Libertos do pecado para uma nova vida em Cristo
03 de Maio de 2020
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
Por meio da maravilhosa graça divina fomos libertos do pecado, perdoados e salvos da condenação e, ainda, recebemos o direito à vida eterna.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Rm 3.21-23
Todos pecaram e encontravam-se longe de Deus
Terça — Is 59.1,2
Os pecados nos afastam de Deus e impedem as nossas orações
Quarta — Tg 1.15
A consequência do pecado é a morte
Quinta — Rm 11.30-32
A compaixão divina alcança toda a humanidade
Sexta — Rm 3.24-26
Fomos alcançados pelo favor imerecido de nosso Deus
Sábado — Mt 5.13-16
Resgatados por Cristo, devemos ser sal da terra e luz do mundo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.1-10.
1 — E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,
2 — em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência;
3 — entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
4 — Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
5 — estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
6 — e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
7 — para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.
8 — Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.
9 — Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
10 — Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
HINOS SUGERIDOS
117, 291 e 351 da Harpa Cristã.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A Palavra de Deus revela que formos libertos do pecado por meio da maravilhosa graça divina. Por ela, fomos perdoados e salvos da condenação eterna. Assim, em Cristo Jesus, recebemos o direito à vida eterna. Na presente lição, você deve mostrar os relevantes aspectos doutrinários que estão revelados em Efésios 2.1-10. Nessa seção da epístola, o apóstolo Paulo amplia o conceito de libertação do pecado descrevendo-o como um favor imerecido dado por Deus aos salvos a fim de que a nova criatura em Jesus desfrute de uma nova vida com o Salvador.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A presente seção da Epístola aos Efésios apresenta relevantes aspectos doutrinários da salvação (2.1-10). Nela, o apóstolo descreve a libertação dos pecados como um favor imerecido dado por Deus aos salvos, a fim de que eles desfrutassem de uma nova vida em Cristo.
I. A ANTIGA NATUREZA MORTA EM OFENSAS E PECADOS
o início da Epístola, o apóstolo Paulo lembra que antes da regeneração estávamos mortos em ofensas, pecados e éramos por natureza “filhos da ira” (2.1-3).
1. Nossa condição anterior.
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” diz o primeiro versículo. A palavra “ofensa”, do grego paraptoma , tem o sentido de “passo em falso de forma deliberada”. O termo para pecado é hamartia , o qual descreve como “aquele que erra o alvo”. Em vista disso, o homem em sua natureza decaída é diagnosticado como “morto” (2.1), ou seja, uma declaração da real condição das pessoas sem Deus. O conceito é de morte moral e espiritual provocada pelo pecado, que inevitavelmente separa o homem de Deus (Is 59.2; Tg 1.15). Tal qual um corpo inerte, a natureza pecaminosa impede o homem de ouvir e obedecer à voz de Deus. Quem assim vive está morto enquanto “vive” (1Tm 5.6).
2. Nossas ofensas e pecados.
A má conduta “em que, noutro tempo, andastes” é descrita por Paulo por meio da metáfora do ato de “andar” (2.2a). Refere-se às atitudes erradas adotadas na vida passada do salvo antes da regeneração:
2.1. “Andastes, segundo o curso deste mundo” (2.2b).
Os costumes eram praticados conforme o sistema mundano da época, tais como: a imoralidade, o furto e a mentira (4.22-32). Uma constatação de que o salvo não deve tomar a forma do mundo, relativizar o pecado e muito menos ajustar-se à maneira de viver de seu tempo (Rm 12.2).
2.2. “Andastes, […] segundo o príncipe da potestade do ar” (2.2c). Uma alusão a Satanás que exerce autoridade sobre os poderes do mal (Jo 12.31). Indica que os agentes malignos têm a capacidade de influenciar os homens desobedientes e incrédulos (2Co 4.4). Mais adiante na Carta, Paulo alerta que a nossa luta é contra tais seres do mal (6.12). Contudo, não é necessário temer, pois Deus exaltou Cristo acima de todos eles (1.21).
