Lição 9, Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança 1º Trimestre de 2018 - Título: A Supremacia de CRISTO - Fé, Esperança e Ânimo na Carta aos Hebreus
Lição 9, Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança
1º Trimestre de 2018 - Título: A Supremacia de CRISTO - Fé, Esperança e Ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: Pr. José Gonçalves, pastor presidente das Assembleias de DEUS em Água Branca, PI.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454.
Ajuda http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/hebreus.htm
Estudo Importante - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-ujf-1tr14-umlugardeadoracaonodeserto.htm
https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-da-lio-9-contrastes-na-adorao-da-antiga-e-nova-aliana-1tr18-pr-henrique-ebd-na-tv SLIDES
TEXTO ÁUREO
"E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão." (Hb 9.22)
VERDADE PRÁTICA
A eficácia da adoração neste período da Nova Aliança está no fato de ela estar fundamentada no sangue de CRISTO.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 9.2 Os utensílios do culto na Antiga Aliança
Terça - Hb 9.4 O culto, os oficiantes e a liturgia na Antiga Aliança
Quarta - Hb 9.14 Uma redenção eterna pelo sangue do Cordeiro
Quinta - Hb 9.14,15 Uma consciência limpa pelo sangue de CRISTO
Sexta - Hb 9.15,22 Uma herança eterna pelo sangue de JESUS
Sábado - Hb 9.28 Uma promessa gloriosa pelo sacrifício do Filho de DEUS
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Hebreus 9.1-5,14,15,22-281 - Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. 2 - Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. 3 - Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o SANTO dos Santos, 4 - que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; 5 - e sobre a arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente. 14 - quanto mais o sangue de CRISTO, que, pelo ESPÍRITO eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a DEUS, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao DEUS vivo? 15 - E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. 22 - E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. 23 - De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes. 24 - Porque CRISTO não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de DEUS; 25 - nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário com sangue alheio. 26 - Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. 27 - E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo, 28 - assim também CRISTO, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.
OBJETIVO GERAL - Explicar que a adoração na Nova Aliança está fundamentada no sangue de CRISTO.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Apontar como era o culto e seus elementos na Antiga Aliança; Mostrar a eficácia do culto na Nova Aliança; Explicar a singularidade do culto da Nova Aliança. INTERAGINDO COM O PROFESSORA adoração e o louvor a DEUS não é algo visto somente na Nova Aliança, já no Antigo Testamento o desejo de DEUS era que os israelitas o adorassem e tivessem um relacionamento mais profundo com Ele. Por isso, o Criador ordenou que Moisés construísse uma tenda móvel de adoração, o Tabernáculo, que acompanharia o povo durante a longa travessia pelo deserto. Este seria o único lugar onde o povo poderia encontrar-se com Ele e adorá-lo. Cada detalhe, cada peça, o desenho, ou seja, tudo no Tabernáculo tinha um significado, simbolizando uma realidade espiritual.
Na carta aos Hebreus o autor detalha alguns principais utensílios do Tabernáculo a fim de mostrar o sentido da adoração e do serviço sagrado na Antiga Aliança, comparando com a obra de CRISTO no Tabernáculo eterno da Nova Aliança. PONTO CENTRAL - A adoração na Nova Aliança está fundamentada na obra de CRISTO no Calvário.
Resumo da Lição 9, Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança I - O CULTO E SEUS ELEMENTOS NA ANTIGA ALIANÇA
1. O culto e seus utensílios. 2. O culto: seus oficiantes e liturgia. II - A EFICÁCIA DO CULTO NA NOVA ALIANÇA 1. Uma redenção eterna. 2. Uma consciência limpa. 3. Uma herança eterna. III - A SINGULARIDADE DO CULTO DA NOVA ALIANÇA 1. O santuário celeste. 2. Um sacrifício superior. 3. Uma promessa gloriosa.
PARA REFLETIR - A respeito de Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança, responda:Quais as duas divisões do antigo santuário que o autor de Hebreus tem em mente? Ele tem em mente as duas principais divisões do antigo santuário: o santo lugar e o santo dos santos.
Enquanto o culto levítico produzia apenas uma pureza cerimonial, o que opera o sacrifício de CRISTO? O sacrifício de CRISTO operou uma redenção eterna.
Segundo o autor de Hebreus, qual é a nossa herança? Nossa herança é celestial, espiritual e eterna.
O culto na Antiga Aliança era a sombra do quê? O culto na Antiga Aliança, com seu santuário terrestre, era apenas uma sombra do qual o santuário celeste é a realidade.
O autor de Hebreus encerra a sua exposição com qual promessa? O autor encerra a sua exposição sobre o culto na Antiga e Nova Aliança com uma promessa: "Assim também CRISTO, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação" (Hb 9.28).
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p40. SUGESTÃO DE LEITURA - Manual do Pentateuco, Teologia do Antigo Testamento, Teologia do Novo Testamento Resumo rápido do Pr. Henrique da Lição 9, Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança INTRODUÇÃO
I - O CULTO E SEUS ELEMENTOS NA ANTIGA ALIANÇA Hebreus 9.1-5 - 1 - Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. 2 - Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. 3 - Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o SANTO dos Santos, 4 - que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; 5 - e sobre a arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente.
1. O culto e seus utensílios. Em Hebreus 9.2 Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o santuário.
LEIA-SE - CANDEEIRO, ALTAR DE INCENSO, E A MESA COM OS PÃES DA PROPOSIÇÃO. *** ASSIM FICA CORRIGIDO O ERRO DO AUTOR OU DO COPISTA. Vamos ver o que havia em cada um dos dois compartimentos do tabernáculo, minuciosamente. CANDELABRO (Strong Português) מנורה m ̂enowrah ou מנרה m ̂enorahcandelabro ou candeeiro Um instrumento para levantar uma lâmpada para a difusão mais ampla da luz (Mt 5.15). No AT, embora visto em uma casa particular (2 Rs 4.10), o heb. minora mencionado é geralmente o candelabro sagrado, ou a variedade única de sete ramos no Tabernáculo (Êx 25.31ss.; Nm 3.31; 8.4) ou os dez candelabros do templo de Salomão {1 Rs 7.48,49; 2 Cr 4.7; Jr 52.19), ou o castiçal da visão de Zacarias (Zc 4.2). No NT, o termo gr. lychnia é retratado como um objeto no qual a luz de uma lâmpada é difundida (Mt 5.15; Mc 4.21; Lc 8.16; 11.33). Em Hebreus 9.2 ela representa o candelabro do Tabernáculo do AT. As sete igrejas são representadas como sete candeeiros (ou castiçais; Ap 1.20). Uma variedade de candelabros palestinos de cerâmica de forma cilíndrica, e veladores de bronze com uma única haste reta, foram escavados (Lawrence E. Toombs, “Lamps- tand”, IDB, III, 64 ss.). Os m‘nora inscritos e com sete ramos foram encontrados ou descritos na Ásia Menor, Alexandria, Roma (Arco de Tito) e em outros lugares (veja Lychnia, MM). W. H. M. Localizado no tabernáculo, na parte chamada Lugar SANTO, à esquerda de quem entrava e defronte da mesa dos pães da proposição. MESA DOS PÃES DA PROPOSIÇÃO PÃES - לחם lechempão, alimento, cereal
alimento (em geral) Utensílios (Strong Português) כלי k ̂eliy utensílios, móveis Mesa שלחן shulchanmesa O termo heb. shulhan, “mesa”, a palavra habitual do AT, designando a mesa dos pães da proposição, isto é, o pão da “Presença” (Êx 25.23ss.), uma mesa cerimonial no Tabernáculo, no Lugar SANTO (Ex 26.35). Salomão fez dez mesas como esta para o Templo (2 Cr 4.8): o Templo de Ezequiel possuía 12 (40.39-43). H. G. S. Localizada no tabernáculo, na parte chamada Lugar SANTO, à direita de quem entrava e defronte do Candelabro. ALTAR DE INCENSO Composição do Incenso para o Altar do Incenso (Mobília que ficava antes do véu, no lugar santo e para o Incensário (peça que o sacerdote levava na mão quando entrava para oferecer sacrifício no santo dos santos) Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque, e onicha, e gálbano; estas especiarias aromáticas e o incenso puro, em igual proporção; E disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo; E uma parte dele moerás, e porás diante do testemunho, na tenda da congregação, onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será. Porém o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo será para o Senhor. O homem que fizer tal como este para cheirar, será - Êxodo 30:34-38 Estoraque (Strong Português) נטף nataph
uma resina aromática de um arbusto usada em incenso
Onicha (Strong Português) שחלת sh ̂echeleth
Conotação estranha talvez a de descascar pela concussão do som; DITAT - 2363b; n. f.
ingrediente utilizado na composição do incenso sagrado
Gálbano (Strong Português) חלבנה chelb ̂enah
uma espécie de resina ou goma, ingrediente do incenso sagrado Localizado no tabernáculo, na parte chamada Lugar SANTO, à frente de quem entrava e defronte do Véu que separava o Lugar SANTO dos SANTO dos Santos. É dele que se retirava incenso para abastecer o Incensário que deveria ser introduzido no SANTO dos Santos e fazer fumaça sobre a tampa do propiciatório para que Arão não morresse na presença de DEUS. ARCA DA ALIANÇA (DO CONCERTO, DO TESTEMUNHO) ARCA - (Strong Português) ארון ’arown ou ארן ’aronbaú, arca
arca da aliança PROPICIATÓRIO - (Strong Português) כפרת kapporethpropiciatório, lugar de expiação
A tampa dourada da propiciação sobre a qual o sumo-sacerdote aspergia sangue 7 vezes no Dia da Expiação reconciliando simbolicamente Javé e o seu povo escolhido
a placa de ouro da tampa da arca da aliança que media 2.5 por 1.5 côvados; sobre ela se achavam os dois querubins dourados face a face cujas suas asas estendidas tocavam-se sobre e no alto a tampa, constituindo, assim, o trono de DEUS A ARCA DESAPARECEU ANTES DA EPÍSTOLA AOS HEBREUS SER ESCRITA?
E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. Marcos 15:38
Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos, Hebreus 9:3
Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço; Hebreus 9:9
VEJA - Está escrito tempo presente. E abriu-se no céu o templo de DEUS, e a arca da sua aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva. Apocalipse 11:19
A verdadeira - A da terra era figura da verdadeira no céu. Lá tudo espiritual, eterno. Se esconderam a arca e a colocaram no templo de Zorobabel não sabemos. Era preciso esconder este segredo a sete chaves se realmente a tinham escondido. por isso se explica não se falar na arca mais. Mas não creio que o véu do templo se rasgaria para mostrar uma sala vazia quando JESUS morreu. E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. Marcos 15:38
Pode ter sido queimada ou levada para Roma pelo general Tito já que para mostrar a derrota de um inimigo se levava imagens e objetos de seus deuses pelos vencedores. A arca já não servia mais a seu propósito após a morte de JESUS, pois o caminho para DEUS foi aberto por JESUS ao ressuscitar, Ele que é sumo sacerdote de um santuário celeste, superior. Outras teorias sobre o paradeiro da Arca da Aliança incluem a afirmação dos rabinos Shlomo Goren e Yehuda Getz, os quais acreditam que a Arca esteja escondida embaixo da Montanha do Templo e foi lá enterrada antes que Nabucodonosor pudesse roubá-la. Infelizmente, o Templo do Monte é onde se encontra a Cúpula da Rocha, um local sagrado islâmico, e a comunidade muçulmana local se recusa a deixar que o território seja escavado. Por isso não podemos saber se os rabinos estão corretos ou não. disse aos levitas que ensinavam a todo o Israel e estavam consagrados ao Senhor: Ponde a arca sagrada na casa que edificou Salomão, filho de Davi, rei de Israel; não tereis mais esta carga aos ombros; agora servi ao Senhor vosso DEUS, e ao seu povo Israel. 2 Crônicas 35:3 - A arca não precisava mais ser carregada depois do templo pronto, portanto não precisava mais ser mencionada. Localizada no tabernáculo, na parte chamada SANTO dos Santos, após o Véu, à frente de quem entrava no Tabernáculo. Manual de Tipologia Bíblica- Ada Habekshon - EDITORA VIDA A ARCA DA ALIANÇA Embora seja útil comparar os tipos entre si, também é necessário estudar cada um separadamente. Por exemplo, no Tabernáculo é bom examinar cada peça da mobília, e rastrear por toda a Palavra as várias referências a ela feitas. Notaremos, dessa forma, várias alusões ao candelabro, desde os tempos em que foi feito no deserto até quando foi empregado na festa de Belsazar, e a escrita do juízo foi vista “perto do candelabro”. Trata-se de uma advertência solene para não usar para outros propósitos aquilo que foi dedicado ao serviço do Senhor. Da mesma maneira, veremos o altar de bronze nos tempos de Salomão, de Acaz, e de Ezequias — usado por Salomão ao oferecer mil holocaustos; deixado de lado por Acaz, que colocou no seu lugar um altar copiado de um rei pagão; e depois restaurado e purificado por Ezequias, em meio a cânticos de regozijo. A condição do povo podia ser julgada a partir do valor atribuído ao altar de DEUS, e assim acontece hoje; se, pois, a obra vicária de nosso Senhor JESUS CRISTO é tida em pouca estima, forçosamente fica fraca a vida espiritual na igreja ou no indivíduo. A arca da aliança é, porém, o objeto que é mais freqüentemente aludido, e está repleta de ensinos espirituais nos vários incidentes da sua história, à medida que a seguirmos através do deserto e do Jordão até Gilgal, em derredor das muralhas de Jericó, até Siló; depois, até à terra dos filisteus, e de volta através de Bete-Semes, Quireate-Jearim, e a casa de Obede-Edom, até finalmente repousar no seu lugar na tenda em Jerusalém e no templo de Salomão. A história da nação tinha íntima conexão com a história da arca. Quando a arca estava no cativeiro, os israelitas tinham angústia e aflição; mas quando ocupava o seu devido lugar, ficavam prósperos e felizes. Embora no Tabernáculo e no Templo tudo proclamasse a glória de DEUS, a arca, mais do que qualquer outro objeto ali, parece prefigurar o Senhor JESUS. Não há dúvida quanto a ela ser um tipo dele mesmo. O propósito para o qual foi feito comprova esse fato; pois DEUS disse a Moisés: “Ali me encontrarei com você, e me comunicarei com você de cima da tampa da arca”. Lemos em Romanos 3 a respeito de CRISTO JESUS: “DEUS o apresentou como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue” (v. 25). [O “sacrifício para propiciação” representa a palavra traduzida por “tampa” no AT] . Ele mesmo é o trono da graça, onde DEUS se reúne com o pecador; é o lugar de encontro entre DEUS e o homem. Nota-se que o autor fala dele aqui com o título de “CRISTO JESUS”. A ordem do seu nome não é sem relevância; e aqui se trata do ungido e exaltado, que antes era o homem sofredor na terra. O nome JESUS não é usado sozinho aqui — pois nesse caso nos falaria da sua vida de humilhação na terra; nem é colocado em primeiro lugar, como se ainda enfatizasse seu caráter como o Sofredor; pelo contrário, é “o Homem na glória” que agora é o sacrifício para propiciação, para cobrir o passado, e graça para o presente e o futuro. A arca era feita de acácia, revestida de ouro; e isso é geralmente entendido como representação da dupla natureza de nosso Senhor: o humano e o divino. Tem sido dito que os materiais dos quais a arca se compunha representavam a sua pessoa; e os propósitos para os quais a arca era usada, a obra dele. A arca era o lugar no qual as tábuas de pedra foram depositadas em segurança quando DEUS lhes deu a Moisés pela segunda vez. Na primeira ocasião em que desceu monte e ouviu o som de gritos no acampamento, jogou as tábua de pedra no chão, e assim as despedaçou — o que simboliza como o povo violava a lei de DEUS, conforme o homem sempre tem feito. Na segunda vez, as providências já tinham sido tomadas. As tábuas eram colocadas diretamente na arca, e Moisés acrescenta: “Ali permanecem”; o que nos faz lembrar de JESUS, a respeito de quem está escrito: “A tua lei está dentro do meu coração” — o único lugar onde ela tem permanecido sem ser quebrada. Mas as tábuas de pedra também eram a aliança; e era conforme esse aspecto que Salomão se referiu a elas ao dizer: “Construí o templo em honra ao nome do Senhor, o DEUS de Israel. Coloquei nele a arca, na qual estão as tábuas da aliança do Senhor, aliança que fez com os israelitas”. As tábuas da aliança estavam em segurança dentro da arca, o que o fez lembrar que DEUS era um DEUS que guardar as suas alianças (2Cr 6.10,11,14). Israel podia falhar, mas DEUS nunca falharia. Não estamos debaixo da mesma aliança que eles, pois há muito tempo tem sido comprovado que o homem nunca conseguiu cumprir a sua parte; mas CRISTO se tornou para nós “garantia de uma melhor aliança”, que é entre ele e o Pai. Por um lado, trata-se de uma promessa da vida eterna, que DEUS, que não pode mentir, prometeu ao seu Filho antes dos tempos eternos quando, então, essa dádiva foi dada à igreja (Tt 1.2; 2Tm 1.9); e, por outro lado, a garantia da parte do Filho de que guardaria aquilo que o Pai lhe dera. A aliança com Israel estava em segurança na arca. As promessas de DEUS à igreja “nele são sim e amém”. Outras coisas estavam na arca nos dias do Tabernáculo — a vasilha de maná, e a vara de Arão que brotou; comprovantes das provisões que DEUS supriu no deserto e da sua escolha do Ungido. Mas no Templo, parece que vemos que já não estão ali dentro; provavelmente porque essas duas coisas tinham sido guardadas diante do Senhor como advertência contra os rebeldes (Nm 17.10), ao passo que, na glória, nada sobrará para nos lembrar disso. (Obs Minha - Pr. Henrique - Pode ser porque o Maná representa CRISTO que veio ao mundo nos salvar e a Vara de Arão que floresceu representa o ESPÍRITO SANTO que ficou conosco quando CRISTO subiu ao céu. Então ficou dentro da arca as tábuas da alei que representam o PAI). Os querubins foram feitos como parte integrante da tampa — sendo tudo uma única peça de ouro maciço. Várias interpretações diferentes são oferecidas para os querubins. Alguns os consideram os atributos de DEUS; outros, como seu executivo na terra; e outros, como emblemas do homem redimido. O fato de serem um só com a tampa e de estarem representados no véu e, portanto, de serem rasgados com este, indica preferivelmente essa última interpretação; e as figuras dos seres viventes em Ezequiel e Apocalipse 5 também parecem justificar essa conclusão, por retratarem o ministério perfeito na terra ou na glória. As três pessoas da Trindade, na forma tipológica, estão todas vinculadas entre si em conexão com a arca; pois embora esta prefigurasse a obra e a pessoa do Senhor JESUS, a nuvem que repousa sobre ela parece tipificar o ESPÍRITO SANTO; e DEUS Pai falava ao povo de cima da tampa da arca. O tipo estaria incompleto se nada houvesse no tocante à tampa para falar da morte de nosso Senhor JESUS CRISTO; mas isso também temos, por se tratar de uma “tampa manchada de sangue”. O sangue dos sacrifícios — primeiramente do boi, e depois do bode — era aspergido nela no dia da expiação. Os querubins olhavam para aquele sangue, e o olhar de DEUS repousava sobre ele; e, por causa do sangue, podia aceitar o povo. Era uma expiação, ou tampa de cobertura; pois o próprio DEUS não olha através do sangue precioso. É um a tampa totalmente suficiente para o nosso pecado, de modo que lemos: “Naquele dia o sacerdote fará expiação por vocês, a fim de purificá-los, a fim de estejam puros dos seus pecados diante do Senhor”. Pode ser dito a respeito deste tipo, o que foi dito na páscoa: “Quando eu vir o sangue, passarei por cima de vocês”. Em cada caso, o sangue era para ser visto por DEUS somente; pois ninguém podia entrar no Lugar Santíssimo senão o sumo sacerdote, e mesmo ele, somente nessa única ocasião, o dia da Expiação. A arca nunca foi exposta aos olhares do povo, pois mesmo quando era carregada de lugar em lugar, no tempo que era colocada em um Tabernáculo móvel, estava coberta pelo véu, pelos couros, e pelo pano azul. Quando o Tabernáculo estava para ser removido, o véu era descido sobre a arca, a fim de que ninguém a contemplasse; e da mesma forma, o véu da encarnação cobria nosso Senhor enquanto ele viajava por esta terra. Um duplo sentido é atribuído a esses couros: primeiro, que seu exterior pouco atraente representava a humilhação de nosso Senhor, que encobria a sua glória de tal modo que fosse desprezado e rejeitado pelos homens; em segundo lugar, eram os couros que serviam de proteção contra a contaminação pelo mal — e é provável que haja verdade em ambas as interpretações. Acima dos couros, havia o pano azul; e quando a arca estava sendo carregada nos ombros dos sacerdotes, aquela única peça azul se destacaria no meio da congregação, pois era o único objeto do Tabernáculo a ser coberto assim. O azul é sempre tomado por representação do celestial; e sabemos que enquanto o Senhor JESUS estava na terra, esse era realmente o seu caráter (Jo 3.13). Enquanto o levamos consigo agora, nosso testemunho deve ser, acima de tudo, celestial. A arca devia ser o centro do acampamento — “JESUS no meio”; e quando o acampamento viajava, cada um devia avançar segundo a posição que ocupava ali. Se cada um adotar sua posição certa com relação ao próprio Senhor, também estará na posição certa com referência aos seus colegas cristãos. Uma só vez, nas peregrinações no deserto, ouvimos falar da arca deixar sua posição central e sair defronte do povo; e mesmo então, foi como repreensão a Moisés por sugerir que precisavam de outra pessoa, que não fosse o próprio DEUS, para ser “o nosso guia” (Nm 10.32). DEUS não aprovou de outra pessoa escolher o caminho do seu povo, e assim alterou a ordem do seu acampamento. “A nuvem do Senhor foi à frente deles durante aqueles três dias para encontrar um lugar para descansarem” (Nm 10.33). Deve também haver aqui um retrato daquilo que nosso Senhor tem feito pessoalmente ir à frente do seu povo naquela viagem maravilhosa, de três dias de duração, da sua morte e ressurreição. Realmente, por meio dessa viagem, ele achou para os seus um lugar para descansarem, e foi adiante para lhes preparar lugar. Temos, em seguida, o relato da arca no Jordão. As palavras de Josué 3: “Quando virem a arca da aliança do Senhor [...] saiam e sigam-na” nos relembra Hebreus 12.1,2: “Corramos [...] tendo os olhos fitos em JESUS”. Aqui, também a arca foi adiante, e permaneceu “até que toda a nação o atravessou pisando em terra seca” (v. 18). CRISTO é “o Autor e Consumador da nossa fé” — ele a iniciou e completou; ele é “o Alfa e o Ômega, o que é, o que era e o que há de vir” (Ap 1.8). Os israelitas foram ordenados a se santificar; nós, a nos livrar de tudo que nos atrapalha”. A arca entrou no Jordão e ali permaneceu até que cada um entre o povo atravessasse pisando em terra seca; ele, “pela alegria que lhe fora proposta” — a de levar “muitos filhos à glória” — suportou a cruz . É em estreita associação com essa cena que temos, pela primeira vez, menção de “o Senhor de toda a terra”. É um título usado somente em íntima relação com os israelitas na sua própria terra. Pela primeira vez como nação, seus pés se estabeleceram ali e, pela primeira vez, DEUS adotou esse nome. Em relação com a volta de Israel a essa terra do cativeiro babilônico, quando, então, em JESUS, se tornarão o centro de bênção da terra inteira, o título volta a ser usado em Isaías 54.5; Miquéias 4.13; Zacarias 4.14 e 6.5. Durante o cativeiro, DEUS é chamado, repetidas vezes, “o DEUS do céu”. Imediatamente depois da travessia do Jordão, lemos a respeito da arca sendo levada para dar uma volta ao redor da cidade, um vez por dia, até que, no sétimo dia, os sacerdotes rodearam a cidade sete vezes com a arca, o muro caiu. Jericó, segundo se nos diz, significa “fragrante com especiarias”, e talvez represente as seduções do mundo que são tão freqüentemente apresentadas diante do crente depois de este ter atravessado o Jordão e se colocado em pé na terra. Não fomos ordenados a lutar contra o mundo, mas a levar CRISTO conosco contra as tentações, e assim teremos a vitória. João diz: “O que é nascido de DEUS vence o mundo; e esta é a vitória que venceu o mundo; a nossa fé. Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que JESUS é o Filho de DEUS?” (1Jo 5.4,5). Nessa última frase, temos sua dupla natureza; e esta, conforme já vimos, era representada na madeira de acácia e no ouro do qual a arca era feita. Pouco depois de Jericó ter sido conquistada, lemos do fracasso em Ai por causa da excessiva autoconfiança do povo, que subestimou o inimigo; e quando Josué fica totalmente esmagado pelo fracasso e derrota dos israelitas, prostra-se em terra diante da arca, em confissão. Sabemos que o trono da graça e o lugar para onde podemos comparecer a fim de obter misericórdia pelas derrotas passadas, e graça para as vitórias futuras. Em Josué 8.33,34, vemos que a arca está no meio quando a bênção e a maldição é lida diante do povo, “segundo o que está escrito no Livro da Lei”. Aquele que é simbolizado pela arca estará no meio como juiz, no dia em que DEUS determinou, “em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou” (Act 17.31); e agora ele está andando no meio dos candelabros, julgando as suas obras, e pronunciando bênçãos e advertências. Em 1 Samuel 4, temos uma descrição da arca caindo nas mãos dos filisteus. “A arca de DEUS foi tomada”; ou, conforme o salmista descreveu o acontecimento, DEUS “abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda onde habitava entre os homens. Entregou o símbolo do seu poder ao cativeiro, e o seu esplendor, nas mãos do adversário” (Sl 78.60). É assim que lemos que o Senhor JESUS foi capturado. Assim como os filisteus, assim também os inimigos do Senhor JESUS CRISTO: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima” (Jo 19.11). Tanto a respeito da arca, quanto a respeito de CRISTO, a quem prefigurava, podia ser dito: “Vocês, com a ajuda de homens perversos, o mataram” (Act 2.23). Os israelitas “fugiram, cada homem para a sua tenda”; e a JESUS “todos o abandonaram e fugiram”. Mas embora leiamos no capítulo 4 de 1 Samuel que os filisteus revelaram ser mais fortes do que Israel, no capítulo 5 lemos que o Senhor era mais forte que Dagom. Esse ídolo caiu quando a arca de DEUS foi colocada no templo; e, da mesma forma, quando CRISTO entra no coração os ídolos caem. É semelhante àquilo que o hino diz: “Todos os ídolos foram arrancados do meu coração, agora ele me guarda pelo seu poder”. E somente a presença de CRISTO que pode fazer isso. O homem forte e armado pode guardar a sua casa, mas quando entrar o mais forte do que ele, aquele é dominado. Nós não conseguimos expulsar o homem forte, nem derrubar os seus ídolos. Mesmo se conseguíssemos esvaziar a casa, mas não a enchêssemos da presença de CRISTO, o espírito maligno voltaria de novo. Não bastam as nossas melhoras; precisa haver CRISTO no coração. Quando, no jardim, os chefes dos sacerdotes entraram para prendê-lo, bastou JESUS proclamar seu próprio nome: “Sou eu”, “eles recuaram e caíram por terra” (Jo 18.5); e assim foi demonstrado que nele habitava o mesmo poder que na arca nos tempos antigos. A história da arca naquela ocasião nos fornece uma ilustração maravilhosa da verdade em 2Coríntios 2.15,16: “Para DEUS somos o aroma de CRISTO entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de morte; para aqueles fragrãncia de vida”. Durante os sete meses que a arca permaneceu na terra dos filisteus, só produzia morte e destruição. Era levada de lugar em lugar; mas os castigos se tornavam cada vez piores. Que contraste com a história da sua permanência na casa de Obede Edom, onde ela só trazia bênçãos! (2Sm 6.10). Para os filisteus, era “cheiro de morte para os que estão perecendo”; e para Obede Edom, “fragrãncia de vida para os que estão sendo salvos”. “Tudo que lhe pertencia” recebia sua parte na bênção; e a notícia se espalhou, até o rei ouvir a respeito. Assim acontecerá naquele em cujo coração o Senhor JESUS fizer a sua habitação — outros ouvirão falar a respeito, e desejarão obter a mesma bênção. Nessas alturas, o tipo é insuficiente, pois Obede Edom precisou perder a presença da arca na sua casa quando Davi a levou para Jerusalém, embora não se nos diz que aquele perdeu a bênção. “Viremos a ele e habitaremos com ele”, é a promessa feita a todo aquele que ama a ele e guarda as suas palavras; e se outros ganharem a bênção através de nós, não sairemos perdendo com isso. (Obs Minha - Pr. Henrique - Obede Edom seguiu a arca o resto de sua vida, ele sabia que ela representava a presença de DEUS). Os juizes que caíram em conexão com a arca são muito sugestivos. Os homens de Bete-Semes foram feridos por olharem para dentro dela; o que demonstra que era demasiadamente sagrada para ser olhada com olhos curiosos. “Ninguém conhece o Filho senão o Pai”; e o mistério de sua encarnação e da sua divindade não deve ser sujeitado a nossa tentativa de perscrutar com intimidade demasiada. Quantas pessoas se desviaram na tentativa de se intrometer nessas coisas! Se Moisés não tinha permissão para se aproximar da sarça em chamas para ver “por que” não se queimava — pois DEUS disse: “Não se aproxime. Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é terra santa” (Êx 3.3-5) — decerto esse mistério muito maior deve ser tratado por nós com reverência ainda mais profunda. O juízo que caiu sobre Uzá nunca teria acontecido se as instruções de DEUS tivessem sido obedecidas. Ao enviarem para casa a arca, os governantes dos filisteus a tinham colocado numa carroça nova puxada por duas vacas que deram cria; e “as vacas foram diretamente para Bete-Semes, mantendo-se na estrada e mugindo por todo o caminho; não se desviaram nem para a direita nem para a esquerda” (1Sm 6.11,12). Ao buscar a arca em Quiriate-Jearim, Davi abandonou o modo “antiquado” que DEUS ordenara. DEUS ordenara que fosse carregada nos ombros dos sacerdotes, mas Davi usou um carroção novo, imitando os filisteus. Quando os bois tropeçaram, a arca foi sacudida, e Uzá esticou o braço para segurá-la, e foi ferido diante da arca (2Sm 6.3-7). O que DEUS tolera entre seus inimigos não serve para o seu povo que possui a sua Lei. Conforme disse alguém: “Quanto mais perto de DEUS uma pessoa ficar, com tanta mais gravidade e rapidez será julgado por qualquer iniqüidade: o julgamento precisa começar na casa de DEUS”. Procurar melhorar aquilo que DEUS instituiu, por meio de imitar a religião do mundo, provocará juízo certeiro; mas quantos estão fazendo assim nos dias atuais! (Obs Minha - Pr. Henrique - Não se adora a DEUS como o uindo faz, existem normas na legítima adoração - É em ESPÍRITO e em VERDADE - João 4). Davi ficou com muito medo diante dessa manifestação de poder, e ficou como Pedro quando este gritou “Afasta-te de mim, Senhor, pois sou pecador”; mas aprendeu a lição que DEUS quis transmitir: pois em 1 Crônicas 15 vêmo-lo dizendo ao povo que caiu o juízo porque “não o tínhamos consultado sobre como proceder” (v. 13). E lhes diz que “Somente os levitas poderão carregar a arca de DEUS, pois para isso o Senhor os escolheu, para ficarem sempre a seu serviço” (v. 2); assim “os levitas carregaram a arca de DEUS apoiando as varas da arca sobre os ombros, conforme Moisés tinha ordenado, de acordo com a palavra do Senhor” (v. 15). Dessa vez, “DEUS havia poupado os levitas que carregavam a arca” (v.26), pois sempre ajuda aqueles que seguem as suas instruções. Referência é feita no salmo 132 à ocasião em que a arca foi trazida da casa de Abinadabe: “Soubemos que a arca estava em Efrata (Belém), mas nós a encontramos nos campos de Jaar (Quiriate-Jearim)”. Davi estava cheio de júbilo diante da perspectiva da a ter na sua posse. Sempre há regozijo quando podemos dizer, juntamente com Filipe: “Nós o achamos”. (O assunto do ministério diante da arca é amplo demais para ser tratado aqui.) (Obs Minha - Pr. Henrique - Davi queria a todo custo a presença de DEUS junto dele, na mesma cidade). Quando o homem segundo o coração de DEUS foi rejeitado por Jerusalém, e o usurpador foi acolhido no seu lugar, a arca de DEUS foi levada para fora de Jerusalém, e atravessou o ribeiro Cedrom juntamente com o rei rejeitado; o que nos relembra JESUS que, na hora mais sombria da sua rejeição, atravessou com seus discípulos o vale do Cedrom (Jo 18.1). Quando o Templo foi completado e dedicado ao Senhor, vemos que a arca foi levada ao lugar do seu repouso, e colocada no centro dos cenários que prefiguravam tão maravilhosamente o dia em que o Templo de DEUS estiver completado, e os redimidos se reunirão em redor do próprio DEUS. João, na sua visão, teve um vislumbre da arca; pois “foi aberto o santuário de DEUS no céu, e foi vista dentro do seu templo a arca da sua aliança” (Ap 11.19). Quando chegar aquele dia, já “não haverá necessidade de carregar o Tabernáculo, nem qualquer utensílio para o seu serviço”; pois o Senhor DEUS terá “dado repouso ao seu povo”. Assim como DEUS escolheu os levitas na antigüidade, assim ele escolheu a nós para levarmos o seu nome agora; mas naquele dia futuro, nosso testemunho terá chegado ao fim. (Obs Minha - Pr. Henrique - Somos a arca de DEUS agora - Transportamos as tábuas da lei em nossos corações, o pão da vida que é a bíblia que pregamos e a vara de Arão que floresceu que é o ESPÍRIO SANTO que em nós habita e nos dá poder para sermos testemunhas de CRISTO ao mundo - Glória a DEUS). Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do ESPÍRITO SANTO, que habita em vós, proveniente de DEUS, e que não sois de vós mesmos? 1 Coríntios 6:19 2. O culto: seus oficiantes e liturgia. Há toda uma simbologia nesses utensílios do antigo culto como demonstra a tipologia bíblica. Lugar SANTO - Preparação para o culto de intimidade. Pães - Palavra Incenso - Oração Candelabro - Unção e Poder Para se chegar ao SANTO dos Santos e prestar um legítimo culto é preciso Bíblia, Oração e comunhão com o ESPÍRITO SANTO. A Arca do Concerto representava a presença de DEUS. O importante para o autor aos Hebreus é demonstrar a inferioridade do culto levítico em comparação ao culto Cristão e maiormente, o culto do próprio CRISTO no Tabernáculo celeste. Como o sacrifício no sacerdócio Arônico era com sangue de animais, era repetido todos os dias e uma vez ao ano no interior do SANTO dos Santos no Tabernáculo feito por mãos humanas. Já o sacrifício de CRISTO foi ELE mesmo entregue e seu próprio sangue derramado para remir os pecadores. Sacrifício oferecido no tabernáculo celeste e uma vez só, pois é eficiente e totalmente satisfatório. O sacrifício Arônico era simbólico e temporário, o de CRISTO, o verdadeiro e eterno.
