoa a um estado pior do que o primeiro. Pedro advertiu sobre isso dizendo: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador JESUS CRISTO, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, torna-se-lhes o último estado pior do que o primeiro” (2 Pe 2.20). 7- Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de DEUS; Neste versículo e no seguinte encontramos uma metáfora sobre a vida agrícola. Esta “terra que embebe a chuva” que nela cai representa os corações dos homens: maus e santos. O ESPÍRITO SANTO, quando foi derramado no Dia de Pentecostes, irrigou todo o solo sagrado que fora fertilizado com a morte de CRISTO, esperando que este produza “o precioso fruto da terra”, cuja interpretação encontramos em Tiago 5.7 como sendo a Igreja do Senhor, do Pentecostes ao arrebatamento. Quando Tiago fala do “lavrador”, ele está falando de DEUS, conforme foi interpretado por JESUS quando comparou a si mesmo com a “figueira verdadeira”. E aqui, Tiago faz uma metáfora, ao falar do precioso fruto da terra e da paciência do lavrador: “Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia”. Este precioso fruta da terra que foi produzido após a chuva do Pentecostes é a Igreja do Senhor JESUS. Referindo- se a si mesmo e ao Pai, Ele disse: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador” (Jo I5.I). O Pai está esperando com paciência durante estes mais de 2.000 anos da dispensação da graça, “... não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3.9). 8- mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada. No versículo anterior, a terra (os corações generosos) que foi banhada com o precioso sangue de CRISTO e foi irrigada com o derramamento do ESPÍRITO SANTO no Pentecostes, como nos demais derramamentos do ESPÍRITO, produziu o “precioso fruto”, cujo sabor contém a graça de DEUS oferecida ao mundo (cf. Tt 2.11). Contudo, uma outra parte desta terra (os corações endurecidos) produziu apenas “espinhos e abrolhos”. Então o que aconteceu no Jardim do Éden quando nossos primeiros pais pecaram voltou a se repetir aqui. Lá, a terra produziu “espinhos e cardos” (Gn 3.18) e aqui também: “es pinhos e abrolhos”. O resultado foi que ambas, tanto aquela (do Antigo Testamento) como esta (do Novo Testamento), foram “reprovadas, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada”. E uma pena quando o solo dos corações que foram fertilizados pela morte de CRISTO se torna endurecido e estéril por causa da incredulidade! Estêvão, quando discorria sobre as Escrituras do Antigo Testamento, procurando convencer a seus ouvintes de que no geral e nos mínimos detalhes, apontavam para nosso Senhor JESUS CRISTO, exclamou: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao ESPÍRITO SANTO; assim, vós sois como vossos pais” (At 7.51). Com efeito, porém, não é esta a vontade de DEUS, que sua Palavra (a preciosa semente) encontre corações endurecidos. Ele "... quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (I Tm 2.4). IV- A Perseverança do Cristão 9- Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. Tomado de otimismo, o autor sagrado passa a ver agora estes cristãos de maneira diferente, observando que o ESPÍRITO SANTO já começou a produzir os frutos que acompanham a salvação naquelas vidas. Estes frutos tornarão os santos "... como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18). E nesse processo todos serão pouco a pouco “... transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo ESPÍRITO do Senhor” (2 Co 3.18), o que valeu sua exclamação: mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores”. Sempre que há comunhão com DEUS o cristão evolui em sua vida espiritual, e sua trajetória desta vida para a outra é sempre marcada pela ajuda gloriosa do Senhor. Assim ele vai “... indo de força em força...” até chegar a Sião, a cidade celestial (SI 84.7). Nela, os peregrinos encontrarão descanso permanente para suas almas e recompensas para seus labores, e todos repousarão debaixo do manto da justiça divina. 10- Porque DEUS não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis. Ao escrever sua Primeira Epístola aos Coríntios, Paulo lembrou-lhes que a sua fé e o seu trabalho em favor da obra de DEUS aqui neste mundo não eram vãos. Ele diz: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Co 15.58). Muitas vezes nos esquecemos de que DEUS é o supremo Juiz e que recompensará a cada um segundo as suas obras. Contudo, em sua justa retribuição ainda será acrescentado mais um detalhe: a sua bondade. Até mesmo aqueles que não merecem tanto, mas que ainda por “uma hora” realizaram algo em sua Seara, receberão de DEUS a justa recompensa (Mt 20.12-15). DEUS fará isto por meio de seu Filho JESUS, tanto diante do tribunal de CRISTO como diante do Grande Trono Branco. Diante do tribunal será usada a seguinte frase: “Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12, ênfase do autor). O mesmo critério será usado diante do juízo final, quando haverá um julgamento individual, conforme é depreendido do texto de Apocalipse, que diz: “... e foram julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.13, ênfase do autor). A avaliação ali será individual e DEUS não se esquecerá de qualquer ato que foi praticado em favor de seus santos aqui na terra (Mt 10.42). 11- Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; Este versículo mostra novamente o cuidado demonstrado pelo autor sagrado quanto à perseverança dos crentes hebreus. Suas palavras, aqui, são dirigidas não mais em sentido coletivo, mas individual. “... cada um de vós ’, isto é, toda a igreja deve participar deste empreendimento espiritual, pois somente assim seria possível que em cada coração houvesse “... o mesmo sentimento que houve também em CRISTO JESUS” (Fp 2.5). Mas isso somente seria possível quando o ESPÍRITO SANTO tocasse individualmente em cada coração, como acontecera no Dia de Pentecostes e em outras manifestações que se seguiram. Com a operação contínua do ESPÍRITO SANTO na Igreja são produzidas novas criaturas para CRISTO e os próprios cristãos são renovados pelo seu poder transformador, conforme descreve o salmista: “Envias o teu ESPÍRITO, e são criados, e assim renovas a face da terra” (SI 104.30). Em qualquer tempo ou lugar o sucesso da Igreja — como também de cada crente em particular — não vem por causa da tecnologia, mídia e poderio econômico. Tudo isso ajuda; contudo, sem a operação gloriosa do ESPÍRITO SANTO, a Igreja não passará de uma organização. O desejo do Senhor JESUS é que sua Igreja seja muito mais; ela deve ser um organismo vivo, dinâmico e atuante (Ef 4.16). 12- para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas. O termo grego aqui usado traz o sentido de “indolente”, “preguiçoso”, “descuidado”, ao que Provérbios 18.9 diz: “... o negligente na sua obra é irmão do desperdiçador”. Ao repreender o servo que desperdiçou a grande oportunidade que tinha recebido de seu senhor, JESUS colocou os negligentes ao lado das pessoas de má índole, dizendo: “Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei; devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros” (Mt 25.26,27). São vários os fatores que podem levar uma pessoa a prosperar na vida material: trabalhar com perseverança; economizar com paciência; aplicar nesta ou naquela área com todo o cuidado e inteligência — e contar acima de tudo, é claro, com a bênção de DEUS. Assim também sucede no campo espiritual. O céu é bom, mas requer esforço por parte daquele que se dispõe a lutar por ele. Este sim ouvirá do Senhor as solenes palavras: “... sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste” (Ap 2.3). 13- A Imutabilidade de DEUS em sua Promessa a Abraão Porque, quando DEUS fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, O que o autor sagrado quer demonstrar com estas palavras é a imutabilidade de DEUS naquilo que Ele falou. Não foi necessário que DEUS colocasse por escrito num documento sua promessa a Abraão para que esta viesse a se cumprir. Ele sabia que DEUS não muda! A promessa divina feita a Abraão foi reiterada por diversas vezes. Ele seria pai de uma grande nação no sentido físico e esta receberia uma terra para sua habitação — a terra de Canaã. Esta promessa também envolvia várias nações no sentido espiritual, o que se concretizaria através de um descendente de Abraão: CRISTO. E estes herdeiros receberiam também por herança uma terra — o Céu (Gn 22.1618). O corpo do patriarca Abraão está sepultado na cova de Macpela, na atual cidade de Hebrom, mas o seu espírito, que vivia numa ardente comunhão com DEUS, partiu para junto dEle na morada eterna, a verdadeira Canaã celeste. A Teologia da Prosperidade — também conhecida como Confissão Positiva — ensina que DEUS, uma vez tendo prometido bênçãos e heranças aos que fizessem sua profissão de fé em JESUS CRISTO, estaria obrigado a conceder cada bênção prometida aos que reivindicassem seu direito legal às bênçãos, sobretudo concernentes à saúde e prosperidade. Mas a Bíblia nos ensina que o que somos e tudo aquilo que recebemos da parte DEUS é inteiramente por sua infinita misericórdia, e não por merecimento algum de nossa parte. 