2.3. “Andávamos fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (2.3). Refere-se à inclinação para fazer o mal, algo inerente à natureza humana (Gn 6.5). Estão incluídos aqui os pensamentos pervertidos e a prática de todos os desejos desordenados da carne. Como resultado, éramos “filhos da ira”, isto é, condenados e desprovidos do favor divino. Paulo sublinha que essa era a nossa condição (4.18). Entretanto, aprouve ao Pai nos eleger e nos predestinar para “filhos de adoção” (1.5).
SUBSÍDIO DIDÁTICO—PEDAGÓGICO
Ao expor este tópico, faça uma reflexão a respeito da necessidade do novo nascimento como substituição à velha natureza. Para isso, tome por base o seguinte fragmento textual: “O pecado não consiste apenas de ações isoladas, mas também é uma realidade, ou natureza, dentro da pessoa (ver Ef 2.3). O pecado, como natureza, indica a ‘sede’ ou a sua ‘localização’ no interior da pessoa, como a origem imediata dos pecados. Inversamente, é visto na necessidade do novo nascimento, de uma nova natureza a substituir a velha, pecaminosa (Jo 3.3-7; At 3.19; 1Pe 1.23). Esse fato é revelado na ideia de que regeneração só pode acontecer de fora para dentro da pessoa (Jr 24.7; Ez 11.19; 36.26,27; 37.1-14; 1Pe 1.3)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 2018, p.286).
II. VIVIFICADOS PELA GRAÇA
Por ato de bondade e misericórdia, estando nós ainda mortos em pecados, Deus imensamente nos amou e, por isso, nos vivificou por meio de sua graça.
1. Alcançados pela misericórdia e pelo amor divino.
Após constatar a situação da humanidade “sob a ira de Deus” (2.3), Paulo passa a descrever os atos divinos de amor e de misericórdia que alteraram o quadro caótico da raça humana. Começando com uma conjunção adversativa, o apóstolo declara exultante: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou” (2.4). O ato de misericórdia implica compaixão e simpatia para com os indignos (Rm 11.30-32). A Carta aos Efésios ensina que, ao prover à humanidade o meio de escape da merecida ira (cf. 1.7), Deus não se mostra apenas misericordioso, mas “abundante em misericórdia”. E essa riquíssima misericórdia procede do “seu muito amor com que nos amou”. A Bíblia enfatiza que foi a magnitude desse amor que motivou a nossa salvação (Jo 3.16; 1Jo 4.9).
2. Vivificados por sua graça.
Descrevendo as dádivas divinamente concedidas aos salvos, o apóstolo enfatiza que o amor de Deus nos alcançou “estando nós ainda mortos em nossas ofensas” (2.5a). Isso significa que não éramos merecedores desse amor, mas que, mesmo assim, Deus “nos vivificou juntamente com Cristo” (2.5b). Essa frase quer dizer que nascemos de novo (Jo 3.3). Não estamos mais mortos, pois Cristo nos deu vida outra vez. Fomos vivificados sem mérito algum, tudo foi efetivado por meio da sua graça, o favor imerecido (2.8,9).
3. Exaltados por sua graça.
O apóstolo dos gentios ainda destaca que o poder de Deus “nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo” (2.6). Observe que a palavra “juntamente” indica que Deus concede ao homem os mesmos benefícios alcançados por Cristo: a ressurreição, a vida eterna e o galardão nos céus (1Co 15.3-8,20-25). Assim, ao conceder tais bênçãos aos homens, Deus mostrou as “abundantes riquezas da sua graça” (2.7). Desse modo, ratificamos que a salvação e seus privilégios são conferidos pela imensurável graça de Deus, o favor divino imerecido.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de Deus leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a Deus (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de Deus fiel. É o nosso sangue espiritual (Gl 2.20).