A ordem das ofertas em Levítico é segundo o ponto de vista de DEUS. Primeiro, há o holocausto, depois, a oferta do cereal; a oferta de comunhão; a oferta pelo pecado; e a oferta pela culpa. Quando comparecemos diante de DEUS como pecadores, temos vislumbres dos vários aspectos da obra de CRISTO na ordem oposta a essa. Em primeiro lugar, ficamos sabendo que precisamos de perdão pelos atos específicos de pecado que cometemos, e nossa necessidade é atendida na oferta pela culpa. Em seguida, ficamos sabendo que não somente pecamos repetidas vezes, mas também que nossa natureza é maligna; DEUS, porém, fez provisão para isso na oferta pelo pecado. Depois, somos ensinados a entrar no significado da oferta de comunhão e na oferta de cereal, e festejar com elas. Finalmente, vemos no holocausto CRISTO e sua obra, e aprendemos algo do que CRISTO é para DEUS e de nossa posição em CRISTO: “aceitos no Amado”.
II - A EFICÁCIA DO CULTO NA NOVA ALIANÇA
Hebreus 9.14,15 - 14 - quanto mais o sangue de CRISTO, que, pelo ESPÍRITO eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a DEUS, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao DEUS vivo? 15 - E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
1. Uma redenção eterna.
Rededenção (Strong Português) λυτρωσις lutrosis1) resgate, redenção
2) livramento, esp. da penalidade do pecado Redenção - Livramento de alguma forma de escravidão com base no pagamento de um preço por um redentor (q.v.). Redenção é um conceito básico para a visão bíblica da salvação. No AT, a redenção está integralmente associada à vida familiar, social e nacional de Israel. Um indivíduo israelita poderia agir como um redentor, pagando um resgate para a libertação de um escravo (Lv 25.48ss.), para recuperar um campo (Lv 25.23ss.), ao invés de sacrificar um macho primogênito (Êx 13.12ss.), e em favor de alguém que de outra forma seria condenado à morte (Êx 21.28 ss.). Logo no início do AT, o Senhor DEUS revelou a si mesmo como agindo de forma redentora em favor do homem. Jacó invocou a DEUS como aquele “que me livrou de todo o mal” (Gn 48.15,16). DEUS declarou sua intenção de livrar Israel da servidão no Egito, dizendo: *Vos resgatarei com braço estendido” (Êx 6.6). Na maioria dos casos no AT onde é feita referência à atividade redentora de DEUS, a libertação efetuada é de natureza física e não espiritual (por exemplo, a libertação de Israel do Egito e da Babilônia). Mesmo estas libertações, porém, trazem em si um significado espiritual em que a libertação indicava que DEUS havia perdoado o pecado ou os pecados que diretamente ou indiretamente ocasionaram a calamidade. Em pelo menos um caso (Sl 130.8) a redenção referida é claramente de natureza espiritual, isto é, trata-se de uma redenção do pecado. No NT, a redenção é estritamente uma atividade divina que é realizada por JESUS CRISTO e através dele (Ef 1.7; Gl 3.13; 4,5). Embora a atividade redentora de CRISTO tenha as suas manifestações físicas (por exemplo, a cura das enfermidades), seu principal significado é o resgate espiritual dos pecadores que estão escravizados no pecado (Mc 10.45). A libertação do pecador é assegurada com base no preço de resgate pago a DEUS Pai por JESUS CRISTO em sua morte na cruz (Tt 2.14; Hb 9.12; 1 Pe 1,18,19). A perfeição da obra redentora de CRISTO é claramente declarada no NT (Hb 9.25-28). No entanto, a experiência de redenção do indivíduo redimido só estará completa na segunda vinda de CRISTO (Lc 21.28; Rm 8.23; Ef 1.14). Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD - W. M. O culto levítico possuia pureza cerimonial, tudo era realizado dentro do que foi mandado fazer. Mas não produziu salvação. Já o culto realizado pelo sacrifício de JESUS CRISTO operou a redenção eterna. 2. Uma consciência limpa. A lei e os sacrifícios eram perfeitos, mas o povo não os tinha em seu coração. Devido à falta de conversão dos cultuantes não havia perdão dos pecados. Eles não se arrependiam e paravam de praticar seus pecados.Não havia Novo Nascimento. Não havia Nova Vida. O sacrifício de JESUS CRISTO trouxe um legítimo arrependimento e conversão, além de produzir uma nova vida aos cultuantes. Assim que, se alguém está em CRISTO, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 2 Coríntios 5:17 O sangue de CRISTO purifica e limpa a consciência tornando-a apta para a adoração a DEUS. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de JESUS CRISTO, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. 1 João 1:7 3. Uma herança eterna.
No culto Levítico, no Tabernáculo, os utensílios utilizados eram o Candelabro, a Mesa dos Pães da Proposição e o Altar de Incenso no Lugar SANTO. Arca da Aliança e Incensário no SANTO dos Santos. No culto Levítico seus oficiantes eram os sacerdotes e o sumo sacerdote, tendo como liturgia vários sacrifícios e ofertas. Tudo sem a eficácia desejada para a salvação do povo. A EFICÁCIA DO CULTO NA NOVA ALIANÇA Na Nova Aliança há uma redenção eterna, não passageira e perene como a da Antiga Aliança. Há agora uma consciência limpa, pois é diferente da Antiga Aliança, agora há transformação de Vidas, arrependimento de pecado e santificação. Na Nova Aliança há uma herança eterna e não promessas apenas materiais e passageiras. III - A SINGULARIDADE DO CULTO DA NOVA ALIANÇA Na Nova Aliança há o verdadeiro culto no santuário celeste e não no terrestre como na Antiga Aliança. Agora há um sacrifício superior, pois não é feito com sangue de animais, mas com o sangue de JESUS, incontaminado pelo pecado. Agora há uma promessa gloriosa de vida eterna com DEUS, uma vida espiritual. AJUDA EM LIVROS E REVISTAS Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato LIÇÃO 9 - CRISTO TROUXE MAIOR GLÓRIA NA ADORAÇÃO A DEUS LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - HEBREUS 9.1,2,11,12,15,22-28 1 Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. 2 Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. 11 Mas, vindo CRISTO, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação,12 nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. 15 E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. 22 E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.23 De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes. 24 Porque CRISTO não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de DEUS; 25 nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário com sangue alheio. 26 Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.27 E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo,28 assim também CRISTO, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação. ORIENTAÇÃO DIDÁTICA: Se possível, amplie no quadro de giz a figura abaixo. Em seguida convide sete dos seus alunos para colocarem o nome das peças do tabernáculo no lugar correspondente.
1. Altar do holocausto
2. Bacia de bronze
3. Mesa dos pães da proposição
4. Candeeiro de ouro
5. Altar do incenso 6. Incensário.
7. Arca da aliança
8. Propiciatório
INTRODUÇÃO
Nas lições referentes aos capítulos de 8 a 10 da epístola em estudo, vemos a diferença marcante entre o
ministério sacerdotal, no antigo pacto, e o de CRISTO, como Sumo Sacerdote no Novo Concerto. Nesta lição, que dá seqüência ao tema da anterior, veremos, mais uma vez, que, em todos os aspectos, o Novo Concerto é melhor e mais glorioso que o primeiro.
I. O CULTO DIVINO EM SANTUÁRIO TERRESTRE1. O culto no lugar santo do tabernáculo (9.1,2). O tabernáculo, onde as atividades do culto eram intensas, dividia-se em três partes: o Pátio (Átrio), o Lugar SANTO e o SANTO dos Santos. O v.2 refere-se à segunda parte – o lugar santo, chamando-o “o primeiro”, pelo fato dele ser a primeira das duas partes cobertas: o Lugar SANTO e o SANTO dos Santos. O Pátio era descoberto.
2. Os elementos do Lugar SANTO. Após o véu da entrada, viam-se três elementos importantes na segunda parte do tabernáculo: “o candeeiro, o altar de Incenso e a mesa com os pães da proposição” (v.2). O tabernáculo revelava que DEUS queria manifestar-se no meio de seu povo (Êx 25.8). Hoje, devemos valorizar o ambiente do templo, na igreja local, pois é consagrado ao culto a DEUS.
a) O candeeiro, castiçal ou candelabro. Era uma peça maciça, de ouro puro, cujas lâmpadas eram acesas diariamente (Êx 25.31; Lv 24.1-4), representando CRISTO, a luz do mundo (Jo 8.12);
b) Os pães da proposição. Ficavam sobre a mesa, que era um móvel de madeira de cetim, revestida de ouro. Os pães da proposição eram um tipo de CRISTO, o pão da vida (Jo 6.35).
c) O altar do incenso. O escritor não fala do altar do incenso, mas este também estava no Lugar SANTO (ver Êx 30.1-3) representando CRISTO, nosso intercessor (Jo 17 1-26; Hb 7.25). Ele ocupava uma posição central no santuário, indicando que a vida de oração é fundamental no culto a DEUS. A negligência à oração revela imaturidade espiritual.
3. O lugar SANTO dos Santos (vv. 3-7). No seu interior, estava a arca do concerto, com a sua cobertura ou propiciatório, com querubins entalhados nas extremidades (Êx 25.10). A arca representava a presença de DEUS ou CRISTO, nosso Emanuel, que é DEUS conosco (Mt 1.23). Na arca, estavam o maná, em memória da provisão de DEUS, ou CRISTO, o “pão que desceu do céu” (Jo 6.58); a vara de Arão, lembrando o poder criativo de DEUS; e as tábuas do concerto, para que o povo não se esquecesse da importância da lei, também havia um incensário que o sumo sacerdote usava para fazer fumaça. Mas havia um véu, separando o Lugar SANTO do Lugar Santíssimo (vv.3,7,8). Aquele véu indicava “que ainda o caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo” (v.8). Quando oramos, não devemos ficar “no Pátio” (oração monótona, religiosa apenas). Precisamos passar ao “Lugar SANTO” (oração objetiva) e chegar ao “SANTO dos Santos” (oração no ESPÍRITO SANTO - em línguas).
II. UM MAIOR E MAIS PERFEITO TABERNÁCULO 1. CRISTO, Sumo Sacerdote dos bens futuros (v.11). Esses “bens futuros” ainda não estão plenamente ao nosso alcance. A salvação é presente, mas depende de nossa perseverança até o fim (Mt 10.22; 24.13; cf. Rm 13.11). O reino absoluto de CRISTO e a feliz eternidade com DEUS nos aguardam. Os céus nos esperam. A Nova Jerusalém está preparada para os santos do Senhor, falta só o lugar de cada um.
2. Um perfeito tabernáculo (v.11). O tabernáculo celestial, “não feito por mãos”. Os utensílios do antigo tabernáculo desapareceram. Onde estará a arca? O altar do incenso? Não se sabe. Porém CRISTO, ao morrer, fez com que o véu do templo (em Jerusalém) se rasgasse de alto a baixo, demonstrando que o caminho para o verdadeiro santuário, que é a presença de DEUS, estava definitivamente aberto para o homem que nEle crê.
3. Mediador de um Novo Testamento.
a) O Velho Testamento foi superado. O Velho Testamento era a sombra das coisas celestes, providas por DEUS para a redenção do homem. A lei, que orientava o culto no antigo santuário, não justificou ninguém (Gl 3.11). Pelo contrário, os que estavam debaixo das obras da lei estavam sob maldição, por não poderem cumprir todas as suas cláusulas (Gl 3.10).
b) O Novo Testamento é superior. CRISTO tornou-se “Mediador de um Novo Testamento” (v.15), que contém as cláusulas marcantes e definitivas do novo relacionamento de DEUS com o homem, e deste com DEUS. Ele “entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (v.12).
c) A morte do testador. O testamento só tem validade com a morte do testador (v.16). Uma vez que CRISTO morreu, o Novo Testamento passou a ter validade, garantindo-nos uma “herança eterna” (v.15). No antigo tabernáculo, a expiação dos pecados era temporária e parcial. No novo, com a garantia do Novo Testamento, a redenção é perfeita, definitiva e perene.
d) Sacerdote imaculado (v.14). Os sacerdotes eram imperfeitos. CRISTO, nosso Sumo Sacerdote, com seu sangue, “pelo ESPÍRITO eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a DEUS”, purificando as consciências “das obras mortas” para que sirvamos ao DEUS vivo (v.14). O Velho Testamento era validado pelo sangue de animais (v.19). O Novo legitimou-se pelo sangue de CRISTO, derramado em nosso lugar.
III. O SACRIFÍCIO PERFEITO DE CRISTO1. “Sem derramamento de sangue não há remissão” (v.22). A Bíblia ressalta que, no antigo tabernáculo, “quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue”, enfatizando que “sem derramamento de sangue não há remissão” (cf. Lv 17.11). Aqui, vemos a importância do sangue para a expiação do pecado, no Velho Testamento. Isso quer dizer que, quando um animal era oferecido em sacrifício pelo pecado, DEUS aceitava a oferta por atribuir a ela o valor provisório do resgate do pecador ofertante. O sangue era símbolo da outorga da vida, que era dada em expiação. Tal sacrifício apontava para o sangue de CRISTO, que seria derramado em nosso lugar.
2. “Sacrifícios melhores” (v.23). O escritor diz que “era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem”, ou seja, deviam purificar-se com sangue. Cada animal morto, substituto do pecador, apontava para o “Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Os sacrifícios antigos eram repetitivos. O de CRISTO foi efetuado uma única vez, por ser superior e perfeito.
3. A entrada de CRISTO no céu (v.24). CRISTO entrou “uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (v.12). O sacerdote entrava todos os dias no santuário, isto é, no Lugar SANTO, mas só conseguia a remissão parcial e temporal do pecado. O sumo sacerdote entrava somente uma vez por ano no SANTO dos Santos e oferecia sacrifícios pelo povo e por si próprio, pois também era pecador (cf. v.7). No entanto, CRISTO entrou “no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de DEUS”. Ele é nosso intercessor perfeito (Rm 8.34), juntamente com o outro maravilhoso intercessor, que é o ESPÍRITO SANTO (Rm 8.27).
4. CRISTO aparecerá pela segunda vez (vv.27,28). Aqui a Bíblia diz que CRISTO “uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo”, oferecendo-se para “tirar os pecados de muitos”, e que Ele voltará, pela segunda vez, “aos que o esperam para a salvação”.
CONCLUSÃO
O Novo Concerto trazido por CRISTO realizou-se através de um sacrifício perfeito e único, que não precisa repetir-se, em substituição aos sacrifícios imperfeitos do antigo concerto. Assim, sejamos gratos a DEUS pela morte de CRISTO na cruz do Calvário, o qual por nós efetuou uma eterna redenção. Subsídio Teológico
“A expiação da Nova Aliança (9.11-22). O tema de reforma introduz um santuário melhor, um sacrifício eficiente e uma salvação mais completa. O serviço do sumo sacerdote judaico no Dia da Expiação representava o clímax do sistema levítico. Nesse dia, todo ano, ele entrava na presença divina, num tabernáculo terreno, levando o sangue expiatório de animais. Sob a Nova Aliança, CRISTO, “o sumo sacerdote dos bens futuros”, entrou uma vez para sempre no próprio tabernáculo, levando o seu próprio sangue como expiação.O sangue de touros e de cabras efetuava apenas purificação ritualística e simbólica, de alcance limitado, mas o sangue de CRISTO, oferecido como sacrifício espiritual e vivo, executa a purificação interior, que traz comunhão com o DEUS vivo (vv. 13,14).
O bispo Westcott observa o seguintes itens pelos quais o sangue de CRISTO é superior, partindo da análise de seu sacrifício, que foi: a) voluntário, ao contrário dos sacrifícios exigidos pela Lei; b) racional, e não como o dos animais (irracionais); c) espontâneo, e não em obediência a ordens superiores;
d) moral, como oferta de si próprio por ação do supremo poder nEle residente (o ESPÍRITO Eterno), pelo qual mantinha comunhão com DEUS. Não seguiu meramente um rito, um esquema predeterminado. Não! Ele detinha os mais puros motivos.” (Comentário Bíblico — Hebreus, CPAD, págs. 148,149) A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO (vi) A glória maior da nova ordem (9.1-14) 1. Caso qualquer dos leitores pense que o escritor estava subestimando o antigo, agora sublinha algumas das glórias do tabernáculo antigo. Fica impressionado com a boa ordem das disposições dentro do culto levítico, e pretende aprensentar este fato a fim de demonstrar a maior glória do novo. É bem possível que saiba que alguns dos seus leitores, que foram criados na atmosfera de glorificar o passado, considerem que a posição não tem substituto para oferecer em troca da dignididade do culto ritual. Mas embora ele pessoalmente não deixe de apreciar as glórias do passado, quer levar seus leitores a uma apreciação mais verídica das glórias superiores da fé cristã. Ocupa-se em primeiro lugar com os preceitos de serviço sagrado. A palavra traduzida preceitos ou “regulamentos” (dikaiõma) tem muitos usos no Novo Testamento, como, por exemplo, “a exigência justa da lei,” ou “o ato que cumpre aquilo que é considerado certo.” Oqueé ressaltado mais claramente nesta passagem é que foram determinados regulamentos que exigiam obediência. Mas o interesse principal centraliza-se no lugar do culto, que só viria bem mais tarde. 0 lugar de culto aqui é chamado um santuário terrestre (to hagion kosmikon), rigorosamente com o artigo definido. Este artigo (presente em ARA), não é sem importância, porque está em mente um santuário específico, o cenário da atividade sacerdotal no tabernáculo. A palavra traduzida santuário (hagion) representa tanto o santo lugar (v. 2) quanto o SANTO dos Santos (v. 3). A única outra ocorrência no Novo Testamento de kosmikon (“terrestre,” “deste mundo”) acha-se em Tito 2.12, onde é aplicada às paixões mundanas. No presente caso é usado sem qualquer conotação moral e denota a terra, em contraste com o céu, como a esfera de atividade (cf. 8.1-2). 2. Sem dúvida, a razão porque se faz referência agora ao tabernáculo (skènè) é que ninguém deve supor que o Templo está em mente. Uma comparação com os regulamentos do tabernáculo original é, evidentemente, considerada mais autoritativa para os cristãos judaicos do que uma com o Templo. É possível, além disto, que estes cristãos estivessem confusos acerca daquilo que deveriam fazer a respeito do culto ritual bíblico. A declaração de que o tabernáculo foi preparado relembra a ocasião em que foi originalmente montado. O tabernáculo consistia em duas partes. Primeiramente é mencionada a parte anterior (pròtè, literalmente “primeira”), presumivelmente chamada a primeira porque estava mais próxima à entrada do pátio externo. Três peças de mobília ficam nesta parte: o candeeiro, e a mesa, e a exposição dos pães (os pães da proposição). Nenhuma explicação do significado destes artigos é dada, porque é tomado por certo que os leitores têm conhecimento deles. Os detalhes exatos acham-se em Êxodo 25, 37 e 40.0 candeeiro ficava de um lado do lugar santo e a mesa do outro. Entre eles havia o altar de incenso que não é mencionado aqui, mas que é aludido no versículo seguinte como se ficasse além da cortina divisória (mas veja o comentário sobre o v. 3). 3. O segundo véu é claramente o véu que separava o SANTO Lugar do SANTO dos Santos. Esta era a cortina que já foi mencionada em 6.19. Estaparte interna também é chamada um tabernáculo ou “tenda” , sendo que o escritor usa o mesmo termo para descrever tanto a parte interna quanto a parte externa, como se existissem dois tabernáculos. Posto que o tabernáculo era considerado a moradia de DEUS, a palavra era especialmente apropriada para o santuário interno. A forma da expressão SANTO dos Santos indica a santidade especial do lugar e explica porque o acesso normal a ele era vedado. 4. Surge um problema acerca do primeiro item mencionado no SANTO dos Santos. Se o altar de ouro para o incenso for o modo correto de entender a palavra usada (thymiatèrion), posicioná-lo no santuário interior seria um desvio do relato em Êxodo onde era colocado no SANTO Lugar diante da entrada ao lugar interno. Tem sido sugerido que a palavra pode ser entendida no sentido do incensário do sumo sacerdote, mas isto é improvável, porque o relato do Êxodo não considera que é de ouro. Deve ser reconhecido que a palavra thymiatèrion significa primariamente “incensário” e que assim é usada na LXX. Apesar disto, seu significado derivado de “altar de incenso” é achado em Filo e Josefo, e este é claramente o sentido visado neste contexto em Hebreus. É inconcebível que não houvesse nenhuma menção aqui do altar de ouro para o incenso. Qual, pois, é a explicação para sua colocação numa posição diferente? Em primeiro lugar, pode ser observado que o escritor não diz “onde está um altar de ouro para o incenso” segundo o estilo do v. 2. Deve ter tido uma boa razão para fazer a diferença. Tem sido sugerido, conforme temos em ARA, que o particípio “tendo” (echousa) pretende transmitir o sentido de “pertencendo a” ao invés de “ficando dentro,” visto que o altar de incenso, por assim dizer, barrava a entrada para o SANTO dos SANTO, e, neste sentido, podia ser dito que pertencia a este. Este conceito é apoiado pelo fato de que o altar era colocado de tal maneira que a fumaça do incenso que era queimado devia penetrar além do véu e subir para DEUS diante da arca da aliança. Apesar disto, posto que o mesmo particípio serve também para arca, que muito certamente estava dentro do SANTO dos Santos, a explicação anterior não deixa de ter certa dificuldade. Mesmo assim, é a mais razoável. Há claramente uma ligação estreita entre o altar do incenso e o SANTO dos Santos. Podemos também notar que em 1 Reis 6.22 o altar de incenso é descrito como sendo “o altar inteiro” pertencente ao santuário interior. A arca da aliança ficava no SANTO dos Santos no tabernáculo e no templo de Salomão, mas não no Templo posterior. Neste último, na verdade, o lugar estava completamente vazio, com exceção de uma plataforma de pedra. Quando o escritor diz que a arca estava totalmente coberta de ouro, quer dizer tanto fora como dentro (cf. Êx 25.11). A tampa da arca era conhecida como o propiciatório e era adornada com dois querubins de ouro (veja v. 5). O enfoque da atenção no momento, porém, recai sobre o conteúdo da arca. Três itens são mencionados. O primeiro é a uma de ouro. Vale observar que três vezes nesta descrição dos móveis do tabernáculo, o escritor menciona ouro. Fica claramente impressionado com o caráter resplandecente dos itens separados. No caso da uma, o texto hebraico não menciona a matéria preciosa da qual era feita, mas consta na Septuaginta. A conservação do maná objetivava lembrar os israelitas da provisão maravilhosa que DEUS lhes fizera durante a peregrinação no deserto, e a vara de Arão, que floresceu era para lembrar-lhes da poderosa intervenção de DEUS em prol deles. Quando o Templo foi edificado, a arca da aliança continha somente as tábuas da aliança, i. é, as tábuas da lei mosaica. Na fé cristã há equivalentes espirituais, mas o uso dos objetos simbólicos aqui claramente significava muita coisa para o escritor e seus leitores. O alvo do escritor é reconhecer as glórias do culto, conforme são expostas no ritual do tabernáculo, a fim de levar para o ministério específico de CRISTO. 5. A expressão os querubins de glória é interessante, porque faz mais do que descrever os querubins como sendo gloriosos. A glória (doxa) simbolizava a presença de DEUS. Os querubins, portanto, faziam lembrar a DEUS. Sua posição, assim descrita: com a sua sombra, cobriam o propiciatório revela que são guardas da majestade de DEUS. A palavra traduzida propiciatório (hilastèrion) significa “uma coisa que propicia,” mas veio a ter um significado teológico adicional em conexão com a expiação, porque era esta parte da arca que era aspergida com sangue no Dia da Expiação. Este fato explica seu uso em Romanos 3.25 num sentido aplicado com relação à morte de CRISTO. O escritor desta carta, no entanto, não o aplica num sentido espiritual ou teológico. A esta altura, está principalmente interessado na glória da velha ordem. Poderia dizer mais, mas refreiase de fazê-lo (não falaremos agora pormenorizadamente), porque tem outros aspectos para mencionar, especialmente suas limitações. 6-7. A despeito de todo o esplendor dos móveis do tabernáculo, a adoração segundo a ordem levítica era severamente limitada. Os israelitas não podiam aproximar-se diretamente; deviam vir através dos seus representantes, os sacerdotes. Mesmo assim, somente um deles podia entrar anualmente no SANTO dos Santos. A via de acesso certamente não estava aberta, conforme mais tarde veio a estar através de CRISTO (cf. 10.19-20). Dentro do tabernáculo, havia atividade incessante enquanto os homens se aproximavam dè DEUS segundo a maneira que Ele mesmo determinara. A cena inteira testifica do seu desejo de aproximar-se de DEUS, ressaltando, ao mesmo tempo, a insuficiência do método antigo. Certos preparativos de tipo ritual eram essenciais antes dos sacerdotes terem licença de entrar, preparativos estes que visavam lembrar-lhes da sua própria necessidade pessoal e da provisão de DEUS que lhes permitia a entrada. O templo presente do verbo entrar, reforçado pela frase adverbial continuamente (dia pantos eisiasin), ressalta o caráter repetitivo da ordem mosaica, tratando-se de um contraste deliberado com a qualidade definitiva do novo caminho. Mais uma vez, como no v. 2, o SANTO Lugar é identificado como o primeiro tabernáculo (i.é, o primeiro para quem entra). A continuidade foi historicamente quebrada pela cessação do tabernáculo, mas foi retomada nos templos até os dias do próprio escritor. Os serviços sagrados realizados incluíam o oferecimento do incenso e o acender das lâmpadas. Para qualquer pessoa criada no judaísmo, estas atividades seriam contempladas com certa reverência, e quando tal pessoa se tomasse cristã, não perderia imediatamente seu respeito por elas. Este seria especialmente o caso dos eventos impressionantes no Dia da Expiação uma vez por ano. É sua infreqüência que lhe dá mais impacto. À medida em que cada evento anual se aproximava, a solenidade da ocasião pesaria sobre a mente do sumo sacerdote, especialmente enquanto se preparava primeiramente a “oferecer sangue por si” antes de providenciá- lo para seu povo. Conforme Levítico 16.1 lss., o sumo sacerdote tinha de aspergir o sangue dos touros no propiciatório sete vezes, e depois repetir o ato com o sangue de um bode. Nosso escritor não está preocupado, no entanto, em dedicar tempo e espaço a pormenores deste tipo. Para ele, basta dar o mínimo de informações necessárias para introduzir sua aplicação teológica. É digno de nota que é dito que a oferta anual é pelos pecados de ignorância do povo (literalmente “ignorâncias,” agnoêmata). 8. Visto que os pormenores que acabam de ser dados têm relacionamento ao culto ritual bíblico, o propósito do ESPÍRITO ao inspirar o registro deles no Antigo Testamento passa agora a ser focalizado. O Espirito SANTO dá a entender o sentido verdadeiro. Esta declaração revela alguma coisa da abordagem do escritor à inspiração, porque o ESPÍRITO está continuamente demonstrando (tempo presente) como o culto ritual agora pode ser aplicado. Este ministério explanatório do ESPÍRITO está em harmonia com a promessa de JESUS no Evangelho segundo João (cf. Jó 16.12ss.). O que é especificamente definido como o significado é que um obstáculo barra o caminho para o SANTO dos Santos, e, portanto, para a presença de DEUS. O caminho do SANTO Lugar deve ser, aqui, o santuário interno em comparação com o externo. As palavras enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido parecem significar “enquanto a aproximação depender de cerimônias do tipo levítico” que excluíam todos menos o sumo sacerdote do acesso à presença de DEUS, e até mesmo ele era excluído durante todos os dias do ano, menos um. Não é sem relevância que as palavas continua erguido (echousès stasin) poderiam ser mais literalmente traduzidas “tem posição”, i.é, um lugar ou status (categoria). Sob a nova aliança, este status cessa. 9. As palavras Ê isto uma parábola para a época presente dão alguma idéia da abordagem do escritor à totalidade do sistema levítico. Era uma figura (parabolé). Era, portanto, sugestiva de verdades mais profundas do que ela mesma conseguiu cumprir. Além disto, seu propósito simbólico parece ser limitado à era presente, e com isto parece que o escritor o contrasta com a era futura (cf. 6.5). No contexto de pensamento nesta passagem a era “presente” foi aquela que preparou o caminho para o aparecimento de CRISTO (veja w. 11-12), depois de que o símbolo foi cumprido e, portanto, cessou de ter qualquer função.A frase segundo esta (kath’ hèn), presumivelmente diz respeito a toda a matéria anterior. Segundo o sistema levítico dons e sacrifícios foram considerados temporariamente eficazes em capacitarem os homens a virem para DEUS, mas não a chegarem à perfeição. A verdadeira avaliação da ordem do sacerdócio procura ver se tal ordem pode aperfeiçoar. Por mais gloriosos que fossem os ornamentos, qualquer sistema seria inadequado se esta finalidade não pudesse ser atingida. Mais uma vez, o escritor tem em mente a clara superioridade de CRISTO, que mais tarde toma explícita (cf. 10.14). A razão principal para a repetição do cerimonial na ordem levítica era porque permaneciam imperfeições. Outro aspecto que é claramente ressaltado aqui é que a adoração é uma questão de consciência. Ê a consciência que conta a uma pessoa acerca de si mesma e a toma consciente de que tem de prestar contas diante de DEUS. Carrega uma pessoa com culpa. Onde há qualquer endurecimento da consciência ou onde a consciência está sobrecarregada de culpa, a adoração verdadeira é impossível. Por mais incompletas que tenham sido as ofertas levíticas, suas intenção era fornecer um meio para aquele que presta culto purificar sua consciência. Mais uma vez, a superioridade da abordagem cristã é vista em 9.14 onde a purificação da consciência de obras mortas é providenciada, e no capítulo seguinte (10.22) onde corações podem ser purificados da má consciência. 10. A limitação da ordem levítica é vista, ainda mais, no fato de que muitos dos regulamentos somente tratavam de questões externas, as de comidas e bebidas e diversas abluções. Alguma dificuldade surge do fato de que a lei mosaica não estipulou quaisquer regulamentos acerca de tabus relacionados com a bebida, a não ser que o voto do nazireado fosse levado em conta (Nm 6.3). Estes tabus e purificações rituais diziam respeito a questões periféricas, embora fossem consideradas importantes. Não devem ser identificadas com os dons e os sacrifícios do versículo anterior, mas são acompanhantes deles. Aqui são até mesmo descritos como ordenanças da came. Parece haver aqui, como na seção seguinte (13-14), um contraste entre a consciência e a came, entre o interior e espiritual e o exterior e físico. As ordenanças, além disto, eram impostas, ao passo que em CRISTO um resultado muito mais eficaz é conseguido por meios espirituais, não legais. Sem dúvida, muitas das restrições eram benéficas ao corpo, mas não traziam liberdade ao espírito. Além disto, eram apenas temporárias, até ao tempo oportuno de reforma (diorthõseòs). Esta expressão incomum não ocorre em qualquer outra parte da Bíblia grega, mas é semelhante a expressões tais como “regeneração” (palingenesia) em Mateus 19.28 e “os tempos da restauração” (ou restituição, apokatastaseõs) em Atos 3.21. Para o escritor desta Epístola, este tempo já veio, identificado no v. 11 como sendo o tempo quando CRISTO apareceu como Sumo Sacerdote. 11. A esta altura começa a explicação da função especial de CRISTO sob a nova aliança. O escritor transfere os aspectos principais da antiga — o tabernáculo e a expiação — para termos espirituais. Desta maneira demonstra seu valor verdadeiro. Apontavam para a realidade maior por detrás da sombra. Em primeiro lugar, CRISTO é mencionado como quem Se tomou sumo sacerdote. Esta não é uma visão nem um assunto para discussão. É questão de fatos (veio é o particípio aoristo, paragenomenos). Não há necessidade para discussão adicional, porque é tomado por certo como fato básico da fé cristã. A descrição especial de CRISTO como sumo sacerdote dos bens já realizados demonstra outra distinção entre a antiga e a nova. Ao passo que a antiga era um prenúncio de coisas melhores para vir, a nova baseia-se num fato já consumado. Quando JESUS CRISTO tomou-Se Sumo Sacerdote, imediatamente distribuiu muitas “coisas boas” como resultado. Mas embora estejam perfeitamente realizadas nEle, ainda não o estão em nós. Estas coisas boas representam todas as bênçãos espirituais que são dispensadas por nosso Sumo Sacerdote. O texto alternativo tòn mellontòn (i.é, “bens do porvir”) é bem-atestadò e pode ser original. Seria apropriada para a idéia geral de expectativa em Hebreus, mas o alternativo adapta-se melhor ao presente contexto. Depois, o enfoque recai sobre o lugar do ministério de CRISTO. Mais uma vez, o antigo simboliza o novo. O antigo tabernáculo no deserto agora é obsoleto, mas tem seu equivalente — aquilo que o escritor chama de o maior e mais perfeito tabernáculo. Ê significativo que o tabernáculo é descrito em termos definitivos. 