Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira
TEXTO ÁUREO
“Louvai ao Senhor, porque ele é bom, por que a sua benignidade é para sempre.” Salmo 118.1
TEXTOS DE REFERÊNCIA
SALMO 118.1,2,5,14,22,27-29
1 Louvai ao Senhor, porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre.
2 Diga agora Israel que a sua benignidade é para sempre.
5 Invoquei o Senhor na angústia; o Senhor me ouviu e me pôs em um lugar largo.
14 O Senhor é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou.
22 A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se cabeça de esquina.
27 Deus é o Senhor que nos deu a luz; atai a vítima da festa com cordas e levai-a até os ângulos do altar.
28 Tu és o meu Deus, e eu te louvarei; tu és o meu Deus, e eu te exaltarei.
29 Louvai ao Senhor, porque ele é bom; por que a sua benignidade é para sempre.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Apresentar as características do Salmo 118.
- Falar sobre a bondade e a benignidade de Deus.
- Mostrar que Cristo, a pedra angular, sustenta Sua Igreja.
INTRODUÇÃO
Olá irmãos e irmãs, Paz do Senhor.
O Salmo 118 é categorizado como um salmo de ação de graças, ou seja, de agradecimento, onde o salmista comemora, aparentemente alguma vitória em uma batalha.
É muito importante para um professor de EBD LER O CONTEXTO do texto citado nas referências da revista, pois muita informação importante pode estar neste.
Como sabemos, os títulos e subtítulos foram adicionados pelos tradutores e copistas e não estão nos originais e o subtítulo deste salmo fala sobre os Salmos de Hallel, que estão compreendidos entre o 113 e o 118.
A palavra “hallel” significa louvor ou agradecimento e, conforme mencionado o salmo estudado é um salmo de ações de graça.
“De acordo com o Teólogo Americano Norman Champlim, os vss. 10-14 parecem indicar que o próprio rei veio ao templo para agradecer ao Senhor. Os Salmos 113 a 118, de acordo com a tradição litúrgica dos judeus de uma época posterior, são chamados de Salmos Hallel (salmos de louvor) egípcios. Esses salmos eram usados em conexão com as três festas anuais obrigatórias, que requeriam a presença de todos os varões hebreus, a saber, a Páscoa, o Pentecoste e os Tabernáculos. Os Salmos 113 e 117 têm o aleluia! (louvor) no começo e no fim; o Salmo 114 não tem nenhum aleluia! Os Salmos 115 e 116 apresentam o aleluia! no final. O Salmo 118 tem agradecimentos no começo e no fim, com a mesma declaração. O Salmo 118 poderia ser usado em qualquer ocasião em que o agradecimento ao Senhor fosse requerido, mas parece que era apropriado especialmente durante a festa dos Tabernáculos. Os vss. 1-4, 20, 22-27 e 29 mostram que este salmo foi adaptado para uso congregacional, e os “eus” do rei foram personificados para indicar a nação de Israel. A identificação da composição com algum rei
específico, como Davi ou Ezequias, não tem nenhuma evidência conclusiva”.
A gratidão precisa estar presente em todos os momentos da vida do cristão, pois somos gratos por tudo o que o Senhor fez, está fazendo e ainda fará.
O apóstolo Paulo, quando escreveu sua primeira carta aos tessalonicenses, nos deixou vários conselhos, dentre eles, um sobre a necessidade de agradecer.
“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. (1 Ts 5.218 – ARC)
Dar graças é estar agradecido e quando damos graças em tudo, reconhecemos a soberania de Deus e descansamos em Seus braços.
A carta aos Romanos diz:
“Porque Dele, por Ele e para Ele, são todas as coisas, glória pois a Ele eternamente”. (Rm 11.36 – ARC)
A partir do momento em que entregamos nossa vida ao Senhor, faz-se necessário descansarmos Nele e crermos que Ele está cuidando de nós e então, agradecermos por tudo.
