Lição 9, O mistério da unidade revelado Revista Adulto, CPAD, 2° trimestre 2020 Tema: A igreja eleita, Redimidos pelo Sangue de CRISTO e Selada com o ESPÍRITO SANTO da Promessa.
Lição 9, O mistério da unidade revelado
Revista Adulto, CPAD, 2° trimestre 2020
Tema: A igreja eleita, Redimidos pelo Sangue de CRISTO e Selada com o ESPÍRITO SANTO da Promessa.
Comentarista: Douglas Batista Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana - SP - Tel Esposa 19-98448-2187
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Lição 9, O mistério da unidade revelado
TEXTO ÁUREO
“O qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo ESPÍRITO aos seus santos apóstolos e profetas” (Ef 3.5).
VERDADE PRÁTICA
DEUS revelou o mistério que esteve oculto, desde todos os séculos, aos profetas e aos apóstolos do Novo Testamento.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Ef 3.5 O mistério que estava oculto no Antigo Testamento foi revelado no Novo
Terça — Gn 12.3; Is 11.10 As Escrituras do AT fazem menção das bênçãos prometidas aos gentios
Quarta — At 11.27-30 O ministério oculto foi revelado aos profetas e aos apóstolos
Quinta — At 11.4-17 A igreja incipiente demorou a entender o mistério oculto de DEUS
Sexta — 1Pe 1.20 DEUS revelou o mistério oculto em tempo oportuno
Sábado — Ef 3.11,12 O mistério foi revelado por CRISTO, o qual instituiu a Igreja
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Efésios 3.1-13.
1 — Por esta causa, eu, Paulo, sou o prisioneiro de JESUS CRISTO por vós, os gentios, 2 — Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de DEUS, que para convosco me foi dada; 3 — Como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi, 4 — Pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de CRISTO ,5 — O qual noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora, tem sido revelado pelo ESPÍRITO aos seus santos apóstolos e profetas, 6 — A saber, que os gentios são coerdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em CRISTO pelo evangelho; 7 — Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de DEUS, que me foi dado segundo a operação do seu poder.8 — A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de CRISTO 9 — E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos esteve oculto em DEUS, que tudo criou; 10 — Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus, 11 — Segundo o eterno propósito que fez em CRISTO JESUS, nosso Senhor, 12 — No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele. 13 — Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória.
OBJETIVO GERAL - Estudar o mistério de DEUS que esteve oculto e a revelação concedida aos profetas e aos apóstolos.
Resumo da Lição 9, O mistério da unidade revelado
I. O MISTÉRIO OCULTO NO ANTIGO TESTAMENTO
1. O conceito bíblico de mistério.
2. O desconhecimento do mistério.
3. O mistério e os profetas da Antiga Aliança.
II. O MISTÉRIO REVELADO NO NOVO TESTAMENTO
1. Revelado aos apóstolos e profetas
2. O mistério oculto revelado.
3. A magnitude do mistério
III. O MISTÉRIO PRÉ-ESTABELECIDO POR DEUS
1. As riquezas insondáveis de CRISTO.
2. O eterno propósito em CRISTO.
3. O plano divinamente pré-estabelecido
Ajuda rápida da Lição 9, O mistério da unidade revelado, Pr Henrique
INTRODUÇÃO
Apóstolos e profetas da Igreja receberam revelação diretamente de JESUS CRISTO e do ESPÍRITO SANTO a respeito da Igreja, formada por gentios e judeus salvos. No AT não existia esta revelação, pois só existe Igreja após o sacrifício de JESUS e sua ressurreição. Logo após assoprar sobre seus discípulos para que recebessem o ESPÍRITO SANTO e depois enviar sobre eles o batismo no ESPÍRITO SANTO é que a Igreja passou a existir.
Este mistério foi pré-estabelecido por DEUS na eternidade (3.11).
Paulo considera-se prisioneiro de CRISTO, não de Nero. Paulo não olhava para a vida a partir de uma perspectiva puramente humana. Ele sempre via a vida pela ótica da soberania de DEUS (3.1; 4.1; 6.20).
Paulo considera-se prisioneiro por amor dos gentios. Os crentes de Éfeso podiam se perguntar: por que Paulo está preso em Roma? Por que DEUS permite essas coisas? Paulo explica que está preso pela causa dos gentios. Ele está preso por pregar que os gentios foram reconciliados com DEUS e reconciliados com os judeus para formar um só corpo em CRISTO, a Igreja, formada pelos convertidos a JESUS CRISTO, aqueles ouviram o evangelho e creram o sacrifício de JESUS na Cruz. Aqueles que foram selados com ESPÍRITO SANTO. em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa; Efésios 1:13
3.4 O MISTÉRIO DE CRISTO. (IGREJA) Paulo fala do "mistério de CRISTO" (v. 4), oculto em DEUS durante eras (v. 9), e que agora se torna conhecido pela revelação (v. 3) dada mediante o ESPÍRITO aos apóstolos e profetas (v. 5). O mistério é o propósito de DEUS no sentido de "tornar a congregar em CRISTO todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra" (1.10) e incluir pessoas de todas as nações na promessa da vida eterna e da salvação (v. 6; Rm 16.25,26; 2 Tm 1.1). Dentre os judeus e as nações gentias, DEUS criou "em CRISTO" (v. 6) um novo povo para Ele mesmo (Ef 1.4-6; 2.16; 4.4,16; Mt 16.18; Cl 1.24-28; 1 Pe 2.9,10).
3.7 A GRAÇA DE DEUS. A graça de DEUS é dada a cada crente a fim de que este possa realizar a vontade divina. É uma força poderosa que flui do CRISTO ressurreto e opera por meio do ESPÍRITO SANTO que habita no crente (Ef 1.19; 4.7; At 6.8; 11.23; 14.26; 1 Co 15.10; 2 Co 12.9; Fp 2.13; Cl 1.29; Tt 2.11-13)
3.10 PRINCIPADOS E POTESTADES. Há duas interpretações possíveis deste versículo. (1) Os "principados e potestades nos céus" podem referir-se aos anjos bons (cf. Cl 1.16).
Eles contemplam a multiforme sabedoria de DEUS, à medida que Ele a demonstra através da igreja (1 Pe 1.10-12). (2) Os "principados e potestades nos céus" podem referir-se aos poderes dominantes das trevas, na esfera espiritual (cf. 6.12; Dn 10.13,20,21), aos quais o "eterno propósito" de DEUS (v. 11) está sendo conhecido, através da proclamação da salvação pela igreja e do seu conflito espiritual com Satanás e suas hostes (cf. 6.12-18; Dn 9.2-23; 10.12,13; 2 Co 10.4,5). Comentários BEP - CPAD 1 EU, PAULO, servo de CRISTO, estou aqui na prisão por causa de vocês, por pregar que vocês, os gentios, são uma parte da casa de DEUS. 2 Não há dúvida que vocês já sabem que DEUS me entregou este trabalho especial de mostrar o favor divino a vocês, os gentios 3 como antes mencionei ligeiramente em uma de minhas cartas. O próprio DEUS me mostrou este seu plano secreto: que os gentios também estão incluídos na sua bondade. 4 Digo isto para explicar-lhes como é que eu estou a par dessas coisas. 5 Nos tempos antigos DEUS não fez o seu povo participante deste plano; agora, porém, ele o revelou através do ESPÍRITO SANTO aos seus apóstolos e profetas. 6 E este é o segredo: que os gentios terão total participação com os judeus em todas as riquezas herdadas pelos filhos de DEUS; uns e outros são convidados a pertencer à sua igreja, e todas as promessas divinas de bênçãos poderosas por meio de CRISTO valem para ambas as raças quando a ditam a Boa Nova a respeito de CRISTO e de que Ele fez por eles. 7 DEUS me concedeu o privilégio maravilhoso de contar a todo o mundo este plano dele; e me deu o seu poder e uma capacidade especial de fazê-lo bem. 8 Imaginem só! Embora eu nada tivesse feito para merecê-lo, e ainda que eu seja o cristão mais inútil que há, ainda assim fui escolhido para ter esta alegria especial de falar aos gentios da Alegre Nova dos tesouros infindáveis acessíveis a eles em CRISTO; 9 e para explicar a todos que DEUS é Salvador dos gentios também, tal como Aquele que fez todas as coisas planejou secretamente desde o principio. 10 E para quê? Para mostrar a todas as forças do céu como DEUS é perfeitamente sábio, quando elas virem toda a sua família - judeus e gentios - reunida em sua a igreja, 11 tal como Ele sempre planejara fazer por meio de JESUS CRISTO, nosso Senhor. 12 Agora podemos entrar sem medo nenhum da presença de DEUS, seguros da Sua alegre acolhida quando formos com CRISTO e confiarmos nele. 13 Portanto, eu lhes peço que não percam o ânimo com o que estão fazendo comigo aqui. É por vocês que eu estou sofrendo e vocês devem sentir-se honrados e amados com isso. Efésios 3:2-13 (Bíblia VIVA). I. O MISTÉRIO OCULTO NO ANTIGO TESTAMENTO
1. O conceito bíblico de mistério.
MISTÉRIO - μυστηριον musterion - GREGO (Strong Português)
1) algo escondido, secreto, mistério
1a) geralmente mistérios, segredos religiosos, confiado somente ao instruído e não a meros mortais
1b) algo escondido ou secreto, não óbvio ao entendimento
1c) propósito ou conselho oculto
1c1) vontade secreta
1c1a) dos homens
1c1b) de DEUS: os conselhos secretos com os quais DEUS lida com os justos, ocultos aos descrentes e perversos, mas manifestos aos crentes
2) nos escritos rabínicos, denota o sentido oculto ou místico
2a) de um dito do AT
2b) de uma imagem ou forma vista numa visão
2c) de um sonho O mistério esteve oculto até que JESUS CRISTO viesse a executar o plano da salvação. Daí em diante, por sua revelação e a do ESPÍRITO SANTO foi revelado primeiro a Pedro na casa de simão, o curtidor, em Jope, e confirmado na casa de Cornélio, em Cesaréia, com o batismo no ESPÍRITO SANTO dele e de seus convidados para ouvirem Pedro (Atos 10). A Paulo JESUS o chamou expecificamente a ser "constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios"; 2 Timóteo 1:11 E disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe. Atos 22:21 2. O desconhecimento do mistério.
No Antigo Testamento esse mistério não foi conhecido por ninguém. "noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens".
Quando Paulo diz "agora" está se referindo ao período da Igreja, na atualidade. Só foi revelado o mistério da igreja após existir a Igreja, a partir de Atos 2, no dia do pentecostes. A revelação foi dada primeiro a Pedro para que passasse isto aos judeus. Isso foi confirmado aos judeus, em Jerusalém. Depois a revelação foi dada a Paulo para que passasse isto ao gentios.
A revelação do mistério (igreja) foi dada a Pedro numa visão.
e viu o céu aberto e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, vindo para a terra,
no qual havia de todos os animais quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que DEUS purificou. E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou a recolher-se no céu. Atos 10:11-16 E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o ESPÍRITO SANTO, como também sobre nós ao princípio. E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO. Portanto, se DEUS lhes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor JESUS CRISTO, quem era, então, eu, para que pudesse resistir a DEUS? E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a DEUS, dizendo: Na verdade, até aos gentios deu DEUS o arrependimento para a vida. Atos 11:15-18
para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios; 2 Timóteo 1:11
Os judeus reconheceram o mistério somente no primeiro concílio e sabemos que Pedro foi chamado para revelar o mistério entre os judeus, enquanto Paulo foi chamado para revelar o mistério aos gentios.
Simão relatou como, primeiramente, DEUS visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome. E com isto concordam as palavras dos profetas, como está escrito: Depois disto, voltarei e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído; levantá-lo-ei das suas ruínas e tornarei a edificá-lo. Para que o resto dos homens busque ao Senhor, e também todos os gentios sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas que são conhecidas desde toda a eternidade. Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a DEUS, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. Atos 15:14-20
A Pedro coube a chave para abrir o evangelho tanto aos judeus (At 2) como aos gentios (Atos 10). Porém a Paulo coube abrir o mistério da Igreja aos gentios. depois Paulo recebeu também a revelação do mistério - a Igreja.
(porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios), Gálatas 2:8
3. O mistério e os profetas da Antiga Aliança.
Os escritores do Antigo Testamento conheciam a respeito das bênçãos prometidas aos gentios; eles fizeram menção delas (Gn 12.3; 22.18; Is 11.10; 49.6; 54.1-3; 60.1-3; Ml 1.11).
Evidente que nunca imaginaram que um dia Judeus e Gentios estariam em pé de igualdade, pertencendo ao mesmo corpo e povo, a Igreja, o mistério oculto (3.6,10).
II. O MISTÉRIO REVELADO NO NOVO TESTAMENTO
1. Revelado aos apóstolos e profetas.
Paulo diz que “este mistério manifestado pela revelação” (3.1-3). Ou seja, Paulo diz que não se tem esta revelação pelo conhecimento intelectual, mas somente por revelação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO.
Paulo diz que seu apostolado de homem algum (Gl 1.1) e diz que seu apostolado foi confirmado por DEUS através de sinais, prodígios e maravilhas, assim coo o apostolado de JESUS foi confirmado da mesma maneira por DEUS.
Varões israelitas, escutai estas palavras: A JESUS Nazareno, varão aprovado por DEUS entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que DEUS por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; Atos 2:22
Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12
Paulo diz que a doutrina que ensinava não aprendeu com nenhum homem (Gl 1.11), ou seja, ele diz que recebeu tanto do ESpÍRITO SANTO, como do próprio JESUS CRISTO.
Mas DEUS no-las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS. 1 Coríntios 2:10
Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor JESUS, na noite em que foi traído, tomou o pão; 1 Coríntios 11:23
e que ao ser enviado aos gentios não consultou homem algum (Gl 1.16), ou seja, Paulo está dizendo que foi chamado e enviado pelo próprio JESUS.
E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. Atos 9:6
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome. Atos 9:15,16
E disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe. Atos 22:21
Significa dizer que a chamada, a doutrina e a comissão lhe foram divinamente confiadas “pela revelação de JESUS CRISTO” (Gl 1.12).
O mistério oculto foi revelado pelo ESPÍRITO de DEUS a ele e aos demais apóstolos e profetas (At 11.4-17,27).
O mistério divino não poderia ser desvendado por meio do raciocínio intelectual.
O mistério foi dado a conhecer por meio da “revelação divina” e não por sabedoria humana (1Co 2.4).
Apóstolos e profetas pode indicar que Pedro, João, Paulo, Tiago e Judas, que escreveram sobre a Igreja no Novo Testamento eram ao mesmo tempo Apóstolos (enviados pelo próprio JESUS) e também eram profetas, pois receberam revelações do ESPÍRITO SANTO para transmitirem ao povo, como profetas (uma das atribuições dos profetas é trazerem revelações sobrenaturais).
Também podemos adotar a linha de pensamento geral entre os comentaristas de que seriam os vários apóstolos e profetas do NT, da Igreja que levaram o ensino sobre a Igreja a todos pela pregação e pelo ensino.
E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 1 Coríntios 12:28 - Veja que DEUS colocou na Igreja apóstolos e profetas..
Exemplos de Apóstolos da Igreja.
É importante meditarmos que alguns apóstolos eram ao mesmo tempo apóstolos e profetas, como João e Pedro, do primeiro colegiado e Judas, Tiago, Paulo, Barnabé, Andrônico e Júnia, do segundo colegiado de apóstolos.
Exemplos de Profetas da Igreja.
Temos alguns profetas no Novo Testamento como: Ágabo, Silas,
O profeta, ministério, conforme Efésios 4.11, geralmente trás mensagens futurísticas, como Ágabo (Atos 21.10)
Pedro, apóstolo de JESUS CRISTO, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, 1 Pedro 1:1 - Pedro apóstolo da Igreja.
para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios; 2 Timóteo 1:11 - Paulo apóstolo da Igreja.
E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. Gálatas 1:19 - Tiago, irmão de JESUS, apóstolo da Igreja.
Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes e saltaram para o meio da multidão, clamando Atos 14:14 - Barnabé apóstolo da Igreja.
Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em CRISTO. Romanos 16:7 - Andrônico e Júnia - apóstolos da Igreja.
Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. Atos 15:32 - Judas (não o irmão de JESUS) e Silas eram profetas da Igreja.
E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judeia um profeta, por nome Ágabo; Atos 21:10 - Ágabo - profeta da Igreja.