0 artigo definido indica um tabernáculo sem igual que pode ser descrito como sendo “o maior.” Não há outras comparações possíveis com este tabernáculo espiritual. Não pode ser melhorado. A força da palavra mediante (dia) deve ser notada, visto que afeta nossa interpretação do tabernáculo. Pode significar “através de” (i.é, o sumo sacerdócio é por meio de um tabernáculo); ou “por meio de”, dando a humanidade de JESUS como o meio; ou “por meio de” , entendendo que o tabernáculo é o santuário celestial. As palavras não feito por mãos, quer dizer, não desta criação são para explicar que o significado pretendido não era literal, mas espiritual. Estêvão tinha olhado para o futuro, para o Templo não feito por mãos (Atos 7.48), e teria compreendido a transferência do pensamento deste escritor. Muitos escritores patrísticos interpretaram o melhor tabernáculo como sendo a carne de CRISTO, mas parece significar mais do que isto. As palavras explanatórias: não desta criação, realmente parecem excluir aquele ponto de vista. Parece, de fato, que o escritor quer desviar a atenção do símbolo terrestre para introduzir a obra espiritual de CRISTO sem definir mais o que quer dizer com o mais perfeito tabernáculo. Quando passa no v. 12 a falar do SANTO Lugar está presumivelmente pensando na aproximação a DEUS pelo homem. Tem sido sugerido que o “tabernáculo” onde CRISTO ministra é a comunidade espiritual no sentido de que Seu “corpo” é um templo espiritual,72 mas esta idéia parece demasiado longe do contexto. 12. Há um aspecto marcantemente definitivo naquilo que CRISTO tem feito em comparação com a repetição contínua do sacerdócio arônico. Este fato é especialmente ressaltado pelas palavras entrou... uma vez por todas. O advérbio já ocorreu em 7.27, a respeito da oferta que CRISTO fez pelo pecado e é repetido outra vez em 10.10 no mesmo sentido. Nosso escritor claramente está impressionado por este aspecto definitivo. Não somente a oferta não poderia ser repetida, como também era de um caráter totalmente diferente das velhas ofertas, que consistia no sangue de bodes e de bezerros. A eficácia das ofertas dependia do derramamento de sangue, e é esta característica à qual o escritor se apega a fim de comentar sobre a obra de CRISTO. De nenhuma maneira mais dramática a superioridade poderia ser demonstrada senlo por meio de comparar a oferta de JESUS de si mesmo com o sacrifício de animais. Se o sangue era indispensável, nenhum sangue mais nobre do que aquele do próprio sumo sacerdote poderia ser fornecido. Não era de se maravilhar que aquele sacrifício nunca precisaria ser repetido. Além disto, ao levar, por assim dizer, seu próprio sangue como a oferta, nosso Sumo Sacerdote conseguiu efetuar uma entrada permanente. Nenhum véu poderia conservá-Lo fora do SANTO dos Santos. Bruce discute a sugestão de que foi somente quando JESUS subiu para o céu e levou consigo o sangue expiador que a expiação foi feita. Mas sustenta que isto é levar a analogia do Dia da Expiação longe demais. A verdadeira eficácia da obra de CRISTO é resumida nas palavras tendo obtido eterna redenção. Conforme o particípio heuramenos é traduzido aqui (“obtendo” — tendo obtido, ARA), é considerado subseqüênte à oferta e como resultado direto dela. Um método alternativo possível de entender o particípio é considerá-lo como ação que acompanha o ato de entrar, mas parece melhor entendê-lo no primeiro sentido. A palavra traduzida “redenção” (lytròsis) ocorre no Novo Testamento, fora daqui, somente em Lucas 1.68; 2.38, mas vem da mesma raiz que “resgate” (lytron, Mt 20.28; Mc 10.45) que é achado no comentário mais notável de JESUS acerca da Sua própria Paixão vindoura que é registrado nos Evangelhos Sinóticos. Nlo há dúvida de que esta idéia fez uma profunda impressão, porque a obra redentora de CRISTO é mencionada enfaticamente nas Epístolas de Paulo, onde o substantivo composto (apolytrõsis, “redenção”) é usado (cf. Rm 3.24; 8.23; 1 Co 1.30; Ef 1.7, 14; 4.30; Cl 1.14). Nosso escritor emprega a forma composta no v. 15, mas a idéia da redenção não é tão plenamente desenvolvida nesta carta como nas Epístolas de Paulo. Ao passo que a idéia da formacomposta é da libertação ou soltura mediante o pagamento de um preço (cf. 11.35), da forma radical (lytron) é a de um preço equivalente de troca, especialmente aquele que é pago para a libertação de escravos. A redenção é descrita como sendo etema porque é completa e, portanto, não pode ser repetida. 13-14. Na cláusula condicional que começa o v. 13, a possibilidade da purificação sob a antiga lei é tomada por certa, porque o escritor quer ressaltar mais uma vez a superioridade de CRISTO, desta vez na avaliação da Sua oferta. Dois exemplos dos sacrifícios levíticos são escolhidos para representarem as disposições gerais da lei mosaica para oferecer a purificação do pecado. O primeiro - o sangue de bodes e de touros — é provavelmente uma referência às ofertas no Dia da Expiação (cf. Lv 16), e o segundo — a cinza de uma novilha — pode referir-se à oferta ocasional de uma novilha (cf. Nm 19). Estas eram disposições externas que ofereciam a purificação ritual da contaminação da carne. É importante notar o contraste entre “carne” e o “ESPÍRITO” no v. 14. Um dos contrastes mais importantes é entre a natureza externa das ofertas levíticas e o caráter essencialmente espiritual da oferta de CRISTO. As ofertas levíticas podiam fornecer a pureza cerimonial numa base temporária, e o faziam mesmo, mas a oferta que CRISTO faz purificará a nossa consciência, i. é, era uma purificação interior e espiritual. O escritor não oferece qualquer sugestão quanto à maneira em que os procedimentos levíticos poderiam purificar do pecado, ainda que somente de uma maneira temporária. Deve ser notado que a lei fazia provisão para a aspersão sobre os contaminados. Em 10.22 a mesma palavra é usada para a consciência do cristão sendo purificada (aspergida). Além disto, a aspersão é realmente aplicada ao livro da aliança em 9.19ss., bem como ao tabernáculo e os vasos (veja o comentário mais adiante). Porque todas estas coisas tinham sido manuseadas pela aspersão. Várias declarações importantes são feitas acerca da oferta que CRISTO fez de Si mesmo. Em primeiro lugar, é resumida na expressão o sangue de CRISTO, que ocorre somente aqui nesta Epístola, embora a frase paralela “o sangue de JESUS” seja usada em 10.19. Forma um contraste deliberado com “o sangue de bodes e de touros” no v. 13. Nos dois casos o sangue representa simbolicamente a morte da vítima, e representa a entrega da vida em prol dos outros. O segundo fato acerca da oferta de CRISTO, de que é pelo Espirito eterno, imediatamente a coloca numa categoria totalmente diferente das ofertas de animais de conformidade com Levítico. CRISTO fez Sua oferta com a plena apreciação racional daquilo que estava fazendo, o que nenhum animal poderia fazer em ocasião alguma. Há, porém, um significado ainda mais profundo aqui, porque a expressão Espirito eterno não tem artigo no grego e deve primariamente referir-se ao espírito de JESUS em comparação com a Sua carne. Mas o ESPÍRITO SANTO, sem dúvida, também está em mente, visto que JESUS estava operando com conjunção com o ESPÍRITO (cf. o batismo). É possível que o Servo do Senhor, profetizado por Isaías, esteja por detrás deste conceito, especialmente Isaías 42.1: “pus sobre ele o meu ESPÍRITO.” É somente a respeito de CRISTO que se podia dizer que Seu espírito era etemo, fato este que até mesmo uma morte sacrificial não poderia afetar. Visto que a redenção a ser obtida era eterna (v. 12), era necessário que a oferta fosse feita por alguém que possuísse espírito etemo. Outra faceta da oferta de CRISTO é que Ele mesmo tomou a iniciativa — a si mesmo se ofereceu. Nenhuma outra vítima e certamente nenhum outro sumo sacerdote tinha feito assim. Foi tanto voluntária quanto premeditada, o que significa, portanto, que não foi mera questão de circunstâncias, em sentido algum. Além disto, a oferta é colocada no nível moral mais alto, quando as palavras sem mácula são acrescentadas a ela. Todas as ofertas levíticas tinham de ser escolhidas de animais sem mácula, mas a inocência não poderia ser do tipo moral. O caráter imaculado de JESUS achava-se no Seu perfeito cumprimento da vontade de DEUS. Foi obediente até à morte (Fp 2.8). É parte integrante da fé do Novo Testamento que JESUS viveu e morreu sem pecado, porque somente assim poderia ser um sacrifício perfeito em prol do Seu povo. Com uma oferta tão claramente superior, os resultados devem ser correspondentemente maiores. O ato purificador é aplicado à consciência, idéia esta que já foi prenunciada em 9.9, que demonstrou como a velha ordem é inadequada com relação à consciência. A purificação externa é inútil se não efetua alguma transformação radical da vida. O homem confia nas obras, mas se estas se revelarem mortas no sentido de serem inválidas, porque são manchadas com o pecado e com o próprio-eu, a única esperança para a consciência é ser purificada desta consciência do fracasso. Em 1 Pedro 3.21 é feita outra declaração que ressalta a necessidade de uma consciência limpa, em oposição à purificação ritual. Ademais, em Hebreus 13.18, quase como uma declaração final, o escritor, pedindo orações por ele mesmo e pelos seus cooperadores, afirma que têm boa consciência. Faiza parte do propósito integral do seu argumento deixar seus leitores saberem a base da sua certeza. Quando as obras mortas são deixadas de lado, o cristão está livre para servir ao DEUS vivo. É também fato básico no caminho cristão que a pureza não é uma finalidade em si mesma. Ninguém pode divorciar sua posição religiosa do seu serviço religioso. A palavra traduzida servir (latreuõ) é especialmente usada para o serviço a DEUS, e é achada também em 9.9; 10.2; 12.28 e 13.10 no sentido de adoraçlo, que deve ser aidéia principal aqui. A adoração verdadeira necessariamente envolve a dedicação sincera e total a DEUS. Envolve consideravelmente mais do que a mera perfeição nas cerimônias. F. O MEDIADOR (9.15-10.18) A mençlo da nova aliança na seção anterior‘leva o escritor a refletir mais sobre CRISTO como mediador. Demonstra o significado da morte de CRISTO no Seu papel de mediador entre DEUS e o homem e toma claro que entrara num santuário melhor e fizera uma oferta mais completa, i.é, Ele mesmo. Esta seção conclui o argumento doutrinário principal. (i) O significado da Sua morte (9.15-22) 15. O que está para ser explicado a respeito da eficácia da oferta de CRISTO depende diretamente dos versículos anteriores, conforme demonstra a expressão. Por isso mesmo (kai dia touto). É aliás, com base na Sua autooferta que CRISTO Se toma um mediador (cf. o comentário sobre 8.6). A frase inteira, o Mediador da nova aliança volta a ocorrer em 12.24, quase como um título para JESUS, mas com uma diferença. Aqui a palavra “nova” (kainè) significa nova em contraste com o artigo, ao passo que em 12.24 é usada outra palavra (nea), que chama a atenção ao fato de que é recente (i.é, no que diz respeito aos leitores). Na presente frase a ênfase recai sobre a palavra aliança (diathêkê) que é colocada em primeiro lugar no grego. É, realmente, a aliança mais do que o mediador que é o assunto principal da passagem inteira. Apesar disto, a mudança imediata no v. 16 da aliança para um testamento demonstra a maneira flexível do autor abordar a idéia da aliança (veja o comentário sobre o versículo seguinte). Talvez pareça inapropriado falar de um mediador de um testamento. Naime76, na realidade, sustentou que o mediador de um testamento não seria o testador mas o executor, mas Bruce argumenta que as analogias humanas fracassam quando são aplicadas Àquele que surgiu dentre os mortos. “Ele é testador e é executor numa só Pessoa, Fiador e Mediador da mesma maneira.” Declara-se que o propósito da nova aliança e' providenciar a promessa da eterna herança. A idéia da herança era central na antiga aliança, mas não subia acima do nível terrestre. Aqui, é eterna, e, portanto, claramente superior. Este é o cumprimento verdadeiro da promessa. De fato, a ordem das palavras em grego sugere que a frase “eterna herança” é um pensamento posterior explanatório para relembrar aos leitores o conteúdo exato da promessa. Esta herança é restringida, não a uma determinada nação, mas a uma certa classe definida como aqueles que têm sido chamados (keklêmenoí). Esta descrição não é achada algures nesta Epístola. A idéia da chamada de DEUS é familiar, no entanto, noutras partes do Novo Testamento (cf. Rm 8.28; cf. também Rm 1.1 onde a chamada, klètos, é para um cargo específico). No presente contexto a expressão refere-se aos crentes em geral e é uma lembrança de que DEUS tomou a iniciativa. O particípio perfeito, além disto, sugere o resultado contínuo de um ato passado, i.é, aqueles que foram chamados e, portanto, estão conscientes agora daquele chamado. A declaração conclusiva neste versículo, intervindo a morte (ou “posto que ocorreu uma morte”, RSV), explica a base da eficácia da nova aliança. Está na forma de um genitivo absoluto que demonstra que é antecedente ao cargo de mediador. A morte é claramente a morte de CRISTO. Visa, declaradamente, um propósito especial. A associação da morte com a aliança remonta aos tempos mais antigos. O mesmo princípio que é aplicado à seqüência da antiga aliança é aplicado à nova aliança. A tradução para remissão segue de perto o grego (eis apolytròsin) que demonstra claramente que a redenção é o alvo da morte. O substantivo é uma palavra paulina familiar (cf. Rm 3.24; 8.23; 1 Co 130; Ef 1.7, 14; 4.30; Cl 1.14), e volta a ocorrer em Hebreus 11.35 num sentido diferente (i.é, o livramento da tortura). Aqui, como em Paulo, descreve a libertação levada a efeito pela morte de CRISTO. Sua morte é o preço da soltura do prisioneiro. É especificamente relacionada com transgressões que havia sob a primeira aliança, como se a redenção fosse qualificada pela coisa da qual é obtida a libertação. Uma vez antes nesta Epístola a palavra transgressão (parabasis) é usada (em 2.2); fora daqui, ocorre somente nas Epístolas de Paulo (Romanos, Gálatas, 1 Timóteo). Tem uma razão de ser especial aqui, porque uma das funções principais da lei era revelar transgressões ao estabelecer um caminho reto e ao destacar todos aqueles que andavam fora dele (cf. Rm 4.15). Sob a antiga aliança nenhuma ajuda permanente era dada àqueles que transgrediam, mas a morte remidora de CRISTO tornou possível a libertação. Há boa parte da linguagem figurada do Êxodo nesta passagem — o ato da redenção e a aliança — que nos lembra fortemente do pano de fundo do pensamento do autor. 16. A mudança de aliança para testamento é mais compreensível em grego do que em português, porque a mesma palavra (diathèké) serve para as duas idéias. Na realidade, um “testamento” é o significado mais básico da palavra, embora na LXX normalmente signifique “aliança.” O testamento somente entra em vigor com a morte do testador, e o escritor vê, portanto, uma segunda aplicação da morte de CRISTO dentro da aliança. Não somente lidava com as transgressões, como também estabelecia os benefícios espirituais positivos da aliança. Há uma necessidade da morte “ser estabelecida” (pheresthai - intervenha, ARA), o que pode significar “apresentada” ou “alegada.” O testamento ainda permanece em vigor quer a morte tenha ocorrido, quer não, mas toma-se ativo somente quando morre o testador. O conceito de CRISTO como testador é uma continuação da idéia da herança no versículo anterior. Este era o legado principal. A característica mais essencial é ter certeza de que o testamento (ou a aliança) é devidamente ratificado, e o escritor passa a demonstrar este fato. 17. Este versículo dá a mesma idéia que o versículo seguinte, mas com palavras diferentes, e com uma explicação adicional. Westcott sugeriu que a linguagem idiomática por detrás dele é a prática antiga de ratificar alianças com uma vítima sacrificial, mas isto é com a finalidade de sustentar que é ainda uma aliança, e não um testamento, que está em mente. Se, porém, a idéia de testamento está em primeiro lugar aqui, a declaração supõe que fica estabelecido no sentido de ser inalterável depois da morte do testador. Até aquela ocasião, é possível acrescentar uma cláusula adicional que pode efetivamente mudar o caráter do testamento. Apesar disto, o pensamento muda outra vez do “testamento” para “aliança” enquanto a ordem mosaica reaparece diante dos nossos olhos. 18. O pensamento remonta a Êxodo 24, que dá um relato da ratificação da antiga aliança mediante a aspersão do sangue de uma vítima sacrificial que já foi ecoada no v. 13. A palavra traduzida sancionada ou “ratificada” (enkekainistai) literalmente significa “renovada.” Ocorre outra vez em 10.20 a respeito do novo e vivo caminho. No presente contexto parece significar celebrar de novo as condições e as disposições da aliança. O sinal e o selo disto na aliança mosaica era o sangue da vítima. Enquanto passa a desenvolver este tema, o escritor deixa por momentos o sacrifício melhor de CRISTO, para o qual volta nos w. 23ss. 19. A cláusula: havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo a lei* é uma alusão direta a Êxodo 24.3-4. Moisés disse ao povo, conforme a narrativa: “todas as palavras do SENHOR e todos os estatutos,” e também as escreveu. Não havia questão alguma de o povo celebrar uma aliança sem saber suas condições. É verdade que o povo não tinha escolha quanto às condições. Estas eram essencialmente mandamentos que vieram com a autoridade de DEUS. A narrativa em Êxodo não menciona que bodes eram sacrificados; refere-se somente a novilhos. Além disto, em lugar nenhum da lei os bodes eram preceituados para qualquer uma destas ofertas, embora fossem para ofertas pelo pecado (cf. Lv. 1.10). Pode haver uma analogia aqui com a novilha e a cabra oferecidos por Abraão como ratificação da aliança de DEUS com ele (Gn 15.9). Mais uma vez, a menção de água, e lã tinta de escarlate, e hissopo não é tirada de Êxodo, mas parece ser uma combinação de duas alusões na lei mosaica (cf. Lv 14.4-5; Nm 19.18). Estes itens adicionais são incidentais à consideração principal que está sendo feita, i.é, que a antiga aliança foi ratificada com sangue. O fato de que não só o próprio livro, como também todo o povo foram aspergidos demonstra que a aliança envolvia a cooperação dos parceiros humanos, que precisavam de uma purificação especial para serem tomados dignos de participar. Em Êxodo 24 não há menção da aspersão do livro, mas a leitura dele fazia parte central da ocasião. Talvez algum eco deste evento se ache também em 1 Pedro 1.2, onde os cristãos são destinados “para a obediência e a aspersão do sangue de JESUS CRISTO.” 20. Outra diferença do relato em Êxodo acha-se no relato das palavras faladas por Moisés. Ao invés de Este é o sangue da aliança, a qual DEUS prescreveu para vós outros, Êxodo 24.8 diz: “Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras.” A primeira palavra (touto), que é diferente, é relevante, porque com todas as probabilidades foi influenciada pelas palavras da instituição da Última Ceia. A forma das palavras deve ter tido uso generalizado na cristandade primitiva. A mudança de SENHOR para DEUS e o encurtamento do restante são de menos significância. Parece haver pouca dúvida de que a ligação entre os dois eventos era intencional. Conforme indica Hughes, a sombra do derramamento do sangue, levado a efeito por Moisés, cede lugar à realidade eterna. São acrescentados aqui mais pormenores que não somente não constam do relato do Êxodo como também não aparecem de modo algum no Pentateuco, i.é, a aspersão do tabernáculo e todos os utensílios. O tabernáculo não tinha sido levantado na ocasião da ratificação da antiga aliança, mas de qualquer forma, não se diz que foi aspergido com sangue, mas apenas ungido com óleo (Lv 8.10). O escritor talvez tenha feito alusão às crenças contemporâneas, porque Josefo diz que o tabernáculo foi aspergido com sangue e com óleo (Antigüidades 3.8.6). No presente contexto, o alvo é claramente focalizar a atenção na importância do sangue na velha ordem. 22. A conclusão geral sobre este tema é que, de acordo com a lei, quase todas as coisas... se purificam com sangue. A palavra quase (schedon) qualifica a declaração inteira e tem o significado de “quase se pode dizer,” como se fosse uma declaração geral que se aplicava na maioria dos casos. Alguns ritos judaicos de purificação eram feitos através da água ou através do fogo, mas os mais significantes eram através de sacrifícios que envolviam o derramamento do sangue de uma vítima. Vale notar que as palavras com sangue (en haimati) podem ser traduzidas “em sangue”, como a esfera em que a purificação é feita. Todas as coisas (panta), embora traduza uma palavra neutra, visa incluir as pessoas bem como os objetos, os sacerdotes e a congregação igualmente. A declaração final aqui — sem derramamento de sangue não há remissão - é baseada na declaração de Levítico 17.11. Resume o propósito dos sacrifícios com sangue de acordo com a lei. O derramamento de sangue indica a morte do animal e o derramamento cerimonial do seu sangue 83 Subentende mais do que a doação da vida. Sua eficácia reside na aplicação do sangue. Desta maneira, o escritor está edificando uma explicação da necessidade da morte de CRISTO. Deve ser notado que Levítico 5.1 lss. faz uma exceção no caso de extrema pobreza, quando, então, uma décima parte de uma efa de farinha fina é aceita como oferta pelo pecado. Mas esta é uma concessão e não anula o princípio que ainda está ali na intenção. O texto original, seguido por ARA, somente tem a palavra remissão (aphesis) sem qualificação, o que é digno de nota, porque e' o único caso deste tipo no Novo Testamento (a não ser na citação da LXX em Lc 4.18). 0 uso absoluto da palavra toma sua aplicação mais geral. Fica sendo uma referência ao livramento bem como ao perdão dos pecados específicos. O alvo dos sacrifícios era trazer algum tipo de remissão do pecado, mas a palavra aphesis nunca recebeu a importância que lhe toca até a era do Novo Testamento, quando, então, imediatamente tomou-se uma característica da proclamação cristã primitiva (cf. At 2.38). Compare, também, o relato de Mateus das palavras da instituição da ceia do Senhor (Mt 26.28). (ii) Sua entrada num santuário celestial (9.23-28) 23. A seção anterior (w. 15-22) tinha a natureza de um parêntese, e aqui a seqüência do pensamento retoma o tema anterior, embora haja ecos do tema da purificação também neste versículo. O escritor está impressionado com o fato de que a purificação era necessária na velha ordem. Passa, entSo, a deduzir disto que aquilo que é verdadeiro para as figuras (hypodeigmata) deve ser igualmente exigido para as realidades, porque doutra forma não faria sentido falar da necessidade das obras sacrificiais de CRISTO. Os leitores já foram instruídos quanto à idéia das realidades terrestres serem cópias das realidades celestes em 8.5; isto claramente desempenha um papel importante no argumento inteiro do escritor, e explica sua ênfase constante nas coisas “melhores.” Que as “figuras” se purificassem com tais sacrifícios (o grego somente tem “estes,” toutois) é porque as coisas externas precisavam da purificação por meios externos (i. é, o derramamento do sangue). As coisas que se acham nos céus das quais fala o escritor são presumivelmente os equivalentes celestes do santuário terrestre com seus móveis. Não deseja perder de vista as glórias da tradição judaica e imagina cumprimentos mais gloriosos delas num sentido espiritual. Mas fica claro pelo fato de que equipara o antítipo do santuário com o próprio céu (v. 24), que não está pensando em termos literais. Tudo quanto as cópias visavam ensinar pode ser visto com clareza prístina na presença de DEUS. Quando sacrifícios a eles superiores (plural) são mencionados, não deve ser suposto que mais do que um está em mente, porque o único sacrifício supremo de CRISTO é visto nesta carta como inteiramente adequado. Pode ser dito que o sacrifício de CRISTO tem tantas facetas que requereria uma gama inteira de sacrifícios para servir de cópias adequadas. 24. O fato de que CRISTO entrou no SANTO dos Santos já foi declarado anteriormente neste capítulo (cf. v. 12). O verbo no tempo aoristo (eisêlthen) indica um fato decisivo. Um evento histórico completado está em mente, e a seqüência demonstra que a ascensão, quando CRISTO foi recebido nos altos céus, deve estar em vista. Apesar disto, o enfoque recai no santuário onde Ele entrou. Este é descrito de modo negativo e positivo. Não é como o tabernáculo terrestre feito por mãos. É destacado, assim, como um conceito espiritual em contraste com uma criação material. A declaração relembra o clímax do discurso de Estêvão em Atos 7.48: “Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas,” onde Estêvão se defende contra a acusação feita contra ele no tocante ao Templo (At 6.14). Somente mediante o reconhecimento de que existia uma realidade espiritual transcendente à glória do santuário terrestre é que os judeus que se tomaram cristãos compreenderiam a ausência de qualquer lugar central de adoração no cristianismo. O Templo onde nosso Sumo Sacerdote oficial é, na realidade, o mesmo céu, o que quer dizer, conforme demonstra este versículo, a presença de DEUS mais do que uma localidade. A palavra figura (antitypa) que é empregada aqui é diferente daquela que é usada no versículo anterior, mas tem estreita ligação com ela. O antítipo neste caso não é o objeto verdadeiro, mas uma cópia que prenuncia o verdadeiro (cf. At. 7.44). Às vezes a palavra é usada no sentido oposto, e neste caso o antítipo é o cumprimento mais perfeito do tipo (cf. At 7.43), numa citação de Amós 5.25-27). A missão atual dé CRISTO, que foi mencionada antes, é repetida de novo: para comparecer, agora, por nós, diante de DEUS. Esta é a obra intercessória de CRISTO expressa em termos diferentes. Os principais aspectos dignos de nota são: (i) A atividade de CRISTO diz respeito especificamente ao presente, agora (nyn). Compara-se com a qualidade definitiva da Sua obra de Sumo Sacerdote na ocasião da paixão. Mesmo assim, o uso do infinitivo aoristo (emphanisthênai, comparecer) declara o comparecimento como um fato estabelecido, (ii) A atividade de CRISTO é diante de DEUS. Não há outros intermediários entre CRISTO e DEUS, de modo contrário àquilo que os gnósticos posteriores sustentavam. Nosso Sumo Sacerdote tem acesso direto. Este acesso é muito superior àquele dos sumos sacerdotes arônicos que tinham licença de entrar uma só vez no SANTO dos Santos (veja o versículo seguinte). A palavra usada aqui para “presença” (prosõpon, literalmente “face”), é altamente sugestiva, porque a idéia da “face” para expressar a presença de DEUS tem paralelo somente em Mateus 18.10 e Apocalipse 22.4; mas cf. também Atos 2.28 (de SI 16.11) e 1 Pedro 3.12 (de SI 34.15-16). “Face” é mais pessoal do que “presença” e contém a sugestão de comunicação. O ofício do Sumo Sacerdote é representativo — por nós (hyper hémón). Como representante perfeito do homem, reune em Si mesmo a totalidade da humanidade. Mas a palavra “nós” restringe Sua atividade àqueles que se entregam a Ele pela fé. Faz por nós aquilo que nlo poderíamos fazer por nós mesmos. 25. Nalguns sentidos, o escritor combinou a missão presente do nosso Sumo Sacerdote com base da Sua entrada. Se reconhecermos este fato, sua declaração neste versículo toma-se mais clara. O sumo sacerdote arônico nas suas entradas anuais no SANTO dos Santos precisava repetir a base sacrificial da sua entrada. A cada vez o sangue precisava acompanhá-lo. Não havia, portanto, continuidade alguma. Novos animais precisavam ser sacrificados. Mas a entrada de CRISTO foi diferente. Não tinha necessidade de oferecer muitas vezes, e quando ofereceu, não foi com sangue alheio. Estas idéias já foram mencionadas indiretamente, mas parece que o escritor não pode deixar de declará-las com freqüência. É a qualidade definitiva da oferta que JESUS fez voluntariamente de Si mesmo que ele, especialmente, deseja impressionar sobre seus leitores. Os próximos versículos, 26-28, são uma explicação adicional desta posição cristã cardeal. 26. Não havia dificuldade para as mentes judaicas numa repetição constante dos sacrifícios, já que um suprimento constante de animais sacrificiais era disponível. Mas no caso da morte de CRISTO surgiu um problema, porque logicamente esta não poderia ser repetida. O que os leitores precisavam saber era que um só sacrifício era adequado para o acesso contínuo. O escritor subentende que se a oferta tivesse sido feita muitas vezes teria envolvido CRISTO em sofrimentos repetidos. Não se refere a mortes repetidas, porque isto seria ininteligível, mas claramente deixa subentendida a idéia. Por este meio demonstra que CRISTO está continuamente diante da face de DEUS, o que demonstra que o sacrifício é suficiente. A eficácia daquela oferta sempre está diante dos olhos do Pai. Mas porque o escritor sugere que o sofrimento estaria implícito desde a fundação do mundol É subentendido, mais do que explicitamente declarado, que o sacrifício de CRISTO, se fosse repetitivo, deveria começar desde a aurora da história humana e continuar durante todas as eras. Posto, porém, que a oferta que CRISTO fez de Si mesmo somente poderia ocorrer uma vez na história, a cronologia do evento somente poderia ser atribuída à sabedoria perfeita de DEUS. O escritor não discute porque o evento não ocorreu tão logo o pecado foi cometido. Está mais interessado na natureza da oferta. A expressão agora, porém, chama os leitores a deixar a especulação e considerar o evento histórico. Por mais que possa despertar a curiosidade pensar porque DEUS escolheu um período específico da história ao invés de outro, é um fato consumado que Ele assim já o fez. O escritor data o evento ao se cumprirem os tempos, que relembra sua frase inicial “nestes últimos dias” em 1.2, embora seja um pouco diferente dela. Evidentemente considera a expiação como o clímax da era que acaba de chegar ao fim, visto que uma nova era acaba de começar com base no poder do sacrifício de CRISTO. Vários aspectos da expiação passam agora a ser apresentados de modo resumido. O primeiro diz respeito à manifestação de CRISTO (se manifestou, pephaneròtai). Esta conexão entre a oferta sacrificial e a encarnação imediatamente coloca o evento na história, entre os homens. A segunda faceta é a qualidade definitiva da oferta — uma vez por todas, um eco de 7.27. Este é o antônimo exato de “muitas vezes” no v. 25, que dizia respeito às ofertas dos sumos sacerdotes atônicos. A frase expressa a completa suficiência do sacrifício de CRISTO. A terceira consideração é o efeito do sacrifício — para aniquilar... o pecado. Há uma conexão estreita entre esta declaração e a idéia da redenção das transgressões mencionada no v. 15. Aqui, no entanto, o efeito é ainda mais abrangente porque o aniquilamento (athetèsis) envolve a anulação do pecado, i.é, tratá-lo como se já não mais existisse. Isto não pode significar que o pecado é tratado assim em relação a todos os homens, porque a Epístola não dá apoio ao ponto de vista de que o pecado sem arrependimento agora passará sem castigo. Assim como no sistema levítico a eficácia do sacrifício dependia da atitude do adorador, assim também na aplicação da oferta de CRISTO uma atitude de arrependimento e fé é tomada por certa. A quarta declaração é uma repetição do fato de que a oferta que CRISTO fez foi de si mesmo. Mais uma vez, o escritor está resoluto no sentido de não deixar seus leitores se esquecerem disto. É o aspecto central de todo seu argumento. 27-28. É um pouco inesperada a introdução que o escritor faz da idéia do julgamento a esta altura. Mas estava se delongando sobre a necessidade da morte de CRISTO, e assim chega a fazer uma declaração geral acerca do destino do homem. A morte em si mesma é inevitável: aos homens está ordenado morrerem uma só vez. Ninguém está isento desta experiência. A diferença entre a morte de CRISTO e todas as demais é que a dEle foi voluntária, ao passo que para todos os demais é ordenada (apokeitai), i.