Pode parecer estranho para alguns, mas o conceito de gratidão ao Senhor está intimamente ligado ao fato de acreditarmos que TUDO está em Seu controle.
Na mesma carta aos Romanos aprendemos um pouco mais sobre isto quando Paulo escreve:
“E sabemos que tudo quanto nos acontece está operando para o nosso próprio bem, se amarmos a Deus e estivermos nos ajustando aos planos dele (Rm 8.28 – BV)
A gratidão não está associada a recompensas, mas ao fato de crermos Nele.
Este conceito vai de encontro a TODOS os conceitos do mundo em que vivemos, onde o ter é melhor do que o ser e o sentir é melhor do que o obedecer.
Napoleon Hill, autor consagrado de vários livros escreveu:
“Sou muito grato às adversidades que apareceram na minha vida, pois elas me ensinaram a tolerância, a simpatia, o autocontrole, a perseverança e outras qualidades que, sem essas adversidades, eu jamais conheceria”.
Precisamos agir com gratidão por tudo aquilo que o Senhor é e o salmista expressou esta gratidão quando escreveu o Salmo 118.
1 – LOUVOR COMO RESULTADO DA CONFIANÇA
Conforme estudamos em outra lição, o louvor é uma forma de adoração, expressa através de cântico ou música.
Quando Deus criou os seres humanos os dotou de dons maravilhosos e um destes é o dom para compor, cantar e tocar lindas canções.
Os salmos eram acompanhados de instrumentos para que as maravilhosas letras fossem entoadas na presença do Senhor e Seu nome fosse glorificado.
Quão maravilhoso é louvar o Senhor e mais maravilhoso ainda, é saber que Ele nos ouve.
Já imaginaram o grau de grandeza desta situação? O Deus todo poderoso, criador dos céus e da Terra, prestando atenção ao que os seres humanos e toda natureza faz em forma de adoração.
Quando Jesus disse que a adoração que o Senhor estava procurando viria do espírito do homem, ele sabia que ainda que houvessem enormes dificuldades, os verdadeiros adoradores o adorariam em espírito e em verdade.
Quando uma adoração em forma de louvor sai da boca de um cristão durante os momentos de dificuldades, tal cristão aprendeu que independentemente do que acontecer, o Senhor deve ser louvado e quando isto acontece, o grau de confiança que o crente tem em Seu Senhor alcança o patamar desejável.
Os quatro primeiros versos do Salmo 118 nos mostram isto.
“Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade é para sempre. Diga, agora, Israel que a sua benignidade é para sempre. Diga, agora, a casa de Arão que a sua benignidade é para sempre. Digam, agora, os que temem ao SENHOR que a sua benignidade é para sempre”. (ARC)
Todos são convidados a louvar ao Senhor.
Imagine como será no céu, quando cantaremos diretamente para o Senhor. Aleluia!
1.1 – Parte integrante dos Salmos do Hallel
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A história nos mostra que o Salmo 118 era o preferido de Martinho Lutero e este escreveu: “Este é o salmo que eu amo […]porque muitas vezes tem feito bem à minha alma e me ajudado a sair de sérias dificuldades, quando nem imperadores, reis, homens sábios e inteligentes, nem mesmo santos poderiam ter me ajudado’”.
O Bispo Abner Ferreira, bem como grande parte dos teólogos, acreditam que o hino que Jesus cantou após participar da Ceia com seus discípulos pela última vez, tenha sido um Salmo do Hallel, pois tais salmos eram cantados em ocasiões especiais, e a Ceia era uma ocasião mais do que especial.
Como já estudamos na introdução desta lição, a palavra “hallel” significa louvor e a páscoa; ocasião da ceia em que Jesus participara; fazia menção do grande livramento que os hebreus tiveram no Egito, quando o Senhor matou todos os primogênitos.
