Conselhos valiosos para a vida cristã em família
4 de agosto de 2019
TEXTO DO DIA
“Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24).
SÍNTESE
O matrimônio feliz e duradouro é aquele no qual os cônjuges compreendem seus respectivos papéis e responsabilidades à luz da Bíblia, respeitando-se mutuamente.
INTERAÇÃO
Nas Escrituras o casamento e o relacionamento conjugal são temas altamente valorizados. Isso porque, a família não é uma criação humana, mas divina. Foi ela formulada para ser um centro de comunhão entre os cônjuges, a célula básica a partir da qual as bênçãos de Deus brotariam e se espalhariam sobre a terra (Gn 1.28). Todavia, para que a família seja bênção, e não maldição, núcleo de cooperação mútua e não de desavenças, requer-se que o matrimônio seja construído com estrita observância aos princípios bíblicos, e que cada cônjuge, esposo e esposa, desempenhem com fidelidade o respectivo papel que lhe foi ordenado por Deus. O declínio da família nuclear e o aumento considerável de divórcios nos tempos atuais resultam da dessacralização do matrimônio, assim como da falta de compromisso e compreensão dos deveres pelos cônjuges. Por esse motivo, os ensinamentos de Pedro sobre a vida em família permanecem relevantes.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado(a) professor(a), nesta lição você terá a oportunidade de dialogar abertamente com as moças e os rapazes sobre família, casamento e responsabilidades conjugais. Será uma aula ideal para ouvir deles a percepção sobre tais temas, principalmente o matrimônio. Em um contexto social saturado de valores invertidos sobre família, é crucial levá-los a compreender e internalizar os ensinos bíblicos sobre o papel do homem e da mulher cristã dentro do matrimônio. O jovem crente precisa ter em mente que o casamento é algo sério, pois se trata de uma aliança sagrada entre duas pessoas. Não obstante, se o homem e a mulher cristã estiverem cientes de seus deveres conjugais, dispostos a se amarem e respeitarem mutuamente, colocando em prática os princípios bíblicos para a vida em família, não há porque temer o casamento. Ele será uma bênção para a glória de Deus!
TEXTO BÍBLICO
1 Pedro 3.1-7.
1 — Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra,
2 — considerando a vossa vida casta, em temor.
3 — O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de joias de ouro, na compostura de vestes,
4 — mas o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.
5 — Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus e estavam sujeitas ao seu próprio marido,
6 — como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós sois filhas, fazendo o bem e não temendo nenhum espanto.
7 — Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo, iremos estudar uma porção da epístola em que Pedro profere diversos conselhos sobre a vida familiar, na qual enfatiza os deveres conjugais do homem e da mulher cristã. O valor que a Bíblia atribui ao matrimônio e as obrigações que ela impõe aos cônjuges, dentro do plano de Deus, contraria frontalmente os padrões adotados pela sociedade pós-moderna, padrões estes que têm conduzido a família ao colapso.
I. A CONDUTA DA MULHER CRISTÃ
1. A submissão da esposa cristã.
Ainda se valendo do princípio da submissão, aplicado anteriormente ao governo e aos superiores, Pedro dirige agora sua atenção para a família. Ele recomenda inicialmente que as mulheres sejam sujeitas aos seus próprios maridos (v.1). Evidentemente, tal orientação não significa uma subserviência cega, pela qual a esposa deva se colocar numa situação de servidão ao seu cônjuge, nem sugere que os homens sejam melhores que as mulheres. As Escrituras ensinam que a mulher foi criada por Deus como a auxiliadora, a companheira do homem (Gn 2.18).
