Não Cobice os Bens Alheios
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Lições Bíblicas nº 62
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Miquéias 2.1-5
1 - Ai daqueles que nas suas camas intentam a iniqüidade, e maquinam o mal; à luz da alva o praticam, porque está no poder da sua mão!
2 - E cobiçam campos, e roubam-nos, cobiçam casas, e arrebatam-nas; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança.
3 - Portanto, assim diz o Senhor: Eis que projeto um mal contra esta família, do qual não tirareis os vossos pescoços, e não andareis tão altivos, porque o tempo será mau.
4 - Naquele dia se levantará sobre vós um provérbio, e se lamentará pranto lastimoso, dizendo: Nós estamos inteiramente desolados; a porção do meu povo ele a troca; como me despoja! Tira os nossos campos e os reparte!
5 - Portanto, não terás tu na congregação do Senhor quem lance o cordel pela sorte.
Habacuque 2.9
9 - Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar do poder do mal!
Lucas 12.15
15 - E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.
TEXTO ÁUREO
"Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.", Êx 20.17
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Se os outros mandamentos são aplicados aos atos pecaminosos contra Deus e o próximo, o décimo mandamento se relaciona aos sentimentos e intenções do coração humano, ou seja, a Lei se aproxima do ensino em Jesus (Mt 5.28). O sétimo e oitavo mandamentos proíbem a prática do adultério (ato sexual de pessoa que é casada com alguém que não é seu cônjuge) e do roubo, mas o décimo mandamento veda até mesmo a intenção de praticar ambos. O texto áureo desta lição (Êx 20.17) desdobra esse mandamento em dois: cobiçar a esposa e cobiçar os bens do próximo.
Se os outros mandamentos são aplicados aos atos pecaminosos contra Deus e o próximo, o décimo mandamento se relaciona aos sentimentos e intenções do coração humano, ou seja, a Lei se aproxima do ensino em Jesus (Mt 5.28). O sétimo e oitavo mandamentos proíbem a prática do adultério (ato sexual de pessoa que é casada com alguém que não é seu cônjuge) e do roubo, mas o décimo mandamento veda até mesmo a intenção de praticar ambos. O texto áureo desta lição (Êx 20.17) desdobra esse mandamento em dois: cobiçar a esposa e cobiçar os bens do próximo.
1. O QUE É COBIÇA
A cobiça é um desejo desordenado, egoísta e não governado. No jardim do Éden Eva desejou comer o fruto proibido. Seus olhos e seu coração se uniram, e ela transgrediu a ordem divina (Gn 3.6).
1.1. A cobiça e a inveja
Há uma tênue passagem da biça para a inveja, a ponto de se confundirem uma com a outra. Enquanto a cobiça acentua o desejo por algo que não é seu, a inveja odeia o fato de esse objeto pertencer a outra pessoa. A inveja não se satisfaz com o sucesso alheio, é uma deformação de caráter. Pode-se dizer que a cobiça é a mãe da inveja.
1.2. A inveja dos antepassados
1.2. A inveja dos antepassados
- Caim não admirou seu irmão Abel, mas o odiou por ser aceito diante de Deus (Gn 4.5-9).
- Os irmãos de José o invejaram tanto que não mediram consequências para vendê-lo e forjar uma história a fim de enganar o pai (Gn 3.7).
- Moisés sofreu a inveja de Miriã e Arão, seus irmãos (Nm 12.2).
- Davi sofria a inveja de seus irmãos (1 Sm 17.28).
- Absalão teve inveja de seu pai Davi (2 Sm 15.1-37).
- Hamã teve inveja de Mardoqueu (Et 5.9-14).
- Sambalate, Gesém e Tobias, tiveram inveja de Neemias (Ne 2.19; 4.7-23).
- Os filisteus tiveram inveja de Isaque (Gn 26.14).
1.3. A cobiça e a ambição
Além da inveja e da cobiça, existe a ambição. Esta tem seu lado positivo quando funciona como agente motivador que impele alguém a buscar algo maior e melhor, como uma vida espiritual de excelência, um nível mais alto de conhecimento ou a aquisição de bens a fim de alcançar uma vida mais confortável.
Contudo a ambição também apresenta o seu lado ruim quando é desmedida e vinculada à cobiça e à inveja. Jesus condena a ambição quando ela domina o homem e sufoca a Palavra de Deus semeada no coração dele (Mc 4.19).
2. A COBIÇA E A DERROTA DOS ANTEPASSADOS
2. A COBIÇA E A DERROTA DOS ANTEPASSADOS
Exemplos de cobiça e consequentes derrotas podem ser vistos nos subtópicos a seguir:
2.1. Acã
Os hebreus se saíram muito bem na sua primeira conquista na terra de Canaã. Eles destruíram Jericó no grito, e todos estavam compenetrados na missão (Js 6). Entretanto, o povo não teve o mesmo êxito na segunda cidade, chamada Aí, por causa da cobiça de Acã (Js 7.21). Quem viu e denunciou foi o próprio Deus! O resultado foi que Acã e toda a sua família foram apedrejados e queimados no vale de Acor, para exemplo da congregação dos filhos de Israel. Acã cobiçou, agiu e morreu (Js 7.22-26).