14- dizendo: Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te multiplicarei. Alguns comentaristas têm encontrado dificuldade para entender o que DEUS queria dizer a Abraão com estas palavras. Porém, devemos observar que a promessa divina, aqui em foco, envolve a multiplicação de filhos. Esta multiplicação envolvia dois princípios: um físico e outro espiritual, já que o pacto abraâmico envolvia a promessa terrena da posse da terra de Canaã. Mas a extensão maior desta promessa envolvia a multiplicação de filhos espirituais. “Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão”. Em seguida, acrescenta Paulo: "... se sois de CRISTO, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (G1 3.7,29). Mas todas estas vantagens somente serão encontradas por meio de CRISTO, que é a figura central de toda esta história que envolve Abraão, seus descendentes e também a todos nós. “Porque todas quantas promessas há de DEUS são nele sim; e por ele o Amém, para glória de DEUS por nós” (2 Co 1.20). Escrevendo aos efésios, Paulo diz: “Bendito o DEUS e Pai de nosso Senhor JESUS CRISTO, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em CRISTO” (Ef 1.3). O que está aqui em foco, como sendo o meio e a causa de sermos abençoados com “todas as bênçãos espirituais”, é CRISTO: é nEle e por meio dEle que somos agraciados por DEUS. 15- E assim, esperando com paciência, alcançou apromessa. O exemplo deixado por Abraão em relação à promessa de DEUS para sua vida serviu de exemplo também para sua descendência e, por extensão, também para nós. Abraão viu o cumprimento desta promessa em duas etapas: a primeira com seu cumprimento terreno, ao receber em seus braços a Isaque; a segunda, quando ele viu o dia de JESUS — “viu-o, e alegrou-se”, porque sabia que em JESUS, DEUS cumpriria sua promessa, quando lhe anunciou o Evangelho pela primeira vez, dizendo: “Todas as nações serão benditas em ti” (Gl 3:8- Isaque, o cumprimento terreno da promessa, foi ancestral direto de JESUS CRISTO, o Messias prometido por DEUS a Abraão e ao povo eleito. Assim, através de um descendente de Isaque veio a confirmação da promessa. Mas tudo isso envolveu um longo processo de esperança e de paciência. Abraão tinha muitas razões para se desesperar durante este período de espera — ele era já um homem de idade avançada e Sara, sua esposa, era estéril e também adiantada em idade. Mas ele esperou com paciência, pois a fé cada dia renovava a esperança do cumprimento da promessa de DEUS em seu coração, até que a alcançou. A Excelencia da Nova Aliança em CRISTO - Orton H Wiley - Comentário Exaustivo da carta aos Hebreus - Editora Central Gospel - Estrada do Guerenguê . 1851 - Taquara I 11111 Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22713-001 PEDIDOS: (21) 2187-7090 . PERFEIÇÃO CRISTÃ chegamos ao quarto termo que o autor usa para caracterizar a experiência espiritual que se consegue sob a dispensação da Nova Aliança. É o que se conhece comumente como perfeição cristã. Junto a ela, remos a advertência contra a negligência. O autor de Hebreus [no fim do capítulo 5 e, agora no capítulo 6] reprova os cristãos a que se destinavam a Epístola por sua falta de progresso espiritual. O fato de muitos terem sido iluminados, enfrentarem grande luta e sofrimentos e serem expostos como em espetáculo (Hb 1 0.32-33) é prova suficiente de sua conversão, mas alguns não tinham ainda alcançado a perfeição cristã. Eram ainda crianças, alimentando-se do leite da Palavra, não tendo chegado à plena estatura da maturidade cristã (Ef 4.13). Em cerro sentido, tinham perdido o entusiasmo pelos primeiros princípios dos oráculosde Deus, o que se pode entender como inaptidão para interpretar corretamente o significado simbólico do judaísmo. Estes cristãos estavam, pois, em meio ao perigo de retomar às exterioridades, em Vf2. de avançar até os padrões espirituais da Nova Aliança em Cristo. OS PRINCÍPIOS DA DOUTRINA DE CRISTO O escritor de Hebreus, tendo exortado os leitores a não abandonar os princípios elementares da doutrina (Aóyov), a palavra de Cristo, e a prosseguir até a perfeição, faz primeiro uma pausa para • enumerar os princípios sobre os quais se fundamenta esta perfeição: Não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno (Hb 6.lb,2). Estes princípios se resumem em três títulos principais, representados por três importantes termos gregos: (I) metanoias (!J.E'ravoíaç), arrependimento; (2) pisteos (rdmewç), fé; e (3) didaches, doutrina ou ensinos. Essas palavras estão todas no genitivo e, subordinados à última, estão classificados quatro outros genitivos: do ensino de batismos, da imposição de mãos, da ressurreição dos monos e do juízo eterno. Observa-se que são os ensinos associados a tais símbolos, como o batismo e a imposição das mãos, que lhes dão valor, ao passo que aressurreição e o juízo, sendo futuros, são as coisas em que a Igreja encontra sua consumação e, portanto, são o objeto da esperança do cristão. O autor das Epístola, ao enumerar estes princípios, dispõe-nos em três pares inter- elacionados: (1) arrependimento de obras monas e da fé em Deus; (2) o ensino de batismos e da imposição das mãos; (3) os ensinos concernentes à ressurreição dos mortos e ao juízo eterno. O primeiro par - arrependimento e fé - pode ser considerado como puramente pessoal. Nenhum deles é mencionado sob o título de doutrina ou instrução. Arrependimento implica desviar-se do pecado, enquanto a fé em Deus traz o perdão ou a justificação. O arrependimento pode ser considerado condição da fé, pois a justificação é tão somente pela fé. A expressão obras mortas ocorre novamente em Hebreus 9.14, significando obras separadas do Deus vivo e, portanto, na esfera da morte. É evidente, contudo, que, em Hebreus 6.1 ,2, a alusão é aos judeus e às suas cerimônias inanimadas. Destas, os cristãos devem desviar-se pelo arrependimento, a fim de obterem salvação pela fé em Cristo. O segundo par- batismo (no plural, batismos) e imposição de mãos refere-se à confissão pública de fé. Ambas as palavras são, portanto, de natureza eclesiástica. Acompanham a sequência histórica, pois a salvação pelo arrependimento e fé deve ser publicamente confessada na Igreja. A imposição de mãos na era apostólica era o simbolo da concessão do Espírito Santo, vindo depois a ser usada para a ordenação dos anciãos. Era, no entantO, apenas um símbolo, pois o Espírito jamais foi comunicado de um indivíduo para outro. A imp~sição das mãos simplesmente assinalava o candidato como objeto pelo qual se faziam orações intensas. O terceiro par - a ressurreição dos mortos e o juízo eterno - é de natureza escatológica e refere-se às perspectivas futuras do crente na vida. A ressurreição assinala a continuação da vida individual do cristão em uma ordem nova e eterna; ao passo que o juízo, que é eterno, marca a permanência dessa ordem. Sem o conhecimento dessas verdades fundaiiJentais, mal poderia alguém se chamar cristão. Elas são essenciais par~ um conhecimento de Deus, bem como para a experiência espiritual do indivíduo. Repare rambém que essas verdades abrangem toda vida cristã, desde a cena primeira do arrependimento e fé até a final, a da ressurreição e do juízo. Mais ainda, esses princípios fundamentais assinalam os dois estágios na obra redentora de Cristo. O arrependimento, o batismo e a ressurreição pertencem a Cristo sob o símbolo de Arão, o sacerdote da morte e da expiação; enquanto a fé traz salvação, a imposição das mãos, símbolo da recepção do Espírito Santo com os Seus dons e poderes e o Juízo, que é eterno e imutável, pertencem a Cristo sob o símbolo de Melquisedeque, o sacerdote da vida. Os primeiros foram realizados mediante o ministério terreno de Jesus, o Filho encarnado que foi o Dom do Pai ao mundo; as segundas foram realizadas por Cristo mediante o Espírito Santo e administradas do trono nos céus. É para esta profunda verdade do sacerdócio de Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque, e a vida do Espírito, que o autor chama a atenção dos leitores.