PAULO REVELA A SUA MISSÃO ESPECIAL (Revista 4º Trimestre de 1999 - Efésios - A Igreja nas regiões celestiais - Comentarista: Elienai Cabral)
Em Efésios 2.22, o apóstolo declara dos crentes: “edificados para habitação de DEUS”. Por esta razão, Paulo foi levado a fazer uma segunda oração em favor dos destinatários dessa epístola (3.14-21). Antes, porém, ele se identificou de modo especial para que o crédito de sua mensagem não causasse dúvida entre os efésios. Paulo começa o capítulo dizendo “por esta causa” para referir-se a tudo quanto havia escrito anteriormente.
a- Paulo, o “prisioneiro de CRISTO” (v.1). Na verdade, ao dizer-se prisioneiro, Paulo referia-se a dois lados dessa situação. Primeiro, estava, de fato, encarcerado numa prisão em Roma e, segundo, essa prisão literal lhe dava oportunidade de servir a CRISTO como seu “prisioneiro especial”. A expressão “prisioneiro de CRISTO” tinha o sentido de não poder fazer outra coisa, senão, pregar a CRISTO como Senhor e Salvador. Além disso, o fato de estar preso permitiu a DEUS comunicar ao seu servo as poderosas verdades destinadas a ser a força e a inspiração de sua Igreja. Ele não lamenta a prisão, mas inverte a situação, e torna o seu cativeiro uma oportunidade para melhor servir ao Senhor.
b- Paulo, o mordomo da graça de DEUS (vv.2,3). O apóstolo assume o seu papel mais importante na missão que recebeu de CRISTO que é o de ser mordomo da graça de DEUS. E a tradução do termo original oikonomia , que significa dispensação, administração dos bens de outrem, administração de uma casa, mordomia (no sentido bíblico). Paulo revela que seu ministério recebido da parte de CRISTO era o de revelar, dispensar e mostrar o propósito da graça de DEUS a todos os homens. Ele faz questão de afirmar que se tornou ministro do evangelho aos gentios, por isso era chamado “apóstolo dos gentios” (2Tm 1.11; 2Co 10.1; Gl 5.2,3; Cl 1.23).
c- Paulo, um dos possuidores da revelação do mistério da graça de DEUS (vv.3-5). Não era nenhuma presunção do apóstolo frisar que o evangelho aos gentios lhe havia sido revelado especialmente para que fossem partícipes dos privilégios do reino de DEUS, tanto quanto os judeus. A designação do seu ministério aos gentios foi revelada por profecia a um discípulo chamado Ananias, quando o Senhor disse: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel” (At 9.15). No v.9, a palavra “demonstrar” e “mistério” estão intimamente ligadas. Paulo foi o revelador, sob a direção do ESPÍRITO SANTO, do mistério de CRISTO (1Tm 3.16; 1Co 12.27; Cl 1.27; Ef 5.32).
c- Paulo, o revelador das bênçãos universais de DEUS (vv.5,6). A razão pela qual Paulo enfatizava o direito às bênçãos de DEUS em CRISTO é porque muitos judeus cristãos tentavam diminuir esses direitos dos gentios. Paulo não aceita as razões sem bases desses judeus e declara que todos, independente, de serem judeus ou gentios, têm os mesmos direitos e privilégios ante a graça de DEUS. O apóstolo testifica de modo enfático, que os gentios são “coerdeiros e coparticipantes do mesmo corpo de CRISTO”. Ao ingressarem no reino de DEUS, mediante a obra de CRISTO no Calvário, os gentios participam igualmente de todas as bênçãos. Eles não são cidadãos de segunda categoria. Eles são participantes das promessas de CRISTO e formam um só corpo espiritual com os judeus, resultando na Igreja (1Co 12.13; Ef 2.13). Os gentios, em CRISTO, foram feitos “povo de DEUS”, “geração eleita”, “nação santa”, “povo adquirido” juntamente com os judeus.
2. O mistério oculto revelado.
O “mistério revelado” é a Igreja. Existem fases para que esta revelação fosse plena:
DEUS PAI idealizou a redenção humana e a Igreja para quem cresce nela ao ouvir sobre esta. (Ef 1.13, 14; 3.11);
JESUS CRISTO executou a Obra de salvação e implementação da Igreja (1.7; 2.15);
JESUS CRISTO fundou a Igreja ao assoprar o ESPÍRITO SANTO sobre os discípulos e ao batizá-los no ESPÍRITO SANTO (At 2; Ef 2.1-10);
DEUS recebeu a Igreja como família de DEUS e Corpo de CRISTO (2.11-22; 3.6);
A comunicação dessas verdades aos santos apóstolos e profetas foi feita diretamente por CRISTO ressuscitado e pelo ESPÍRITO SANTO (3.3,5).
Daí em diante a responsabilidade do anúncio dessas dádivas do mistério revelado recai sobre a Igreja, para que “a multiforme sabedoria de DEUS se torne conhecida” (3.10).
A Igreja é a principal agência divina de divulgação desse “mistério” a fim de unir todos os homens em um só povo por meio de CRISTO.
Ao pregarmos o evangelho anunciamos a Igreja como corpo de CRISTO na Terra, igreja, esta, formada por todos os salvos de toda a Terra.
PAULO, MINISTRO DA REVELAÇÃO DIVINA
No primeiro ponto desta lição estudamos que Paulo declarou a sua missão especial como agente da revelação do mistério da graça de DEUS. Agora, ele se identifica, não apenas como receptor dessa revelação, mas como ministro do evangelho.
a- Paulo, ministro da revelação divina (v.7). As palavras iniciais do v.7 são uma continuação da declaração que Paulo havia feito no v.6, ao afirmar que os gentios eram “coerdeiros” e “coparticipantes” das bênçãos do evangelho. Ele, então, diz “do qual fui feito ministro”. Desse modo, Paulo considerava seu ministério um grande privilégio, porque fora feito ministro, não por qualquer mérito ou dignidade, mas “segundo a operação do seu poder”. Paulo, desde o início do seu ministério sofreu da parte dos judeus e dos gentios, mas superou as dificuldades e manteve-se como aquele que recebeu de DEUS a missão de ministrar a graça de DEUS aos gentios e, também, aos judeus.
b- de “riquezas incompreensíveis de CRISTO”, ele sabia quão insondáveis eram essas riquezas espirituais. Era algo que superava qualquer conhecimento humano. Tudo que refere-se à gloria de CRISTO, sua divindade, sua glória moral e sua glória meritória na cruz do Calvário tem um valor incalculável. “O privilégio de Paulo era pregar aos gentios a CRISTO como Salvador, e declará-los incluídos como participantes das bênçãos de CRISTO: At 9.15; 22.21; 26.17; Rm 11.13; Rm 15.16-21; Gl 2.7-9” (Carta aos Efésios, CPAD).
c- A quem mais foi revelado o mistério? (vv.9-11). O mistério da salvação “estava oculto em DEUS”. Em sua presciência, Ele estabeleceu o tempo da revelação do mistério da salvação através de JESUS CRISTO. O v.10 declara que “agora” a Igreja se constituiu na proclamadora da revelação, o que indica que ela sempre fez parte do plano divino. A Igreja não foi uma obra acidental de DEUS; ela foi criada antes de todos os tempos e manifestada através de JESUS. Outrossim, essa revelação não ficaria restrita aos homens, pois diz o v.10 que, também, os anjos (“principados e potestades”) teriam conhecimento dessa revelação através da Igreja. O v.11 afirma que o mistério foi revelado “segundo o eterno propósito que fez em CRISTO JESUS”. Esse eterno propósito divino, antes de todos os tempos, já tinha JESUS CRISTO como a razão de tudo. Tudo quanto foi criado por DEUS teve a sua elaboração na eternidade.
d- Três palavras especiais: ousadia acesso e confiança (v.12). Essas três palavras tornam possível nossa comunhão mais profunda com DEUS. Não há como entrarmos na presença de DEUS senão com santa “ousadia”. O “acesso” diz respeito a nossa entrada na presença de DEUS (Ef 2.18; Rm 5.2). E, a palavra “confiança” envolve a nossa fé em DEUS.
3. A magnitude do mistério.
Nem no mais otimista pensamento judaico passou a ideia de que algum dia judeus e gentios estivessem formando um mesmo povo, com promessas iguais (Gl 3.28; Ef 3.6; Cl 3.11).
A Igreja formada por totalidade judia, no início, relutou em aceitar a ideia de gentios também fazerem parte do corpo de CRISTO, a igreja. (At 11.4-17). Pedro foi criticado por entrar em casa de gentios. Judaizantes tentaram impor o judaísmo aos primeiros gentios como forma de salvação.
dizendo: Entraste em casa de varões incircuncisos e comeste com eles. Atos 11:3
Então, alguns que tinham descido da Judeia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. Atos 15:1
Esse mistério, ora revelado, deve ser propagado aos homens conforme DEUS planejara desde o princípio (3.7,8,10,11).
O mistério, isto é, a igreja é tão maravilhoso que foi planejado por DEUS, executado por JESUS e revelado pelo ESPÍRITO SANTO.
III. O MISTÉRIO PRÉ-ESTABELECIDO POR DEUS
DEUS é onisciente, portanto, em sua presciência conhece o futuro antes do futuro chegar para nós. Tudo é um eterno presente para DEUS. DEUS viu o dia em que nasci e viu o dia em que morri, embora eu não tenha morrido ainda, para Ele é tudo presente. Quando o homem pecou não foi surpresa para DEUS, pois Ele já havia preparado de antemão um plano de redenção para o homem e a Igreja, da qual fazem parte todos os que arrependidos aceitam a JESUS CRISTO como salvador e Senhor.
1. As riquezas insondáveis de CRISTO.
O mistério agora revelado são “riquezas insondáveis” (3.8).
Riquezas, porque nos traz eternidade com DEUS. Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça. Provérbios 8:18
Insodáveis porque não é possível sondar com a mente humana, mas o ESPÍRITO que penetra todas as coisas é que revela este mistério.
mas falamos a sabedoria de DEUS, oculta em mistério, a qual DEUS ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.
Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que DEUS preparou para os que o amam. Mas DEUS no-las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de DEUS, senão o ESPÍRITO de DEUS. 1 Coríntios 2:7-11 Insondáveis, pois não se compreende com a mente humana, mas somente com a revelação do ESPÍRITO SANTO. Não são dectráveis pela intelectualidade, mas pela espirituaçidade, comunhão com o ESPÍRITO SANTO. É imensurável (3.18,19), porque não se pode medir coisas eternas. A perfeição e a preciosidade do mistério que estivera oculto (3.8,9); concedidas aos homens por meio de CRISTO (1.4; 2.16). DEUS articulou o plano (1.11), o conteúdo desse plano (Ef 2.1-6) e a pessoa de CRISTO que executou o plano pré-estabelecido por DEUS (Ef 1.19-22).
DEUS PAI planejou a igreja, JESUS executou o plano do PAI, foi tudo revelado pelo ESPÍRITO SANTO.
2. O eterno propósito em CRISTO.
O mistério “desde os séculos esteve oculto em DEUS, que tudo criou” (3.9).
A Igreja já estava planejada desde o princípio dos tempos, o Criador manteve o mistério encoberto para ser revelado em tempo oportuno (1Pe 1.20). DEUS sempre esteve no controle de sua criação “para que agora seja manifestada […] segundo o eterno propósito que fez em CRISTO” (3.10,11). Assim, o “plano da salvação”, que abrange o “mistério da igreja”, e a “revelação desse mistério”, sempre estiveram de acordo com o desígnio divino para serem executados por intermédio de CRISTO.
3. O plano divinamente pré-estabelecido.
Antes do pecado de Adão, DEUS já estava com tudo pronto no reino espiritual, estava no controle de tudo e já tinha um plano de salvação pré-estabelecido desde a eternidade. Tudo o que acontece história humana está dentro de um propósito eterno em andamento. DEUS é soberano e controla todas as eras, tempos e circunstâncias. Nesse eterno propósito, no tempo previamente determinado, o mistério da Igreja foi executado em CRISTO “no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele” (3.12).
A revelação do mistério veio a Pedro e a Paulo por revelação e anós vem atraves da esplanação do evangelho, mas sempre, atrav´pes de uma revelação do ESPÍRITO SANTO em nosso interior para compreendermos claramente o mistério.
CONCLUSÃO
A principal lição desta primeira metade de Efésios 3 é a centralidade bíblica da igreja. Algumas pessoas constroem um cristianismo que consiste inteiramente e somente em um relacionamento pessoal com JESUS CRISTO, sem considerar a igreja. Outros fazem com má vontade uma concessão à filiação à igreja, mas acrescentam que já rejeitaram a organização eclesiástica como sendo irrecuperável. Ora, é compreensível, até mesmo inevitável, que critiquemos muitas das estruturas e tradições herdadas pela igreja. Toda igreja, em todo lugar e a todo tempo, precisa de reforma e de renovação. Devemos, no entanto, ter cautela para não desprezarmos a igreja de DEUS, e para que não sejamos cegos diante da sua ação na História. Podemos dizer com segurança que DEUS não abandonou a sua igreja, por mais insatisfeito com ela que ele talvez esteja. Ainda a está edificando e refinando. E se DEUS não abandonou, como é que nós podemos abandoná-la? Ela ocupa um lugar central no seu plano. O que, pois, esta passagem nos ensina acerca da centralidade bíblica da igreja?
a. A igreja ocupa lugar central na História
O versículo 11, conforme vimos, alude ao eterno propósito de DEUS. É também chamado de seu plano ou o plano de mistério (v. 9). Somos informados de que este é o plano ou propósito de DEUS, que foi concebido na eternidade, conservado oculto desde os séculos (v. 9), o qual em outras gerações não foi dado a conhecer aos filhos dos homens (v. 5). Ele agora o revelou depois do sacrifício de CRISTO JESUS nosso Senhor. Qual é este propósito? Diz respeito à igreja, à criação de uma nova humanidade reconciliada em união com JESUS CRISTO, formando um só corpo de judeus e gentios. Este é o mistério, oculto durante séculos, mas agora revelado.
Os cristãos afirmam, em contraste com todos os demais pontos de vista, que a História é a “história dele”, a história de DEUS. DEUS está operando, baseado num plano concebido na eternidade, mediante um desenvolvimento e uma revelação históricos, levando-a a um clímax e, depois, além dela, para outra eternidade do futuro. A Bíblia tem este modo linear de entender o tempo. E nos conta que o centro do plano eterno e histórico de DEUS é JESUS CRISTO, juntamente com o seu povo redimido e reconciliado.
Para entendermos este fato, talvez seja útil contrastar a perspectiva dos historiadores seculares com a da Bíblia.
A História secular concentra a sua atenção nos reis, nas rainhas, e nos presidentes, nos políticos e nos generais, enfim, nas celebridades. A Bíblia concentra-se, pelo contrário, num grupo que chama de os santos, frequentemente gente pobre, insignificante, gente sem importância que, porém, ao mesmo tempo, é o povo de DEUS — e por esta razão são “como
desconhecidos (do mundo), e entretanto bem conhecidos (de DEUS)”.
A História secular concentra-se nas guerras, nas batalhas e nos tratados de paz, seguidos ainda por mais guerras, batalhas e tratados de paz.
A Bíblia concentra-se, pelo contrário, na guerra entre o bem e o mal, na vitória decisiva ganha por JESUS CRISTO sobre os poderes das trevas, no tratado de paz ratificado pelo seu sangue, e na proclamação soberana de uma anistia para todos os rebeldes que se arrependem e creem.
Além disso, a História secular concentra-se no mapa do mundo que vai sendo alterado à medida em que uma nação derrota outra e anexa o seu território, e na ascensão e queda dos impérios.
A Bíblia concentra-se, pelo contrário, numa comunidade multinacional chamada igreja, que não tem fronteiras territoriais, que reivindica nada menos do que o mundo inteiro para CRISTO, e cujo império chegará ao fim.
Sem dúvida, pintei de modo severo demais o contraste entre os conceitos secular e bíblico da História. A Bíblia não deixa desapercebidos os grandes impérios da Babilônia, do Egito, da Grécia, e de Roma; e uma história secular verdadeira não pode desconsiderar a existência da igreja.
É, porém, uma questão de perspectiva, de prioridades. O DEUS vivo é o DEUS de todas as nações do mundo mas, dentro da comunidade humana universal existe uma “comunidade da aliança”, a nova sociedade de DEUS, o começo da sua nova criação. É a este povo somente que ele se ligou com a eterna promessa: “Eu lhes serei por DEUS, e eles serão meu povo!’
b. A igreja é central para o evangelho.
O evangelho que alguns de nós proclamamos é por demais individualista. “CRISTO morreu por mim”, dizemos, e passamos a cantar sobre o céu: “Será para mim, glória sem fim!’ As duas afirmações são verdadeiras. Quanto à primeira, o próprio apóstolo Paulo pôde escrever: “O Filho de DEUS... me amou e a si mesmo se entregou por mim!’ Quanto ao assim chamado “cântico da glória”, o evangelho realmente promete glória para os crentes no céu. Mas isso está longe de ser a plenitude do evangelho.