é, armazenada para eles. A expectativa de que alguns escaparão à morte (cf. 1 Ts 4.15ss.) é uma exceção à regra geral declarada, ocasionada pelo evento especial da vinda de CRISTO.86 Não está, portanto, em conflito com esta declaração em Hebreus. As palavras e, depois disto, o juízo não visam dar a entender que o julgamento ocorre imediatamente após a morte, mas que o julgamento deve ser esperado subseqüentemente à morte. Além disto, não se quer dizer que não acontece nenhum ato de juízo antes da morte. O juízo (krisis) aludido aqui é o juizo final. Ao fazer a comparação entre todos os homens e CRISTO, o escritor começa com um fator comum: Ele morreu uma só vez, consideração esta que é repetida mais uma vez. O que há de mais relevante nesta declaração é que a morte agora é declarada no passivo, tendo-se oferecido, [literalmente “tendo sido oferecido] ao invés do ativo como no v. 14. Não é dado nenhum indício aqui acerca de quem fez a oferta. Compreendendo este versículo em conjunção com o v. 14, pode ser dito que tanto o aspecto ativo quanto o passivo são necessários para uma compreensão completa da oferta. Embora fosse voluntária, também foi imposta por circunstâncias externas: historicamente pela maldade dos assassinos judeus, e teologicamente pelo plano específico de DEUS (cf. At. 2.23). O propósito da oferta é declarada de novo, em termos semelhantes aos do v. 26, embora levemente diferente deles. Aqui, a frase: para tirar os pecados de muitos (pollon anenkenein hamartias) é um paralelo exato de Isaías 53.12 na Septuaginta. A mesma idéia ocorre em 1 Pedro 2.24 onde está escrito que CRISTO carregou os nossos pecados “em seu corpo, sobre o madeiro.” De modo semelhante, a proclamação de João Batista de que o Cordeiro de DEUS tiraria o pecado do mundo ecoa o mesmo pensamento. Os “muitos” são contrastados com a única oferta. O mesmo CRISTO que lidou com o pecado na Sua primeira vinda aparecerá segunda vez para um propósito diferente. Se o paralelo com o juízo tivesse sido levado até às últimas conseqüências, algum aspecto da vinda de CRISTO para julgar poderia ter sido introduzido. Mas está escrito que a Segunda Vinda de CRISTO é para a salvação. A Segunda Vinda é, na realidade, o selo divino sobre a completa aceitação do sacrifício previamente oferecido. A ênfase recai sobre o efeito que a Segunda Vinda de CRISTO terá sobre os que o aguardam para a salvação (i.é, os cristãos). Nada é dito acerca dos descrentes conforme teria sido natural após a menção do julgamento. Mas é a obra salvífica de CRISTO que ocupa a atenção do escritor. Pode haver aqui alguma analogia com as expectativas dos adoradores enquanto esperam para saudar o sumo sacerdote na sua volta do SANTO dos Santos no Dia da Expiação. Mas as palavras sem pecado (chòris hamartias - “não para tratar dos pecados” — RSV) rapidamente colocam um aspecto diferente na analogia. O pecado não precisa de mais expiação. Tudo quanto é necessário é a apropriação da salvação que a oferta que CRISTO fez de Si mesmo obteve por nós. O verbo traduzido aguardam (apekdechomenois) ocorre em 1 Coríntios 1.7, Filipenses 3.20 e Romanos 8.19,23,25, e em cada caso a respeito da grande expectativa dos crentes que aguardam as glórias do porvir. SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA O Tabernáculo e a Igreja Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. Em termos gerais, o autor sagrado faz diversas menções nesta epístola a dois santuários: um terreno (o Tabernáculo feito no deserto) e o outro celestial. Outrossim, nos apresenta também duas linhas de sumos sacerdotes: uma terrena — ainda que com escolha celestial (a de Arão) — e a outra eterna (a de Melquisedeque e a de CRISTO). Josefo diz que: “Quanto á parte interna do Tabernáculo, sua extensão era dividida em três partes, de dez côvados cada uma e por dez côvados de fundo... Esta divisão do Tabernáculo em três partes era a figura do mundo. A do meio era como o Céu onde DEUS habita e as outras que estavam abertas só para os sacrificadores, representavam o mar e a terra...”1 No Tabernáculo original e depois, no templo construído por Salomão, não era permitida a entrada de mulheres e gentios, havendo lugares separados onde adoravam. Os judeus do sexo masculino podiam entrar no Lugar SANTO para adoração, mas no SANTO dos Santos somente o sumo sacerdote podia entrar, e apenas uma vez no ano. Os Utensílios Sagrados Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. Para que o leitor tenha maior compreensão sobre o significado de cada peça ou utensílio do Tabernáculo, é necessário dizer que cada parte deste tinha em CRISTO e em sua Igreja uma significação especial. Neste versículo, são citadas três coisas importantes: o candeeiro, a mesa e os pães da proposição. o - O candeeiro. Este é chamado também de “o candelabro” e de “castiçal”. No Lugar SANTO do templo havia um único castiçal com sete braços, que eram ligados por uma só peça — o pedestal. Israel, mesmo dividido geograficamente em tribos, era ao mesmo tempo unido por um só pedestal — a Lei do Senhor. Na Nova Aliança, JESUS revelou a João que os castiçais representavam as igrejas, que mesmo sendo divididas e organizadas em unidades locais, eram ao mesmo tempo unidas por um só pedestal — CRISTO (Ap 1.12,20). 2° - A mesa. A mesa estendida representava toda a expansão do Reino de DEUS, fornecendo o “pão da vida”, que é CRISTO. Primeiro, alimentando sua Igreja, e depois o mundo faminto (Mt 8.11; Jo 6.48-51). 3° - Os pães da proposição. O termo “pão da proposição” tem sido também traduzido como “pão da face” ou “pão exibido” (Ex 25.30), e ainda, seguindo a preposição “pro”, pode também significar “aquilo que jaz adiante”. Alguns têm opinado que no templo de Salomão havia 10 mesas com 12 pães expostos, de acordo com as 12 tribos dos filhos de Israel. Contudo, no Tabernáculo original havia somente uma mesa. Este pão representava a CRISTO: o pão da vida. O “moer do trigo” simboliza os sofrimentos de CRISTO até a morte. Como “pão exibido” podemos depreender que se trata de sua humanização. O Véu e o Legalismo Judaico Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o SANTO dos Santos, Este véu vem citado em Êxodo 26.31-33. Ali, DEUS ordenou a Moisés dizendo: “Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo” (v. 33). As citações rabínicas dizem que o véu tinha a espessura da mão de um homem, com 74 fios retorcidos, cada um deles feito de 24 fios entretecidos. Tinha mais de 30 metros de comprimento e dezoito metros de largura. A finalidade espiritual que este véu traduzia foi abolida com a morte de CRISTO. Uma vez que Ele fora rasgado quando JESUS expirou na cruz, sem dúvida alguma foi costurado e tornou a ser usado por quase 40 anos até a destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C. Alguns afirmam que o véu rasgado (costurado depois) passou a representar o legalismo judaico apresentado na Epístola aos Galatas, quando se queria misturar ali ao mesmo tempo a Lei e a graça. Os Demais Utensílios que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; Neste versículo, seis itens são apresentados, a saber: 1o - O incensário. Existe aqui uma pequena divergência entre os comentaristas quanto ao que está aqui em foco, se o “incensário” ou o “altar de ouro”. Existiam dois altares: um de cobre (Êx 27.1,2) e o outro de ouro (Ex 30.1-3), sendo este último chamado de “o altar do incenso”. Deve, ser, portanto, o “altar do incenso”, o que é mencionado aqui neste versículo, pois o mesmo era usado anualmente no Dia da Ex- piação pelo sumo sacerdote, que trazia consigo um incensário especial feito de ouro (Ex 30.10). 2° - A Arca. A Arca, feita de madeira de cetim, era revestida de ouro por dentro e por fora. Ela tipificava a CRISTO e suas duas naturezas: a divina e a humana. Sua tampa era chamada de “propiciatório”, que era uma figura de CRISTO crucificado, o ponto de encontro entre DEUS e o homem (2 Co 5.18,19). Em suas extremidades havia figuras de querubins de ouro, que falavam da misericórdia de DEUS para com Israel e, por extensão, para com o mundo inteiro. 3o - Um vaso de ouro. Quando foi feito o Tabernáculo com seus utensílios, este vaso de ouro não nos foi revelado. Mas aqui, o autor sagrado faz esta grande revelação desta urna de ouro que continha o maná. O maná provido por DEUS no deserto — mas que não era do deserto — representa a CRISTO — que estava no mundo — mas que não era do mundo. Este se encontrava num vaso de ouro, que representa o crente fiel que guarda em seu coração a CRISTO e sua Palavra (SI 119.11). 4o - O maná. O episódio da provisão do maná começa assim: “E, alçando-se o orvalho caído, eis que sobre a face do deserto estava uma coisa miúda, redonda, miúda como a geada sobre a terra. E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? [ou, Man hu?]” (Ex 16.14,15) O maná, mesmo tendo caído no deserto, era “pão do céu”. Seu sabor não era terrestre; era uma figura de CRISTO na sua humilhação aqui no mundo, o verdadeiro pão do céu (Jo 6.32). O trigo era da terra; seu sabor era do lugar onde se encontrava. Era uma figura de CRISTO, que mesmo sendo DEUS, nasceu na Palestina e ali foi exaltado por DEUS. 5o - A vara de Arão. “A vara de Arão que floresceu tipifica a CRISTO, em sua ressurreição, pelo supremo poder de DEUS, elevando-o como sumo sacerdote... 12 varas foram postas ali, mas somente uma floresceu — a de Arão. Assim também todos os criadores de religiões do mundo morreram, e CRISTO entre eles. Mas CRISTO ressuscitou dentre os mortos, tendo sido exaltado como sumo sacerdote eterno”.2 6o As tábuas do concerto. Eram duas e continham os Dez Mandamentos. O Dr. Scroggie faz um resumo aqui, dizendo: “O pátio continha a tenda; a tenda continha o Santíssimo; o Santíssimo continha a Arca, a Arca continha a Lei, e a Lei era a vontade revelada de DEUS, da qual CRISTO era a personificação e a expressão”. e sobre a arca os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos A palavra “querubim” vem do verbo querub, que significa “guardar”, “cobrir” e “celestial”. Estes seres aparecem pela primeira vez junto do portão oriental do Jardim do Éden, depois que o homem foi expulso. Aparecem novamente como protetores, embora em figuras de ouro, sobre a tampa da Arca da Aliança, onde DEUS se comprazia em habitar. Entre os profetas, somente Ezequiel menciona a palavra. Aqui no texto em foco eles aparecem como “... os querubins da glória”, título este que não lhes é dado no Antigo Testamento, sendo empregado numa descrição do SANTO dos Santos. Sobre o propiciatório (a tampa da Arca), eram contemplados dois querubins de ouro que, por expressa ordem de DEUS, foram postos ali. Era este o lugar (o propiciatório) o ponto de encontro entre DEUS e o homem: “... ali virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins” (Êx 25.22). Os querubins ali postos eram uma figura de CRISTO crucificado, o ponto de encontro entre DEUS e o homem (Jo 12.32,33; 2 Co 5.19). Os Sacrifícios No Lugar SANTO Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços; O povo eleito de DEUS tinha como uma de suas instituições a queima contínua de ofertas. Pela manhã, era feito o sacrifício de um cordeiro, com certa quantidade de cereais. A noite, o mesmo sacrifício se repetia. Nessas oportunidades também havia uma oferta sob a forma de libação de pequena quantidade de vinho (Êx 29.38-42; Nm 28.3-8). Em 2 Crônicas 13.11 se observa que alguns outros elementos sacrificiais foram acrescentados ao serviço do templo. Porém, todas estas ofertas com suas apresentações formais eram realizadas pelos sacerdotes ordinários, da linhagem de Arão. Estes tinham permissão para adentrar apenas no primeiro santuário, não podendo, portanto, ministrar no SANTO dos Santos, pois neste lugar somente era permitida a entrada do sumo sacerdote escolhido por DEUS e reconhecido pelo povo (cf. Hb 5.4). No SANTO dos Santos mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo; O SANTO dos Santos vem citado em (9.3). Em hebraico, Kodessh há Kodashim; era a porção mais sagrada do Tabernáculo e do templo. No Tabernáculo original, construído no deserto, o SANTO dos Santos ficava localizado no fim do ambiente fechado, penetrando na área do Lugar SANTO. Cmco colunas formavam a entrada, e perante elas ficava o véu. O santuário mais interno, o SANTO dos Santos, tinha cerca de 18 metros de lado, e era quadrado. Atualmente, o SANTO dos Santos, preservado no Domo da Rocha, construído na esplanada do Templo, fica abaixo do piso do Santuário (mesquita) e é arredondado. No SANTO dos Santos só era permitida a entrada do sumo sacerdote uma vez por ano, quando era oferecido o sacrifício anual (Ex 30.10). Atualmente, qualquer pessoa, especialmente turistas em visita à Terra Santa, tem acesso ao lugar onde, segundo os árabes e judeus, ficava o SANTO dos Santos. 8 dando nisto a entender o Espirito SANTO que ainda o caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo, No início deste argumento sobre o Tabernáculo, lembramos aos leitores que este com seus utensílios apontava para CRISTO e para toda a sua obra. E, aqui, o ESPÍRITO SANTO nos dá a entender que o véu que fazia divisão do Lugar SANTO com o Lugar Santíssimo impedia aos homens de chegarem até esta parte interior do Santuário terrestre. Em Êxodo 25.22 nos é dito que no interior do véu DEUS vinha falar com Moisés, do meio dos dois querubins. Isto significa que com a morte de CRISTO o véu foi rasgado, e doravante o homem, por meio dEle, pode chegar à imediata presença de DEUS. Não no antigo santuário terrestre, mas no verdadeiro santuário celestial, que é o céu. O “caminho do santuário”, que aqui está em foco, aponta para o santuário celeste e não meramente para o terrestre. E com a morte de CRISTO, este caminho foi inaugurado e consagrado pelo seu precioso sangue (10.19,20). VI. CRISTO: O Único Caminho que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço, Com a morte de CRISTO, qualquer oferta ou sacrifício pelo pecado perdeu sua validade, visto que todos eles eram apenas figuras que apontavam para uma outra realidade: CRISTO e sua morte expiatória. Doravante, somente o sangue de CRISTO tornou-se o sacrifício eficaz e capaz de purificar a consciência daquele que de DEUS se aproxima, como também para aperfeiçoar a pessoa humana no caminho da santificação. Fora disso, tudo não passa de “uma alegoria” (parábola), pois a morte do Filho de DEUS já marcou o fim do antigo pacto e deu iníçio a uma Nova Aliança — a da dispensação da graça, em que o homem é justificado mediante a fé e a graça de DEUS (Ef 2.8,9). Todas as premissas para se obter a vida eterna exigidas na Nova Aliança substituíram todas aquelas que foram instituídas durante o período da Lei. As da Lei tiveram um período transitório, que terminaria com a morte de CRISTO. A partir daí, tudo é por CRISTO e por meio da sua graça. consistindo somente em manjares, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção. Alguns eruditos traduzem esta frase como “até ao tempo da restauração”, ou “até ao tempo da emenda”. O sentido da palavra “correção” indicava para os gregos “endireitar coisas”, mediante alguma modificação. Em Atos 3.19-21, o apóstolo Pedro, quando discursava na porta do templo chamada Formosa, parece ligar os tempos da restauração de todas as coisas com o estabelecimento do reino milenial. Então ele diz: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a JESUS CRISTO, que já dantes vos foi pregado, o qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais DEUS falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio”. Evidentemente, aqui no versículo em foco o autor sagrado apontava também para este tempo do fim, quando tudo passará por uma reforma considerável pela presença gloriosa de CRISTO. Mas, vindo CRISTO, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernácvlo, não Jeito por mãos, isto é, não desta criação, Já tivemos a oportunidade de falar anteriormente sobre a pessoa e o título de sumo sacerdote em ambos os Testamentos. E, para que o leitor tenha maior compreensão a respeito deste assunto, analisemos quais pessoas foram agraciadas com tal posto e título. Arão (Ed 7.5); Abiatar (Mc 2.26); Jeoiada (2 Rs 12.9,10); Hilquias (2 Rs 22.8); Azarias (2 Cr 31.10); Amarias (2 Cr 19. II); Eliasibe (Ne 3.1); Josué (Zc 3.1); Anás (Lc 3.2); Caifás (Mt 26.57); Ananias (At 23.2); JESUS (Hb 5.10). Os rabinos conservam em seus escritos uma lista de sumos sacerdotes desde 350 a.C., cobrindo mais ou menos o período do cativeiro até o ano 70 d.C. No quadro abaixo estão relacionados seus nomes e respectivos períodos de sacerdócio.
Nenhum sumo sacerdote em Jerusalém 159-152
Jônatas
Simão
João Hircano Aristóbulo I Alexandre Janeu Hircano II Aristóbulo II Hircano II Antígono Hananel Aristóbulo III Hananel
Jesua, filho de Fabes Simão, filho de Boeto Matias, filho deTeófilo José, filho de Ellem Joazar, filho de Boeto Eleazar, filho de Boeto Jesua, filho de See Joazar, filho de Boeto Anás, filho de Sete Ismael, filho de Fiabi I 152-142 (142-140) 140-135 135-104 104-103 103-76 76-67 67-63 63-40 40-37 37-36 36 36-30 30-23 23-05 5 5-4
Alguns deles nunca foram chamados pelo título de “sumo sacerdote”. Entre os que são mencionados nas Escrituras, encontramos: Eleazar (Nm 26.3); Eli e seus filhos (I Sm 1.3); Aías (I Sm 14.3); Aimeleque (I Sm 21.9), Sofonias (Jr 21.1, etc.). Usava-se também apelativos para se referir ao sumo sacerdote, como: “primeiro sacerdote” (2 Rs 25.18); “o segun-
do sacerdote” (I Rs 25.18). Em I Crônicas 6, salvo algumas exceções, parece que se refere a uma “genealogia sacerdotal”. Neemias 12.1-26 parece trazer o mesmo sentido. O título de sumo sacerdote aparece também aplicado a JESUS, como sendo “o sumo sacerdote da nossa confissão” (Hb 3.1) e no texto em foco, como “... o sumo sacerdote dos bens futuros”.
nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo
efetuado uma eterna redenção.
A redenção efetuada por CRISTO tem uma dimensão eterna e um infinito alcance; assim, tudo que se relaciona com a nossa redenção, que se iniciou no dia em que todos nós nos tornamos participantes da nova natureza de CRISTO, tem também duração eterna. Por esta razão, diz Paulo: “... nós mesmos, que temos as primícias do ESPÍRITO, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23). A redenção, assim, tem um aspecto escatológico, referindo-se àquela redenção plena que ocorrerá por ocasião do arrebatamento da Igreja, a saber, “... a redenção do nosso corpo”. Portanto, no momento da salvação, recebemos a “redenção de nossas almas” (G1 3.13); no arrebatamento, porém, receberemos a “redenção do nosso corpo” (Lc 21.28; Rm 8.23).
Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha esparzida sobre os mundos, os santificam, quanto àpurificação da carne,
O sacrifício de uma novilha vermelha em favor de alguém que tinha sido contaminado por um morto ou alguma outra coisa imunda aos olhos de DEUS encontra-se mencionado em Números 19.1-22. Sobre o assunto, comenta o Dr. Goodman: “A novilha foi sacrificada somente uma vez, e as suas cinzas foram guardadas para uso futuro. Assim, CRISTO morreu uma vez, para nunca mais morrer. Seu sacrifício, ‘um sacrifício pelos pecados’ (Hb 10.10-14), santificou o seu povo uma vez para sempre, e os aperfeiçoou. Se eles se contaminam novamente pelo contato com coisas mortas, não é necessário que CRISTO morra outra vez, nem que sejam remidos novamente. Uma vez arrependidos, banhados, são de todo purificados (Jo 13.10) e necessitam apenas da lavagem dos pés. Assim as cinzas da novilha são um símbolo do único e perfeito sacrifício. O ‘espargir’ (v. 18) da água com cinzas simboliza a fé que aplica ao coração a memória da morte expiatória, e que reconhece a sua continuada eficácia. Precisa-se da ‘água da purificação’ (v. 9), isto é, da Palavra de DEUS aplicada ao coração, e da obediência que resulta em renunciar as coisas iníquas... As cinzas da novilha não eram para quem pecou atrevidamente, como fez Corá e os que com ele estavam, mas para aqueles que inconscientemente contraíram alguma contaminação (v. 11). A imundícia não é menos imunda quando é inevitável ou inconsciente. Cada um nas suas ocupações diárias tem contatos que sujam. O meio de purificação para nós se encontra em CRISTO, mas precisa ser apropriado e aplicado (vv. 11,12)”.
CRISTO: O Único Mediador
quanto mais o sangue de CRISTO que, pelo Espirito eterno, se ofereceu a si mesmo maculado a DEUS,
purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao DEUS vivo ?
A idéia de um purgatório onde, através do sofrimento, as almas serão submetidas a uma purificação, não encontra ressonância nas Escrituras Sagradas. O termo “purgatório” vem do latim purgare, que significa “purificar”. Para o catolicismo romano, o purgatório é um lugar ou condição da alma onde aqueles que morrem na graça de DEUS podem expiar seus pecados veniais, que foram perdoados. As orações oferecidas em favor dos mortos e as missas rezadas em benefício deles são consideradas meios importantes nessa expiação. Gregório, o Grande (540-606 d.C.), destacou-se como sistematizador desta doutrina, pois a idéia já existia no pensamento dos gregos e de uma ala judaica do período pós-exílio, talvez baseados em passagens de livros considerados apócrifos. Além de oração em favor dos mortos, estes pensadores ensinavam uma restauração universal (apocatástasis), abrindo caminho para a purificação de todos os indivíduos como parte necessária do processo restaurador. Aqui, porém, no texto em foco, “o sangue de CRISTO” é que tem o poder de purificar os nossos pecados. Na Bíblia, a palavra “sangue” aparece 449 vezes, 97 das quais no Novo Testamento, e destas 22 vezes na Epístola aos Hebreus. Em todas elas, mesmo quando se refere ao sangue dos animais, são tomadas para dignificar e exaltar o sangue de JESUS como garantia da redenção da pessoa humana.
15 E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das
transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
Quando Paulo escrevia sua Primeira Epístola a Timóteo, ele lembrou aos seus leitores que no plano da redenção, "... há um só DEUS, e um só mediador entre DEUS e os homens, JESUS CRISTO, homem” (I Tm 2.5). Para os gnósticos, os diversos “aeons” eram “pequenos deuses” em suas respectivas esferas de influência; eram mediadores do verdadeiro DEUS e serviam para abrir o caminho até Ele. Entretanto, o Novo Testamento nos mostra em todos os seus livros que somente CRISTO é o nosso Mediador para com o Pai. Sua mediação continua viva e permanente. Por meio dEle entramos na posse eterna de seu Reino celestial (Jo 14.6; Rm 5.2; 8.34). Quem procurar entrar no céu por outro meio, que não através de JESUS CRISTO, estará procurando em vão outra porta, ao que o Senhor nos adverte: Aquele que “... sobe por outra parte, é ladrão e salteador” (Jo 10.1).
Porque, onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do testador.
Os rabinos costumavam dizer que para que um testamento tivesse validade, era preciso que se observasse alguns critérios:
Um testador;
Herdeiros;
Bens herdados;
A morte do testador;
As circunstâncias da morte do testador;
As testemunhas de sua morte.
O novo concerto efetuado por CRISTO por meio de sua morte reúne em si todos estes requisitos. No versículo em foco, o testamento, cuja autenticidade foi selada com a morte do testador, é para garantia de uma herança eterna. Nele estão registradas todas as provas infalíveis de sua veracidade. CRISTO é o nosso testador, e nós, “... sendo justificados pela sua graça, [somos] feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna” (Tt 3.7). Os bens herdados pertenciam a CRISTO, mas nós nos tornamos “... herdeiros de DEUS e co-herdei- ros de CRISTO” (Rm 8.17). Sua morte é atestada pelas Escrituras: “CRISTO morreu por nosso pecados, segundo as Escrituras” (I Co 15.3). As circunstâncias da sua morte são para o povo de Israel e para toda a humanidade um fato notório. Ele morreu por todos. As testemunhas foram os seus discípulos, como afirmou o próprio JESUS: “E destas coisas sois vós testemunhas” (Lc 24.48).
Porque um testamento tem força onde houve morte;
ou terá ele algum valor enquanto o testador vive?
É importante observarmos que o Antigo e o Novo Testamento somente foram concluídos quando já haviam morrido todos os seus escritores. Deuteronômio encerra a morte de Moisés, em 34.5; o mesmo aconteceu com Josué — sua morte é registrada em 24.29. Com os outros escritores não foi diferente; todos morreram antes que seus escritos fossem concluídos. No Novo Testamento, o último livro a ser escrito foi o Apocalipse, em cerca de 96 d.C. Mas sua conclusão final, quando este foi vertido para os papiros e aprovada sua canonização, somente se deu muitos anos depois da morte do apóstolo João. O mesmo também se deu
com os outros escritores dos evangelhos, de Atos e das epístolas. Isso mostra a autenticidade das Escrituras que, num escopo geral, encerra a morte de seus testadores. Mas ambos os Testamentos somente foram selados com a morte de CRISTO, o verdadeiro Testador.
O Sangue do Cordeiro e os Sacrifícios Cruentos
IS Pelo que também o primeiro não foi consagrado sem sangue;
No Antigo Testamento, a palavra “sangue” vem do termo hebraico dam, e aparece 362 vezes, das quais 103 se referem aos sacrifícios cruentos (sacrifícios com sangue). Em três passagens do Antigo Testamento o sangue é ligado diretamente ao princípio da vida (Gn 9.4; Dt 12.23). Em outras passagens das Escrituras, quando aparece a palavra “sangue”, o sentido geral está em ligação com a vida e a expiação. Em Levítico isso é deixado bem claro, como escreve o seu autor: “Porque a alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação pela alma” (Lv I7.11). No Novo Testamento esta palavra aparece 97 vezes, porém sua ênfase principal recaía sobre a morte de CRISTO. Quando seu sangue é mencionado, apresenta através dEle o valor imensurável da sua morte expiatória, que é comparada com toda a extensão do novo pacto chamado de “... o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.28).
porque; havendo Moisés anunàado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue
dos be%erros e âos bodes, com água, lã purpúrea e bissopo, e aspergiu tanto o mesmo livro como todo o povo,
O autor sagrado, nesta passagem, diz que além do sangue dos bezerros e dos bodes, Moisés usou mais quatro outros elementos nesta aspersão: água, lã purpúrea e hissopo. Alguns comentaristas têm encontrado dificuldades em determinar exatamente de que texto do Antigo Testamento é extraída esta narrativa. Visto que a passagem de Exodo 24 fala da aspersão do altar e do povo, mas não da aspersão do livro, embora este seja também ali mencionado, conforme está escrito: “E Moisés tomou a metade do sangue e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue aspergiu sobre o altar. E tomou o livro do concerto e o leu ao ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o Senhor tem falado faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue do concerto que o Senhor tem feito convosco sobre todas estas palavras” (vv. 6-8, ênfase do autor). No entanto, não se faz menção da aspersão do livro ali — porém aqui isso é revelado, visto que as Escrituras são proféticas e perfeitamente coerentes entre si em cada detalhe (cf. Jo 21.25).
dizendo: Este é o sangue do testamento que DEUS vos tem mandado.
Toda esta passagem, do texto ao contexto, procura mostrar o valor que o sangue representava para DEUS com relação à redenção do seu povo. Em seguida, o autor sagrado passa a demonstrar o valor sublime que tem “... o sangue de CRISTO, que, pelo ESPÍRITO eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a DEUS...”
Quando Moisés espargiu o sangue sobre o povo, disse estas palavras: “Eis aqui o sangue do concerto que o Senhor tem feito convosco sobre todas estas palavras” (Êx 24.8). Tais palavras de Moisés estão em sintonia com as palavras de JESUS na noite em que foi traído, quando disse: “Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que por muitos é derramado” (Mc 14.24). Em outras palavras, CRISTO estava dizendo que aquele sangue era a “entrega de sua vida”, derramando sua alma na morte, e através dela, consumando o antigo pacto e doravante selando uma Nova Aliança, na qual a graça de DEUS justificaria todo aquele que cresse na morte de seu Filho e nEle confiasse (Jo 3.16).
E semelhantemente aspergiu com sangue o tabemáculo
e todos os vasos do ministério.
Na aspersão feita no Tabernáculo e em seus utensílios, também foi usado por expressa ordem de DEUS o azeite santo, mas aqui este é omitido, visto que o autor sagrado tem como primazia o valor imensurável do sangue de CRISTO. A profusa expiação no antigo pacto visava demonstrar que tudo quanto é tocado pelo homem precisa de purificação. Porém, isso também indicava que aqueles vasos sagrados eram purificados para servirem exclusivamente no serviço do Tabernáculo do Senhor. Tal purificação hoje somente é possível pelo sangue de JESUS. Seu sangue tanto purifica como santifica, o que torna um vaso ainda mais precioso para uso santo do Senhor (cf. I Jo 1.7; 3.3). Usando de alegoria nesta linha de pensamento, disse Paulo: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra” (2Tm 2.21).
E quase todas as coisas; segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.
O autor sagrado emprega aqui uma força de expressão, procurando com ela enfatizar mais uma vez o valor e o significado que tinha o sangue em relação aos sacrifícios. Os sacrifícios, cuja relação estava diretamente ligada à expiação pelo pecado e à remissão do mesmo, quase sempre eram sacrifícios cruentos — quer dizer, sacrifícios com sangue. A exceção, que aparece em Levítico 5.11, era devido à pobreza do ofertante, mas mesmo assim era um “substituto” para os sacrifícios de sangue, conforme está escrito: “Porém, se a sua mão não alcançar duas rolas ou dois pombinhos, então, aquele que pecou trará pela sua oferta a décima parte de um efa de flor de farinha, para expiação do pecado; não deitará sobre ela azeite, nem lhe porá em cima o incenso, porquanto é expiação do pecado”. Fora disso, qualquer sacrifício pelo perdão dos pecados envolvia vida e sangue, pois sem a presença destes, especialmente do último (o sangue), ”... não há remissão”.
As Figuras das Coisas que Estão no Céu
De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as
próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes.
Os judeus tinham uma concepção de que as coisas terrenas tinham seu paralelo nos céus (Hb 8.5; 9.23, o texto em foco). Assim, o Tabernáculo, cujo modelo DEUS mostrara a Moisés e
fora construído no deserto, era uma cópia do Tabernáculo celestial (9.11), o mesmo acontecendo com a Arca e todos os outros utensílios ligados ao Tabernáculo. Em Apocalipse 1 1.19 são descritos no céu tanto a Arca do Concerto como o templo. “E abriu-se no céu o templo de DEUS, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo...” A dificuldade aqui é quando se fala das coisas que devem ser purificadas no céu. Mas a morte de CRISTO, além da redenção humana, tinha como objetivo consolidar a paz que fora arruinada com a revolta de Satanás, como afirma Paulo: “... havendo por ele [CRISTO] feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus” (Cl 1.20). Contudo, no texto em foco, quem deve ser purificado são “as figuras” das coisas que estão no céu, e não as coisas que “estão” no céu. Isto é, são coisas que estão aqui na terra — embora sejam figuras, ou cópias, daquelas que se encontram no céu.
Porque CRISTO não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de DEUS;
Após consumar sua obra redentora, CRISTO subiu aos céus e assentou-se à mão direita de DEUS. Ali, junto ao Pai, Ele continua seu ministério de intercessão em favor dos pecadores e em favor dos santos. Isto torna bastante gratificante para nós saber que nosso Salvador está a nos defender perante o Pai, conforme está escrito:
“... e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.12).
“E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do ESPÍRITO; e é ele que segundo DEUS intercede pelos santos” (Rm 8.27).
“Quem os condenará? Pois é CRISTO quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de DEUS, e também intercede por nós” (Rm 8.34).
Estas passagens e outras similares confirmam as diversas orações que foram feitas por CRISTO ao Pai, em favor de seus discípulos e também por nós e todos os santos de todos os tempos (cf. Lc 22.32; Jo 17.20) nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário com sangue alheio.
Na antiga aliança, qualquer sacrifício oferecido pelo pecado de alguém tinha validade somente para cada ato isolado. Por esta razão era necessário que a cada manhã e a cada tarde se oferecesse novamente o mesmo sacrifício. Mas aqui, o escritor sagrado passa a demonstrar o valor supremo do sacrifício de CRISTO. Ele, pelo ESPÍRITO eterno, ofereceu a si mesmo imaculado a DEUS. Não é necessário que CRISTO morra cada dia, como acontecia com os animais que eram oferecidos pelos sacerdotes. Sua morte, de uma vez por todas, tornou-se eficaz para justificar a pessoa humana, em qualquer tempo ou lugar. De modo que “... ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I Jo 2.2).
