Betel Adultos – 1º Trimestre de 2019 – 03-03-2019 -Lição 9: Conhecendo a distimia para ajudar os que estão sofrendo





Esse post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Efésios 3:20
20 Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, (ARC)

TEXTO DE REFERÊNCIA

Romanos 12:9-13,15
9 O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
11 Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;
12 alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
13 comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;
15 Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Ajudar na identificação da distimia;
  • Mostrar os traços da distimia;
  • Ensinar a conviver com o transtorno.

NOTA

Paz seja convosco!
Por motivos de força maior, o colunista e colaborador do site EBD Comentada, Leonardo Novais de Oliveira, evangelista e professor de EBD da Igreja do Senhor na cidade de Uberaba-MG, fará os esboços 10 e 11 da atual revista. Eu, irmão Cláudio Roberto de Souza, quem tem escrito os esboços desta revista, permitindo Deus, retorno na lição 12.

INTRODUÇÃO

Atualmente é muito difícil não conhecer alguém que sofreu ou tem sofrido de depressão. Ela já é denominada como sendo a doença do século XXI e o psicólogo Rollo May a defini poeticamente como: “Depressão é a incapacidade de construir um futuro”.
Neste ponto do nosso estudo sobre as enfermidades da alma, iremos abordar a Distimia ou Transtorno Depressivo Persistente (TDP), que se caracteriza por ser uma forma de depressão, menos grave do que a forma mais conhecida da doença, isto é, a Distimia é uma depressão mais branda, no entanto pode durar um longo período de tempo, muitas vezes, dois anos ou mais.

1 – IDENTIFICANDO A DISTIMIA

É fácil reconhecer quando alguém tem depressão, certo? Nem sempre. Enquanto a forma mais severa da doença impede que a pessoa trabalhe e faça as atividades do dia a dia, existe um outro tipo de depressão, chamado Distimia, com sintomas menos intensos. É aí que está o perigo: a distimia frequentemente passa despercebida e não é tratada, o que prejudica a qualidade de vida e aumenta as chances de a pessoa desenvolver a forma mais grave da depressão.
O indivíduo acometido da Distimia, normalmente tem o seu humor caracterizado pela tristeza constante. Ele normalmente é conhecido por esta característica; é como se a tristeza fizesse parte da sua personalidade. Quando conseguimos ter esta percepção de alguém ou lembrar dele por este aspecto, pode ser que ele sofra de Distimia e a orientação médica seja uma necessidade.

1.1 – O que confunde o diagnóstico

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Antônio Geraldo da Silva, diretor tesoureiro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e presidente eleito da Associação Psiquiátrica da América Latina, diz que a Distimia é uma doença que pode acometer qualquer pessoa em qualquer fase da vida.
Enquanto a depressão, sobre a qual ouvimos falar com frequência, afasta as pessoas do convívio social e do trabalho, pacientes distímicos seguem uma vida quase normal. “A pessoa continua trabalhando, produzindo, estudando, mas com qualidade de vida rebaixada, sente tristeza, desânimo e desinteresse”, explica o Dr. Antônio Geraldo da Silva.
Como sinais da Distimia, destacamos:
  • Apetite diminuído ou aumentado;
  • Insônia ou hipersonia;
  • Baixa energia ou fadiga;
  • Baixa autoestima;
  • Sensualidade inapropriada;
  • Fibromialgia;
  • Dificuldade em tomar decisões;
  • Pessimismo permanente;
  • Baixa capacidade de se concentrar;
  • Exageros sobre seu sofrimento;
  • Sentimento de desesperança.
Os estudiosos da área da psiquiatria afirmam que os sinais da Distimia podem até passar despercebido pelos mais desatentos. Aquele que sofre da doença e os que estão próximos a ela têm dificuldade para notar os sinais que a caracterizam de fato, pois todos tendem a achar que os sinais fazem parte da própria personalidade da pessoa (aqueles de temperamento melancólico por exemplo, podem ser confundidos como deprimidos), dificultando a identificação do problema por um leigo, no entanto, quando alguém apresenta um ânimo constantemente abatido ou exibe por longo período de tempo um comportamento de prostração, pode ser este, um sinal de Distimia e desta forma, o indivíduo deve ser encaminhado para alguém gabaritado para o avaliar.
Como esta enfermidade da alma pode ser descrita por uma atitude constante de prostração, cansaço permanente e principalmente baixa estima e energia, torna-se de certa forma natural, concluirmos que o cristão que pouco ou nada participa das atividades da igreja possa estar padecendo da doença, no entanto, como afirma o pastor Israel Maia, é prudente considerar que tal comportamento possa ser também, apenas negligência do cristão com relação a sua própria vida espiritual (Mt 25.26-30; Lc 12.19-20).
É cauteloso colocar ambas as possibilidades a mesa e procurarmos conhecer melhor a pessoa, a fim de ajudá-la, tanto se o problema for falta espiritual como enfermidade da alma.
A Palavra de Deus sempre irá adiante anunciando que a quietude da alma depende de levarmos todas as nossas angustias e ansiedades ao Senhor através da oração em agradecimento Àquele que tem cuidado de cada detalhe de nossas vidas, pois desta forma, Ele também concederá a paz tão necessária e desejada em momentos de turbulência interior. Além do que, o cultivo do bom relacionamento e comunhão com todos os santos, permitirá a abertura suficiente para o diálogo sincero que auxiliará o irmão a servir com maior dedicação ao Senhor ou esclarecer que ele necessita de ajuda médica.
Filipenses 4:6-7
6 Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.
7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. (ARC).

1.2 – O que pode levar ao TDP?