Fica evidente em Efésios 3 que o evangelho integral diz respeito tanto a CRISTO quanto ao mistério de CRISTO. As boas novas das insondáveis riquezas pregadas por Paulo é que CRISTO morreu e ressuscitou não somente para salvar pecadores tais como eu,
mas também para criar uma nova humanidade; não somente para nos redimir do pecado mas também para nos adotar na família de DEUS; não somente para nos reconciliar com DEUS, mas também para nos reconciliar uns com os outros. Portanto, a igreja é uma parte integrante do evangelho. O evangelho é boas novas de uma sociedade bem como de uma nova vida.
c. A igreja é central na vida cristã
É digno de nota que Paulo termina esta seção como a iniciou (v. 1), a saber, com uma referência aos seus próprios sofrimentos na causa gentia.
Dirige-lhes a seguinte exortação: Portanto vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, pois nisto está a vossa glória (v. 13). Ora, sofrimento e glória constantemente estão ligados entre si no Novo Testamento. JESUS disse que entraria na sua glória através do sofrimento, e que seus seguidores teriam de palmilhar o mesmo caminho. Aqui, Paulo escreve que os sofrimentos dele trarão glória a eles (aos seus leitores gentios). Está sofrendo na prisão em prol deles, como o campeão deles, defendendo firmemente a inclusão deles na família de DEUS. É esta a medida da solicitude de Paulo para com a igreja.
Pode, naturalmente, ser argumentado que Paulo era uma exceção. Afinal, era o apóstolo aos gentios. Tinha recebido uma revelação especial e uma comissão especial. Talvez fosse ele e ele só que tivesse de sofrer em favor da igreja dos gentios. Mas não, o princípio é aplicável a todos os cristãos. Se a igreja é central no propósito de DEUS, conforme se percebe tanto
na História como no evangelho, certamente também deve ser central para as nossas vidas. Como podemos tratar levianamente aquilo que DEUS leva tão a sério? Como ousamos empurrar para a periferia aquilo que DEUS colocou no centro? Não, procuraremos tornar-nos membros responsáveis da igreja, ativos em alguma manifestação local da igreja universal. Não
poderemos aquiescer com padrões inferiores, muito aquém dos ideais do Novo Testamento para a nova sociedade de DEUS, seja em se tratando de cultos de adoração mecânicos e sem sentido, seja numa comunhão tornada fria como gelo e até mesmo estragada por rivalidades que fazem da Ceia do Senhor uma farsa, ou num isolamento tal que transforma a igreja num gueto invisível ao mundo externo sofredor. Se, pelo contrário (como Paulo), conservamos diante de nós a visão da nova sociedade de DEUS como sendo sua família, sua habitação e seu instrumento no mundo, então constantemente procuraremos tornar mais autêntica a adoração na nossa igreja, mais solícita a comunhão e mais compassiva a sua extensão para com os de fora. Noutras palavras (como Paulo, também), devemos estar prontos a orar, a trabalhar e, se necessário, a sofrer, a fim de transformar esta visão numa realidade.
Ajuda para a Lição - Comentários extras
A IGREJA (Bíblia De Estudos Pentecostal - CPAD)
Mt 16.18 “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.
A palavra grega ekklesia (igreja), literalmente, refere-se à reunião de um povo, por convocação (gr. ekkaleo). No NT, o termo designa principalmente o conjunto do povo de DEUS em CRISTO, que se reúne como cidadãos do reino de DEUS (Ef 2.19), com o propósito de adorar a DEUS. A palavra “igreja” pode referir-se a uma igreja local (Mt 18.17; At 15.4) ou à igreja no sentido universal (16.18; At 20.28; Ef 2.21, 22).
(1) A igreja é apresentada como o povo de DEUS (1Co 1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes redimidos como fruto da morte de CRISTO (1Pe 1.18,19). É um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb 13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e pessoal com DEUS (1Pe 2.5; ver Hb 11.6).
(2) A igreja foi chamada para deixar o mundo e ingressar no reino de DEUS. A separação do mundo é parte inerente da natureza da igreja e a recompensa disso é ter o Senhor por DEUS e Pai (2Co 6.16-18).
(3) A igreja é o templo de DEUS e do ESPÍRITO SANTO (ver 1Co 3.16; 2Co 6.14—7.1; Ef 2.11-22; 1Pe 2.4-10). Este fato, no tocante à igreja, requer dela separação da iniqüidade e da imoralidade.
(4) A igreja é o corpo de CRISTO (1Co 6.15,16; 10.16,17; 12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja verdadeira sem união vital dos seus membros com CRISTO. A cabeça do corpo é CRISTO (Cl 1.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23).
(5) A igreja é a noiva de CRISTO (2Co 11.2; Ef 5.23-27; Ap 19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, devoção e fidelidade da igreja a CRISTO, quanto o amor de CRISTO à sua igreja e sua comunhão com ela.
(6) A igreja é uma comunhão (gr. koinonia) espiritual (2Co 13.14; Fp 2.1). Isto inclui a habitação nela do ESPÍRITO SANTO (Lc 11.13; Jo 7.37-39; 20.22), a unidade do ESPÍRITO (Ef 4.4) e o batismo com o ESPÍRITO (At 1.5; 2.4; 8.14-17; 10.44; 19.1-7). Esta comunhão deve ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os irmãos (Jo 13.34,35).
(7) A igreja é um ministério (gr. diakonia) espiritual. Ela ministra por meio de dons (gr. charismata) outorgados pelo ESPÍRITO SANTO (Rm 12.6; 1Co 1.7; 12.4-11, 20-31; Ef 4.11).
(8) A igreja é um exército engajado num conflito espiritual, batalhando com a espada e o poder do ESPÍRITO (Ef 6.17). Seu combate é espiritual, contra Satanás e o pecado. O ESPÍRITO que está na igreja e a enche, é qual guerreiro manejando a Palavra viva de DEUS, libertando as pessoas do domínio de Satanás e anulando todos os poderes das trevas (At 26.18; Hb 4.12; Ap 1.16; 2.16; 19.15, 21).
(9) A igreja é a coluna e o fundamento da verdade (1Tm 3.15), funcionando, assim, como o alicerce que sustenta uma construção. A igreja deve sustentar a verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpadores e os falsos mestres (ver Fp 1.17; Jd 3).
(10) A igreja é um povo possuidor de uma esperança futura. Esta esperança tem por centro a volta de CRISTO para buscar o seu povo (ver Jo 14.3; 1Tm 6.14; 2Tm 4.8; Tt 2.13; Hb 9.28).
(11) A igreja é tanto invisível como visível. (a) A igreja invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros, unidos por sua fé viva em CRISTO. (b) A igreja visível consiste de congregações locais, compostas de crentes vencedores e fiéis (Ap 2.11, 17, 26; ver 2.7), bem como de crentes professos, porém falsos (Ap 2.2); “caídos” (Ap 2.5); espiritualmente “mortos” (Ap 3.1); e “mornos” (Ap 3.16; ver Mt 13.24; At 12.5). MATEUS 16.13-20 13 E, chegando JESUS às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? 14 E eles disseram: Uns, João Batista; outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas. 15 Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? 16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o CRISTO, o Filho do DEUS vivo. 17 E JESUS, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. 18 Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19 E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. 20 Então, mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o CRISTO. A Igreja é universal à qual todos os servos de CRISTO, no mundo inteiro, estão ligados (Mt 16.18; At 9.31; 1 Co 12.28; Ef 1.22); é a Igreja de DEUS ou de CRISTO (1 Co 10.32; 1 Ts 2.14; Rm 16.16). O mistério revelado no NT é a igreja, formada por judeus que se converteram a JESUS e gentios que se converteram a JESUS.
Porém, na Grande Tribulação e no Milênio voltarão a existirem dois povos distintos, judeus e gentios. 144 mil judeus pregarão o evangelho do reino e não da Graça na Grande Tribulação.
No milênio, anjos proclamarão o evangelho eterno e não mais o evangelho da Graça ou do reino. Após o arrebatamento, a porta da Graça estará fechada novamente, após ter sido aberta por um período. Antes, JESUS pregava o evangelho do reino e este evangelho terá sua continuidade durante a Grande Tribulação, pois após a mesma, JESUS reinará.
No milênio será pregado o evangelho eterno, pois, após o milênio, vem a eternidade, para uns vida eterna sem DEUS, no lago de fogo e enxofre e para outros a vida eterna com DEUS na Nova Terra. Mt 24:14 E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.
Ap 14:6 E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. O mistério não é CRISTO, pois Este já havia sido profetizado por todos os profetas no AT e já havia vindo e morrido na Cruz na época de Paulo. Já era história contada entre todos. Mistério mesmo era a Igreja formada por salvos judeus e gentios. Jamais isso foi sonhado pelos judeus e nem pelos gentios.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O MISTÉRIO DA UNIDADE REVELADO
Que mistério foi esse revelado no Novo Testamento? Um mistério oculto desde todos os tempos e todas as gerações foi revelado ao povo de DEUS do Novo Testamento. Esse é o assunto desta lição. Você tem o objetivo geral de ensinar acerca do mistério de DEUS que esteve oculto e a revelação concedida aos profetas e aos apóstolos. Para isso, você deve explicar que o mistério oculto é o de que judeus salvos e gentios salvos seriam um só povo integrante de um mesmo corpo (IGREJA). Essa é uma consequência natural da inimizade destruída pela obra de CRISTO, assunto que vimos em lição anterior. Depois você deve expor como e quando DEUS revelou o mistério aos apóstolos e aos profetas. Isso tem tudo a ver com o desdobramento que a revelação se deu no Novo Testamento. E, finalmente, você deve mostrar aos alunos que desde a eternidade o mistério esteve encoberto para ser revelado em tempo oportuno.
Resumo da lição
DEUS revelou o mistério que esteve oculto. Hoje, graças as Escrituras Sagradas, temos o privilégio de ter acesso a esse mistério. Nesse sentido, o tópico primeiro explica que o mistério da igreja de CRISTO formada pela união entre judeus salvos e gentios salvos estivera oculto desde a eternidade. Aqui, você deve pontuar com clareza que o mistério oculto é que judeus e gentios seriam um só povo integrante de um mesmo corpo (IGREJA).
O segundo tópico, expõe como e quando DEUS revelou o mistério aos apóstolos e aos profetas. Nesse ponto você deve destacar que o “mistério revelado” é a Igreja redimida por CRISTO e formada pelos povos e nações do mundo todo. É a nova raça espiritual, formada por uma nova comunidade internacional em que judeus salvos e gentios salvos são iguais e desfrutam dos mesmos privilégios espirituais em CRISTO.
O terceiro tópico mostra que desde a eternidade o mistério esteve encoberto para ser revelado em tempo oportuno, ou seja, o mistério da Igreja de CRISTO foi pré-estabelecido pelo Pai desde antes da fundação do mundo. Aqui, você pode reforçar com a classe a onipotência e a onisciência divinas, atributos que revelam o quanto DEUS é soberano e sustentador daquilo que planeja de antemão.
Aplicação
Reflita com os seus alunos o quanto DEUS é incomensurável. Ele planejou tudo desde a fundação do mundo. As Escrituras esclarecem o mistério que estava oculto desde muito tempo. Nós, a Igreja, o Corpo de CRISTO, fazemos parte do mistério revelado.
O privilégio sem igual de Paulo
Por esta causa eu, Paulo, o prisioneiro de CRISTO JESUS, por amor de vós, gentios, se é que tendes ouvido a respeito da dispensação da graça de DEUS a mim confiada para vós outros; pois segundo uma revelação me foi dado conhecer o mistério conforme escrevi há pouco, resumidamente, pelo qual, quando lerdes, podeis compreender o meu discernimento no mistério de CRISTO, o qual em outras gerações não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como agora foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no ESPÍRITO, a saber, que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em CRISTO JESUS por meio do evangelho.
Do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de DEUS, a mim concedida, segundo a força operante do seu poder. A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de CRISTO, e manifestar qual seja a dispensação do ministério, desde os séculos oculto em DEUS, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS se torne conhecida agora dos principados e potestades nos lugares celestiais,
segundo o eterno propósito que estabeleceu em CRISTO JESUS nosso Senhor, pelo qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele. Portanto vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, pois nisso está a vossa glória.
Neste ponto, Paulo se apresenta e explica o seu papel pessoal e único no propósito de DEUS para com os gentios. Não é sem razão que veio a ser conhecido como “o apóstolo aos gentios”.
Na segunda parte, de Efésios 2, conforme vimos no capítulo anterior, ele pintou um contraste vivido entre a dupla alienação que os gentios padeciam diante de CRISTO (alienação de DEUS e alienação de Israel) e sua dupla reconciliação através de CRISTO. Sim, porque com sua morte CRISTO demoliu as barreiras entre os judeus e os gentios, e entre DEUS e o homem, criando agora em relação a si mesmo, uma nova sociedade multicultural, que é não apenas a família amada por DEUS, mas também o templo
em que vive. Os leitores gentios de Paulo devem ter recebido com profundo júbilo esta exposição do evangelho da paz.
Mas, abruptamente, ele desvia o ponto de atenção, antes centralizado neles, para fixá-lo em si mesmo. Eu, Paulo, o prisioneiro de CRISTO JESUS, por amor de vós, gentios (v. 1). Humanamente falando, não era o prisioneiro de CRISTO, mas, sim, de Nero. Apelara ao Imperador e, portanto, tinha sido levado preso para ser julgado diante dele. Paulo, porém, nunca pensava nem falava em termos puramente humanos.
Acreditava na soberania de DEUS sobre os assuntos dos homens.
Assim, chamava-se (literalmente) o prisioneiro de CRISTO JESUS (v. I) ou o prisioneiro no Senhor, por estar tão convicto de que a sua vida inteira, inclusive a sua prisão tão estafante, estava sob o senhorio de JESUS. Também é possível que pensasse em si mesmo como sendo o prisioneiro de CRISTO do mesmo modo como se via “o escravo de CRISTO” e, neste caso, sua autodescrição expressava uma “combinação de cativeiros externo e interno”.
Paulo passa, depois, a uma segunda frase descritiva, indicando a natureza e o propósito da sua prisão. Era prisioneiro de JESUS CRISTO, por amor de vós, gentios. Esta era uma realidade. O que o levara à prisão em Jerusalém, à prisão ali e em Cesareia, aos sucessivos julgamentos e ao apelo subsequente a César, e que acabou levando-o a Roma, foi a oposição
fanática dos judeus à sua missão aos gentios. Lucas, seu amigo, médico e companheiro de viagens, estava com ele na ocasião, e registrou fielmente os pormenores na narrativa de Atos. Explica que o que levava os judeus a incitarem as multidões contra Paulo era a sua reputação por “ensinar todos a ser contra o povo, contra a lei e contra este lugar” (o templo). Como
poderia ter adquirido semelhante reputação? Sem dúvida, por ensinar exatamente o que acabara de ensinar em Efésios 2, ou seja, que, ao abolir os elementos divisórios da lei, JESUS estava criando um novo povo e edificando um novo templo. Por isso foi preso. E quando o comandante permitiu-lhe fazer sua defesa pública diante do povo judaico, este o ouviu em silêncio até o momento em que chegou à parte da história onde JESUS lhe disse: “Vai, porque eu te enviarei para longe aos gentios!’ Com
isso, os judeus gritaram: “Tirem tal homem da terra.” Assim, o motivo da oposição judaica a Paulo estava em ter este abraçado
com ousadia, sem meios termos, a causa gentia. Não somente pregava a sua visão da nova humanidade, sem divisões, e escrevia sobre ela; naquele exato momento estava sofrendo pelas mesmíssimas verdades que expunha.
Parece provável que o apóstolo pretendesse passar a orar pelos seus leitores gentios. Começou dizendo: Por esta causa eu, Paulo...Mas interrompeu a si mesmo, e não começou a orar até o versículo 14. Entretanto, desenvolveu sua autodescrição a fim de enfatizar os privilégios ímpares que DEUS lhe outorgara na concretização do seu propósito para com os gentios.
Duas vezes nestes versículos ele emprega a mesma expressão; de fato, uma combinação idêntica de palavras gregas, que são traduzidas por “a graça de DEUS a mim confiada” (vs 2 e 7). Está se referindo a dois privilégios que DEUS, num favor não merecido, lhe concedera.
O primeiro foi uma revelação, como resultado da qual viera a saber alguma coisa. Vejamos os versículos 2-3 se é que tendes ouvido a respeito... da graça de DEUS a mim confiada para vós outros; pois segundo uma revelação me foi dado conhecer o mistério.
O segundo foi uma certa comissão, como resultado da qual tinha uma responsabilidade para fazer conhecido algo a outras pessoas: Deste evangelho fui constituído ministro conforme o dom da graça de DEUS, a mim concedida, segundo a força operante do seu poder (vs. 7-8).