A Consumação dos Séculos
Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.
A vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO a este mundo marcava duas coisas importantes: Quanto ao tempo, ela marcava o início de uma época e a consumação de uma outra. A era do Evangelho é vista como a última de uma série, que completa o curso e os siclos da história da humanidade, pelo que é denominada “a consumação dos séculos”. Essa consumação visa tanto o tempo como o propósito. Por esta razão o Novo Testamento usa muitas vezes expressões que indicam, por extensão, a época do Evangelho e a consumação de todas as cosias: “o fim do mundo” (Mt 13.39); “a consumação deste mundo” (Mt 13.40); “a consumação dos séculos” (Mt 13.49); “os últimos tempos” (I Tm 4.1); “os últimos dias” (2 Tm 3.1); “o fim de todas as coisas” (I Pe 4.7, etc.). Todas estas frases e outras com sentido escatológico apontam claramente para o tempo do fim, quando todos os tempos e profecias da Bíblia terão o seu real cumprimento.
E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo,
Esta frase se aplica aos homens que vivem sem DEUS, pois é mencionado nas Escrituras que DEUS abriu exceções quanto à morte dos santos. Enoque foi trasladado para não ver a morte (Gn 5.24; 11.5), o mesmo também aconteceu com Elias (2 Rs
II). Algo semelhante acontecerá no dia do arrebatamento da Igreja, quando os mortos serão ressuscitados e os vivos transformados pelo poder de DEUS, e ambos serão arrebatados por CRISTO e levados aos céus (I Ts 4.15-17). Mas aos outros homens está “ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo”. O espiritismo, defendendo a idéia errônea da reencarnação, apresenta um ciclo infinito de nascimento, morte e renascimento, que tem como função levar o homem a atingir a condição de espírito puro e perfeito. Mas aqui fica demonstrado que ao homem está ordenado morrer uma vez e depois seguir para o julgamento, que se dará diante do Grande Trono Branco.
assim também CRISTO, oferecendo-se uma vez, para
tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem
pecado, aos que o esperam para a salvação.
Existem algumas opiniões que defendem a possibilidade de salvação para a pessoa humana, isto é, para alguém que morreu sem CRISTO ou que se encontra mergulhado no pecado, para depois do dia do arrebatamento. Mas aqui nos é dito que CRISTO “... aparecerá [voltará] segunda vez, sem pecado”. Isto é, sem expiação, como o fez quando veio e se humanizou. As Escrituras afirmam que “o Filho do Homem tem na terra [não diz no céu ou no inferno] poder para perdoar pecados” (Mc 2.10, ênfase do autor). A humanidade de CRISTO tinha como alvo primordial a salvação dos homens. Daí o motivo de alguém parafrasear e dizer em sentido poético: “Para que o humano se tornasse divino, foi necessário que o divino se tornasse humano”. A primeira vinda de nosso Senhor, quando Ele se humanizou, teve como finalidade expiar o pecado do homem. Ele morreu para este fim. Contudo, quando voltar para buscar “os que o esperam para a salvação” e também quando de sua parousia, Ele não virá com missão de expiação, e sim, de julgamento. E melhor aguardar a CRISTO, que em breve voltará, do que permanecer desapercebido!
AJUDA BIBLIOGRÁFICA
A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO
A Excelencia da Nova Aliança em CRISTO - Orton H Wiley - Comentário Exaustivo da carta aos Hebreus - Editora Central Gospel - Estrada do Guerenguê . 1851 - Taquara I 11111 Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22713-001 PEDIDOS: (21) 2187-7090 .
AS GRANDES DEFESAS DO CRISTIANISMO - CPAD - Jéfferson Magno Costa
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal. CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD. Comentário Bíblico TT W. W. Wiersbe Comentário Bíblico Expositivo - Novo Testamento - Volume I - Warren W. Wiersbe CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA http://www.gospelbook.net, www.ebdweb.com.br, http://www.escoladominical.net, http://www.portalebd.org.br/, Bíblia The Word. O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD Revista Ensinador Cristão - CPAD.Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida Teologia Sistemática de Charles Finney VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
FONTE http://www.apazdosenhor.org.br/
"E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão." (Hb 9.22)
VERDADE PRÁTICA
A eficácia da adoração neste período da Nova Aliança está no fato de ela estar fundamentada no sangue de CRISTO.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 9.2 Os utensílios do culto na Antiga Aliança
Terça - Hb 9.4 O culto, os oficiantes e a liturgia na Antiga Aliança
Quarta - Hb 9.14 Uma redenção eterna pelo sangue do Cordeiro
Quinta - Hb 9.14,15 Uma consciência limpa pelo sangue de CRISTO
Sexta - Hb 9.15,22 Uma herança eterna pelo sangue de JESUS
Sábado - Hb 9.28 Uma promessa gloriosa pelo sacrifício do Filho de DEUS
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Hebreus 9.1-5,14,15,22-281 - Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. 2 - Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. 3 - Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o SANTO dos Santos, 4 - que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; 5 - e sobre a arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente. 14 - quanto mais o sangue de CRISTO, que, pelo ESPÍRITO eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a DEUS, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao DEUS vivo? 15 - E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. 22 - E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. 23 - De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes. 24 - Porque CRISTO não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de DEUS; 25 - nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário com sangue alheio. 26 - Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. 27 - E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo, 28 - assim também CRISTO, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.
OBJETIVO GERAL - Explicar que a adoração na Nova Aliança está fundamentada no sangue de CRISTO.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Apontar como era o culto e seus elementos na Antiga Aliança; Mostrar a eficácia do culto na Nova Aliança; Explicar a singularidade do culto da Nova Aliança. INTERAGINDO COM O PROFESSORA adoração e o louvor a DEUS não é algo visto somente na Nova Aliança, já no Antigo Testamento o desejo de DEUS era que os israelitas o adorassem e tivessem um relacionamento mais profundo com Ele. Por isso, o Criador ordenou que Moisés construísse uma tenda móvel de adoração, o Tabernáculo, que acompanharia o povo durante a longa travessia pelo deserto. Este seria o único lugar onde o povo poderia encontrar-se com Ele e adorá-lo. Cada detalhe, cada peça, o desenho, ou seja, tudo no Tabernáculo tinha um significado, simbolizando uma realidade espiritual.
Na carta aos Hebreus o autor detalha alguns principais utensílios do Tabernáculo a fim de mostrar o sentido da adoração e do serviço sagrado na Antiga Aliança, comparando com a obra de CRISTO no Tabernáculo eterno da Nova Aliança. PONTO CENTRAL - A adoração na Nova Aliança está fundamentada na obra de CRISTO no Calvário.
Resumo da Lição 9, Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança I - O CULTO E SEUS ELEMENTOS NA ANTIGA ALIANÇA
1. O culto e seus utensílios. 2. O culto: seus oficiantes e liturgia. II - A EFICÁCIA DO CULTO NA NOVA ALIANÇA 1. Uma redenção eterna. 2. Uma consciência limpa. 3. Uma herança eterna. III - A SINGULARIDADE DO CULTO DA NOVA ALIANÇA 1. O santuário celeste. 2. Um sacrifício superior. 3. Uma promessa gloriosa.
PARA REFLETIR - A respeito de Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança, responda:Quais as duas divisões do antigo santuário que o autor de Hebreus tem em mente? Ele tem em mente as duas principais divisões do antigo santuário: o santo lugar e o santo dos santos.
Enquanto o culto levítico produzia apenas uma pureza cerimonial, o que opera o sacrifício de CRISTO? O sacrifício de CRISTO operou uma redenção eterna.
Segundo o autor de Hebreus, qual é a nossa herança? Nossa herança é celestial, espiritual e eterna.
O culto na Antiga Aliança era a sombra do quê? O culto na Antiga Aliança, com seu santuário terrestre, era apenas uma sombra do qual o santuário celeste é a realidade.
O autor de Hebreus encerra a sua exposição com qual promessa? O autor encerra a sua exposição sobre o culto na Antiga e Nova Aliança com uma promessa: "Assim também CRISTO, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação" (Hb 9.28).
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p40. SUGESTÃO DE LEITURA - Manual do Pentateuco, Teologia do Antigo Testamento, Teologia do Novo Testamento Resumo rápido do Pr. Henrique da Lição 9, Contrastes na Adoração da Antiga e Nova Aliança INTRODUÇÃO
Somos templo de DEUS na Terra, Somos Tabernáculo (Não há como ser agradável a DEUS alimentando a carne, ou seja, aos desejos carnais).
Temos um altar, de que não têm direito de comer os que servem ao tabernáculo. Hebreus 13:10.
O santo dos santos é em nosso espírito que é ligado ao ESPÍRITO SANTO que mora em nós. Se vamos agradar ao corpo, não poderemos agradar ao espírito unido ao ESPÍRITO SANTO.
Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de DEUS um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. 2 Coríntios 5:1 - Quando morrermos ou formos arrebatados receberemos um corpo glorioso.
Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de DEUS um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. 2 Coríntios 5:1 - Quando morrermos ou formos arrebatados receberemos um corpo glorioso.
E o mesmo DEUS de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO. 1 Tessalonicenses 5:23
O autor aos Hebreus, no capítulo nove fala de adoração (serviço, submissão a DEUS, Desejo de comunhão com o PAI), Para ilustrar seu pensamento usa o sistema de adoração levítico realizado no tabernáculo. Para isso cita a parte Lugar SANTO e a parte SANTO dos Santos, com sua mobília respectivamente.
Neste capítulo é contrastada a antiga adoração prestada pelo sistema sacerdotal da Antiga Aliança prestado no Tabernáculo terrestre e o serviço prestado por CRISTO no tabernáculo eterno da Nova Aliança.
I - O CULTO E SEUS ELEMENTOS NA ANTIGA ALIANÇA Hebreus 9.1-5 - 1 - Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. 2 - Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. 3 - Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o SANTO dos Santos, 4 - que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; 5 - e sobre a arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente.
1. O culto e seus utensílios. Em Hebreus 9.2 Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o santuário.
LEIA-SE - CANDEEIRO, ALTAR DE INCENSO, E A MESA COM OS PÃES DA PROPOSIÇÃO. *** ASSIM FICA CORRIGIDO O ERRO DO AUTOR OU DO COPISTA. Vamos ver o que havia em cada um dos dois compartimentos do tabernáculo, minuciosamente. CANDELABRO (Strong Português) מנורה m ̂enowrah ou מנרה m ̂enorahcandelabro ou candeeiro Um instrumento para levantar uma lâmpada para a difusão mais ampla da luz (Mt 5.15). No AT, embora visto em uma casa particular (2 Rs 4.10), o heb. minora mencionado é geralmente o candelabro sagrado, ou a variedade única de sete ramos no Tabernáculo (Êx 25.31ss.; Nm 3.31; 8.4) ou os dez candelabros do templo de Salomão {1 Rs 7.48,49; 2 Cr 4.7; Jr 52.19), ou o castiçal da visão de Zacarias (Zc 4.2). No NT, o termo gr. lychnia é retratado como um objeto no qual a luz de uma lâmpada é difundida (Mt 5.15; Mc 4.21; Lc 8.16; 11.33). Em Hebreus 9.2 ela representa o candelabro do Tabernáculo do AT. As sete igrejas são representadas como sete candeeiros (ou castiçais; Ap 1.20). Uma variedade de candelabros palestinos de cerâmica de forma cilíndrica, e veladores de bronze com uma única haste reta, foram escavados (Lawrence E. Toombs, “Lamps- tand”, IDB, III, 64 ss.). Os m‘nora inscritos e com sete ramos foram encontrados ou descritos na Ásia Menor, Alexandria, Roma (Arco de Tito) e em outros lugares (veja Lychnia, MM). W. H. M. Localizado no tabernáculo, na parte chamada Lugar SANTO, à esquerda de quem entrava e defronte da mesa dos pães da proposição. MESA DOS PÃES DA PROPOSIÇÃO PÃES - לחם lechempão, alimento, cereal
alimento (em geral) Utensílios (Strong Português) כלי k ̂eliy utensílios, móveis Mesa שלחן shulchanmesa O termo heb. shulhan, “mesa”, a palavra habitual do AT, designando a mesa dos pães da proposição, isto é, o pão da “Presença” (Êx 25.23ss.), uma mesa cerimonial no Tabernáculo, no Lugar SANTO (Ex 26.35). Salomão fez dez mesas como esta para o Templo (2 Cr 4.8): o Templo de Ezequiel possuía 12 (40.39-43). H. G. S. Localizada no tabernáculo, na parte chamada Lugar SANTO, à direita de quem entrava e defronte do Candelabro. ALTAR DE INCENSO Composição do Incenso para o Altar do Incenso (Mobília que ficava antes do véu, no lugar santo e para o Incensário (peça que o sacerdote levava na mão quando entrava para oferecer sacrifício no santo dos santos) Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque, e onicha, e gálbano; estas especiarias aromáticas e o incenso puro, em igual proporção; E disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado, puro e santo; E uma parte dele moerás, e porás diante do testemunho, na tenda da congregação, onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será. Porém o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo será para o Senhor. O homem que fizer tal como este para cheirar, será - Êxodo 30:34-38 Estoraque (Strong Português) נטף nataph
uma resina aromática de um arbusto usada em incenso
Onicha (Strong Português) שחלת sh ̂echeleth
Conotação estranha talvez a de descascar pela concussão do som; DITAT - 2363b; n. f.
ingrediente utilizado na composição do incenso sagrado
Gálbano (Strong Português) חלבנה chelb ̂enah
uma espécie de resina ou goma, ingrediente do incenso sagrado Localizado no tabernáculo, na parte chamada Lugar SANTO, à frente de quem entrava e defronte do Véu que separava o Lugar SANTO dos SANTO dos Santos. É dele que se retirava incenso para abastecer o Incensário que deveria ser introduzido no SANTO dos Santos e fazer fumaça sobre a tampa do propiciatório para que Arão não morresse na presença de DEUS. ARCA DA ALIANÇA (DO CONCERTO, DO TESTEMUNHO) ARCA - (Strong Português) ארון ’arown ou ארן ’aronbaú, arca
arca da aliança PROPICIATÓRIO - (Strong Português) כפרת kapporethpropiciatório, lugar de expiação
A tampa dourada da propiciação sobre a qual o sumo-sacerdote aspergia sangue 7 vezes no Dia da Expiação reconciliando simbolicamente Javé e o seu povo escolhido
a placa de ouro da tampa da arca da aliança que media 2.5 por 1.5 côvados; sobre ela se achavam os dois querubins dourados face a face cujas suas asas estendidas tocavam-se sobre e no alto a tampa, constituindo, assim, o trono de DEUS A ARCA DESAPARECEU ANTES DA EPÍSTOLA AOS HEBREUS SER ESCRITA?
Só porque não se menciona a Arca depois da invasão babilônica não prova que a Arca desapareceu - Na Bíblia não há nada dizendo que não havia mais a arca. Acho admirável alguns dizerem que o autor aos hebreus fez uma lambança ou coisa parecida quando fala dos sacrifícios feitos no templo na época de JESUS e posterior até ao ano 70. Hebreus é Bíblia, é Palavra de DEUS.
Só porque se ouviu algum comentarista dizer que a arca desapareceu não quer dizer que desapareceu. Nós acreditamos na Bíblia. O autor aos Hebreus diz que existia em seus dias e havia sacrifícios ainda.
Possibilidades - Assim como os utensílios foram devolvidos a arca também. Não sabemos se foi escondida por Jeremias (como acreditam os católicos) ou se Ciro mandou devolver (se é que foi levada para a babilônia). Para que haveria no tempo de JESUS todo o sistema levítico e sacerdotal funcionando se não houvesse a arca? O templo temos certeza de que existia. Como o véu iria se rasgar de alto abaixo se não existisse a arca lá dentro? Como celebravam a páscoa e todas as festas se não houvessem sacrifícios? Como JESUS celebrou a páscoa e comeram do cordeiro se não existisse tudo isso?
Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e porás a arca do testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo, Êxodo 26:33Só porque se ouviu algum comentarista dizer que a arca desapareceu não quer dizer que desapareceu. Nós acreditamos na Bíblia. O autor aos Hebreus diz que existia em seus dias e havia sacrifícios ainda.
Possibilidades - Assim como os utensílios foram devolvidos a arca também. Não sabemos se foi escondida por Jeremias (como acreditam os católicos) ou se Ciro mandou devolver (se é que foi levada para a babilônia). Para que haveria no tempo de JESUS todo o sistema levítico e sacerdotal funcionando se não houvesse a arca? O templo temos certeza de que existia. Como o véu iria se rasgar de alto abaixo se não existisse a arca lá dentro? Como celebravam a páscoa e todas as festas se não houvessem sacrifícios? Como JESUS celebrou a páscoa e comeram do cordeiro se não existisse tudo isso?
E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. Marcos 15:38
Mas depois do segundo véu estava o tabernáculo que se chama o santo dos santos, Hebreus 9:3
Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço; Hebreus 9:9
VEJA - Está escrito tempo presente. E abriu-se no céu o templo de DEUS, e a arca da sua aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva. Apocalipse 11:19
A verdadeira - A da terra era figura da verdadeira no céu. Lá tudo espiritual, eterno. Se esconderam a arca e a colocaram no templo de Zorobabel não sabemos. Era preciso esconder este segredo a sete chaves se realmente a tinham escondido. por isso se explica não se falar na arca mais. Mas não creio que o véu do templo se rasgaria para mostrar uma sala vazia quando JESUS morreu. E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. Marcos 15:38
Pode ter sido queimada ou levada para Roma pelo general Tito já que para mostrar a derrota de um inimigo se levava imagens e objetos de seus deuses pelos vencedores. A arca já não servia mais a seu propósito após a morte de JESUS, pois o caminho para DEUS foi aberto por JESUS ao ressuscitar, Ele que é sumo sacerdote de um santuário celeste, superior. Outras teorias sobre o paradeiro da Arca da Aliança incluem a afirmação dos rabinos Shlomo Goren e Yehuda Getz, os quais acreditam que a Arca esteja escondida embaixo da Montanha do Templo e foi lá enterrada antes que Nabucodonosor pudesse roubá-la. Infelizmente, o Templo do Monte é onde se encontra a Cúpula da Rocha, um local sagrado islâmico, e a comunidade muçulmana local se recusa a deixar que o território seja escavado. Por isso não podemos saber se os rabinos estão corretos ou não. disse aos levitas que ensinavam a todo o Israel e estavam consagrados ao Senhor: Ponde a arca sagrada na casa que edificou Salomão, filho de Davi, rei de Israel; não tereis mais esta carga aos ombros; agora servi ao Senhor vosso DEUS, e ao seu povo Israel. 2 Crônicas 35:3 - A arca não precisava mais ser carregada depois do templo pronto, portanto não precisava mais ser mencionada. Localizada no tabernáculo, na parte chamada SANTO dos Santos, após o Véu, à frente de quem entrava no Tabernáculo. Manual de Tipologia Bíblica- Ada Habekshon - EDITORA VIDA A ARCA DA ALIANÇA Embora seja útil comparar os tipos entre si, também é necessário estudar cada um separadamente. Por exemplo, no Tabernáculo é bom examinar cada peça da mobília, e rastrear por toda a Palavra as várias referências a ela feitas. Notaremos, dessa forma, várias alusões ao candelabro, desde os tempos em que foi feito no deserto até quando foi empregado na festa de Belsazar, e a escrita do juízo foi vista “perto do candelabro”. Trata-se de uma advertência solene para não usar para outros propósitos aquilo que foi dedicado ao serviço do Senhor. Da mesma maneira, veremos o altar de bronze nos tempos de Salomão, de Acaz, e de Ezequias — usado por Salomão ao oferecer mil holocaustos; deixado de lado por Acaz, que colocou no seu lugar um altar copiado de um rei pagão; e depois restaurado e purificado por Ezequias, em meio a cânticos de regozijo. A condição do povo podia ser julgada a partir do valor atribuído ao altar de DEUS, e assim acontece hoje; se, pois, a obra vicária de nosso Senhor JESUS CRISTO é tida em pouca estima, forçosamente fica fraca a vida espiritual na igreja ou no indivíduo. A arca da aliança é, porém, o objeto que é mais freqüentemente aludido, e está repleta de ensinos espirituais nos vários incidentes da sua história, à medida que a seguirmos através do deserto e do Jordão até Gilgal, em derredor das muralhas de Jericó, até Siló; depois, até à terra dos filisteus, e de volta através de Bete-Semes, Quireate-Jearim, e a casa de Obede-Edom, até finalmente repousar no seu lugar na tenda em Jerusalém e no templo de Salomão. A história da nação tinha íntima conexão com a história da arca. Quando a arca estava no cativeiro, os israelitas tinham angústia e aflição; mas quando ocupava o seu devido lugar, ficavam prósperos e felizes. Embora no Tabernáculo e no Templo tudo proclamasse a glória de DEUS, a arca, mais do que qualquer outro objeto ali, parece prefigurar o Senhor JESUS. Não há dúvida quanto a ela ser um tipo dele mesmo. O propósito para o qual foi feito comprova esse fato; pois DEUS disse a Moisés: “Ali me encontrarei com você, e me comunicarei com você de cima da tampa da arca”. Lemos em Romanos 3 a respeito de CRISTO JESUS: “DEUS o apresentou como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue” (v. 25). [O “sacrifício para propiciação” representa a palavra traduzida por “tampa” no AT] . Ele mesmo é o trono da graça, onde DEUS se reúne com o pecador; é o lugar de encontro entre DEUS e o homem. Nota-se que o autor fala dele aqui com o título de “CRISTO JESUS”. A ordem do seu nome não é sem relevância; e aqui se trata do ungido e exaltado, que antes era o homem sofredor na terra. O nome JESUS não é usado sozinho aqui — pois nesse caso nos falaria da sua vida de humilhação na terra; nem é colocado em primeiro lugar, como se ainda enfatizasse seu caráter como o Sofredor; pelo contrário, é “o Homem na glória” que agora é o sacrifício para propiciação, para cobrir o passado, e graça para o presente e o futuro. A arca era feita de acácia, revestida de ouro; e isso é geralmente entendido como representação da dupla natureza de nosso Senhor: o humano e o divino. Tem sido dito que os materiais dos quais a arca se compunha representavam a sua pessoa; e os propósitos para os quais a arca era usada, a obra dele. A arca era o lugar no qual as tábuas de pedra foram depositadas em segurança quando DEUS lhes deu a Moisés pela segunda vez. Na primeira ocasião em que desceu monte e ouviu o som de gritos no acampamento, jogou as tábua de pedra no chão, e assim as despedaçou — o que simboliza como o povo violava a lei de DEUS, conforme o homem sempre tem feito. Na segunda vez, as providências já tinham sido tomadas. As tábuas eram colocadas diretamente na arca, e Moisés acrescenta: “Ali permanecem”; o que nos faz lembrar de JESUS, a respeito de quem está escrito: “A tua lei está dentro do meu coração” — o único lugar onde ela tem permanecido sem ser quebrada. Mas as tábuas de pedra também eram a aliança; e era conforme esse aspecto que Salomão se referiu a elas ao dizer: “Construí o templo em honra ao nome do Senhor, o DEUS de Israel. Coloquei nele a arca, na qual estão as tábuas da aliança do Senhor, aliança que fez com os israelitas”. As tábuas da aliança estavam em segurança dentro da arca, o que o fez lembrar que DEUS era um DEUS que guardar as suas alianças (2Cr 6.10,11,14). Israel podia falhar, mas DEUS nunca falharia. Não estamos debaixo da mesma aliança que eles, pois há muito tempo tem sido comprovado que o homem nunca conseguiu cumprir a sua parte; mas CRISTO se tornou para nós “garantia de uma melhor aliança”, que é entre ele e o Pai. Por um lado, trata-se de uma promessa da vida eterna, que DEUS, que não pode mentir, prometeu ao seu Filho antes dos tempos eternos quando, então, essa dádiva foi dada à igreja (Tt 1.2; 2Tm 1.9); e, por outro lado, a garantia da parte do Filho de que guardaria aquilo que o Pai lhe dera. A aliança com Israel estava em segurança na arca. As promessas de DEUS à igreja “nele são sim e amém”. Outras coisas estavam na arca nos dias do Tabernáculo — a vasilha de maná, e a vara de Arão que brotou; comprovantes das provisões que DEUS supriu no deserto e da sua escolha do Ungido. Mas no Templo, parece que vemos que já não estão ali dentro; provavelmente porque essas duas coisas tinham sido guardadas diante do Senhor como advertência contra os rebeldes (Nm 17.10), ao passo que, na glória, nada sobrará para nos lembrar disso. (Obs Minha - Pr. Henrique - Pode ser porque o Maná representa CRISTO que veio ao mundo nos salvar e a Vara de Arão que floresceu representa o ESPÍRITO SANTO que ficou conosco quando CRISTO subiu ao céu. Então ficou dentro da arca as tábuas da alei que representam o PAI). Os querubins foram feitos como parte integrante da tampa — sendo tudo uma única peça de ouro maciço. Várias interpretações diferentes são oferecidas para os querubins. Alguns os consideram os atributos de DEUS; outros, como seu executivo na terra; e outros, como emblemas do homem redimido. O fato de serem um só com a tampa e de estarem representados no véu e, portanto, de serem rasgados com este, indica preferivelmente essa última interpretação; e as figuras dos seres viventes em Ezequiel e Apocalipse 5 também parecem justificar essa conclusão, por retratarem o ministério perfeito na terra ou na glória. As três pessoas da Trindade, na forma tipológica, estão todas vinculadas entre si em conexão com a arca; pois embora esta prefigurasse a obra e a pessoa do Senhor JESUS, a nuvem que repousa sobre ela parece tipificar o ESPÍRITO SANTO; e DEUS Pai falava ao povo de cima da tampa da arca. O tipo estaria incompleto se nada houvesse no tocante à tampa para falar da morte de nosso Senhor JESUS CRISTO; mas isso também temos, por se tratar de uma “tampa manchada de sangue”. O sangue dos sacrifícios — primeiramente do boi, e depois do bode — era aspergido nela no dia da expiação. Os querubins olhavam para aquele sangue, e o olhar de DEUS repousava sobre ele; e, por causa do sangue, podia aceitar o povo. Era uma expiação, ou tampa de cobertura; pois o próprio DEUS não olha através do sangue precioso. É um a tampa totalmente suficiente para o nosso pecado, de modo que lemos: “Naquele dia o sacerdote fará expiação por vocês, a fim de purificá-los, a fim de estejam puros dos seus pecados diante do Senhor”. Pode ser dito a respeito deste tipo, o que foi dito na páscoa: “Quando eu vir o sangue, passarei por cima de vocês”. Em cada caso, o sangue era para ser visto por DEUS somente; pois ninguém podia entrar no Lugar Santíssimo senão o sumo sacerdote, e mesmo ele, somente nessa única ocasião, o dia da Expiação. A arca nunca foi exposta aos olhares do povo, pois mesmo quando era carregada de lugar em lugar, no tempo que era colocada em um Tabernáculo móvel, estava coberta pelo véu, pelos couros, e pelo pano azul. Quando o Tabernáculo estava para ser removido, o véu era descido sobre a arca, a fim de que ninguém a contemplasse; e da mesma forma, o véu da encarnação cobria nosso Senhor enquanto ele viajava por esta terra. Um duplo sentido é atribuído a esses couros: primeiro, que seu exterior pouco atraente representava a humilhação de nosso Senhor, que encobria a sua glória de tal modo que fosse desprezado e rejeitado pelos homens; em segundo lugar, eram os couros que serviam de proteção contra a contaminação pelo mal — e é provável que haja verdade em ambas as interpretações. Acima dos couros, havia o pano azul; e quando a arca estava sendo carregada nos ombros dos sacerdotes, aquela única peça azul se destacaria no meio da congregação, pois era o único objeto do Tabernáculo a ser coberto assim. O azul é sempre tomado por representação do celestial; e sabemos que enquanto o Senhor JESUS estava na terra, esse era realmente o seu caráter (Jo 3.13). Enquanto o levamos consigo agora, nosso testemunho deve ser, acima de tudo, celestial. A arca devia ser o centro do acampamento — “JESUS no meio”; e quando o acampamento viajava, cada um devia avançar segundo a posição que ocupava ali. Se cada um adotar sua posição certa com relação ao próprio Senhor, também estará na posição certa com referência aos seus colegas cristãos. Uma só vez, nas peregrinações no deserto, ouvimos falar da arca deixar sua posição central e sair defronte do povo; e mesmo então, foi como repreensão a Moisés por sugerir que precisavam de outra pessoa, que não fosse o próprio DEUS, para ser “o nosso guia” (Nm 10.32). DEUS não aprovou de outra pessoa escolher o caminho do seu povo, e assim alterou a ordem do seu acampamento. “A nuvem do Senhor foi à frente deles durante aqueles três dias para encontrar um lugar para descansarem” (Nm 10.33). Deve também haver aqui um retrato daquilo que nosso Senhor tem feito pessoalmente ir à frente do seu povo naquela viagem maravilhosa, de três dias de duração, da sua morte e ressurreição. Realmente, por meio dessa viagem, ele achou para os seus um lugar para descansarem, e foi adiante para lhes preparar lugar. Temos, em seguida, o relato da arca no Jordão. As palavras de Josué 3: “Quando virem a arca da aliança do Senhor [...] saiam e sigam-na” nos relembra Hebreus 12.1,2: “Corramos [...] tendo os olhos fitos em JESUS”. Aqui, também a arca foi adiante, e permaneceu “até que toda a nação o atravessou pisando em terra seca” (v. 18). CRISTO é “o Autor e Consumador da nossa fé” — ele a iniciou e completou; ele é “o Alfa e o Ômega, o que é, o que era e o que há de vir” (Ap 1.8). Os israelitas foram ordenados a se santificar; nós, a nos livrar de tudo que nos atrapalha”. A arca entrou no Jordão e ali permaneceu até que cada um entre o povo atravessasse pisando em terra seca; ele, “pela alegria que lhe fora proposta” — a de levar “muitos filhos à glória” — suportou a cruz . É em estreita associação com essa cena que temos, pela primeira vez, menção de “o Senhor de toda a terra”. É um título usado somente em íntima relação com os israelitas na sua própria terra. Pela primeira vez como nação, seus pés se estabeleceram ali e, pela primeira vez, DEUS adotou esse nome. Em relação com a volta de Israel a essa terra do cativeiro babilônico, quando, então, em JESUS, se tornarão o centro de bênção da terra inteira, o título volta a ser usado em Isaías 54.5; Miquéias 4.13; Zacarias 4.14 e 6.5. Durante o cativeiro, DEUS é chamado, repetidas vezes, “o DEUS do céu”. Imediatamente depois da travessia do Jordão, lemos a respeito da arca sendo levada para dar uma volta ao redor da cidade, um vez por dia, até que, no sétimo dia, os sacerdotes rodearam a cidade sete vezes com a arca, o muro caiu. Jericó, segundo se nos diz, significa “fragrante com especiarias”, e talvez represente as seduções do mundo que são tão freqüentemente apresentadas diante do crente depois de este ter atravessado o Jordão e se colocado em pé na terra. Não fomos ordenados a lutar contra o mundo, mas a levar CRISTO conosco contra as tentações, e assim teremos a vitória. João diz: “O que é nascido de DEUS vence o mundo; e esta é a vitória que venceu o mundo; a nossa fé. Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que JESUS é o Filho de DEUS?” (1Jo 5.4,5). Nessa última frase, temos sua dupla natureza; e esta, conforme já vimos, era representada na madeira de acácia e no ouro do qual a arca era feita. Pouco depois de Jericó ter sido conquistada, lemos do fracasso em Ai por causa da excessiva autoconfiança do povo, que subestimou o inimigo; e quando Josué fica totalmente esmagado pelo fracasso e derrota dos israelitas, prostra-se em terra diante da arca, em confissão. Sabemos que o trono da graça e o lugar para onde podemos comparecer a fim de obter misericórdia pelas derrotas passadas, e graça para as vitórias futuras. Em Josué 8.33,34, vemos que a arca está no meio quando a bênção e a maldição é lida diante do povo, “segundo o que está escrito no Livro da Lei”. Aquele que é simbolizado pela arca estará no meio como juiz, no dia em que DEUS determinou, “em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou” (Act 17.31); e agora ele está andando no meio dos candelabros, julgando as suas obras, e pronunciando bênçãos e advertências. Em 1 Samuel 4, temos uma descrição da arca caindo nas mãos dos filisteus. “A arca de DEUS foi tomada”; ou, conforme o salmista descreveu o acontecimento, DEUS “abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda onde habitava entre os homens. Entregou o símbolo do seu poder ao cativeiro, e o seu esplendor, nas mãos do adversário” (Sl 78.60). É assim que lemos que o Senhor JESUS foi capturado. Assim como os filisteus, assim também os inimigos do Senhor JESUS CRISTO: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima” (Jo 19.11). Tanto a respeito da arca, quanto a respeito de CRISTO, a quem prefigurava, podia ser dito: “Vocês, com a ajuda de homens perversos, o mataram” (Act 2.23). Os israelitas “fugiram, cada homem para a sua tenda”; e a JESUS “todos o abandonaram e fugiram”. Mas embora leiamos no capítulo 4 de 1 Samuel que os filisteus revelaram ser mais fortes do que Israel, no capítulo 5 lemos que o Senhor era mais forte que Dagom. Esse ídolo caiu quando a arca de DEUS foi colocada no templo; e, da mesma forma, quando CRISTO entra no coração os ídolos caem. É semelhante àquilo que o hino diz: “Todos os ídolos foram arrancados do meu coração, agora ele me guarda pelo seu poder”. E somente a presença de CRISTO que pode fazer isso. O homem forte e armado pode guardar a sua casa, mas quando entrar o mais forte do que ele, aquele é dominado. Nós não conseguimos expulsar o homem forte, nem derrubar os seus ídolos. Mesmo se conseguíssemos esvaziar a casa, mas não a enchêssemos da presença de CRISTO, o espírito maligno voltaria de novo. Não bastam as nossas melhoras; precisa haver CRISTO no coração. Quando, no jardim, os chefes dos sacerdotes entraram para prendê-lo, bastou JESUS proclamar seu próprio nome: “Sou eu”, “eles recuaram e caíram por terra” (Jo 18.5); e assim foi demonstrado que nele habitava o mesmo poder que na arca nos tempos antigos. A história da arca naquela ocasião nos fornece uma ilustração maravilhosa da verdade em 2Coríntios 2.15,16: “Para DEUS somos o aroma de CRISTO entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de morte; para aqueles fragrãncia de vida”. Durante os sete meses que a arca permaneceu na terra dos filisteus, só produzia morte e destruição. Era levada de lugar em lugar; mas os castigos se tornavam cada vez piores. Que contraste com a história da sua permanência na casa de Obede Edom, onde ela só trazia bênçãos! (2Sm 6.10). Para os filisteus, era “cheiro de morte para os que estão perecendo”; e para Obede Edom, “fragrãncia de vida para os que estão sendo salvos”. “Tudo que lhe pertencia” recebia sua parte na bênção; e a notícia se espalhou, até o rei ouvir a respeito. Assim acontecerá naquele em cujo coração o Senhor JESUS fizer a sua habitação — outros ouvirão falar a respeito, e desejarão obter a mesma bênção. Nessas alturas, o tipo é insuficiente, pois Obede Edom precisou perder a presença da arca na sua casa quando Davi a levou para Jerusalém, embora não se nos diz que aquele perdeu a bênção. “Viremos a ele e habitaremos com ele”, é a promessa feita a todo aquele que ama a ele e guarda as suas palavras; e se outros ganharem a bênção através de nós, não sairemos perdendo com isso. (Obs Minha - Pr. Henrique - Obede Edom seguiu a arca o resto de sua vida, ele sabia que ela representava a presença de DEUS). Os juizes que caíram em conexão com a arca são muito sugestivos. Os homens de Bete-Semes foram feridos por olharem para dentro dela; o que demonstra que era demasiadamente sagrada para ser olhada com olhos curiosos. “Ninguém conhece o Filho senão o Pai”; e o mistério de sua encarnação e da sua divindade não deve ser sujeitado a nossa tentativa de perscrutar com intimidade demasiada. Quantas pessoas se desviaram na tentativa de se intrometer nessas coisas! Se Moisés não tinha permissão para se aproximar da sarça em chamas para ver “por que” não se queimava — pois DEUS disse: “Não se aproxime. Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é terra santa” (Êx 3.3-5) — decerto esse mistério muito maior deve ser tratado por nós com reverência ainda mais profunda. O juízo que caiu sobre Uzá nunca teria acontecido se as instruções de DEUS tivessem sido obedecidas. Ao enviarem para casa a arca, os governantes dos filisteus a tinham colocado numa carroça nova puxada por duas vacas que deram cria; e “as vacas foram diretamente para Bete-Semes, mantendo-se na estrada e mugindo por todo o caminho; não se desviaram nem para a direita nem para a esquerda” (1Sm 6.11,12). Ao buscar a arca em Quiriate-Jearim, Davi abandonou o modo “antiquado” que DEUS ordenara. DEUS ordenara que fosse carregada nos ombros dos sacerdotes, mas Davi usou um carroção novo, imitando os filisteus. Quando os bois tropeçaram, a arca foi sacudida, e Uzá esticou o braço para segurá-la, e foi ferido diante da arca (2Sm 6.3-7). O que DEUS tolera entre seus inimigos não serve para o seu povo que possui a sua Lei. Conforme disse alguém: “Quanto mais perto de DEUS uma pessoa ficar, com tanta mais gravidade e rapidez será julgado por qualquer iniqüidade: o julgamento precisa começar na casa de DEUS”. Procurar melhorar aquilo que DEUS instituiu, por meio de imitar a religião do mundo, provocará juízo certeiro; mas quantos estão fazendo assim nos dias atuais! (Obs Minha - Pr. Henrique - Não se adora a DEUS como o uindo faz, existem normas na legítima adoração - É em ESPÍRITO e em VERDADE - João 4). Davi ficou com muito medo diante dessa manifestação de poder, e ficou como Pedro quando este gritou “Afasta-te de mim, Senhor, pois sou pecador”; mas aprendeu a lição que DEUS quis transmitir: pois em 1 Crônicas 15 vêmo-lo dizendo ao povo que caiu o juízo porque “não o tínhamos consultado sobre como proceder” (v. 13). E lhes diz que “Somente os levitas poderão carregar a arca de DEUS, pois para isso o Senhor os escolheu, para ficarem sempre a seu serviço” (v. 2); assim “os levitas carregaram a arca de DEUS apoiando as varas da arca sobre os ombros, conforme Moisés tinha ordenado, de acordo com a palavra do Senhor” (v. 15). Dessa vez, “DEUS havia poupado os levitas que carregavam a arca” (v.26), pois sempre ajuda aqueles que seguem as suas instruções. Referência é feita no salmo 132 à ocasião em que a arca foi trazida da casa de Abinadabe: “Soubemos que a arca estava em Efrata (Belém), mas nós a encontramos nos campos de Jaar (Quiriate-Jearim)”. Davi estava cheio de júbilo diante da perspectiva da a ter na sua posse. Sempre há regozijo quando podemos dizer, juntamente com Filipe: “Nós o achamos”. (O assunto do ministério diante da arca é amplo demais para ser tratado aqui.) (Obs Minha - Pr. Henrique - Davi queria a todo custo a presença de DEUS junto dele, na mesma cidade). Quando o homem segundo o coração de DEUS foi rejeitado por Jerusalém, e o usurpador foi acolhido no seu lugar, a arca de DEUS foi levada para fora de Jerusalém, e atravessou o ribeiro Cedrom juntamente com o rei rejeitado; o que nos relembra JESUS que, na hora mais sombria da sua rejeição, atravessou com seus discípulos o vale do Cedrom (Jo 18.1). Quando o Templo foi completado e dedicado ao Senhor, vemos que a arca foi levada ao lugar do seu repouso, e colocada no centro dos cenários que prefiguravam tão maravilhosamente o dia em que o Templo de DEUS estiver completado, e os redimidos se reunirão em redor do próprio DEUS. João, na sua visão, teve um vislumbre da arca; pois “foi aberto o santuário de DEUS no céu, e foi vista dentro do seu templo a arca da sua aliança” (Ap 11.19). Quando chegar aquele dia, já “não haverá necessidade de carregar o Tabernáculo, nem qualquer utensílio para o seu serviço”; pois o Senhor DEUS terá “dado repouso ao seu povo”. Assim como DEUS escolheu os levitas na antigüidade, assim ele escolheu a nós para levarmos o seu nome agora; mas naquele dia futuro, nosso testemunho terá chegado ao fim. (Obs Minha - Pr. Henrique - Somos a arca de DEUS agora - Transportamos as tábuas da lei em nossos corações, o pão da vida que é a bíblia que pregamos e a vara de Arão que floresceu que é o ESPÍRIO SANTO que em nós habita e nos dá poder para sermos testemunhas de CRISTO ao mundo - Glória a DEUS). Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do ESPÍRITO SANTO, que habita em vós, proveniente de DEUS, e que não sois de vós mesmos? 1 Coríntios 6:19 2. O culto: seus oficiantes e liturgia. Há toda uma simbologia nesses utensílios do antigo culto como demonstra a tipologia bíblica. Lugar SANTO - Preparação para o culto de intimidade. Pães - Palavra Incenso - Oração Candelabro - Unção e Poder Para se chegar ao SANTO dos Santos e prestar um legítimo culto é preciso Bíblia, Oração e comunhão com o ESPÍRITO SANTO. A Arca do Concerto representava a presença de DEUS. O importante para o autor aos Hebreus é demonstrar a inferioridade do culto levítico em comparação ao culto Cristão e maiormente, o culto do próprio CRISTO no Tabernáculo celeste. Como o sacrifício no sacerdócio Arônico era com sangue de animais, era repetido todos os dias e uma vez ao ano no interior do SANTO dos Santos no Tabernáculo feito por mãos humanas. Já o sacrifício de CRISTO foi ELE mesmo entregue e seu próprio sangue derramado para remir os pecadores. Sacrifício oferecido no tabernáculo celeste e uma vez só, pois é eficiente e totalmente satisfatório. O sacrifício Arônico era simbólico e temporário, o de CRISTO, o verdadeiro e eterno.
