Lição 7, JESUS - Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior 1º Trimestre de 2018 - Título: A Supremacia de CRISTO - Fé, Esperança e Ânimo na Carta aos Hebreus
Lição 7, JESUS - Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior 1º Trimestre de 2018 - Título: A Supremacia de CRISTO - Fé, Esperança e Ânimo na Carta aos Hebreus Comentarista: Pr. José Gonçalves, pastor presidente das Assembleias de DEUS em Água Branca, PI. Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. Ajuda http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/hebreus.htm Para entenderem melhor a lição 7 leiam sobre Aliança. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licaoabraao5melquisedeque.htm 2002 http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao11-ctc-4tr15-melquisedeque-abencoa-abraao.htm 2015 http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao3-cdc-2tr17-melquisedeque-o-rei-de-justica.htm 2017 TEXTO ÁUREO
"Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus." (Hb 7.26)
VERDADE PRÁTICA
Como Sumo Sacerdote de outra ordem, a de Melquisedeque, JESUS possui um sacerdócio imutável, perfeito e eterno.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 110.4 JESUS, um sacerdócio com realeza
Terça - Hb 7.11 JESUS, um sacerdócio perfeito
Quarta - Hb 7.12 JESUS, um sacerdócio imutável
Quinta - Hb 7.17 JESUS, um sacerdócio eterno
Sexta - Hb 7.26 JESUS, um sacerdócio santo
Sábado - Hb 7.26; cf.2 Co 5.21 JESUS, um sacerdócio inculpável e imaculado
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Hebreus 7.1-191 - Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do DEUS Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; 2 - a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz; 3 - sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de DEUS, permanece sacerdote para sempre. 4 - Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. 5 - E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham descendido de Abraão. 6 - Mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles tomou dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas. 7 - Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. 8 - E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive. 9 - E, para assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. 10 - Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai, quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro. 11 - De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? 12 - Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. 13 - Porque aquele de quem essas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, 14 - visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio. 15 - E muito mais manifesto é ainda se, à semelhança de Melquisedeque, se levantar outro sacerdote, 16 - que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível. 17 - Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. 18 - Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade 19 - (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a DEUS.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Explicar o aspecto tipológico de Melquisedeque; Destacar a natureza do sacerdócio de CRISTO; Expor os atributos do sacerdócio de CRISTO INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro(a) professor(a), a lição desta semana trata de um assunto muito especial: o sacerdócio perfeito e eterno de JESUS. Isso significa que estudaremos como todo o sistema de sacrifício levítico, apresentado no Antigo Testamento, deu lugar ao sacrifício completo de JESUS no Calvário. Sim, veremos que JESUS CRISTO, e só Ele, tinha todas as prerrogativas para mudar o sacerdócio e a Lei. E foi isso que o nosso Senhor fez! Por isso, dedique-se para compreender o melhor que puder o capítulo 7 de Hebreus. Boa aula!
PONTO CENTRAL - O sacerdócio de CRISTO é imutável, perfeito e eterno. Resumo da Lição 7, JESUS - Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior I - QUANTO AO ASPECTO DE SUA TIPOLOGIA
1. Um sacerdócio com realeza. 2. Um sacerdócio firmado na justiça. 3. Um sacerdócio com legitimidade divina. II - QUANTO AO ASPECTO DE SUA NATUREZA 1. Um sacerdócio perfeito. 2. Um sacerdócio imutável. 3. Um sacerdócio eterno. III - QUANTO AO ASPECTO DE SEUS ATRIBUTOS 1. Um sacerdócio santo. 2. Um sacerdócio inculpável. 3. Um sacerdócio imaculado. SÍNTESE DO TÓPICO I - Como o sacerdócio de Melquisedeque, o sacerdócio de CRISTO tem grande realeza, é firmado na justiça e é legitimamente divino. SÍNTESE DO TÓPICO II - A natureza do sacerdócio de CRISTO é expressa pela sua imutabilidade, perfeição e eternidade SÍNTESE DO TÓPICO III - O ministério sacerdotal de JESUS CRISTO é santo, inculpável e imaculado PARA REFLETIR - A respeito de JESUS - Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior, responda: Qual era a função do sacerdote levítico? Oferecer sacrifícios e representar o povo diante de DEUS.
"Sem pai, sem mãe, sem genealogia." O que o autor de Hebreus quer mostrar com esse texto? O versículo três de Hebreus sete - "sem pai, sem mãe, sem genealogia" -, deve ser visto como um contraste entre o sacerdócio levítico e o de Melquisedeque.
Qual o único sacerdócio podia ser imutável e de caráter não transitório? Somente o sacerdócio de JESUS seria imutável e de caráter não transitório.
Além do atributo de "santidade", qual outro atributo o Senhor JESUS apresentou? Além desse atributo, Ele deveria ser também "inocente" (Hb 7.26).
Segundo a Carta aos Hebreus, quais os significados da palavra "inocente"? Significa também "sem maldade" e é descrita pelos lexicógrafos como ausência de tudo o que é ruim e errado.
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p39. SUGESTÃO DE LEITURA - Teologia do Antigo Testamento, Teologia do Novo Testamento, Guia do Leitor da Bíblia (Strong Português) Μελχισεδεκ Melchisedekde origem hebraica מלכי צדק
Melquizedeque = “rei da justiça”
1) rei de Salém e sacerdote do DEUS Altíssimo que viveu nos dias de Abraão ιερευς hiereus1) sacerdote, alguém que oferece sacrifícios e em geral está ocupado com os ritos sagrados
1a) refere-se aos sacerdotes dos gentios ou dos judeus
2) metáf. dos cristãos, porque, purificados pelo sangue de CRISTO e conduzidos à comunhão plena com DEUS, dedicam suas vidas somente a Ele e a CRISTO Αβρααμ Abraamde origem hebraica אברהם
Abraão = “pai de uma multidão”
1) o filho de Terá e o fundador da nação judaica. δεκατη dekate1) décima parte de algo, dízimo
1a) décima parte do saque tomado de um inimigo
1b) dízimo dos frutos da terra e do rebanhos, que pela lei de Moisés eram entregues aos Levitas na congregação de Israel δικαιοσυνη dikaiosune - Justiça1) num sentido amplo: estado daquele que é como deve ser, justiça, condição aceitável para DEUS
1a) doutrina que trata do modo pelo qual o homem pode alcançar um estado aprovado por DEUS
1b) integridade; virtude; pureza de vida; justiça; pensamento, sentimento e ação corretos
2) num sentido restrito, justiça ou virtude que dá a cada um o que lhe é devido σαλεμ Salem de origem hebraica שלםSalém = “paz”
1) lugar onde Melquizedeque era rei. Também considerado como o nome antigo de Jerusalém Normas para se exercer o sumo-sacerdócio Primeira e mais importante era ser descendente de Arão.
E Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, e João, e Alexandre, e todos quantos havia da linhagem do sumo sacerdote. Atos 4.6
Filho de Abisua, filho de Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sumo sacerdote; Esdras 7:5
E levantou-se Eliasibe, o sumo sacerdote, com os seus irmãos, os sacerdotes, e reedificaram a porta do gado, a qual consagraram; e levantaram as suas portas, e até à torre de Meá consagraram, e até à torre de Hananel. Neemias 3:1
Levítico 21 - normas para o sacerdote
1 Depois disse o SENHOR a Moisés: Fala aos sacerdotes, filhos de Arão, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por causa de um morto entre o seu povo, 2 Salvo por seu parente mais chegado: por sua mãe, e por seu pai, e por seu filho, e por sua filha, e por seu irmão. 3 E por sua irmã virgem, chegada a ele, que ainda não teve marido; por ela também se contaminará. 4 Ele sendo principal entre o seu povo, não se contaminará, pois que se profanaria. 5 Não farão calva na sua cabeça, e não raparão as extremidades da sua barba, nem darão golpes na sua carne. 6 Santos serão a seu DEUS, e não profanarão o nome do seu DEUS, porque oferecem as ofertas queimadas do Senhor, e o pão do seu DEUS; portanto serão santos. 7 Não tomarão mulher prostituta ou desonrada, nem tomarão mulher repudiada de seu marido; pois santo é a seu DEUS.
8 Portanto o santificarás, porquanto oferece o pão do teu DEUS; santo será para ti, pois eu, o Senhor que vos santifica, sou santo. 9 E quando a filha de um sacerdote começar a prostituir-se, profana a seu pai; com fogo será queimada. 10 E o sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o azeite da unção, e que for consagrado para vestir as vestes, não escobrirá a sua cabeça nem rasgará as suas vestes; 11 E não se chegará a cadáver algum, nem por causa de seu pai nem por sua mãe se contaminará; 12 Nem sairá do santuário, para que não profane o santuário do seu DEUS, pois a coroa do azeite da unção do seu DEUS está sobre ele. Eu sou o Senhor. 13 E ele tomará por esposa uma mulher na sua virgindade. 14 Viúva, ou repudiada ou desonrada ou prostituta, estas não tomará; mas virgem do seu povo tomará por mulher. 15 E não profanará a sua descendência entre o seu povo; porque eu sou o Senhor que o santifico. 16 Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: 17 Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua descendência, nas suas gerações, em que houver algum defeito, se chegará a oferecer o pão do seu DEUS. 18 Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará; como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos, 19 Ou homem que tiver quebrado o pé, ou a mão quebrada, 20 Ou corcunda, ou anão, ou que tiver defeito no olho, ou sarna, ou impigem, ou que tiver testículo mutilado. 21 Nenhum homem da descendência de Arão, o sacerdote, em uem houver alguma deformidade, se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor; defeito nele há; não se chegará para oferecer o pão do seu DEUS. 22 Ele comerá do pão do seu DEUS, tanto do santíssimo como do santo. 23 Porém até ao véu não entrará, nem se chegará ao altar, porquanto defeito há nele, para que não profane os meus santuários; porque eu sou o Senhor que os santifico. 24 E Moisés falou isto a Arão e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel. Levítico 21:1-24
A maioria das revelações do ESPÍRITO SANTO sobre a Palavra de DEUS acontece assim - Ele junta uma citação do Antigo Testamento com uma do Novo Testamento e assim entendemos claramente a mensagem de DEUS para nós. Assim também acontece aqui em Hebreus e em outras escrituras. Exemplo: Donde Paulo achou que "maldito todo aquele que morrer no madeiro"? Quando também em alguém houver pecado, digno do juízo de morte, e for morto, e o pendurares num madeiro, O seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de DEUS; assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu DEUS te dá em herança. Deuteronômio 21:22,23 CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; Gálatas 3:13 Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de JESUS CRISTO. Gálatas 1:12 Melquisedeque - Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Hebreus 5:11 A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; Hebreus 7:2
A interpretação das escrituras é feita por quem a inspirou aos seus escritores - o ESPÍRITO SANTO.
Assim lemos e oramos e a revelação chega.
Porque ele assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque. Hebreus 7:17 Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. Hebreus 7:7 Pâo e Vinho significa que fizeram aliança. Comeram a Refeição de Aliança, onde o que comemos vai para nosso sangue e sangue é vida. Significa que minha vida se torna tua e a tua vida se torna a minha. Abrão fêz aliança com Melquisedeque e assim a descendência de Abraão se torna eternamente em aliança com Melquisedeque, por isso, sendo JESUS descendente de Abraão tem aliança com Melquisedeque também, pois a aliança passa de pai para filho. Arão estava em Abraão quando fez aliança com Melquisedeque e pagou dízimos a este. JESUS estava em Abraão fazendo aliança com Melquisedeque e recebendo dízimos.
Arão descende de Abraão e JESUS descende de Abraão. Arão escolhido como sumosacerdote de bens terrenos e JESUS é escolhido como sumo sacerdote das coisas celestiais.
Arão é escolhido para servir no tabernáculo feito por mãos humanas, na Terra e JESUS é escolhido para servir no tabernáculo eterno, no céu.
Arão pecou ao apoiar a adoração ao bezerro de ouro, por não ter fé em DEUS no episódio das águas em Meribá e por se rebelar junto com sua irmã Miriam contra Moisés, JESUS nunca pecou,.
Arão morreu e seu sacerdócio foi exercido por seus descendentes, sem escolha direta de DEUS. exerceram sacerdócio por causa de sua genealogia (família de Arão), JESUS morreu e ressuscitou e continua exercendo seu sacerdócio eterno, escolhido e mantido por DEUS. Melquisedeque era homem como qualquer outro, mas era ao mesmo tempo sacerdote e rei, também era rei de justiça e rei de Paz (não participou da guerra dos 4 reis contra 5 reis).
Melquisedeque era sacerdote do DEUS altíssimo (El-Elion). Era rei de Salém (Jerusalém).
Melquisedeque não tinha registro de nascimento e não teve de sua morte.
Melquisedeque não tinha registro de quem era sua mã e nem de quem era seu pai.
Melquisedeque não é acusado de haver pecado e ne de fazer algo que desagradasse a DEUS.
Melquisedeque era um tipo de CRISTO (antitipo).rão entrou pelo véu do santo dos santos levando sangue de bode para encobrir pecados do povo e seus, JESUS entrou na presença de DEUS, sem pecado, levando seu próprio sangue da nova e eterna aliança e purificador de pecados, comprando assim a cada um de nós para DEUS. . JESUS é nosso sacerdote e rei e também será sacerdote e rei no milênio sobre os judeus e as nações. JESUS é o que julga com justiça, JESUS é quem faz a nossa paz com DEUS. JESUS é sacerdote que ainda hoje intercede por nós, assentado à direita do PAI. JESUS é DEUS, sem princípio ou fim de dias. JESUS nunca cometeu pecado ou fez algo que desagradasse ao PAI. Para entenderem melhor a lição 7 leiam sobre Aliança. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm Hebreus 7.1-19 - BEP - CPAD MELQUISEDEQUE. Melquisedeque, contemporâneo de Abraão, foi rei de Salém e sacerdote de DEUS (Gn 14.18). Abraão lhe pagou dízimos e foi por ele abençoado (vv. 2-7). Aqui, a Bíblia o tem como uma prefiguração de JESUS CRISTO, que é tanto sacerdote como rei (v. 3). O sacerdócio de CRISTO é "segundo a ordem de Melquisedeque" (6.20), o que significa que CRISTO é anterior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes levíticos e maior que todos eles.
7.3 SEM PAI, SEM MÃE. Isso não significa que Melquisedeque, literalmente, não tivesse pais nem parentes, nem que era anjo. Significa tão-somente que as Escrituras não registram a sua genealogia e que nada diz a respeito do seu começo e fim. Por isso, serve como tipo do CRISTO eterno, cujo sacerdócio nunca terminará (vv. 24,25).
7.11 A PERFEIÇÃO. Por ser o sacerdócio levítico imperfeito (cf. 10.4) e exercido por homens pecadores (vv. 27,28), foi substituído pelo sacerdote perfeito, o Filho de DEUS. CRISTO é um sacerdote perfeito porque é totalmente justo. Precisou morrer uma só vez como sacrifício pelos nossos pecados. Permanece como nosso sacerdote eterno diante de DEUS no céu, e vive para sempre (vv. 24-28). Por isso, Ele pode salvar completamente e para sempre todos aqueles que por Ele se chegam a DEUS (ver v. 25).
7.19 A LEI NENHUMA COISA APERFEIÇOOU. A lei do AT era imperfeita porque não podia comunicar vida divina, nem o poder de cumprir as suas exigências, nem oferecia acesso perfeito e completo a DEUS (v. 25; ver Gl 3.19)
7.25 VIVENDO SEMPRE PARA INTERCEDER. CRISTO vive no céu, na presença do Pai (8.1), intercedendo por todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a vontade do Pai (cf. Rm 8.33,34; 1 Tm 2.5; 1 Jo 2.1). (1) Pelo ministério da intercessão de CRISTO, experimentamos o amor e a presença de DEUS e achamos misericórdia e graça para sermos ajudados em qualquer tipo de necessidade (4.16), tentação (Lc 22.32), fraqueza (4.15; 5.2), pecado (1 Jo 1.9; 2.1) e provação (Rm 8.31-39). (2) A oração de CRISTO como sumo sacerdote em favor do seu povo (Jo 17), bem como sua vontade de derramar o ESPÍRITO SANTO sobre todos os crentes (At 2.33), nos ajudam a compreender o alcance do seu ministério de intercessão (ver Jo 17.1). (3) Mediante a intercessão de CRISTO, aquele que se chega a DEUS (i.e., se chega continuamente a DEUS, pois o particípio no grego está no tempo presente e salienta a ação contínua), pode receber graça para ser salvo "perfeitamente". A intercessão de CRISTO, como nosso sumo sacerdote, é essencial para a nossa salvação. Sem ela, e sem sua graça, misericórdia e ajuda que nos são outorgadas através daquela intercessão, nos afastaríamos de DEUS, voltando a ser escravos do pecado e ao domínio de Satanás, e incorrendo em justa condenação. Nossa única esperança é aproximar-nos de DEUS por meio de CRISTO, pela fé (ver 1 Pe 1.5). (4) Note que CRISTO não permanece como advogado e intercessor dos que se recusam a confessar e abandonar o pecado e que se apartam da comunhão com DEUS (cf. 1 Jo 1.5-7,9; 3.10). Sua intercessão para salvar "perfeitamente" é somente para aqueles que "por Ele se chegam a DEUS" (7.25). Não há segurança nem garantia para quem deliberadamente peca e deixa de se chegar a DEUS por Ele (Hb 10.21-31; ver 3.6). (5) Posto que CRISTO é nosso único mediador e intercessor no céu, qualquer tentativa de ter anjos ou santos falecidos como mediadores e de oferecer orações ao Pai através deles, é tanto inútil quanto antibíblico. Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato LIÇÃO 7 - CRISTO, SACERDOTE ETERNO E PERFEITO - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/hebreus.htm TEXTO ÁUREO: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus” (Hb 7.26). VERDADE PRÁTICA: JESUS CRISTO no céu é o nosso eterno Sumo Sacerdote, sempre intercedendo por nós perante a face de DEUS.
LEITURA DIÁRIA: Segunda At 2.32 JESUS venceu a morte
Terça At 10.38 JESUS, o ungido de DEUS
Quarta At 16.31 JESUS, nosso Salvador
Quinta 1 Co 3.11 JESUS, nosso fundamento
Sexta 1 Tm 2.5 JESUS, único mediador
Sábado Hb 2.9 JESUS, coroado de glória LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: HEBREUS 7.1-3,11,12,24-27 1 Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do DEUS Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;2 a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz;3 sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de DEUS, permanece sacerdote para sempre. 11 De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?12 Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. 24 mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. 25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a DEUS, vivendo sempre para interceder por eles. 26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus,
27 que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois, pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. PONTO DE CONTATO: Melquisedeque é descrito, em poucas palavras, como uma figura singular na história do Antigo Testamento. Sua genealogia é desconhecida, como também não é registrado nada depois do seu aparecimento atéAbraão. O que se sabe de Melquisedeque é que era sacerdote do DEUS Altíssimo, rei de justiça e que recebeu os dízimos de Abraão. Se esse sacerdote foi honrado pelo patriarca, maior honra deve ter o Senhor JESUS, que é infinitamente superior a Melquisedeque. O autor da epístola aos hebreus demonstra a insuficiência da lei, que não podia salvar nem aperfeiçoar os homens em DEUS. JESUS CRISTO por sua vez, como sacerdote perfeito e definitivo, proveu-nos mediante a nossa fé a eterna salvação.
OBJETIVOS: Após esta aula seu aluno estará apto a:Explicar as características de Melquisedeque como uma prefiguração de CRISTO.
Descrever a mudança obrigatória do sacerdócio e da lei, feita por JESUS.
Valorizar o sacerdócio perfeito de CRISTO. INTRODUÇÃOSão poucas, mas profundas as informações da Epístola sobre Melquisedeque, as quais fazem deste uma personagem enigmática, de difícil compreensão quanto à sua origem, desenvolvimento e consumação de sua obra. CRISTO JESUS, ao contrário, sendo DEUS, revelou-se de tal forma à humanidade, que dEle se pode conhecer o que DEUS quis revelar, tornando-se nosso sacerdote eterno, perfeito e imaculado.
I. QUEM ERA MELQUISEDEQUEA Bíblia não provê detalhes sobre a pessoa de Melquesedeque; daí haver muitas especulações a seu respeito.
1. Era rei de Salém. “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho...” (Gn 14.18a; Hb 7.1); “e este era sacerdote do DEUS Altíssimo” (Gn 14.18). Esta é a primeira referência bíblica a Melquisedeque. Ele aparece nas páginas do Antigo Testamento, quando foi ao encontro de Abraão, após este haver derrotado Quedorlaormer, rei de Elão, e seus aliados. Salém veio a ser Jerusalém após a ocupação da terra prometida por DEUS a Abraão e seus descendentes (Gn 14.18; Js 18.28; Jz 19.10). Rei de Salém que dizer “rei de paz” (v.2b).
2. Era sacerdote do DEUS Altíssimo. “...e este era sacerdote do DEUS Altíssimo” (Gn 14.18b; Hb 7.1). As funções de rei e sacerdote conferiam-lhe grande dignidade perante os que o conheciam. Estas duas funções são relembradas em Hb 7.1: “Porque este Melquise-deque, que era rei de Salém e sacerdote do DEUS Altíssimo...”.
