A fome a que o povo venezuelano vem sendo submetido está se tornando o principal assunto na campanha presidencial, e o pastor pentecostal Javier Bertucci vem distribuindo sopa com carne para as multidões que acompanham seus comícios.
O televangelista venezuelano de 48 anos fez um comício na comunidade de Catia La Mar, com barris de ensopado de carne que atraiu centenas de pessoas famintas carregando recipientes e xícaras de plástico.
Bertucci foi acusado de contrabando e passou meses em prisão domiciliar, mas nada foi provado contra ele e a Justiça o soltou. Como empresário, acumulou empreendimetos imobiliários, e como pastor, se tornou um dos principais líderes religiosos do país, com programas na TV e vasta influência.
De acordo com o portal Bloomberg, as fontes de financiamento de sua campanha não são claras, afinal, a Venezuela vive uma crise de abastecimento sem precedentes, com inflação e violência descontroladas.
“Eu vim para dar abraços, beijos, sopa e esperança”, disse Bertucci. “Eu nunca fui um político e agradeço a Deus por isso!”, acrescentou o candidato, que talvez seja o único opositor ao ditador Nicolas Maduro, já que os partidos de oposição mais fortes estão boicotando o atual processo eleitoral por considerarem que trata-se de uma grande fraude.
Nesse cenário, a promessa de Bertucci de uma cruzada cristã para restaurar a nação afetada tem crescente apelo. Apesar de nunca ter ocupado um cargo político, as pesquisas o dão 10% das intenções de voto, ressaltando a pouca fé que os venezuelanos têm nos políticos tradicionais para remediar seus problemas.
Para os analistas políticos, no entanto, a campanha de Bertucci tem poucas chances de derrubar o presidente Nicolas Maduro, mas já está minando o apoio de Henri Falcon, um antigo apoiador do regime que se tornou crítico.
A principal aliança de oposição evitou a eleição depois que o governo não conseguiu satisfazer as exigências que incluíam a manutenção de uma autoridade eleitoral complacente e o fornecimento de tempo adicional para as primárias.
Falcon, ex-governador e soldado, continua sendo o candidato mais popular, mas analistas dizem que as pesquisas não são confiáveis num cenário de colapso econômico e autoritarismo brutal. “Pela primeira vez, há uma dúvida sobre a legitimidade de uma eleição desde a sua criação”, disse Carlos Romero, cientista político da Universidade Central da Venezuela em Caracas. “A nação está dormindo, ocupando-se com a sobrevivência”, lamentou.
Os dois nomes mais fortes da oposição, Leopoldo Lopez e Henrique Capriles, foram banidos da votação por acusações duvidosas. Agora, a fome, a emigração em massa e a degradação geral criaram um terreno fértil para a promessa de Bertucci de substituir políticas amargas por valores cristãos.
Numa ditadura, como é o caso da Venezuela na prática, nunca se pode confiar em processos eleitorais. O resultado será conhecido a partir de 20 de maio, quando ocorre a votação.
O televangelista venezuelano de 48 anos fez um comício na comunidade de Catia La Mar, com barris de ensopado de carne que atraiu centenas de pessoas famintas carregando recipientes e xícaras de plástico.
Bertucci foi acusado de contrabando e passou meses em prisão domiciliar, mas nada foi provado contra ele e a Justiça o soltou. Como empresário, acumulou empreendimetos imobiliários, e como pastor, se tornou um dos principais líderes religiosos do país, com programas na TV e vasta influência.
De acordo com o portal Bloomberg, as fontes de financiamento de sua campanha não são claras, afinal, a Venezuela vive uma crise de abastecimento sem precedentes, com inflação e violência descontroladas.
“Eu vim para dar abraços, beijos, sopa e esperança”, disse Bertucci. “Eu nunca fui um político e agradeço a Deus por isso!”, acrescentou o candidato, que talvez seja o único opositor ao ditador Nicolas Maduro, já que os partidos de oposição mais fortes estão boicotando o atual processo eleitoral por considerarem que trata-se de uma grande fraude.
Nesse cenário, a promessa de Bertucci de uma cruzada cristã para restaurar a nação afetada tem crescente apelo. Apesar de nunca ter ocupado um cargo político, as pesquisas o dão 10% das intenções de voto, ressaltando a pouca fé que os venezuelanos têm nos políticos tradicionais para remediar seus problemas.
Para os analistas políticos, no entanto, a campanha de Bertucci tem poucas chances de derrubar o presidente Nicolas Maduro, mas já está minando o apoio de Henri Falcon, um antigo apoiador do regime que se tornou crítico.
A principal aliança de oposição evitou a eleição depois que o governo não conseguiu satisfazer as exigências que incluíam a manutenção de uma autoridade eleitoral complacente e o fornecimento de tempo adicional para as primárias.
Falcon, ex-governador e soldado, continua sendo o candidato mais popular, mas analistas dizem que as pesquisas não são confiáveis num cenário de colapso econômico e autoritarismo brutal. “Pela primeira vez, há uma dúvida sobre a legitimidade de uma eleição desde a sua criação”, disse Carlos Romero, cientista político da Universidade Central da Venezuela em Caracas. “A nação está dormindo, ocupando-se com a sobrevivência”, lamentou.
Os dois nomes mais fortes da oposição, Leopoldo Lopez e Henrique Capriles, foram banidos da votação por acusações duvidosas. Agora, a fome, a emigração em massa e a degradação geral criaram um terreno fértil para a promessa de Bertucci de substituir políticas amargas por valores cristãos.
Numa ditadura, como é o caso da Venezuela na prática, nunca se pode confiar em processos eleitorais. O resultado será conhecido a partir de 20 de maio, quando ocorre a votação.
Via: https://noticias.gospelmais.com.br/fome-venezuela-pastor-candidato-sopa-comicios-97897.html