Betel Adultos – 2º Trimestre 2020 – 21-06-2020 – Lição 12 – Edificando a família com temor e confiança no Senhor




TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.” Salmo 128.1

TEXTOS DE REFERÊNCIA

SALMO 127 1,2 
1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. 
2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá ele aos seus amados o sono.
SALMO 128 1-4 
1 Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.
2 Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.
3 A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua mesa.
4 Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Abordar os temas dos salmos 127 e 128. 
  • Mostrar a importância de dependermos de Deus. 
  • Apresentar os benefícios do temor a Deus.

INTRODUÇÃO

Olá irmãos e irmãs, Paz do Senhor.
A lição que aprenderemos abordará assuntos práticos que são de imensa importância na vida do servo de Deus.
Os Salmo 127 e 128 abordam assuntos como o temor do Senhor, a proteção que Ele nos dá, as bençãos garantidas por sermos fiéis, o repouso que encontramos em seus braços, as bençãos financeiras, emocionais, físicas e espirituais que o servo de Deus tem e a alegria do homem que constitui família na presença do Senhor.
São muitos assuntos para somente dois salmos, porém, de forma simples e prática, aprenderemos sobre estes.
Um ponto importante que será abordado nesta lição é o fato de que nunca podemos nos esquecer de tudo vem do Senhor, desde a vida física, até a eterna e que é necessário termos fé e crermos que ele fará o que prometeu.
O escritor aos hebreus nos ensina isto, leiamos:
“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam”. (Hb 11.6 – ARC) 
O capítulo 11 desta carta é conhecido como o capítulo dos “heróis da fé”, pois mostra homens e mulheres que acreditaram que o Senhor os abençoaria, os curaria, os libertaria, dentre outros assuntos e foram favorecidos por Ele.
Assim como o apóstolo Tiago escreveu, possivelmente se lembrando do que o Salmo 127 ensina, os seres humanos podem fazer inúmeros planos, porém, se o Senhor não os abençoar, não passarão de meros devaneios.
“Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos. Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo”. (Tg 4.13-15 – ARC) 
Observem que os assuntos estão intimamente ligados e isto vai ao encontro do que estudaremos nesta lição sobre a vida do homem e as bençãos de Deus.
Quando Jesus estava neste mundo disse:
“Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer”. (Jo 15.4,5 – ARC)
Realmente não podemos fazer nada sem o Senhor, pois é Ele quem nos deu a vida e é Ele quem a pode tirar.

1 – SALMO 127 E SALMO 128

De acordo com o Teólogo Inglês Derek Kidner, o Salmo 127 seleciona três das nossas preocupações mais universais – a construção, a segurança, a criação de um lar e nos leva a perguntar o que tudo isto significa, e a quem os devemos. 
A autoria do Salmo 127 e 128 é atribuída a Salomão (Jedidias – 2 Sm 12.25) e quando os lemos temos a impressão de que se complementam e deixam claro que a intenção do salmista realmente era deixar claro a todos que lessem que deveremos reconhecer a soberania e o favor de Deus sobre nossa vida.
No tocante à salvação, acreditamos; com base na Bíblia; que esta é dada pela graça de Deus e é recebida por nós por meio da fé (Ef 2.8) e isto nos mostra que é possível recusar o convite de Deus para sermos salvos, ainda que a conversão seja feita pelo Espírito Santo, que nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).
Existem pessoas que endurecem o coração quando ouvem a voz do Espírito Santo, pois confiam na sua própria força para fazer tudo o que querem e isto pode acontecer com qualquer pessoa.
O escritor aos hebreus aborda este assunto de forma singular, leiamos:
“Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa. Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão-somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim. Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, me provaram e viram, por quarenta anos, as minhas obras. Por isso, me indignei contra esta geração e disse: Estes sempre erram em seu coração e não conheceram os meus caminhos”. (Hb 3.1-10 – ARC)
Vejamos que este texto nos diz que foi o Senhor Jesus quem constituiu nossa casa (vida) e nossa confissão (salvação) e afirma, como já estudamos, que TODA casa foi edificada por Deus e também nos mostra; diferentemente do que acontecia no A.T.; que a casa espiritual de Deus no N.T. somos nós, que reconhecemos a Jesus como filho de Deus. O escritor desta carta também nos mostra, corroborando com o que escrevemos acima, que o homem pode endurecer seu coração para não ouvir a voz do Espírito Santo e com isto não ser alcançado por Deus.
Precisamos trazer à nossa memória que não podemos viver sem o Senhor e também ensinar nossos filhos sobre esta verdade absoluta.