Em termos bíblicos, a esposa se submete voluntariamente ao seu marido não porque o sexo feminino seja inferior ao masculino, e sim porque o esposo recebeu de Deus a autoridade do lar (Gn 3.16; 1Co 11.3; Cl 3.18; Tt 2.5). Note que a submissão da mulher, a que Pedro alude, é em relação ao marido, dentro do casamento, e não ao sexo masculino em geral. Isso porque, a mulher é um ser criado por Deus (Gn 1.26,27), detendo a mesma dignidade e honra humana. Na perspectiva cristã, portanto, não há distinção no status entre homem e mulher; somos um em Cristo Jesus (Gl 3.28).
2. O valor da mulher no Cristianismo.
É válido recordar que o Cristianismo foi responsável por elevar a mulher à condição de igualdade e dignidade social. Em muitas culturas antigas elas ocupavam posição de inferioridade, eram excluídas da vida social e até mesmo tratadas como objetos. Enquanto isso, com base nos princípios éticos extraídos das Escrituras e, principalmente no exemplo de Cristo, a cristandade sempre defendeu a valorização da mulher como imagem e semelhança de Deus. Tais ensinamentos são suficientes para rejeitar tanto o machismo quanto o feminismo presente na sociedade contemporânea. Enquanto o primeiro é uma postura que supervaloriza o sexo masculino em detrimento do feminino, o segundo é uma ideologia diabólica que distorce o papel da mulher, criando uma luta entre sexos.
3. Ganhando o esposo não crente.
A conduta respeitosa da mulher cristã para com o seu esposo é importante inclusive como uma forma de ganhar aqueles que ainda não conheciam ao Senhor. Naquele contexto, na medida em que a comunidade cristã se expandia, era comum que mulheres casadas se convertessem, enquanto seus cônjuges continuavam no paganismo. Isso provocava tensão dentro do lar, pois os maridos viam isso como uma forma de infidelidade e insubmissão. As mulheres cristãs, todavia, não deviam desonrar os seu maridos e muito menos abandoná-los. Por meio de um temor santo e um bom testemunho dentro do lar (v.2), a esposa poderia levar o seu companheiro ao pés de Cristo, mesmo sem proferir qualquer palavra.
O apóstolo preocupava-se com a salvação dos esposos incrédulos, mas também com a preservação do matrimônio. Em nossos dias, em que a instituição familiar sofre ataques de vários lados, e casais se unem em casamento como se fosse uma aventura qualquer, os cristãos continuam defendendo que o matrimônio é uma instituição sagrada. Por esse motivo, jovem, a decisão de constituir uma família deve ser tomada com muita cautela e oração, pois não se trata de um simples contrato, mas o solene ato pela qual homem e mulher se tornam uma só carne. E o que Deus uniu, não separe o homem (Mc 10.7-9).
Pense!
O casamento é uma criação de Deus, e por isso deve ser valorizado como algo sagrado.
Ponto Importante
A esposa se submete voluntariamente ao seu marido não porque o sexo feminino seja inferior ao masculino, e sim porque o esposo recebeu de Deus a autoridade do lar.
II. A VERDADEIRA BELEZA
1. O perigo da vaidade.
Dentro da cultura pagã havia uma preocupação excessiva com a aparência exterior. As mulheres se valiam de vários adornos e adereços, fabricados com pedras e metais preciosos, com o propósito de seduzir os homens. Contrário a esse modelo, Pedro orienta as servas de Deus a agirem de maneira diferente: “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de joias de ouro, na compostura de vestes” (v.3). A advertência é contra a conduta vaidosa, a valorização excessiva da aparência exterior. Os dicionários definem vaidade como a ostentação das próprias características pessoais, e também como a qualidade do que é vão, inútil, sem valor. Eis o motivo pelo qual as Escrituras insistentemente exortam contra este pecado (Sl 24.4; Jó 15.31; Jr 51.18).
