ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 12


A Espiritualidade Cristã e o Espírito Santo
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Lições Bíblicas nº 61

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

João 4.19-30
19 - Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.
20 - Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
21 - Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22 - Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.
23 - Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
24 - Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
25 - A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo.
26 - Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo.
27 - E nisto vieram os seus discípulos, e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Por que falas com ela?
28 - Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens:
29 - Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo?
30 - Saíram, pois, da cidade, e foram ter com ele.

TEXTO ÁUREO
"Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.", Rm 8.6

COMENTÁRIO

Palavra introdutória
A espiritualidade, como a base da relação com o sobrenatural, só pode ocorrer porque nós, independentemente da fé, origem ou condição econômica, também somos seres espirituais. Estabelece-se, portanto, o meio pelo qual a nossa relação se dá com Deus Pai, com o Filho e com o Espírito Santo.
1. A NATUREZA ESPIRITUAL
Vimos que a primeira referência ao Espírito Santo ocorre já na abertura do Livro de Gênesis, no poema da criação, onde diz que o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas (Gn 1.2). Esse movimento contínuo denota uma participação ativa do Espírito na obra que trouxe o universo à existência.
A segunda menção sobre Ele encontra-se quando a humanidade já está decaída e inserida numa grave decisão do Criador: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne, porém os seus dias serão cento e vinte anos (Gn 6.3).

1.1. O Criador extrapola nossa espiritualidade
Para alguns estudiosos, a filosofia demonstra que o Criador excede infinitamente qualquer grau de espiritualidade que possamos possuir e que é razoável enxergar a ação de Deus como inteligente, boa e providencial. É verdade que a filosofia não demonstra o nível de amor revelado em Cristo. No entanto, deixa o caminho aberto para essa possibilidade.
Ela também desencoraja a idolatria - e a ideia de que Deus é do tamanho humano, limitado a uma distância mensurável, a partir da qual nos enxerga.

1.2. A humanidade existe para a comunhão com o Espírito
O terceiro elemento no ser feito à imagem de Deus é a espiritualidade. A humanidade para a comunhão com Deus, que é espírito (Jo 4.24a). Essa comunhão é planejada para ser eterna, como Deus é eterno, aqui poderíamos declarar que, embora os seres humanos tenham um corpo físico e uma alma, só os humanos tem um espírito. E é só pelo fato de termos um espírito que podemos ter consciência de Deus e estar em comunhão com Ele.

2. ESPIRITUALIDADE E ADORAÇÃO
É imperioso reconhecer que o Espírito Santo inspira o cristão a prática da adoração. Ele faz isso principalmente ao testificar de Cristo como merecedor de toda glória, honra e louvor.
A adoração é uma prática apropriada a pessoas espirituais, o que nos leva ao entendimento de que somente seres com espírito possuem a capacidade de relacionar-se com Deus, confirmando, assim, que a espiritualidade é o campo onde se estabelece a saúde espiritual do crente. Ao contrário, a ausência da prática espiritual cotidiana aponta para a fraqueza ou para a enfermidade espiritual.

2.1. A adoração correta
A adoração é devida somente a Deus, é o reconhecimento que a criatura inanimada (natureza), a criatura humana e a criatura angelical não podem ser adoradas. Os exemplos bíblicos são claros. Os profetas condenavam com veemência o culto aos elementos da natureza (Is 44.6-19; Jr 8.1,2; Hc 2.17,18).
Cornélio se prostrou diante de Pedro com a intenção de adorá-lo, mas o apóstolo se recusou a receber adoração, explicando o motivo: Levanta-te, que eu também sou homem (At 10.26). O apóstolo João, extasiado com as visões do Apocalipse, sentiu-se impulsionado a adorar o anjo que o acompanhava, mas a resposta foi: Adora a Deus (Ap 22.9).
2.2. A perfeita adoração
Apenas o Criador pode ser adorado (Êx 34.14; Mt 4.10; Ap 19.10).Trata-se de um culto exclusivo e universal. A adoração, portanto, é a mais elevada forma de comunicação da criatura com o Criador (Êx 20.5), e essa sublimidade é descrita de maneira magnífica no capítulo 4 de Apocalipse.
Adoração implica uma aproximação legítima de Deus em reconhecimento do que Ele é, possuidor e merecedor de toda glória (Sl 29.2).
Adoramos a Deus como resultado dos convites, exortações, mandamentos e exemplos que encontramos nas sagradas Escrituras (Sl 96.6; 96.9; Is 6). Nesses momentos, conservamos uma postura de respeito, reverência e humilhação, plataforma para uma transformação genuína (2 Co 3.18).
A perfeita adoração deve ser feita em espírito e em verdade (Jo 4.23,24), porque Deus é espírito e é o Deus da verdade.