Pode-se argumentar que a fé salvífica é um dom de Deus, até mesmo dizer que a presença de anseios religiosos, inclusive entre os pagãos, nada tem a ver com a presença ou exercício da fé. A maioria dos evangélicos, no entanto, afirma semelhantes anseios, universalmente presentes, constituem-se evidências favoráveis à existência de um Deus, a quem se dirigem. Seriam tais anseios inválidos em si mesmos, à parte da atividade divina direta?” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 2018, p.370).
III. A SALVAÇÃO NÃO VEM DAS OBRAS
Em Efésios 2.8-10, Paulo revela que a salvação não depende de obras humanas, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé” (2.8a). Porém, uma vez salvo, o crente deve praticar as boas obras.
1. Graça como meio de salvação.
A “salvação” inclui a libertação da morte, da escravidão do pecado e da ira vindoura; ao mesmo tempo permite ao salvo desfrutar de todas as bênçãos espirituais descritas em Efésios 2.1-7. Portanto, a salvação é o livramento do poder da maldição do pecado e da morte; e a restituição do homem à comunhão com Deus, uma bênção concedida a todos que recebem Cristo como Salvador (Hb 2.15; 2Co 5.19).
A palavra “ graça” é a tradução do grego charis , que significa “favor imerecido” (Rm 3.24). Ela mostra que a iniciativa para tornar possível a salvação veio da parte Deus. É por meio da graça que Deus ativa o livre-arbítrio e capacita o pecador para que responda com fé ao chamado do Evangelho (Rm 11.6). Todavia, ainda assim o ser humano é livre para escolher entre dois caminhos (salvação e perdição); sua liberdade não foi eliminada e a graça pode ser resistida (Jo 7.17).
A “fé” deve ser considerada como a aceitação da obra realizada por Cristo em nosso favor. Ela é a resposta à graça de Deus através da qual recebemos a salvação.
2. Obras como evidência de salvação.
Aqui Paulo usa duas negações para endossar a origem da salvação: a primeira expressão “isso não vem de vós” (2.8b) trata da salvação pela graça que provém de Deus; a segunda ratifica que a salvação “não vem das obras”, o que indica não se tratar de recompensa de algum ato humano. Essas afirmações excluem a possibilidade de alguém ser salvo por esforço pessoal.
Como a salvação é uma realização divina, agora “somos feitura sua, criados em Cristo para as boas obras” (2.10). Uma transformação ocorreu: Agora em Cristo somos uma nova criatura e as coisas velhas passaram (2Co 5.17). Por isso, se antes o apóstolo usou a metáfora do andar numa perspectiva negativa — “outrora andávamos fazendo obras más” (2.2-3) — agora, por meio de uma perspectiva positiva, somos instados a “andar fazendo boas obras”, não como meio para ser salvo, mas como a evidência da salvação (2.10c).
SUBSÍDIO BÍBLICO—TEOLÓGICO
“Nenhuma medida de esforço próprio ou de devoção religiosa pode realizar o que está descrito acima. Pelo contrário, ‘pela graça sois salvos por meio da fé — e isso não vem de vós; é dom de Deus’ (2.8). A ação da graça de Deus está centrada em seu Filho - sua morte, ressurreição e entronização no céu como Senhor. Em relação à demonstração de sua graça, primeiramente vem o chamado ao arrependimento e à fé (At 2.38). Através dessa convocação, o Espírito Santo torna a pessoa capaz de responder à graça de Deus através da fé. Aqueles que por meio da fé respondem ao Senhor Jesus Cristo ‘são vivificados juntamente com Cristo’ (2.5). São regenerados ou nascidos de novo por obra do Espírito Santo (Jo 3.3-8). São ressuscitados e assentados com Cristo no reino celestial e continuam a receber a graça por sua união com Ele, que é a fonte do poder. Isso os torna capazes de resistir ao pecado e de viver de acordo com o Espírito Santo (Rm 8.13,14). Os crentes, então, passam a servir a Deus e praticar ‘boas obras’ (Ef 2.10; cf. 2Co 9.8) por causa da graça que opera em cada um (1Co 15.10)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. RJ: CPAD, 2017, p.413).