A NATUREZA DA PERFEIÇÃO A SER ALCANÇADA
1. A peifeição cristã como padrão de experiência neotestamentária
Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito [ ... ] E isso faremos, se Deus o permitir. Hebreus 6.la,3 ARA
O assunto da perfeição cristã tem sido fonte de muita controvérsia na Igreja. Portanto, um estudo crítico torna-se necessário. Corn base nesta exposição, será apresentado depois o conceito teológico da doutrina e da experiência. Em Hebreus 6.la, a palavra por isso, dio (Mo), traduzida corno por isso, liga este versículo à exortação do capítulo anterior, que salienta a vergonha da falta de progresso espiritual entre os cristãos hebreus. A locução pondo de parte, aphentes (Ghpivn:ç), é por alguns traduzida como tendo deixado. O vocábulo grego significa deixar ir, não no sentido de desfazer-se, mas de tomar como certo, partindo desse pressuposto para realizações mais altas. O verbo traduzido como prossigamos, na versão ARC, é melhor traduzido na ARA como deixemo-nos levar, pois o termo pherometa está na voz passiva, denotando o efeito. Deixar-se levar não exclui o uso ativo de meios. A ideia é a de um navio impulsionado a todo vapor pelo vento. Sobre o termo, Westcott comentou que se trata de "uma rendição pessoal a um poder ativo. O poder está operando; resta-nos apenas render-nos a ele". Em deixemo-nos levar para o que é perfeito, as palavras são muito enfáticas. Devem ser postas de lado a negligência e a indolência, e os cristãos devem deixar-se levar com toda a inclinação de suas mentes até o alvo. A palavra epi (tm) é interessante, pois significa ir até, isto é, até chegar ao alvo. É como se o escritor dissesse: "Agora, até a perfeição!" As palavras se Deus o permitir não podem ser interpretadas no sentido de sugerir que Deus proibisse um dever que Ele ordenou. Antes, o significado é com a ajuda de Deus, isto é, pelo Seu Espírito e por Suas providências orientadoras. Disse o Dr. Whedon: Quando Hebreus 6.1 é traduzido como exortação para avançar até o caráter cristão aperfeiçoado, não se trata de erro de citação. Está na forma nominal do adjetivo grego traduzido como adultos em Hb 5 .14. O Dr. Adam Clarke comentou: o original é muito enfático. Deixemo-nos levar até esta perfeição. Deus está sempre pronto, pelo poder do Seu Espírito, para levar-nos avante até todos os degraus da vida; fornece luz e amor necessários para preparar-nos para o valor eterno da glória. Pouca dificuldade pode haver para conseguir o alvo de nossa fé. A salvação de nossa alma de todo o pecado, se Deus nos levar até isso, é o que Ele há de realizar ao Seu próprio modo e sob Suas próprias tondições. Muitos levantam violento clamor contra a doutrina da perfeição, isto é, contra ser purificado o coração de todo pecado nesta vida, enchendo-se de amor a Deus e aos homens, porque o julgam impossível. Será demais dizer que esses não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus?
2. A peifeição e seus termos escriturísticos
Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus. Hebreus 6.1 ARA
A palavra perfeição aqui usada é teleioteta ('rEÀELO'ITl"ra) e ocorre apenas neste contexto e em Colossenses 3.14. O verbo teleioo (n:Anów) significa aperfeiçoar, no sentido de concluir ou completar, e aplica-se unicamente ao assunto que se discute. Por exemplo, se uma pessoa viaja para certa cidade e chega ao seu destino, diz-se que ela completou ou aperfeiçoou a sua viagem. Paulo usou o termo nesse sentido, mas com dois objetivos bem diferentes. Falando da perfeição da ressurreição, disse: Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição (Fp 3.12a ARA). Aqui a palavra traduzida como perfeição é teteleiomai (n:n::AEÍ.WflaL). Uma vez que a perfeição da ressurreição não pode ser alcançada antes da própria ressurreição, é evidente que Paulo ainda não fora aperfeiçoado neste sentido. Não obstante, no versículo 15 do mesmo capítulo, ele falou de outra perfeição, usando a palavra teleioi ('rÉÀ.am): Todos, pois, que somos perfeitos (Fp 3.15). Neste trecho, ele fala da maturidade cristã e daquela estabilidade de caráter e de propósito que o mantêm firme no seu desejo de alcançar a perfeição mais remota que se encontra somente na ressurreição dos redimidos. A palavra teleiois (n:;\élmç), perfeitos, é usada por Paulo no sentido análogo de maturidade: Todavia, falamos sabedoria entre os perfeitos (I Co 2.6 ARe) ou expomos sabedoria entre os experimentados (1 Co 2.6a ARA). A perfeição cristã, por conseguinte, significa a conquista do alvo da maturidade, segundo se reconhece na presente dispensação do Evangelho. No sentido espiritual, isto não envolve tanto o elemento tempo como posse da plenitude da Nova Aliança, oferecida mediante o sangue de Jesus e administrada pelo batismo do Espírito Santo. Assim, essa idade adulta não tem só um aspecto cronológico, mas também legal; realiza-se não apenas por crescimento, mas por pronunciamento divino. Existe outra palavra traduzida como perfeito, o que merece atenção antes de passarmos a uma análise do aspecto legal do termo. Esta palavra neotestamentária é katarisai (Ka'raQÍ.acu), do verbo kat-artizo (Ka'r-lXQ'rÍ.E,w), que significa aperfeiçoar no sentido de equipar ou preparar. A mesma palavra se encontra em Hebreus 13.21: [o Deus de paz] Vos aperfeiçoe em todo o bem (ARA); em 1 Tessalonicenses 3.10: Reparar as deficiências da vossa fé (ARA); e em 1 Pedro 5.10c: Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar (ARA). No sentido de preparar (ou habilitar perfeitamente], o mesmo radical se encontra em Hebreus 10.5: Corpo me preparaste; e também em 2 Timóteo 3.17: A fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. O aspecto coletivo do termo é salientado em 1 Coríntios 1.10: Antes, sejais inteiramente '. unidos, na mesma disposição. Verifica-se, então, que, enquanto teleioteta salienta o aspecto do caráter ou da perfeição do c.oração, a palavra katarisai deve ser considerada sob o aspecto funcional ou coletivo. Contudo, existe íntima relação entre os dois termos, pois convém que os que se tornaram perfeitos de coração mediante o Espírito Santo de igual modo se unam perfeitamente à Igreja e aperfeiçoem-se em todo o bem, para cumprirem a sua vontade, operando o Espírito Santo neles o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo (Hb 13.21).
3. O aspecto legal da perfeição cristã
Por perfeição cristã, entendemos a idade adulta espiritual, aquela maturidade de experiência que o autor contrasta com a "infância em Cristo" (Hb 5.12-14). No reino natural, o crescimento e o desenvolvimento estão de tal modo associados com a maturidade, que o aspecto legal é, muitas vezes, ignorado. Como os católicos romanos confundiram as doutrinas dajustificação e a da santificação, assim também os reformadores em geral confundiram as doutrinas da regeneração e a da santificação. A regeneração ou novo nascimento é a comunicação de vida à alma morta em delitos e pecados; a santificação é a purificação daquilo que impediria o desenvolvimento da nova vida na alma. O crescimento é um fator de vida espiritual, bem como natural. Quando, porém, pode-se dizer que uma pessoa que cresce atingiu a idade adulta? Para determinar quando alguém chegou, ou se supõe que ela tenha chegado à idade adulta, a Constituição de alguns países estabelece a maioridade aos 21 anos. Assim, entende-se que, antes isso, o indivíduo é menor, e outros é que respondem juridicamente por ele. Depois disso, diz-se que ele atingiu a maioridade e, aos olhos da Lei, tornou-se adulto, com plenos direitos e deveres de um cidadão, sendo responsável por si mesmo e por suas ações. A maioridade neste sentido particular não é questão de amadurecimento, mas de imposição legal. A perfeição cristã tem também o seu aspecto legal; é a participação em uma aliança com Deus - aspecto que é apresentado por Paulo na Epístola aos Gálatas, onde ele fala do filho como herdeiro que ainda não se apossou da herança. Embora sendo filho, está sob tutores e curadores até o tempo designado pelo pai (Gl4.1-3). No sentido espiritual, o tempo designado pelo Pai para os que nasceram de novo é o momento do batismo com o Espírito Santo, pelo qual eles são investidos na plenitude da Nova Aliança. É, então, que atingem a sua maioridade ou idade adulta espiritual. Estando o coração deles purificado do pecado, agem agora unicamente por iniciativa do amor divino; e estando a Lei de Deus escrita em seu coração, servem a Ele com suprema devoção. Andrew Murray, no Holiest of all, disse que: A virilidade, o homem desenvolvido, maduro, perfeito, não vem com os anos, como na natureza, mas consiste da integridade de coração com que o crente se entrega totalmente a Deus. É o coração perfeito que torna o homem perfeito. Os 20 anos necessários para que uma criança se torne adulta não constituem regra no Reino de Deus. Existe, é cerro, uma maturidade ou madureza mais sazonada que vem com a experiência dos anos. Mas mesmo um cristão jovem pode pertencer aos perfeitos de que fala a Epístola, com o coração sedento pelas verdades mais profundas e espirituais que ela vai ensinar, com uma vontade que, de fàto, rompeu, finalmente, com o pecado, reputando todas as coisas como perda pelo conhecimento perfeito de Cristo Jesus. (MURRAY, Holiest of aLI, p. 199) Tem-se tentado provar que a expressão ir até a perfeição não significa entrar na experiência espiritual mais profunda das coisas de Deus, mas apenas progredir das verdades elementares de Cristo para as que são mais profundas. Ebrard apresentou um dos argumentos mais convincentes contra tal interpretação: Muitos há que não consideram pherometha, na
A primeira pessoa do plural, insinuativa, sendo a passagem inteira exortativa, mas entendem q~e essa primeira pessoa é comunicativa e que se trata de urna sugestão da parte do autor [da Epístola], que, agora, pretende passar a uma consideração do alimento sólido. (EBRARD, Commentary on the Epistle to the Hebrews, p. 194,195). Ao que Ebrard apresenta as seguintes objeções:
1. A palavra Dio liga esta passagem a Hebreus 5.12-14.
Como poderia o autor [da Epístola] extrair do fàto de que os leitores ainda não podiam tolerar alimento sólido, precisando do leite dos rudimentos, a conclusão: "Por isso, pondo de parte os princípios elementares, prossigamos para as doutrinas mais dificeis?"