2.2. Davi
Davi cobiçou Bate-Seba, sua súdita, mulher de Urias, soldado do seu exército. Do terraço do palácio, ele a assistia banhando-se em sua casa. A cobiça encheu-lhe o coração, ele mandou que a chamassem e deitou-se com ela (2 Sm 11.1-5). A mulher de Urias engravidou e, para consertar uma situação embaraçosa em relação ao seu marido, o rei promoveu a morte dele, colocando-o a frente do seu exército em uma batalha (2 Sm 11.14,15). Davi cobiçou, foi levado da cobiça ao adultério e do adultério ao homicídio. Tudo começou com o pecado dos olhos: a cobiça.
3. AS ESPECIFICAÇÕES DO MANDAMENTO
O décimo mandamento não é tão genérico. Ele especifica a casa, a mulher, o servo, a serva, o boi, o jumento ou qualquer outra coisa que pertença ao próximo (Êx 20.17).
3.1. Não cobiçarás a casa do teu próximo
Esse pecado nasce do descontentamento com a própria sorte. O ato de olhar para a "casa do vizinho" e observar tudo o que existe nela leva a indagações sobre o lar, a família e os bens do próximo. A cobiça funciona como uma atitude interna. Pode ser identificada nas Escrituras com a própria avareza (Lc 12.15).
3.2. Não cobiçará a mulher do teu próximo
O pecado da cobiça consiste em pecar contra a propriedade. A mulher no contexto do Antigo Testamento, é considerada propriedade do marido, pertence a outro. A mulher não casada pertencia aos pais; logo não poderia ser cobiçada, a menos que houvesse uma intensão de possuí-la como esposa, o que normalmente era uma decisão tomada pelos pais (Êx 22.16,17).
3.3. Não cobiçarás os servos e as servas do teu próximo
Escravidão é um domínio que seres humanos exercem sobre seus semelhantes. Era algo comum na antiguidade, mas, em tempos modernos, infelizmente, ainda há relatos dessa condição de servidão. O serviço escravo deixou marcas de vergonhosa desonra para a classe nobre. O escravo era visto como uma propriedade e como mão de obra. Quanto maior o número de escravos, mais o proprietário podia se gabar de ser rico e poderoso.
3.4. Não cobiçarás os animais do teu próximo
O boi e jumento eram animais usados para arar a terra na agricultura. Enquanto o pobre tinha de arar a terra com a força do braço, aquele que possuía animais fortes para essa tarefa obtinha maior conforto e mais vantagens econômicas (1 Rs 19.19-21). A questão é que o ato de cobiçar os animais dos outros poderia levar o cobiçoso a dar um passo a mais e, um dia, roubar o seu próximo, assim como cobiçar a mulher alheia poderia levá-lo a consumar um adultério.
4. COMO APLICAR ESSE MANDAMENTO HOJE
Um servo de Deus, salvo em Jesus Cristo, não pode ter a mesma conduta de um ímpio, que não obedece às Escrituras (Ef 5.3). A cobiça se enquadra na lista das obras da carne (Gl 5.19-21), mais especificamente na acepção do pecado da inveja.
Não há nada de errado em desejar o que é bom, necessário e legítimo. Qualquer ser humano desprovido de desejos e vontades não teria impulso necessário para realizar qualquer coisa na vida, a começar pela busca do pão para a sua sobrevivência. A distinção deve ser feita ao almejar o que convém e desprezar o que não convém. A cobiça é perniciosa porque faz com que o indivíduo ponha os olhos sobre o que é do próximo e, em sua mente, coloque-se no lugar dele, passando a desejar o que é do outro e, por fim, desejando ser o outro, ou seja, a cobiça se transforma em inveja. É por isso que a cobiça da carne e a cobiça dos olhos não procedem do Pai (1 Jo 2.15-17).
CONCLUSÃO
Em uma sociedade tão ávida por adquirir bens de consumo, incentivada por excelentes profissionais de publicidade, capazes de incutir na mente de pessoas mais suscetíveis à propaganda necessidades que não existem, precisamos aprender a vigiar nossos impulsos e a nos guardar do pecado da cobiça, que derrotou e ainda destrói tantas pessoas no mundo, fazendo-as escravas do mercado e afundando-as em dívidas impagáveis.
Em relação a tudo isso, a Palavra de Deus recomenda: Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: não te deixarei; nem te desampararei (Hb 13.5). A cobiça é um pecado que pode aliar-se diretamente ao adultério, à ganância e à avareza, que é idolatria (1 Co 6.10).
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Há uma tênue passagem da cobiça para qual pecado?
R.: Inveja.
1. Há uma tênue passagem da cobiça para qual pecado?
R.: Inveja.
Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 62
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