1.1 – Cânticos de peregrinação

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Os Salmos 127 e 128 fazem parte de uma coleção de salmos conhecida e classificada como “Salmos da Romanagem” ou “Cânticos de peregrinação”.
Apesar de existirem algumas possíveis interpretações sobre o que este subtítulo significa, boa parte dos teólogos acreditam que tal subtítulo lhes foi dado pois eram utilizados durante as viagens que os judeus faziam em direção a Jerusalém três vezes ao ano.
Os cânticos da peregrinação começam no Salmo 120 e terminam no Salmo 134 e expressam a alegria do povo em estar na sua terra e poder ir até Jerusalém para louvar ao Senhor.
O Rev. Francisco da Costa, da Igreja Presbiteriana de Cambeba- Fortaleza, utiliza temas para introduzir cada salmo que compõe estes cânticos trazendo ao leitor maior facilidade para compreender os assuntos abordados, vejamos:
  1. Paz para pessoas frustradas – Salmo 120
  2. O verdadeiro socorro para a alma – Salmo 121
  3. O principal motivo da alegria – Salmo 122
  4. Misericórdia que vem dos céus – Salmo 123
  5. Uma poderosa métrica de gratidão – Salmo 124
  6. O cuidado de Deus por seus filhos – Salmo 125
  7. A restauração de Deus – Salmo 126
  8. Lições imprescindíveis para as famílias cristãs – Salmo 127
  9. A felicidade daqueles que temem a Deus – Salmo 128
  10. O Senhor é poderoso para livrar o seu povo – Salmo 129
  11. Esperança em Deus – Salmo 130
  12. O caminho da humildade – Salmo 131
  13. Passado, Futuro e o Evangelho – Salmo 132
  14. A comunhão dos santos – Salmo 133
  15. O louvor do Senhor – Salmo 134
Teólogo Americano Norman Champlim escreve o seguinte:
“Quinze salmos (120 a 134) têm os mesmos misteriosos subtítulos, no hebraico Shir hammaaloth, diferentemente interpretados. Alguns eruditos defendem que essas palavras significam Cântico dos Degraus, significando estágios da subida (conforme diz, literalmente, o hebraico original) dos cativos a caminho de Jerusalém, vindos da Babilônia. Os intérpretes que concordam com isso salientam que temos a palavra hebraica maalah, em Esd. 7.9, para referir-se ao retorno da Babilônia. Contra essa teoria temos o fato aparente de que alguns dos salmos refletem datas possivelmente posteriores ao retorno da Babilônia (conforme se vê nos Salmos 125, 127 ,1 2 9 ,1 3 1 e 133). Mas também temos a possível tradução de Cântico da Subida, que poderia apontar para algo semelhante a “cântico dos degraus”. Ou então isso poderia referir-se aos quinze degraus que ligavam o átrio das mulheres ao átrio dos homens. Acerca disso disse Kimchi: “Havia quinze degraus pelos quais os sacerdotes subiam ao templo, e em cada um deles ele entoava um cântico dos quinze, empregando esses salmos”. Além dessas traduções, temos também a tradução Cântico do Peregrino. Nesse caso, a referência poderia ser aos salmos usados pelos peregrinos que se encaminhavam para Jerusalém, nas três visitas anuais que requeriam a presença de todos os varões, a saber, as festas da Páscoa, do Pentecoste e dos Tabernáculos. Seja como for, a única coisa que poderíamos provar se pudéssemos solucionar o problema do que esse subtítulo significa, é que editores subsequentes pensavam que para isso é que os subtítulos eram usados. Devemos lembrar que os subtítulos (oram compostos por editores posteriores e não faziam parte original dos salmos. Não têm nenhuma autoridade canônica, embora, ocasionalmente, possam ter feito referência a alguma situação histórica associada às com posições. Desses quinze chamados Cânticos de Romagem, os Salmos 122,124,131 e 133 são atribuídos a Davi; o Salmo 127 é atribuído a Salomão, e dez deles são anônimos. Esses salmos têm temas comuns que os percorrem, sendo essa a razão por que terminam apresentando os mesmos subtítulos. Por outra parte, é provável que editores subsequentes os tenham agrupado precisam ente por causa de seus temas comuns, mas isso não significa que eles sejam realmente históricos, até que tenham sido artificialmente reunidos. Cf. os Salmos Hallel (salmos de louvor) (Salmos 113 a 118). Esses salmos foram usados posteriormente na liturgia judaica como um grupo de cânticos entoados nas festividades religiosas, mas original e historicamente não formavam um grupo distintivo. Também precisamos relembrar que foram editores posteriores que puseram na ordem atual os 150 salmos do saltério. Usualmente não podemos discernir nenhuma razão para a ordem em que eles estão dispostos. Mas no caso dos “cânticos de romagem”, pelo menos vemos um agrupamento efetuado por causa de temas comuns. Então, o agrupamento dos salmos em cinco livros, em imitação ao Pentateuco, é algo totalmente artificial”.
Independentemente da abordagem que adotarmos, estes salmos tem profunda influência na vida daqueles que se propõe a crer no Senhor.

