ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 7



Em Defesa da Vida
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Lições Bíblicas nº 62

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Mateus 5.17-22
17 - Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir.
18 - Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido.
19 - Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.
20 - Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.
21 - Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.
22 - Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.

TEXTO ÁUREO
"Não matarás.", Êxodo 20.13

COMENTÁRIO

Palavra introdutória
Não matarás é o sexto mandamento absoluto da lei de Deus. Ninguém tem o direito de tirar a vida de um indivíduo de forma ilegítima.
Quem mata uma pessoa toma o lugar do Altíssimo, pois somente Ele tem o direito de decidir quando a vida de alguém deve cessar (1 Sm 2.6).

1. OS CASOS DE ASSASSINATOS NA BÍBLIA

1.1. Resoluções divinas x resoluções humanas
Para os hebreus possuírem a Terra Prometida, teriam de entrar em guerra contra as nações que ali habitavam. Eles levaram cinco anos até se apossarem da terra e, mesmo assim, não conseguiram exterminar totalmente os seus habitantes.
Isso parece contraditório quando se coloca o sexto mandamento ao lado dos relatos históricos. Entramos, assim, no terreno da ética, na sua perspectiva filosófica, para compreender o conflito de valores. Há conquistas que são feitas somente por meio de guerras e, na guerra, há mortes.

2. O ABORTO E OS MOTIVOS  DOS QUE OS DEFENDEM
O mundo atual vive um grande dilema na questão do aborto. Há movimentos que defendem a sua legalização, enquanto outros são totalmente contra. As justificativas daqueles que defendem o aborto parte de uma lógica equivocada e perigosa.
A questão é: como conciliar o aborto com o sexto mandamento? O feto, seja ele de quanto tempo for, é um ser humano em desenvolvimento no útero da mãe. Como ser humano, não tem quem lute por ele para defendê-lo contra a morte, nem da própria mãe.

2.1. Controle familiar
Algumas mães não desejam levar uma gravidez adiante porque um filho a mais atrapalharia seus planos de controle familiar. Nesse caso, algumas contam com a anuência do marido.

2.2. Indicação médica
Há situações em que alguma doença exige que se tome a decisão entre salvar a vida da criança ou a da mãe. Isso gera um conflito difícil de ser resolvido. Há, no entanto, fatores que favorecem a escolha pela preservação da vida da mãe, principalmente quando ela tem outros filhos para cuidar. Como pessoas que confiam no poder de Deus, talvez teríamos um caminho diferente a tomar (Mc 9.23).

2.3. Indicação jurídica 
Quando uma mulher é vítima de abuso e engravida, ela pode carregar consigo um trauma. Quando entrar em contato com a realidade que a liga ao desconhecido que abusou dela, isso pode afetá-la emocionalmente.
A indicação jurídica que permite à mulher fazer dignamente o aborto numa clínica, com auxílio médico, é chamado de "aborto de honra". No entanto, há casos de mulheres que se arrependem por terem abortado nessas condições, sofrendo, posteriormente, distúrbios psicológicos severos.

2.4. Indicação eugênica
Há crianças que, por motivos genéticos podem nascer com alguma deformidade física. Nesse caso, muitos casais optam por não dar à luz. Embora não seja algo tão simples como alguns pensam, a leitura que um crente em Jesus faz da vida é diferente (Rm 8.28). Um filho sempre será amado, ainda que porte alguma deformidade física ou mental.

2.5. Indicação social
Algumas mães pobres alegam não serem capazes de sustentar a criança. Todavia, por pior que seja a situação, há saída para esses casos (Mt 6.25). O que essas mães não sabem é que, segundo dados médicos, a maioria das mães que optam pelo aborto, por não terem condição financeira de criar o filho, no futuro, apresentam problemas psicológicos complicados.

3. AS GUERRAS E AS MORTES PRODUZIDAS POR ELAS
Não há situação mais grave do que a guerra para se matar pessoas. Ela está presente na humanidade desde tempos remotos.
A morte está longe de ser um ideal, mas, em algumas situações, ela se torna um mal necessário. Em alguns casos Deus mandou que Israel eliminasse povos cuja cultura era deplorável e a índole, doentia, como os povos que sacrificavam crianças (Lv 18.21; Jr 19.5).