De acordo com o rabino Yehuda Shurpin, “a importância do Halel (Oração de Louvor e Gratidão) é tão grande que a tradição judaica estabelece que a pessoa que chegou atrasada à Sinagoga, caso tenha chegado no momento em que se preparam para iniciar o Halel, não deve perder o mérito de recitá-lo com o público. É também proibido interromper a recitação do Halel, mesmo em silêncio. É permitido, porém, interromper para responder “Amem” ou à terceira parte da oração judaica, conhecida como Kedushá, junto com o público. É obviamente proibido pular qualquer trecho do Halel, que deve ser recitado como foi organizado pelos nossos sábios; a não ser quando se trata do Halel Bedilug (“Halel Incompleto”), no qual se pula dois dos capítulos dos Salmos que compõem o Halel Shalem (“Halel Completo”), por determinação dos mesmos Sábios”.
Ainda citando Shurpin, embora os versos de Halel falem explicitamente sobre o êxodo do Egito, a travessia do Mar Vermelho e a outorga da Torá, o Talmud explica que implícito nos versículos está a Ressurreição dos Mortos e as dores de nascimento da redenção final e a vinda do Messias ou Mashiach.
Os versos do Salmo 118 expressam um pouco do que provavelmente tenha feito muito sentido para o Senhor Jesus naquele momento. Vamos ler:
“O SENHOR está comigo; não temerei o que me pode fazer o homem. O SENHOR está comigo entre aqueles que me ajudam; pelo que verei cumprido o meu desejo sobre os que me aborrecem. É melhor confiar no SENHOR do que confiar no homem. É melhor confiar no SENHOR do que confiar nos príncipes”. (Sl 118.6-9 – ARC)
Jesus sabia que sua morte era iminente, porém, escolheu adorar a Deus com um hino.
Vale a pena reforçarmos que ainda que Jesus soubesse as agruras que enfrentaria, Ele se lembrou que seu propósito na Terra era a redenção da humanidade e isto; provavelmente fez com que o Senhor se regozijasse em amor diante do Pai.
Vejamos a semelhança do Salmo 116 com o texto de Mateus 26:
“Cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza. Então, invoquei o nome do SENHOR, dizendo: Ó SENHOR, livra a minha alma! Piedoso é o SENHOR e justo; o nosso Deus tem misericórdia. O SENHOR guarda aos símplices; estava abatido, mas ele me livrou. Volta, minha alma, a teu repouso, pois o SENHOR te fez bem”. (vv. 3-7- ARC – grifo nosso)
“Então, chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”. (Mt 26.36-39- ARC – grifo nosso)
Lembrar-se dos feitos do Senhor cantando a Ele louvores é algo que precisa ser ensinado nas igrejas, pois além de ser bíblico, faz com que a alma do cristão se regozije.
1.2 – Título
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Como sabemos, os títulos que constam em boa parte das versões bíblicas não estão presentes nos originais bíblicos e foram acrescentados posteriormente.
Apesar de não serem considerados inspirados, são muito úteis para nos dar um norte e, ainda que a maioria dos títulos estejam diretamente associados aos salmos com maestria, existem salmos que possuem dois ou mais títulos, como por exemplo o Salmo 88.
O título do Salmo 118, apresentado em algumas versões bíblicas é: “O salmista louva a Deus por o ter livrado de muitos inimigos” e está intimamente ligado ao conteúdo deste salmo.
Pelo que parece o referido salmo foi composto para louvar ao Senhor por um grande livramento e alguns teólogos assim o veem.
Para Champlim, este salmo teria sido escrito quando os judeus voltaram do cativeiro babilônico e, após reconstruírem o templo, o utilizaram para louvar ao Senhor pelos grandes feitos.
Tal posição é corroborada pelos primeiros versos do Salmo 118, conforme já lemos.