2.3. A adoração cotidiana
O cristão cheio do Espirito Santo é aquele que cuida da sua vida espiritual. Ele emprega todos os meios à sua disposição (a oração, o louvor, e meditação sobre a Palavra, a consagração e a obediência à vontade divina) para ter uma vida santa e de intimidade com Deus.
Os momentos dedicado a adoração são sementes lançadas no coração de Deus, as quais sempre produzem resultados positivos. Fazer da adoração e do louvor uma parte da vida diária leva-nos para mais perto de Deus, produzindo intimidade e garantindo bênçãos sem medida. Logo, a comunhão diária com Deus resulta na plenitude do Espírito: Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês (Tg 4.8).

3. ESPIRITUALIDADE E SANTIFICAÇÃO
A palavra santidade vem do hebraico kadosh e seu significado é separação. O verbo que exprime a ação de santidade é santificar, do qual provém a palavra santificação, que designa a condição necessária para que o homem veja a Deus: Segui a paz com todos e a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
É essa separação que permite ao cristão voltar-se para o Espírito de Deus, e não para a inclinação da carne, onde não poderá frutificar a sua espiritualidade. Essa condição é absolutamente necessária para haver um relacionamento profundo e próximo entre Criador e criatura.

3.1. Meios de santificação
O Espírito usa diversos instrumentos para efetuar a santificação, tais como a Palavra de Deus (Jo 17.17), a pessoa de Cristo (1 Co 1.30), o sangue redentor de Cristo (Hb 13.12) e a si mesmo (1 Pe 1.2).
Em Seu labor santificador na vida humana, o Espírito é capaz de atingir todas as áreas: espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23; Rm 12.1,2); o olhar (Mt 6.22; 18.9); o andar (Gl 5.16); o ler (Sl 1.1,2; Ap 1.3); o vestir (1 Tm 2.9); o comer e beber (Rm 14.17); o adorar (Jo 4.23); o pensar (Cl 3.1-3); o ofertar (Rm 15.16); enfim, todo o viver (Fp 1.21; Gl 2.20).

3.2. Implicações da santificação
A santificação implica separação para Deus (Jr 1.5; Hb 7.26); é um processo de aperfeiçoamento espiritual (At 26.18) e o cumprimento da vontade de Deus para nós (1 Ts 4.3). Quando somos santificados, damos lugar a natureza divina (Hb 12.10; 2 Pe 1.4), obtemos pleno acesso a Deus (Hb 12.14) e por Ele somos capacitados a servir agradavelmente (Rm 6.22; Hb 9.14). A genuína santificação afeta nosso entendimento (Jr 31.34; Jo 6.45), nossa vontade (Ez 36.25-27; Fp 2.13), nossas paixões (Gl 5.24) e nossa consciência (Tt 1.15).
Os teólogos costumam definir a santidade de Deus como o corolário de Seus atributos. Ela pertence a três pessoas da divindade, as quais participam da mesma natureza comum e indivisível.
Jesus chamou Deus de Pai santo (Jo 17.11). O Filho é chamado de Santo de Israel mais de 30 vezes, somente no Livro de Isaías. O Espírito é especificamente chamado de Espírito Santo ao longo da Bíblia. Ele é quem ministra santidade nos homens, permitindo-lhes, assim, reencontrarem o caminho de sua normalidade espiritual.

CONCLUSÃO
A teologia da espiritualidade cristã procurou equipar os santos para viverem uma vida pública, comum a todos, sem abrir mão da espiritualidade e do genuíno testemunho cristão. Desde então, temos procurado viver santa, sóbria e piamente no mundo, sem nos encontrarmos com o mundo, porque a vida no Espírito Santo é incomparavelmente superior e deve nos atrair constante e incessantemente.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. Por que precisamos buscar a santidade se quisermos ser cheios do Espírito?
Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 61

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