3. Era de uma ordem sacerdotal diferente. Estudiosos da Bíblia supõem que Melquisedeque pertencia a uma dinastia de reis-sacerdotes, que tiveram conhecimento do DEUS Altíssimo pela tradição oral inspirada, transmitida desde o princípio, quando a religião era única e monoteísta e que conservava a esperança do Redentor da raça humana, conforme Gn 3.15. Ele não pertencia à linhagem sacerdotal arônica, proveniente da tribo de Levi.
4. Recebeu dízimos de Abraão (Hb 7.2). Isto nos mostra que a instituição do dízimo remontava ao período bem anterior à Lei. Esse fato indica “quão grande” era Melquisedeque (v.4). Ele abençoou Abraão, como detentor das promessas (vv.5,6).
5. Era rei de justiça (v.2). Como um tipo de CRISTO, Melquisedeque tinha as qualidades de um rei justo e fiel. 6. Sem genealogia (v.3). O texto afirma ter sido Melquisedeque “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida...”. O que o sacro escritor quer dizer é que não ficou registrada sua ascendência e sua descendência, bem como os dados referentes a sua morte. Pelo contexto, entende-se que ele era um homem com características especiais diante de DEUS.
II. A MUDANÇA DO SACERDÓCIO E DA LEI
1. O novo e perfeito sacerdócio (v.11b). O sacerdócio levítico era imperfeito (v.11a). Nele, os sacrifícios, as ofertas, o culto e a liturgia, eram apenas sombra do verdadeiro sacerdócio, que veio por CRISTO. O sacerdócio de CRISTO, não da ordem de Arão ou de Levi, mas “segundo a ordem de Melquisedeque”, trouxe a perfeição no relacionamento do homem com DEUS. O primeiro sacerdócio, com suas imperfeições, não era capaz de salvar, mas CRISTO como Sumo Sacerdote, mediante o seu próprio sangue deu-nos acesso a DEUS, garantindo-nos a salvação plena.
2. Mudança de lei (v.12). “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei”. Com CRISTO, de fato, houve uma mudança não só do sacerdócio, mas também da lei. Antes, era a lei da justiça, a lei das obras. Com CRISTO, veio a lei da graça, a lei do amor.
3. A lei era ineficaz. “O precedente mandamento”, ou seja, a antiga lei, foi “ab-rogado por causa de sua fraqueza e inutilidade” (v.18). Ab-rogar quer dizer anular, cessar, perder o efeito, revogar. Foi o que aconteceu quando CRISTO trouxe o evangelho, ab-rogando a antiga lei, a Antiga Aliança.
III. O SACERDÓCIO PERPÉTUO E PERFEITO DE CRISTO
1. JESUS trouxe salvação perfeita (v.25). Os sacerdotes do antigo pacto pereceram (v.23). O sacerdócio arônico foi constituído por centenas de sacerdotes, que se sucediam constantemente, visto que “pela morte foram impedidos de permanecer”. Os sacerdotes arônicos apenas intercediam pelos homens a DEUS, mas não os salvavam. JESUS, nosso Sumo Sacerdote, não só “vive sempre para interceder” por nós, como nos assegurou uma perfeita salvação por seu intermédio (v.25; Rm 8.34). JESUS garante salvação plena (Jo 5.24), sem depender de um suposto purgatório ou de uma hipotética reencarnação. 2. JESUS, sacerdote perfeito (v.26). A Palavra de DEUS indica aqui as qualificações de CRISTO, que o diferenciam de qualquer sacerdote do antigo pacto. “Porque nos convinha tal sumo sacerdote”: a) SANTO. O sacerdote do Antigo Testamento teria que ser santo, separado, consagrado. Até suas vestes eram santas (Êx 28.2,4; 29.29). Contudo, eram homens falhos, imperfeitos, sujeitos ao pecado. JESUS, nosso Sumo Sacerdote, era e é santo no sentido pleno da palavra.
b) Inocente. Porque nunca pecou, JESUS não tinha qualquer culpa. Ele desafiava seus adversários a acusá-lo (Jo 8.46).
c) Imaculado. O cordeiro, na antiga Lei, tinha que ser sem mancha (Lv 9.3; 23.12; Nm 6.14). JESUS, como o “Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29), não tinha qualquer mancha moral ou espiritual.
d) Separado dos pecadores. JESUS viveu entre os homens, comeu com eles, inclusive na casa de pessoa de baixa reputação, como Zaqueu, mas foi “separado dos pecadores”. Ele não se misturou, nem se deixou influenciar pelo comportamento dos homens maus.
e) Feito mais sublime do que os céus. Tal expressão fala da exaltação de CRISTO, como dele está predito na Bíblia: “Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a DEUS” (Rm 14.11).
f) Ofereceu-se a si mesmo, uma só vez (v.27). Os sumos sacerdotes do Antigo Testamento necessitavam de oferecer sacrifícios, muitas vezes, primeiro por eles próprios e, depois, pelo povo. Mas JESUS, por ser imaculado, sem pecado, não precisou fazer isso por si. Tão-somente ofereceu-se num sacrifício perfeito, uma vez, pelos pecadores.
CONCLUSÃO
Nesta lição verificamos que, em todos os aspectos o sacerdócio de CRISTO, proveniente da ordem de Melquisedeque, é superior ao sacerdócio arônico. Com isto, devemos ser gratos a DEUS por fazermos parte de sua linhagem espiritual. Subsídio Teológico
“Melquisedeque (Hb 7.1). Melquisedeque, contemporâneo de Abraão, foi rei de Salém e sacerdote de DEUS (Gn 14.18). Abraão lhe pagou dízimos e foi por ele abençoado (vv.2-7). Aqui, a Bíblia o tem como uma prefiguração de JESUS CRISTO, que é tanto sacerdote como rei (v.3) O sacerdócio de CRISTO é “segundo a ordem de Melquisedeque” (6.20), o que significa que CRISTO é anterior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes levítico, e maior que todos eles.
“Sem pai, sem mãe (Hb 7.3). Isso não significa que Melquisedeque, literalmente, não tivesse pais nem parentes, nem que era anjo. Significa tão somente que as Escrituras não registram a sua genealogia e que nada diz a respeito do seu começo e fim. Por isso, serve como tipo de CRISTO eterno, cujo sacerdócio nunca terminará. Vivendo sempre para interceder (Hb 7.25). CRISTO vive no céu, na presença do Pai. (8.1), intercedendo por todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a vontade do Pai (cf. Rm 8.33,34; 1 Tm 2.5; 1 Jo 2.1). (1) Pelo ministério da intercessão de CRISTO, experimentamos o amor e a presença de DEUS e achamos misericórdia e graça para sermos ajudados em qualquer tipo de necessidade (4.15; 5.2), tentação (Lc 22.32), fraqueza (4.15; 5.2), pecado (1 Jo 1.9; 2.1) e provação (Rm 8.31-39). (2) A oração de CRISTO como sumo sacerdote em favor do seu povo (Jo 17), bem como sua vontade de derramar o ESPÍRITO SANTO sobre todos os crentes (At 2.33) nos ajudam a compreender o alcance do seu ministério de intercessão (ver Jo 17.1). (3) Mediante a intercessão de CRISTO, aqueles que se chegam a DEUS (i.e., se chegam continuamente a DEUS, pois o particípio no grego está no tempo presente e salienta a ação contínua) pode receber graça para ser salvo ‘perfeitamente’. A intercessão de CRISTO como nosso sumo sacerdote é essencial para a nossa salvação. Sem ela, e sem sua graça e misericórdia e ajuda que nos são outorgadas através daquela intercessão, nos afastaríamos de DEUS, voltando a ser escravos do pecado e ao domínio de satanás, e incorrendo em justa condenação. Nossa esperança é aproximar-nos de DEUS por meio de CRISTO, pela fé (ver 1 Pe 1.5).” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, págs. 1907-1909) A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO Hebreus 7.1-191 - Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do DEUS Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; 2 - a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz; 3 - sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de DEUS, permanece sacerdote para sempre. 4 - Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. 5 - E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham descendido de Abraão. 6 - Mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles tomou dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas. 7 - Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. 8 - E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive. 9 - E, para assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. 10 - Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai, quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro. 11 - De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? 12 - Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. 13 - Porque aquele de quem essas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, 14 - visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio. 15 - E muito mais manifesto é ainda se, à semelhança de Melquisedeque, se levantar outro sacerdote, 16 - que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível. 17 - Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. 18 - Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade 19 - (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a DEUS. (iv) A ordem de Melquisedeque (7.1-28) 1. Até agora, o escritor não deu pormenor algum a respeito de Melquisedeque. Quase toma por certo que seus leitores estarão familiarizados com ele, embora passe agora a dar uns poucos pormenores históricos que lhe darão vida, mas isto de modo muito misterioso. Considera que os pormenores que oferece possuem uma relevância espiritual que vai além do contexto histórico original. Chega perto da alegorização, sem propriamente chegar a ela. Este primeiro versículo é uma declaração de fatos em harmonia com o relato em Gênesis 14.17-20. Fala da posição de Melquisedeque, tanto como rei de Salém quanto como sacerdote do DEUS Altíssimo. Esta combinação entre dignidade real e o sacerdócio revela-se significativa para o propósito do escritor, conforme demonstram os versículos seguintes. Não importa par ele a localização de Salém. Há uma forte tradição que a identifica com Jerusalém. Bruce cita as evidências em prol desta tradição e demonstra que a conexão da etimologia de Jerusalém com shalom (paz) é bem fundamentada. O escritor, no entanto, está mais interessado no significado simbólico do nome. O título aqui atribuído a DEUS vale ser notado, porque é achado não somente em Gênesis 14.18, como também em Deuteronômio 32.8 e vários outros lugares no Antigo Testamento, especialmente nos Salmos. Chama a atenção ao caráter exaltado de DEUS. Qualquer sacerdócio é avaliado de conformidade com a categoria da divindade que é servida, o que significa que o de Melquisedeque deve ter sido de um tipo muito exaltado. O encontro entre Melquisedeque e Abraão é o aspecto que traz aquele para a história bíblica. Acontece na conclusão da participação de Abraão num conflito entre duas confederações de reis. A vitória notável de Abraão, no entanto, não é o que ocupa o interesse do autor, mas, sim, o fato dele ser abençoado por Melquisedeque, o que imediatamente colocou este último numa posição de superioridade a Abraão. Isto em si mesmo teria sido considerado uma alta dignidade pelos judeus cristãos, bem como pelos judeus ortodoxos, não-cristãos, que tinham altíssima estima por Abraão (veja o desenvolvimento desta consideração no v. 4). 2. O pormenor adicional a respeito do dízimo que Abraão deu a Melquisedeque, tirado da narrativa de Gênesis, reforça a superioridade deste último. Ao fazer assim, Abraão reconheceu o direito de Melquisedeque de receber este dízimo. Tendo anunciado os fatos históricos, o escritor passa, então, a fazer uma exposição deles. O primeiro comentário baseia-se no significado do nome, i.é, rei de justiça. Este hino de exegese teria um impacto especial sobre os leitores judeus, para os quais os nomes eram significantes, porque aceitava-se que os nomes denotavam a natureza bem como a identidade da pessoa. A validade de “Melquisedeque” como descrição da natureza de JESUS como nosso Sumo Sacerdote teria apelo imediato ao escritor. Investiria a ordem de Melquisedeque com uma qualidade especial de justiça. Como Melquisedeque adquiriu seu nome não é discutido, mas o escritor claramente mencionou o amor que o Filho tem à justiça (1.9) e isto para ele é a consideração crucial na sua presente exposição. O escritor vê significância adicional no nome da cidade do sacerdote-rei, i.é, paz, outra dedução simbólica daquilo que parece ser fato histórico. Deve ser reconhecido que sua exegese volta das características conhecidas de CRISTO para a analogia do Antigo Testamento. Embora não tenha anteriormente ligado “paz” com JESUS CRISTO, a totalidade da sua apresentação da obra de CRISTO subentende tal ligação. Há indubitavelmente algum significado simbólico na ordem em que as características são mencionadas, porque a justiça deve ser a base de toda a paz verdadeira. Na sua carta aos Efésios, (2.14), Paulo chama JESUS CRISTO “nossa paz.” 3. É quando o escritor baseia sua exposição no silêncio da Escritura que seu método de. exegese parece mais estranho aos leitores modernos. Porque não há menção da origem nem da morte de Melquisedeque no relato de Gênesis, o escritor deduz que está sem pai, sem mãe, sem genealogia. Obviamente tirou da narrativa uma interpretação que não aparece na superfície do relato de Gênesis. Mas a seqüência do seu pensamento é clara. Diferente dos sacerdotes arônicos para os quais a descendência levítica era necessária para a elegibilidade ao cargo, a ordem de Melquisedeque é de um tipo totalmente diferente. Não há histórico do seu pai nem dos seus filhos. Fica misteriosamente à parte de qualquer necessidade de estabelecer a sua genealogia. Por esta razão, mais uma vez, é admiravelmente apropriado para ser comparado com JESUS CRISTO. Quando, no entanto, o escritor acrescenta que Melquisedeque não teve principio de dias, nem fim de existência, leva ainda mais longe seu argumento baseado no silêncio. Tomada literalmente, sua exegese sugeriria que Melquisedeque deve ter sido um ser celestial, e neste caso a narrativa histórica deve ter sido espiritualizada, porque não há sugestão alguma na narrativa de Gênesis de que Melquisedeque fosse outra coisa senão carne e sangue. A idéia de basear a exegese no silêncio é familiar nos escritos de Filo, e, por si só, não teria parecido estranha aos leitores judaicos. Mas é um pouco inesperado ver que Melquisedeque é considerado um sacerdote para sempre, exatamente como o Filho de DEUS. A verdadeira chave para o método exegético do escritor é achada na frase feito semelhante ao Filho de DEUS. A palavra traduzida feito semelhante (aphòmoiòmenos) ocorre somente aqui no Novo Testamento. É uma palavra sugestiva, usada no ativo para “uma cópia ou modelo fax-símile” e no passivo para “ser feito semelhante a.” É porque JESUS CRISTO é da ordem de Melquisedeque que o representante da ordem é visto como modelo do verdadeiro. Noutras palavras, é o sacerdócio de CRISTO que é o padrão, não o de Melquisedeque. Esta passagem chega perto de ser alegórica. Mas o fator importante que o escritor quer estabelecer é o sacerdócio eterno do Filho de DEUS e não o de Melquisedeque, embora este último seja subentendido. O que toma perpétua a ordem de Melquisedeque é que a Escritura nada diz acerca da sucessão. Aquilo que toma perpétuo o sacerdócio de CRISTO, no entanto, é sua própria natureza. O cumprimento é mais glorioso do que o tipo. O título Filho de DEUS leva o pensamento de volta para 4.14, onde JESUS, nosso Sumo Sacerdote tem este títuto atribuído a Ele (cf. também 6.6 e 10.29, duas passagens de advertência). 4. A razão para a exposição histórica é fornecer uma comparação entre Abraão e Melquisedeque. A declaração neste versículo resume este ponto de vista. Considerai, pois, como era grande esse... Esta exortação a um estudo especial da grandeza de Melquisedeque é baseada na sua superioridade à grandeza reconhecida de Abraão. Destacava-se no palco da história. Agora, surge outros, a quem Abrão oferece um dizimo, ação esta que demonstra sua estima por Melquisedeque. Mesmo assim, a grandeza já foi demonstrada nos w. 1-3. A posição das palavras no texto grego ressalta o contraste, porque a palavra o patriarca aparece bem no fim, como se fosse para enfatizar a dignidade daquele que ofereceu os dízimos. A palavra ocorre no Novo Testamento, fora daqui, somente em Atos 2.29, onde é aplicada a Davi, e em Atos 7.8, a Jacó e seus filhos. É especialmente apropriada como título para Abraão, porque era considerado não somente o pai de Israel, como também de toda a família dos fiéis (Rm 4.11,16). 5. A comparação que o escritor pretende fazer não é entre Abraão e Melquisedeque, mas, sim, entre Arão e Melquisedeque. São as duas ordens do sacerdócio que ele tem em mente. Isto explica a referência repentina a Levi. Todos os sacerdotes arônicos tinham de ser filhos de Levi,que imediatamente se contrasta com Melquisedeque, que não tinha descendentes. Os sacerdotes levíticos tinham um direito legal, um mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo. Números 18.26-27 propõe estes direitos. Nosso autor está ocupado somente com os sacerdotes, embora houvesse disposições especiais para- os levitas nãosacerdotais (cf. Dt 10.8-9). Na questão de direitos, Melquisedeque era diferente dos sacerdotes levíticos por ter recebido dízimos, não por mandamento, mas, sim, pela ação espontânea de Abraão. Nenhuma tentativa é feita nesta Epístola para explicar porque Abraão deu um dízimo dos seu despojos. O escritor se contenta em deixar esta questão de lado. O que o impressiona é a superioridade total de Melquisedeque. Os sacerdotes de Arão, além disto, cobram dízimos dos seus irmãos, que, como eles, têm descendido de Abraão. O contraste agora está entre os descendentes de Abraão e o próprio Abraão. O escritor dá a entender que as ofertas de Abraão devem ser maiores do que as ofertas feitas por seus descendentes. Mas este é um contraste válido? O princípio básico parece ser que a categoria de quem recebe determina a categoria de quem dá, porque quem recebe é sempre superior a quem dá (conforme declara o v. 7). 6-7. A genealogia era um fator indispensável no sistema sacerdotal judaico. O escritor obviamente anseia por demonstrar que, embora Melquisedeque esteja sem genealogia, mesmo assim, recebeu dízimos e abençoou uma personagem não menor do que o próprio Abraão. Além disto, visto que Abraão já recebera as promessas de DEUS, a bênção recebida através de Melquisedeque era um acréscimo que teria sido prezado somente no caso de, reconhecidamente, vir de uma fonte equivalente. E assim foi mesmo, porque Melquisedeque era sacerdote do DEUS Altíssimo, cuja bênção transmite. Vale notar que o tempo perfeito é usado para o recebimento dos dízimos (dedekatõken) por Melquisedeque, que chama a atenção, não somente ao evento histórico, como também à sua signiflcância permanente. O escritor está, por assim dizer, transportando o evento para os tempos dos próprios leitores para demonstrar a continuidade desta ordem de sacerdócio. Continua no seu perfeito cumprimento em CRISTO. O escritor sublinha a superioridade de Melquisedeque a CRISTO no v. 7. Chama-a fora de qualquer dúvida (chôris pasès antilogias), expressando-se nos termos mais compreensivos. Espera que seus leitores aceitem esta posição sem questioná-la. É um elo essencial no seu argumento em prol da superioridade de Melquisedeque sobre Arão, conforme demonstram as declarações que se seguem. 8. O contraste entre aqui e ali é uma referência à linhagem de Arão em contraste com a de Melquisedeque, com um contraste adicional entre homens mortais e aquele de quem se testifica que vive. Embora a ordem levítica fosse disposta por DEUS, os sacerdotes eram, afinal das contas, homens mortais. O máximo que poderim esperar seria uns poucos anos para o serviço de DEUS. A ordem de Melquisedeque, do outro lado, era inteiramente diferente, porque o escritor sustenta que sua vida é contínua. Assim faz, apelando para o texto específico de Gênesis, com a fórmula: de quem se testetifica (martyroumenos). O verbo ocorre sete vezes nesta carta. Em duas outras ocorrências (7.17 e 10.15) é usado, como aqui, em referência a citações diretas do Antigo Testamento. Seu uso aqui é uma lembrança delicada de que o escritor está baseando sua declaração numa fonte autorizada. 9-10. O argumento adota uma linha diferente à medida em que o relacionamento entre Levi e Abraão é exposto. Para um judeu ortodoxo, a ordem de Arão seria a única ordem sacerdotal autêntica, porque Abraão não era um sacerdote. Mas o autor sugere que, visto que Levi era um descendente de Abraão, pode ser dito que já estava nos lombos de Abraão (ARC). Sente que este método é algo estranho, daí sua fórmula introdutória: E, por assim dizer (hõs eposepein), uma expressão que não é achada em nenhum outro lugar no Novo Testamento. Parece estar preparando seus leitores para um modo de pensar que talvez não lhes seja familiar. A idéia é claramente que os descendentes de Abraão estão identificados no seu antepassado e, portanto, que a ordem levítica estava, com efeito, reconhecendo a superioridade de Melquisedeque. A força deste argumento teria mais impacto em mentes familiarizadas com a idéia da solidariedade, como era o caso dos hebreus, do que naquelas que estão dominadas pela idéia da individualidade. Nem o pai nem os filhos poderiam ser independentes uns dos outros. O pagamento dos dízimos feito por Abraão podia ser transferido para seu descendente Levi e, a partir dele, para a ordem inteira do seu sacerdócio. Sem dúvida, o pagamento de dízimos que Levi fez através de Abraão avoluma-se tão importantemente quanto seu direito de receber dízimos doutras pessoas, ou talvez até mais importante. Desta maneira, um equilíbrio delicado é sugerido entre a dívida que o homem tem para com seu passado e sua responsabilidade pelo presente. Alguns aspectos da idéia da solidariedade são inescapáveis. 