Champlim diz:
“Assim, Israel (a congregação) foi primeiramente chamado para render graças, falando sobre o amor constante de Yahweh e como esse amor dura para sempre. Provavelmente essa chamada à participação por parte de Israel era entoada por um solista, um cantor profissional (ver I Crô. 25). Primeiramente, Israel (a congregação) responderia ao convite (vs. 2), e então os sacerdotes (a casa de Israel; vs. 3) reverberariam o mesmo tema do amor constante de Yahweh (vs. 3). Uma terceira categoria, “aqueles que temem o Senhor”, teriam então a sua vez, refletindo a mesma mensagem (vs. 4). Nesta última referência, é designado outro grupo, a casa de Levi”.
1.3 – Um salmo que expressa gratidão
A gratidão dos salmistas é expressada neste salmo de uma forma maravilhosa e, como já vimos tal ato expressa um profundo agradecimento e alegria por vivenciar momentos maravilhosos na presença do Senhor.
Leiamos o que o salmista Davi escreve no Salmo 119, verso 71:
“Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos”.(ARC)
O salmista expressa neste salmo a gratidão a Deus por ter experimentado terríveis aflições em sua vida, pois, segundo ele, tais aflições o fizeram ler, meditar, compreender e colocar em prática os estatutos do Senhor e este é o segredo para agradecer a Deus por tudo o que vivenciamos.
Vejamos em outra tradução:
“O castigo que Tu me deste foi muito bom para mim; só assim aprendi a pôr em prática os teus mandamentos”. (BV)
A composição original do Salmo tinha uma história específica para que fosse composto, porém, podemos utilizá-lo para louvar ao Senhor em qualquer ocasião.
O verso 5 deste salmo nos mostra exatamente isto, leiamos;
“Na minha angústia clamei ao Senhor; e o Senhor me respondeu, dando-me ampla liberdade”. (NVI)
Vamos ler o que Champlim escreve sobre este texto:
“Aqui temos atos específicos do amor constante de Deus, pelo qual são dados agradecimentos. Yahweh tinha libertado o rei, ou seja, literalmente, “me deu folga”. O texto foi emendado para “guiou-me para um lugar espaçoso”. Provavelmente está em foco alguma vitória militar, segundo a qual o rei e seus exércitos, em aflição, foram capazes de obter triunfo. Provavelmente assim dizia a composição original, mas esse hino passou a ser usado para agradecer a Deus por qualquer situação de agonia em que algum indivíduo ou a nação de Israel tivessem sido livrados e obtido a vitória. Cf. Sal. 18.19, a “liberdade de Yahweh”, ou seja, uma liberdade ilimitada, onde o lugar espaçoso também é mencionado. O rei invocara a Yahweh quando estava em um lugar apertado (aflição), e recebera um lugar espaçoso, onde a vitória poderia ser obtida. Cf. Sal. 4.1; 18.19; 31.8. Alguns veem aqui o livramento de Judá do cativeiro babilónico, mas, na verdade, isso não parece estar em vista. Este versículo tem sido cristianizado para falar das grandes vitórias de Cristo em Sua ressurreição, ascensão e posição à mão direita de Deus Pai, e das grandes vitórias compartilhadas então com o Seu povo”.
Um aspecto importante que merece ser comentado é a presença do testemunho como forma de contar as bençãos recebidas pelos crentes no ambiente das igrejas pentecostais.
Temos este hábito e isto é edificante quando realmente conta, de forma sábia, os poderosos atos de Deus em nosso favor.
Precisamos contar aquilo que o Senhor tem feito em nossas vidas, em primeiro lugar como forma de adoração e em segundo, para que as pessoas que nos ouvem, conheçam uma prova viva das maravilhas de Deus em favor dos homens.
Você vivenciou situações difíceis em que aparentemente sucumbiria, mas, ao clamar pela ajuda do Senhor tais situações foram resolvidas? Compartilhe isto com a Igreja do Senhor.
Vale a pena lembrarmos que as redes sociais são excelentes para adorarmos a Ele com nossos testemunhos de bençãos.
2 – O CARÁTER DE DEUS
Evangelista Leonardo Novais de Oliveira
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