CONCLUSÃO
Antes da regeneração éramos “filhos da ira” e condenados à perdição eterna. Por ato do amor divino, por meio de sua maravilhosa graça, nos tornamos “filhos por adoção”. Essa gloriosa salvação nos foi concedida independente de nossas obras. A partir da salvação passamos a praticar boas obras que glorificam a Deus nosso Pai (Mt 5.16).
PARA REFLETIR
A respeito de “Libertos do Pecado para uma Nova Vida em Cristo”, responda:
Segundo a lição, qual o conceito de morto em Efésios 2.1?
O conceito é de morte moral e espiritual provocada pelo pecado, que inevitavelmente separa o homem de Deus (Is 59.2; Tg 1.15).
Cite as atitudes erradas adotadas na vida passada antes da regeneração do salvo conforme a lição.
“Andastes, segundo o curso deste mundo” (2.2b); “andastes, […] segundo o príncipe da potestade do ar” (2.2c); “Andávamos fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (2.3).
Após constatar a situação da humanidade “sob a ira de Deus” (2.3), o que Paulo passa a descrever?
Paulo passa a descrever os atos divinos de amor e de misericórdia que alteraram o quadro caótico da raça humana.
Segundo a lição, o que significa a frase “nos vivificou juntamente com Cristo” (2.5b)?
Essa frase quer dizer que nascemos de novo (Jo 3.3). Não estamos mais mortos, pois Cristo nos deu vida outra vez.
Que transformação ocorreu nos salvos?
Agora em Cristo somos uma nova criatura e as coisas velhas passaram (2Co 5.17).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
LIBERTOS DO PECADO PARA UMA NOVA VIDA EM CRISTO
O capítulo 2 de Efésios mostra o processo de libertação do pecador para uma nova vida em Cristo. Assim, a presente lição procura revelar a graça salvadora de Jesus Cristo que nos garante a vida eterna. A libertação do pecado só foi possível por causa dessa graça.
Para mostrar esse processo de libertação do pecado, reflita com a classe sobre a natureza pecaminosa do homem, morta em delitos e pecados; em seguida, explique que a graça de Deus vivificou-nos, transformando a nossa natureza para agora sermos inclinados às coisas celestiais; e, finalmente, afirme que a nossa salvação não vem de obras, mas de Deus pela sua graça salvadora.
Resumo da lição
A graça salvadora de Cristo nos garante a vida eterna. Esse ponto é central em nossa lição. Por esse motivo, o primeiro tópico faz uma reflexão acerca da antiga natureza humana morta em delitos e pecados. Ele mostra que a nossa condição diante de Deus era caótica, éramos escravos e estávamos condenados à perdição e morte eterna. Isso significa que o pecado não consiste apenas em atos isolados, mas numa realidade que se revela na natureza má dentro da pessoa.
Entretanto, Deus não ficou passivo diante de morte do ser humano em ofensas e pecados. O segundo tópico explica que fomos vivificados pela graça divina. O pecador passou da morte para a vida por meio da graça de Deus, que nos foi concedida por obra da misericórdia e do grande amor de Deus. Tudo isso foi possível pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Nesse caso, não há salvação se o homem não crer no Filho de Deus (Jo 3.16), pois sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6).
Assim, se a salvação é pela graça por meio da fé, o terceiro tópico afirmará que ela não vem pelas obras, pois estas não são o meio, mas o resultado da salvação pela graça.
Aplicação
Deixe claro para a classe que não há qualquer esforço próprio ou ritual que nos garanta a salvação. Somos salvos pela graça mediante a fé somente (Ef 2.8). Essa graça se revelou em Cristo Jesus, conforme a sua obra completa. Na ação da graça de Deus leva-se em conta o chamado ao arrependimento e à fé. Quem torna possível a resposta a esse chamado é a obra do Espírito Santo que convence o mundo do pecado, e da justiça e do juízo (Jo 16.8). Ao respondermos positivamente à graça, somos regenerados pelo Espírito Santo e estamos, assim, habilitados a produzir boas obras (Ef 2.10).
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