11. Agora que demonstrou a superioridade de Melquisedeque à ordem levítica, o escritor passa a demonstrar a necessidade de haver um sacerdote que pertence àquela ordem superior do sacerdócio. A superioridade pessoal de Melquisedeque não o estabeleceria, por si mesmo, como substituto de Arão. Alguém poderia imediatamente objetar que a ordem de Melquisedeque era fogo de palha, por mais misteriosa que fosse, ao passo que a de Arão era uma linhagem que já havia muito era estabelecida e respeitada. O escritor antecipa semelhante objeção ao indicar as insuficiências da linhagem e, portanto, a necessidade de um sucessor em Melquisedeque. Reconhecidamente, o padrão do escritor não é nada menos do que a perfeição. A frase condicional: se... a perfeição houvera sido... que necessidade haveria ainda...?, depende de duas suposições prévias. Pressupõe que a “perfeição” é um fim desejável, e também pressupõe que o sacerdócio levitico e com ele a lei não poderia produzir tal perfeição. A primeira suposição faz parte do fundo básico da Epístola. Até mesmo as pessoas mais nobres na história de Israel (conforme demonstra o capítulo 11) não poderiam atingir a perfeição por si mesmas (cf. 11.40). Todos os anseios do homem por DEUS são uma expressão deste profundo desejo da perfeição. O sistema levitico era uma disposição especial mediante o qual os imperfeitos podiam aproximar-se de DEUS por meio de ofertas vicárias. Não possuía dentro de si mesmo o poder de aperfeiçoar os adoradores. A lei não tinha nenhum mandato para um alvo tão positivo. Tem sido sugerido que a legislação divina não poderia ter outra finalidade senão a perfeição (assim Westcott). Mas os argumentos de Paulo em Romanos 7.7ss. são suficientes para demonstrar que, na prática, a lei trazia somente a frustração. A lei, na realidade, nada mais poderia fazer senão revelar as faltas do homem. A necessidade de sucessor de Melquisedeque, portanto, baseia-se na incapacidade da ordem de Arão de produzir a perfeição. É bem possível, conforme indica Bruce, que a vinculação da perfeição com a ordem levítica teria sido inteligível somente para os leitores judeus, que talvez ainda estivessem inclinados, depois da sua conversão ao cristianismo, a ver algum valor no ritual antigo. 12. A estreita conexão entre o sacerdócio arônico e a Lei é ressaltada outra vez. Tendo em vista a santidade da Lei nas mentes judaicas, havia real dificuldade em aceitar qualquer outro sacerdócio do que o de Arão, e este é o problema que o escritor tem em mente ao sustentar que um sacerdócio diferente envolve uma lei diferente. Somente assim poderia apoiar a ordem de Melquisedeque. Pensa de um modo muito semelhante ao argumento usado por Paulo em Romanos no sentido de que a promessa a Abraão antecedeu a outorga da lei em cerca de quatrocentos anos. O escritor aqui está argumentando hipoteticamente, porque a própria lei não pode ser alterada. Tem primariamente em mente a lei que afeta o sacerdócio arônico. 13. Porque aquele, de quem são ditas estas coisas refere-se ao versículo 11, anterior, onde está em mente um sucessor de Melquisedeque — uma alusão preparatória a JESUS CRISTO que é introduzido no versículo seguinte como “nosso Senhor.” Este modo um pouco indireto de argumentar era necessário para justificar a identificação como sacerdote de alguém que pertence a outra tribo, i.é, a tribo de Judá. Ninguém desta tribo já exercera o cargo sacerdotal. Mais uma vez, o escritor está prevendo objeções à sua tese principal de JESUS como sumo sacerdote superior a Arão. O fato de que se dá tanto trabalho com cada pormenor do seu argumento demonstra a importância que atribuía à totalidade do seu tema sumo-sacerdotal. 14. As palavras pois é evidente subentendem que era bem conhecido a qual tribo nosso Senhor pertencia. Mesmo assim, somente aqui e em Apocalipse 5.5 é que especificamente se diz que Ele pertencia a esta tribo, embora seja subentendido na narrativa do nascimento registrado em Mateus (2.6). Isto sugere que a descendência do Senhor de Judá era uma parte reconhecida da tradição. As genealogias em Mateus e Lucas apoiariam este fato. Além disto, o fato de que muitas vezes JESUS é mencionado no Novo Testamento como Filho de Davi é testemunho adicional, porque Davi era o representante mais ilustre da tribo de Judá. A palavra usada aqui para a descendência, “procedeu” (anatetalken) às vezes é usada para uma planta que brota da sua semente, e às vezes para o levantar do sol. Ao passo que o versículo anterior apela ao costume do passado que excluía Judá, este versículo termina com um apelo ao silêncio de Moisés acerca de sacerdotes da tribo de Judá. Para aqueles que consideravam conclusivo o testemunho de Moisés, esta era uma dificuldade considerável, mas é contrabalançada pelo apelo adicional ao testemunho do Salmo 110 (v. 17). 15. O escritor volta ao pensamento da ordem de Melquisedeque. Assim diz porque sua mente está fixa em outro sacerdote (i.é, JESUS CRISTO). A combinação entre a descendência de Judá e a semelhança de Melquisedeque é considerada uma base suficiente para um novo tipo de sacerdócio. Neste versículo, as primeiras palavras: E isto é ainda muito mais evidente, demonstram que o pensamento do escritor remonta do sacerdócio de CRISTO, que considera indisputável, para a existência de uma ordem anterior que o acomodaria. É importante levar isto em conta no curso da sua exposição. O direito de CRISTO ao cargo sacerdotal baseia-se em fundamentos totalmente diferentes do sacerdócio levítico. O direito dEle é inerente, e transcende as qualificações tribais e acha um paralelo numa figura misteriosa fugaz do período patriarcal. Realmente, uma mudança aqui da “ordem” para a semelhança é significante, porque indica que em certo sentido Melquisedeque era considerado na sua pessoa um prenúncio do seu sucessor que Arão nunca foi. Aqui há, sem dúvida, um eco da sua origem e destino misteriosos já mencionados no v. 3 e ressaltados especificamente outra vez no v. 16. 16. Ao passo que no versículo anterior outro sacerdote “se levanta” (anistatai), aqui diz que é “constituído (gegonen), sacerdote, referindo- se à Sua aceitação histórica do cargo. O sacerdócio de CRISTO está inextricavelmente ligado com a Sua encarnação. Conforme já foi indicado nesta carta, é elegível para ser sacerdote do Seu povo somente porque compartilha da natureza deste (2.17-18). Um duplo contraste é visto aqui. .4 lei do mandamento é contrastada com o poder, e a descendência camal com a vida indissolúvel. O primeiro contraste é entre a obrigação externa e a dinâmica interna que imediatamente coloca a nova ordem de sacerdócio numa base diferente. A exigência da lei concentrava-se na hereditariedade mais do que na qualidade pessoal. Por melhor que tenha sido o cargo sacerdotal, não poderia ser garantido que os descendentes de Arão seriam dignos dele. Faltava a idéia de poder pessoal interior. No caso de JESUS CRISTO não era assim. Ele era a concretização do poder vivo. A palavra traduzida camal (sarkinês) literalmente significa “pertencente à carne ou feito da carne,” usado no Novo Testamento em contraste com “espiritual” (pneumatikos), como, e.g., em 1 Coríntios 3.1. É essencialmente mortal, em contraste com indissolúvel (akatalytou, incapaz de ser dissolvido). Esta é simplesmente uma reafirmação, em palavras diferentes, da superioridade de CRISTO sobre o sacerdócio de Arão, mas com ênfase especial dada à continuidade de CRISTO em comparação com a sucessão constante causada pela morte de Arão, fato este que é exposto ainda mais nos w. 23ss. Embora nosso Sumo Sacerdote tenha morrido, e embora Sua morte fizesse essencialmente parte do Seu cargo sacerdotal, ainda pode ser descrito como sendo indissolúvel. A morte não poderia segurá-Lo. Seu cargo sumo-sacerdotal continua em virtude da Sua vida ressurreta. Se não houvesse outra razão, este fato por si só O colocaria incomensuravelmente acima de todos os sacerdotes da linhagem de Arão. 17. Mais uma vez a citação do Salmo 110, que pode ser descrita como a melodia temática desta parte da Epístola, é repetida (cf. 5.6). Aqui, é introduzida com a frase: Porquanto se testifica, que forma um estreito paralelo com 7.8. Como ali, acrescenta uma nota de autoridade, tirada das palavras exatas da Escritura. A razão da repetição da citação aqui e' chamar a atenção às palavras para sempre, que apóiam diretamente a reivindicação da vida indestrutível feita no versículo anterior. 18-19. Em certo sentido, os w. 16-17 podem ser considerados um interlúdio, porque os versículos seguintes continuam o tema do v. 15. Há uma declaração contrastante em duas partes, com um comentário parentético entre elas. Por um lado introduz a primeira parte, que tem a ver com a fraqueza da lei no que diz respeito ao sacerdócio. As palavras traduzidas anterior ordenança não se referem meramente a um mandamento cronologicamente anterior, mas também a um que preparava um melhor. Tomou o anterior desnecessário, portanto. Três declarações são feitas acerca do mandamento: (i) é fraco; (ii) é inútil; (iii) é revogado. Embora a lei tenha cumprido uma função vital, sua fraqueza essencial era que não podia dar vida e vitalidade até mesmo àqueles que a guardavam, e muito menos àqueles que não a guardavam. Na realidade, sua função não era fornecer forças, mas, sim, fornecer um padrão mediante o qual o homem pudesse medir sua própria categoria moral. Um sacerdócio baseado num potencial tão limitado deve necessariamente compartilhar das mesmas limitações. Sua inutilidade não deve ser considerada no sentido de estar completamente sem valor, mas, sim, no sentido de ser ineficaz para fornecer um meio constante de aproximação a DEUS baseado num sacrifício totalmente adequado (consideração esta que será elaborada adiante). É por causa destas duas características, a fraqueza e a inutilidade, que o escritor considera o mandamento revogado (athetêsis), palavra esta que ocorre outra vez em 9.26 no sentido de colocar de lado (“aniquilar”) o pecado. Não há dúvida de que o escritor não quer dizer aqui que a própria lei é anulada, mas que pode ser descontada como meio de chegar à perfeição. Esta é a razão para o parêntese no começo do v. 19. É característica da lei — não meramente da lei mosaica, mas de toda a lei — que nunca aperfeiçoou coisa alguma. Tudo quanto podia fazer era focalizar a imperfeição. De fato, a lei mosaica ia além, e demonstrava na sua aplicação que a perfeição era impossível. Apesar disto, o impacto inteiro do argumento nesta Epístola é que o homem deve esforçar-se em prol da perfeição. A parte contrastante da declaração, por outro lado (de), fixa-se no tema da esperança, notavelmente ausente da abordagem legalista. Além disto, a esperança é descrita como sendo melhor, um comparativo já encontrado em 1.4; 6.9; 7.7 e ligada aqui no versículo 22 com uma aliança melhor. Surge a pergunta: em qual sentido a esperança introduzida por CRISTO é melhor? A declaração significa que Sua esperança é melhor do que a esperança trazida pelo mandamento, ou significa melhor do que o próprio mandamento? Este último ponto de vista se adaptaria bem ao contexto em que a fraqueza e inutilidade do mandamento já foram ressaltadas — não o tipo de coisa que oferece muita esperança. A palavra esperança é outra característica desta Epístola (veja os comentários sobre 3.6; 6.11, 18 e 10.23; também o uso do verbo em 11.1), embora ocorra muito mais freqüentemente em Paulo (31 vezes). A idéia da esperança como meio mediante o qual nos chegamos a DEUS continua o pensamento de 6.19, que menciona o tipo de esperança que até mesmo penetra além do véu, i.é, em aproximação direta com DEUS. Vale notar que a aproximação a DEUS da parte do homem ocorre como a exortação final da parte doutrinária da Epístola (10.22). A despeito de um conceito impressionante de DEUS em 12.29, ainda há o encorajamento para aproximar-se em adoração. Somente um sistema melhor do que o velho poderia estimular semelhante encorajamento. 20-21. Outra distinção entre os sacerdotes arônicos e a ordem de Melquisedeque é que para esta última, era necessário um juramento para estabelecer quem exerceria o mesmo tipo de sacerdócio, ao passo que para aqueles, nenhum juramento assim foi dado. O argumento parece depender do fato de que quando DEUS acrescenta um juramento à Sua própria palavra a questão fica duplamente garantida (cf. 6.18). Comparado com isto, a ordem levítica dependia somente da lei. O escritor está convicto de que isto demonstra a superioridade de Melquisedeque, também porque está baseado na Escritura. Quando diz: mas este, com juramento, refere-se à citação anterior no v. 17, mas agora cita a primeira metade do Salmo 110.4 que anteriormente omitira. O juramento, no Salmo, é ligado diretamente com a imutabilidade de DEUS. Aqui o pensamento é repetido, a fim de impressionar sobre os leitores a autoridade que subjazia esta exposição do tema sumo-sacerdotal. 22. Numa declaração resumida que reitera a lição principal da discussão, JESUS mais uma vez é mencionado pelo nome (a última vez foi 6.20). Além disto, no texto grego o nome fica na posição enfática no fim da frase. É claro que o significado especial deve ser atribuído ao uso do nome humano aqui, posto que é como o representante perfeito do homem que Ele Se toma Fiador (engyos). Esta palavra não ocorre noutro lugar do Novo Testamento. É comum nos papiros, nos documentos legais, no sentido de um penhor ou em referência à fiança. Quando o pai dá o consentimento ao casamento da sua filha, presta fiança do dote (veja MM). No presente caso, o fiador tem relacionamento com a aliança e não diretamente com o homem. Visto que a aliança no sentido bíblico é um acordo iniciado por DEUS, o Fiador (i.é, JESUS) garante que aquela aliança será cumprida. No capítulo seguinte o escritor delonga-se sobre a idéia da nova aliança, e é claro que é ela que tem em mente ao falar de superior aliança. A antiga aliança estava estreitamente vinculada com a lei e com a ordem levítica. A nova aliança oferece uma esperança superior (v. 19) e sem dúvida alguma tem um Sumo Sacerdote melhor. 23-24. A continuidade do sumo-sacerdócio de JESUS já foi ressaltada, mas o escritor não pode deixar o assunto sem reiterar o contraste entre aqueles... sacerdotes (a linhagem de Arão) e JESUS. A multiplicidade da linhagem de Arão era inevitável porque todos eles são impedidos pela morte de continuar no exercício do cargo. Era o cargo que continuava, e não a pessoa. Por via de contraste, JESUS tem o seu sacerdócio imutável, i.é, é inviolável. Alguns comentaristas têm procurado entender a palavra no sentido de “intransferível,” mas este não é o sentido técnico da palavra. Embora JESUS, nosso Sumo Sacerdote, tenha morrido, Seu sacerdócio não cessou, nem foi passado adiante para outras pessoas, porque Sua morte não foi um ato definitivo. Foi eclipsada por Sua ressurreição (continua para sempre), separando-O, assim, de todos os demais sacerdotes. 25. Aqui, o resultado do sumo-sacerdócio inviolável é especificamente declarado como sendo Sua capacidade contínua de salvar. Teria sido totalmente diferente se Seu cargo sumo-sacerdotal tivesse sido apenas temporário. Realmente, a força inteira do argumento nesta Epístola depende da continuidade do cargo de JESUS. A capacidade de JESUS CRISTO já fora focalizada antes nesta Epístola, mas em nenhum lugar tão compreensivamente quanto aqui. Em 2.18, tratava-se da Sua capacidade de ajudar, em 4.15 da Sua capacidade de simpatizar, mas aqui, da Sua capacidade de salvar. A salvação já foi mencionada, mas somente aqui é que o verbo usado é aplicado a JESUS. Assim fica mais pessoal. Mas fica sendo ainda mais compreensivo pelo fato de que Sua capacidade de salvar é, segundo é declarado aqui “para todo o tempo” (eis to panteles). O grego geralmente significa totalmente (ARA), mas um significado temporal é justificado pelos paralelos nos papiros (MM). O significado parece ser que, enquanto o Sumo Sacerdote funcionar, é poderoso para salvar, pensamento este que é reforçado pelas palavras vivendo sempre (pantote zòn). Os que por ele se chegam a DEUS já foram referidos no v. 19, embora um verbo diferente seja usado aqui. Há uma conexão recíproca entre a capacidade de JESUS se salvar e a disposição do homem de vir. Nenhuma provisão é feita para aqueles que vêm por qualquer outra maneira senão através de JESUS CRISTO. Este escritor compartilha com os demais escritores do Novo Testamento a convicção de que a salvação é inseparável da obra de CRISTO. Nesta carta, a obra intercessória de CRISTO já foi aludida de modo indireto. Sua simpatia e Sua ajuda estão em harmonia com esta obra, mas é nesta passagem que é ressaltada mais claramente. A palavra para interceder (entynchanein) não ocorre em qualquer outro lugar nesta Epístola, mas é usada por Paulo para a intercessão do ESPÍRITO (Rm 8.27) e para a intercessão de CRISTO (Rm 8.34). A função do nosso Sumo Sacerdote é pleitear a nossa causa. Isto, também, Ele pode fazer de modo mais eficaz do que Arâo ou qualquer dos descendentes deste poderia fazer. Este ministério intercessório de CRISTO demonstra Sua atividade atual em prol do Seu povo e é uma continuação direta do Seu ministério terrestre. 26. Aqui o escritor passa a resumir algumas daquelas qualidades que são características específicas de um sumo sacerdote ideal e que são vistas perfeitamente em JESUS CRISTO. Anteriormente nesta Epístola o escritor usou a mesma fórmula - convinha (eprepen) que é usada aqui, i.é, em 2.10. Nos dois casos referese à perfeição das atividades de JESUS CRISTO. Aqui, subentende que nenhum outro tipo de sumo sacerdote cumpriria as exigências. Este fato não somente se aplica às qualidades que serão mencionadas, como também àquelas já mencionadas no v. 25, porque a palavra de ligação (grego gar) com efeito olha para trás e para a frente. É tomado por certo que a declaração acerca do sumo sacerdote é relevante somente para os cristãos, conforme subentende o nos (hèminj. Não parece ser apropriado para todos, mas somente àqueles que se chegam a DEUS mediante JESUS CRISTO (como no v. 25). Em primeiro lugar, são mencionadas três características pessoais do sumo sacerdote ideal, sendo que todas elas estão estreitamente ligadas entre si — santo, inculpável, sem mácula. A primeira refere-se à santidade pessoal. Tem um aspecto positivo, um cumprimento perfeito de tudo quanto DEUS é e tudo quanto Ele requer, um caráter que nunca poderá ser acusado de erro ou de impunidade. As outras qualidades dizem respeito ao impacto do seu caráter sobre outras pessoas. Ninguém pode acusá-lo de apostasia moral ou de corrupção. A palavra inculpável (akakos) significa “inocente” no sentido de não ter dolo, ao passo que a palavra sem mácula (amiantos) significa “incontaminado.” As três palavras se combinam entre si para oferecer um quadro completo da pureza de nosso Sumo Sacerdote. Ele não somente é inerentemente puro, como também permanece puro em todos os Seus contatos com os homens pecaminosos. Ao passo que anteriormente na Epístola o escritor deu-se ao trabalho de ressaltar a identificação de JESUS CRISTO com Seus “irmãos,” aqui enfatiza que estava separado dos pecadores. Isto é verdadeiro em dois sentidos. Seu caráter isento de pecado imediatamente O coloca à parte doutros homens, sendo que todos eles são pecadores. Além disto, Seu cargo também o coloca à parte, porque somente o sumo sacerdote, até mesmo na ordem levítica, tinha licença de entrar no SANTO dos Santos, e isto somente depois de purificar seu próprio pecado. É um aspecto principal do Novo Testamento que JESUS CRISTO, a despeito da Sua semelhança aos homens, não deixa de ficar acima deles, de ser sem igual. É somente quando esta singularidade, é reconhecida que a plena glória do ministério de JESUS em prol dos homens pode ser apreciada. A expressão feito mais alto do que os céus descreve a posição presente de nosso Sumo Sacerdote e relembra a declaração em 1.3 acerca dEle assentado à destra da Majestade nas alturas. Há muitas passagens no Novo Testamento que são paralelos deste pensamento (cf. Ef 4.10; At 1.10-11; 1 Pe 3.22). A exaltação de JESUS é vividamente ressaltada por Paulo em Filipenses 2.9. Em contraste com a glória limitada do sacerdócio levítico, a glória de CRISTO acha-se na Sua exaltação etema. Não há ninguém comparável a Ele. 27. Sua superioridade aos sacerdotes arônicos é vista, ainda mais, no fato de que nenhum sacrifício diário (todos os dias) é necessário nem para Ele nem para Seu povo. Suige um problema a respeito da aplicação da expressão todos os dias (kath hémeran) aos sacerdotes arônicos, porque se o escritor tem em mente o ritual do Dia da Expiação, este era realizado somente uma vez ao ano, e não diariamente. Bruce pensa que a oferta ocasional pelo pecado talvez estivesse na mente do nosso autor quando usou a expressão “todos os dias.” Do outro lado, Davidson considera que o Dia da Expiação resume todas as ofertas ocasionais no decurso do ano. Mas o problema pode ser resolvido ao restringir as palavras ao ministério de JESUS, e neste caso as palavras acompanhantes com os sumos sacerdotes se refeririam somente à necessidade de os sacerdotes oferecerem sacrifícios. A frase inteira pode, entao, ser traduzida: “Ele não tem necessidade, no Seu ministério diário, de oferecer sacrifícios por Si mesmo como faziam aqueles sacerdotes...” Este modo de entender a expressão todos os dias estaria de acordo com as declarações anteriores já feitas no v. 25 acerca do caráter contínuo da intercessão de CRISTO. O fato de que o sumo sacerdote arônico precisava de um sacrifício tanto para ele quanto para seu povo demonstra uma nítida distinção da ação de CRISTO, que a si mesmo se ofereceu uma vez por todas. O sacrifício no caso dEle não era para Si mesmo, porque não tinha pecado algum. Além disto, o sacrifício era uma vez por todas, e não precisava de repetição. É importante notar que a razão da diferença é achada exclusivamente no caráter do Sumo Sacerdote e não no Seu cargo. 