O envaidecimento pode se manifestar em todas áreas da vida, mas é na aparência pessoal que ele mais se revela. Se o autor sagrado tinha motivos suficientes para conscientizar a comunidade cristã ainda no primeiro século, vivendo numa sociedade que ainda desconhecia os apelos da mídia e da moda, quanto mais tem a igreja em atentar para os perigos da vaidade no Século XXI. Afinal, o tempo presente é marcado pela busca da beleza efêmera, pela supervalorização do corpo e da estética pessoal. O crescimento da indústria cosmética e dos acessórios de embelezamento mostram a devoção excessiva das pessoas em busca da aparência e do corpo ideal.
2. A verdadeira beleza.
O cerne do ensino do escritor bíblico é que a verdadeira beleza não está no exterior, naquilo que é aparente, nas roupas de grife e nas joias caras e extravagantes, e sim no interior do coração (v.4). Os adornos e as roupas da moda com o tempo perecem e perdem o valor, assim como a beleza física um dia se vai. Mas o encanto que brota do interior, consistente num caráter manso e sossegado, que é precioso diante de Deus, nunca se deteriora. Por certo, isso não significa que a mulher cristã deva descuidar da sua aparência e vestuário. Afinal, uma vez que o corpo é o templo do Espírito Santo (1Co 3.16), precisamos zelar por ele como verdadeiros mordomos, alimentando e cuidando (Ef 5.29), assim como usando as roupas adequadas.
Na vida cristã, caráter e conduta valem mais do que a aparência estética. Todavia, aquilo que trajamos revela o que há dentro de nós, bom ou ruim. Assim, a mulher cristã é aconselhada a se vestir com modéstia e discrição (1Tm 2.9,10). Com graça e elegância, pode-se revelar um viver lindo e transformado por Cristo, tendo como modelo as santas mulheres de Deus.
Pense!
A verdadeira beleza de uma pessoa se revela nas suas atitudes.
Ponto Importante
A verdadeira beleza não está no exterior e sim no interior do coração.
III. A CONDUTA DO HOMEM CRISTÃO
1. A responsabilidade do esposo cristão.
Pedro não restringe seus conselhos às mulheres; ele também se dirige aos maridos cristãos. A palavra “igualmente” (v.7) denota que, assim como a mulher, o homem tem as suas responsabilidades matrimoniais, porquanto o casamento exige obrigações recíprocas entre os cônjuges. O fato de o homem ser o detentor da autoridade familiar, aliás, lhe exige maiores responsabilidades, começando por saber exercê-la com sabedoria. O esposo e pai cristão deve governar sua casa com autoridade e não com autoritarismo, falta de respeito e truculência. O homem é o líder, não o ditador do lar. Por meio do exercício correto do poder que lhe fora confiado por Deus, o homem cumpre fielmente o papel de governante, protetor e provedor do lar (1Tm 3.4; 5.8), não somente no aspecto material, mas também espiritual e emocional.
2. Coabitar com entendimento.
Considerando que o marido cristão ocupa a posição de autoridade do lar, Pedro os instrui a conviver com entendimento com suas esposas, dando-lhes a devida honra, como vaso mais fraco. O primeiro ensinamento que flui dessa passagem é a importância da convivência familiar. O trabalho e os afazeres do dia a dia, até mesmo os eclesiásticos, não podem tirar a atenção e o cuidado devido à esposa. Coabitar com entendimento implica constante diálogo e comum acordo, visando o bem-estar de toda a família.
Em segundo lugar, o esposo cristão é instado a tratar sua mulher com consideração e respeito, pois ela é merecedora de honra, como um verdadeiro presente de Deus. Tal tratamento somente será possível se colocado em prática o mandamento bíblico direcionado aos maridos de amarem suas esposas, tendo como referência não o amor do mundo, mas o amor de Cristo pela Igreja (Ef 2.25).
O terceiro aspecto subentendido no texto é que o marido cristão precisa considerar as características femininas: a sua condição física e emocional. Ao se referir à mulher como “vaso mais fraco” Pedro não está desmerecendo o sexo feminino, e sim chamando a atenção para que o esposo cuide com esmero e carinho da sua companheira, como um delicado vaso de porcelana, o que sugere apoio, cortesia, cavalheirismo e compreensão. Isso se aplica a todos os âmbitos do relacionamento, inclusive sexual (1Co 7.3).