2. Essa própria interpretação leva ad absurdum [redução ao absurdo; impossível], pois, segundo ela, teleiotes [perfeição] tem de ser tomado em sentido completamente diverso de teleios [maturidade]. Em 5.14, teleios ('réi\noç) denotava o estado subjetivo dos que são exercitados na palavra da justiça e no discernimento entre o bem e o mal, a fim de poderem compreender o que é mais dificil. Em Hebreus 6.1, te! eiotes de repente passa a denotar as difíceis declarações doutrinárias objetivas a respeito da semelhança entre o sacerdócio de Melquisedeque e o de Cristo. (EBRARD, Commentary on the Epistle to the Hebrews, p. 194,195).
4. As características da perfeição cristã
O termo perfeição recebeu nova ênfase no ensino de Wesley, que o adotou porque achava que era um termo escriturístico e considerava os apóstolos Paulo e João como autoridades suficientes 'para o seu uso. A palavra e seus correlativos ocorrem 138 vezes nas Escrituras e, em pelo menos 50 casos, referem-se ao caráter cristão sob a operação da graça divina. Deve ser considerada como mais específica do que 0 vocábulo santidade, que é mais geral e amplo, referindo-se à salvação do pecado e à posse da imagem moral de Deus. Visto que esta perfeição tem sido assunto controvertido, apresentamos, nos parágrafos seguintes, o que acreditamos ser os ensinos da Epístola aos Hebreus sobre este importante assunto.
4.1. A perfeição cristã é subsequente à regeneração
Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é peifeito. Hebreus 6.1a ARA
Vimos que o processo da redenção tem dois aspectos, porque o pecado também é assim: (1) é um ato que requer perdão; (2) é um estado do coração (conhecido como pecado inato ou depravação herdada), que só pode ser removido pela purificação. Como Deus ofereceu à humanidade o Seu Unigênito para redimi-la (Jo 3.16), assim Cristo se deu a Si mesmo à Igreja, para que, mediante o Espírito Santo, santificasse-a, tendo-a purificado com a lavagem de água pela palavra (Ef 5.25-27). E, como Cristo, o Dom de Deus, é recebido pela fé, assim o Espírito Santo, o Dom do Cristo ressurreto e glorificado, é igualmente recebido por meio dela. É por esta razão que falamos da perfeição cristã como uma segunda bênção, propriamente dita.
4.2. A perfeição cristã não excluí posterior crescimento
A perfeição cristã tem início quando Cristo derrama sobre o crente o Espírito Santo, o qual purifica o coração do pecador (Ar 15.9) e enche-o de amor divino (Rm 5.5). Wesley apresentou a tese escriturística de maneira admirável quando disse: Meu irmão, bem como eu, sustentamos que a perfeição cristã é aquele amor a Deus e ao semelhante que implica libertação de todo pecado ( ... ] É amar a Deus com todo o coração, toda a mente, a alma e todas as forças. Isto implica que nenhuma inclinação errônea, nada que seja contrário ao amor, permanece na alma [do cristão], e que todas as suas palavras, todos os seus pensamento&.-e todas as suas ações sejam governados pelo puro amor. (WESLEY, Works, 6, p. 500). Esse amor não apenas se torna o impulso dominante da vida e o cumprimento da Lei (2 Co 5.14; Rm 13.10), mas é suscetível de crescimento eterno, pois faz parte do fruto do Espírito (Gl5.22). Esta condição em que o perfeito amor governa o coração do cristão é chamado nas Escrituras de maturidade espiritual ou peifeição Cristã. Como observamos antes, teleioteta (n:ÀELÓ'IT]'la), perfeição, também se encontra em Colossenses 3.14, onde o amor é chamado de o vínculo da perfeição. Isto significa que o amor não apenas eleva todas as graças ou virtudes individuais à perfeição, mas enfeixa todos estes fatores separados em um todo unido, de sorte que o amor, em sua própria natureza, atribuiu-lhe todas as virtudes coletivas, que veste como uma roupa exterior. "Ele se acha, então, apto a unir-se à sociedade dos arcanjos", observou o Dr. Daniel Steele, "e, nestas vestes reais, a ser apresentado ao próprio rei Jesus". Não são só os da tradição wesleyana que acreditam em uma obra da graça subsequente à regeneração. O Dr. A. J. Gordon, pregador batista e escritor de notável capacidade, em sua obra intitulada lhe twofold life, disse: As Escrituras parecem ensinar que existe um segundo estágio de desenvolvimento espiritual distinto e separado da conversão, às vezes muito separado dele, e, às vezes, contemporâneo a ele; estágio ao qual nos alçamos por uma renovação especial do Espírito Santo, e não pelo processo do crescimento gradual [ ... ] Existe uma transação descrita no Novo Testamento por expressões como o dom do Espírito Santo, o selo do Espírito, a unção do Espírito etc. As alusões a ela em Atos e nas Epístolas caracterizam-na inequivocamente como algo diferente da conversão. (GoRDON, The twofold life, p.l2) - O Dr. Gordon afirmou ainda que chegou a esta conclusão após um "novo estudo dos Atos dos Apóstolos e, por causa da convicção gerada por este estudo, de que existe mais luz a raiar daquele livro do que até agora aprendemos em nossos credos" (GoRDoN, 1he twofold life, p. 12). O Rev. John McNeil observou: "Este encher-se do Espírito é uma bênção distinta, muito diferente de ser nascido do Espírito [ ... ]; ter o Espírito e estar cheio do Espírito são duas coisas diversas". Andrew Murray, que difere em muitos pontos da teologia wesleyana, chegou, por seu profundo espírito devocional, a um reconhecimento da necessidade de uma experiência além da regeneração: Nunca será demasiado instar para que todos os leitores cristãos aprendam bem os dois estágios do cristão. Existem os carnais e os espirituais; há os que permanecem na infância e os que chegam à idade adulta; os que saíram do Egito, mas ainda permanecem no deserto de uma vida mundana e os que seguem o Senhor integralmente e entram na vida de descanso e vitória. Eis como John Fletcher definiu a perfeição cristã: O amor puro de Deus, derramado no coração pelo Espírito Santo que nos é concedido para purificar-nos e manter-nos limpos de toda imundície da carne e do espírito, habilitando-nos a cumprir a Lei de Cristo, segundo os talentos que nos foram confiados e as circunstâncias em que nos encontramos no mundo.
4.3. Peifeição cristã e graus de maturidade
Vimos que o amor é suscetível de crescimento infinito. Aqui, voltamos ao aspecto do crescimento e desenvolvimento. A vida comunicada na regeneração é santa e compreende todas as graças do Espírito. Quando, por meio do ato purificador do Espírito Santo, as contradições interiores e os obstáculos ao crescimento, ou o que quer que impeça o crescimento do amor, são purificados, a vida espiritual expande-se mais rapidamente. Este 'ê o sentido das palavras de Jesus: E todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda (Jo 15.2b). Por isso, João nos disse que, nesta experiência da perfeição cristã, existem crianças, jovens e pais. Crianças são aqueles cristãos que se apossaram recentemente da bênção, mas ainda não se firmaram na graça; jovens são os que progrediram de tal modo no conhecimento de Deus, que venceram o maligno nas batalhas da vida; ao passo que apenas os que passaram pela. experiência amadurecedora e enriquececlara ao longo dos anos é que fazem jus a serem chamados pais na fé (Jo 1.12-14). A perfeição cristã é bênção que se pode experimentar imediatamente pela fé, porém, a maturidade só vem com o enriquecimento ao longo dos anos.