28. Aqui temos um resumo dos dois versículos anteriores. O contraste entre as duas ordens é resumido como sendo um contraste entre a lei e o juramento. Trata-se de tirar uma conclusão do argumento a partir de 6.13ss. Diz-se que os dois constituem, embora fique claro que esta nomeação vem da parte dAquele que constituiu tanto a lei quanto o juramento. A diferença aqui é explicada pela diferença do caráter daqueles que foram nomeados. Homens sujeitos à fraqueza contrasta-se fortemente com o Filho, perfeito para sempre, especialmente porque a natureza humana do Filho já foi ressaltada mais de uma vez nesta Epístola. A lei somente podia usar o tipo de pessoa disponível para o cargo de sumo sacerdote, e quem era escolhido sofria das fraquezas que todos os homens têm em comum. Isto ine vitavelmente fazia o sistema legal de sumos sacerdotes igualmente fraco. O propósito do escritor, no entanto, não é censurar a ineficácia da linhagem de Arão, mas, sim, glorificar a superioridade da de CRISTO. A ordem de Melquisedeque, estando livre dos embaraços de sucessão humana, estava isenta da fraqueza inerente no sistema de Arão, e podia ser concentrada numa única pessoa sem igual. A declaração acerca da palavra do juramento, que foi posterior à lei parece surpreendente à primeira vista, tendo em mira 6.13ss. que demonstra que o juramento foi feito a Abraão. Este juramento, portanto, antecede a lei em vários séculos. Mas aquilo que o escritor evidentemente tinha em mente aqui é a nomeação de CRISTO para o cargo de Sumo Sacerdote, que historicamente coloca-o séculos depois da lei. 0 escritor pode ter sido influenciado pela referência ao juramento no Salmo 110, já citado nos w. 20-21. O pensamento principal, no entanto, diz respeito à perfeição, introduzida na Epístola pela primeira vez em 2.10. Com o Sumo Sacerdote perfeito, o cargo fica sendo permanente, porque nada há para tomá-lo inválido. O cristão pode aproximar-se com confiança, visto que tem tal Sumo Sacerdote. SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA 1- Porque este Melquisedeque; que era rei de Salém e sacerdote do DEUS Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; Quem era Melquisedeque? As únicas referências bíblicas sobre este personagem semita encontram-se nos trechos de Gênesis 14.18-20; Salmos 110.4 e Hebreus 6.20; 7.1,10,11,15,17,21. Pode- se ver, com base nisso, que o autor supre a discussão maior. E dito que ele era o “rei de Salém... e sacerdote do DEUS Altíssimo”, o que, combinado às passagens de Josué 18.28 e Salmos 76.2, nos mostra ter sido ele rei em Jerusalém durante o do mínio dos jebuseus. Entretanto, ele aparece na interpretação de Hebreus 7.2 como “rei de justiça”. Melquisedeque saudou a Abraão, trazendo-lhe pão e vinho e o abençoando no nome do DEUS Altíssimo, quando o patriarca retornou após ter vencido Quedorlaomer, rei do Elão, e seus aliados. Ao mesmo tempo, Melquisedeque recebeu de Abraão dízimos dos despojos. A significação profética de Melquisedeque é claríssima. Salmos 110 apresenta a divindade do Messias ligada à ordem deste personagem contemporâneo de Abraão. No entanto, a obscuridade de Melquisedeque tem levantado um série de conjeturas, algumas delas nada mais que fantasias. Alguns dizem ser o ESPÍRITO SANTO que teria aparecido na terra sob essa forma, visto que, ele não consta em nenhuma genealogia como nos é dito a respeito de DEUS e de CRISTO (Lc 3.23,38). Outros dizem ter sido uma manifestação de CRISTO antes da encarnação, no Antigo Testamento. Mas isso é absurdo, pois teríamos de aceitar o seu governo em Jerusalém antes dos tempos testamentários. Para alguns estudiosos, no entanto, Melquisedeque teria sido encarnação de alguma outra elevada personalidade celeste. Outros afirmam que ele seria Sem, filho de Noé, o que é opinião comum entre vários escritores judeus, especialmente no Targum. Outras opiniões afirmam que ele teria sido um monarca cananeu, da descendência de Cão. E outros, ainda, consideram-no um ser como Adão, diretamente criado por DEUS, e que literalmente não teria ascendência humana. Também há opiniões que o identificam com Jó ou com algum outro personagem do Antigo Testamento. Todas essas conjeturas não têm base em que se possa confiar; assim, necessariamente, a identificação de Melquisedeque deve ser procurada por outro prisma. O historiador judeu Flávio Josefo, em sua obra Antiguidades Judaicas, fala bem pouco de Melquisedeque. A informação que temos dele é esta: “O rei de Sodoma veio até ele (Abraão) no lugar a que chamam de ‘campo real’, onde o rei de Salém, que agora é Jerusalém, o recebeu também com grandes demonstrações de estima e de amizade. Este príncipe chamava-se Melquisedeque, isto é, rei justo; e ele era verdadeiramente justo, pois sua virtude era tal que, por consentimento unânime ele tinha sido feito sacrificador do DEUS Todo-poderoso. Ele não se contentou de receber tão bem a Abraão, mas recebeu outrossim todos os seus; deu-lhes no meio dos banquetes que realizou, os louvores devidos à sua coragem e virtude e prestou a DEUS públicas ações de graças por uma tão gloriosa vitória. Abraão, por sua vez, ofereceu a Melquisedeque a décima parte dos despojos que tinha feito dos inimigos; e este os aceitou”. 2- a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e dpois também rei de Salém, que é rei de paz; Quase todos os escritores da Bíblia têm identificado a cidade de Salém, aqui mencionada, como sendo um diminuti- vo poético da cidade de Jerusalém. Este lugar é mencionado paralelamente com Sião, a cidade de DEUS (SI 76.2). Também é acrescentado que ali se encontrava o “Tabernáculo do Senhor”. Josefo identificou Salém como sendo o local antigo de Jerusalém, uma espécie de comunidade que existia antes de Jerusalém. Os samaritanos vinculavam Salém com Salim, a leste de Nablus, mas essa identificação pode ter-se originado do preconceito político e da rivalidade religiosa que havia entre judeus e samaritanos. Existe uma outra interpretação que localiza Salém com Salim, que era uma cidade de Siquém, onde, segundo se diz, existem supostas ruínas do “palácio de Melquisedeque”. Em tempos remotos, Jerusalém chamava-se apenas “Jebus”, nome este mencionado por cinco vezes (Js 18.28; Jz 19.10,11; I Cr 11.4,5). Alguns acreditam, ainda, que Melquisedeque tenha conquistado uma parte da cidade, adicionando nesta parte por ele dominada o nome de “Salém”, ou a cidade de paz. Depois houve a junção de Jebus com Salém, quando Melquisedeque conquistou a outra parte da cidade, em poder dos jebuseus. Então, passou-se a pronunciar “Jerusalém” ao invés de “Jebus-Salém”, sua forma primitiva. Depois, com a ausência de Melquisedeque, os jebuseus voltaram a chamá-la de Jebus, nome este que perdurou até os dias de Davi, quando ele e seus homens conquistaram a fortaleza de Sião e esta passou a se chamar “a cidade de Davi” (I Cr 11.4-8). 3- sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de DEUS, permanece sacerdote para sempre. O autor sagrado afirma que Melquisedeque era “sem pai, sem mãe, sem genealogia”. E acrescenta ainda: “feito semelhante ao Filho de DEUS”. As seguintes explicações sobre essa expressão são possíveis desde que usemos o raciocínio lógico e a razão natural. Io - Na qualidade de algum elevado ser espiritual (termo este usado apenas para argumentação), ele não tinha descendência terrena; 2° - Melquisedeque teria “perdido” (mediante a morte física) seu pai e sua mãe, pelo que também estaria “sem eles”; 3o - Seu pai e sua mãe seriam figuras “desconhecidas”, pelo que também não se fez qualquer registro genealógico; 4o - Seu pai e sua mãe não tinham genealogia sacerdotal (o que parece lógico), razão pela qual não foram mencionados; 5o - Antes, Melquisedeque simplesmente não tem “genealogia registrada” nas Escrituras, etc. No que diz respeito à genealogia, várias opiniões são também sugeridas, tais como: A genealogia de Melquisedeque era conhecida, mas não foi “registrada”. A genealogia era conhecida, mas “propositadamente não foi registrada”, para que Melquisedeque tivesse a possibilidade de ser um “tipo simbólico” de CRISTO, em seu sumo sacerdócio. A genealogia não foi registrada porque era desconhecida. Não havia genealogia a registrar porque Melquisedeque, na realidade, não era uma personalidade humana, etc. Para nós, o fato de não ter pai nem mãe significa que não há registro de seus ancestrais, e que, profeticamente, Melquisedeque simboliza o divino Filho-Profeta, acerca de quem não se pode falar de qualquer linhagem terrena quando se observa sua eternidade. Melquisedeque não tinha nem pai nem mãe sacerdotais, por isso não tinha uma genealogia como os filhos de Arão. Em outras palavras, ele torna-se um verdadeiro tipo de CRISTO, visto que “... nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio” (Hb 7.14b). O original grego indica “brotou” em lugar de “procedeu”, para indicar “... o homem cujo nome é Renovo” (Jr 23.5; 33.15;Zc 3.8; 6.12), título este aplicado em sentido tópico a Josué, o sumo sacerdote do tempo do cativeiro e também a nosso Senhor JESUS CRISTO. II- Quão Grande Era Este 4- Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. Este acontecimento aqui narrado encontra-se em Gênesis 20, onde está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do DEUS Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão do DEUS Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra! E bendito seja o DEUS Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E deu-lhe o dízimo de tudo”. O escritor sagrado da Epístola aos Hebreus exalta Melquisedeque acima de Abraão, quando diz: “... quão grande era este”. E como reconhecimento de sua autoridade, Abraão lhe deu o dízimo dos despojos, quer dizer, o melhor daquilo que Abraão tinha conquistado, que significa do “topo do monte” — expressão essa usada pelos gregos com o sentido de “o melhor” ou “mais precioso”. Os despojos eram repartidos entre os guerreiros vitoriosos, e em ocasiões especiais repartia-se também com aqueles cuja autoridade era considerada superior aos guerreiros vitoriosos. Em alguns casos, esses eram compostos não só de bens materiais, mas também de pessoas humanas (Is 42.24). Mas no episódio que marca o encontro de Abraão e Melquisedeque, somente estão em foco os despojos de bens materiais, sem nenhuma menção a vidas humanas. 5- E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lomhos de Abraão. O dízimo existe desde a criação do homem. E uma prática que tem a sua origem no reconhecimento de que tudo pertence a DEUS. A história dos povos primitivos mostra que a prática de dar à divindade uma parte das rendas é comum a toda a humanidade. Podemos observar que o justo Abel reconheceu este dever e prontamente "... trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura [uma oferta ao Senhor]” (Gn 4.4). A palavra “primogênito”, neste sentido, pode significar “primícias”, ou seja, o melhor de uma porção. Em linguagem hodierna, Abel trouxe seu dízimo ao Senhor. Noé, depois do dilúvio, parece ter seguido o mesmo exemplo. Daquilo que lhe sobrou com vida, ele trouxe uma porção para DEUS. Como não existia uma outra autoridade na terra maior que ele, então sua dádiva deu-se da seguinte forma: “E edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de todaave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar” (Gn 8.20, ênfase do autor). Abraão exemplifica os crentes dizimistas de todos os tempos. A menção do “dízimo”, dentro do episódio que marcou seu encontro com o monarca Melquisedeque, mostra-nos que se tratava de uma instituição mais antiga que a da legislação mosaica no Antigo Testamento (Gn 14.20; Hb 7.2,4-6,9). Por aquela ocasião, todos os descendentes de Abraão (segundo a carne) pagaram dízimo a Melquisedeque, pois ele representava, por assim dizer, toda a nação (Hb 7.8,9). Pelo que também todos os descendentes de Abraão (segundo a fé) devem pagar seu dízimo a CRISTO (que cumpre o tipo simbólico de Melquisedeque), tal como o próprio Abraão pagou dízimos a Melquisedeque, o monarca de Salém. 6- Mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles tomou dízimos de Abraão e abençoou o que tinha as promessas. Entre o povo judeu há certo silêncio com relação à superioridade de Melquisedeque sobre Abraão. Para eles, além de DEUS, Abraão é considerado a maior autoridade no campo espiritual. Talvez por essa razão eles questionaram a JESUS quando este se apresentou como sendo o Filho de DEUS, dizendo: “Es tu maior do que Abraão, o nosso pai, que morreu? E também os profetas morreram; quem te fazes tu ser?” (Jo 8.53) No entanto, aqui no texto em foco, o autor sagrado apresenta a majestosa autoridade de Melquisedeque sobre Abraão. Porém com uma ressalva: há um outro superior a Melquisedeque: CRISTO, que é DEUS. Abraão, como representante de DEUS entre aquelas nações mergulhadas em todo o tipo de práticas pecaminosas, jamais pensou que pudesse encontrar um outro representante de DEUS superior a ele. Por esta razão o escritor sagrado faz a seguinte declaração, quando lembra o encontro que se deu entre estes dois personagens — Abraão e Melquisedeque: “Considerai, pois, quão grande era este...” (v. 4). 7- Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. Neste versículo, o autor novamente menciona a grandeza de Melquisedeque, o rei de Salém, destacando que ele recebeu o dízimo de Abraão e também teve a autoridade divina de abençoá-lo. A bênção aqui referida não é a simples expressão de um desejo relativo a outrem, o que pode ser feito de um inferior para um superior. Mas é a ação de uma pessoa “autorizada” a declarar as “intenções” de DEUS, conferindo boas dádivas de prosperidade a outrem. Tal ação somente tem validade quando é feita por alguém que é superior. Melquisedeque estava autorizado a abençoar o patriarca Abraão, porque era maior do que este, pois “sem contradição alguma, o menor [Abraão] é abençoado pelo maior [Melquisedeque]”. O conceito de grandeza, aqui em foco, deve ser mais subentendido como grandeza espiritual, visto que o assunto predominante neste encontro foi mais o aspecto sacerdotal do que a própria realeza de Melquisedeque, sendo mencionados ali “pão e vinho”, como também duas bem-aventuranças: uma para Abraão e outra para DEUS (Gn 14.18-20). 8- E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive. Algumas interpretações liberais têm procurado identificar Melquisedeque como sendo o próprio JESUS antes de sua encarnação. De acordo com estas interpretações, “... aquele de quem se testifica que vive” tornou-se expressão usada livremente entre o cristianismo logo após a ressurreição de JESUS (cf. Lc 24.5). Mas esta frase também pode ser aplicada ao sacerdote Melquisedeque, visto que o silêncio do Antigo Testamento acerca de sua morte autentica também que ele permanece como aquele de quem “se testifica que vive” (Hb 7.3). O sacerdócio levítico (com seus sacerdotes) era algo temporal e transitório. Mas Melquisedeque e seu sacerdócio, como CRISTO e seu sacerdócio, são eternos e permanentes. Isso indica claramente que tanto o sacerdócio do qual pertenciam Melquisedeque e nosso Senhor JESUS CRISTO é um sacerdócio eterno, que tem em si mesmo estabilidade permanente, para que se nomeie seus sacerdotes por meio de juramento, e não meramente por uma indicação circunstancial, como muitas vezes foi feito no sacerdócio araônico. 9- E, para assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. O autor continua com seu argumento quanto à superioridade e importância do sacerdócio e pessoa de Melquisedeque, dizendo que Levi, cuja linhagem fora escolhida para exercer o sacerdócio entre os filhos de Israel, “pagou dízimos” a Melquisedeque. Para aqueles que são contrários aos ensinamentos das Escrituras sobre o dízimo, deve-se observar que este é antes da Lei — sendo apenas, séculos depois, nela incorporado. Cada povo ou nação do mundo sempre teve seus tributos. O dízimo, portanto, foi estabelecido por ordem divina, como sendo uma espécie de tributo que uma nação santa (como Israel), no Antigo Testamento, e um povo santo (como a Igreja), no Novo Testamento, deviam contribuir para DEUS e para sua obra. E Ele ainda restituirá tudo, devidamente corrigido, e ainda acrescentará “cem vezes tanto” ao valor daquilo que a Ele dedicamos (Ml 3.10; 2 Co 9.7,8). III- O Sacerdócio Levítico e o Sacerdócio de Melquisedeque 10- Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai, quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro. Levi aqui é tomado como sendo o representante de sua descendência posterior. Mas numa alegoria prospectiva, ele pagou seu dízimo a Melquideseque através de Abraão. Isto também serve de exemplo para nós, na presente dispensação. Nossos filhos (os da carne e os da fé) devem ser ensinados a contribuir com seus dízimos desde tenra idade. Fazê-lo depois pode ser tarde demais. Os termos “dar, pagar, devolver, trazer, oferecer ou entregar” são usados por todos os cristãos em todo lugar em referência ao ato de dizimar. A primeira menção sobre o dízimo na Bíblia diz que deve ser “doado” (Gn 14.20), mas em Hebreus 7.9, a palavra “doar” foi substituída por “pagou dízimos”. O importante no ato de dizimar não se prende tanto à palavra ou expressão idiomática usadas para descrevê- lo, mas ao sentimento de gratidão que deve existir no coração daquele que se predispõe a pagar fielmente seu dízimo, de acordo com os ensinamentos das Escrituras (2 Co 9.7,8). 11- De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão ? Em relação a Arão como figura de CRISTO, alguns pontos prestam-se a aplicações espirituais e outros não. O sumo sacerdote deveria ser diretamente da linhagem de Arão, o primeiro sumo sacerdote levítico. Mediante tal conceito, tinha então direito por sucessão ao sacerdócio. Em outras palavras, não era tão necessária uma nomeação; e sim, a sucessão mediante a morte do antecessor. Entretanto, o mesmo não se aplica a CRISTO. Ele foi nomeado, chamado diretamente por DEUS de “Sumo Sacerdote”, segundo a ordem de Melquisedeque. No grego, isso significa “chamar”, “nomear”, “designar para o ofício”. Por esta razão o sacerdócio de CRISTO transcende ao sacerdócio de qualquer outro personagem: humano ou mesmo celestial. Em CRISTO tanto as necessidades que existiam no sacerdócio como a vontade de DEUS quanto à perfeição foram satisfeitas — isso tanto no sentido de sucessão como no sentido de perfeição (vv. 26,28). 12- Porque; mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. Devemos observar aqui que não se fala de mudança de sacerdote, para que haja mudança na Lei. O termo “mudança”, aqui, fala do “sacerdócio”, isto é, do ofício, e não da pessoa. No caso de Arão e seus descendentes, falava-se da pessoa, e não do ofício. O sacerdócio aarônico, embora tenha sido também chamado de “perpétuo” (Ex 40.15), teve seu termo com a morte de JESUS CRISTO. Doravante é instituído um novo sacerdócio, que perdurará eternamente. Seu sumo sacerdote também não terá sucessor — porque Ele vive eternamente. Ele não pertence à tribo de Levi e por extensão à família de Arão; sua geneolagia é encontrada na tribo de Judá, cuja posse e realeza foram exercidas na cidade de Jerusalém (antiga Salém), onde Melquisedeque fora rei e sacerdote (Gn 14.18; Hb 7.1,2). Sua genealogia não foi encontrada, como também não podemos encontrar a genealogia de CRISTO, quando buscada do ponto de vista sacerdotal e em seu aspecto divino. Semelhantemente, ambos não tiveram antecessores e também não terão sucessores (sacerdotais), porque no sacerdócio de ambos não haverá nenhuma mudança. 13- Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar, Durante o tempo chamado de “período interbíblico”, os macabeus arrogaram para si deveres sacerdotais, ignorando totalmente a regra levítica. Assim fazendo, disseram-se sacerdotes segundo a ordem de Melquisedeque, embora nunca tivesse havido uma ordem constante de sacerdotes segundo o sacerdócio de Melquisedeque. O autor deste tratado não queria fazer de JESUS nenhuma exceção dessa natureza. Antes, do princípio ao fim, demonstrou que CRISTO é sacerdote por ser o eterno Filho de DEUS, e não devido às circunstâncias de sua humanidade. Por conseguinte, o seu sacerdócio transcende toda a questão da descendência terrena, como Melquisedeque fora reconhecido sacerdote do DEUS Altíssimo, embora nunca tivesse pertencido à ordem levítica. Portanto, no sentido humano (genealógico), tanto CRISTO como Melquisedeque pertenciam a uma ordem sacerdotal ainda desconhecida; porém, suas funções sacerdotais eram bem patentes aos olhos de DEUS (Gn 14.18-20; SI II0.4). IV- O Sacerdócio de CRISTO Segundo a Ordem de Melquisedeque 14- visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio. A palavra “procedeu” é usada para indicar o nascimento do sol, o aparecimento da luz, da estrela matutina (2 Pe I.19), o levantamento das nuvens (Lc 12.54), o brotar das plantas (Is 54.4; Ez 17.6). E o vocábulo utilizado em conexão com a profecia sobre o Renovo (Jr 23.5; Zc 3.8). A tudo isso o autor sagrado alude para apontar JESUS como Filho de Davi, da tribo de Judá (Mt 1.1,2; Lc 1.27; Rm 1.3; Ap 5.5). Sua descendência, naturalmente, falava de “realeza”, e não de “sacerdócio”. O autor sagrado tinha por intuito que CRISTO era “um Rei-Sacerdote”, tal como Melquisedeque, que não pertenceu à tribo de Levi, e, por conseguinte, à família de Arão, que sempre exerceu o sacerdócio, mas não a realeza. Ser sacerdote e rei ao mesmo tempo, como CRISTO e Melquisedeque eram, indicava superioridade tanto política como religiosa, qualidades estas que os dois possuíam por indicação divina. 15- E muito mais manifesto é ainda se, à semelhança de Melquisedeque, se levantar outro sacerdote, O juramento de DEUS em relação ao sacerdócio de CRISTO incluía a ordem sacerdotal de Melquisedeque. Isto queria dizer que o sacerdócio do Filho de DEUS seria superior, real e eterno, o que é descrito pelo escritor sagrado desde o início deste capítulo. CRISTO nasceu, viveu, morreu e ressuscitou dentre os mortos, mostrando-nos assim que está apto e capacitado para exercer sua função sacerdotal, eterna e permanente (SI 110.4). O fundamento do cristianismo foi a ressurreição de JESUS; se Ele não tivesse ressuscitado este não passaria de uma religião como as demais, cujos fundadores morreram e foram Melquisedeque e o Sacerdócio de CRISTO vencidos pelo poder da morte, não podendo ressuscitar. Mas a ressurreição de nosso Senhor foi algo mais do que isto; sua volta à vida foi a grande declaração de seu supremo poder pessoal e de sua glorificação (Jo 7.39; Rm 1.4). 16- que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível. A expressão usada aqui pelo autor sagrado, quando diz que o sacerdócio de CRISTO “... não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível”, deve incluir a idéia de “terreno”, “temporal”, “transitório”, em contraste com o que é “celestial” e “eterno”. Jamais iremos pensar que DEUS tenha instituído através dos filhos de Arão um sacerdócio carnal, no sentido pejorativo do termo. A regulamentação do sacerdócio araônico visava a um propósito e uma duração temporal. Já o sacerdócio de CRISTO apontava diretamente para um ofício eterno e espiritual (Hb 7.28; 13.8). Pensando no tempo, talvez se chegasse até mesmo a julgar que o sacerdócio de CRISTO era temporário e não eterno, visto que Ele viveu entre nós por apenas trinta e três anos. Embora durante os três dias e três noites que esteve no seio da terra seu ESPÍRITO ministrava aos espíritos em prisão, no reino dos mortos (I Pe 3.18-20). Em seguida, CRISTO ressuscitou dos mortos, e assim seu ministério divino sacerdotal jamais fora interrompido. 17- Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. A ordem sacerdotal de Melquisedeque foi muito importante, para que CRISTO dela participasse. Contudo, ao longo das Sagradas Escrituras e da História pouco se falou desta figura enigmática que aparece em citações tópicas em Gênesis, Salmos e Hebreus (Gn 14.18-20; Sl 110.4; Hb 5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17,21). Com exceção de Melquisedeque, os sacerdotes terrenos enfrentavam a morte; assim terminava sua função sacerdotal. Eles, portanto, não tinham a capacidade de transmitir vida; eram, por assim dizer, apenas figuras e símbolos daquEle que pode transmitir vida, e “vida com abundância” (Jo 10.10). Deste, sim, pode-se testificar: “Tu és sacerdote eternamente”. Em várias passagens das Escrituras nos é dito que CRISTO seria um sacerdote eterno e não temporário. Isso indica claramente que a extensão maior de seu sacerdócio era divina, e não humana. Portanto, na sua morte não houve nenhuma mudança de comportamento em seu sacerdócio, pois Ele permaneceu o mesmo, não sofrendo nenhuma mudança, a não ser a glorificação de seu corpo, de mortal para a imortalidade perene. 18- Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade Na Edição Claretiana: “Ave-Maria” (1987), lê-se este texto e o seguinte, assim: “Com isto, está abolida a antiga legislação, por causa de sua ineficácia e inutilidade. Pois a lei nada levou à perfeição. Apenas foi portadora de uma esperança melhor que nos leva a DEUS”. Tal declaração traz o sentido de “anular”, “suprimir”, “revogar”. A Lei, em seu escopo geral, mandava fazer; mas nem sempre ensinava como fazer. Pode-se dizer que o que faltava à Lei era a administração do ESPÍRITO SANTO; mas CRISTO nos trouxe essa administração. Isso faz a diferença vital entre o primeiro e o segundo pactos. Por conseguinte, "... o fim da lei é CRISTO para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). A Lei, portanto, foi satisfeita em CRISTO, e nEle encontramos aquilo que a Lei não pode conseguir: "... o aperfeiçoamento dos santos”, conforme o poder de CRISTO o faz milagrosamente na vida daquele que nasce de novo e passa a observar cuidadosamente o ensino que vem da sua Palavra. V- Um Sacerdócio Perfeito 19- (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a DEUS. A vontade divina revelada na Lei era o aperfeiçoamento do povo escolhido, para que seguisse em qualquer tempo ou lugar o caminho da santidade que a própria Lei havia estabelecido. Então, ela lançou princípios, ensinou rudimentos, deu impulsos iniciais, prefigurando a vontade de DEUS em cada detalhe de seus mandamentos e normas. Mas nada disso levou à perfeição, já que por si mesma a Lei não provia esta perfeição. “Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, DEUS, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na cerne [de CRISTO]” (Rm 8.3). Tal perfeição aspirada pelo homem e desejada por DEUS só poderia ser encontrada em CRISTO e por meio dEle, atingindo assim a unidade da fé, crescendo “em tudo naquele que é a cabeça, CRISTO” (Ef 4.12-15). 20- E, visto como não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, A escolha de Arão foi de fato uma escolha divina. DEUS escolheu Arão para ocupar o lugar de sumo sacerdote numa nova ordem criada por Ele, visto que já existia uma outra: a de Melquisedeque. Mas com o passar dos séculos, a sucessão de sacerdotes tornou-se mais uma necessidade do que uma escolha. Por esta razão alguns foram escolhidos até mesmo fora da vontade divina, apenas porque, diante da necessidade, ou por morte, ou por doença, velhice, renuncia ou por insubordinação daquele sacerdote que ocupava o cargo, outro era indicado para o seu lugar (cf. I Rs 2.26,27,35). Em nenhum desses casos era necessário um juramento, mas apenas uma indicação. Já em relação a CRISTO, seu ofício sacerdotal foi indicado por DEUS por meio de um juramento, visto que se tratava de um sacerdote eterno, e não terreno. 21- mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.); Os sacerdotes ordinários da família de Arão eram constituídos segundo os dispositivos da Lei, mas CRISTO pertence a uma outra ordem — a de Melquisedeque —, uma ordem de sacerdotes eternos, cuja nomeação é feita por meio de um juramento. Ao que parece, este juramento divino foi feito apenas em duas ocasiões: um para ordenar Melquisedeque e o outro para nomear a CRISTO. No versículo 28 do capítulo em foco é confirmado “... a palavra do juramento, que veio depois da lei”, por meio do qual “... constitui ao Filho, perfeito para sempre” como Sumo Sacerdote eterno. O juramento aqui em foco, de que CRISTO seria um sacerdote eternamente, partiu dos lábios do próprio DEUS, o que indica o caráter irrevogável desta função do Filho de DEUS no tocante ao sacerdócio. Esta glória sacerdotal concedida a CRISTO pelo Pai foi também transferida por JESUS para seus servos (Ap 1.6). 22- de tanto melhor concerto JESUS foi feito fiador. O conceito gnóstico acerca de CRISTO era de que Ele era apenas uma criatura elevada entre outras criaturas; mas as Escrituras, em seu escopo geral, apresentam o Filho de DEUS como sendo uma das pessoas da Santíssima Trindade, igual ao Pai e ao ESPÍRITO SANTO em essência, poder e glória. Em seu ofício, Ele serve de garantia divina, por ser “fiador” de um melhor concerto. Ele é ao mesmo tempo a garantia de DEUS perante os homens e a garantia dos homens perante DEUS, e, por conseguinte, cumpre-se as palavras de Paulo, quando diz: “Porque há um só DEUS e um só mediador entre DEUS e os homens, JESUS CRISTO, homem” (I Tm 2.5). Procurar mediadores ou medianeiras como intermediários no plano da redenção jamais levará o homem a lugar algum no tocante à redenção de sua alma, pois somente CRISTO é nossa redenção; fora de seu sacrifício qualquer outro sacrifício não tem validade alguma (cf. I Co 1.30; Hb 8.6). VI. Um Sacerdócio Eterno 23- E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram impedidos de permanecer, Conforme já tivemos ocasião de expor anteriormente, os sacerdotes levíticos foram feitos sacerdotes em grande número e divididos por turnos. Em I Crônicas 24, temos 24 turnos de sacerdotes que foram organizados por Davi; dezesseis deles foram tomados dos filhos de Eleazar e oito dos filhos de Itamar. Tal necessidade de tantos sacerdotes se dava em função da necessidade de substituição, pela morte ou por um outro motivo que impedia este ou aquele sacerdote de continuar exercendo sua função. Muitas vezes algumas dessas sucessões eram mais políticas do que propriamente religiosas e, concomitantemente, com aprovação divina. Contudo, por ser CRISTO um sacerdote eterno, não há esta necessidade, pois sua ordem não requer substituto, visto ser Ele um sacerdote eterno. 24- mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. O sacerdócio de CRISTO é eterno, porque é exercido por alguém cuja natureza divina tem como um de seus atributos a imortalidade. Assim, o tipo de imutabilidade representado pelo sacerdócio de CRISTO, segundo o pensamento que é depreendido do contexto, deve incluir o conceito de intransmissibilidade. Nenhuma mudança será encontrada em CRISTO e nem em seu sacerdócio. Durante a era milenial, “... os sacerdotes levitas, que são da semente de Zadoque” voltarão a oferecer alguns sacrifícios e exercerão algumas funções como anteriormente, na antiga aliança. Estas ofertas terão um caráter retrospectivo, olhando para trás, para a cruz, pois as ofertas antigas eram prospectivas, olhando para adiante, para a cruz. As primeiras apontavam para sua morte — as do Milênio também apontarão para lá, mas apenas para rememorar a morte de CRISTO, e não para tirar o pecado de alguém (Ez 43.19-27). 25- Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a DEUS, vivendo sempre para interceder por eles. Existe um provérbio popular que diz: “Por qualquer caminho se chega a DEUS”. Mas isso não é verdade. Para se chegar à imediata presença de DEUS só existe “um caminho”, que é nosso Senhor JESUS CRISTO — fora dEle qualquer via de acesso ou caminho conduz à perdição (Mt 7.13). O próprio JESUS se apresentou aos homens como sendo este caminho que pode conduzir a pessoa humana à presença de DEUS, quando disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Ele sim, “pode... salvar perfeitamente os que por ele se chegam a DEUS...” Isso é possível por meio de JESUS CRISTO, porque Ele nasceu com o título de Salvador. Assim falou o anjo do Senhor quando anunciava seu nascimento: “Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é CRISTO, o Senhor” (Lc 2.10,11). 26- Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores efeito mais sublime do que os céus, Os sacerdotes levíticos não podiam ser portadores de qualquer defeito físico. Deviam ser, portanto, um tipo de beleza. As qualidades requeridas por DEUS foram declaradas em Levítico 21.16-21: “Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua semente, nas suas gerações, em quem houver alguma falta, se chegará a oferecer o pão do seu DEUS. Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará: como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos, ou homem que tiver o pé quebrado, ou quebrada a mão, ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou impigens, ou que tiver testículo quebrado. Nenhum homem da semente de Arão, o sacerdote, em quem houver alguma deformidade, se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor; falta nele há; não se chegará para oferecer o pão do seu DEUS”. Contudo, dificilmente estes sacerdotes traziam em seus corações a perfeição absoluta, interior, que se podia encontrar em CRISTO. Ele era e é: “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores” e acima de tudo, “sem pecado” (Hb 4.15). 27- que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois; pelos do povo; porque isso fez ele, uma vez; oferecendo-se a si mesmo. É evidente que o sumo sacerdote na antiga dispensação não oferecia sacrifício todos os dias, pois o duplo sacrifício por si mesmo e pelo povo era oferecido somente uma vez por ano no Dia da Expiação. Mas os sacerdotes ordinários ofereciam sacrifícios contínuos por si mesmos e por aqueles que pecavam; eles ofereciam diariamente dois carneiros pelo povo. Segundo Filo, nesse caso, os cordeiros eram oferecidos pelo povo, ao passo que a oferta de farinha de trigo era em favor do próprio sacerdote oficiante (Nm 28.1-8). Mas CRISTO, nosso Sumo Sacerdote eterno, substituiu esta oferta contínua pelo seu próprio sacrifício, “... oferendo-se a si mesmo” uma única vez (Hb 9.28). Efésios 4.10 fala do sacrifício completo de CRISTO, quando o apóstolo Paulo diz: “... subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas”. Isto significa que sua imensidade e seu poder devem ser reconhecidos por todos tanto na esfera humana como na celestial. Esta é a confirmação das palavras de Pedro: “... havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” (I Pe 3.22). 28- Porque a lei constituí sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que vejo depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre. O juramento que aqui está em foco foi feito pelo próprio DEUS Pai. Ele jurou na presença de seu Filho, e talvez na presença dos elevados poderes angelicais, que JESUS seria um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque (SI 110.4). Os sacerdotes ordinários impediam que DEUS fizesse um juramento para suas nomeações, visto serem homens fracos e mortais. DEUS até pensou em fazer isso a princípio, mas depois afastou de si tal pensamento ao ver o fracasso de Eli e seus filhos. Então Ele disse: “Na verdade, tinha dito eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão envilecidos” (I Sm 2.30). Devido a estas fraquezas e inconstâncias dos sacerdotes levíticos foi necessário, portanto, que DEUS constituísse a seu "... Filho, perfeito para sempre”. A Excelencia da Nova Aliança em CRISTO - Orton H Wiley - Comentário Exaustivo da carta aos Hebreus - Editora Central Gospel - Estrada do Guerenguê . 1851 - Taquara I 11111 Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22713-001 PEDIDOS: (21) 2187-7090 . 7 - FIADOR DE UM MELHOR TESTAMENTO Neste capítulo intermediário da Epístola aos Hebreus, o autor dela traça um estudo mmucioso da nova ordem de sacerdócio e de suas relações para com a aliança de Arão e a Lei Mosaica. Tendo despertado o interesse pelo assunto nas suas três alusões ao sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 5.6, 1 O; 6.20), passa agora a estudá-lo intensamente. O estudo continua no decorrer da maior parte de três capítulos, e trata dos vários aspectos do sacerdócio. Esta nova ordem sacerdotal, portanto, toma-se o ponto central, o eixo em tomo do qual o autor da Epístola constrói o seu grande argumento temático em favor do sacerdócio de CRISTO. O escritor extrai o material de um obscuro evento da antiga história dos hebreus: três versículos do Gênesis (14.18-20) e um dos Salmos (110.4). Das referências a Melquisedeque, podemos 'dizer que o Gênesis tem o relato histórico; a alusão, nos Salmos, é profética, e a de Hebreus édoutrinária(7.1-10). A ORDEM DE MELQUISEDEQUE: UM SACERDÓCIO ETERNO O argumento que o escritor de Hebreus propõe em favor da superioridade da ordem de Melquisedeque só pode ser apreciado por aqueles que compreendem quão tenazmente os israelitas daqueles dias se apegavam às suas ideias sobre o sacerdócio levítico e sua importância. Falhar aqui seria destruir o próprio fundamento do ensino do autor a respeito da superioridade de CRISTO sobre Arão. 1. O evento histórico. O escritor da Epístola resume toda a passagem histórica do Gênesis 14.18-20 em uma única longa sentença: Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do DEUS Altíssimo, que saiu ao encontro de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou, para o qual também Abraão separou o dízimo de tudo {primeiramente se interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de DEUS), permanece sacerdote perpetuamente. Hebreus 7.1-3 ARA Aqueles versículos do Gênesis são a única fonte histórica do argumento do autor de Hebreus, e, por estranho que pareça, grande parte do argumento é extraída do que não se disse. Diversas informações se destacam claramente aqui: 1. O nome Melquisedeque se origina de Malchi tsedeck, que significa rei justo, provavelmente por causa do caráter reto de seu governo. O título rei de Salém significa rei de paz. Westcott observou que o genitivo, em cada um dos casos, indica as características do soberano: ele é um rei de justiça e um rei de paz, aquele em quem e por meio de quem a justiça e a paz se realizam. "O caráter pessoal do reisacerdote chama atenção para o reino que ele administrava; sendo justo em si mesmo, mantinha paz sob seu domínio". 2. De Melquisedeque não se sabe a genealogia: Sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência (Hb 7.3 ARA). Assim, toda a história de Melquisedeque, exceto este único evento registrado, é oculta a nós, sem dúvida por desígnio divino. A base do argumento do escritor de Hebreus, portanto, é que Melquisedeque se destaca como rei-sacerdote não por herança ou descendência, mas por seus próprios méritos. Além disso, não havendo registro nem do início nem do término do seu reinado, torna-se um símbolo digno do sacerdócio eterno de CRISTO. 