A ordem das ofertas em Levítico é segundo o ponto de vista de DEUS. Primeiro, há o holocausto, depois, a oferta do cereal; a oferta de comunhão; a oferta pelo pecado; e a oferta pela culpa. Quando comparecemos diante de DEUS como pecadores, temos vislumbres dos vários aspectos da obra de CRISTO na ordem oposta a essa. Em primeiro lugar, ficamos sabendo que precisamos de perdão pelos atos específicos de pecado que cometemos, e nossa necessidade é atendida na oferta pela culpa. Em seguida, ficamos sabendo que não somente pecamos repetidas vezes, mas também que nossa natureza é maligna; DEUS, porém, fez provisão para isso na oferta pelo pecado. Depois, somos ensinados a entrar no significado da oferta de comunhão e na oferta de cereal, e festejar com elas. Finalmente, vemos no holocausto CRISTO e sua obra, e aprendemos algo do que CRISTO é para DEUS e de nossa posição em CRISTO: “aceitos no Amado”.
O LUGAR DO SERVIÇO - Manual Tipologia Bíblica - Ada Habekshon - EDITORA VIDA | |
Diante do Senhor | |
Regularmente diante do Senhor. (1Cr 23.31) | Santos e irrepreensíveis em sua presença. (Ef 1.4) |
Diante de Arão | |
Depois disso os levitas passaram a ministrar na Tenda do Encontro sob a supervisão de Arão. (Nm 8.22) | Resgatar-nos da mão dos nossos inimigos para o servirmos sem medo, em santidade e justiça, diante dele todos os nossos dias. (Lc 1.74,75) |
Eleazar e Itamar serviram como sacerdotes durante a vida de Arão, seu pai. (Nm 3.4) | |
Porque obedecemos aos seus mandamentos e fazemos o que lhe agrada. (1Jo 3.22) | |
Diante do rei | |
As divisões dos sacerdotes e dos levitas estão definidas para todas as tarefas que se farão no templo de DEUS, e você receberá ajuda de homens peritos em todo tipo de serviço. (1Cr 28.21) | Então, os discípulos saíram e pregaram por toda parte; e o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a palavra com os sinais que a acompanhavam. (Mc 16.20) |
E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos. (Mt 28.20) | |
No santuário | |
Só eles entrarão no meu santuário. (Ez 44 16) | Portanto, irmãos, visto que temos plena confiança para entrar no SANTO dos Santos pelo sangue de JESUS. (Hb 10.19) |
No deserto | |
Ver Números 4 etc. | Como estrangeiros e peregrinos. (1Pe 2.11) |
Na Terra Prometida | |
Ver Josué 3, 4, 6 etc. | Bendito seja o DEUS e Pai de nosso Senhor JESUS CRISTO, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em CRISTO. (Ef 1.3) |
Ver Josué 3, 4, 6 etc. | Pois a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. (Ef 6.12) |
A HABITAÇÃO E AS POSSES DOS LEVITAS | |
Em redor | |
Eles transportarão o tabernáculo e todos os seus utensílios; cuidarão dele e acamparão ao seu redor. (Nm 1.50) | E os animou a permanecerem fiéis ao Senhor, de todo o coração. (Act 11.23) |
Eles passavam a noite perto do templo de DEUS. (1Cr 9.27) | Ali estou no meio deles. (Mt 18.20) |
E entre os candelabros alguém semelhante a um filho de homem. (Ap 1.13) | |
Em Jerusalém | |
Todos esses eram chefes de famílias levitas, alistados como líderes em suas genealogias, e moravam em Jerusalém. (1Cr 9.34) | Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. 0o 15.4) Eu lhes disse estas coisas para que em mim vocês tenham paz. (Jo 16.33) |
Nenhuma herança | |
É por isso que os levitas não têm nenhuma porção ou herança entre os seus irmãos. (Dt 10.9) | Pois não temos aqui uma cidade permanente, mas buscamos a que há de vir. (Hb 13.14) |
Você não terá herança na terra deles, nem terá porção entre eles. (Nm 18.20) | Que há de comum entre o crente e o descrente? (2Co 6.15) |
Sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. (Cl 3.24) | |
Vocês não lhes darão propriedade alguma em Israel. (Ez 44.28) | Nada tendo, mas possuindo tudo. (2Co 6.10) |
Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse. (Act 4.32) | |
Os que compram algo, como se nada possuíssem. (1Co 7.30) | |
Sua herança é o Senhor | |
Eu sou a sua porção e a sua herança entre os israelitas. (Nm 18.20) | Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de DEUS e co- herdeiros com CRISTO. (Rm 8.17) |
O Senhor é a sua herança, conforme o Senhor, o seu DEUS, lhes prometeu. (Dt 10.9) | Para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor. (1Pe 1.4) |
Nele [...] em quem também fomos feitos herança. (Ef 1.11 arc) | |
Eu serei a única herança dada aos sacerdotes. (Ez 44.28) | O meu amado é meu, e eu sou dele. (Ct 2.16) |
Fortalezas | |
Estas foram as cidades e as regiões dadas aos levitas para nelas habitarem. Dentre os descendentes de Arão. (1Cr 6.54) | O nome do Senhor é uma torre forte; os justos correm para ela e estão seguros. A riqueza dos ricos é a sua cidade fortificada. (Pv 18.10,11) |
As insondáveis riquezas de CRISTO. (Ef 3.8) | |
As cidades de refúgio | |
Seis das cidades que vocês derem aos levitas serão cidades de refúgio, para onde poderá fugir quem tiver matado alguém. Além disso, dêem a eles outras quarenta e duas cidades. (Nm 35.6) | Para que, por meio de duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que DEUS minta, sejamos firmemente ancorados, nós que nos refugiamos nele para tomar posse da esperança a nós proposta. Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu. (Hb 6.18, 19) Aquele que teme o Senhor possui uma fortaleza segura, refúgio para os seus filhos. (Pv 14.26) |
2) livramento, esp. da penalidade do pecado Redenção - Livramento de alguma forma de escravidão com base no pagamento de um preço por um redentor (q.v.). Redenção é um conceito básico para a visão bíblica da salvação. No AT, a redenção está integralmente associada à vida familiar, social e nacional de Israel. Um indivíduo israelita poderia agir como um redentor, pagando um resgate para a libertação de um escravo (Lv 25.48ss.), para recuperar um campo (Lv 25.23ss.), ao invés de sacrificar um macho primogênito (Êx 13.12ss.), e em favor de alguém que de outra forma seria condenado à morte (Êx 21.28 ss.). Logo no início do AT, o Senhor DEUS revelou a si mesmo como agindo de forma redentora em favor do homem. Jacó invocou a DEUS como aquele “que me livrou de todo o mal” (Gn 48.15,16). DEUS declarou sua intenção de livrar Israel da servidão no Egito, dizendo: *Vos resgatarei com braço estendido” (Êx 6.6). Na maioria dos casos no AT onde é feita referência à atividade redentora de DEUS, a libertação efetuada é de natureza física e não espiritual (por exemplo, a libertação de Israel do Egito e da Babilônia). Mesmo estas libertações, porém, trazem em si um significado espiritual em que a libertação indicava que DEUS havia perdoado o pecado ou os pecados que diretamente ou indiretamente ocasionaram a calamidade. Em pelo menos um caso (Sl 130.8) a redenção referida é claramente de natureza espiritual, isto é, trata-se de uma redenção do pecado. No NT, a redenção é estritamente uma atividade divina que é realizada por JESUS CRISTO e através dele (Ef 1.7; Gl 3.13; 4,5). Embora a atividade redentora de CRISTO tenha as suas manifestações físicas (por exemplo, a cura das enfermidades), seu principal significado é o resgate espiritual dos pecadores que estão escravizados no pecado (Mc 10.45). A libertação do pecador é assegurada com base no preço de resgate pago a DEUS Pai por JESUS CRISTO em sua morte na cruz (Tt 2.14; Hb 9.12; 1 Pe 1,18,19). A perfeição da obra redentora de CRISTO é claramente declarada no NT (Hb 9.25-28). No entanto, a experiência de redenção do indivíduo redimido só estará completa na segunda vinda de CRISTO (Lc 21.28; Rm 8.23; Ef 1.14). Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD - W. M. O culto levítico possuia pureza cerimonial, tudo era realizado dentro do que foi mandado fazer. Mas não produziu salvação. Já o culto realizado pelo sacrifício de JESUS CRISTO operou a redenção eterna. 2. Uma consciência limpa. A lei e os sacrifícios eram perfeitos, mas o povo não os tinha em seu coração. Devido à falta de conversão dos cultuantes não havia perdão dos pecados. Eles não se arrependiam e paravam de praticar seus pecados.Não havia Novo Nascimento. Não havia Nova Vida. O sacrifício de JESUS CRISTO trouxe um legítimo arrependimento e conversão, além de produzir uma nova vida aos cultuantes. Assim que, se alguém está em CRISTO, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 2 Coríntios 5:17 O sangue de CRISTO purifica e limpa a consciência tornando-a apta para a adoração a DEUS. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de JESUS CRISTO, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. 1 João 1:7 3. Uma herança eterna.
A Antiga Aliança não trazia promessa de salvação e nem de vida eterna com DEUS - No máximo, prometia o milênio sob o governo de CRISTO aqui na Terra. A Nova Aliança traz salvação e promessa de vida eterna com DEUS no Céu, na Nova Jerusalém. A nossa herança é celestial (vamos viver no céu), espiritual (Teremos corpos espirituais e estaremos numa dimensão espiritual) e eterna (Para sempre estaremos como Senhor).
III - A SINGULARIDADE DO CULTO DA NOVA ALIANÇA
Hebreus 9.22-28 - 22 - E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. 23 - De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes. 24 - Porque CRISTO não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de DEUS; 25 - nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário com sangue alheio. 26 - Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. 27 - E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo, 28 - assim também CRISTO, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.
1. O santuário celeste.
O tabernáculo utilizado para o culto Levítico era terrestre, feito por mãos humanas, figura do verdadeiro, no céu. Os sacerdotes e o sumo sacerdote Arão eram oficiantes do culto terreno, mas eram imperfeitos, pois todos pecaram. Já no Tabernáculo celeste CRISTO oficia como sumo sacerdote (Hb 9.24). JESUS nunca pecou e seu sacrifício é perfeito. O exemplo maior de Adoração só ode ser visto no céu. Lá existe perfeição e eternidade e santidade. Se a adoração terrena do sacerdócio levítico com todas suas debilidades foi capaz de ter a manifestação gloriosa de DEUS entre eles, manisfestando-se em Fogo e Trovões e Relâmpagos e a voz do Senhor DEUS todo poderoso, imagine a glória que se há de manifestar na adoração da Nova Alainça realizada pelo próprio filho de DEUS, JESUS.
2. Um sacrifício superior.
O sacrifício de animais não foi suficiente para salvar, mas o sangue de JESUS, nosso sumo sacerdote perfeito que nunca pecou, nos garante a vitória sobre o pecado e a morte.
O serviço prestado por CRISTO na Nova Aliança não foi realizado por meio de sangue alheio (Hb 9.25) como era o do Antigo Pacto. O culto no Antigo Concerto era imperfeito devido a seus oficiantes e seus sacrifícios. O Cordeiro de DEUS que tira o pecado se ofereceu por nós e nosso culto é superior porque é feito em CRISTO.
3. Uma promessa gloriosa.
"Assim também CRISTO, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação" (Hb 9.28).
No contraste feito entre a Antiga e Nova Aliança com seu culto a DEUS o autor de Hebreus chega a conclusão de que nosso Senhor "se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo" (Hb 9.26). Agora, comparece por nós no céu (Hb 9.24), mas um dia aparecerá para levar-nos ao seu lar (Hb 9.28). Vemos aqui "três tempos da salvação"
Três Tempos:
Passado - se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo (Hb 9.26).
Presente - Agora, comparece por nós no céu (Hb 9.24).
Futuro - mas um dia aparecerá para levar-nos ao seu lar (Hb 9.28).
Tudo se realizando pela obra consumada por JESUS na Cruz do Calvário.
CONCLUSÃO
O CULTO E SEUS ELEMENTOS NA ANTIGA ALIANÇANo culto Levítico, no Tabernáculo, os utensílios utilizados eram o Candelabro, a Mesa dos Pães da Proposição e o Altar de Incenso no Lugar SANTO. Arca da Aliança e Incensário no SANTO dos Santos. No culto Levítico seus oficiantes eram os sacerdotes e o sumo sacerdote, tendo como liturgia vários sacrifícios e ofertas. Tudo sem a eficácia desejada para a salvação do povo. A EFICÁCIA DO CULTO NA NOVA ALIANÇA Na Nova Aliança há uma redenção eterna, não passageira e perene como a da Antiga Aliança. Há agora uma consciência limpa, pois é diferente da Antiga Aliança, agora há transformação de Vidas, arrependimento de pecado e santificação. Na Nova Aliança há uma herança eterna e não promessas apenas materiais e passageiras. III - A SINGULARIDADE DO CULTO DA NOVA ALIANÇA Na Nova Aliança há o verdadeiro culto no santuário celeste e não no terrestre como na Antiga Aliança. Agora há um sacrifício superior, pois não é feito com sangue de animais, mas com o sangue de JESUS, incontaminado pelo pecado. Agora há uma promessa gloriosa de vida eterna com DEUS, uma vida espiritual. AJUDA EM LIVROS E REVISTAS Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato LIÇÃO 9 - CRISTO TROUXE MAIOR GLÓRIA NA ADORAÇÃO A DEUS LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - HEBREUS 9.1,2,11,12,15,22-28 1 Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. 2 Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. 11 Mas, vindo CRISTO, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação,12 nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. 15 E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna. 22 E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.23 De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes. 24 Porque CRISTO não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de DEUS; 25 nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário com sangue alheio. 26 Doutra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.27 E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo,28 assim também CRISTO, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação. ORIENTAÇÃO DIDÁTICA: Se possível, amplie no quadro de giz a figura abaixo. Em seguida convide sete dos seus alunos para colocarem o nome das peças do tabernáculo no lugar correspondente.
1. Altar do holocausto
2. Bacia de bronze
3. Mesa dos pães da proposição
4. Candeeiro de ouro
5. Altar do incenso 6. Incensário.
7. Arca da aliança
8. Propiciatório
INTRODUÇÃO
Nas lições referentes aos capítulos de 8 a 10 da epístola em estudo, vemos a diferença marcante entre o
ministério sacerdotal, no antigo pacto, e o de CRISTO, como Sumo Sacerdote no Novo Concerto. Nesta lição, que dá seqüência ao tema da anterior, veremos, mais uma vez, que, em todos os aspectos, o Novo Concerto é melhor e mais glorioso que o primeiro.
I. O CULTO DIVINO EM SANTUÁRIO TERRESTRE1. O culto no lugar santo do tabernáculo (9.1,2). O tabernáculo, onde as atividades do culto eram intensas, dividia-se em três partes: o Pátio (Átrio), o Lugar SANTO e o SANTO dos Santos. O v.2 refere-se à segunda parte – o lugar santo, chamando-o “o primeiro”, pelo fato dele ser a primeira das duas partes cobertas: o Lugar SANTO e o SANTO dos Santos. O Pátio era descoberto.
2. Os elementos do Lugar SANTO. Após o véu da entrada, viam-se três elementos importantes na segunda parte do tabernáculo: “o candeeiro, o altar de Incenso e a mesa com os pães da proposição” (v.2). O tabernáculo revelava que DEUS queria manifestar-se no meio de seu povo (Êx 25.8). Hoje, devemos valorizar o ambiente do templo, na igreja local, pois é consagrado ao culto a DEUS.
a) O candeeiro, castiçal ou candelabro. Era uma peça maciça, de ouro puro, cujas lâmpadas eram acesas diariamente (Êx 25.31; Lv 24.1-4), representando CRISTO, a luz do mundo (Jo 8.12);
b) Os pães da proposição. Ficavam sobre a mesa, que era um móvel de madeira de cetim, revestida de ouro. Os pães da proposição eram um tipo de CRISTO, o pão da vida (Jo 6.35).
c) O altar do incenso. O escritor não fala do altar do incenso, mas este também estava no Lugar SANTO (ver Êx 30.1-3) representando CRISTO, nosso intercessor (Jo 17 1-26; Hb 7.25). Ele ocupava uma posição central no santuário, indicando que a vida de oração é fundamental no culto a DEUS. A negligência à oração revela imaturidade espiritual.
3. O lugar SANTO dos Santos (vv. 3-7). No seu interior, estava a arca do concerto, com a sua cobertura ou propiciatório, com querubins entalhados nas extremidades (Êx 25.10). A arca representava a presença de DEUS ou CRISTO, nosso Emanuel, que é DEUS conosco (Mt 1.23). Na arca, estavam o maná, em memória da provisão de DEUS, ou CRISTO, o “pão que desceu do céu” (Jo 6.58); a vara de Arão, lembrando o poder criativo de DEUS; e as tábuas do concerto, para que o povo não se esquecesse da importância da lei, também havia um incensário que o sumo sacerdote usava para fazer fumaça. Mas havia um véu, separando o Lugar SANTO do Lugar Santíssimo (vv.3,7,8). Aquele véu indicava “que ainda o caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo” (v.8). Quando oramos, não devemos ficar “no Pátio” (oração monótona, religiosa apenas). Precisamos passar ao “Lugar SANTO” (oração objetiva) e chegar ao “SANTO dos Santos” (oração no ESPÍRITO SANTO - em línguas).
II. UM MAIOR E MAIS PERFEITO TABERNÁCULO 1. CRISTO, Sumo Sacerdote dos bens futuros (v.11). Esses “bens futuros” ainda não estão plenamente ao nosso alcance. A salvação é presente, mas depende de nossa perseverança até o fim (Mt 10.22; 24.13; cf. Rm 13.11). O reino absoluto de CRISTO e a feliz eternidade com DEUS nos aguardam. Os céus nos esperam. A Nova Jerusalém está preparada para os santos do Senhor, falta só o lugar de cada um.
2. Um perfeito tabernáculo (v.11). O tabernáculo celestial, “não feito por mãos”. Os utensílios do antigo tabernáculo desapareceram. Onde estará a arca? O altar do incenso? Não se sabe. Porém CRISTO, ao morrer, fez com que o véu do templo (em Jerusalém) se rasgasse de alto a baixo, demonstrando que o caminho para o verdadeiro santuário, que é a presença de DEUS, estava definitivamente aberto para o homem que nEle crê.
3. Mediador de um Novo Testamento.
a) O Velho Testamento foi superado. O Velho Testamento era a sombra das coisas celestes, providas por DEUS para a redenção do homem. A lei, que orientava o culto no antigo santuário, não justificou ninguém (Gl 3.11). Pelo contrário, os que estavam debaixo das obras da lei estavam sob maldição, por não poderem cumprir todas as suas cláusulas (Gl 3.10).
b) O Novo Testamento é superior. CRISTO tornou-se “Mediador de um Novo Testamento” (v.15), que contém as cláusulas marcantes e definitivas do novo relacionamento de DEUS com o homem, e deste com DEUS. Ele “entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (v.12).
c) A morte do testador. O testamento só tem validade com a morte do testador (v.16). Uma vez que CRISTO morreu, o Novo Testamento passou a ter validade, garantindo-nos uma “herança eterna” (v.15). No antigo tabernáculo, a expiação dos pecados era temporária e parcial. No novo, com a garantia do Novo Testamento, a redenção é perfeita, definitiva e perene.
d) Sacerdote imaculado (v.14). Os sacerdotes eram imperfeitos. CRISTO, nosso Sumo Sacerdote, com seu sangue, “pelo ESPÍRITO eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a DEUS”, purificando as consciências “das obras mortas” para que sirvamos ao DEUS vivo (v.14). O Velho Testamento era validado pelo sangue de animais (v.19). O Novo legitimou-se pelo sangue de CRISTO, derramado em nosso lugar.
III. O SACRIFÍCIO PERFEITO DE CRISTO1. “Sem derramamento de sangue não há remissão” (v.22). A Bíblia ressalta que, no antigo tabernáculo, “quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue”, enfatizando que “sem derramamento de sangue não há remissão” (cf. Lv 17.11). Aqui, vemos a importância do sangue para a expiação do pecado, no Velho Testamento. Isso quer dizer que, quando um animal era oferecido em sacrifício pelo pecado, DEUS aceitava a oferta por atribuir a ela o valor provisório do resgate do pecador ofertante. O sangue era símbolo da outorga da vida, que era dada em expiação. Tal sacrifício apontava para o sangue de CRISTO, que seria derramado em nosso lugar.
2. “Sacrifícios melhores” (v.23). O escritor diz que “era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem”, ou seja, deviam purificar-se com sangue. Cada animal morto, substituto do pecador, apontava para o “Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Os sacrifícios antigos eram repetitivos. O de CRISTO foi efetuado uma única vez, por ser superior e perfeito.
3. A entrada de CRISTO no céu (v.24). CRISTO entrou “uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção” (v.12). O sacerdote entrava todos os dias no santuário, isto é, no Lugar SANTO, mas só conseguia a remissão parcial e temporal do pecado. O sumo sacerdote entrava somente uma vez por ano no SANTO dos Santos e oferecia sacrifícios pelo povo e por si próprio, pois também era pecador (cf. v.7). No entanto, CRISTO entrou “no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de DEUS”. Ele é nosso intercessor perfeito (Rm 8.34), juntamente com o outro maravilhoso intercessor, que é o ESPÍRITO SANTO (Rm 8.27).
4. CRISTO aparecerá pela segunda vez (vv.27,28). Aqui a Bíblia diz que CRISTO “uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo”, oferecendo-se para “tirar os pecados de muitos”, e que Ele voltará, pela segunda vez, “aos que o esperam para a salvação”.
CONCLUSÃO
O Novo Concerto trazido por CRISTO realizou-se através de um sacrifício perfeito e único, que não precisa repetir-se, em substituição aos sacrifícios imperfeitos do antigo concerto. Assim, sejamos gratos a DEUS pela morte de CRISTO na cruz do Calvário, o qual por nós efetuou uma eterna redenção. Subsídio Teológico
“A expiação da Nova Aliança (9.11-22). O tema de reforma introduz um santuário melhor, um sacrifício eficiente e uma salvação mais completa. O serviço do sumo sacerdote judaico no Dia da Expiação representava o clímax do sistema levítico. Nesse dia, todo ano, ele entrava na presença divina, num tabernáculo terreno, levando o sangue expiatório de animais. Sob a Nova Aliança, CRISTO, “o sumo sacerdote dos bens futuros”, entrou uma vez para sempre no próprio tabernáculo, levando o seu próprio sangue como expiação.O sangue de touros e de cabras efetuava apenas purificação ritualística e simbólica, de alcance limitado, mas o sangue de CRISTO, oferecido como sacrifício espiritual e vivo, executa a purificação interior, que traz comunhão com o DEUS vivo (vv. 13,14).