4. A Peifeição cristã não remove as imperjeições naturais.
Deve-se distinguir bem pecado de enfermidade ou imperfeição. Cristo jamais tomou sobre si os nossos pecados no sentido de Ele próprio tornar-se um pecador, pois estava separado dos pecadores. Mas assumiu, isto sim, as nossas fraquezas e enfermidades e foi crucificado por causa delas. Essa é a distinção entre o pecado e as suas consequências. O pecado, quer como ato, quer como estado, é removido nesta vida presente pelo sangue expiatório de Jesus, mas as consequências do pecado, manifestas na fraqueza e nas imperfeições, só serão removidas na ressurreição. Nesta vida, podemos encontrar a perfeição cristã, que é o arnor que procede de um coração puro; mas, na perfeição da ressurreição, os redimidos entrarão na glória e irão tornar-se como o Cristo glorificado. Chamar pecados aos enganos inocentes de julgamento, aos lapsos de memória e à falta de compreensão devido às faculdades humanas enfraquecidas, é abrir guarda para todas as espécies de pecados reais.
4.5. A perfeição cristã não suplanta a necessidade da expiação Depois que alguém se coloca sob o sangue expiatório de Cristo, em um clímax de experiência que o purifica de todo o pecado, esse
mesmo sangue mantém o estado de pureza da alma daquele que anda na Luz.
Vemos, pois, a um tempo uma crise de purificação e um estado continuado de pureza. Assim, em 1 João 1.7, temos a palavra katharizei, que, estando no presente, significa purificar e manter purificados, como experiência presente, todos os que andam na luz, enquanto no mesmo capítulo (v. 9), temos as palavras aphei, perdoar, e katharisei, limpar, sendo ambas aoristos, denotando atos definidos no passado. Eis a comparação de Fletcher: "Dizer que a doutrina da perfeição cristã suplanta a necessidade do sangue de Cristo não é menos absurdo do que afirmar que a perfeição da navegação torna as grandes profundezas reservatórios inúteis de água" (p. 574).
A QUINTA ADVERTÊNCIA: CONTRA A INDOLÊNCIA E O PERIGO DA APOSTASIA
A segunda divisão deste capítulo (Hb 6.4-12) inicia-se com uma das passagens mais discutíveis de toda a Epístola, onde lemos: É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová--los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia. Esta passagem está relacionada e, em certo sentido, é uma continuação da que se encontra em Hebreus 5.11-14, culminando na advertência contra a preguiça, a apatia e a falta de progresso nas coisas espirituais (Hb 6.10-11). A fim de chamar atenção para os perigos da indiferença, o autor passa em revista todo o escopo da experiência cristã, desde o primeiro raiar da luz espiritual até a provação dos poderes do mundo vindouro. Deste modo, não apenas censura a negligência em prosseguir até a perfeição cristã, mas também, com a preparação que esta experiência traz, a· negligência em prosseguir até a glória da perfeição da ressurreição, em que veremos e ser~mos como o Cristo glorificado. Em uma série de palestras pastorais que se estenderam durante semanas, O Dr. Phineas F. Bresee usou estes versículos como base de seus estudos expositivos e doutrinários. Deixou claro que não apenas revelam a perfeição cristã no que se refere ao padrão normal de experiência cristã, mas também o alto nível de vida que deve caracterizar homens e mulheres santos. Apresentamos a seguir um resumo de seus pareceres sobre a controvertida passagem; pareceres que os nossos estudos posteriores confirmam integralmente.
1. Iluminação e despertamento - Isto é o que ele considerava a obra do Espírito, concedida incondicionalmente a todos como resultado da expiação universal.
2. O dom da vida eterna - Este é o dom da vida eterna concedido aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial (Hb 6.4). AB Escrituras são claras a respeito disto. É a regeneração ou o quese chama comumente conversão.
3. Ser participante do Espírito Santo (Hb 6.4c) -Trata-se da vinda do Espírito como Consolador em Seu poder de santificação.
4. Provar a boa palavra de Deus (Hb 6.5a) - A boa palavra de Deus refere-se à plenitude da vida, resultante da purificação do coração de todo pecado. É a vida de santidade que resulta do ato da santificação. 5. 5. Os poderes do mundo vindouro (Hb 6.5b)- Estes poderes se referem às manifestações do Espírito em resposta à fé obediente do cristão. O precedente é relativo à natureza ou ao caráter da vida; estes, às atividades dessa vida.
6. O perigo da apostasia- Quando aqueles que fizeram tais progressos, como os que são mencionados nas cinco proposições precedentes, desviam-se de Deus, torna-se impossível renová-los para o arrependimento. Por esta razão, de novo estão crucificando o Filho de Deus e expondo-o à afronta da morte no madeiro {Hb 6.6). Eles, portanto, rejeitam as misericórdias expiatórias manifestadas por Cristo na cruz, mediante as quais somente a salvação é possível.
1. Aqueles que uma vez foram iluminados (Hb 6.4a)
Estas palavras fazem referência àquela operação do Espírito Santo pela qual os homens são despertados para a consciência do pecado e a necessidade da salvação. Baseiam-se nas palavras de Jesus sobre o Consolador: E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo O o 16.8). Sem este Espírito da graça, concedido previamente a todos os homens, a salvação seria impossível. A palavra iluminados, conforme aqui é usada, é photisthentas. Significa literalmente emitir luz ou brilhar sobre alguma coisa de modo a levá-la ao conhecimento dos homens. No grego comum, a palavra se aplicava somente a objetos, mas, no grego helenístico, aplicava-se também a pessoas no sentido de instrução. Este é o significado neste contexto. A expressão traduzida como uma vez é hapax (âna~), usada mais freqüentemente nesta Epístola do que no restante do Novo Testamento. Na presente acepção, não significa Úma vez no sentido de preparação para algo a seguir, mas de uma vez por todas. Deve observar-se também que a expressão uma vez não modifica meramente o primeiro particípio, iluminados, mas aplica-se a todos os particípios seguintes. Existe, pois, a ideia de gradação ou amplificação em toda a passagem, e isto torna necessária a experiência de todos os fatores antes que possa ocorrer a apostasia. Não é a insignificância, mas a magnitude das realizações e dos privilégios que caracteriza o destino do apóstata.
2. Provaram o dom celestial (Hb 6.4b)
O dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6.23b; cp. ]o 3.15; 10.28; 17.2). Nosso Senhor falava desta vida como o Pão vivo e a Água da vida- um, o símbolo da Sua carne Oo 6.51); o outro, o símbolo do Espírito Oo 7.38-39). Em primeiro lugar, Cristo é o Pão do céu; depois, a Água da vida. Primeiro, vem o Calvário; a seguir, o Pentecostes. Esta nova vida é comunicada pelo Espírito na regeneração, sendo, portanto, escrituristicamente conhecida como novo nascimento ou nascimento do alto. A palavra geusamenous (ywaaf.l.ÉVouç), traduzida como provaram, tem sido alvo de muita controvérsia, e as ideias a ela ligadas são de grande importância para a compreensão correta desta passagem. Uns acham que significa provar levemente, como se esse movimento fosse feito apenas com a ponta dos lábios. Calvino assim a interpretava, achando que os indivíduos aqui mencionados provaram apenas um pouco da graça de Deus e receberam algumas centelhas da Luz. A Igreja da Reforma, sempre preocupada com a perseverança final dos santos, aderiu, de forma corajosa, à opinião de Calvino. Contudo, Lindsay disse que significa antes provar "no sentido de participar, recebendo plena e copiosamente". Chamou a atenção para o uso da palavra em Hebreus 2.9, onde lemos que nosso Senhor provou a mone, "o que, certamente, não significa que Ele tivesse tocado apenas de leve o sofrimento, mas, antes, que sentiu toda a amargura da mone". Outros, entre os grandes comentadores da Epístola, são da mesma opinião. Alford interpretou provaram como "tendo panicipado pessoal e conscientemente". Grimm afirmou que significa "sentir, ter a experiência de, experimentar". Westcott disse que o vocábulo expressa "uma fruição real e consciente de bênção apreendida em seu verdadeiro caráter". Já, para Adam Clarke, o termo significa "provar significa experimentar ou ter a prova cabal de uma coisa"; enquanto Cremer opinou que significa "praticamente e, na verdade, a experiência de qualquer coisa". Por conseguinte, a afirmativa provaram o dom celestial não pode ser enfraquecida, passando a implicar a mera apreciação mental ou estética de Cristo por um observador não-regenerado. Não! Significa o dom da vida espiritual dado a uma alma, antes, morta em delitos e pecados; vida que só o verdadeiramente regenerado conhece.