3. O autor da Epístola disse ainda que Melquisedeque foi feito semelhante ao Filho de DEUS. Assim, a vida d~ Melquisedeque e a de Abraão em relação a CRISTO mostram a ordenação providencial que lança os alicerces de um sacerdócio eterno fora da ordem levítica e no qual a realeza e o sacerdócio reúnem-se em uma só pessoa. Estes são os argumentos que o autor desenvolverá depois. É fato significativo que as sementes da decadência de Israel e da inauguração da nova ordem jazem ocultas na literatura tida pelo povo judeu como sagrada e divinamente inspirada. Suponhamos que aqueles três versículos de Gênesis não tivessem existido. A narrativa, em relação a outros aspectos, continuaria inalterada. Suponhamos que soubéssemos agora, pela primeira ve:z, pela decifração de alguma antiga inscrição, que o pai dos fiéis [Abraão] -ao qual todo o judaísmo contempla como seu fundador; o recipiente das promessas que são o seu documento de propriedade - a quem DEUS, como dissemos, revelou-se diretamente, o único que foi chamado Seu amigo, esteve realmente em contacto com um sacerdote mais antigo de sua própria religião, pagou-lhe tributo e curvou a cabeça sob sua bênção. Que uso fariam os assaltantes da fé de uma revelação como esta? Que agonias de sobressaltos torturariam aquela boa gente, tão fraca que empalidecesse quando soubéssemos que, exatamente por esta época, Hamurabi promulgou um código de Lei que pode ter inRuenciado as leis de Israel? Não obstante, sabemos que tais sobressaltos seriam ridículos e sem fundamento. Todo o bem procede de DEUS, e os seus santos no Antigo e no Novo Testamento acolhem-no e tiram proveito dele. (CHADWICK, Epistle to the Hebrews, p. 97) A pessoa de Melquisedeque tem sido fonte de muita especulação, Já em 135 a.C., o rabi IsmaeP apresentou a teoria de que Melquisedeque era filho de Sem, o filho de Noé, que preservara a verdadeira religião em sua própria pessoa e em seu próprio reino. Fílon achava que Melquisedeque era simplesmente a razão divina funcionando de maneira sacerdotal, exercendo controle sobre as paixões e inspirando pensamentos exaltados sobre DEUS. Orígenes, do período cristão primitivo, julgava Melquisedeque um ser angélico; alguns diziam que era o anjo Miguel. Talvez o primeiro a sugerir uma teoria que recebeu alguma aceitação em tempos modernos foi Hierakas, cerca do século 3 d.C., que considerava Melquisedeque uma encarnação temporária do ESPÍRITO SANTO; uma teofania com referência especial à terceira pessoa da Trindade. Dentre as primeiras heresias da Igreja, tivemos a dos melquisedequitas (200 d.C.) que tinham Melquisedeque como o original de que CRISTO era cópia. Em Hebreus 7.3, não está escrito que Melquisedeque não tinha pai nem mãe, mas que era sem pai nem mãe conhecidos, sem genealogia, não havendo também notícia de seu nascimento e de sua morte - o que assinala decisivo contraste com o costume dos semitas, que mantinham registros minuciosos, como se verifica pelos capítulos genealógicos da Bíblia. Provavelmente, o esclarecimento para isso resida em que a verdadeira religião de Noé foi transmitida por meio da linhagem de Sem até Melquisedeque e seu reino, que compreendia em si o sacerdócio patriarcal. O SALMO PROFÉTICO O SENHOR jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre) segundo a ordem de Melquisedeque. Salmo 110.4 ARA. Este salmo profético é o único elo entre o evento histórico em Gênesis e sua aplicação em Hebreus. O escritor da Epístola faz uso dele da maneira mais complera, conferindo importância a cada palavra: 1) para sempre, com sua ideia de finalidade; 2) ftito semelhante ao Filho de DEUS (Hb 7.3 ARA), revelando a orientação providencial que veio a harmonizar Melquisedeque com o Redentor que havia de vir; 3) o juramento que confirmou o sacerdócio do Filho de DEUS; e 4) o silêncio concernente à genealogia de Melquisedeque, que não somente fala do sacerdócio eterno de CRISTO, mas cria uma atmosfera de mistério, que alça o acontecimento todo do reino natural para o espiritual. Notável também, naturalmente, é a conjugação de realeza e sacerdócio, fato conhecido em Israel, em que o sacerdócio dependia inteiramente da linhagem. Sendo a dispensação uma aliança ou pacto, o sacerdote é, por força, a figura central, pois a dispensação é, em certo sentido, um sacerdócio. A ordem sacerdotal, por conseguinte, é da maior importância. Por este motivo, quando se colocam a antiga e a nova dispensações em grande contraste, este focaliza as divergentes ordens de sacerdócio. A nova aliança está para a antiga como o sacerdócio segundo Melquisedeque está para a ordem levítica. Não obstante, a expressão sacerdote para sempre (Sl 110.4 ARA) é, provavelmente, de extrema relevância para o escritor de Hebreus, pois torna-se o selo da finalidade quanto aos atos sacerdotais de CRISTO ao santificar o povo (Hb 10.10 ARA) e assinala a eternidade da aliança (Hb 7.22 ARA), pertencendo-lhe ambos por virtude de Sua vida indissolúvel (Hb 7.3,8,16 ARA). Esta Ele tem porque é o Filho de DEUS (Hb 7.3 ARA). O sacerdócio, portanto, resolve-se na natureza da pessoa. Como Melquisedeque é apresentado sem conexões genealógicas e, todavia, era sacerdote, assim também CRISTO é sacerdote por Seus próprios méritos, em virtude de Suas qualificações, e não de Suas relações humanas, como o sacerdócio levítico. Quando Davi, com espírito profético, vê da semente que lhe é prometida que, como Mdquisedeque, Ele conjugará a dignidade real com a sacerdotal, certamente não prediz nestas palavras uma associação meramente exterior e mecânica das duas dignidades, mas tem diante de si a figura de um homem em que, como em Melquisedeque, o poder real seria consagrado e penetrado pela virtude santificadora da dignidade e obra sacerdotais, a figura, portanto, de um Rei que verdadeiramente governaria em paz. (ÜLSHAUSEN, Bíblica! commentary on the Epistle to the Hebrews, p. 218) A GRANDEZA DE MELQUISEDEQUE Considerai, pois, como era grande esse.Hebreus 7.4a ARA A palavra considerai traz em si a ideia de contemplação diligente ou de fixar a atenção nas coisas que estão para ser ditas. O escritor da Epístola aos Hebreus quer que consideremos Melquisedeque em sua dignidade e preeminência. Para isso, vai conduzindo-nos passo a passo. Ele sabe que uma compreensão adequada daquele que foi feito semelhante ao Filho de DEUS (Hb 7.3 ARA) levará a uma apreciação ll mais profunda da nova ordem de sacerdócio, a qual, mediante uma nova aliança, eleva à perfeição tudo o que fora antecipado mas não se realizara sob a antiga aliança. Chegamos, assim, ao âmago da Epístola, o sacerdócio do Filho de DEUS, que permanece para sempre. Vai demonstrar que Melquisedeque é superior a Abraão (Hb 7.4-10 ARA), a Arão e ao sacerdócio levítico (Hb 7.11-14 ARA), e a Moisés e à Lei que foi dada pela dispensação dos anjos (Hb 7.15-19 ARA). Para os judeus, era como se uma auréola de glória envolvesse Abraão, o antigo patriarca. Ele era o pai da nação hebraica; a ele foram feitas as promessas que tornaram Israel o povo eleito de DEUS. Por intermédio dele, viria a semente em que seriam benditas todas as nações da terra, e o seio de Abraão era conhecido como a morada dos bem-aventurados que partiram. Essa grandeza o escritor de Hebreus reconhece espontaneamente, mas declara que Melquisedeque é maior. Extrai o argumento em favor desta superioridade dos dois atos sacerdotais executados por Melquisedeque em relação a Abraão. Assim, Melquisedeque ficou situado na história hebraica_ de maneira tál que jamais poderia ser posto de lado. Estes dois atos sacerdotais foram: (1) Abraão ter pago dízimos a Melquisedeque; (2) Melquisedeque ter abençoado Abraão. 1. Abraão pagou dízimos a Melquisedeque Era um antigo costume entre muitos povos antigos consagrar um décimo dos despojos de guerra aos objetosi:le sua adoração. Este dízimo não era segundo alguma provisão de Lei, mas uma oferta eucarística àqueles que esses povos julgavam ter-lhes concedido a vitória. O argumento do autor pode ser resumido da seguinte maneira: 1. Melquisedeque, que não pertencia a nenhuma classe sacerdotal com direito legal de receber dízimos, agiu não por Lei, mas em virtude da grandeza de sua pessoa. 2. Os levitas recebem dízimos de seus irmãos, sendo eles próprios, no entanto, mortais. Contudo, Abraão pagou dízimos Àquele de quem se testifica que vive (Hb 7.8c ARA). 3. Combinando os dois conceitos acima, o escritor de Hebreus consolida o argumento pela declaração de que o próprio Levi deve ter reconhecido a superioridade de Melquisedeque e, conquanto ainda não tivesse nascido, em certo sentido pode-se dizer que pagou dízimos em Abraão. 2. Melquisedeque abençoou Abraão O autor da Epístola pressupõe que os leitores aceitarão sem contestação que o menor é abençoado pelo maior. A bênção pronunciada por Melquisedeque sobre Abraão e o fato de que este a aceitou colocaram suas posições relativas fora de dúvida. Não se considera aqui a natureza dessa bênção. O escritor tem em vista apenas mostrar a superioridade de Melquisedeque sobre Abraão. Paulo, em sua Epístola aos Gálatas, evidentemente refere-se a isto quando diz: Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em JESUS CRISTO, a fim de que recebêssemos, pela fé, o ESPÍRITO prometido (Gl 3.14 ARA). O apóstolo reforça o argumento dizendo que as promessas foram feitas a Abraão e à sua semente, e interpreta esta semente como CRISTO: Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é CRISTO (Gl3.16 ARA). E conclui dizendo: E, se sois de CRISTO, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa (Gl3.29). Como Abraão se curvou submisso para receber a bênção de Melquisedeque, devemos curvar-nos em humilde submissão a JESUS, o nosso Sumo Sacerdote para sempre, e receber, pela fé, a Sua bênção, que é dom do Consolador, a presença constante do ESPÍRITO SANTO. É interessante notar que o autor da Epístola aos Hebreus não faz menção do pão e do vinho, que se acham tão intimamente relacionados com o sacerdócio no versículo: E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do DEUS Altíssimo (Gn 14.18). Pode ser que tenha compreendido que o historiador considerasse este pão e este vinho como leve repasto para Abraão e seus homens, ou que estivessem fora do propósito de seu argumento. Mesmo assim, porém, o pão e o vinho, tão intimamente relacionados com o sacerdócio, podem ter sido uma profecia dos elementos sacramentais que nosso Senhor haveria de usar como emblemas da nova aliança. A semelhança reside em que foi após a ligeira refeição da Ceia Pascal: JESUS tomando o pão e havendo dtulo graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fozei isso em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós. Lucas 22.19,20. As igrejas tradicionais, naturalmente, dão grande imponância a isto, mas, mesmo nas em que não se dá grande ênfase aos sacramentos, eles se tornam memoriais de toda a obra de CRISTO. Assim, desconinam-se diante de nós amplas perspectivas de realizações sob a nova ordem de sacerdócio, que encontrarão pleno cumprimento na gloriosa segunda vinda de JESUS. A SUPERIORIDADE DA NOVA DISPENSAÇÃO: UM SACERDÓCIO ESPIRITUAL Tendo provado a superioridade de Melquisedeque sobre Abraão, a tarefa seguinte é prová-lo superior a Arão e à Lei que foi recebida sob o sacerdócio levítico. O argumento é dividido em duas seções: o fracasso da ordem levítica (Hb 7.11-13 ARA) e o nascimento de um novo sacerdócio sob a ordem de Melquisedeque (Hb 7.14-19 ARA). 1. O insucesso da ordem levítica Se, portanto, a peifeição houvera sido mediante o sacertMcio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a Lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? Hebreus 7.11 ARA O objetivo do escritor de Hebreus não é discutir a natureza da perfeição; ele já o fez nos capítulos anteriores. Neste ponto, simplesmente visa a demonstrar que ela não poderia vir com o sacerdócio levítico. Davidson observou que "a perfeição é sempre relativa. Uma instituição chega à perfeição quando realiza a finalidade para a qual foi instituída e produz resultado que corresponde ao seu ideal". O que o autor da Epístola considerou perfeição em Hebreus 7.11 está claramente expresso no versículo 19, isto é, a aproximação dos homens com DEUS. Isto o sacerdócio levítico não poderia conseguir porque não podia rtmover o pecado, e este é incompatível com a santidade de DEUS. Tem de haver um sacerdócio superior, para que se obtenha uma melhor esperança. 2. A expressão parentética A expressão parentética pois nele baseado o povo recebeu a Lei é introduzida pelo autor da Epístola para apontar para a pergunta original e salientá-la. O sacerdócio de Arão foi na verdade instituído por DEUS, mas constituído com base na Lei. Conquanto as palavras nele baseado (conforme se encontram em nossa tradução) melhor expressem o poder formal ou formativo desta Lei concernente ao sacerdócio, as palavras em grego são epi autes, significando literalmente acima ou em cima de. Por isso, devemos entender não que o povo recebia a Lei dos sacerdotes, mas que o próprio sacerdócio era constituído e preservado intacto pelas Leis que DEUS impusera ao povo, a fim de manter a autoridade daquele. Diz-se, portanto, que o povo era legislado ou sujeito à Lei, e a palavra nenomothetetai (vcvol-lo8ényrm), recebeu, no perfeito, indica que esta condição continuava até o tempo atual. É, pois, fácil compreender por que o escritor da Epístola aos Hebreus declara que um sacerdócio, precis;mdo ser mantido pela Lei, é muito inferior àquele que procede do poder de uma vida eterna. 3. A pergunta do autor da Epístola. Que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? Hebreus 7.11 b ARA. Haveria necessidade porque DEUS mesmo proveu uma diferente ordem ou espécie de sacerdócio, tendo-a anunciado profeticamente por Davi e confirmado por juramento. Este fato indica, a um tempo, o insucesso do sacerdócio levítico para realizar o seu objetivo e a introdução de uma ordem nova e transcendente, que traz uma esperança superior. Aráo era o símbolo de CRISTO, bem como Melquisedeque, pois CRISTO foi chamado por DEUS, c~mo Aráo o foi'(Hb 5.4). Mas a obra de Arão era apenas simbólica, não espiritual. Daí ser necessária uma nova ordem ou um novo tipo de sacerdócio: (1) para tornar real, em experiência espiritual, aquilo que fora tipificado por Arão e pelo sacerdócio levítico; (2) para levar o sacerdócio para além dos limites da vida terrena de CRISTO. Arão simbolizou CRISTO em Sua humilhação; Melquisedeque, em Sua vida glorificada no céu. Arão era sacerdote da morte; Melquisedeque, da vida. Arão representava a cruz; Melquisedeque, O trono. Arão representava a expiação consumada de CRISTO na terra;Melquisedeque, a Sua intercessão contínua no trono dos céus. Arão não poderia concluir ou aperfeiçoar sua obra por motivo da morte; CRISTO, porém, tem um sacerdócio imutável - Ele é sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque (Sl110.4 ARA). Torna-se claro que existe vasta distinção entre as duas ordens de sacerdócio realizadas por CRISTO: uma que Ele realizou sob humilhação na terra, como expiação pelos pecados da humanidade; outra administrada com poder de Seu trono nos céus. Mas a obra de nosso Sumo Sacerdote é uma, e a menor, a simbolizada por Arão, está compreendida na maior, que é simbolizada por Melquisedeque. O inverso é igualmente verdade, pois aquilo que é realizado por CRISTO no trono é por virtude daquilo que, em Sua humilhação, Ele realizou na cruz. A obra operada por CRISTO sob o símbolo de Arão diz respeito à remoção do pecado; a que se efetuou sob o símbolo de Melquisedeque, à vida eterna e ao amor. A verdade contida neste simbolismo é frequentemente expressa em termos mais abstratos, como os aspectos negativos e positivos de uma única experiência de santificação completa. Pela obra operada por meio de Arão, entende-se a purificação do pecado inato; pela operada por Melquisedeque, a plenitude do amor divino. Ambas são efetuadas pelo ESPÍRITO SANTO, que purifica o coração, para que Ele possa assumir a Sua presença constante nele. Tampouco devemos esquecer que não é pelo coração santifi. cado que a obra de DEUS avança, mas por Aquele que habita nele. Nisto, e não no que Ele operou dentro de nós, é que reside o segredo do progresso na vida cristã. É por não reconhecer esta grande verdade que muitos deixam de entrar neste pleno privilégio em CRISTO, dando, ao mesmo tempo, origem a graves erros de doutrina. A santificação é mais do que negação do pecado; tem um lado positivo ilimitado, em que a saúde moral promove o crescimento, a força e o engrandecimento [ ... ] Existe uma diferença na santificação completa nos seus começos, na sua infância e na sua maturidade, como estado avançado, ratificado e confirmado de pureza [ ... ] A santificação não aniquila coisa alguma no coração, a não ser a existência de prática do pecado. Perfeição em qualidade, como é o caso do perfeito amor, não exclui aumento em quantidade. (Wooo, Purity and maturity) Recorda-se de termos verificado que a santificação implica tanto a morte ao pecado como a vida de justiça. E quando falamos de santificação completa como a primeira parte dela, dizemos que é alcançada imediatamente- é uma obra instantânea ( ... ] Mas, com relação à segunda parte desta grande obra, a saber, a vida de justiça, compreendendo todas as perfeições santas e esforços piedosos, é considerada como inteiramente progressiva. (PECK, Christian perfection, p. 212) Sheridan Baker disse que, logo após entrar na vida santificada, começou a desviar sua atenção daquilo que fora feito por ele para as coisas que via diante de si. Via, como tantos outros, que o estado de pureza e plenitude geral do ESPÍRITO eram de pouca estima comparados com "toda a plenitude de DEUS" e o viver no reino do fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos (Ef 3.20 ARA). Desde então, declarou ele, "tenho procurado continuamente não o perdão ou a pureza, ou a graça já recebida, mas cada vez mais da natureza de CRISTO". Foi esta compreensão da plenitude da graça no sacerdócio de Melquisedeque que levou o piedo~o John Fletchér a dizer: "Para mim, é pouca coisa ser purificado de todo pecado. Quero ficar cheio de toda a plenitude de DEUS". William Bramwell, um dos primeiros pregadores metodistas, exclamava: "Ser justificado é grandioso; ser santificado é grandioso. Mas o que não será estar cheio da plenitude de DEUS!" Há os que, tendo entrado nesta graciosa experiência da santificação completa, deixaram que sua mente se ocupasse tanto com a maravilhosa purificação interiormente operada que, por algum tempo, deixaram de compreender, em toda a sua extensão, os seus privilégios em CRISTO. Até então, CRISTO era apenas o seu Arão, não a plenitude do sacerdócio de Melquisedeque. Que revelação maravilhosa foi para a minha alma quando, ao estudar esta preciosa Epístola aos Hebreus, esta grande verdade recaiu sobre mim como raios brilhantes vindos do céu! CRISTO é Sacerdote para sempre! Sua obra sacerdotal não cessou quando fomos purificados do pecado. Seu propósito é fazer de nosso coração os aposentos de Sua presença divina, onde Sua glória se há de revelar cada vez mais. É como quando, da falência de uma casa comercial, diz-se que os bens vão para as mãos de um síndico [uma espécie de tutor], que se encarrega de todos os negócios dela. Assim, nossa vida, desde o encontro com CRISTO em diante, deve seguir por intermédio do Síndico, nosso Sumo Sacerdote, que, como Filho, aperfeiçoou-se para sempre. Que transformação isso operou em meu pensamento; que fardo tirou do meu coração e que conforto e segurança trouxe à minha vida! Tampouco deixou Ele de guiar-me pelo Seu ESPÍRITO em tempos de perplexidade ou de fortalecer-me pelo Seu poder em todos os conflitos e em todas as aflições da vida. Que alegria saber que Ele cuida de nós melhor do que podemos cuidar de nós mesmos! Não se trata de nova obra da graça; é uma nova compreensão da verdade mediante o esclarecimento do ESPÍRITO, uma das surpresas gloriosas da consagração do "fardo desconhecido". Alguns procuram o batismo do ESPÍRITO SANTO como um dom. de poder para o serviço, sob o símbolo de Melquisedeque, e esquecernse da obra preliminar de CRISTO de purificação sob o símbolo de Arão. Todavia, a obra de CRISTO sobre o trono é por virtude de Sua obra na cruz e do sangue ali derramado para a purificação do pecado. CRISTO não pode reinar integralmente no coração do homem sem esta purificação, pois a carne não está sujeita à Lei de DEUS. Há os que consideram a santificação limitada à obra da purificação, compreendendo o batismo do ESPÍRITO SANTO como obra adicional da graça, ou, pelo menos, um dom de poder. A santificação, porém, é mais do que purificação; é purificação a fim de que o ESPÍRITO venha habitar em nosso interior. Não pode haver santificação sem a presença santificadora dele. 4. Uma mudança de sacerdócio impõe alteração na Lei. Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de Lei. Porque aquele de quem são ditas estas coisas pertence a outra tribo, da qual ninguém prestou serviço ao altar. Hebreus 7.12,13 ARA Visto que o sacerdócio levítico era constituído, regulado e mantido pela Lei Mosaica, uma alteração na espécie ou ordem do sacerdócio ocasionaria, necessariamente, uma alteração na Lei que o mantinha. Isto é evidente. O autor de Hebreus aborda o assunto cautelosamente, usando palavras suaves e gerais, como metatithemenes, sendo mudado ou quando se muda, e metathesis, mudança. Tendo, porém, dado este passo inicial, o escritor mostrará depois (Hb 7.18) que esta alteração significa a anulação completa da Lei que afeta a constituição e o serviço do sacerdócio levítico. A respeito da palavra meteskeken, no versículo que, nas versões Almeida Revista e Atualizada e Almeida Revista e Corrigida, está traduzida como pertence a, sendo, às vezes, igualmente traduzida como tem parte em, o bispo W estcott diz: "A escolha desta palavra aponta para a assunção ~oluntária da humanidade pelo Senhor. Não se diz simplesmente que Ele nasceu em outra tribo; por Sua própria vontade Ele assim nasceu" (WESTCOTT, Commentary on the Epistle to the Hebrews, p. 184). O SURGIMENTO DA NOVA ORDEM DE SACERDÓCIO Pois é evidente que nosso Senhor procedeu :de judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes. E isto é ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de lvfelquisedeque, se levanta outro sacerdote, constituído não conforme a Lei de mandamento carnal mas segundo o poder de vida indissolúvel Porquanto se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. Portanto, por um úzdo, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua .fraqueza e inutilidade (pois a Lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a DEUS. · Hebreus 7.14-19 ARA O argumento em favor desta ordem de sacerdócio é apresentado em duas seções. A primeira é caracterizada pelas palavras pois é evidente (v. 14); a segunda, por e isto é ainda muito mais evidente(v. 15). Para destacar melhor o argumento, o escritor de Hebreus usa dois vocábulos gregos distintos. Para a primeira expressão, usa prodelon, que significa algo evidenciado por fatos; para a segunda, katadelon, que expressa conclusão extraída de interferências apropriadas. 