1.2 – A provisão divina aos seus

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Uma das características mais marcantes a respeito do Senhor é que Ele é um deus que provê e, no A.T. um de seus nomes é “Jeová Jiré”, que significa exatamente “O Deus provedor”.
Quando Abrão estava prestes a sacrificar Isaque em obediência à voz de Deus, ele ouve do alto uma voz dizendo para não fazer tal coisa, leiamos;
“E estendeu Abraão a sua mão e tomou o cutelo para imolar o seu filho. Mas o Anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então, disse: Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único. Então, levantou Abraão os seus olhos e olhou, e eis um carneiro detrás dele, travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho. E chamou Abraão o nome daquele lugar o SENHOR proverá; donde se diz até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá”. (Gn 22.10-14 – ARC)
Observemos que Abrão desde o início de seu chamado (Gn 12) foi obediente ao Senhor e este foi o último assunto relacionado ao seu processo de aprendizagem. Por causa de sua obediência, independentemente do que acontecesse, o Senhor disse no versículo 16 e 17 que o abençoaria grandissimamente e foi exatamente o que aconteceu, pois, além de Abrão ter sido extremamente próspero, da sua descendência veio Jesus, que se chama o Cristo.
A Bíblia é repleta de passagens que mostram que o Senhor é um deus fiel e que todos aqueles que Nele confiam são poderosamente abençoados.
Isaque, Jacó, Samuel, Davi, Salomão e inúmeros outros personagens bíblicos receberam o favor divino enquanto permaneceram fieis ao Senhor.
Muitas vezes nos perguntamos o (s) motivo (s) pelo (s) qual (is) não somos abençoados, porém, se fizermos um “pente fino” em nossa vida, com toda certeza, verificaremos que nos faltou obediência.
A Bíblia é “recheada” de promessas para aqueles que forem fieis e uma das coisas mais impressionantes no servir a Deus é que Ele se preocupa conosco.
A oração do Pai Nosso nos ensina a pedir o “pão nosso de cada dia”, porém, o Senhor tem mostrado que sempre faz mais do que conseguimos imaginar.
Paulo escreve um texto marcante sobre este assunto em sua carta aos Efésios, leiamos:
“Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém”! (EF 3.20,21- ARC) 
Os Salmos 127 e 128 abordam aspectos maravilhosos a respeito deste assunto, utilizando palavras como “herança o Senhor”, “Bem aventurados” e felicidade.
Os dois salmos abordam aspectos relacionados à família (filhos e prosperidade) e coloca aqueles que creem em uma posição de destaque, recebendo do Senhor bençãos maravilhosas.
É necessário nos lembrarmos que as primeiras experiências com Deus são vivenciadas em família, através da oração e do agradecimento por tudo aquilo que o Senhor tem nos dado e esta é uma ação que precisa ser resgatada em muitos lares, pois as crianças precisam compreender que é o Senhor que nos abençoa e garante nossa provisão diária.
Se verificarmos na história mundial, veremos que não existe um povo tão sofrido como os judeus, porém, esta história nos remete constantemente o favor de Deus para com eles, baseado em Seu amor por aquele povo e na promessa que fez a Abrão.
O profeta Isaías deixou isto claro quando escreveu o capítulo 64 de seu livro, leiamos:
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera”. (Is 64.4 – ACF)
É tarefa de cada um de nós mostrar àqueles que não possuem experiências com Deus que Ele nunca mudou e jamais mudará, e os testemunhos tem uma participação muito importante nesta questão.

1.3 – O temor a Deus e a obediência fazem a diferença

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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