O bispo Westcott observa o seguintes itens pelos quais o sangue de CRISTO é superior, partindo da análise de seu sacrifício, que foi: a) voluntário, ao contrário dos sacrifícios exigidos pela Lei; b) racional, e não como o dos animais (irracionais); c) espontâneo, e não em obediência a ordens superiores;
d) moral, como oferta de si próprio por ação do supremo poder nEle residente (o ESPÍRITO Eterno), pelo qual mantinha comunhão com DEUS. Não seguiu meramente um rito, um esquema predeterminado. Não! Ele detinha os mais puros motivos.” (Comentário Bíblico — Hebreus, CPAD, págs. 148,149) A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO (vi) A glória maior da nova ordem (9.1-14) 1. Caso qualquer dos leitores pense que o escritor estava subestimando o antigo, agora sublinha algumas das glórias do tabernáculo antigo. Fica impressionado com a boa ordem das disposições dentro do culto levítico, e pretende aprensentar este fato a fim de demonstrar a maior glória do novo. É bem possível que saiba que alguns dos seus leitores, que foram criados na atmosfera de glorificar o passado, considerem que a posição não tem substituto para oferecer em troca da dignididade do culto ritual. Mas embora ele pessoalmente não deixe de apreciar as glórias do passado, quer levar seus leitores a uma apreciação mais verídica das glórias superiores da fé cristã. Ocupa-se em primeiro lugar com os preceitos de serviço sagrado. A palavra traduzida preceitos ou “regulamentos” (dikaiõma) tem muitos usos no Novo Testamento, como, por exemplo, “a exigência justa da lei,” ou “o ato que cumpre aquilo que é considerado certo.” Oqueé ressaltado mais claramente nesta passagem é que foram determinados regulamentos que exigiam obediência. Mas o interesse principal centraliza-se no lugar do culto, que só viria bem mais tarde. 0 lugar de culto aqui é chamado um santuário terrestre (to hagion kosmikon), rigorosamente com o artigo definido. Este artigo (presente em ARA), não é sem importância, porque está em mente um santuário específico, o cenário da atividade sacerdotal no tabernáculo. A palavra traduzida santuário (hagion) representa tanto o santo lugar (v. 2) quanto o SANTO dos Santos (v. 3). A única outra ocorrência no Novo Testamento de kosmikon (“terrestre,” “deste mundo”) acha-se em Tito 2.12, onde é aplicada às paixões mundanas. No presente caso é usado sem qualquer conotação moral e denota a terra, em contraste com o céu, como a esfera de atividade (cf. 8.1-2). 2. Sem dúvida, a razão porque se faz referência agora ao tabernáculo (skènè) é que ninguém deve supor que o Templo está em mente. Uma comparação com os regulamentos do tabernáculo original é, evidentemente, considerada mais autoritativa para os cristãos judaicos do que uma com o Templo. É possível, além disto, que estes cristãos estivessem confusos acerca daquilo que deveriam fazer a respeito do culto ritual bíblico. A declaração de que o tabernáculo foi preparado relembra a ocasião em que foi originalmente montado. O tabernáculo consistia em duas partes. Primeiramente é mencionada a parte anterior (pròtè, literalmente “primeira”), presumivelmente chamada a primeira porque estava mais próxima à entrada do pátio externo. Três peças de mobília ficam nesta parte: o candeeiro, e a mesa, e a exposição dos pães (os pães da proposição). Nenhuma explicação do significado destes artigos é dada, porque é tomado por certo que os leitores têm conhecimento deles. Os detalhes exatos acham-se em Êxodo 25, 37 e 40.0 candeeiro ficava de um lado do lugar santo e a mesa do outro. Entre eles havia o altar de incenso que não é mencionado aqui, mas que é aludido no versículo seguinte como se ficasse além da cortina divisória (mas veja o comentário sobre o v. 3). 3. O segundo véu é claramente o véu que separava o SANTO Lugar do SANTO dos Santos. Esta era a cortina que já foi mencionada em 6.19. Estaparte interna também é chamada um tabernáculo ou “tenda” , sendo que o escritor usa o mesmo termo para descrever tanto a parte interna quanto a parte externa, como se existissem dois tabernáculos. Posto que o tabernáculo era considerado a moradia de DEUS, a palavra era especialmente apropriada para o santuário interno. A forma da expressão SANTO dos Santos indica a santidade especial do lugar e explica porque o acesso normal a ele era vedado. 4. Surge um problema acerca do primeiro item mencionado no SANTO dos Santos. Se o altar de ouro para o incenso for o modo correto de entender a palavra usada (thymiatèrion), posicioná-lo no santuário interior seria um desvio do relato em Êxodo onde era colocado no SANTO Lugar diante da entrada ao lugar interno. Tem sido sugerido que a palavra pode ser entendida no sentido do incensário do sumo sacerdote, mas isto é improvável, porque o relato do Êxodo não considera que é de ouro. Deve ser reconhecido que a palavra thymiatèrion significa primariamente “incensário” e que assim é usada na LXX. Apesar disto, seu significado derivado de “altar de incenso” é achado em Filo e Josefo, e este é claramente o sentido visado neste contexto em Hebreus. É inconcebível que não houvesse nenhuma menção aqui do altar de ouro para o incenso. Qual, pois, é a explicação para sua colocação numa posição diferente? Em primeiro lugar, pode ser observado que o escritor não diz “onde está um altar de ouro para o incenso” segundo o estilo do v. 2. Deve ter tido uma boa razão para fazer a diferença. Tem sido sugerido, conforme temos em ARA, que o particípio “tendo” (echousa) pretende transmitir o sentido de “pertencendo a” ao invés de “ficando dentro,” visto que o altar de incenso, por assim dizer, barrava a entrada para o SANTO dos SANTO, e, neste sentido, podia ser dito que pertencia a este. Este conceito é apoiado pelo fato de que o altar era colocado de tal maneira que a fumaça do incenso que era queimado devia penetrar além do véu e subir para DEUS diante da arca da aliança. Apesar disto, posto que o mesmo particípio serve também para arca, que muito certamente estava dentro do SANTO dos Santos, a explicação anterior não deixa de ter certa dificuldade. Mesmo assim, é a mais razoável. Há claramente uma ligação estreita entre o altar do incenso e o SANTO dos Santos. Podemos também notar que em 1 Reis 6.22 o altar de incenso é descrito como sendo “o altar inteiro” pertencente ao santuário interior. A arca da aliança ficava no SANTO dos Santos no tabernáculo e no templo de Salomão, mas não no Templo posterior. Neste último, na verdade, o lugar estava completamente vazio, com exceção de uma plataforma de pedra. Quando o escritor diz que a arca estava totalmente coberta de ouro, quer dizer tanto fora como dentro (cf. Êx 25.11). A tampa da arca era conhecida como o propiciatório e era adornada com dois querubins de ouro (veja v. 5). O enfoque da atenção no momento, porém, recai sobre o conteúdo da arca. Três itens são mencionados. O primeiro é a uma de ouro. Vale observar que três vezes nesta descrição dos móveis do tabernáculo, o escritor menciona ouro. Fica claramente impressionado com o caráter resplandecente dos itens separados. No caso da uma, o texto hebraico não menciona a matéria preciosa da qual era feita, mas consta na Septuaginta. A conservação do maná objetivava lembrar os israelitas da provisão maravilhosa que DEUS lhes fizera durante a peregrinação no deserto, e a vara de Arão, que floresceu era para lembrar-lhes da poderosa intervenção de DEUS em prol deles. Quando o Templo foi edificado, a arca da aliança continha somente as tábuas da aliança, i. é, as tábuas da lei mosaica. Na fé cristã há equivalentes espirituais, mas o uso dos objetos simbólicos aqui claramente significava muita coisa para o escritor e seus leitores. O alvo do escritor é reconhecer as glórias do culto, conforme são expostas no ritual do tabernáculo, a fim de levar para o ministério específico de CRISTO. 5. A expressão os querubins de glória é interessante, porque faz mais do que descrever os querubins como sendo gloriosos. A glória (doxa) simbolizava a presença de DEUS. Os querubins, portanto, faziam lembrar a DEUS. Sua posição, assim descrita: com a sua sombra, cobriam o propiciatório revela que são guardas da majestade de DEUS. A palavra traduzida propiciatório (hilastèrion) significa “uma coisa que propicia,” mas veio a ter um significado teológico adicional em conexão com a expiação, porque era esta parte da arca que era aspergida com sangue no Dia da Expiação. Este fato explica seu uso em Romanos 3.25 num sentido aplicado com relação à morte de CRISTO. O escritor desta carta, no entanto, não o aplica num sentido espiritual ou teológico. A esta altura, está principalmente interessado na glória da velha ordem. Poderia dizer mais, mas refreiase de fazê-lo (não falaremos agora pormenorizadamente), porque tem outros aspectos para mencionar, especialmente suas limitações. 6-7. A despeito de todo o esplendor dos móveis do tabernáculo, a adoração segundo a ordem levítica era severamente limitada. Os israelitas não podiam aproximar-se diretamente; deviam vir através dos seus representantes, os sacerdotes. Mesmo assim, somente um deles podia entrar anualmente no SANTO dos Santos. A via de acesso certamente não estava aberta, conforme mais tarde veio a estar através de CRISTO (cf. 10.19-20). Dentro do tabernáculo, havia atividade incessante enquanto os homens se aproximavam dè DEUS segundo a maneira que Ele mesmo determinara. A cena inteira testifica do seu desejo de aproximar-se de DEUS, ressaltando, ao mesmo tempo, a insuficiência do método antigo. Certos preparativos de tipo ritual eram essenciais antes dos sacerdotes terem licença de entrar, preparativos estes que visavam lembrar-lhes da sua própria necessidade pessoal e da provisão de DEUS que lhes permitia a entrada. O templo presente do verbo entrar, reforçado pela frase adverbial continuamente (dia pantos eisiasin), ressalta o caráter repetitivo da ordem mosaica, tratando-se de um contraste deliberado com a qualidade definitiva do novo caminho. Mais uma vez, como no v. 2, o SANTO Lugar é identificado como o primeiro tabernáculo (i.é, o primeiro para quem entra). A continuidade foi historicamente quebrada pela cessação do tabernáculo, mas foi retomada nos templos até os dias do próprio escritor. Os serviços sagrados realizados incluíam o oferecimento do incenso e o acender das lâmpadas. Para qualquer pessoa criada no judaísmo, estas atividades seriam contempladas com certa reverência, e quando tal pessoa se tomasse cristã, não perderia imediatamente seu respeito por elas. Este seria especialmente o caso dos eventos impressionantes no Dia da Expiação uma vez por ano. É sua infreqüência que lhe dá mais impacto. À medida em que cada evento anual se aproximava, a solenidade da ocasião pesaria sobre a mente do sumo sacerdote, especialmente enquanto se preparava primeiramente a “oferecer sangue por si” antes de providenciá- lo para seu povo. Conforme Levítico 16.1 lss., o sumo sacerdote tinha de aspergir o sangue dos touros no propiciatório sete vezes, e depois repetir o ato com o sangue de um bode. Nosso escritor não está preocupado, no entanto, em dedicar tempo e espaço a pormenores deste tipo. Para ele, basta dar o mínimo de informações necessárias para introduzir sua aplicação teológica. É digno de nota que é dito que a oferta anual é pelos pecados de ignorância do povo (literalmente “ignorâncias,” agnoêmata). 8. Visto que os pormenores que acabam de ser dados têm relacionamento ao culto ritual bíblico, o propósito do ESPÍRITO ao inspirar o registro deles no Antigo Testamento passa agora a ser focalizado. O Espirito SANTO dá a entender o sentido verdadeiro. Esta declaração revela alguma coisa da abordagem do escritor à inspiração, porque o ESPÍRITO está continuamente demonstrando (tempo presente) como o culto ritual agora pode ser aplicado. Este ministério explanatório do ESPÍRITO está em harmonia com a promessa de JESUS no Evangelho segundo João (cf. Jó 16.12ss.). O que é especificamente definido como o significado é que um obstáculo barra o caminho para o SANTO dos Santos, e, portanto, para a presença de DEUS. O caminho do SANTO Lugar deve ser, aqui, o santuário interno em comparação com o externo. As palavras enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido parecem significar “enquanto a aproximação depender de cerimônias do tipo levítico” que excluíam todos menos o sumo sacerdote do acesso à presença de DEUS, e até mesmo ele era excluído durante todos os dias do ano, menos um. Não é sem relevância que as palavas continua erguido (echousès stasin) poderiam ser mais literalmente traduzidas “tem posição”, i.é, um lugar ou status (categoria). Sob a nova aliança, este status cessa. 9. As palavras Ê isto uma parábola para a época presente dão alguma idéia da abordagem do escritor à totalidade do sistema levítico. Era uma figura (parabolé). Era, portanto, sugestiva de verdades mais profundas do que ela mesma conseguiu cumprir. Além disto, seu propósito simbólico parece ser limitado à era presente, e com isto parece que o escritor o contrasta com a era futura (cf. 6.5). No contexto de pensamento nesta passagem a era “presente” foi aquela que preparou o caminho para o aparecimento de CRISTO (veja w. 11-12), depois de que o símbolo foi cumprido e, portanto, cessou de ter qualquer função.A frase segundo esta (kath’ hèn), presumivelmente diz respeito a toda a matéria anterior. Segundo o sistema levítico dons e sacrifícios foram considerados temporariamente eficazes em capacitarem os homens a virem para DEUS, mas não a chegarem à perfeição. A verdadeira avaliação da ordem do sacerdócio procura ver se tal ordem pode aperfeiçoar. Por mais gloriosos que fossem os ornamentos, qualquer sistema seria inadequado se esta finalidade não pudesse ser atingida. Mais uma vez, o escritor tem em mente a clara superioridade de CRISTO, que mais tarde toma explícita (cf. 10.14). A razão principal para a repetição do cerimonial na ordem levítica era porque permaneciam imperfeições. Outro aspecto que é claramente ressaltado aqui é que a adoração é uma questão de consciência. Ê a consciência que conta a uma pessoa acerca de si mesma e a toma consciente de que tem de prestar contas diante de DEUS. Carrega uma pessoa com culpa. Onde há qualquer endurecimento da consciência ou onde a consciência está sobrecarregada de culpa, a adoração verdadeira é impossível. Por mais incompletas que tenham sido as ofertas levíticas, suas intenção era fornecer um meio para aquele que presta culto purificar sua consciência. Mais uma vez, a superioridade da abordagem cristã é vista em 9.14 onde a purificação da consciência de obras mortas é providenciada, e no capítulo seguinte (10.22) onde corações podem ser purificados da má consciência. 10. A limitação da ordem levítica é vista, ainda mais, no fato de que muitos dos regulamentos somente tratavam de questões externas, as de comidas e bebidas e diversas abluções. Alguma dificuldade surge do fato de que a lei mosaica não estipulou quaisquer regulamentos acerca de tabus relacionados com a bebida, a não ser que o voto do nazireado fosse levado em conta (Nm 6.3). Estes tabus e purificações rituais diziam respeito a questões periféricas, embora fossem consideradas importantes. Não devem ser identificadas com os dons e os sacrifícios do versículo anterior, mas são acompanhantes deles. Aqui são até mesmo descritos como ordenanças da came. Parece haver aqui, como na seção seguinte (13-14), um contraste entre a consciência e a came, entre o interior e espiritual e o exterior e físico. As ordenanças, além disto, eram impostas, ao passo que em CRISTO um resultado muito mais eficaz é conseguido por meios espirituais, não legais. Sem dúvida, muitas das restrições eram benéficas ao corpo, mas não traziam liberdade ao espírito. Além disto, eram apenas temporárias, até ao tempo oportuno de reforma (diorthõseòs). Esta expressão incomum não ocorre em qualquer outra parte da Bíblia grega, mas é semelhante a expressões tais como “regeneração” (palingenesia) em Mateus 19.28 e “os tempos da restauração” (ou restituição, apokatastaseõs) em Atos 3.21. Para o escritor desta Epístola, este tempo já veio, identificado no v. 11 como sendo o tempo quando CRISTO apareceu como Sumo Sacerdote. 11. A esta altura começa a explicação da função especial de CRISTO sob a nova aliança. O escritor transfere os aspectos principais da antiga — o tabernáculo e a expiação — para termos espirituais. Desta maneira demonstra seu valor verdadeiro. Apontavam para a realidade maior por detrás da sombra. Em primeiro lugar, CRISTO é mencionado como quem Se tomou sumo sacerdote. Esta não é uma visão nem um assunto para discussão. É questão de fatos (veio é o particípio aoristo, paragenomenos). Não há necessidade para discussão adicional, porque é tomado por certo como fato básico da fé cristã. A descrição especial de CRISTO como sumo sacerdote dos bens já realizados demonstra outra distinção entre a antiga e a nova. Ao passo que a antiga era um prenúncio de coisas melhores para vir, a nova baseia-se num fato já consumado. Quando JESUS CRISTO tomou-Se Sumo Sacerdote, imediatamente distribuiu muitas “coisas boas” como resultado. Mas embora estejam perfeitamente realizadas nEle, ainda não o estão em nós. Estas coisas boas representam todas as bênçãos espirituais que são dispensadas por nosso Sumo Sacerdote. O texto alternativo tòn mellontòn (i.é, “bens do porvir”) é bem-atestadò e pode ser original. Seria apropriada para a idéia geral de expectativa em Hebreus, mas o alternativo adapta-se melhor ao presente contexto. Depois, o enfoque recai sobre o lugar do ministério de CRISTO. Mais uma vez, o antigo simboliza o novo. O antigo tabernáculo no deserto agora é obsoleto, mas tem seu equivalente — aquilo que o escritor chama de o maior e mais perfeito tabernáculo. Ê significativo que o tabernáculo é descrito em termos definitivos. 0 artigo definido indica um tabernáculo sem igual que pode ser descrito como sendo “o maior.” Não há outras comparações possíveis com este tabernáculo espiritual. Não pode ser melhorado. A força da palavra mediante (dia) deve ser notada, visto que afeta nossa interpretação do tabernáculo. Pode significar “através de” (i.é, o sumo sacerdócio é por meio de um tabernáculo); ou “por meio de”, dando a humanidade de JESUS como o meio; ou “por meio de” , entendendo que o tabernáculo é o santuário celestial. As palavras não feito por mãos, quer dizer, não desta criação são para explicar que o significado pretendido não era literal, mas espiritual. Estêvão tinha olhado para o futuro, para o Templo não feito por mãos (Atos 7.48), e teria compreendido a transferência do pensamento deste escritor. Muitos escritores patrísticos interpretaram o melhor tabernáculo como sendo a carne de CRISTO, mas parece significar mais do que isto. As palavras explanatórias: não desta criação, realmente parecem excluir aquele ponto de vista. Parece, de fato, que o escritor quer desviar a atenção do símbolo terrestre para introduzir a obra espiritual de CRISTO sem definir mais o que quer dizer com o mais perfeito tabernáculo. Quando passa no v. 12 a falar do SANTO Lugar está presumivelmente pensando na aproximação a DEUS pelo homem. Tem sido sugerido que o “tabernáculo” onde CRISTO ministra é a comunidade espiritual no sentido de que Seu “corpo” é um templo espiritual,72 mas esta idéia parece demasiado longe do contexto. 12. Há um aspecto marcantemente definitivo naquilo que CRISTO tem feito em comparação com a repetição contínua do sacerdócio arônico. Este fato é especialmente ressaltado pelas palavras entrou... uma vez por todas. O advérbio já ocorreu em 7.27, a respeito da oferta que CRISTO fez pelo pecado e é repetido outra vez em 10.10 no mesmo sentido. Nosso escritor claramente está impressionado por este aspecto definitivo. Não somente a oferta não poderia ser repetida, como também era de um caráter totalmente diferente das velhas ofertas, que consistia no sangue de bodes e de bezerros. A eficácia das ofertas dependia do derramamento de sangue, e é esta característica à qual o escritor se apega a fim de comentar sobre a obra de CRISTO. De nenhuma maneira mais dramática a superioridade poderia ser demonstrada senlo por meio de comparar a oferta de JESUS de si mesmo com o sacrifício de animais. Se o sangue era indispensável, nenhum sangue mais nobre do que aquele do próprio sumo sacerdote poderia ser fornecido. Não era de se maravilhar que aquele sacrifício nunca precisaria ser repetido. Além disto, ao levar, por assim dizer, seu próprio sangue como a oferta, nosso Sumo Sacerdote conseguiu efetuar uma entrada permanente. Nenhum véu poderia conservá-Lo fora do SANTO dos Santos. Bruce discute a sugestão de que foi somente quando JESUS subiu para o céu e levou consigo o sangue expiador que a expiação foi feita. Mas sustenta que isto é levar a analogia do Dia da Expiação longe demais. A verdadeira eficácia da obra de CRISTO é resumida nas palavras tendo obtido eterna redenção. Conforme o particípio heuramenos é traduzido aqui (“obtendo” — tendo obtido, ARA), é considerado subseqüênte à oferta e como resultado direto dela. Um método alternativo possível de entender o particípio é considerá-lo como ação que acompanha o ato de entrar, mas parece melhor entendê-lo no primeiro sentido. A palavra traduzida “redenção” (lytròsis) ocorre no Novo Testamento, fora daqui, somente em Lucas 1.68; 2.38, mas vem da mesma raiz que “resgate” (lytron, Mt 20.28; Mc 10.45) que é achado no comentário mais notável de JESUS acerca da Sua própria Paixão vindoura que é registrado nos Evangelhos Sinóticos. Nlo há dúvida de que esta idéia fez uma profunda impressão, porque a obra redentora de CRISTO é mencionada enfaticamente nas Epístolas de Paulo, onde o substantivo composto (apolytrõsis, “redenção”) é usado (cf. Rm 3.24; 8.23; 1 Co 1.30; Ef 1.7, 14; 4.30; Cl 1.14). Nosso escritor emprega a forma composta no v. 15, mas a idéia da redenção não é tão plenamente desenvolvida nesta carta como nas Epístolas de Paulo. Ao passo que a idéia da formacomposta é da libertação ou soltura mediante o pagamento de um preço (cf. 11.35), da forma radical (lytron) é a de um preço equivalente de troca, especialmente aquele que é pago para a libertação de escravos. A redenção é descrita como sendo etema porque é completa e, portanto, não pode ser repetida. 13-14. Na cláusula condicional que começa o v. 13, a possibilidade da purificação sob a antiga lei é tomada por certa, porque o escritor quer ressaltar mais uma vez a superioridade de CRISTO, desta vez na avaliação da Sua oferta. Dois exemplos dos sacrifícios levíticos são escolhidos para representarem as disposições gerais da lei mosaica para oferecer a purificação do pecado. O primeiro - o sangue de bodes e de touros — é provavelmente uma referência às ofertas no Dia da Expiação (cf. Lv 16), e o segundo — a cinza de uma novilha — pode referir-se à oferta ocasional de uma novilha (cf. Nm 19). Estas eram disposições externas que ofereciam a purificação ritual da contaminação da carne. É importante notar o contraste entre “carne” e o “ESPÍRITO” no v. 14. Um dos contrastes mais importantes é entre a natureza externa das ofertas levíticas e o caráter essencialmente espiritual da oferta de CRISTO. As ofertas levíticas podiam fornecer a pureza cerimonial numa base temporária, e o faziam mesmo, mas a oferta que CRISTO faz purificará a nossa consciência, i. é, era uma purificação interior e espiritual. O escritor não oferece qualquer sugestão quanto à maneira em que os procedimentos levíticos poderiam purificar do pecado, ainda que somente de uma maneira temporária. Deve ser notado que a lei fazia provisão para a aspersão sobre os contaminados. Em 10.22 a mesma palavra é usada para a consciência do cristão sendo purificada (aspergida). Além disto, a aspersão é realmente aplicada ao livro da aliança em 9.19ss., bem como ao tabernáculo e os vasos (veja o comentário mais adiante). Porque todas estas coisas tinham sido manuseadas pela aspersão. Várias declarações importantes são feitas acerca da oferta que CRISTO fez de Si mesmo. Em primeiro lugar, é resumida na expressão o sangue de CRISTO, que ocorre somente aqui nesta Epístola, embora a frase paralela “o sangue de JESUS” seja usada em 10.19. Forma um contraste deliberado com “o sangue de bodes e de touros” no v. 13. Nos dois casos o sangue representa simbolicamente a morte da vítima, e representa a entrega da vida em prol dos outros. O segundo fato acerca da oferta de CRISTO, de que é pelo Espirito eterno, imediatamente a coloca numa categoria totalmente diferente das ofertas de animais de conformidade com Levítico. CRISTO fez Sua oferta com a plena apreciação racional daquilo que estava fazendo, o que nenhum animal poderia fazer em ocasião alguma. Há, porém, um significado ainda mais profundo aqui, porque a expressão Espirito eterno não tem artigo no grego e deve primariamente referir-se ao espírito de JESUS em comparação com a Sua carne. Mas o ESPÍRITO SANTO, sem dúvida, também está em mente, visto que JESUS estava operando com conjunção com o ESPÍRITO (cf. o batismo). É possível que o Servo do Senhor, profetizado por Isaías, esteja por detrás deste conceito, especialmente Isaías 42.1: “pus sobre ele o meu ESPÍRITO.” É somente a respeito de CRISTO que se podia dizer que Seu espírito era etemo, fato este que até mesmo uma morte sacrificial não poderia afetar. Visto que a redenção a ser obtida era eterna (v. 12), era necessário que a oferta fosse feita por alguém que possuísse espírito etemo. Outra faceta da oferta de CRISTO é que Ele mesmo tomou a iniciativa — a si mesmo se ofereceu. Nenhuma outra vítima e certamente nenhum outro sumo sacerdote tinha feito assim. Foi tanto voluntária quanto premeditada, o que significa, portanto, que não foi mera questão de circunstâncias, em sentido algum. Além disto, a oferta é colocada no nível moral mais alto, quando as palavras sem mácula são acrescentadas a ela. Todas as ofertas levíticas tinham de ser escolhidas de animais sem mácula, mas a inocência não poderia ser do tipo moral. O caráter imaculado de JESUS achava-se no Seu perfeito cumprimento da vontade de DEUS. Foi obediente até à morte (Fp 2.8). É parte integrante da fé do Novo Testamento que JESUS viveu e morreu sem pecado, porque somente assim poderia ser um sacrifício perfeito em prol do Seu povo. Com uma oferta tão claramente superior, os resultados devem ser correspondentemente maiores. O ato purificador é aplicado à consciência, idéia esta que já foi prenunciada em 9.9, que demonstrou como a velha ordem é inadequada com relação à consciência. A purificação externa é inútil se não efetua alguma transformação radical da vida. O homem confia nas obras, mas se estas se revelarem mortas no sentido de serem inválidas, porque são manchadas com o pecado e com o próprio-eu, a única esperança para a consciência é ser purificada desta consciência do fracasso. Em 1 Pedro 3.21 é feita outra declaração que ressalta a necessidade de uma consciência limpa, em oposição à purificação ritual. Ademais, em Hebreus 13.18, quase como uma declaração final, o escritor, pedindo orações por ele mesmo e pelos seus cooperadores, afirma que têm boa consciência. Faiza parte do propósito integral do seu argumento deixar seus leitores saberem a base da sua certeza. Quando as obras mortas são deixadas de lado, o cristão está livre para servir ao DEUS vivo. É também fato básico no caminho cristão que a pureza não é uma finalidade em si mesma. Ninguém pode divorciar sua posição religiosa do seu serviço religioso. A palavra traduzida servir (latreuõ) é especialmente usada para o serviço a DEUS, e é achada também em 9.9; 10.2; 12.28 e 13.10 no sentido de adoraçlo, que deve ser aidéia principal aqui. A adoração verdadeira necessariamente envolve a dedicação sincera e total a DEUS. Envolve consideravelmente mais do que a mera perfeição nas cerimônias. F. O MEDIADOR (9.15-10.18) A mençlo da nova aliança na seção anterior‘leva o escritor a refletir mais sobre CRISTO como mediador. Demonstra o significado da morte de CRISTO no Seu papel de mediador entre DEUS e o homem e toma claro que entrara num santuário melhor e fizera uma oferta mais completa, i.é, Ele mesmo. Esta seção conclui o argumento doutrinário principal. (i) O significado da Sua morte (9.15-22) 15. O que está para ser explicado a respeito da eficácia da oferta de CRISTO depende diretamente dos versículos anteriores, conforme demonstra a expressão. Por isso mesmo (kai dia touto). É aliás, com base na Sua autooferta que CRISTO Se toma um mediador (cf. o comentário sobre 8.6). A frase inteira, o Mediador da nova aliança volta a ocorrer em 12.24, quase como um título para JESUS, mas com uma diferença. Aqui a palavra “nova” (kainè) significa nova em contraste com o artigo, ao passo que em 12.24 é usada outra palavra (nea), que chama a atenção ao fato de que é recente (i.é, no que diz respeito aos leitores). Na presente frase a ênfase recai sobre a palavra aliança (diathêkê) que é colocada em primeiro lugar no grego. É, realmente, a aliança mais do que o mediador que é o assunto principal da passagem inteira. Apesar disto, a mudança imediata no v. 16 da aliança para um testamento demonstra a maneira flexível do autor abordar a idéia da aliança (veja o comentário sobre o versículo seguinte). Talvez pareça inapropriado falar de um mediador de um testamento. Naime76, na realidade, sustentou que o mediador de um testamento não seria o testador mas o executor, mas Bruce argumenta que as analogias humanas fracassam quando são aplicadas Àquele que surgiu dentre os mortos. “Ele é testador e é executor numa só Pessoa, Fiador e Mediador da mesma maneira.” Declara-se que o propósito da nova aliança e' providenciar a promessa da eterna herança. A idéia da herança era central na antiga aliança, mas não subia acima do nível terrestre. Aqui, é eterna, e, portanto, claramente superior. Este é o cumprimento verdadeiro da promessa. De fato, a ordem das palavras em grego sugere que a frase “eterna herança” é um pensamento posterior explanatório para relembrar aos leitores o conteúdo exato da promessa. Esta herança é restringida, não a uma determinada nação, mas a uma certa classe definida como aqueles que têm sido chamados (keklêmenoí). Esta descrição não é achada algures nesta Epístola. A idéia da chamada de DEUS é familiar, no entanto, noutras partes do Novo Testamento (cf. Rm 8.28; cf. também Rm 1.1 onde a chamada, klètos, é para um cargo específico). No presente contexto a expressão refere-se aos crentes em geral e é uma lembrança de que DEUS tomou a iniciativa. O particípio perfeito, além disto, sugere o resultado contínuo de um ato passado, i.é, aqueles que foram chamados e, portanto, estão conscientes agora daquele chamado. A declaração conclusiva neste versículo, intervindo a morte (ou “posto que ocorreu uma morte”, RSV), explica a base da eficácia da nova aliança. Está na forma de um genitivo absoluto que demonstra que é antecedente ao cargo de mediador. A morte é claramente a morte de CRISTO. Visa, declaradamente, um propósito especial. A associação da morte com a aliança remonta aos tempos mais antigos. O mesmo princípio que é aplicado à seqüência da antiga aliança é aplicado à nova aliança. A tradução para remissão segue de perto o grego (eis apolytròsin) que demonstra claramente que a redenção é o alvo da morte. O substantivo é uma palavra paulina familiar (cf. Rm 3.24; 8.23; 1 Co 130; Ef 1.7, 14; 4.30; Cl 1.14), e volta a ocorrer em Hebreus 11.35 num sentido diferente (i.é, o livramento da tortura). Aqui, como em Paulo, descreve a libertação levada a efeito pela morte de CRISTO. Sua morte é o preço da soltura do prisioneiro. É especificamente relacionada com transgressões que havia sob a primeira aliança, como se a redenção fosse qualificada pela coisa da qual é obtida a libertação. Uma vez antes nesta Epístola a palavra transgressão (parabasis) é usada (em 2.2); fora daqui, ocorre somente nas Epístolas de Paulo (Romanos, Gálatas, 1 Timóteo). Tem uma razão de ser especial aqui, porque uma das funções principais da lei era revelar transgressões ao estabelecer um caminho reto e ao destacar todos aqueles que andavam fora dele (cf. Rm 4.15). Sob a antiga aliança nenhuma ajuda permanente era dada àqueles que transgrediam, mas a morte remidora de CRISTO tornou possível a libertação. Há boa parte da linguagem figurada do Êxodo nesta passagem — o ato da redenção e a aliança — que nos lembra fortemente do pano de fundo do pensamento do autor. 16. A mudança de aliança para testamento é mais compreensível em grego do que em português, porque a mesma palavra (diathèké) serve para as duas idéias. Na realidade, um “testamento” é o significado mais básico da palavra, embora na LXX normalmente signifique “aliança.” O testamento somente entra em vigor com a morte do testador, e o escritor vê, portanto, uma segunda aplicação da morte de CRISTO dentro da aliança. Não somente lidava com as transgressões, como também estabelecia os benefícios espirituais positivos da aliança. Há uma necessidade da morte “ser estabelecida” (pheresthai - intervenha, ARA), o que pode significar “apresentada” ou “alegada.” O testamento ainda permanece em vigor quer a morte tenha ocorrido, quer não, mas toma-se ativo somente quando morre o testador. O conceito de CRISTO como testador é uma continuação da idéia da herança no versículo anterior. Este era o legado principal. A característica mais essencial é ter certeza de que o testamento (ou a aliança) é devidamente ratificado, e o escritor passa a demonstrar este fato. 17. Este versículo dá a mesma idéia que o versículo seguinte, mas com palavras diferentes, e com uma explicação adicional. Westcott sugeriu que a linguagem idiomática por detrás dele é a prática antiga de ratificar alianças com uma vítima sacrificial, mas isto é com a finalidade de sustentar que é ainda uma aliança, e não um testamento, que está em mente. Se, porém, a idéia de testamento está em primeiro lugar aqui, a declaração supõe que fica estabelecido no sentido de ser inalterável depois da morte do testador. Até aquela ocasião, é possível acrescentar uma cláusula adicional que pode efetivamente mudar o caráter do testamento. Apesar disto, o pensamento muda outra vez do “testamento” para “aliança” enquanto a ordem mosaica reaparece diante dos nossos olhos. 