1. Pois é evidente que nosso Senhor procedeu de judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes (Hb 7.14 ARÁ) Esta se trata de uma evidência claramente corroborada pelos regisrros genealógicos mantidos com tanta meticulosidade pelos judeus. E também nada se destaca mais claramente nas Escrituras do que o fato de que o Messias deveria ser da linhagem de Davi e da tribo de Judá. No entanto, Moisés nada disse a respeito desta tribo quanto ao sacerdócio. Só pode haver uma conclusão: a introdução de um novo tipo de sacerdócio, vindo da linhagem real, significa a exclusão de Aráo e de sua casa do oficio sacerdotal. 2. E isto é ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de Melquisedeque, se levanta outro sacerdote, constituído não conforme a Lei de mandamento carnal mas segundo o poder de vida indissolúvel Porquanto se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 7.15-17 ARA) Esta evidência se encontra na declaração das Escrituras de que DEUS mesmo testifica de Um que é sacerdote para sempre, segundo a nova ordem, a de Melquisedeque. Esta palavra das Escrituras nenhum judeu poria em dúvida. A nova ordem é mais espiritual do que legal; mais real do que sacerdotal; eterna, ao invés de transitória. O escritor da Epístola introduz também o pensamento de que, conquanto a perfeição não tivesse sido atingida pelo sacerdócio levítico, jamais houve desígnio de que ela fosse alcançada por esta ordem. Ele demonstrará depois que este sacerdócio mantido pela Lei era apenas a sombra das coisas porvir (Hb 10.1) e aguardava o de CRISTO, cujo sacrifido expiatório poderia purificar os homens de todo pecado e levá-los à presença de DEUS. O autor de Hebreus não diz que esta Lei não tinha valor; diz apenas que era fraca e, portanto, poderia meramente preparar o caminho para algo melhor. Paulo tomou deste pensamento e chamou à legislação mosaica nosso aio, para nos conduzir a CRISTO (Gl3.24). Este progresso do argumento faz com que a transitoriedade do sacerdócio levítico repouse sobre dois contrastes notáveis: (1) entre a Lei e o poder; e (2) entre o mandamento carnal e a vida eterna. No primeiro contraste, demonstra-se que o sacerdócio levítico assenta-se unicamente sobre a Lei formal ou positiva, pelo que se entende uma segunda promulgação da Lei, visando a proteger ou perpetuar algo mais fundamental .. É, portanto, transitória, e pode ser revogada quando o seu objetivo for atingido. Por isso, os sacerdotes !evíticos eram apenas "legais", enquanto o verdadeiro sacerdócio messiânico de CRISTO repousava sobre a Lei fundamental da qualificação espiritual e da capacidade inerente para o cargo. O segundo contraste, entre o mandamento carnal e a vida eterna, leva o pensamento ainda mais longe. Usa-se aqui a palavra mandamento, pois o escritor de Hebreus evidentemente não se está referindo a toda a Lei Mosaica, mas apenas àquela porção que se refere ao sacerdócio. A palavra carnal chama atenção para o fato de que todas as exigências do sacerdócio levítico eram de natureza física ou carnal. Não se faz menção a aptidões morais ou espirituais. Caracteriza-se pela linhagem externa, perfeição física e pureza cerimonial. Um mandamento, portanto, baseado exclusivamente nos requisitos carnais de um corpo sujeito à morte deve, por força, ser transitório em sua própria natureza. Em contraste e oposição a isto se estabelece uma vida eterna e indissolúvel. Crtsto, na verdade, entregou a Sua vida como sacrifício pelo pecado, m~ teve poder também para retomá-la Qo 10.18). Tu és sacerdote para sempre (Hb 7.17 ARA) não significa apenas que, na perspectiva futura, o sacerdócio jamais cessará, mas também que, na passada, ele não teve princípio. O sacerdócio do Filho repousa na eternidade de DEUS. Sacerdote para sempre, Ele vive e opera no poder da vida divina. Quem quer que leia Hebreus 7.18,19 lembra-se de Gálatas 4.9 e Romanos 8.3. "Não há que duvidar que se trata de uma daquelas coincidências que, dificilmente, poder-se-iam dar onde não houvesse comunidade de pensamento e expressão" (Alford). Julgamos, contudo, descobrir ainda mais; nada menos que um autor comum. A semelhança de nosso contexto estende-se a uma similitude entre o versículo 16 [de Hebreus 7] e Romanos 8.2, onde Porque a Lei do ESPÍRITO de vida, em CRISTO JESUS, me livrou da Lei do pecado e da morte parece ser a mesma verdade expressa ao chamar CRISTO sacerdote, que não foi feito segundo a Lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível (Hb 7.16). É a mesma verdade prestando serviço em Romanos 8, entre os cristãos gentios, como aqui presta serviço entre os cristãos judeus. É o mesmo autor falando em duas situações, como é a mesma verdade para duas relações diferentes. (LOWRIE, An explanation ofthe Hebrews, p. 247,248). A ANULAÇÃO DO MANDAMENTO Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade. Hebreus 7.18 ARA Esta passagem assinala a conclusão do escritor de Hebreus a respeito do sacerdócio levítico. Observemos sucintamente os estágios do argumento. 1. Iniciou-se com a simples pergunta: que necessidade haveria de outra espécie de sacerdócio? 2. Segue-se, então, a verdade óbvia de que, se fosse alterado o sacerdócio, teria de haver também uma alteração na Lei que o constituiu e regulou. 3. A evidência em favor de uma nova ordem de sacerdócio é apresentada da seguinte forma: (a) pelo fato de que o novo sacerdócio deveria provir de Judá, que não é da ordem levítica; (b) pela declaração das Escrituras de que DEUS testificou a respeito de Seu Filho: Tu és sacerdote para sempre (Hb 7.21 ARA). 4. O argumento é, assim, reduzido ao caráter fundamental das duas ordens de sacerdócio: o levítico, constituído segundo a Lei da ordenança carnal; o messiânico, segundo o poder da vida eterna. A estes pode acrescentar-se uni sumário geral: Pois a Lei nunca aperfeiçoou coisa alguma (Hb 7.19 ARA), servindo de transição para o assunto seguinte. 5. Por outro lado, introduz-se esperança superior (v. 19b). Como no versículo 16, existe igualmente nestes dois um duplo contraste, em que o mandamento é suplantado por uma esperança superior, e sua fraqueza e inutilidade pelo poder por meio do qual nos aproximamos de DEUS. Deve-se fazer, pois, clara distinção entre a Lei moral que procede da natureza de DEUS e vigorou desde o tempo da criação do homem e o que aqui se chama ordenança, pela qual o sacerdócio de Arão foi instituído e regulado. Paulo se referiu à Lei moral quando disse: Assim, a Lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom (Rm 7.12); o autor da Epístola (em Hebreus 7.18) está referindo-se à Lei cerimonial no que dizia respeito ao sacerdócio de Arão, ao dizer que foi abrogada por causa de sua fraqueza e inutilidade. A Lei não pode aperfeiçoar coisa alguma-seja a Lei moral, seja a cerimonial, mas por razões muito diversas. A Lei moral é perfeita por ser a vontade de DEUS para o homem, mas estava enferma pela carne (Rm 8.3). Tais eram os seus padrões, que os homens pecaminosos não lhe poderiam prestar perfeita obediência. DEUS só poderia, portanto, condenar os desobedientes, não os ajudar. Por outro lado, a Lei cerimonial era fraca em si mesma, e,sendo ela própria imperfeita, não poderia tornar perfeitos os ofertantes (Hb 10.1 ARA). Para compreender as diferenças, então, entre as ordens sacerdotais de Arão e de Melquisedeque e suas consequentes alianças, é necessário comparar a vida com a Lei. As criaturas de DEUS agem de acordo com a natureza que lhes fdi dada. A árvore boa produz bons frutos, e a árvore má, maus. Assim também o homem, em seu estado original, agia de acordo com a santidade de sua vida. Mas ele foi criado como ser moral e espiritual capaz de escolher entre o bem e o mal, no estado probatório. ' Quando o homem caiu em pecado, sua vida se perverteu, pelo que lemos que a Lei foi ordenada por causa das transgressões (Gl3.19), isto é, uma Lei chamada ordenança ou mandamento foi acrescentada, para fazer cumprir outra [a moral]. A Lei, pois, torna manifestos os erros de uma vida, mas é importante para corrigi-los. Uma vida santa irá manifestar-se em pensamentos e ações santos. A santidade sempre se manifesta em amor; o amor, quando genuíno, conduz sempre à santidade. Arão era sacerdote segundo um mandamento carnal; CRISTO é sacerdote segundo a virtude da vida incorruptível (Hb 7 .16b). Ora, lemos que o mandamento era santo, justo e bom (Rm 7.12). A obra de CRISTO, portanto, não é adicionar mais itens à Lei, porém transformar de tal modo a vida que a leve a harmonizar-se com a Lei de DEUS. Somente quando percebemos que esta nova ordem de sacerdócio age como vida dentro de nós, tornando-se a nossa própria vida, começamos a apreciar a profundidade do sacerdócio de CRISTO segundo a ordem de Melquisedeque. Ficamos tão fortalecidos pela inspiração daquele que é a Vida, que a vida dele dentro de nós se torna a nossa existência; e, em Sua manifestação, a nossa vida é a dele manifesta por nosso intermédio. Quando a carne é crucificada, então, e só então, podemos dizer como o apóstolo Paulo: já estou crucificado com CRISTO; e vivo, não mais eu, mas CRISTO vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de DEUS, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim (Gl 2.20). Podemos dizer, pois, que Arão ministravaexteriormente; CRISTO, interiormente. Arão ministrava por meio de sacrifícios simbólicos; CRISTO ministra o ESPÍRITO. O ministério de JESUS é a manifestação da santidade e da justiça procedentes de Seu ser. Visto que Ele tem a virtude da vida incorruptível (Hb 7 .16), não é necessário haver interrupção ou enfraquecimento do ESPÍRITO naqueles nos quais Ele habita. A ESPERANÇA SUPERIOR (Pois a Lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a DEUS. Hebreus 7.19 Ainda que a Lei não tenha aperfeiçoado coisa alguma, na verdade serviu para introduzir uma esperança melhor. Visto que a esperança é objetiva, esta melhor esperança deve ser assim considerada. 1. A esperança objetiva Esta esperança melhor introduz aquela perfeição que DEUS providenciou para o homem por intermédio do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8). Inclui purificação de codo pecado e restauração da comunhão do homem com DEUS. Isto foi realizado pelo nosso Sumo Sacerdote, mediante Sua morte na cruz, Sua ressurreição, ascensão e Seu assentamento no trono à destra do Pai. O sangue de animais oferecido pelo sacerdócio levítico não podia remover o pecado, mas o sangue expiatório de CRISTO, o Filho de DEUS, purifica-nos de todo pecado (1 Jo 1.7). Os sacrifícios cerimoniais eram deficientes, pois dependiam inteiramente da eficácia do sangue de CRISTO, que ainda havia de ser derramado. Os salvos sob a dispensação do Antigo Testamento não o foram pelos sacrifícios sacerdotais, mas pela fé no sangue de CRISTO, o qual aqueles sacrifícios representavam. Quando, pois, o sangue de CRISTO foi derramado na cruz, todo o sistema cerimonial de sacrifícios, com o sacerdócio por meio do qual eram oferecidos, tendo servido à sua finalidade simbólica, foi revogado. Dissolveu-se na esperança superior, o sangue expiatório de JESUS CRISTO, o Filho de DEUS, nosso eterno Sumo Sacerdote. 2. A esperança subjetiva O escritor de Hebreus, tendo apresentado a esperança objetiva como o sacrifício expiatório de CRISTO, dá atenção também à subjetiva, com as palavras pela qual chegamos a DEUS (Hb 7.19). Sob o sacerdócio levítico, DEUS se manifestou na forma de uma ordenança fixa; sob a nova ordem de sacerdócio, o Pai se une com o homem na pessoa do Filho, que assumiu a nossa natureza e habitou nela (Hb 2.16b). Assim, a esperança superior conduz os homens à presença de DEUS mediante JESUS CRISTO (1 Pe 3.18). As palavras chegamos a DEUS também apontam o caminho para as verdades mais profundas que o autor da Epístola vai apresentar, concernentes ao rompimento do véu e à entrada no Santíssimo, onde habitam a harmonia e a comunhão proporcionadas pelo ESPÍRITO SANTO. O FIADOR DE UMA ALIANÇA SUPERIOR: UM SACERDÓCIO PERPÉTUO O paralelo seguinte que o escritor de Hebreus traçou entre as ordens levítica e a de Melquisedeque trata do juramento pelo qual este último sacerdócio foi confirmado: E, visto que não é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre); por isso mesmo, JESUS se tem tornado fiador de superior aliança. Hebreus 7.20-22 ARA Seguimos os passos pelos quais o escritor provou a fraqueza e inutilidade (Hb 7.18ARA) do sacerdócio levítico, e, partindo daqui, analisaremos sucintamente os passos pelos quais ele chegou à conclusão de que CRISTO é o Fiador de uma superior aliança, que torna possível a salvação total. 1. O sacerdócio levíúco não alcançou a perfeição, portanto qualquer alteração nele demandou uma alteração na Lei. 2. O novo sacerdócio, pertencente mais à vida que à Lei, necessariamente encontra expressão na nova aliança. 3. A perpetuidade do sacerdócio é confirmada por juramento; portanto, este sacerdócio torna possível uma aliança melhor. 4. Esta depende da continuidade da intercessão de CRISTO junto ao Pai por nós; por conseguinte, esta alian~a melhor torna possível a salvação total ou perfeita. Três tópicos exigem consideração aqui: a natureza do juramento; o significado da palavra fiador, e a perpetuidade da aliança. Estes tópicos, em conjunto, preparam-nos para o próximo assunto - a salvação total. 1. A natureza do juramento E, visto como não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque). Hebreus 7.20,21 Em Hebreus 7.1-10, foi demonstrado que o sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque é representado pelo salmista como símbolo do sacerdócio messiânico e, por isso, superior à ordem de Arão. Em Hebreus 7.11-19, o escritor da Epístola prova que o sacerdócio levítico e a Lei Mosaica (pela qual foi constituído e regulado), sendo simbólicos e preparatórios, eram apenas um estágio imperfeito, destinado a ser abolido. Em Hebreus 7. 20-24 e 28, o escritor demonstrará que JESUS é o Messias. Logo, em oposição tanto ao sacerdócio levítico como à Lei Mosaica, Ele é o Sacerdote perfeito, que introduz um testamento superior ou uma aliança perfeita. A palavra juramento vem do grego horkomosias e pode significar juramento ou a prestação de juramento, no sentido da declaração que o acompanha. As palavras pros auton, na Authorized Version, estão traduzidas como a Ele, e, na American Revised Version, dele (junto him e o J him, respectivamente). Westcott observou, contudo, que estas palavras têm um duplo significado com relação às duas partes do versículo citado (v. 21). A primeira tem CRISTO como seu objeto, significando, portanto, com respeito a Ele, enquanto a segunda parte é dirigida diretamente a Ele, sendo, assim, corretamente traduzida como a Ele, lhe [a Ele disse; lhe dme]. Mas que necessidade de juramento havia? A Palavra de DEUS não é em si mesma infalível e imutável, tanto quanto um juramento pode fazê-la? Podem-se apresentar diversas razões: 1. Este novo sacerdócio, instituído com a solenidade de um juramento, que não foi prestado com relação ao sacerdócio de Arão, indica que ele foi uma designação mais importante, introduzindo, pois, um testamento melhor. Visto ser um costume de longa tradição confirmar as nossas transações mais importantes com uma declaração juramentada, é evidente que DEUS tencionou demonstrar com estas palavras solenes a importância do sacerdócio messiânico sobre o levítico. 2. A importância do juramento reside também na declaração à qual se ligava, a saber, que CRISTO era Sacerdote para sempre - um sacerdócio imutável de vida indissolúvel. Quanto ao sacerdócio levítico, DEUS não fez menção de perpetuidade. 3. Aos dotados de profunda visão espiritual, o juramento assinala a diferença entre a aliança das obras e a da fé; entre a obediência à Lei e as gloriosas promessas do evangelho. Referindo-se outra vez ao juramento que DEUS fez a Abraão - jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR[ ... ] que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar [ ... ] (Gn 22.16,17 ARA) -, o escritor de Hebreus nos remete ao significado da declaração do Senhor Eu o farei. Assim, a Lei externada pelas obras, que assinalou o· insucesso da primeira aliança, é substituída pela Lei da fé. Nenhum mérito cabe ao homem, pois toda a jactância é excluída por esta Lei da fé (Rm 3.26-28). A justiça é o dom de DEUS mediante JESUS CRISTO, nosso Senhor (Rm 5.17). 2. O Fiador de superior aliança Por isso mesmo, JESUS se tem tornado fiador de superior aliança. Hebreus 7.22 ARA A palavra grega egguos ( Eyyuoç), traduzida como fiador, encontra-se apenas aqui no Novo Testamento, sendo igualmente rara até no grego clássico. Sua origem é obscura, porém o uso de termos afins claramente lhe fixa o significado como fiador. Mas qual a importância desta palavra e qual o seu real significado? Quanto à importância, está indicada pela relação entre as palavras visto que (v. 20 ARA) e por isso mesmo, nos presentes versículos: E, visto que não é sem prestar juramento [que Ele foi feito sacerdote] [ ... ]por isso mesmo, JESUS se tem tornado fiador de superior aliança (v. 20, 22). O juramento, assim, caracteriza o sacerdócio e o Fiador como sendo eternos e imutáveis, e a superioridade deste testamento sobre o antigo é o que o Dr. Whedon chama a medida da veracidade incomensurável de DEUS. Esta superior aliança, da qual JESUS é o Fiador, foi confirmada e reiterada com o Seu próprio sangue (Hb 9 .15-17). A respeito destes versículos, disse o Dr. Sampson: O fato de que o autor da Epístola, expositor infalível, extrai o argumento desta circunstância vem a favor da mais elevada teoria da inspiração das Escrituras. Parece indicar que devemos analisar todo e cada traço e característica da linguagem sagrada, cada aspecto, cada palavra, como regisrrados por intenção divina, dela tendo o significado. (SAMPSON, A critica! commentary on the Epistle to the Hebrews, p. 275). A palavra fiador tem sido teologicamente interpretada de forrna errônea, devendo, portanto, receber cautelosa consideração. 1 -CRISTO não é o Fiador diante de DEUS pela boa conduta do homem, mas o Fiador de uma aliança que DEUS fez com o homem. Daí, como observou o Dr. Adam Clarke, o ensino "de que CRISTO foi fiador da primeira aliança, para pagar o débito, e da segunda, para cumprir o dever", é absurdo e perigoso. O testamento melhor ou a aliança superior não é fundamentado em obras - essa era a fragilidade da antiga aliança; ele o é no sentido de testamento em que DEUS, mediante a morte de Seu Filho, fez provisão para o povo, a ser recebida exclusivamente pela fé. Assim, a fraqueza da carne é vencida pelo poder de DEUS, que JESUS concede por intermédio do ESPÍRITO SANTO em resposta à fé singela no sangue de CRISTO, derramado por muitos, para remissão dos pecados (Mt 26.28). 