Está claro que estes dois dons da graça divina, a revelação e a comissão, o mistério revelado a ele e o ministério confiado a ele, estavam estreitamente relacionados entre si. Pois, uma vez recebida a revelação divina, sabia que tinha a obrigação de tornar conhecido aquilo que lhe fora revelado.
1. A revelação divina a Paulo, ou o mistério que lhe foi dado a conhecer (vs. 1-6)
Três vezes neste curto parágrafo Paulo emprega a palavra “mistério”: segundo uma revelação me foi dado conhecer o mistério (v. 3) ...podeis compreender o meu discernimento no mistério de CRISTO (v. 4) ...e manifestar qual seja a dispensação do mistério (v. 9). É uma palavra-chave para a nossa compreensão do pensamento de Paulo. Devemos reconhecer que as palavras em português e em grego não significam a mesma coisa. Em português um “mistério” é algo obscuro, oculto, secreto, enigmático. O que é “misterioso” é inexplicável, até mesmo incompreensível. A palavra grega mystèrion é diferente, no entanto. Embora continue sendo um “segredo”, já não está cuidadosamente guardado mas, sim, revelado. Originalmente, a palavra grega se referia a uma verdade em que alguém tinha sido iniciado. Veio mesmo a ser usada para os ensinamentos secretos das religiões pagãs de mistério, ensinamentos estes que eram limitados aos iniciados. No cristianismo, no entanto, não há “mistérios” esotéricos reservados para uma elite espiritual. Pelo contrário, os “mistérios” cristãos são verdades que, embora estejam além da compreensão humana, foram reveladas por DEUS e, portanto, agora pertencem abertamente a toda a igreja. Mais simplesmente, mystèrion é uma verdade que esteve oculta ao conhecimento ou entendimento humanos, mas que atualmente
está desvendada pela revelação de DEUS.
Se é este o significado geral de “mistério” no Novo Testamento, qual é o segredo aberto ou verdade revelada, especificamente, o qual em outras gerações não fo i dado a conhecer aos filhos dos homens, mas que agora foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no ESPÍRITO (v. 5) e que de modo sem igual, Paulo acrescenta, me foi dado conhecer? (v. 3).
Ele chama este mistério no versículo 4, como também em Colossenses 4:3, de o mistério de CRISTO. Assim, parece claro que é uma verdade especialmente revelada, “da qual CRISTO é tanto a fonte quanto a substância”. Paulo declara a natureza exata do mistério com ênfase e clareza no versículo 6. A saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em CRISTO JESUS por meio do evangelho.
Assim, o mistério diz respeito a CRISTO e ao seu único povo, judeu e gentio. A fim de defini-lo com mais exatidão, Paulo reúne (e, em um caso, cria) três expressões compostas e paralelas. Cada uma tem o mesmo prefixo syn, “juntamente com”, e indica aquilo que os crentes gentios agora têm e são, em conjunto com os crentes judeus. Que expressões são estas?
Os gentios são “co-herdeiros” (synklêronoma), “membros do mesmo corpo” (syssõma) e “co-participantes” (summetocha) da promessa. Estas três palavras gregas incomuns, no entanto, precisam ser analisadas com atenção.
O que Paulo está declarando é que os cristãos, tanto gentios como judeus, são agora herdeiros juntos da mesma bênção, membros comuns do mesmo corpo, e participantes da mesma promessa. E este privilégio compartilhado é tanto em CRISTO JESUS (porque é desfrutado igualmente por todos os crentes, tanto judeus como gentios, posto que estejam em união com CRISTO) epor meio do evangelho (pois a proclamação do evangelho inclui esta unidade e assim a torna disponível para todos os que creem).
Resumindo, podemos dizer que o mistério de CRISTO é a união completa entre judeus e gentios, através da união de ambos com CRISTO. É esta dupla união, com CRISTO e entre eles, que era a substância do mistério.
DEUS o revelara especialmente a Paulo, conforme este escrevera resumidamente (v. 3) no capítulo anterior. Mas também fora revelado aos seus (de DEUS) santos apóstolos e profetas, no ESPÍRITO (v. 5) e, através destes, “aos seus santos” (Cl 1:26).7 Agora era, portanto, a possessão comum da igreja universal.
Era uma nova revelação. Porque em outras gerações não foi dado a conhecer aos filhos dos homens (v. 5) mas, sim, estava desde os séculos oculto (v. 9). Estas declarações têm sido um enigma para os leitores da Bíblia, porque o Antigo Testamento já revelara que DEUS tinha um propósito para os gentios. Prometera que todas as famílias da terra seriam abençoadas através da posteridade de Abraão; que o Messias receberia as nações como sua herança; que Israel seria dado como uma luz para as nações; e que um dia as nações fariam uma peregrinação a Jerusalém e até mesmo “fluiriam para ela” como um rio poderoso.8 JESUS também falou da inclusão dos gentios, e comissionou seus seguidores a torná-los seus discípulos. Mas o que nem o Antigo Testamento nem JESUS revelaram foi a natureza radical do plano de DEUS, ou seja, que a teocracia (a nação judaica
sob o governo de DEUS) terminaria e seria substituída por uma nova comunidade inter-racial, a igreja, e que esta igreja seria o corpo de CRISTO, organicamente unido a ele. Judeus e gentios seriam incorporados em CRISTO e na sua igreja em igualdade, sem qualquer distinção. Esta união completa entre judeus, gentios e CRISTO era radicalmente nova, e DEUS a revelou a Paulo, vencendo o arraigado preconceito judeu.
2. A comissão divina a Paulo ou o ministério que lhe foi confiado (vs. 7-13)
No fim do versículo 6, Paulo virtualmente equiparou o mistério com o evangelho. Pelo menos escreve que é por meio do evangelho que os cristãos judeus e gentios são unidos a CRISTO. Isto acontece somente porque o evangelho anuncia o mistério, de modo que as pessoas o ouçam, creiam nele e venham a ter experiência dele.
Ora, esta equiparação de mistério com evangelho é significativa, pois o mistério era essencialmente a verdade revelada a Paulo, ao passo que o evangelho era essencialmente a verdade proclamada por Paulo. O próprio Paulo fez a conexão, porque estava convicto de que as boas novas tinham sido reveladas a ele somente a fim de serem comunicadas. Assim diz de modo claro: Deste evangelho fui constituído ministro conforme o dom da graça de DEUS, a mim concedida (v. 7). Desta maneira, se o primeiro dom da graça de DEUS a ele foi o próprio mistério que lhe fora revelado (vs. 2-3), o segundo era o ministério que lhe fora confiado, e pelo qual ele o compartilharia a outras pessoas. Recebera-o pela graça de DEUS, e o exerceria segundo a força operante do seu poder.
Paulo considera que esta comissão ou ministério é um privilégio enorme.
Porque aquilo que chama de esta graça, que poderíamos chamar de “este dom priviligiado de DEUS”, lhe fora dado, a despeito do fato de ser o menor de todos os santos (v. 8), ou “o membro mais vil do povo santo”. É uma expressão muito marcante. Toma o superlativo (elachistos, “ínfimo” ou “mínimo”) e faz o que é impossível na lingüística mas que é possível na teologia; tranforma-o em comparativo (elachisteros, “mais mínimo” ou “menor do que o mínimo”). Talvez estivesse deliberadamente
jogando com o significado do seu nome. Seu sobrenome romano, “Paulus”, significa “pequeno”, e a tradição diz que era um homem pequeno.
“Eu sou pequeno”, talvez esteja dizendo, “pequeno pelo nome, pequeno na estatura, e moral e espiritualmente menor do que o mínimo de todos os cristãos”. Ao afirmar isto, não está sendo hipócrita nem se afundando em autodepreciação. Está sendo sincero. Está profundamente consciente tanto da sua própria indignidade, pois “noutro tempo fora blasfemo, perseguidor e insolente” contra JESUS CRISTO,11 como também da misericórdia de CRISTO que transbordava para com ele. Uma boa indicação de que a sua modéstia não era fingida nem mórbida é que não o impedia de aceitar a responsabilidade de ser apóstolo. Pelo contrário, nesta mesma passagem ele emprega duas vezes o ego “eu” apostólico autoconsciente (3:1; 4:1). Paulo sabia combinar a humildade pessoal com a autoridade apostólica. Na verdade, ao “minimizar a si mesmo, engrandecia o seu
ofício”. O ministério privilegiado de divulgar o evangelho, confiado a ele pela graça de DEUS, é o que ele passa a desenvolver em três etapas:
a. Pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de CRISTO (v. 8)
Visto que o mistério que lhe fora revelado dizia respeito ao plano de DEUS de incorporar os gentios em CRISTO, era lógico que o ministério que lhe fora confiado se dirigisse primeiro e principalmente a eles. Foi comissionado para pregar aos gentios. “Pregar” aqui é euangelizõ, “anunciar boas novas”, porque estava bem consciente de que o seu evangelho era uma mensagem
de boas novas grandiosas para os gentios. Consistia nas insondáveis riquezas de CRISTO, as riquezas que CRISTO possui em si mesmo e que outorga àqueles que vêm a ele. Podemos julgar quais são estas riquezas pela exposição de Paulo em Efésios 1 e 2. São riquezas livremente disponíveis por causa da cruz. Incluem a ressurreição da morte no pecado, a entronização vitoriosa com CRISTO nos lugares celestiais, a reconciliação com DEUS, a incorporação com os crentes judeus na nova sociedade de DEUS, o fim da hostilidade e o começo da paz, o acesso ao Pai mediante CRISTO e pelo ESPÍRITO, o ingresso no reino e na família de DEUS, sendo parte integrante da sua moradia entre os homens; tudo isso representando apenas um vislumbre de riquezas futuras, a saber, das riquezas da glória da herança que DEUS dará a todo o seu povo no último dia.
Não é de se admirar que Paulo chame de insondáveis as riquezas de CRISTO. A palavra anexniastos significa, literalmente, “cuja pista não pode ser achada”. Na versão grega de Jó 5:9 e 9:10 era aplicada às maravilhas da criação e da providência de DEUS, que estão além do nosso entendimento, e o próprio Paulo já a usara em Romanos 11:33 para os mistérios profundos do plano divino da salvação. As riquezas de CRISTO são semelhantes. Como a terra, são vastas demais para serem exploradas; como
o mar, profundas demais para serem sondadas. Os tradutores e comentaristas esforçam-se para achar um equivalente dinâmico. As riquezas de CRISTO, dizem eles, são “inescrutáveis”, “inexploráveis”, “incompreensíveis”, “inexauríveis”, “ilimitáveis”, “imperscrutáveis” e “incalculáveis”.
Talvez “insondáveis”, da ERAB seja a tradução mais simples, pois o que está certo sobre as riquezas que CRISTO tem e dá é que nunca chegaremos ao fim delas.
Indiretamente, nestes últimos versículos, o apóstolo indica dois dos incentivos mais fortes à evangelização. Começa enfatizando que a revelação e a comissão que lhe foram dadas permanecem indissoluvelmente juntas, pois o que lhe foi revelado deve sem falta tornar-se conhecido de outros. A verdade revelada lhe foi comissionada. Foi-lhe dada para ser repartida, não para ser monopolizada. Se os homens não conseguem guardar para si suas descobertas científicas, devemos guardar para nós as revelações divinas? Paulo passou, então, a enfatizar o conteúdo valioso da própria mensagem. Estavam convicto, como também precisamos estar, de que CRISTO nunca empobrece aqueles que colocam nele a sua confiança mas, sim, sempre os enriquece incomensuravelmente. Aqui, pois, estava a dupla obrigação que Paulo sentia: a primeira era compartilhar a verdade de DEUS; e a segunda, compartilhar as riquezas de CRISTO. O que é necessário hoje, portanto, para a recuperação do zelo evangelístico na igreja é a mesma convicção apostólica a respeito do evangelho. Uma vez que tenhamos a certeza de que o evangelho é tanto a verdade da parte de DEUS quanto riquezas para a humanidade, ninguém conseguirá silenciar-nos.
b. Manifestando o mistério a todos os homens (v. 9)
A segunda parte ou etapa do ministério privilegiado de Paulo é expressa nestes termos: manifestar qual seja a dispensação (plano) do mistério, desde os séculos oculto em DEUS, que criou todas as coisas. O versículo 9 não é uma repetição do versículo 8.
Há três diferenças relevantes.
Em primeiro lugar, a pregação do evangelho agora é definida, não como euangelizõ (“anunciar boas novas”) mas, sim, como phõtizõ (“iluminar”). Paulo já empregara esse verbo em 1:18. Agora o pensamento muda do conteúdo da mensagem (boas novas) para a condição daqueles aos quais é proclamada (nas trevas da ignorância). O próprio JESUS tinha caracterizado a comissão de Paulo nestes termos, pois lhe disse que o estava enviando aos gentios “para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e da potestade de Satanás para DEUS”. Paulo nunca se esqueceu disso. Sua própria conversão na estrada de Damasco resultara do brilho não apenas externo mas também interno, de intensa luz no céu. Conforme sua maneira de expressá-lo mais tarde: “Porque DEUS que disse: De trevas resplandecerá luz —, ele mesmo resplandeceu em nossos corações”. Realmente, phõtismos é a palavra que ali emprega para descrever a iluminação envolvida na sua conversão. Nós mesmos devemos sempre nos lembrar, na evangelização, de que o príncipe das trevas mantém os homens e as mulheres nas trevas, e que somente pela iluminação divina é que os olhos serão abertos para ver. Nossa responsabilidade é ser fiéis em divulgar o evangelho, visto ser este o meio que DEUS ordenou para trazer a luz aqueles que estão nas trevas.
Uma segunda diferença entre os versículos 8 e 9 acha-se na descrição que Paulo dá da sua mensagem. No versículo 8 chama-a de as insondáveis riquezas de CRISTO; no versículo 9 chama-a de a dispensação (plano) do mistério. Estas não são apenas expressões diferentes para a mesma coisa; mais uma vez, indicam uma mudança de ênfase. Poderíamos dizer que as insondáveis riquezas de CRISTO representam o mais amplo dos dois conceitos. Abrangem o remédio de CRISTO para as duas alienações gentias (de DEUS e de Israel) e, portanto, a totalidade da sua salvação. O mistério concentra-se em apenas uma das duas reconciliações. É verdade que o mistério é o mistério de CRISTO; centraliza-se em CRISTO. Mas o que declara acerca de CRISTO é que através dele e nele judeus e gentios estão incorporados em igualdade numa única comunidade. Permitam-me ressaltar a diferença com mais nitidez da seguinte maneira: segundo o versículo 8, a mensagem de Paulo era CRISTO; no versículo 9, era a igreja.
A terceira diferença entre os versículos 8 e 9 é que Paulo dirige o seu ministério no versículo anterior aos gentios e, neste último, a todos (a distinção é clara somente na ERC e na BLH). Era necessário escrever assim, porque o mistério envolvia tanto judeus como gentios. Era uma mensagem de mútua reconciliação e de participação conjunta na nova sociedade de DEUS, que também era a nova humanidade que ele estava criando. Talvez seja esta a razão por que no versículo 9 Paulo descreve DEUS como sendo aquele que criou todas as coisas. Aquele que criou o universo agora começou uma nova criação, e um dia a completará. Na verdade, o mistério inclui a grande promessa de que finalmente DEUS unirá todas as coisas
em CRISTO e debaixo de CRISTO. Dessa forma, no versículo 9 Paulo junta a criação e a redenção. O DEUS que criou todas as coisas no princípio criará todas as coisas de novo no fim.
c. Tornando conhecida a sabedoria de DEUS para os poderes cósmicos (v. 10)
A perspectiva do apóstolo alarga-se mais ainda. Diz-nos que, embora o evangelho seja endereçado primária e diretamente aos seres humanos, traz indiretamente uma mensagem também aos anjos, aos principados e potestades nos lugares celestiais. O que ele quer dizer?
O primeiro resultado a ser esperado da pregação das insondáveis riquezas de CRISTO e do mistério seria o nascimento e o crescimento da igreja. Os gentios e os judeus aceitariam o evangelho, seriam convertidos, e se achariam juntos como membros da família de DEUS e do corpo de CRISTO. De fato, isto já havia acontecido, quando Paulo estava escrevendo. Ele não estava tecendo teorias. O mistério não era uma abstração. Estava assumindo uma forma concreta diante dos olhos das pessoas. E neste novo fenômeno, nesta nova humanidade multirracial, a sabedoria de DEUS estava sendo demonstrada. Certamente o fato de a igreja ter vindo a existir como uma comunidade de pessoas salvas e reconciliadas é, de uma só vez, uma demonstração do poder, da graça e da sabedoria de DEUS: primeiro, da poderosa força de DEUS para ressuscitar, depois, da sua graça e bondade incomensuráveis, e agora, em terceiro lugar, da sua multiforme sabedoria. A palavra “multiforme” (polupoikilos) literalmente significa “multicolorido”, e era usada para descrever flores, coroas, tecidos bordados e tapetes trançados. A palavra mais simples poikilos foi usada na LXX para a “túnica adornada” (BJ), um tipo de manta ricamente ornamentada que Jacó deu para o seu filho mais jovem, José (Gn 37:3, 23, 32). A igreja, como uma comunidade multirracial e multicultural é como uma
bela tapeçaria. Seus membros vêm de uma vasta gama de situações singulares. Nenhuma outra comunidade humana se assemelha a ela. Sua diversidade e sua harmonia são sem igual. É a nova sociedade de DEUS. E a comunhão multicolorida da igreja é uma reflexão da sabedoria multicolorida (ou “multe esplendorosa”, usando a palavra de Francis Thompson) de DEUS.