3.1. O cristão e a guerra
Quando o crente é convocado para ir à guerra, ele empunhará uma arma e, assim como os outros soldados, terá de usá-la. Paulo diz que o magistrado não traz a espada debalde (Rm 13.4). Logo, estando sujeito ao governo, pois toda autoridade vem de Deus (Rm 13.1,2), o crente não tem como escapar dessa incumbência.

4.  A EUTANÁSIA E A FORMA COMO O CRISTÃO A ENXERGA
A eutanásia, do grego "boa morte", é um procedimento que antecipa a morte de um doente incurável para evitar maiores sofrimentos. Essa é um prática antiga e ainda sujeita a muitas discussões. Há um responsabilidade médica e jurídica para a sua prática; normalmente, a pedido da família, quando esta não deseja mais ver o sofrimento de um ente querido.
Segundo a Bíblia, a morte nunca é bem vinda. Ela é chamada de inimiga (1 Co 15.26). A Bíblia valoriza a vida (Gn 9.26; Jo 10.10). Nós enxergamos a eutanásia como a cessação da vida para dar fim ao sofrimento físico, mas temos a convicção de que o sofrimento não cessa para quem morre sem Jesus.
Assim, cremos que a extensão da vida pode criar oportunidades ao moribundo de salvar a sua alma.

5. A EXPLICAÇÃO DE JESUS PARA O SEXTO MANDAMENTO
O Senhor amplia o entendimento do sexto mandamento, mostrando que há formas diretas e indiretas de se praticar o pecado de matar.

5.1. Outras formas de matar
Em defesa da vida, Jesus amplia a compreensão do mandamento de não matar (Mt 5.22). Os mestres da religião torcia a própria Lei, que tanto se ufanavam de guardar (Mt 5.43,44).
Há, evidentemente uma ressalva na fala de Jesus: Qualquer que, sem motivo, se encolerizar (Mt 5.22). O Mestre admite a possibilidade de uma pessoa se encher de fúria contra alguém por ser provocada a isso. Nesse caso, a Palavra de Deus também oferece um caminho (Ef 4.26,31). Ainda no auge da cólera, a pessoa deve se conter.

5.2. Palavras que ferem
O termo raca, cuja tradução é desconhecida, vem da mesma raiz de cuspir. De qualquer forma trata-se de tomar uma atitude de desrespeito em relação a alguém. Pior ainda é chamar alguém de louco como uma forma de ofender a dignidade dessa pessoa. Isso mexe profundamente com a auto-estima e, por esse motivo, na visão de Jesus, pode se encaixar perfeitamente em um ato homicida.
5.3. A importância das relações pessoais para um culto verdadeiro
As relações pessoais devem se manter sempre em um nível de serenidade, para que o culto a Deus seja aceito (Mt 5.23-26). Nos versículos subsequentes, Jesus provoca o raciocínio dos Seus ouvintes para que eles considerem a serenidade do culto que prestam a Deus. O Senhor exige deles que desobstruam suas almas de qualquer pensamento ruim que afete a vida do próximo. Ele ainda relaciona o juízo humano, o do Sinédrio, com o juízo de Deus.

CONCLUSÃO
A reflexão sobre o sexto mandamento traz consigo ainda outros desdobramentos, como a pena capital, o suicídio, o genocídio e outros. Destacamos os principais nesta lição. No entanto, devemos ter consciência de que estamos mais próximo de transgredi-lo do que imaginamos. Nossa omissão em socorrer pessoas que carecem de pão, de abrigo e de afeto, por exemplo, demonstram não apenas um gesto egoísta da nossa parte como também certo desprezo pela vida alheia. Lembremo-nos das palavras de Jesus em Mateus 25.35-40.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. Quem praticou o primeiro homicídio na história da humanidade?
R.: Caim.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 62

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