3. E, se tornaram participantes do Espírito Santo (Hb 6.4c)
Os últimos ensinamentos de nosso Senhor diziam respeito à vinda do Consolador, isto é, o dom do Espírito Santo: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dard outro Consolador, para que fique convosco para sempre (Jo 14.16). Aqui, encontramos três considerações de grande importância sobre o Consolador: (1) Ele é o Dom do Pai (Jo 14.26); {2) é o Dom do Filho (15.26 e 16.7); e {3) Ele viria com Sua própria autoridade (Jo 16.13). Como Cristo foi o Dom redentor de Deus ao mundo, assim o Espírito Santo é o Dom santificador de Cristo à Igreja (Ef 5.25-27). Como Cristo é recebido pela fé, assim também o Espírito. Tornar-se participante deste, então, é recebê-lo como o Espírito pessoal de Deus que vem habitar ern nós, a Promessa do Pai e o Dom do Cristo ressuscitado e glorificado. Assim, uma vez recebido: 1) o Espírito manifesta-se em nós como Espírito santificador, 2) por nosso intermédio, como Espírito carismático que nos concedeu dons; e 3) sobre nós, como Espírito que unge e fortalece.O Espírito Santo, muitas vezes, é mencionado como Selo, sendo os Seus dons e poderes uma evidência da exaltação e glória de Cristo, testemunho da aceitação do crente e penhor da herança futura. Com base nisto, W estcott, em seu Commentary on the Epistle to the hebrews, considerou as expressões dom celestial e participantes do Espírito Santo (Hb 6.4) como duas bênçãos. A primeira descrevendo a posse consciente do princípio da vida; a segunda, a consciência da comunhão em uma existência mais vasta. O primeiro elemento é aquele que o crente tem pessoalmente em si mesmo; o segundo, aquele que tem participado de alguma coisa que possui uma ação muito mais ampla. A palavra metochous (!-LE-róxouç) é, às vezes, traduzida como companheiros, especialmente, quando usada como substantivo no genitívo, denotando pessoa. Está corretamente traduzida como participantes em Hebreus 6.4c, porque existe uma comunhão mística entre Cristo e os cristãos. Então, quando a palavra está combinada com estes nomes no genitivo, participantes é o termo próprio no sentido de que algo é recebido deles.
4. Provaram a boa Palavra de Deus (Hb 4.5a)
O autor da Epístola volta a usar a palavra provaram, mas não por pobreza de linguagem. Seu propósito é antes salientar a experiência de provar e desfrutar da plenitude da vida nova e abundante. Esta vem do Espírito Santo, que, por Seu ato de santificação, purifica o coração do pecado {At 15.9), tornando possível a vida de santidade.O vocábulo hrema (Q~fUX) é, às vezes, usado para denotar toda a Palavra de Deus, mas, aqui, significa mais especialmente as promessas, que, para os que as abraçam, tornam-se a fonte de ininterrupta vida e poder. O uso da palavra kabm (KaAóv), boa, parece favorecer esta interpretação. Quando a Palavra de Deus é expressa pelo termo fogos, diz respeito mais particularmente à mensagem ou ao conteúdo da Palavra. Mas, quando expressa por hrema (~fUX), refere-se principalmente à palavra expressa ou falada. O primeiro termo salienta a mensagem; o último, quem prega. Por intermédio do Espírito Santo, como o Espírito da verdade, Deus nos fala de novo mediante a Sua Palavra, tornando as promessas vitais, ricas e reais; assim, provamos a boa palavra de Deus.
5. E os poderes do mundo vindouro (Hb 4.5b)
Se provar a boa palavra de Deus refere-se à vida de santidade, que se origina de sermos participantes do Espírito Santo em Seu poder santifi.cador, então, os poderes do mundo vindouro referem-se às atividades dessa vida. Para os judeus, o mundo vindouro era a vinda da era messiânica, com seus dons e suas manifestações miraculosas; para nós, contudo, não pode significar nada menos que o Milênio e a ordem eterna. Mesmo agora, as glórias daquele Reino superior penetram o reino da consciência, e embora as contemplemos como em um espelho, vagamente, então, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai (Mt 13.43a). O cristianismo é uma religião do mundo futuro e tem poder para elevar o presente. Devemos, portanto, com o rosto descoberto, contemplar como em um espelho a glória do Senhor e ser transformadosde glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor (2 Co 3.18).
O PERIGO DA APOSTASIA
Tendo mostrado a natureza da experiência cristã sob a Nova Aliança, o autor da Epístola declara a seguir que, se os iluminados apostatarem, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo_, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia (6.6 ARA). Visto que esta grande verdade, ou a perversão dela, tem inquietado cantos crentes úmidos e demasiado escrupulosos, dispensaremos especial atenção à estrutura gramatical do texto, analisando a seguir alguns dos erros que se associaram a ele.
1. A construção gramatical do texto "
O Dr. Adam Clark, cita Macknight, erudito calvinista que apresenta uma das interpretações mais escriturísticas destes versículos: Os parócípios photisthentas, foram iluminados; geusamenous (ywaaflÉYOVÇ}, provaram, e genethentas, se tornaram participantes, sendo aoristos, foram o corretamente traduzidos _Pelos nossos tradutores no passado, pelo que parapesontas, deveria igualmente ter sido traduzido no passado, caíram. Não obstante, os tradutores para a língua inglesa, segundo Beza, o qual, sem autoridade nenhuma de manuscritos antigos, inseriu em sua versão a partícula se, traduziram esta expressão como se eles caírem, para não parecer que o texto contradizia a doutrina da perseverança dos santos. Como, porém, nenhum tradutor deveria tomar a si o adicionar ou alterar as Escrituras, por causa de qualquer doutrina predileta, traduzi parapesontas, no passado, tendo caído, segundo o verdadeiro significado da palavra, estando, como está, em conexão com os outros aoristos dos versículos precedentes. E evidente, pois, em vista da estrutura gramatical do texto, que o amor [da Epístola) pretende dizer ser possível que os cristãos, mesmo após altas realizações espirituais, caiam da graça de Deus para a apostasia
total. A respeito deles, diz que é impossível outra vez renová-los para arrependimento (Hb 6.6 ARA). A chave desta impossibilidade reside nos dois particípios seguintes, agora não aoristos, mas presentes e durativos. O primeiro é anastaurontes, e 0 segundo é paradeigmatichontas, sendo o primeiro traduzido como crucificando, e o segundo, expondo-o à ignomínia, como os judeus fizeram com Cristo no Calvário. O que o autor da Epístola disse, portanto, é que é impossível renovar outra vez para arrependimento os que caíram, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia. Em palavras simples, se alguém naufragasse e fosse parar em uma ilha, sendo-lhe oferecido apenas um meio de transporte para a terra firme e sendo este rejeitado, não lhe restaria outra possibilidade de fuga. Ora, visto que debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos (At 4.12), é evidente que o arrependimento é impossível enquanto crucificamos o Salvador para nós mesmos e enquanto vilipendiamos o Nome pelo qual somente poderemos ser salvos. Sem dúvida, em todo pecado, existe um processo de endurecimento contínuo, que pode finalmente conduzir ao lugar em que a penitência é impossível, porém, neste texto, está implicado um ato judicial de Deus, uma condenação do apóstata que não permite retorno. Existe um pecado contra o Espírito Santo que o Salvador disse não ter jamais perdão e que culmina na apostasia total. Ao comentar essa exposição de Macknight, disse o Dr. Adam Clarke: O Dr. Macknight era um calvinista, um erudito consumado e homem honesto, porém, pretendendo dar uma tradução da Epístola, consultou não o seu credo, mas a sua sinceridade. Se os nossos tradutores, homens excelentes e estudiosos, inclinassem-se menos para os seus próprios credos peculiares na awal Authorized Version, a Igreja de Cristo neste país não se teria agitado e dilacerado tanto como foi pela teologia polêmica. Disto se evidencia que, qualquer que seja a opinião que prevaleça, existe urna temível possibilidade de afastar-se da graça de Deus. E, se esta passagem [Hb 6.4- 6] não o dissesse, há muitas outras que o fàzem. E, se houvesse Escrituras expressas sobre o assunto, a natureza do estado pessoal do homem, que é de provtlfáo ou experiência, deveria necessariamente implicá-lo. Aquele, pois, que cuida estarem pé, olhequenãocaia [Cf.1 Co 10.12]. Visto que esta porção das Escrituras [Hb 6.4- ] tem sido usada por muitos para desencorajar especialmente os cristãos jovens, deve-se fazer uma distinção clara entre o ato de desviar-se e a apostasia total. Neste sentido, as palavras do Dr. Adam Clarke, em seu comentário da Epístola aos Hebreus, são muito pertinentes: Antes de passar a explicar os diferentes termos destes versículos, é necessário dar minha opinião quanto ao seu propósito e significado: (1) Não acho que se refiram a nenhuma pessoa que professe o cristianismo; (2) não pertencem nem são aplicáveis aos desviados; (3) aplicam-se aos apóstatas do cristianismo, aos que rejeitam o sistema cristão e o seu Autor, o Senhor Jesus; (4) reporta-se somente àqueles que se unem aos judeus blasfemos, que chamam Cristo de impostor e justificam os Seus assassinos, porque o crucificaram como um malfeitor; tornam, assim, a própria salvação impossível por rejeitarem voluntdria e maliciosamente o Senhor que os comprou. O texto não visa a ninguém que creia no Senhor Jesus como o grande Sacrificio pelo pecado e reconheça o cristianismo como a reve!dção divina. Embora se refira àquele que, infi:lizmente, possa ter caído de algum grau da salvação de Deus.