Assim, pois, enquanto o evangelho se espalha em todas as partes do mundo, esta nova comunidade cristã de cores variadas desenvolve-se. É como a encenação de um grande drama. A história é o teatro, o mundo é o palco, e os membros da igreja em todos os países são os atores. O próprio DEUS escreveu a peça e a dirige e a produz. Ato após ato, cena após cena, a história continua a desdobrar-se. Mas quem está no auditório? São as inteligências cósmicas, os principados e potestades nos lugares celestiais. Devemos pensar neles como sendo os espectadores do drama da salvação. Por isso, “a história da igreja cristã fica sendo uma escola superior para os anjos”. Nosso conhecimento desses seres espirituais é limitado, e devemos tomar cuidado para não irmos além daquilo que as Escrituras ensinam, não caindo na especulação ociosa. Fica claro, no entanto, que eles não são oniscientes. O apóstolo Pedro nos conta que não entendiam plenamente o ensino dos profetas do Antigo Testamento nem dos profetas do Novo Testamento no que diz respeito às boas novas da salvação em CRISTO, pois estas são “coisas que anjos anelam perscrutar”. De modo semelhante, podemos inferir do versículo 10 que DEUS não tinha revelado diretamente a eles o seu plano mestre para a igreja, mas, sim, pretendia que eles viessem a conhecê-lo precisamente pela igreja, à medida em que esta começava a existir e a crescer. É através da velha criação (o universo) que DEUS revela a sua glória aos seres humanos; é através da nova criação (a igreja) que revela a sua sabedoria aos anjos. Parece legítimo dizer que, embora nós não possamos vê-los, eles podem nos ver. Olham fascinados ao verem gentios e judeus sendo incorporados na nova sociedade como iguais. Ademais, aprendem da composição da igreja não somente a multiforme sabedoria de DEUS (v. 10) como também o seu eterno propósito (v. 11). Este propósito, ele o estabeleceu em CRISTO JESUS nosso Senhor, no palco da
História, mediante a sua morte e ressurreição, o dom do seu ESPÍRITO, a pregação do evangelho, e a emergência da igreja. Porque é em CRISTO JESUS nosso Senhor mediante a f é nele que todos nós, sejamos judeus ou gentios, temos ousadia e acesso com confiança (v. 12). Este acesso universal de todo o povo cristão a DEUS através de CRISTO é aquilo que os reformadores do século XVI chamavam de “o sacerdócio universal de todos os crentes” ; é um privilégio fundamental de todos os que estão em CRISTO, ou seja, da igreja, a comunidade universal de judeus e gentios, acerca da qual Paulo acabara de escrever.
Fazendo um retrospecto da exposição feita por Paulo acerca do privilégio especial que lhe fora dado pela graça de DEUS, para ser apóstolo aos gentios, é oportuno notar os diversos meios e fases da comunicação de DEUS. Primeiro, tornou conhecido ao próprio Paulo o mistério do seu plano (e aos demais apóstolos e profetas, v. 5) pela revelação. Depois, comissionou Paulo (e outros) a pregar o evangelho a todas as pessoas em todas as partes do mundo. E em terceiro lugar tornou conhecida a sua multiforme sabedoria e o seu eterno propósito aos principados e potestades através da igreja em crescimento. Este é o círculo da comunicação divina, pois as boas novas foram passadas de DEUS para Paulo, de Paulo e outros para toda a humanidade, e da igreja na terra de volta para o céu, para os principados cósmicos. Em cada etapa, o meio de comunicação alterasse.
Foi por revelação direta que DEUS desvendou o seu plano a Paulo. É pela proclamação verbal do evangelho que a mensagem se espalha hoje, e por um modelo visual (a comunidade cristã multicultural) que finalmente chega aos espectadores angelicais que não podemos ver. Nada é mais honroso para o evangelho, nada indica melhor sua importância suprema, do que este programa para sua comunicação universal. STOTT, John. A Mensagem de Efésios. São Paulo: ABU Editora, 2007, p. 72, 74.
Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Os Sofrimentos do Apóstolo. A Nomeação de Paulo como um Apóstolo. Os Labores de Paulo como um Apóstolo
Efésios 3:1-13
Temos aqui o relato de Paulo aos efésios em que foi designado por DEUS apóstolo aos gentios.
I
Podemos observar que ele os familiariza com as tribulações e sofrimentos que suportou no desempenho do seu ministério (v. 1). A primeira cláusula refere-se ao capítulo anterior e pode ser entendida de duas maneiras: 1. “Por esta causa – por ter pregado a doutrina contida no capítulo anterior e por declarar que os grandes privilégios do evangelho pertencem não somente aos judeus, mas também aos gentios crentes, embora não tenham sido circuncidados –, sou agora prisioneiro, mas prisioneiro de JESUS CRISTO, enquanto sofro na sua causa e por causa dele e continuo sendo seu servo fiel e o objeto da sua proteção e cuidado especiais, enquanto estou sofrendo dessa forma por Ele”. Observe: Se os servos de CRISTO se tornam prisioneiros, são prisioneiros dele. Ele nunca pensa o pior deles pelo mau nome que o mundo lhes dá, ou o tratamento perverso que recebem dele. Paulo dedicou-se a CRISTO, e CRISTO o possuía, quando esteve na prisão: “...por vós, os gentios”; os judeus o perseguiram e o aprisionaram porque era o apóstolo dos gentios e pregava o evangelho a eles. Podemos aprender disso que os ministros fiéis de CRISTO devem ministrar as verdades dele, independentemente de quão desagradáveis possam ser para alguns, e do que possam vir a sofrer por causa delas. Ou: 2. As palavras podem ser entendidas da seguinte maneira: “Por esta causa – visto que já não sois estrangeiros, nem forasteiros (como Ef 2.19), mas estais unidos a CRISTO e aceitos na comunhão de sua igreja –, eu, Paulo, que sou o prisioneiro de JESUS CRISTO, oro para que vós sejais capacitados a agir como pessoas favorecidas por DEUS e feitas participantes desses privilégios”. Nós o encontramos expressando-se dessa forma no versículo 14, em que, depois da digressão contida nos diversos versículos intercalados, ele continua com o que começou no primeiro versículo. Observe: Aqueles que receberam graça e benefícios notáveis de DEUS necessitam da oração, para que possam melhorar e avançar e continuar a agir como lhes convém. E, observando Paulo devotando-se dessa maneira à oração a favor dos efésios, enquanto era prisioneiro, deveríamos aprender que nenhum sofrimento em particular deve nos tornar apreensivos e solícitos em relação a nós mesmos, a ponto de negligenciarmos a situação dos outros em nossas súplicas e orações a DEUS. Ele fala novamente dos seus sofrimentos: “Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória” (v. 13). Enquanto esteve na prisão, ele sofreu muito; e, embora fosse por causa deles que estava sofrendo, ele não queria que ficassem desanimados nem tristes com isso, sabendo que DEUS tinha feito coisas tão grandes por eles por meio do seu ministério. Que preocupação carinhosa ele tinha pelos efésios! O apóstolo parece estar mais preocupado para que não fiquem desanimados e abatidos por causa das suas tribulações do que com o seu próprio sofrimento; e, para evitar que isso aconteça, ele deixa claro que o seu sofrimento é a glória deles, e não será de forma alguma um verdadeiro desencorajamento se eles considerarem adequadamente a questão, visto que lhes dava motivo para se gloriarem e se regozijarem à medida que isso revela a verdadeira estima e consideração que DEUS tem por eles, pelo fato de que Ele não só enviou seus apóstolos para pregar o evangelho, mas também para sofrer por eles e para confirmar as verdades que anunciaram pelas perseguições que passaram. Observe: Não somente os ministros fiéis de CRISTO, mas o seu povo também, têm motivos especiais para se alegrarem e se regozijarem, quando sofrem por causa da ministração do evangelho.
II
O apóstolo lhes diz que DEUS o designou para essa posição e o supriu e qualificou para tal, por meio de uma revelação especial a ele. 1. DEUS o nomeou para o ministério: “...se é que tendes ouvido a dispensação da graça de DEUS, que para convosco me foi dada” (v. 2). Eles poderiam não ter ouvido acerca disso, e, portanto, ele não intenta falar de maneira ambígua. Eige é às vezes uma partícula afirmativa, e podemos traduzi-la da seguinte forma: Uma vez que vós ouvistes etc. Ele intitula o evangelho de a graça de DEUS aqui (como em outros lugares) porque é o dom da graça divina aos pecadores; e todas as aberturas que ele faz, e as novas de alegria que contém, procedem de uma graça rica de DEUS; e esse evangelho também é o grande instrumento nas mãos do ESPÍRITO por meio do qual DEUS opera a graça na alma das pessoas. Ele fala da dispensação dessa graça que lhe foi dada; ele deseja deixar claro como foi autorizado e comissionado por DEUS para ministrar a doutrina do evangelho; essa comissão e autoridade lhe foram dadas principalmente para o serviço aos gentios: “...para convosco”. E novamente, falando do evangelho, ele diz: “...do qual fui feito ministro...” (v. 7). Aqui ele novamente declara a sua autoridade. Ele foi FEITO ministro – não foi ele próprio que se fez ministro; ele não tomou essa honra para si mesmo – e ele foi feito assim “...pelo dom da graça de DEUS”. DEUS supriu e proveu para o seu trabalho; e no desempenho desse trabalho, o Senhor o assistiu de maneira apropriada com todas as dádivas e graças necessárias, ordinárias e extraordinárias. Isso ocorreu “...segundo a operação do seu poder”, nele próprio mais especificamente, e também em muitos a quem pregou, mostrando que seu trabalho no meio deles foi bem-sucedido. Observe: Quando DEUS chama, Ele também supre por meio de um poder sobrenatural. Um operar eficaz do poder divino acompanha os dons da graça divina. 2. Tal como DEUS o nomeou para o ministério, assim Ele o qualificou notavelmente para o mesmo, por meio de uma revelação especial. Ele menciona tanto o mistério que foi revelado quanto a revelação dele. (1) O mistério revelado é que “...os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em CRISTO pelo evangelho” (v. 6); isto é, que deveriam ser co-herdeiros da herança celestial junto com os judeus crentes; e que deveriam ser membros do mesmo corpo místico, ser recebidos na igreja de CRISTO e ser beneficiados com as promessas do evangelho, da mesma forma que os judeus, e particularmente em relação à grande promessa do ESPÍRITO. E isso em CRISTO, sendo unido a CRISTO, “...em quem todas as promessas são sim e amém”; ou, pelo evangelho, isto é, nos tempos do evangelho, como alguns o entendem; ou pelo evangelho pregado a eles, é o grande instrumento e meio pelo qual DEUS opera fé em CRISTO. Essa foi a grande verdade revelada aos apóstolos, a saber, que DEUS chamaria os gentios para a salvação pela fé em CRISTO, e isso sem as obras da lei. (2) Ele fala da revelação dessa verdade (vv. 3-5). Aqui podemos observar que a união dos judeus e gentios na igreja do evangelho era um mistério, um grande mistério, que foi delineado no conselho de DEUS diante de todos, mas que não podia ser plenamente entendido por muitas gerações, até que o cumprimento dele expusesse as profecias a esse respeito. Ele é chamado de mistério porque as diversas circunstâncias e peculiaridades dele (tais como o tempo, maneira e meios como deveria ser cumprido) foram ocultadas e mantidas em segredo por DEUS, até que por meio de uma revelação imediata Ele as manifestou ao seu servo. Veja At 26.16-18. E ele é chamado de o mistério de CRISTO porque foi revelado por Ele (Gl 1.12) e porque se relaciona tanto com Ele. Acerca disso o apóstolo deu algumas dicas um pouco antes; isto é, nos capítulos anteriores. “...pelo que, quando ledes”; ou, como essas palavras podem ser interpretadas: quando prestais atenção (não basta apenas ler as Escrituras, se não prestarmos atenção nelas, e não considerarmos seriamente o que lemos nelas), “...podeis perceber a minha compreensão do mistério de CRISTO”; eles poderiam perceber como DEUS o tinha preparado e qualificado para ser o apóstolo aos gentios; isso poderia ter sido para eles um sinal claro da sua autoridade divina. Este mistério, diz ele, “...o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo ESPÍRITO aos seus santos apóstolos e profetas” (v. 5); isto é: “Este mistério não foi tão plena e claramente descoberto nos séculos antes de CRISTO como é agora revelado aos profetas desse século, os profetas do Novo Testamento, que são imediatamente inspirados e ensinados pelo ESPÍRITO”. Precisamos reconhecer que a conversão do mundo gentílico para a fé em CRISTO foi um mistério adorável, e devemos agradecer a DEUS por isso. Quem teria imaginado que as pessoas que estiveram tanto tempo na escuridão, e tão distantes, fossem iluminadas com a luz maravilhosa e se aproximariam de CRISTO? Precisamos aprender a não nos desesperar diante do pior, o pior das pessoas e o pior das nações. Nada é difícil demais para a graça divina: ninguém é tão indigno que DEUS não possa derramar a sua imensa graça sobre ele. Quanto estamos de fato interessados nesse assunto? Afinal, vivemos não somente em um tempo no qual o mistério está revelado, mas, particularmente, fazemos parte das nações que nos tempos passados eram estrangeiras e forasteiras, e vivíamos em densa idolatria. Hoje somos iluminados com o evangelho eterno e participamos das suas promessas!
III
O apóstolo lhes revela como ele foi colocado nesse ministério, e isso com relação aos gentios e a todas as pessoas.
1. Com respeito aos gentios, ele lhes anunciou “...as riquezas incompreensíveis de CRISTO” (v. 8). Observe neste versículo quão humildemente ele fala de si mesmo e quão favoravelmente fala de JESUS CRISTO. (1) Quão humildemente ele fala de si mesmo: “...A mim, o mínimo de todos os santos”. O apóstolo Paulo, que era o principal dos apóstolos, chama-se de o mínimo de todos os santos: ele se refere ao fato de ter sido anteriormente um perseguidor dos seguidores de CRISTO. Ele era, de acordo com sua opinião, o menor dos menores. O que pode ser menos do que o mínimo? Observe: Aqueles que DEUS promove a serviços honráveis, Ele os humilha e os torna pequenos aos seus olhos; e, onde DEUS dá graça para ser humilde, ali Ele dá todas as outras graças. Também podemos observar a maneira contrastante de o apóstolo falar de si mesmo e do seu ministério. Enquanto exalta o seu ministério, ele próprio se humilha. Observe: Um ministro fiel de CRISTO pode ser muito humilde, mesmo quando pensa e fala de maneira muito elevada e honrosa acerca de sua função sagrada. (2) Quão favoravelmente ele fala de JESUS CRISTO: “...as riquezas incompreensíveis de CRISTO”. Há um tesouro valioso na misericórdia, graça e amor, armazenado em CRISTO JESUS, tanto para os judeus quanto para os gentios. Ou, as riquezas do evangelho são aqui vistas como as riquezas de CRISTO: as riquezas que CRISTO comprou para todos os crentes. Essas são riquezas insondáveis, que a sagacidade humana jamais poderia descobrir e as pessoas não conseguiriam obter de outra forma se não fosse por revelação. Agora o trabalho do apóstolo visava anunciar essas riquezas incompreensíveis de CRISTO entre os gentios. Este era um favor que ele valorizava grandemente e o considerava uma honra inexprimível: “A mim [...] me foi dada esta graça; esse favor especial DEUS concedeu a criaturas tão indignas como eu”. É um favor inexprimível ao mundo gentio ver as riquezas incompreensíveis de CRISTO sendo pregadas a ele. Embora muitos permaneçam pobres e não sejam enriquecidos com essas riquezas, precisamos reconhecer que é um favor vê-las anunciadas e oferecidas a nós; e, se não somos enriquecidos por meio delas, a culpa é toda nossa.