18. O pensamento remonta a Êxodo 24, que dá um relato da ratificação da antiga aliança mediante a aspersão do sangue de uma vítima sacrificial que já foi ecoada no v. 13. A palavra traduzida sancionada ou “ratificada” (enkekainistai) literalmente significa “renovada.” Ocorre outra vez em 10.20 a respeito do novo e vivo caminho. No presente contexto parece significar celebrar de novo as condições e as disposições da aliança. O sinal e o selo disto na aliança mosaica era o sangue da vítima. Enquanto passa a desenvolver este tema, o escritor deixa por momentos o sacrifício melhor de CRISTO, para o qual volta nos w. 23ss. 19. A cláusula: havendo Moisés proclamado todos os mandamentos segundo a lei* é uma alusão direta a Êxodo 24.3-4. Moisés disse ao povo, conforme a narrativa: “todas as palavras do SENHOR e todos os estatutos,” e também as escreveu. Não havia questão alguma de o povo celebrar uma aliança sem saber suas condições. É verdade que o povo não tinha escolha quanto às condições. Estas eram essencialmente mandamentos que vieram com a autoridade de DEUS. A narrativa em Êxodo não menciona que bodes eram sacrificados; refere-se somente a novilhos. Além disto, em lugar nenhum da lei os bodes eram preceituados para qualquer uma destas ofertas, embora fossem para ofertas pelo pecado (cf. Lv. 1.10). Pode haver uma analogia aqui com a novilha e a cabra oferecidos por Abraão como ratificação da aliança de DEUS com ele (Gn 15.9). Mais uma vez, a menção de água, e lã tinta de escarlate, e hissopo não é tirada de Êxodo, mas parece ser uma combinação de duas alusões na lei mosaica (cf. Lv 14.4-5; Nm 19.18). Estes itens adicionais são incidentais à consideração principal que está sendo feita, i.é, que a antiga aliança foi ratificada com sangue. O fato de que não só o próprio livro, como também todo o povo foram aspergidos demonstra que a aliança envolvia a cooperação dos parceiros humanos, que precisavam de uma purificação especial para serem tomados dignos de participar. Em Êxodo 24 não há menção da aspersão do livro, mas a leitura dele fazia parte central da ocasião. Talvez algum eco deste evento se ache também em 1 Pedro 1.2, onde os cristãos são destinados “para a obediência e a aspersão do sangue de JESUS CRISTO.” 20. Outra diferença do relato em Êxodo acha-se no relato das palavras faladas por Moisés. Ao invés de Este é o sangue da aliança, a qual DEUS prescreveu para vós outros, Êxodo 24.8 diz: “Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras.” A primeira palavra (touto), que é diferente, é relevante, porque com todas as probabilidades foi influenciada pelas palavras da instituição da Última Ceia. A forma das palavras deve ter tido uso generalizado na cristandade primitiva. A mudança de SENHOR para DEUS e o encurtamento do restante são de menos significância. Parece haver pouca dúvida de que a ligação entre os dois eventos era intencional. Conforme indica Hughes, a sombra do derramamento do sangue, levado a efeito por Moisés, cede lugar à realidade eterna. São acrescentados aqui mais pormenores que não somente não constam do relato do Êxodo como também não aparecem de modo algum no Pentateuco, i.é, a aspersão do tabernáculo e todos os utensílios. O tabernáculo não tinha sido levantado na ocasião da ratificação da antiga aliança, mas de qualquer forma, não se diz que foi aspergido com sangue, mas apenas ungido com óleo (Lv 8.10). O escritor talvez tenha feito alusão às crenças contemporâneas, porque Josefo diz que o tabernáculo foi aspergido com sangue e com óleo (Antigüidades 3.8.6). No presente contexto, o alvo é claramente focalizar a atenção na importância do sangue na velha ordem. 22. A conclusão geral sobre este tema é que, de acordo com a lei, quase todas as coisas... se purificam com sangue. A palavra quase (schedon) qualifica a declaração inteira e tem o significado de “quase se pode dizer,” como se fosse uma declaração geral que se aplicava na maioria dos casos. Alguns ritos judaicos de purificação eram feitos através da água ou através do fogo, mas os mais significantes eram através de sacrifícios que envolviam o derramamento do sangue de uma vítima. Vale notar que as palavras com sangue (en haimati) podem ser traduzidas “em sangue”, como a esfera em que a purificação é feita. Todas as coisas (panta), embora traduza uma palavra neutra, visa incluir as pessoas bem como os objetos, os sacerdotes e a congregação igualmente. A declaração final aqui — sem derramamento de sangue não há remissão - é baseada na declaração de Levítico 17.11. Resume o propósito dos sacrifícios com sangue de acordo com a lei. O derramamento de sangue indica a morte do animal e o derramamento cerimonial do seu sangue 83 Subentende mais do que a doação da vida. Sua eficácia reside na aplicação do sangue. Desta maneira, o escritor está edificando uma explicação da necessidade da morte de CRISTO. Deve ser notado que Levítico 5.1 lss. faz uma exceção no caso de extrema pobreza, quando, então, uma décima parte de uma efa de farinha fina é aceita como oferta pelo pecado. Mas esta é uma concessão e não anula o princípio que ainda está ali na intenção. O texto original, seguido por ARA, somente tem a palavra remissão (aphesis) sem qualificação, o que é digno de nota, porque e' o único caso deste tipo no Novo Testamento (a não ser na citação da LXX em Lc 4.18). 0 uso absoluto da palavra toma sua aplicação mais geral. Fica sendo uma referência ao livramento bem como ao perdão dos pecados específicos. O alvo dos sacrifícios era trazer algum tipo de remissão do pecado, mas a palavra aphesis nunca recebeu a importância que lhe toca até a era do Novo Testamento, quando, então, imediatamente tomou-se uma característica da proclamação cristã primitiva (cf. At 2.38). Compare, também, o relato de Mateus das palavras da instituição da ceia do Senhor (Mt 26.28). (ii) Sua entrada num santuário celestial (9.23-28) 23. A seção anterior (w. 15-22) tinha a natureza de um parêntese, e aqui a seqüência do pensamento retoma o tema anterior, embora haja ecos do tema da purificação também neste versículo. O escritor está impressionado com o fato de que a purificação era necessária na velha ordem. Passa, entSo, a deduzir disto que aquilo que é verdadeiro para as figuras (hypodeigmata) deve ser igualmente exigido para as realidades, porque doutra forma não faria sentido falar da necessidade das obras sacrificiais de CRISTO. Os leitores já foram instruídos quanto à idéia das realidades terrestres serem cópias das realidades celestes em 8.5; isto claramente desempenha um papel importante no argumento inteiro do escritor, e explica sua ênfase constante nas coisas “melhores.” Que as “figuras” se purificassem com tais sacrifícios (o grego somente tem “estes,” toutois) é porque as coisas externas precisavam da purificação por meios externos (i. é, o derramamento do sangue). As coisas que se acham nos céus das quais fala o escritor são presumivelmente os equivalentes celestes do santuário terrestre com seus móveis. Não deseja perder de vista as glórias da tradição judaica e imagina cumprimentos mais gloriosos delas num sentido espiritual. Mas fica claro pelo fato de que equipara o antítipo do santuário com o próprio céu (v. 24), que não está pensando em termos literais. Tudo quanto as cópias visavam ensinar pode ser visto com clareza prístina na presença de DEUS. Quando sacrifícios a eles superiores (plural) são mencionados, não deve ser suposto que mais do que um está em mente, porque o único sacrifício supremo de CRISTO é visto nesta carta como inteiramente adequado. Pode ser dito que o sacrifício de CRISTO tem tantas facetas que requereria uma gama inteira de sacrifícios para servir de cópias adequadas. 24. O fato de que CRISTO entrou no SANTO dos Santos já foi declarado anteriormente neste capítulo (cf. v. 12). O verbo no tempo aoristo (eisêlthen) indica um fato decisivo. Um evento histórico completado está em mente, e a seqüência demonstra que a ascensão, quando CRISTO foi recebido nos altos céus, deve estar em vista. Apesar disto, o enfoque recai no santuário onde Ele entrou. Este é descrito de modo negativo e positivo. Não é como o tabernáculo terrestre feito por mãos. É destacado, assim, como um conceito espiritual em contraste com uma criação material. A declaração relembra o clímax do discurso de Estêvão em Atos 7.48: “Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas,” onde Estêvão se defende contra a acusação feita contra ele no tocante ao Templo (At 6.14). Somente mediante o reconhecimento de que existia uma realidade espiritual transcendente à glória do santuário terrestre é que os judeus que se tomaram cristãos compreenderiam a ausência de qualquer lugar central de adoração no cristianismo. O Templo onde nosso Sumo Sacerdote oficial é, na realidade, o mesmo céu, o que quer dizer, conforme demonstra este versículo, a presença de DEUS mais do que uma localidade. A palavra figura (antitypa) que é empregada aqui é diferente daquela que é usada no versículo anterior, mas tem estreita ligação com ela. O antítipo neste caso não é o objeto verdadeiro, mas uma cópia que prenuncia o verdadeiro (cf. At. 7.44). Às vezes a palavra é usada no sentido oposto, e neste caso o antítipo é o cumprimento mais perfeito do tipo (cf. At 7.43), numa citação de Amós 5.25-27). A missão atual dé CRISTO, que foi mencionada antes, é repetida de novo: para comparecer, agora, por nós, diante de DEUS. Esta é a obra intercessória de CRISTO expressa em termos diferentes. Os principais aspectos dignos de nota são: (i) A atividade de CRISTO diz respeito especificamente ao presente, agora (nyn). Compara-se com a qualidade definitiva da Sua obra de Sumo Sacerdote na ocasião da paixão. Mesmo assim, o uso do infinitivo aoristo (emphanisthênai, comparecer) declara o comparecimento como um fato estabelecido, (ii) A atividade de CRISTO é diante de DEUS. Não há outros intermediários entre CRISTO e DEUS, de modo contrário àquilo que os gnósticos posteriores sustentavam. Nosso Sumo Sacerdote tem acesso direto. Este acesso é muito superior àquele dos sumos sacerdotes arônicos que tinham licença de entrar uma só vez no SANTO dos Santos (veja o versículo seguinte). A palavra usada aqui para “presença” (prosõpon, literalmente “face”), é altamente sugestiva, porque a idéia da “face” para expressar a presença de DEUS tem paralelo somente em Mateus 18.10 e Apocalipse 22.4; mas cf. também Atos 2.28 (de SI 16.11) e 1 Pedro 3.12 (de SI 34.15-16). “Face” é mais pessoal do que “presença” e contém a sugestão de comunicação. O ofício do Sumo Sacerdote é representativo — por nós (hyper hémón). Como representante perfeito do homem, reune em Si mesmo a totalidade da humanidade. Mas a palavra “nós” restringe Sua atividade àqueles que se entregam a Ele pela fé. Faz por nós aquilo que nlo poderíamos fazer por nós mesmos. 25. Nalguns sentidos, o escritor combinou a missão presente do nosso Sumo Sacerdote com base da Sua entrada. Se reconhecermos este fato, sua declaração neste versículo toma-se mais clara. O sumo sacerdote arônico nas suas entradas anuais no SANTO dos Santos precisava repetir a base sacrificial da sua entrada. A cada vez o sangue precisava acompanhá-lo. Não havia, portanto, continuidade alguma. Novos animais precisavam ser sacrificados. Mas a entrada de CRISTO foi diferente. Não tinha necessidade de oferecer muitas vezes, e quando ofereceu, não foi com sangue alheio. Estas idéias já foram mencionadas indiretamente, mas parece que o escritor não pode deixar de declará-las com freqüência. É a qualidade definitiva da oferta que JESUS fez voluntariamente de Si mesmo que ele, especialmente, deseja impressionar sobre seus leitores. Os próximos versículos, 26-28, são uma explicação adicional desta posição cristã cardeal. 26. Não havia dificuldade para as mentes judaicas numa repetição constante dos sacrifícios, já que um suprimento constante de animais sacrificiais era disponível. Mas no caso da morte de CRISTO surgiu um problema, porque logicamente esta não poderia ser repetida. O que os leitores precisavam saber era que um só sacrifício era adequado para o acesso contínuo. O escritor subentende que se a oferta tivesse sido feita muitas vezes teria envolvido CRISTO em sofrimentos repetidos. Não se refere a mortes repetidas, porque isto seria ininteligível, mas claramente deixa subentendida a idéia. Por este meio demonstra que CRISTO está continuamente diante da face de DEUS, o que demonstra que o sacrifício é suficiente. A eficácia daquela oferta sempre está diante dos olhos do Pai. Mas porque o escritor sugere que o sofrimento estaria implícito desde a fundação do mundol É subentendido, mais do que explicitamente declarado, que o sacrifício de CRISTO, se fosse repetitivo, deveria começar desde a aurora da história humana e continuar durante todas as eras. Posto, porém, que a oferta que CRISTO fez de Si mesmo somente poderia ocorrer uma vez na história, a cronologia do evento somente poderia ser atribuída à sabedoria perfeita de DEUS. O escritor não discute porque o evento não ocorreu tão logo o pecado foi cometido. Está mais interessado na natureza da oferta. A expressão agora, porém, chama os leitores a deixar a especulação e considerar o evento histórico. Por mais que possa despertar a curiosidade pensar porque DEUS escolheu um período específico da história ao invés de outro, é um fato consumado que Ele assim já o fez. O escritor data o evento ao se cumprirem os tempos, que relembra sua frase inicial “nestes últimos dias” em 1.2, embora seja um pouco diferente dela. Evidentemente considera a expiação como o clímax da era que acaba de chegar ao fim, visto que uma nova era acaba de começar com base no poder do sacrifício de CRISTO. Vários aspectos da expiação passam agora a ser apresentados de modo resumido. O primeiro diz respeito à manifestação de CRISTO (se manifestou, pephaneròtai). Esta conexão entre a oferta sacrificial e a encarnação imediatamente coloca o evento na história, entre os homens. A segunda faceta é a qualidade definitiva da oferta — uma vez por todas, um eco de 7.27. Este é o antônimo exato de “muitas vezes” no v. 25, que dizia respeito às ofertas dos sumos sacerdotes atônicos. A frase expressa a completa suficiência do sacrifício de CRISTO. A terceira consideração é o efeito do sacrifício — para aniquilar... o pecado. Há uma conexão estreita entre esta declaração e a idéia da redenção das transgressões mencionada no v. 15. Aqui, no entanto, o efeito é ainda mais abrangente porque o aniquilamento (athetèsis) envolve a anulação do pecado, i.é, tratá-lo como se já não mais existisse. Isto não pode significar que o pecado é tratado assim em relação a todos os homens, porque a Epístola não dá apoio ao ponto de vista de que o pecado sem arrependimento agora passará sem castigo. Assim como no sistema levítico a eficácia do sacrifício dependia da atitude do adorador, assim também na aplicação da oferta de CRISTO uma atitude de arrependimento e fé é tomada por certa. A quarta declaração é uma repetição do fato de que a oferta que CRISTO fez foi de si mesmo. Mais uma vez, o escritor está resoluto no sentido de não deixar seus leitores se esquecerem disto. É o aspecto central de todo seu argumento. 27-28. É um pouco inesperada a introdução que o escritor faz da idéia do julgamento a esta altura. Mas estava se delongando sobre a necessidade da morte de CRISTO, e assim chega a fazer uma declaração geral acerca do destino do homem. A morte em si mesma é inevitável: aos homens está ordenado morrerem uma só vez. Ninguém está isento desta experiência. A diferença entre a morte de CRISTO e todas as demais é que a dEle foi voluntária, ao passo que para todos os demais é ordenada (apokeitai), i.é, armazenada para eles. A expectativa de que alguns escaparão à morte (cf. 1 Ts 4.15ss.) é uma exceção à regra geral declarada, ocasionada pelo evento especial da vinda de CRISTO.86 Não está, portanto, em conflito com esta declaração em Hebreus. As palavras e, depois disto, o juízo não visam dar a entender que o julgamento ocorre imediatamente após a morte, mas que o julgamento deve ser esperado subseqüentemente à morte. Além disto, não se quer dizer que não acontece nenhum ato de juízo antes da morte. O juízo (krisis) aludido aqui é o juizo final. Ao fazer a comparação entre todos os homens e CRISTO, o escritor começa com um fator comum: Ele morreu uma só vez, consideração esta que é repetida mais uma vez. O que há de mais relevante nesta declaração é que a morte agora é declarada no passivo, tendo-se oferecido, [literalmente “tendo sido oferecido] ao invés do ativo como no v. 14. Não é dado nenhum indício aqui acerca de quem fez a oferta. Compreendendo este versículo em conjunção com o v. 14, pode ser dito que tanto o aspecto ativo quanto o passivo são necessários para uma compreensão completa da oferta. Embora fosse voluntária, também foi imposta por circunstâncias externas: historicamente pela maldade dos assassinos judeus, e teologicamente pelo plano específico de DEUS (cf. At. 2.23). O propósito da oferta é declarada de novo, em termos semelhantes aos do v. 26, embora levemente diferente deles. Aqui, a frase: para tirar os pecados de muitos (pollon anenkenein hamartias) é um paralelo exato de Isaías 53.12 na Septuaginta. A mesma idéia ocorre em 1 Pedro 2.24 onde está escrito que CRISTO carregou os nossos pecados “em seu corpo, sobre o madeiro.” De modo semelhante, a proclamação de João Batista de que o Cordeiro de DEUS tiraria o pecado do mundo ecoa o mesmo pensamento. Os “muitos” são contrastados com a única oferta. O mesmo CRISTO que lidou com o pecado na Sua primeira vinda aparecerá segunda vez para um propósito diferente. Se o paralelo com o juízo tivesse sido levado até às últimas conseqüências, algum aspecto da vinda de CRISTO para julgar poderia ter sido introduzido. Mas está escrito que a Segunda Vinda de CRISTO é para a salvação. A Segunda Vinda é, na realidade, o selo divino sobre a completa aceitação do sacrifício previamente oferecido. A ênfase recai sobre o efeito que a Segunda Vinda de CRISTO terá sobre os que o aguardam para a salvação (i.é, os cristãos). Nada é dito acerca dos descrentes conforme teria sido natural após a menção do julgamento. Mas é a obra salvífica de CRISTO que ocupa a atenção do escritor. Pode haver aqui alguma analogia com as expectativas dos adoradores enquanto esperam para saudar o sumo sacerdote na sua volta do SANTO dos Santos no Dia da Expiação. Mas as palavras sem pecado (chòris hamartias - “não para tratar dos pecados” — RSV) rapidamente colocam um aspecto diferente na analogia. O pecado não precisa de mais expiação. Tudo quanto é necessário é a apropriação da salvação que a oferta que CRISTO fez de Si mesmo obteve por nós. O verbo traduzido aguardam (apekdechomenois) ocorre em 1 Coríntios 1.7, Filipenses 3.20 e Romanos 8.19,23,25, e em cada caso a respeito da grande expectativa dos crentes que aguardam as glórias do porvir. SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA O Tabernáculo e a Igreja Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. Em termos gerais, o autor sagrado faz diversas menções nesta epístola a dois santuários: um terreno (o Tabernáculo feito no deserto) e o outro celestial. Outrossim, nos apresenta também duas linhas de sumos sacerdotes: uma terrena — ainda que com escolha celestial (a de Arão) — e a outra eterna (a de Melquisedeque e a de CRISTO). Josefo diz que: “Quanto á parte interna do Tabernáculo, sua extensão era dividida em três partes, de dez côvados cada uma e por dez côvados de fundo... Esta divisão do Tabernáculo em três partes era a figura do mundo. A do meio era como o Céu onde DEUS habita e as outras que estavam abertas só para os sacrificadores, representavam o mar e a terra...”1 No Tabernáculo original e depois, no templo construído por Salomão, não era permitida a entrada de mulheres e gentios, havendo lugares separados onde adoravam. Os judeus do sexo masculino podiam entrar no Lugar SANTO para adoração, mas no SANTO dos Santos somente o sumo sacerdote podia entrar, e apenas uma vez no ano. Os Utensílios Sagrados Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. Para que o leitor tenha maior compreensão sobre o significado de cada peça ou utensílio do Tabernáculo, é necessário dizer que cada parte deste tinha em CRISTO e em sua Igreja uma significação especial. Neste versículo, são citadas três coisas importantes: o candeeiro, a mesa e os pães da proposição. o - O candeeiro. Este é chamado também de “o candelabro” e de “castiçal”. No Lugar SANTO do templo havia um único castiçal com sete braços, que eram ligados por uma só peça — o pedestal. Israel, mesmo dividido geograficamente em tribos, era ao mesmo tempo unido por um só pedestal — a Lei do Senhor. Na Nova Aliança, JESUS revelou a João que os castiçais representavam as igrejas, que mesmo sendo divididas e organizadas em unidades locais, eram ao mesmo tempo unidas por um só pedestal — CRISTO (Ap 1.12,20). 2° - A mesa. A mesa estendida representava toda a expansão do Reino de DEUS, fornecendo o “pão da vida”, que é CRISTO. Primeiro, alimentando sua Igreja, e depois o mundo faminto (Mt 8.11; Jo 6.48-51). 3° - Os pães da proposição. O termo “pão da proposição” tem sido também traduzido como “pão da face” ou “pão exibido” (Ex 25.30), e ainda, seguindo a preposição “pro”, pode também significar “aquilo que jaz adiante”. Alguns têm opinado que no templo de Salomão havia 10 mesas com 12 pães expostos, de acordo com as 12 tribos dos filhos de Israel. Contudo, no Tabernáculo original havia somente uma mesa. Este pão representava a CRISTO: o pão da vida. O “moer do trigo” simboliza os sofrimentos de CRISTO até a morte. Como “pão exibido” podemos depreender que se trata de sua humanização. O Véu e o Legalismo Judaico Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o SANTO dos Santos, Este véu vem citado em Êxodo 26.31-33. Ali, DEUS ordenou a Moisés dizendo: “Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo” (v. 33). As citações rabínicas dizem que o véu tinha a espessura da mão de um homem, com 74 fios retorcidos, cada um deles feito de 24 fios entretecidos. Tinha mais de 30 metros de comprimento e dezoito metros de largura. A finalidade espiritual que este véu traduzia foi abolida com a morte de CRISTO. Uma vez que Ele fora rasgado quando JESUS expirou na cruz, sem dúvida alguma foi costurado e tornou a ser usado por quase 40 anos até a destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C. Alguns afirmam que o véu rasgado (costurado depois) passou a representar o legalismo judaico apresentado na Epístola aos Galatas, quando se queria misturar ali ao mesmo tempo a Lei e a graça. Os Demais Utensílios que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; Neste versículo, seis itens são apresentados, a saber: 1o - O incensário. Existe aqui uma pequena divergência entre os comentaristas quanto ao que está aqui em foco, se o “incensário” ou o “altar de ouro”. Existiam dois altares: um de cobre (Êx 27.1,2) e o outro de ouro (Ex 30.1-3), sendo este último chamado de “o altar do incenso”. Deve, ser, portanto, o “altar do incenso”, o que é mencionado aqui neste versículo, pois o mesmo era usado anualmente no Dia da Ex- piação pelo sumo sacerdote, que trazia consigo um incensário especial feito de ouro (Ex 30.10). 2° - A Arca. A Arca, feita de madeira de cetim, era revestida de ouro por dentro e por fora. Ela tipificava a CRISTO e suas duas naturezas: a divina e a humana. Sua tampa era chamada de “propiciatório”, que era uma figura de CRISTO crucificado, o ponto de encontro entre DEUS e o homem (2 Co 5.18,19). Em suas extremidades havia figuras de querubins de ouro, que falavam da misericórdia de DEUS para com Israel e, por extensão, para com o mundo inteiro. 3o - Um vaso de ouro. Quando foi feito o Tabernáculo com seus utensílios, este vaso de ouro não nos foi revelado. Mas aqui, o autor sagrado faz esta grande revelação desta urna de ouro que continha o maná. O maná provido por DEUS no deserto — mas que não era do deserto — representa a CRISTO — que estava no mundo — mas que não era do mundo. Este se encontrava num vaso de ouro, que representa o crente fiel que guarda em seu coração a CRISTO e sua Palavra (SI 119.11). 4o - O maná. O episódio da provisão do maná começa assim: “E, alçando-se o orvalho caído, eis que sobre a face do deserto estava uma coisa miúda, redonda, miúda como a geada sobre a terra. E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? [ou, Man hu?]” (Ex 16.14,15) O maná, mesmo tendo caído no deserto, era “pão do céu”. Seu sabor não era terrestre; era uma figura de CRISTO na sua humilhação aqui no mundo, o verdadeiro pão do céu (Jo 6.32). O trigo era da terra; seu sabor era do lugar onde se encontrava. Era uma figura de CRISTO, que mesmo sendo DEUS, nasceu na Palestina e ali foi exaltado por DEUS. 5o - A vara de Arão. “A vara de Arão que floresceu tipifica a CRISTO, em sua ressurreição, pelo supremo poder de DEUS, elevando-o como sumo sacerdote... 12 varas foram postas ali, mas somente uma floresceu — a de Arão. Assim também todos os criadores de religiões do mundo morreram, e CRISTO entre eles. Mas CRISTO ressuscitou dentre os mortos, tendo sido exaltado como sumo sacerdote eterno”.2 6o As tábuas do concerto. Eram duas e continham os Dez Mandamentos. O Dr. Scroggie faz um resumo aqui, dizendo: “O pátio continha a tenda; a tenda continha o Santíssimo; o Santíssimo continha a Arca, a Arca continha a Lei, e a Lei era a vontade revelada de DEUS, da qual CRISTO era a personificação e a expressão”. e sobre a arca os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos A palavra “querubim” vem do verbo querub, que significa “guardar”, “cobrir” e “celestial”. Estes seres aparecem pela primeira vez junto do portão oriental do Jardim do Éden, depois que o homem foi expulso. Aparecem novamente como protetores, embora em figuras de ouro, sobre a tampa da Arca da Aliança, onde DEUS se comprazia em habitar. Entre os profetas, somente Ezequiel menciona a palavra. Aqui no texto em foco eles aparecem como “... os querubins da glória”, título este que não lhes é dado no Antigo Testamento, sendo empregado numa descrição do SANTO dos Santos. Sobre o propiciatório (a tampa da Arca), eram contemplados dois querubins de ouro que, por expressa ordem de DEUS, foram postos ali. Era este o lugar (o propiciatório) o ponto de encontro entre DEUS e o homem: “... ali virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins” (Êx 25.22). Os querubins ali postos eram uma figura de CRISTO crucificado, o ponto de encontro entre DEUS e o homem (Jo 12.32,33; 2 Co 5.19). Os Sacrifícios No Lugar SANTO Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços; O povo eleito de DEUS tinha como uma de suas instituições a queima contínua de ofertas. Pela manhã, era feito o sacrifício de um cordeiro, com certa quantidade de cereais. A noite, o mesmo sacrifício se repetia. Nessas oportunidades também havia uma oferta sob a forma de libação de pequena quantidade de vinho (Êx 29.38-42; Nm 28.3-8). Em 2 Crônicas 13.11 se observa que alguns outros elementos sacrificiais foram acrescentados ao serviço do templo. Porém, todas estas ofertas com suas apresentações formais eram realizadas pelos sacerdotes ordinários, da linhagem de Arão. Estes tinham permissão para adentrar apenas no primeiro santuário, não podendo, portanto, ministrar no SANTO dos Santos, pois neste lugar somente era permitida a entrada do sumo sacerdote escolhido por DEUS e reconhecido pelo povo (cf. Hb 5.4). No SANTO dos Santos mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo; O SANTO dos Santos vem citado em (9.3). Em hebraico, Kodessh há Kodashim; era a porção mais sagrada do Tabernáculo e do templo. No Tabernáculo original, construído no deserto, o SANTO dos Santos ficava localizado no fim do ambiente fechado, penetrando na área do Lugar SANTO. Cmco colunas formavam a entrada, e perante elas ficava o véu. O santuário mais interno, o SANTO dos Santos, tinha cerca de 18 metros de lado, e era quadrado. Atualmente, o SANTO dos Santos, preservado no Domo da Rocha, construído na esplanada do Templo, fica abaixo do piso do Santuário (mesquita) e é arredondado. No SANTO dos Santos só era permitida a entrada do sumo sacerdote uma vez por ano, quando era oferecido o sacrifício anual (Ex 30.10). Atualmente, qualquer pessoa, especialmente turistas em visita à Terra Santa, tem acesso ao lugar onde, segundo os árabes e judeus, ficava o SANTO dos Santos. 8 dando nisto a entender o Espirito SANTO que ainda o caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo, No início deste argumento sobre o Tabernáculo, lembramos aos leitores que este com seus utensílios apontava para CRISTO e para toda a sua obra. E, aqui, o ESPÍRITO SANTO nos dá a entender que o véu que fazia divisão do Lugar SANTO com o Lugar Santíssimo impedia aos homens de chegarem até esta parte interior do Santuário terrestre. Em Êxodo 25.22 nos é dito que no interior do véu DEUS vinha falar com Moisés, do meio dos dois querubins. Isto significa que com a morte de CRISTO o véu foi rasgado, e doravante o homem, por meio dEle, pode chegar à imediata presença de DEUS. Não no antigo santuário terrestre, mas no verdadeiro santuário celestial, que é o céu. O “caminho do santuário”, que aqui está em foco, aponta para o santuário celeste e não meramente para o terrestre. E com a morte de CRISTO, este caminho foi inaugurado e consagrado pelo seu precioso sangue (10.19,20). VI. CRISTO: O Único Caminho que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço, Com a morte de CRISTO, qualquer oferta ou sacrifício pelo pecado perdeu sua validade, visto que todos eles eram apenas figuras que apontavam para uma outra realidade: CRISTO e sua morte expiatória. Doravante, somente o sangue de CRISTO tornou-se o sacrifício eficaz e capaz de purificar a consciência daquele que de DEUS se aproxima, como também para aperfeiçoar a pessoa humana no caminho da santificação. Fora disso, tudo não passa de “uma alegoria” (parábola), pois a morte do Filho de DEUS já marcou o fim do antigo pacto e deu iníçio a uma Nova Aliança — a da dispensação da graça, em que o homem é justificado mediante a fé e a graça de DEUS (Ef 2.8,9). Todas as premissas para se obter a vida eterna exigidas na Nova Aliança substituíram todas aquelas que foram instituídas durante o período da Lei. As da Lei tiveram um período transitório, que terminaria com a morte de CRISTO. A partir daí, tudo é por CRISTO e por meio da sua graça. consistindo somente em manjares, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne, impostas até ao tempo da correção. Alguns eruditos traduzem esta frase como “até ao tempo da restauração”, ou “até ao tempo da emenda”. O sentido da palavra “correção” indicava para os gregos “endireitar coisas”, mediante alguma modificação. Em Atos 3.19-21, o apóstolo Pedro, quando discursava na porta do templo chamada Formosa, parece ligar os tempos da restauração de todas as coisas com o estabelecimento do reino milenial. Então ele diz: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a JESUS CRISTO, que já dantes vos foi pregado, o qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais DEUS falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio”. Evidentemente, aqui no versículo em foco o autor sagrado apontava também para este tempo do fim, quando tudo passará por uma reforma considerável pela presença gloriosa de CRISTO. Mas, vindo CRISTO, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernácvlo, não Jeito por mãos, isto é, não desta criação, Já tivemos a oportunidade de falar anteriormente sobre a pessoa e o título de sumo sacerdote em ambos os Testamentos. E, para que o leitor tenha maior compreensão a respeito deste assunto, analisemos quais pessoas foram agraciadas com tal posto e título. Arão (Ed 7.5); Abiatar (Mc 2.26); Jeoiada (2 Rs 12.9,10); Hilquias (2 Rs 22.8); Azarias (2 Cr 31.10); Amarias (2 Cr 19. II); Eliasibe (Ne 3.1); Josué (Zc 3.1); Anás (Lc 3.2); Caifás (Mt 26.57); Ananias (At 23.2); JESUS (Hb 5.10). Os rabinos conservam em seus escritos uma lista de sumos sacerdotes desde 350 a.C., cobrindo mais ou menos o período do cativeiro até o ano 70 d.C. No quadro abaixo estão relacionados seus nomes e respectivos períodos de sacerdócio.
Nome | Período |
Jadua | 350-320 a.C. |
Onias I | 320-290 |
Simão I | 290-275 |
Eleazar | 275-260 |
Manassés | 260-245 |
Onias II | 245-220 |
Simão II (o Justo) | 220-198 |
Onias III | 198-174 |
Jasom | I74-I7I |
Menelau | I7I-I6I |
Alcimo | I61-159 |
Eleazar, filho de Anás | 16-17 |
Simão, filho de Kami | 17-18 |
José Caifás | 18-36 |
Jônatas, filho de Anás | 36-37 |
Teófilo, filho de Anás | 37-41 |
Simão Canteras, filho de Boeto | 41-42 |
Matias, filho de Anás | 42-43 |
Elioenai, filho de Canteras | 43-44 |
José, filho de Kami | 44-47 |
Ananias, filho de Nebedaios | 47-58 |
Ismael, filho de Fiabi II | 58-60 |
José Kabi | 60-62 |
Ananus, filho de Ananus | 62 |
JESUS, filho de Dameus | 62-63 |
Jesua, filho de Gamaliel | 63-65 |
Matias, filho de Teófilo | 65-67 |
Finéias de Habta | 67-70 |
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O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD Revista Ensinador Cristão - CPAD.Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida Teologia Sistemática de Charles Finney VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
FONTE http://www.apazdosenhor.org.br/