ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL - Lição 13


A Ética do Sermão do Monte
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Lições Bíblicas nº 62

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Mateus 5.1-11; 13-15
1 - E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
2 - E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
3 - Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
4 - Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5 - Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6 - Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
7 - Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8 - Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
9 - Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
10 - Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
11 - Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
13 - Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
14 - Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
15 - Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
TEXTO ÁUREO
"Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.", Mateus 5.48

COMENTÁRIO

Palavra introdutória
À parte de tudo o que foi considerado até aqui relacionado ao decálogo divino (Êx 20.1-17), urge considerar o pensamento que rege o Novo Testamento, quer pelos ensinamentos de Jesus quer pelos dos apóstolos, Jesus dá início ao Seu ministério pelo Sermão do Monte, estabelecendo, por meio dele, as bases teológicas do Seu ministério terreno (Is 61.1-3).

1. AS BEM-AVENTURANÇAS

1.1. Bem-aventurados os pobres de espírito
Mesmo diante de todos os percalços da vida, materiais e espirituais, o humilde de coração ama a Deus acima de tudo, e reconhece que a graça não é para quem se acha merecedor de alguma coisa. Antes, o pobre de espírito é aquele que comparece diante de Deus vazio de si mesmo, e é para este que Jesus promete o Reino dos céus (Mt 5.3).

1.2. Bem-aventurados os que choram
Esse não é o choro de alguém que está de luto porque perdeu um ente querido, é o choro por si mesmo (Mt 5.4), pelos próprios pecados. São as lágrimas que o Senhor recolhe nos seus odres (Sl 56.8), o choro de tristeza segundo Deus (2 Co 7.10). 

1.3. Bem-aventurados os mansos
Manso é todo aquele que possui um espírito gentil. Todos são capazes de reconhecer que possuem falhas e pecados, mas ninguém dá a outra pessoa o direito de apontá-los. É nessa hora de acusações, perseguições e injúrias que a mansidão permite ao homem ser visto pelos demais como Deus o vê (Gl 6.1).

1.4. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça
Para retratar uma necessidade espiritual, Jesus usou a ilustração da fome e da sede, algo que devia ser comum para aqueles com quem falava. Sua prioridade era o Reino de Deus e sua justiça (Mt 6.33), e, nessa bem-aventurança, Ele queria ensinar que são felizes os que anseiam, em sua alma, pela justiça de Deus assim como desejam o alimento que sustenta fisicamente o homem (Rm 14.17).

1.5. Bem aventurados os misericordiosos
O misericordioso é aquele que demonstra uma capacidade de perdoar assim como foi perdoado em Cristo. A parábola do credor evidencia que a misericórdia que alguém recebe precisa ser repassada (Mt 18.23-35).

1.6. Bem-aventurados os limpos de coração
A pureza segundo a concepção judaica, era exterior, e estava ligada aos ritos cerimoniais da Lei (Êx 29.4; Nm 8.7). Jesus, contudo, ensinou sobre os que guardam a pureza interior, que está relacionada principalmente à singeleza de mente e ao propósito sincero e puro.

1.7. Bem-aventurados os pacificadores
Os pacificadores, não são apenas pessoas que vivem em paz, mas são as que levam a paz aos homens promovendo a reconciliação entre eles e Deus e também entre os homens (2 Co 5.18).

1.8. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça
Nem todos querem sofrer perseguição por causa da justiça (vs. 6,10,11). Diante da perseguição, os discípulos não devem fugir; antes, devem alegrar-se nela (vs. 12; 1 Pe 4.12,13).

2. O TESTEMUNHO CRISTÃO

2.1. Ser sal da terra
O sal conserva a carne e dá sabor à comida. Ele faz a diferença. Da mesma maneira o cristão tem de chamar a atenção do mundo pelo testemunho de Jesus (1 Tm 3.7). O sal, apesar disso, pode tornar-se insípido, perdendo o seu valor.

2.2. Ser luz do mundo
Como luz, o crente em Cristo é identificado com Ele (Jo 8.12; 9.5).
A razão do brilho que essa luz irradia está nas obras que são praticadas. Contudo, ninguém deve esperar aplausos nem reconhecimento pelo que faz.

3. A PRÁTICA REAL DOS MANDAMENTOS

3.1. Da cólera que mata às ofensas
Em seu sermão, Jesus passa a expandir o Decálogo, citando, nessa oportunidade, o sexto mandamento - Não matarás (Mt 5.21,22). Quem quebra esse mandamento torna-se réu de juízo (Mt 5.21; Tg 2.13). O Senhor, no entanto, revela que basta se encolerizar contra um irmão para se tornar réu de juízo.

3.2. A reconciliação precede o culto
Ao pregar que a reconciliação com um irmão, com quem tenha alguma desavença ou dívida, deve preceder o ato de ofertar, Cristo está ensinando que o culto religioso perde o seu propósito e valor se o homem toma atitudes erradas em relação ao seu semelhante (Mt 5.23,24).

3.3. De volta à ética do Decálogo
Em seguida, o sermão se volta para o sétimo mandamento - Não adulterarás (Mt 5.27). É exatamente aqui que Jesus expande o conceito de adultério, tirando-o da esfera acional e limitada e unindo-o ao décimo mandamento - Não cobiçarás.

4. PRINCÍPIOS DE TOLERÂNCIA E DE GENEROSIDADE
Um bom relacionamento inclui tanto a tolerância como a generosidade.

4.1. A generosidade
Jesus parte para a generosidade como ato estendido do amor: dar ou emprestar a quem pedir (Mt 5.42). O amor não deve ser seletivo, ou seja, não deve ser oferecido somente por reciprocidade, mas precisa ser ofertado até para os que respondem ao amor com ódio (Rm 12.20,21).

CONCLUSÃO
Não se pode negar que há plena conexão entre os Dez Mandamentos e o Sermão do Monte proferido por Jesus, no qual, com Sua autoridade divina, Ele corrige as distorções feitas na interpretação das leis, reiterando a superioridade da Nova Aliança sobre a Antiga Aliança e a importância de Seus seguidores obedecerem às Escrituras. Que o Senhor ajude Sua Igreja a cumprir Seus ensinos, para o louvor da glória de Deus.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. O que significa a expressão pobres de espíritos?
R.: Estar vazio de si mesmo diante de Deus.

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 62   https://marcosandreclubdateologia.blogspot.com/