2. A advertência contra a apostasia extraída do Antigo Testamento
Assim como o autor da Epístola aos Hebreus usou Canaã como símbolo do descanso espiritual, usou a rebelião de Cades-Barnéia como base para uma de suas mais severas advertências. Na véspera de entrarem na Terra Prometida, os israelitas recusaramse a ir adiante e retornaram ao deserto. Não se tratava de insucesso comum; era rebelião das mais extremas, sobre a qual Isaías disse: Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles (Is 63.10). De volta ao deserto, uma geração inteira, com exceção de Calebe e J osué, pereceu, e seus cadáveres caíram ali (Hb 3.17). Prontamente se há de admitir que os cristãos judeus tinham especial propensão para apostatar [crendo mais nas ordenanças da Lei do que na graça revelada em Cristo], pois tinham vivido desde a inf"ancia sob a Lei, que tinha a sanção exterior do nome de Deus e que se reputava como concedida pela dispensação dos anjos. Como os judeus se consideravam como o único verdadeiro povo de Deus, os que pertenciam à Igreja cristã devem ter sido constantemente tentados desprezar o sacrifício de Cristo. Daí a severidade da advertência. Afinal, se consequências tão terríveis seguiram-se à rejeição dos símbolos e imagens sob a dispensação mosaica, de quanto mais severo castigo - pergunta : o autor da Epístola -julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? (Hb 10.29). Essa é uma advertência grave e visa prevenir os cristãos contra o terrível estado de perdição que poderia resultar de serem desviados de Cristo quer pela persuasão dos judaizantes, quer pelo temor da perseguição. É evidente que, além disso, os abismos irrecuperáveis em que um apóstata é capaz de afundar-se são proporcionais às alturas cristãs das quais ele caiu.
3. Erros associados a esse texto
Vimos, pela construção gramatical da passagem [Hb 6.4-6], que o particípio tendo caído [traduzido como caíram (ARA), ou como recaíram (ARe)] não admite negativa da grave possibilidade de apostasia. Sendo isto verdade, a fim de sustentar a doutrina da perseverança final, geralmente conhecida como segurança eterna, aventam-se falsas interpretações a respeito das palavras iluminados, provaram e participantes, que lemos nos versículos 4 e 5, de Hebreus 6. O valor dessas interpretaçóes é equivalente a uma tentativa de provar que estes textos não se referem a alguém que seja completamente cristão, mas apenas àquele que é quase cristão. Ebrard comentou o absurdo de tal teoria: A Quem quer, porém, que não se tenha obscurecido por preconceitos dogmáticos deve perceber que o objetivo do nosso autor [da Epístola aos Hebreus] não é, evidente e certamente, dizer: quanto merws se provar os dons da graça, mais facilmente se pode perder de maneira irrecuperável. Ele disse precisamente ao contrário: quanto mais já se tenha penetrado no santuário do estado da graça, tanto mais irrecuperavdmente alguém estará perdido no caso de vir a cair. (EBRARD, Bibliatl commentary on the Epistle to the Hebrews, p. 200). Por outro lado, como se poderá renovar alguém outra ve:z para o arrependimento se tal pessoa jamais se arrependeu de verdade? E que terrível doutrina teríamos se, estando alguém quase persuadido a ser cristão, recaísse desse ponto, não podendo jamais ser levado de novo para o arrependimento! Tais são algumas das fiíteis tentativas de harmonizar passagens claras das Escrituras com outras mal interpretadas, tudo no interesse de uma posição dogmática positivamente desmentida pelo teor geral das Escrituras Sagradas!
4. Uma ilustração com base na natureza
Porque a terra que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada.
O autor da Epístola toma agora uma ilustração do mundo material - sem dúvida, sugerida pela parábola de nosso Senhor sobre os terrenos- e vai até o julgamento divino necessariamente implicado. ·, Um lavrador lança a semente no campo, uma porção se prova frutífera; a outra, estéril. Ambas as sementes foram igualmente beneficiadas pelas mesmas dádivas. Ambas foram plantadas numa terra que absorve (no aoristo; um fato) a chuva que freqüentemente cai (no particípio presente; iterativo) sobre elas, isto é, que continua a cair. Mas a semente que produz (particípio presente) erva útil para aqueles que a cultivam na terra recebe a bênção de Deus; a outra semente, a despeito de todas as boas condições para se tornar frutífera, produz abundantemente espinhos e abrolhos [sendo rejeitatid e amaldiçoada]. Esta é uma alusão à esterilidade espiritual, simbolizada pelos espinhos e abrolhos do pecado. Sobre essa segunda semente, o autor da Epístola diz que ela perto está da maldição. Não se pode interpretar que a maldição resulte na queima da terra e de seus produtos nocivos; o que é claro é o juízo de Deus. A ilustração mostra que os que foram uma vez iluminados e passaram pelas ricas experiências do Espírito e provaram a boa palavra de Deus, com Suas muitas provas infalíveis, mas descambaram para a apostasia, devem sofrer o tríplice castigo: a rejeição, a maldição e a queima. O escritor de Hebreus não nos oferece nenhum outro comentário. Para Lenski, o autor da Epístola estava falando do mesmo campo, a princípio produtivo, mas, a seguir, tão degenerado que sóproduziu espinhos e abrolhos. Ele baseou seu argumento no uso dos particípios presentes encontrados no texto. Que isto é possível, sabem os que vivem em lugares áridos, tornados produtivos pela irrigação. A água, que no início traz enorme produção, a menos que se faça drenagem subterrânea apropriada, logo seca e torna-se inútil.
5. Palavras. de confiança e conforto.
Quanto a vós outros, todavia, ó amados, estamos persuadidos das coisas que são melhores e pertencentes à salvação, ainda que falamos desta maneira. Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos. Hebreus 6.9,10 ARA
Tendo falado dos perigos da apostasia e feito uma severa advertência contra ela, o auto_r da Epístola passa agora às palavras de encorajamento e conforto. Ao introduzi-las com o vocativo amados, ele assinala que não deseja que os leitores o julguem áspero por usar fortes palavras de advertência, uma vez que está persuadido de que se dirige a fiéis, que dão evidências em sua vida de coisas [o trabalho e o amor] que acompanham à salvação. O escritor de H e breus relembra que, no passado, aqueles irmãos em Cristo receberam os ministros de Cristo com:qiegria e partilharam do seu opróbrio, até a espoliação dos próprios bens. Porque, por amor do nome de Jesus, eles serviram a outros santos e continuavam a servir, o autor da Epístola assegura-lhes de que Deus não é injusto para esquecer-se do trabalho e do amor deles. Embora demonstrando ansiedade por eles, o escritor torna claro que, de maneira alguma, classifica estes cristãos-judeus com os apóstatas, pois neles vê um amor ativo: prova de que Deus ainda está com eles.
6. Clímax de admoestação contra a indolência
Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança; para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas. A palavra traduzida como indolentes é a mesma que foi usada anteriormente com respeito a serem tardios em ouvir (Hb 5.11). O escritor teme que a mesma negligência, que se alojou neles impedindo-os de ouvir, impeça-os de progredir mais tarde. Ao contrário, fervorosamente, ele deseja que o mesmo zelo que antes tais cristãos manifestaram na caridade também caracterize o seu progresso espiritual. Os cristãos são chamados a serem seguidores e imitadores daqueles que, pela fé e obediência, herdam as promessas [em Cristo]. A indolência fez feito muito mal aos judeus; e, após tê-los advertido quanto ao mau procedimento dos pais, que se recusaram a prosseguir até a terra da promessa, mas retornaram para o deserto, o autor da Epístola estimula seus irmãos na fé a seguir aqueles que, tendo herdado o que Deus lhes prometera, entraram na posse da terra. Assirn, volta sua atenção para Abraão, a quem foram feitas as promessas.
A ALIANÇA COM ABRAÃO
Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: Certamente, te abençoarei e te multiplicarei. E assim, depois de esperar com paciência, obteve Abraão a promessa. Tendo advertido seus leitores contra o perigo da apostasia, exortando-os a não se tornarem indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas (Hb 6.12), o autor de Hebreus volta a atenção deles para Abraão, que, depois de esperar com paciência, obteve a promessa (Hb 6.15). Ele escolheu para apreciação o último de uma série de quatro acontecimentos em que a fé inabalável de Abraão ajudou-o a enfrentar e a vencer todas as crises de sua alma, sendo recompensado com a promessa confirmada pelo juramento solene de Deus. Eis os acontecimentos:
1. Deus chamou Abrão:
Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei (Gn 12.1).