2. Com respeito a todos (v. 9). Seu trabalho e dever era “...demonstrar a todos (promulgar e tornar conhecido em todo mundo) qual seja a dispensação do mistério (que os gentios, que tinham sido até então estrangeiros para a igreja, fossem admitidos à comunhão dela), que, desde os séculos, esteve oculto em DEUS (mantido em segredo quanto ao seu propósito), que tudo criou” [em JESUS CRISTO]. Nesse sentido, lemos em João 1.3: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Portanto, não é de admirar que Ele salva gentios e judeus, porque Ele é o Criador comum de ambos. E podemos concluir que Ele é capaz de realizar a obra da redenção deles, pelo fato de Ele também ter sido capaz de completar a obra da criação. Tanto a primeira criação, quando DEUS fez tudo do nada, como a nova criação, em que os pecadores se tornam novas criaturas pela graça transformadora, são de DEUS em JESUS CRISTO. O apóstolo acrescenta: “...para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (v. 10). Esta era uma entre outras coisas que DEUS tinha em mente ao revelar esse mistério: que os anjos bons, que têm uma preeminência em governar os reinos e principados do mundo, e que são investidos com grande poder para realizar a vontade de DEUS nesta terra (embora seu lar habitual seja no céu), sejam informados do que está acontecendo na igreja e do que é feito nela e por ela, de acordo com a multiforme sabedoria de DEUS; isto é, da grande variedade com a qual DEUS sabiamente administra as coisas, ou da sua sabedoria manifestada nas muitas maneiras e métodos que usa para ordenar sua igreja nos diversos períodos dela, especialmente em receber os gentios nela. Os santos anjos, que observam minuciosamente o mistério da nossa redenção em CRISTO, não poderiam deixar de notar essa ramificação desse mistério, de que as insondáveis riquezas de CRISTO são pregadas entre os gentios. E isso ocorre “...segundo o eterno propósito que fez em CRISTO JESUS, nosso Senhor” (v. 11). Alguns traduzem as palavras kata prothesin ton aionon da seguinte forma: segundo a pré-disposição das gerações que fez etc. O Dr. Whitby diz: “No início das gerações, DEUS em sua sabedoria achou por bem dar a promessa de um Salvador ao Adão caído. Na segunda geração, aprouve-lhe tipificá-lo e revelá-lo aos judeus por meio de pessoas, ritos e sacrifícios sagrados; e na geração do Messias, ou na última geração, achou por bem revelá-lo aos judeus e pregá-lo aos gentios”. Outros interpretam esse texto, de acordo com a nossa tradução, concernente ao eterno propósito que DEUS propôs de realizar em JESUS CRISTO, e por meio dele, o que Ele completou no grande acontecimento da redenção do homem, de acordo com o seu eterno decreto acerca dessa questão. O apóstolo, tendo mencionado nosso Senhor JESUS CRISTO, acrescenta a respeito dele: “...no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele” (v. 12), ou seja: “Por (ou através) de quem temos liberdade de abrir nossa mente livremente a DEUS, como nosso Pai, e uma persuasão bem fundada de sermos recebidos e atendidos por Ele; e isso por meio da fé que temos nele, como nosso grande Mediador e Advogado”. Podemos chegar com humilde ousadia diante de DEUS, sabendo que o terror da maldição foi abolido; e podemos esperar boas e confortáveis palavras dele. Podemos falar com confiança a DEUS, sabendo que temos um Mediador entre DEUS e nós, e um Advogado com o Pai. COMENTÁRIOS BÍBLIA DIÁRIO VIVIR (ESP) 3.1 Paulo se achava sob arresto domiciliário em Roma por ter pregado a respeito de CRISTO. Os líderes religiosos em Jerusalém, sentiam-se ameaçados pelos ensinos de CRISTO e não acreditavam que era o Messías. Pressionavam aos romanos para que prendessem o Paulo e o ajuizassem por traição e por originar uma rebelião entre os judeus. Paulo apelou para que seu caso o considerasse o Imperador e estava em espera do julgamento (veja-se Act 28:16-31). Apesar de que se achava sob arresto, Paulo mantinha firme sua crença em que DEUS tinha o controle de tudo o que lhe acontecesse. Permite você que as circunstâncias o convençam de que DEUS perdeu o controle deste mundo? Como Paulo, recorde que não importa o que aconteça, DEUS dirige os acontecimentos mundiais.
3.2, 3 "A administração da graça de DEUS" significa a mordomia especial ou o compromisso atribuído ao Paulo. A ele lhe encomendou o trabalho especial de pregar as boas novas aos gentis, o grande plano que DEUS lhe tinha revelado. "Como antes o tenho escrito brevemente", possivelmente se refira a uma carta prévia, a qual não conservou a igreja, ou poderia referir-se à primeira parte desta carta (sobre tudo 1.9ss; 2.11ss).
3.5, 6 O plano de DEUS não se deu a conhecer as gerações anteriores, não porque DEUS queria privar a seu povo de algo, mas sim porque revelaria a todos ao seu devido tempo. DEUS planejou ter a judeus e gentis formando um corpo, a Igreja. sabia-se no Antigo Testamento que os gentis receberiam salvação (Isa 49:6), mas nunca se revelou que todos os gentis e os judeus crentes deveriam ser iguais no corpo de CRISTO. Esta igualdade se materializou quando JESUS derrubou a "parede intermédia de separação" e criou "um solo e novo homem" (Isa 2:14-15).
3.7 Quando Paulo se converteu em ministro, DEUS lhe deu a capacidade de pregar com eficácia o evangelho de CRISTO. Não é necessário que você seja um apóstolo nem sequer um evangelista para que DEUS lhe dê a oportunidade de dizer a outros o que CRISTO é para você. E com a oportunidade, O lhe proverá a habilidade, o valor e o poder. Em qualquer lugar no que se presente a ocasião, esteja preparado diante de DEUS. Ao centrar sua atenção na outra pessoa e sua necessidade, DEUS lhe comunicará sua atitude solícita e suas palavras serão naturais, amorosas e adequadas.
3.8 Quando Paulo se descreve como "menos que o mais pequeno de todos os Santos", com estas palavras quer expressar que sem a ajuda de DEUS, jamais poderá cumprir a obra de DEUS. Apesar disto, DEUS o escolheu para anunciar o evangelho aos gentis e lhe deu o poder para fazê-lo. Se sentirmos que nosso rol é menor, podemos estar no certo, exceto que esquecemos quão vital DEUS pode fazer. Como pode DEUS usá-lo? Faça sua parte e cumpra fielmente o papel especial que joga no plano de DEUS.
3.9 "A dispensa do mistério" se refere à via do grande plano de DEUS de levar a cabo através da igreja e o trabalho do Paulo em demonstrar e ensinar o grande propósito de DEUS em CRISTO (veja-se 3.2).
3.10 "Principados e potestades nos lugares celestiales" podem ser tanto os anjos testemunhas destes acontecimentos (veja-se 1Pe 1:12), ou possivelmente força hostis opostas a DEUS (1Pe 2:2; 1Pe 6:12).
3.12 É um impressionante privilégio nos aproximar de DEUS com segurança e acesso com confiança. A maioria nos mostraríamos receosos na presença de um governante poderoso, mas graças a CRISTO, podemos entrar diretamente à presença de DEUS mediante a oração. Sabemos que nos receberão com os braços abertos porque somos os filhos de DEUS através de nossa união com CRISTO. Não tema a DEUS. lhe fale a respeito de algo. Está esperando lhe ouvir.
3.13 por que as tribulações do Paulo fazem que os efesios se sintam honrados ("as quais são sua glória")? Se Paulo não tivesse pregado o evangelho, não estaria no cárcere, portanto, os efesios não teriam ouvido as boas novas nem tampouco se converteram. Como uma mãe que sofre os dores de parto a fim de trazer uma nova vida ao mundo, Paulo suportou a perseguição a fim de trazer novos crentes a CRISTO. Obedecer a CRISTO não sempre é fácil. O chama a tomar sua cruz e lhe seguir (Mat 16:24), ou seja, estar dispostos a tolerar a dor ao grau que a mensagem de DEUS de salvação chegue a todo mundo. Devemos nos sentir honrados de que outros sofressem e se sacrificassem por nós para que recebêssemos bênção. PARA REFLETIR – A respeito de “O Mistério da Unidade Revelado”, responda:
Qual o significado da palavra mistério?
Do grego “mysterion”, a palavra mistério significa “segredo” ou “doutrina secreta”. Indica alguma verdade divina que esteve oculta e passou a ser conhecida (3.3).
O que indica a expressão “como”?
A expressão “como” indica que no Antigo Testamento esse mistério não foi dado a conhecer tão claramente como agora o foi desvendado pelo ESPÍRITO.
O que Paulo destaca na abertura do capítulo três de Efésios?
Ao fazer abertura do capítulo três de Efésios, Paulo destaca a sua condição de prisioneiro, o processo de sua vocação e como lhe foi “este mistério manifestado pela revelação” (3.1-3).
O que é o “mistério revelado”?
Em termos gerais o “mistério revelado” é a Igreja.
Por quem o mistério agora deve ser anunciado?
Tal mistério agora revelado deve ser anunciado pela própria igreja conforme os desígnios divinamente pré-estabelecidos desde a eternidade.
SÍNTESE DO TÓPICO (I) - O mistério da igreja de CRISTO formada pela união entre judeus e gentios estivera em oculto desde a eternidade
SÍNTESE DO TÓPICO (II) - Nesse ponto, o destaque para o “mistério revelado” é a Igreja redimida por CRISTO e formada pelos povos e nações do mundo todo.
SÍNTESE DO TÓPICO (III) - O mistério da Igreja de CRISTO foi pré-estabelecido pelo Pai desde antes da fundação do mundo.
SUBSÍDIO DIDÁTICO—PEDAGÓGICO TOP1
Para introduzir esta lição é importante que você conceitue bem biblicamente a palavra “mistério” e amplie o seu conceito. Para lhe auxiliar nessa tarefa, juntamente com o conceito presente na lição, leve em conta o seguinte fragmento textual: “Embora a palavra ‘mistério’ não apareça no AT […] o conceito de segredo no AT é o de conselhos que DEUS revela ao seu povo. […] O NT usa o termo para se referir ao Evangelho, às vezes no seu sentido mais amplo, incluindo o plano de DEUS de redenção, existente desde tempos eternos (Rm 16.25,26; 1Co 2.7; 4.1; Ef 1.9,10; 6.19; Cl 1.26,27; 4.3; 1Tm 3.9; Ap 10.7). É também aplicável a aspectos específicos do evangelho: a encarnação (Cl 2.2,9; 1Tm 3.16); a igreja como o Corpo de CRISTO incluindo os judeus e os gentios (Ef 3.3-6,9; 5.32); as características do reino espiritual atual (Mt 13.11; Mc 4.11; Lc 8.10); a cegueira temporária de Israel (Rm 11.25) e a transformação do crente na volta de CRISTO (1Co 15.51). O termo também é usado para se referir a qualquer verdade oculta que tenha que ser entendida de forma sobrenatural (1Co 13.2; 14.2), e ao mistério da influência do Anticristo ainda não revelado (2Ts 2.7)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2010, p.1292).
SUBSÍDIO BÍBLICO—TEOLÓGICO TOP2
“O fato de DEUS pretender que as bênçãos de Abraão e as promessas da salvação messiânica, através da teocracia judaica, incluíssem os gentios, não estavam anteriormente ocultas (v.5). Elas foram claramente reveladas nos livros do Antigo Testamento da Lei, dos Profetas e dos Escritos (por exemplo, em Gn 12.1-3; Dt 32.43; Sl 18.49; 117.1; Is 11.10). O que estava oculto nas antigas gerações e não havia sido previsto nem mesmo pelos profetas do Antigo Testamento era o seguinte: o plano de DEUS para a redenção em CRISTO (o Messias) envolvia a destruição da antiga linha de demarcação que separava judeus de gentios (2.14,15). O antigo pacto das promessas divinas, a teocracia nacional judaica, devia ser substituído por uma nova raça espiritual (os cristãos), e por uma nova comunidade internacional (a Igreja) nas quais, em CRISTO, judeus e gentios seriam admitidos em bases iguais, sem nenhuma distinção” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. RJ: CPAD, 2017, p.423).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP3
“Outro aspecto da doutrina de DEUS que requer a nossa atenção é o das suas obras. Este aspecto pode ser dividido em: 1) seus decretos 2) sua providência e 3) conservação. Os decretos divinos são o seu plano eterno que, em virtude de suas características, faz parte de um só plano eterno que, em virtude de suas características, faz parte de um só plano, que é imutável e eterno (Ef 3.11; Tg 1.17). São independentes e não podem ser condicionados de nenhuma maneira (Sl 135.6). Têm a ver com as ações de DEUS, e não com a sua natureza (Rm 3.26). Dentro desses decretos, há as ações praticadas por DEUS, pelas quais tem Ele responsabilidade soberana; e também as ações das quais Ele, embora permita que aconteçam, não é responsável. Baseado nessa distinção, torna-se possível concluir que DEUS nem é o autor do mal (embora seja o criador de todas criaturas subalternas), nem é a causa derradeira do pecado” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 2018, p.153).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Explicar o mistério oculto de que judeus e gentios seriam um só povo integrante de um mesmo corpo;
II. Expor como e quando DEUS revelou o mistério aos apóstolos e aos profetas;
III. Mostrar que desde a eternidade o mistério esteve encoberto para ser revelado em tempo oportuno.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Por meio das Sagradas Escrituras, temos o privilégio de termos acesso ao mistério que esteve oculto desde todos os séculos revelado aos profetas e aos apóstolos do Novo Testamento. Esse mistério se mostra em JESUS CRISTO, a esperança da glória, edificando sua Igreja. É privilégio saber que DEUS revelou isso aos simples, aos que se achegaram a Ele por meio da fé em JESUS. É uma dádiva ter acesso ao mistério pré-estabelecido por DEUS na eternidade. Só CRISTO pode proporcionar isso para a sua Igreja. Somente a Palavra de DEUS desdobra em detalhes a profundidade e a grandiosidade desse santo mistério.
PONTO CENTRAL - DEUS revelou o mistério que esteve oculto.
BibliologiaComentário Bíblico: Efésios .../ Elienai Cabral - 3ª Ed. – Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de DEUS, 1999
ÉFESO EPÍSTOLA - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Biblia de Estudo Aplicação Pessoal
Manual de Duvidas - Bíblia TheWord
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1998
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Dicionário Teológico - Pr. Claudionor Correia de Andrade - CPAD
Dicionário de JESUS e Evangelhos - Bíblia TheWord
FOULKES, Francis. Efésios Introdução e Comentário. São Paulo: Edições Vida Nova, 2014, p. 73.
BRAY, G. (Org.) Comentário Bíblico da Reforma: Gálatas e Efésios. São Paulo: Cultura Cristã, 2013, p. 325.
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VAUX, R. De. Instituições de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Editora Teológica, 2003, p. 351.
STOTT, John. A Mensagem de Efésios. São Paulo: ABU Editora, 2007, p. 72, 74.
STAMPS, Donald C. (Ed). Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 1814.
CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, 3ª ed., p. 87.
ARRINGTON, French (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 1.242.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento – Atos a Apocalipse. Rio: CPAD, 2008, p. 592.
WILLIAMS, D. J. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Atos. São Paulo: Vida, 1996, p. 75.
HARPER, A. F. (Ed.). Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, vol. 9, p. 161.
RIBAS, Degmar (Trad.). Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. Rio: CPAD, 2009, vol. 2, p. 336, 337.
SOARES, Esequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de DEUS. Rio Janeiro: CPAD, 2017, p. 21, 25.
HAGNER, Donald. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Hebreus. São Paulo: Vida, 1997, p. 155.
fonte http://www.apazdosenhor.org.br
Tema: A igreja eleita, Redimidos pelo Sangue de CRISTO e Selada com o ESPÍRITO SANTO da Promessa.
Comentarista: Douglas Batista Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana - SP
Bradesco – Agência 2365-5 Conta Corrente 7074-2 Luiz Henrique de Almeida Silva
Banco do Brasil – Agência 4322-2 Conta Poupança 27333-3 Edna Maria Cruz Silva
Paulo considera-se prisioneiro por amor dos gentios. Os crentes de Éfeso podiam se perguntar: por que Paulo está preso em Roma? Por que DEUS permite essas coisas? Paulo explica que está preso pela causa dos gentios. Ele está preso por pregar que os gentios foram reconciliados com DEUS e reconciliados com os judeus para formar um só corpo em CRISTO, a Igreja, formada pelos convertidos a JESUS CRISTO, aqueles ouviram o evangelho e creram o sacrifício de JESUS na Cruz. Aqueles que foram selados com ESPÍRITO SANTO. em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa; Efésios 1:13
3.4 O MISTÉRIO DE CRISTO. (IGREJA) Paulo fala do "mistério de CRISTO" (v. 4), oculto em DEUS durante eras (v. 9), e que agora se torna conhecido pela revelação (v. 3) dada mediante o ESPÍRITO aos apóstolos e profetas (v. 5). O mistério é o propósito de DEUS no sentido de "tornar a congregar em CRISTO todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra" (1.10) e incluir pessoas de todas as nações na promessa da vida eterna e da salvação (v. 6; Rm 16.25,26; 2 Tm 1.1). Dentre os judeus e as nações gentias, DEUS criou "em CRISTO" (v. 6) um novo povo para Ele mesmo (Ef 1.4-6; 2.16; 4.4,16; Mt 16.18; Cl 1.24-28; 1 Pe 2.9,10).