3. A igualdade espiritual.
O autor reforça a igualdade entre homem e mulher à luz das Escrituras ao dizer que ambos são coerdeiros da graça divina. A salvação e as bênçãos espirituais não são privilégios dos homens, pois Deus não faz acepção de pessoas. Mais um motivo para Pedro advertir os homens sobre a importância do tratamento dispensado à esposa, sob pena de as orações serem impedidas de chegar a Deus. Em outras palavras, a relação matrimonial tem consequências espirituais. A oração não tem efeito quando falta respeito e cumplicidade no lar!
Pense!
“Tanto os homens quanto as mulheres que são crentes são parceiros na graça da vida que é dada por Deus — a vida eterna” (Comentário do Novo Testamento de Aplicação Pessoal).
Ponto Importante
Por meio do exercício correto do poder que lhe fora confiado por Deus, o homem cumpre fielmente o papel de governante, protetor e provedor do lar, não somente no aspecto material, mas também espiritual e emocional.
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição que, não obstante o homem seja a autoridade do lar, ele tem a responsabilidade de amar, honrar e respeitar a sua esposa. Enquanto isso, a mulher, sujeita-se voluntariamente ao esposo, porque isso é agradável a Deus. Desse modo, quando o casal se ama e se respeita mutuamente, dentro de um clima de comunhão e de compreensão, a morada é abençoada por Deus (Pv 3.33).
ESTANTE DO PROFESSOR
JOHNSTON, Jeremiah J. Inimaginável: O que Nosso Mundo Seria sem o Cristianismo. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2018.
HORA DA REVISÃO
1. Por que a esposa cristã se submete ao esposo?
Porque o esposo recebeu de Deus a autoridade do lar.
2. Segundo Pedro, onde está a verdadeira beleza?
A verdadeira beleza não está no exterior, naquilo que é aparente, nas roupas de grife e nas joias caras e extravagantes, e sim no interior do coração.
3. De que forma o esposo e pai cristão deve governar sua casa?
Com autoridade e não com autoritarismo, falta de respeito e truculência.
4. Qual a intenção de Pedro ao chamar a mulher de “vaso mais fraco”?
Sua intenção é chamar a atenção para que o esposo cuide com esmero e carinho da sua companheira, como um delicado vaso de porcelana, o que sugere cortesia, cavalheirismo e compreensão.
5. De que forma o cristão solteiro pode se preparar para o casamento?
Resposta pessoal.
SUBSÍDIO
“A família tem sido atacada no lado espiritual, com as investidas satânicas que propõem a sua destruição. Grande parte das famílias, em todo o mundo, não tem estrutura para enfrentar as mudanças rápidas e desintegradoras das famílias. A falta de Deus é o inimigo número 1 do lar. Ele se revela quando o ambiente em casa é destituído de espiritualidade. Quando Deus está presente no lar, sente-se uma atmosfera diferente, agradável e santa. O pai e a mãe se unem aos filhos para servirem ao Senhor. Deus é o hóspede invisível, mas real, que domina o ambiente da família. Em cada canto da casa, pode-se sentir Deus. Há harmonia entre todos. Há louvores. Há devoção sincera ao Senhor. As coisas de Deus são colocadas em primeiro lugar e o lar é uma continuação da igreja. Por outro lado, quando Deus não está no lar, sente-se que o ambiente é carnal, pesado, cheio de manifestações mundanas. As coisas materiais estão em primeiro lugar. Só pensam em prazeres materiais, riquezas, dinheiro, diversão e coisas mundanas! A casa é uma continuação mundo!
[…] É interessante que os que vão constituir família convidem Jesus para se fazer presente no seu lar, mesmo antes de se casarem” (RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.66). marcosandreclubdateologia.blogspot.com