2-O texto (Hb 7.22) não diz que CRISTO será o Fiador da aliança; Ele o é. Isto foi realizado pela Sua encarnação - Sua vida, morte, ressurreição e ascensão. Visto, porém, que é o sacerdócio que estamos considerando, só se menciona a Sua intercessão junto ao Pai como consumação. CRISTO é o Fiador de uma superior aliança, pois, em Sua humanidade glorificada, foi até a presença de DEUS por nós. Disse o bispo Westcott: Diversas vezes, o fiador se compromete em que alguma coisa será feita; porém, o CRISTO ressurreto testemunha que alguma coisa é; a certeza não é do futuro, mas do que é presente, embora não visto. Deve-se observar que não está escrito que JESUS é Fiador do homem perante DEUS, mas de uma aliança de DEUS com o homem. (WESTCOTI, Commentary on lhe Epistle to the Hebrews, p. 191) Como o uso da palavra fiador ( i:yyuoç) tem sido feito de forma abusiva ou em sentido não-escljturístico e perigoso, não será inoportuno examinar um pouco mais do seu significado. O vocábulo grego significa penhor e supõe-se ser assim chamado porque fica alojado com ou nas mãos do credor. É quase o mesmo significado que fiança ou caução [ ... ] Dessa forma, portanto, a palavra que traduzimos como fiador não pode ser aplicada no sentido acima, pois CRISTO - como Fiador- jamais assegurou que faria todas estas coisas por eles, a menos que os homens cumprissem as condições desta"'melhor aliança, isto é, arrependessem-se do pecado, desviassem-se dele, cressem no Filho de DEUS e, tendo recebido a graça, caminhassem como filhos da Luz e fossem fiéis até a mone! Não satisfazer essas condições seria absurdo e impossível; daí, a glosa e comentário de alguns aqui ser também absurdo e perigoso, a saber, "que CRISTO foi o Fiador da primeira aliança, para pagar o débito, e da segunda, para cumprir o dever". (CLARKE, lhe Epistle to the Hebrews, cap. 7). Qual foi este juramento de DEUS? Quando foi feito? Um antigo comemador responde: "Não é outro, senão o propósito do decreto divino, que, de modo algum, deve ser subvenido". Ele tem razão. Talvez, porém, possamos reconhecer no juramento também a certeza imutável dada pelo Pai eterno à consciência do Filho eterno, a quem Ele se dirige. Não tem data no tempo e não é tanto um evento como a certeza permanente feita manifesta. E isto confere sublime força ao presente: Tu és (Hb 7.21}. Por isso mesmo, JESUS se tem tornado fiador de superior aliança (v. 22}, diz a Epístola, recorrendo ao nome próprio para maior ênfase, usando, para o mesmo objeto, a palavra fiador (que não se encontra em outra parte do Novo Testamento em grego ou inglês}, em vez de mediador, o que é freqüente, e introduzindo o pensamento, novo nesta conexão, de uma aliança a atestar, em lugar de causa a pleitear. Esta também está entre os pensamentos a serem logo renovados e amplificados. (CHADWICK, Epistle to the Hebrews, p. 101,102) Macknight diz que a palavra não é aplicável, neste sentido (isto é, fiador pelo bom comportamento de outrem), aos sumos sacerdotes judaicos, pois, para ser fiador idôneo, é necessário ter o poder para compelir a parte a cumprir aquilo pelo que tornou o outro seu fiador; ou, no caso de não cumpri-lo, o fiador deve ser capaz de fàzê-lo ele próprio. Sendo este o caso, quem dirá que os sumos sacerdotes judaicos eram fiadores dos israelitas diante de DEUS, cumprindo a parte deles na aliança da Lei? Ou fiadores junto ao povo pelo cumprimento da parte de DEUS na aliança? Tampouco, pois, é provável que, nesse sentido, JESUS fosse o Fiador da nova aliança. Isso porque, uma vez que esta não exige obediência perfeita, mas apenas a obediência da fé, se a obediência da fé não for prestada pelos próprios homens, por ninguém poderá ser prestada em seu lugar; a menos que suponhamos que os homens pudessem ser salvos sem fé individual. Devo concluir, portanto, que os que falam de JESUS como o Fiador da nova aliança devem concordar que Ele requer obediência perfeita, a qual, não estando ao alcance dos crentes prestar, JESUS a prestou por eles. Mas não será isto o mesmo que fàzer da aliança da graça um concerto de obras, contrariamente ao teor das Escrituras? Por estas razões, acho que os comentadores gregos deram o verdadeiro significado a eyyvoç nesta passagem, quando a explicaram como mediador. (CLARKE, Commentary on the Epistle to the Hebrews) 3. A perpetuidade da aliança Ora, aqueles são feitos sacerdotes em maior número, porque são impedidos pela morte de continuar; este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. Hebreus 7.23,24 ARA O escritor da Epístola aos Hebreus demonstrou que o novo sacerdócio é superior ao antigo por ter sido confirmado com um juramento; e, sendo um sacerdócio superior, introduziu um testamento ou uma aliança superior: a da fé, em vez de a das obras. O autor comenta agora, pelo uso da conjunção kai (KcÜ), outro aspecto da nova aliança, isto é, a sua perpetuidade. As palavras ora, aqueles, referindo-se aos muitos sacerdotes da antiga ordem, destinam-se a dar ênfase àquilo que não poderia ser contestado: que são impedidos pela morte de continuar. O argumento, rodavia, é apresentado não apenas para explicar a existência de muitos sacerdotes, mas também para provar a natureza temporária daquela ordem [levítica], devido à fraqueza e enfermidade (-inerentes à carne). Todo o sistema do sacerdócio levítico e a aliança que representava caracterizavam-se pela mudança, fragilidade e morte. Em contraste, JESUS tem um sacerdócio imutável em virtude de Sua vida indissolúvel. Seu ofício é perpétuo. Jamais poderá passar para outro. Assim, após discorrer sobre a suprema dignidade do sacerdócio de CRISTO, por ter sido confirmado com juramento de DEUS, o escritor de Hebreus evidencia que JESUS é o Autor de um testamento superior de uma vida indissolúvel; e Ele é soberano em capacidade, porque o Seu é um sacerdócio perpétuo, ininterrupto na administração e sem sucessor. A SALVAÇÃO PERFEITA: UM SACERDÓCIO EFICAZ Em nossa interpretação das experiências espirituais, associadas aos diferentes aspectos da pessoa e obra de CRISTO, examinamos o seguinte: 1. Em conexão com a divindade de CRISTO, temos a grande salvação e a consequente advertência contra a negligência. 2. Em conexão com a humanidade de CRISTO e Sua humilhação, temos a santificação, com uma advertência contra o endurecer o coração. 3. A respeito de CRISTO como apóstolo, temos o descanso da fé e uma advertência contra a incredulidade. 4. A respeito do sacerdócio de CRISTO, temos a salvação eterna e uma advertência contra a indiferença ou o ser tardios em ouvir. 5. No que conceme às promessas melhores, temos a perfeição cristã e uma advertência contra a indolência ou falta de progresso. Chegamos agora ao aspecto da experiência espiritual conhecido como salvação completa ou perfeita; aqui, porém, não encontramos advertência. Em lugar disso, os versículos seguintes enumeram os atributos de CRISTO que o tornam perfeito, o Sacerdote eficaz que pode salvar totalmente. Seguem-se ainda dois aspectos e duas advertências: 1. O Santíssimo em conexão com a obra do Sumo Sacerdote no santuário. Aqui é que se menciona o sangue da expiação, e a advertência que se segue é contra o pecado voluntário. 2. Finalmente, temos a palavra santidade e a exortação para seguir a paz com todos e a santificação [ou santidade], sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14 ARA). Isto é ainda sintetizado no propósito supremo da Epístola: Por isso, foi que também JESUS, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta. Saiamos, pois, a ele, fora do arraial levando o seu vitupério (Hb 13.12,13 ARA). Temos aqui a advertência: Tende cuidado, não recuseis ao que fala (Hb 12.25a ARA). Visto que tal se declara em conexão com a nossa herança eterna e o Juízo Final, pode bem ser considerada advertência contra a apostasia final. PERFEITAMENTE SALVOS Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a DEUS, vivendo sempre para interceder por eles. Hebreus 7.25 ARA Este versículo é introduzido naturalmente pelo que o precede, o qual apresenta o sacerdócio imutável de CRISTO. E é porque Ele vive sempre para interceder por nós que nos pode salvar completamente, perfeitamente ou totalmente. O escritor de Hebreus demonstrou que a perfeição não veio pelo sacerdócio levítico, e disse, ,de fato, senão· por palavras, que a perfeição veio mediante CRISTO. No versículo anterior, ele não usa a palavra perfeição, mas o termo mais geral sozein (awl:nv), salvar, ao qual acrescenta a expressão eis to panteles, que significa completamente, perfeitamente e totalmente, como antes indicamos. Trata-se de expressão enfática, atribuindo a CRISTO uma salvação que inclui rodas as perfeições possíveis, rodos os fins beneficentes, perdão dos pecados, santificação, e por fim a vida eterna (Rm 6.22b). Este texto [Hb 7.25] justifica a alusão a JESUS como o Santificador que aparece em Hebreus 2.11, e esta santificação, em seu significado mais amplo, inclui a purificação de todo pecado e a presença do ESPÍRITO SANTO. OUTRO USO DA PALAVRA TOTALMENTE A locução grega eis to panteles, aqui traduzida como totalmente, encontra-se em outro lugar no Novo Testamento, traduzida como de modo algum. Lemos que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se (Lc 13.11 ARA; grifo do autor), sendo a locução grega idêntica à encontrada em Hebreus 7.25. A mulher não podia endireitar-se completamente ou perfeitamente. Como, pela cura milagrosa, ela pôde endireitar-se até a sua plena estatura fisicamente, assim, o autor da Epístola aos Hebreus nos diz que JESUS possibilita aos homens endireitarem-se até a sua plena estatura espiritual. DEUS jamais destrói nos homens uma faculdade que Ele criou. Mas, purificado de rodo pecado e de toda injustiça, o homem pode endireitar-se até alcançar sua plena estatura. Não sabemos até que nível o,ESPÍRITO de santidade pode elevar e manter a alma que se entrega inteiramente a Ele; sabemos, porém, que, quaisquer que sejam os patamares atingidos, eles devem-se à nova vida, aperfeiçoada em CRISTO pela obediência e pelo sofrimento, e agora transmitida ao Seu povo pelo poder do ESPÍRITO SANTO. O PODER DA INTERCESSÃO A palavra intercessão, que revela o meio pelo qual CRISTO salva total e perfeitamente, está repleta de profundo significado e conforto espiritual. O vocábulo grego entugchanein (evruyxávav), encontrado também no uso clássico, significa principalmente encontrar com ou tratar com alguém sobre assuntos de interesse comum. Encontra-se, em conexão com a palavra hyper, em Romanos 8.26, onde lemos que o ESPÍRITO SANTO faz intercessão por nós com gemidos inexpimíveis. Contrariamente aos sacerdotes levíticos, que precisavam oferecer sacrifícios todos os dias por si mesmos, CRISTO fez um único sacrifício supremo para sempre; foi o que fez quando, por intermédio do ESPÍRITO eterno, entregou-se a si mesmo sem mancha a DEUS (Hb 9.11). Eis o porquê de o Seu caráter e sacrifício serem perfeitos; resta-lhe agora apenas pronunciar a palavra, e a obra se faz. Como pela Sua palavra foram feitos os mundos e Ele agora sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1.3b), assim também, por aquela palavra, pode Ele salvar da perdição total para a salvação completa. Se com tal facilidade nosso Senhor nos céus atende às necessidades do Seu povo, não deveríamos com maior frequência e toda confiança ousadamente aproximar-nos do trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno? (Hb 4.16). AS CARACTERÍSTICAS DA NOVA DISPENSAÇÃO: UM SACERDÓCIO IDÔNEO O autor da Epístola chega ao clímax de sua escrita e descreve, para si mesmo e para nós, o Sacerdote ideal, que é CRISTO (Hb 7.26-28). O Sumo Sacerdote que se identifica conosco, isto é, que convém às nossas necessidad~s, deve ter três tipos de perfeição: a do caráter, a de Sua oferta e a da intercessão. Antes de analisar estas qualificações, contudo, convém observar que esta é a primeira vez que o autor da Epístola usa o termo sumo sacerdote em conexão com a ordem de Melquisedeque. Antes disto, é usado unicamente em conexão com o sacerdócio arônico. CRISTO não é apenas o antítipo do sumo sacerdócio arônico; é também o sacerdote de uma dispensação iateiramente diversa. Quando, portanto, estes dois aspectos de CRISTO (rei e sacerdote] se combinam, como acontece aqui, é necessário atentar para a distinção. O escritor falará sobre a grande expiação de CRISTO, o Seu sacrifício supremo e o Seu ingresso além do véu até a presença de DEUS. Demonstrará assim que CRISTO preencheu não apenas o simbolismo que se ligava ao sumo sacerdócio da ordem de Arão. CRISTO foi também Sacerdote de uma nova ordem, cuja distinção reside nisto: 1. Arão foi sacerdote na fraqueza da carne; CRISTO é o Filho eterno de DEUS. . 2. Arão tinha um santuário mundano ou terreno; CRISTO ministra de Seu trono nos céus. 3. O sangue de sacrifícios de animais, que jamais poderia remover o pecado, foi anulado no sacrifício de CRISTO de uma vez por todas. Por isso, CRISTO é o Ministro de um santuário celestial e o Fiador de uma aliança melhor. Observemos as três perfeições deste Sumo Sacerdote ideal. 1. CRISTO foi perfeito quanto ao Seu caráter e à Sua vocação. Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus. Hebreus 7.26 ARA Encontram-se neste versículo cinco declarações a respeito da perfeição de JESUS, nosso Sumo Sacerdote, e cada uma delas elll aposição à palavra toioutos, um tal ou assim como este. 1. CRISTO era santo interior e exteriormente. O vocábulo sam neste contexto não é hagios {áyLoç), que significa separados para DEUS, mas hosios {óaLoç), que é separado da contaminação. 2. Ele era inculpável. A palavra grega é akakos, o antônimo de maldade e, portanto, afirma que nada do que fosse vil ou inferior estava ligado a Ele. Ele era sem mácula em todas as manifestações de Sua vida. 3. Ele era sem mácula, palavra que vem de amiantos, isto é, que não traz em si mancha devido ao pecado. Isto talvez seja uma alusão à necessidade de perfeição física nos sacrifícios do Antigo Testamento. 4. Ele era separado dos pecadores; e, realmente humano. Como Homem entre os homens, manteve-se isento dos pecados. Nota-se que as qualidades precedentes são apenas variações de ênfase sobre uma única qualidade suprema, a santidade como isenção de pecado. A elas, acrescenta-se que: 5. Ele foi Jeito mais alto do que os céus sem dúvida, uma referência à entrada do sumo sacerdote no Santíssimo no Dia da Expiação. Verificar-se-á adiante que uma das principais características do nosso Sumo Sacerdote é que Ele ministra do trono no santuário celeste. 2. CRISTO foi perfeito como oferta sacrificial. Que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu. Hebreus 7.27 ARA Esta é a segunda evidência da perfeição de CRISTO. Ao contrário dos sumos sacerdotes levíticos, E~e não tinha pecados a expiar e, portanto, tornou-se a Propiciação única pelos outros. Os contrastes são distintos: os sacerdotes levíticos ofereciam sacrifícios diariamente; CRISTO ofereceu um, de uma vez por todas. Os sacrifícios deles não podiam tornar os comungantes perfeitos; o sangue que JESUS derramou nos purifica de todo pecado e de toda injustiça. Como nos versículos anteriores, temos a primeira menção de um Sumo Sacerdote associado à ordem de Melquisedeque, em Hebreus 7.27 temos a primeira referência a CRISTO como o Sacrifício perfeito. O verbo oferecer deve ser complementado pelas palavras a DEUS, indicando, dessa forma, que CRISTO se ofereceu sobre o altar de DEUS. CRISTO foi tanto o Ofertante como a Oferta perfeita. Em Hebreus 2.9 (ARA), lemos que CRISTO, tendo sido feito menor que os anjos, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra. Vemos que Sua glória e Sua honra se manifestaram quando Ele provou a morte por todos os homens. 3. CRISTO e a Sua obra intercessória perfeita. Porque a Lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à Lei, constitui o Filho, perfeito para sempre. Hebreus 7.28 ARA Este versículo é uma recapitulação das verdades anteriores apresentadas, mas aqui resumidas e expressas em sua forma final: 1. A Lei constituiu como sumos sacerdotes homens sujeitos à fraqueza, a qual, na presente acepção, inclui tanto as limitações naturais da humanidade finita como as imperfeições pessoais do sumo sacerdote. 2. A palavra do juramento, pelo que se entende a prestação de juramento, foi subsequente à Lei e, portanto, deve tomar conhecimento dela. É o que faz revogando-a (Hb 7.18), pois uma mudança no sacerdócio implica mudança da Lei (Hb 7.12). 3. Este Sumo Sacerdote maior é o Filho, perfeito para sempre. A palavra Filho, no original, está sem o artigo definido. Refere-se à filiação encarnada de CRISTO; acepção que o escritor de Hebreus tornou clara nos capítulos anteriores da Epístola. O Verbo, o Filho eterno, tendo encarnado como DEUS-Homem, viveu a vida de homem entre os homens, durante os dias da Sua carne e, por meio de Sua experiência humana, tornou-se misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de DEUS (Hb 2 .17). A palavra consagrado, que aparece em lugar de perfeito na versão inglesa, é muito imprópria e causa grande confusão de ideias. O vocábulo grego teteleiomenon está no particípio passivo perfeito de teteleioo ( n:n:i\.cíw) e significa foi aperfeiçoado e ainda continua a ser perfeito. A perfeição, teleiosis, não foi atingida pelo sacerdócio levítico, mas foi realizada pelo Filho, que foi aperfeiçoado para sempre. Deste modo, a perfeição do Filho se torna a antítese direta da imperfeição dos sacerdotes arônicos. Como, porém, conseguiu CRISTO ser indefectível? Ele aprendeu a obediência pehs coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem (Hb 5.8b,9 ARA). Agora, contudo, tendo enfrentado e vencido a morte como o último inimigo, tornando-se assim o Primogênito dentre os mortos, CRISTO ascendeu aos céus, levando, em Seu estado glorificado, a Sua humanidade - e a nossa - ao trono de DEUS. Por causa da Sua expiação, concluída sobre a terra, e Sua presença intercessória à destra de DEUS, o Pai concedeu o ESPÍRITO SANTO como Dádiva à Igreja de CRISTO, querendo isto dizer que Ele habita no meio do Seu povo em poder santificador. Quando Ele voltar segunda vez, nós também ressurgiremos no poder e na glória da ressurreiç~o e seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos (1 Jo 3.2c). Que triunfo maravilhoso de CRISTO! Que esperança gloriosa para o Seu povo! SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 7 - 2018 SUBSÍDIO DIDÁTICO - TOP1Neste TÓPICO é importante que você explique quem foi a pessoa histórica de Melquesedeque. Comece o TÓPICO abordando que "Melquisedeque, contemporâneo de Abraão, foi rei de Salém e sacerdote de DEUS (Gn 14.18). Abraão lhe pagou dízimos e foi por ele abençoado (vv.2-7). Aqui, a Bíblia o tem como uma prefiguração de JESUS CRISTO, que é tanto sacerdote como rei (v.3). O sacerdócio de CRISTO é 'segundo a ordem de Melquisedeque' (6.20), o que significa que CRISTO é anterior a Abraão, a Levi e aos sacerdotes levíticos e maior que todos eles'. As Escrituras mencionam também que o rei de Salém não tinha pai nem mãe, o que não 'significa que Melquisedeque, literalmente, não tivesse pais nem parentes, nem que era anjo. Significa tão-somente que as Escrituras não registram a sua genealogia e que nada diz a respeito do seu começo e fim. Por isso serve como tipo de CRISTO eterno, cujo sacerdócio nunca terminará" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.1907,08).
CONHEÇA MAIS - TOP1 - Sacerdócio Perpétuo "O escritor se vale de um argumento tipicamente rabínico baseado no fato de que nem o nascimento nem a morte de Melquisedeque constam dos registros bíblicos. Assim, de acordo com a Escritura, ele é uma figura perpétua, um símbolo apropriado de JESUS a quem, devido a sua vida eterna, permanece como um sacerdote perpetuamente." Leia mais em "Guia do Leitor da Bíblia", de Lawrence O. Richards, CPAD, p.861. SUBSÍDIO HISTÓRICO-CULTURAL - TOP2"Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei (7.12). Este é um dos versículos mais significativos desta seção da carta aos Hebreus. Ele lembra os leitores de que a torah é uma só. A revelação mosaica retrata um sistema interligado no qual o relacionamento de DEUS com Israel é definido, um sistema de concerto que define as exigências de DEUS e que equilibra os pecados do homem com sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes Arônicos.
O que o autor destaca é que uma mudança no sacerdócio destrói o equilíbrio do sistema do Antigo Testamento, e claramente implica numa mudança em todos os demais aspectos também - uma mudança na Lei e uma mudança no sacrifício.
À medida que saímos do capítulo 7, vemos que o autor desenvolve este mesmo tema: houve uma mudança dramática na Lei (capítulo 8) e também uma mudança no sacrifício (capítulos 9-10)" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.501).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO - TOP3"[7.26-28] O autor continua a descrever a principal realização de JESUS como Sumo Sacerdote Perfeito, isto é, seu sacrifício único e suficiente pelo pecado (27): não necessita 'oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois, pelos do povo', como fizeram 'os sumos sacerdotes'. Isto é verdade por duas razões: (1) porque Ele próprio era sem pecado, e (2) porque sua inigualável oferta de si mesmo pelo pecado pôs fim a todo o sistema de sacrifícios levíticos (tanto aos sacrifícios diários como ao Dia da Expiação, a cada ano). Como Sacerdote espiritualmente e moralmente perfeito (v.26), JESUS podia oferecer o sacrifício perfeito e definitivo (v.27), e isto Ele fez. Quando a Bíblia nos diz que seu sacrifício pelos pecados foi feito 'uma vez por todas' ou 'uma vez' (ephapax), significa que Ele foi tanto completo quanto permanentemente válido, sem necessidade de repetição. O caráter decisivo da obra de CRISTO é uma legitimidade de Hebreus [...]" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.).Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1583).
AJUDA BIBLIOGRÁFICA CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal. VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD. Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Revista Ensinador Cristão - CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD. GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. AS GRANDES DEFESAS DO CRISTIANISMO - CPAD - Jéfferson Magno Costa O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas Comentário Bíblico Expositivo - Novo Testamento - Volume I - Warren W. Wiersbe http://www.gospelbook.net www.ebdweb.com.br http://www.escoladominical.net http://www.portalebd.org.br/ Comentário Bíblico TT W. W. Wiersbe Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD Bíblia The Word. Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD Teologia Sistemática de Charles Finney A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA A Excelencia da Nova Aliança em CRISTO - Orton H Wiley - Comentário Exaustivo da carta aos Hebreus - Editora Central Gospel - Estrada do Guerenguê . 1851 - Taquara I 11111 Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22713-001 PEDIDOS: (21) 2187-7090 .
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