Era um chamado para abandonar a idolatria, pois T era, o pai de Abraão, era um idólatra. Neste contexto, a promessa foi feita a Abrão no sentido de que nele seriam benditas todas as famílias da terra, mas não houve juramento associado à promessa (Gn 12.1-4,7).
2. A seguir, temos a oferta de consagração de Abrão.
Caindo num sono profundo, ele contemplou uma fornalha fumegante e uma lâmpada ardente que passava entre os pedaços dos animais, santificando roda sua ~ferra queimadá a Deus. Acrescentava-se assim confirmação ao cumprimento da promessa, mas, nem assim, houve juramento de Deus a ela ligado (Gn 15.8-18).
3. Depois e, sem dúvida, em íntima conexão com aquilo, houve o chamado de Abrão à perfeição: Apareceu o SENHOR a Abrão e disse-lhe: E usou o Deus Todo-poderoso [El Shaddai, Aquele que nutre ou sustenta]; anda em minha presença e sê perfeito (Gn 17.1-8).
Aqui as promessas são chamadas alianç~, e o nome Abrão é mudado para Abraão, pai de uma multidão. A íntima relação entre os termos perfeito e aliança antecipa a perfeição da nova aliança, para a qual o autor da Epístola chama a nossa atenção nos capítulos subsequentes. Nem ainda se associa juramento às promessas, mesmo quando consideradas como aliança.
4. O último evento escolhido pelo autor da Epístola foi o fato de Abraão ter oferecido como holocausto !saque, seu único filho.
Tendo o Anjo do Senhor bradado do céu e detido a mão de Abraão, chamou-o pela segunda vez e disse: Por mim mesmo, jurei, diz o SENHOR, porquanto fizeste esta ação [ ... ] que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar[ ... ] E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz (Gn 22.16-18). Eis o que disse a respeito o bispo Chadwick: "Após o sacrifício de !saque, quando a fé triunfante do patriarca tinha cumprido todas as condições das promessas, recebeu nova confirmação, o
primeiro juramento de Deus que lemos". O Dr. Adam Clarke apresentou um interessante relato das teorias ligadas à mudança do nome de Abrão para Abraão. A palavra Abrão significa pai elevado ou exaltado; Abraão, conforme é usado aqui, denota pai de uma multidão (Gn 17.5). Isto levou alguns a. sustentarem que a palavra deriva de Ab-hamom-goyim, pai de uma multidão de nações, enquanto outros acham que é contração da palavra Ab-rab-hamam, que significa o pai de uma grande multidão. O Dr. Clarke, comentando as palavras sê perfeito (Gn 17.1), disse que as palavras hebraicas veheyeh tamim significam: E tu serás perfeição, isto é, totalmente perfeito; sê como o Deus santo quer que tu sejas, como o Deus Todo-Poderoso pode fazer-te, e vive como o Deus Todo-Suficiente te sustentará, pois só Aquele que pode tornar a alma santa pode preservá-la na santidade. Nosso Senhor parece ter tido essas palavras bem em mente quando disse: Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus (Mt 5.48). (CLARKE, Commentary on the Epistle to the Hebrews 1, 79).
Resumo do capítulo
O escritor dá prosseguimento à advertência dirigida aos que, muito embora ensinem os crentes, falharam em não alcançar a maturidade (cf.5.11-14). Está lançado o fundamento dos princípios elementares. Amadurecemos pela construção sobre eles, não voltando repetidas vezes (6.1-3). [...] Os cristãos são como terra semeada sobre a qual DEUS derrama a chuva. Somos projetados para produzir uma boa colheita, não de espinhos (vv.7,8). O escritor está seguro de que seus leitores judeus cristãos não representam uma terra imprestável, pois simplesmente deseja estimulá-los a serem diligentes (vv.9-12).
Versículos-chave. 6.17,18.
Aplicação pessoal. Nossa salvação é um alicerce a ser construído, não um andaime vacilante onde se caminha receoso.
Conceitos-chave. Arrependimento; Batismo; Ressurreição; Juízo; Frutífero; Salvação; Aliança; Esperança.
Texto adaptado da obra "Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo", Editora CPAD, p.860.
CONHEÇA MAIS - TOP1 *Apostasia "[Do gr. apostásis, afastamento] Abandono premeditado e consciente da fé cristã. No Antigo Testamento, não foram poucas as apostasias cometidas por Israel. Só em Juízes, há sete desvios ou abjuração da verdadeira fé em DEUS. Para os profetas, a apostasia constituía-se num adultério espiritual. Se a congregação hebreia era tida como a esposa de Jeová, deveria guardar-lhe fielmente os preceitos, e jamais curvar-se diante dos ídolos." Leia mais em "Dicionário Teológico", de Claudionor Corrêa de Andrade, CPAD, p.48. SUBSÍDIO TEOLÓGICO - TOP2"Alguns intérpretes combinam 5.11-6.20 como uma unidade exortativa. No entanto, há boas razões para dividir a passagem em duas advertências separadas (embora relacionadas). Enquanto 5.11-6.3 enfoca o perigo da lentidão e da regressão espiritual, com uma exortação para avançar em direção à maturidade, a segunda advertência enfoca a terrível possibilidade de uma apostasia irreparável, se tal regressão prosseguir de modo incontrolável (6.4-8). O autor então encoraja e desafia seus leitores a progredirem, prosseguindo em esperança e fé com perseverança (6.9-20).
Hebreus 6.4-6 constitui uma frase longa e complexa em grego, que adverte solenemente sobre a possibilidade de abandono (apostasia) da fé cristã e da impossibilidade desta vir a ser restaurada, uma vez que tal condição tenha ocorrido. [...] Quem são os sujeitos desta impossibilidade?
[...] O estudioso F.F. Bruce observa corretamente que o texto em 6.4-6 foi tanto 'indevidamente minimizado' quanto 'indevidamente exagerado'. Foi indevidamente minimizado por aqueles que argumentam de uma forma ou de outra que as pessoas descritas 6.4,5 nunca foram cristãos completamente regenerados (por exemplo, Grudem, 1995, 132-182), ou que este foi somente um caso hipotético sendo apresentado pelo autor e não algo que pode realmente acontecer na prática (por exemplo, Hewitt, 1960, 110-11). A passagem também foi indevidamente exagerada por aqueles que ensinam que uma vez que uma pessoa tenha se convertido e sido batizada em CRISTO, e em seu corpo, e então por um lapso cair novamente em sua antiga vida pecaminosa, não poderá haver um perdão futuro ou uma restauração ao convívio cristão (por exemplo, Tertuliano sobre o pecado pós-batismal). Estas interpretações estão sendo aplicadas à passagem sem uma consideração de seu contexto, e não fazem nenhuma distinção entre 'desviar-se' e 'apostatar'" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.1573-75).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A promessa que DEUS fez a Abraão foi fundamento de todas as promessas da aliança e da atividade redentora de DEUS (Gn 12.1-3), que foram repetidas em inúmeras ocasiões e de formas diferentes ao longo da história do Antigo Testamento (por exemplo, Gn 15.1-21; 26.2-4; 28.13-15; Êx 3.6-10). Porém, numa ocasião em particular, após Abraão quase ter sacrificado Isaque em obediência ao teste de DEUS, DEUS tornou a veracidade de sua promessa enfática por meio de um juramento (Gn 22.16: 'Por mim mesmo, jurei, diz o Senhor'). Hebreus 6.13,14 indica que este juramento mais tarde encorajou Abraão a esperar 'com paciência', e assim, posteriormente 'alcançou a promessa'" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.).COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1577).
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Revista Ensinador Cristão - CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD. GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. AS GRANDES DEFESAS DO CRISTIANISMO - CPAD - Jéfferson Magno Costa O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas Comentário Bíblico Expositivo - Novo Testamento - Volume I - Warren W. Wiersbe http://www.gospelbook.net www.ebdweb.com.br http://www.escoladominical.net http://www.portalebd.org.br/ Comentário Bíblico TT W. W. Wiersbe Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD Bíblia The Word. Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD Teologia Sistemática de Charles Finney A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA
A Excelencia da Nova Aliança em CRISTO - Orton H Wiley - Comentário Exaustivo da carta aos Hebreus - Editora Central Gospel - Estrada do Guerenguê . 1851 - Taquara I 11111 Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22713-001 PEDIDOS: (21) 2187-7090 http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6-asc-1tr18-perseveranca-e-fe-em-tempo-de-apostasia.htm.