3.7 A GRAÇA DE DEUS. A graça de DEUS é dada a cada crente a fim de que este possa realizar a vontade divina. É uma força poderosa que flui do CRISTO ressurreto e opera por meio do ESPÍRITO SANTO que habita no crente (Ef 1.19; 4.7; At 6.8; 11.23; 14.26; 1 Co 15.10; 2 Co 12.9; Fp 2.13; Cl 1.29; Tt 2.11-13)
3.10 PRINCIPADOS E POTESTADES. Há duas interpretações possíveis deste versículo. (1) Os "principados e potestades nos céus" podem referir-se aos anjos bons (cf. Cl 1.16).
Eles contemplam a multiforme sabedoria de DEUS, à medida que Ele a demonstra através da igreja (1 Pe 1.10-12). (2) Os "principados e potestades nos céus" podem referir-se aos poderes dominantes das trevas, na esfera espiritual (cf. 6.12; Dn 10.13,20,21), aos quais o "eterno propósito" de DEUS (v. 11) está sendo conhecido, através da proclamação da salvação pela igreja e do seu conflito espiritual com Satanás e suas hostes (cf. 6.12-18; Dn 9.2-23; 10.12,13; 2 Co 10.4,5). Comentários BEP - CPAD 1 EU, PAULO, servo de CRISTO, estou aqui na prisão por causa de vocês, por pregar que vocês, os gentios, são uma parte da casa de DEUS. 2 Não há dúvida que vocês já sabem que DEUS me entregou este trabalho especial de mostrar o favor divino a vocês, os gentios 3 como antes mencionei ligeiramente em uma de minhas cartas. O próprio DEUS me mostrou este seu plano secreto: que os gentios também estão incluídos na sua bondade. 4 Digo isto para explicar-lhes como é que eu estou a par dessas coisas. 5 Nos tempos antigos DEUS não fez o seu povo participante deste plano; agora, porém, ele o revelou através do ESPÍRITO SANTO aos seus apóstolos e profetas. 6 E este é o segredo: que os gentios terão total participação com os judeus em todas as riquezas herdadas pelos filhos de DEUS; uns e outros são convidados a pertencer à sua igreja, e todas as promessas divinas de bênçãos poderosas por meio de CRISTO valem para ambas as raças quando a ditam a Boa Nova a respeito de CRISTO e de que Ele fez por eles. 7 DEUS me concedeu o privilégio maravilhoso de contar a todo o mundo este plano dele; e me deu o seu poder e uma capacidade especial de fazê-lo bem. 8 Imaginem só! Embora eu nada tivesse feito para merecê-lo, e ainda que eu seja o cristão mais inútil que há, ainda assim fui escolhido para ter esta alegria especial de falar aos gentios da Alegre Nova dos tesouros infindáveis acessíveis a eles em CRISTO; 9 e para explicar a todos que DEUS é Salvador dos gentios também, tal como Aquele que fez todas as coisas planejou secretamente desde o principio. 10 E para quê? Para mostrar a todas as forças do céu como DEUS é perfeitamente sábio, quando elas virem toda a sua família - judeus e gentios - reunida em sua a igreja, 11 tal como Ele sempre planejara fazer por meio de JESUS CRISTO, nosso Senhor. 12 Agora podemos entrar sem medo nenhum da presença de DEUS, seguros da Sua alegre acolhida quando formos com CRISTO e confiarmos nele. 13 Portanto, eu lhes peço que não percam o ânimo com o que estão fazendo comigo aqui. É por vocês que eu estou sofrendo e vocês devem sentir-se honrados e amados com isso. Efésios 3:2-13 (Bíblia VIVA). I. O MISTÉRIO OCULTO NO ANTIGO TESTAMENTO
1) algo escondido, secreto, mistério
1a) geralmente mistérios, segredos religiosos, confiado somente ao instruído e não a meros mortais
1b) algo escondido ou secreto, não óbvio ao entendimento
1c) propósito ou conselho oculto
1c1) vontade secreta
1c1a) dos homens
1c1b) de DEUS: os conselhos secretos com os quais DEUS lida com os justos, ocultos aos descrentes e perversos, mas manifestos aos crentes
2) nos escritos rabínicos, denota o sentido oculto ou místico
2a) de um dito do AT
2b) de uma imagem ou forma vista numa visão
2c) de um sonho O mistério esteve oculto até que JESUS CRISTO viesse a executar o plano da salvação. Daí em diante, por sua revelação e a do ESPÍRITO SANTO foi revelado primeiro a Pedro na casa de simão, o curtidor, em Jope, e confirmado na casa de Cornélio, em Cesaréia, com o batismo no ESPÍRITO SANTO dele e de seus convidados para ouvirem Pedro (Atos 10). A Paulo JESUS o chamou expecificamente a ser "constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios"; 2 Timóteo 1:11 E disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe. Atos 22:21 2. O desconhecimento do mistério.
no qual havia de todos os animais quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que DEUS purificou. E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou a recolher-se no céu. Atos 10:11-16 E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o ESPÍRITO SANTO, como também sobre nós ao princípio. E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO. Portanto, se DEUS lhes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor JESUS CRISTO, quem era, então, eu, para que pudesse resistir a DEUS? E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a DEUS, dizendo: Na verdade, até aos gentios deu DEUS o arrependimento para a vida. Atos 11:15-18
Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que DEUS preparou para os que o amam. Mas DEUS no-las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de DEUS, senão o ESPÍRITO de DEUS. 1 Coríntios 2:7-11 Insondáveis, pois não se compreende com a mente humana, mas somente com a revelação do ESPÍRITO SANTO. Não são dectráveis pela intelectualidade, mas pela espirituaçidade, comunhão com o ESPÍRITO SANTO. É imensurável (3.18,19), porque não se pode medir coisas eternas. A perfeição e a preciosidade do mistério que estivera oculto (3.8,9); concedidas aos homens por meio de CRISTO (1.4; 2.16). DEUS articulou o plano (1.11), o conteúdo desse plano (Ef 2.1-6) e a pessoa de CRISTO que executou o plano pré-estabelecido por DEUS (Ef 1.19-22).
Mt 16.18 “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.
A palavra grega ekklesia (igreja), literalmente, refere-se à reunião de um povo, por convocação (gr. ekkaleo). No NT, o termo designa principalmente o conjunto do povo de DEUS em CRISTO, que se reúne como cidadãos do reino de DEUS (Ef 2.19), com o propósito de adorar a DEUS. A palavra “igreja” pode referir-se a uma igreja local (Mt 18.17; At 15.4) ou à igreja no sentido universal (16.18; At 20.28; Ef 2.21, 22).
(1) A igreja é apresentada como o povo de DEUS (1Co 1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes redimidos como fruto da morte de CRISTO (1Pe 1.18,19). É um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb 13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e pessoal com DEUS (1Pe 2.5; ver Hb 11.6).
(2) A igreja foi chamada para deixar o mundo e ingressar no reino de DEUS. A separação do mundo é parte inerente da natureza da igreja e a recompensa disso é ter o Senhor por DEUS e Pai (2Co 6.16-18).
(3) A igreja é o templo de DEUS e do ESPÍRITO SANTO (ver 1Co 3.16; 2Co 6.14—7.1; Ef 2.11-22; 1Pe 2.4-10). Este fato, no tocante à igreja, requer dela separação da iniqüidade e da imoralidade.
(4) A igreja é o corpo de CRISTO (1Co 6.15,16; 10.16,17; 12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja verdadeira sem união vital dos seus membros com CRISTO. A cabeça do corpo é CRISTO (Cl 1.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23).
(5) A igreja é a noiva de CRISTO (2Co 11.2; Ef 5.23-27; Ap 19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, devoção e fidelidade da igreja a CRISTO, quanto o amor de CRISTO à sua igreja e sua comunhão com ela.
(6) A igreja é uma comunhão (gr. koinonia) espiritual (2Co 13.14; Fp 2.1). Isto inclui a habitação nela do ESPÍRITO SANTO (Lc 11.13; Jo 7.37-39; 20.22), a unidade do ESPÍRITO (Ef 4.4) e o batismo com o ESPÍRITO (At 1.5; 2.4; 8.14-17; 10.44; 19.1-7). Esta comunhão deve ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os irmãos (Jo 13.34,35).
(7) A igreja é um ministério (gr. diakonia) espiritual. Ela ministra por meio de dons (gr. charismata) outorgados pelo ESPÍRITO SANTO (Rm 12.6; 1Co 1.7; 12.4-11, 20-31; Ef 4.11).
(8) A igreja é um exército engajado num conflito espiritual, batalhando com a espada e o poder do ESPÍRITO (Ef 6.17). Seu combate é espiritual, contra Satanás e o pecado. O ESPÍRITO que está na igreja e a enche, é qual guerreiro manejando a Palavra viva de DEUS, libertando as pessoas do domínio de Satanás e anulando todos os poderes das trevas (At 26.18; Hb 4.12; Ap 1.16; 2.16; 19.15, 21).
(9) A igreja é a coluna e o fundamento da verdade (1Tm 3.15), funcionando, assim, como o alicerce que sustenta uma construção. A igreja deve sustentar a verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpadores e os falsos mestres (ver Fp 1.17; Jd 3).
(10) A igreja é um povo possuidor de uma esperança futura. Esta esperança tem por centro a volta de CRISTO para buscar o seu povo (ver Jo 14.3; 1Tm 6.14; 2Tm 4.8; Tt 2.13; Hb 9.28).
(11) A igreja é tanto invisível como visível. (a) A igreja invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros, unidos por sua fé viva em CRISTO. (b) A igreja visível consiste de congregações locais, compostas de crentes vencedores e fiéis (Ap 2.11, 17, 26; ver 2.7), bem como de crentes professos, porém falsos (Ap 2.2); “caídos” (Ap 2.5); espiritualmente “mortos” (Ap 3.1); e “mornos” (Ap 3.16; ver Mt 13.24; At 12.5). MATEUS 16.13-20 13 E, chegando JESUS às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? 14 E eles disseram: Uns, João Batista; outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas. 15 Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? 16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o CRISTO, o Filho do DEUS vivo. 17 E JESUS, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. 18 Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19 E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. 20 Então, mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o CRISTO. A Igreja é universal à qual todos os servos de CRISTO, no mundo inteiro, estão ligados (Mt 16.18; At 9.31; 1 Co 12.28; Ef 1.22); é a Igreja de DEUS ou de CRISTO (1 Co 10.32; 1 Ts 2.14; Rm 16.16). O mistério revelado no NT é a igreja, formada por judeus que se converteram a JESUS e gentios que se converteram a JESUS.
Porém, na Grande Tribulação e no Milênio voltarão a existirem dois povos distintos, judeus e gentios. 144 mil judeus pregarão o evangelho do reino e não da Graça na Grande Tribulação.
No milênio, anjos proclamarão o evangelho eterno e não mais o evangelho da Graça ou do reino. Após o arrebatamento, a porta da Graça estará fechada novamente, após ter sido aberta por um período. Antes, JESUS pregava o evangelho do reino e este evangelho terá sua continuidade durante a Grande Tribulação, pois após a mesma, JESUS reinará.
No milênio será pregado o evangelho eterno, pois, após o milênio, vem a eternidade, para uns vida eterna sem DEUS, no lago de fogo e enxofre e para outros a vida eterna com DEUS na Nova Terra. Mt 24:14 E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.
Ap 14:6 E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. O mistério não é CRISTO, pois Este já havia sido profetizado por todos os profetas no AT e já havia vindo e morrido na Cruz na época de Paulo. Já era história contada entre todos. Mistério mesmo era a Igreja formada por salvos judeus e gentios. Jamais isso foi sonhado pelos judeus e nem pelos gentios.
UNIVERSAL | LOCAL |
1. Organismo. | 1. Organização. |
2. É invisível. | 2. É visível. |
3. Interdenominacional. | 3. Denominacional. |
4. JESUS é o único líder e cabeça. | 4. Possui vários líderes. |
5. Os nomes de seus membros estão inscritos no livro da vida (Ap 21.27). | 5. Os nomes de seus membros estão inscritos no rol da igreja local. |
6. Possui vida orgânica. | 6. Possui vida à medida que seus membros estão ligados à cabeça, CRISTO. |
7. Não depende de rituais de culto, de templos, de reconhecimento social. | 7. Dependem de cerimônias, templos, reconhecimento oficiais; estatutos, etc. |
Efésios 3:1-13
Temos aqui o relato de Paulo aos efésios em que foi designado por DEUS apóstolo aos gentios.
I
Podemos observar que ele os familiariza com as tribulações e sofrimentos que suportou no desempenho do seu ministério (v. 1). A primeira cláusula refere-se ao capítulo anterior e pode ser entendida de duas maneiras: 1. “Por esta causa – por ter pregado a doutrina contida no capítulo anterior e por declarar que os grandes privilégios do evangelho pertencem não somente aos judeus, mas também aos gentios crentes, embora não tenham sido circuncidados –, sou agora prisioneiro, mas prisioneiro de JESUS CRISTO, enquanto sofro na sua causa e por causa dele e continuo sendo seu servo fiel e o objeto da sua proteção e cuidado especiais, enquanto estou sofrendo dessa forma por Ele”. Observe: Se os servos de CRISTO se tornam prisioneiros, são prisioneiros dele. Ele nunca pensa o pior deles pelo mau nome que o mundo lhes dá, ou o tratamento perverso que recebem dele. Paulo dedicou-se a CRISTO, e CRISTO o possuía, quando esteve na prisão: “...por vós, os gentios”; os judeus o perseguiram e o aprisionaram porque era o apóstolo dos gentios e pregava o evangelho a eles. Podemos aprender disso que os ministros fiéis de CRISTO devem ministrar as verdades dele, independentemente de quão desagradáveis possam ser para alguns, e do que possam vir a sofrer por causa delas. Ou: 2. As palavras podem ser entendidas da seguinte maneira: “Por esta causa – visto que já não sois estrangeiros, nem forasteiros (como Ef 2.19), mas estais unidos a CRISTO e aceitos na comunhão de sua igreja –, eu, Paulo, que sou o prisioneiro de JESUS CRISTO, oro para que vós sejais capacitados a agir como pessoas favorecidas por DEUS e feitas participantes desses privilégios”. Nós o encontramos expressando-se dessa forma no versículo 14, em que, depois da digressão contida nos diversos versículos intercalados, ele continua com o que começou no primeiro versículo. Observe: Aqueles que receberam graça e benefícios notáveis de DEUS necessitam da oração, para que possam melhorar e avançar e continuar a agir como lhes convém. E, observando Paulo devotando-se dessa maneira à oração a favor dos efésios, enquanto era prisioneiro, deveríamos aprender que nenhum sofrimento em particular deve nos tornar apreensivos e solícitos em relação a nós mesmos, a ponto de negligenciarmos a situação dos outros em nossas súplicas e orações a DEUS. Ele fala novamente dos seus sofrimentos: “Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória” (v. 13). Enquanto esteve na prisão, ele sofreu muito; e, embora fosse por causa deles que estava sofrendo, ele não queria que ficassem desanimados nem tristes com isso, sabendo que DEUS tinha feito coisas tão grandes por eles por meio do seu ministério. Que preocupação carinhosa ele tinha pelos efésios! O apóstolo parece estar mais preocupado para que não fiquem desanimados e abatidos por causa das suas tribulações do que com o seu próprio sofrimento; e, para evitar que isso aconteça, ele deixa claro que o seu sofrimento é a glória deles, e não será de forma alguma um verdadeiro desencorajamento se eles considerarem adequadamente a questão, visto que lhes dava motivo para se gloriarem e se regozijarem à medida que isso revela a verdadeira estima e consideração que DEUS tem por eles, pelo fato de que Ele não só enviou seus apóstolos para pregar o evangelho, mas também para sofrer por eles e para confirmar as verdades que anunciaram pelas perseguições que passaram. Observe: Não somente os ministros fiéis de CRISTO, mas o seu povo também, têm motivos especiais para se alegrarem e se regozijarem, quando sofrem por causa da ministração do evangelho.