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As causas da depressão moderada, a Distimia (que estamos a estudar), são variadas. Nós já vimos anteriormente, que outras enfermidades da alma podem levar o indivíduo a depressão, como por exemplo:
  • O vazio existencial (a solidão);
  • Transtorno do Sono;
  • Síndrome do Pânico;
  • Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT);
  • Transtorno Bipolar e
  • O Transtorno de Personalidade Borderline,
Porém, conforme afirma o psicólogo Fábio Roesler, a causa exata da distimia não é conhecida. A distimia pode ter causas semelhantes à depressão tradicional, incluindo:
Fatores bioquímicos: pessoas com distimia podem ter mudanças físicas em seus cérebros. O significado destas mudanças ainda é incerto, mas pode ser um caminho para buscar a causa;
Fatores genéticos: a distimia parece ser mais comum em pessoas com grau sanguíneo de parentesco;
Fatores ambientais: tal como acontece com a depressão, o ambiente pode contribuir para a distimia. As causas ambientais são situações da vida que são difíceis de lidar, como a perda de um ente querido, problemas financeiros ou um alto nível de estresse.
O Dr. Roesler complementa que certos fatores aumentam o risco de uma pessoa ter Distimia. Apesar de se repetir com o que vimos acima, repito, são fatores que potencializa a causa, Vejamos:
  • Ter um parente de primeiro grau com distimia ou depressão;
  • Eventos estressantes, como a perda de um ente querido ou problemas financeiros;
  • Ser excessivamente dependente de aprovação e atenção das pessoas próximas.
Entre os pacientes que possuem algum transtorno mental, aproximadamente 36% apresentam sintomas depressivos leves e de longa duração – indicando um quadro de distimia. Dessa forma, é comum uma pessoa que tem um transtorno mental, como pânico ou fobia, desenvolver sintomas depressivos. É o que os psiquiatras chamam de “comorbidade”, quando dois ou mais quadros psiquiátricos se associam num mesmo indivíduo.
Conforme afirma o pastor Israel Maia, o indivíduo distímico pode ter o seu comportamento alterado devido algum trauma sofrido, e assim agir de forma inesperada. Ele utiliza o exemplo da mulher sírio fenícia a fim de sugerir que a mesma talvez padecesse de Distimia, pois ao conviver por longo tempo com a filha possessa por um espírito imundo, já não acalentava em seu coração qualquer esperança.
Na visão do pastor Israel Maia, o convívio com uma situação dessas por um tempo longo, pode insinuar que a tal mulher cananeia sofria de depressão leve.
Em seu desespero e entristecimento profundos, teve um impulso repentino e retrucou o Filho de Deus! Leiamos o diálogo surpreendente:
Marcos 7:26-28
26 E a mulher era grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio.
27 Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.
28 Ela, porém, respondeu e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos. (ARC)
Para esta mulher, havia muitos obstáculos em seu caminho até Jesus. Em primeiro lugar, ela era estrangeira (era grega, siro fenícia de nação – Mc 7.26); em segundo lugar, era mulher em uma sociedade de cultura predominantemente masculina; em terceiro lugar, o próprio Satanás se opunha a sua casa, já que um de seus demônios assumira o controle da vida de sua filha (Mt 7.22); e por último, os discípulos de Jesus também se colocaram contrários a ela (Mt 7.23). Tudo parecia conspirar contra aquela pobre mulher, pois da primeira vez que ela rogou a Jesus, Ele sequer a respondeu (Mateus revela isso – Mt 7.22-23), logo poderíamos acrescentar que aparentemente, até o seu último recurso pareceu não querer lhe atender.
Alguns podem supor que a resposta dada por Cristo a mulher seja sádica, desumana, maldosa, mas Jesus apenas revelou a verdadeira prioridade da sua manifestação salvadora e a conclusão da história revela que por fim, Ele veio de fato a todos, inclusive aos gentios!
Samuel Rutherford, pastor escocês que suportou muitos sofrimentos por Cristo, certa vez escreveu a um amigo:“Cabe à fé extrair a terna bondade de todos os golpes mais duros de Deus”. Foi exatamente isso o que a mulher gentia fez, e hoje temos muito a aprender com ela sobre a fé.
Considerando que a mesma, de algum modo padecesse de Distimia, a fé sobrepujou as circunstâncias e mesmo diante das palavras de Cristo que por certo poderia afugentar a muitos: “porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (Mc 7.27), ela insistiu em sua humilhação, pois em primeiro lugar, antes mesmo da resposta de Cristo, ela o chamou de Filho de Davi, um título judeu dado ao Messias esperado, depois clamou por misericórdia (Mt 15.22), atitude de reverência e reconhecimento a alguém que não somente lhe é superior, mas também capaz de lhe resolver problemas que não podemos; e após a resposta negativa de Jesus, ela faz algo inusitado:
Mateus 15:25
25 Então, chegou ela e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me. (ARC)
Note a progressão das atitudes… por fim, a mulher rendeu adoração a Jesus. Ato lícito somente a ser conferido Àquele que traz consigo as prerrogativas de ser Deus – Aleluia! Mas não termina aí, pois ela também o chama de Senhor, nome dado Àquele que de alguma forma exerce soberania e no caso de Jesus, esta soberania é Maioral e Absoluta sobre todas as coisas – Glórias sejam dadas a Ele!
Cristo atende ao seu pedido de socorro, reconhece a grande fé desta mulher e a despede com a sua bênção.
Sejamos sensatos e pacientes com aqueles que sofrem da Distimia assim como foi Jesus. Nele temos poder para também socorrer os atribulados pela depressão.

1.3 – A importância do conhecimento

Por Cláudio Roberto de Souza
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Deus lhe abençoe ricamente!!!
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