II
O apóstolo lhes diz que DEUS o designou para essa posição e o supriu e qualificou para tal, por meio de uma revelação especial a ele. 1. DEUS o nomeou para o ministério: “...se é que tendes ouvido a dispensação da graça de DEUS, que para convosco me foi dada” (v. 2). Eles poderiam não ter ouvido acerca disso, e, portanto, ele não intenta falar de maneira ambígua. Eige é às vezes uma partícula afirmativa, e podemos traduzi-la da seguinte forma: Uma vez que vós ouvistes etc. Ele intitula o evangelho de a graça de DEUS aqui (como em outros lugares) porque é o dom da graça divina aos pecadores; e todas as aberturas que ele faz, e as novas de alegria que contém, procedem de uma graça rica de DEUS; e esse evangelho também é o grande instrumento nas mãos do ESPÍRITO por meio do qual DEUS opera a graça na alma das pessoas. Ele fala da dispensação dessa graça que lhe foi dada; ele deseja deixar claro como foi autorizado e comissionado por DEUS para ministrar a doutrina do evangelho; essa comissão e autoridade lhe foram dadas principalmente para o serviço aos gentios: “...para convosco”. E novamente, falando do evangelho, ele diz: “...do qual fui feito ministro...” (v. 7). Aqui ele novamente declara a sua autoridade. Ele foi FEITO ministro – não foi ele próprio que se fez ministro; ele não tomou essa honra para si mesmo – e ele foi feito assim “...pelo dom da graça de DEUS”. DEUS supriu e proveu para o seu trabalho; e no desempenho desse trabalho, o Senhor o assistiu de maneira apropriada com todas as dádivas e graças necessárias, ordinárias e extraordinárias. Isso ocorreu “...segundo a operação do seu poder”, nele próprio mais especificamente, e também em muitos a quem pregou, mostrando que seu trabalho no meio deles foi bem-sucedido. Observe: Quando DEUS chama, Ele também supre por meio de um poder sobrenatural. Um operar eficaz do poder divino acompanha os dons da graça divina. 2. Tal como DEUS o nomeou para o ministério, assim Ele o qualificou notavelmente para o mesmo, por meio de uma revelação especial. Ele menciona tanto o mistério que foi revelado quanto a revelação dele. (1) O mistério revelado é que “...os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em CRISTO pelo evangelho” (v. 6); isto é, que deveriam ser co-herdeiros da herança celestial junto com os judeus crentes; e que deveriam ser membros do mesmo corpo místico, ser recebidos na igreja de CRISTO e ser beneficiados com as promessas do evangelho, da mesma forma que os judeus, e particularmente em relação à grande promessa do ESPÍRITO. E isso em CRISTO, sendo unido a CRISTO, “...em quem todas as promessas são sim e amém”; ou, pelo evangelho, isto é, nos tempos do evangelho, como alguns o entendem; ou pelo evangelho pregado a eles, é o grande instrumento e meio pelo qual DEUS opera fé em CRISTO. Essa foi a grande verdade revelada aos apóstolos, a saber, que DEUS chamaria os gentios para a salvação pela fé em CRISTO, e isso sem as obras da lei. (2) Ele fala da revelação dessa verdade (vv. 3-5). Aqui podemos observar que a união dos judeus e gentios na igreja do evangelho era um mistério, um grande mistério, que foi delineado no conselho de DEUS diante de todos, mas que não podia ser plenamente entendido por muitas gerações, até que o cumprimento dele expusesse as profecias a esse respeito. Ele é chamado de mistério porque as diversas circunstâncias e peculiaridades dele (tais como o tempo, maneira e meios como deveria ser cumprido) foram ocultadas e mantidas em segredo por DEUS, até que por meio de uma revelação imediata Ele as manifestou ao seu servo. Veja At 26.16-18. E ele é chamado de o mistério de CRISTO porque foi revelado por Ele (Gl 1.12) e porque se relaciona tanto com Ele. Acerca disso o apóstolo deu algumas dicas um pouco antes; isto é, nos capítulos anteriores. “...pelo que, quando ledes”; ou, como essas palavras podem ser interpretadas: quando prestais atenção (não basta apenas ler as Escrituras, se não prestarmos atenção nelas, e não considerarmos seriamente o que lemos nelas), “...podeis perceber a minha compreensão do mistério de CRISTO”; eles poderiam perceber como DEUS o tinha preparado e qualificado para ser o apóstolo aos gentios; isso poderia ter sido para eles um sinal claro da sua autoridade divina. Este mistério, diz ele, “...o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo ESPÍRITO aos seus santos apóstolos e profetas” (v. 5); isto é: “Este mistério não foi tão plena e claramente descoberto nos séculos antes de CRISTO como é agora revelado aos profetas desse século, os profetas do Novo Testamento, que são imediatamente inspirados e ensinados pelo ESPÍRITO”. Precisamos reconhecer que a conversão do mundo gentílico para a fé em CRISTO foi um mistério adorável, e devemos agradecer a DEUS por isso. Quem teria imaginado que as pessoas que estiveram tanto tempo na escuridão, e tão distantes, fossem iluminadas com a luz maravilhosa e se aproximariam de CRISTO? Precisamos aprender a não nos desesperar diante do pior, o pior das pessoas e o pior das nações. Nada é difícil demais para a graça divina: ninguém é tão indigno que DEUS não possa derramar a sua imensa graça sobre ele. Quanto estamos de fato interessados nesse assunto? Afinal, vivemos não somente em um tempo no qual o mistério está revelado, mas, particularmente, fazemos parte das nações que nos tempos passados eram estrangeiras e forasteiras, e vivíamos em densa idolatria. Hoje somos iluminados com o evangelho eterno e participamos das suas promessas!
III
O apóstolo lhes revela como ele foi colocado nesse ministério, e isso com relação aos gentios e a todas as pessoas.
1. Com respeito aos gentios, ele lhes anunciou “...as riquezas incompreensíveis de CRISTO” (v. 8). Observe neste versículo quão humildemente ele fala de si mesmo e quão favoravelmente fala de JESUS CRISTO. (1) Quão humildemente ele fala de si mesmo: “...A mim, o mínimo de todos os santos”. O apóstolo Paulo, que era o principal dos apóstolos, chama-se de o mínimo de todos os santos: ele se refere ao fato de ter sido anteriormente um perseguidor dos seguidores de CRISTO. Ele era, de acordo com sua opinião, o menor dos menores. O que pode ser menos do que o mínimo? Observe: Aqueles que DEUS promove a serviços honráveis, Ele os humilha e os torna pequenos aos seus olhos; e, onde DEUS dá graça para ser humilde, ali Ele dá todas as outras graças. Também podemos observar a maneira contrastante de o apóstolo falar de si mesmo e do seu ministério. Enquanto exalta o seu ministério, ele próprio se humilha. Observe: Um ministro fiel de CRISTO pode ser muito humilde, mesmo quando pensa e fala de maneira muito elevada e honrosa acerca de sua função sagrada. (2) Quão favoravelmente ele fala de JESUS CRISTO: “...as riquezas incompreensíveis de CRISTO”. Há um tesouro valioso na misericórdia, graça e amor, armazenado em CRISTO JESUS, tanto para os judeus quanto para os gentios. Ou, as riquezas do evangelho são aqui vistas como as riquezas de CRISTO: as riquezas que CRISTO comprou para todos os crentes. Essas são riquezas insondáveis, que a sagacidade humana jamais poderia descobrir e as pessoas não conseguiriam obter de outra forma se não fosse por revelação. Agora o trabalho do apóstolo visava anunciar essas riquezas incompreensíveis de CRISTO entre os gentios. Este era um favor que ele valorizava grandemente e o considerava uma honra inexprimível: “A mim [...] me foi dada esta graça; esse favor especial DEUS concedeu a criaturas tão indignas como eu”. É um favor inexprimível ao mundo gentio ver as riquezas incompreensíveis de CRISTO sendo pregadas a ele. Embora muitos permaneçam pobres e não sejam enriquecidos com essas riquezas, precisamos reconhecer que é um favor vê-las anunciadas e oferecidas a nós; e, se não somos enriquecidos por meio delas, a culpa é toda nossa.
2. Com respeito a todos (v. 9). Seu trabalho e dever era “...demonstrar a todos (promulgar e tornar conhecido em todo mundo) qual seja a dispensação do mistério (que os gentios, que tinham sido até então estrangeiros para a igreja, fossem admitidos à comunhão dela), que, desde os séculos, esteve oculto em DEUS (mantido em segredo quanto ao seu propósito), que tudo criou” [em JESUS CRISTO]. Nesse sentido, lemos em João 1.3: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Portanto, não é de admirar que Ele salva gentios e judeus, porque Ele é o Criador comum de ambos. E podemos concluir que Ele é capaz de realizar a obra da redenção deles, pelo fato de Ele também ter sido capaz de completar a obra da criação. Tanto a primeira criação, quando DEUS fez tudo do nada, como a nova criação, em que os pecadores se tornam novas criaturas pela graça transformadora, são de DEUS em JESUS CRISTO. O apóstolo acrescenta: “...para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (v. 10). Esta era uma entre outras coisas que DEUS tinha em mente ao revelar esse mistério: que os anjos bons, que têm uma preeminência em governar os reinos e principados do mundo, e que são investidos com grande poder para realizar a vontade de DEUS nesta terra (embora seu lar habitual seja no céu), sejam informados do que está acontecendo na igreja e do que é feito nela e por ela, de acordo com a multiforme sabedoria de DEUS; isto é, da grande variedade com a qual DEUS sabiamente administra as coisas, ou da sua sabedoria manifestada nas muitas maneiras e métodos que usa para ordenar sua igreja nos diversos períodos dela, especialmente em receber os gentios nela. Os santos anjos, que observam minuciosamente o mistério da nossa redenção em CRISTO, não poderiam deixar de notar essa ramificação desse mistério, de que as insondáveis riquezas de CRISTO são pregadas entre os gentios. E isso ocorre “...segundo o eterno propósito que fez em CRISTO JESUS, nosso Senhor” (v. 11). Alguns traduzem as palavras kata prothesin ton aionon da seguinte forma: segundo a pré-disposição das gerações que fez etc. O Dr. Whitby diz: “No início das gerações, DEUS em sua sabedoria achou por bem dar a promessa de um Salvador ao Adão caído. Na segunda geração, aprouve-lhe tipificá-lo e revelá-lo aos judeus por meio de pessoas, ritos e sacrifícios sagrados; e na geração do Messias, ou na última geração, achou por bem revelá-lo aos judeus e pregá-lo aos gentios”. Outros interpretam esse texto, de acordo com a nossa tradução, concernente ao eterno propósito que DEUS propôs de realizar em JESUS CRISTO, e por meio dele, o que Ele completou no grande acontecimento da redenção do homem, de acordo com o seu eterno decreto acerca dessa questão. O apóstolo, tendo mencionado nosso Senhor JESUS CRISTO, acrescenta a respeito dele: “...no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele” (v. 12), ou seja: “Por (ou através) de quem temos liberdade de abrir nossa mente livremente a DEUS, como nosso Pai, e uma persuasão bem fundada de sermos recebidos e atendidos por Ele; e isso por meio da fé que temos nele, como nosso grande Mediador e Advogado”. Podemos chegar com humilde ousadia diante de DEUS, sabendo que o terror da maldição foi abolido; e podemos esperar boas e confortáveis palavras dele. Podemos falar com confiança a DEUS, sabendo que temos um Mediador entre DEUS e nós, e um Advogado com o Pai. COMENTÁRIOS BÍBLIA DIÁRIO VIVIR (ESP) 3.1 Paulo se achava sob arresto domiciliário em Roma por ter pregado a respeito de CRISTO. Os líderes religiosos em Jerusalém, sentiam-se ameaçados pelos ensinos de CRISTO e não acreditavam que era o Messías. Pressionavam aos romanos para que prendessem o Paulo e o ajuizassem por traição e por originar uma rebelião entre os judeus. Paulo apelou para que seu caso o considerasse o Imperador e estava em espera do julgamento (veja-se Act 28:16-31). Apesar de que se achava sob arresto, Paulo mantinha firme sua crença em que DEUS tinha o controle de tudo o que lhe acontecesse. Permite você que as circunstâncias o convençam de que DEUS perdeu o controle deste mundo? Como Paulo, recorde que não importa o que aconteça, DEUS dirige os acontecimentos mundiais.
3.2, 3 "A administração da graça de DEUS" significa a mordomia especial ou o compromisso atribuído ao Paulo. A ele lhe encomendou o trabalho especial de pregar as boas novas aos gentis, o grande plano que DEUS lhe tinha revelado. "Como antes o tenho escrito brevemente", possivelmente se refira a uma carta prévia, a qual não conservou a igreja, ou poderia referir-se à primeira parte desta carta (sobre tudo 1.9ss; 2.11ss).
3.5, 6 O plano de DEUS não se deu a conhecer as gerações anteriores, não porque DEUS queria privar a seu povo de algo, mas sim porque revelaria a todos ao seu devido tempo. DEUS planejou ter a judeus e gentis formando um corpo, a Igreja. sabia-se no Antigo Testamento que os gentis receberiam salvação (Isa 49:6), mas nunca se revelou que todos os gentis e os judeus crentes deveriam ser iguais no corpo de CRISTO. Esta igualdade se materializou quando JESUS derrubou a "parede intermédia de separação" e criou "um solo e novo homem" (Isa 2:14-15).
3.7 Quando Paulo se converteu em ministro, DEUS lhe deu a capacidade de pregar com eficácia o evangelho de CRISTO. Não é necessário que você seja um apóstolo nem sequer um evangelista para que DEUS lhe dê a oportunidade de dizer a outros o que CRISTO é para você. E com a oportunidade, O lhe proverá a habilidade, o valor e o poder. Em qualquer lugar no que se presente a ocasião, esteja preparado diante de DEUS. Ao centrar sua atenção na outra pessoa e sua necessidade, DEUS lhe comunicará sua atitude solícita e suas palavras serão naturais, amorosas e adequadas.
3.8 Quando Paulo se descreve como "menos que o mais pequeno de todos os Santos", com estas palavras quer expressar que sem a ajuda de DEUS, jamais poderá cumprir a obra de DEUS. Apesar disto, DEUS o escolheu para anunciar o evangelho aos gentis e lhe deu o poder para fazê-lo. Se sentirmos que nosso rol é menor, podemos estar no certo, exceto que esquecemos quão vital DEUS pode fazer. Como pode DEUS usá-lo? Faça sua parte e cumpra fielmente o papel especial que joga no plano de DEUS.
3.9 "A dispensa do mistério" se refere à via do grande plano de DEUS de levar a cabo através da igreja e o trabalho do Paulo em demonstrar e ensinar o grande propósito de DEUS em CRISTO (veja-se 3.2).
3.10 "Principados e potestades nos lugares celestiales" podem ser tanto os anjos testemunhas destes acontecimentos (veja-se 1Pe 1:12), ou possivelmente força hostis opostas a DEUS (1Pe 2:2; 1Pe 6:12).
3.12 É um impressionante privilégio nos aproximar de DEUS com segurança e acesso com confiança. A maioria nos mostraríamos receosos na presença de um governante poderoso, mas graças a CRISTO, podemos entrar diretamente à presença de DEUS mediante a oração. Sabemos que nos receberão com os braços abertos porque somos os filhos de DEUS através de nossa união com CRISTO. Não tema a DEUS. lhe fale a respeito de algo. Está esperando lhe ouvir.
3.13 por que as tribulações do Paulo fazem que os efesios se sintam honrados ("as quais são sua glória")? Se Paulo não tivesse pregado o evangelho, não estaria no cárcere, portanto, os efesios não teriam ouvido as boas novas nem tampouco se converteram. Como uma mãe que sofre os dores de parto a fim de trazer uma nova vida ao mundo, Paulo suportou a perseguição a fim de trazer novos crentes a CRISTO. Obedecer a CRISTO não sempre é fácil. O chama a tomar sua cruz e lhe seguir (Mat 16:24), ou seja, estar dispostos a tolerar a dor ao grau que a mensagem de DEUS de salvação chegue a todo mundo. Devemos nos sentir honrados de que outros sofressem e se sacrificassem por nós para que recebêssemos bênção. PARA REFLETIR – A respeito de “O Mistério da Unidade Revelado”, responda:
ÉFESO EPÍSTOLA - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Biblia de Estudo Aplicação Pessoal
Manual de Duvidas - Bíblia TheWord
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1998
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Dicionário Teológico - Pr. Claudionor Correia de Andrade - CPAD
Dicionário de JESUS e Evangelhos - Bíblia TheWord
FOULKES, Francis. Efésios Introdução e Comentário. São Paulo: Edições Vida Nova, 2014, p. 73.
BRAY, G. (Org.) Comentário Bíblico da Reforma: Gálatas e Efésios. São Paulo: Cultura Cristã, 2013, p. 325.
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VAUX, R. De. Instituições de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Editora Teológica, 2003, p. 351.
STOTT, John. A Mensagem de Efésios. São Paulo: ABU Editora, 2007, p. 72, 74.
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HAGNER, Donald. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo: Hebreus. São Paulo: Vida, 1997, p. 155.
fonte http://www.apazdosenhor.org.br