Lição 1, Daniel ora por um despertamento - 05 de Julho de 2020

Ajuda para a Lição -
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6-nic-4tr11-neemiaslideraavivamento.htm - Escrita
https://www.youtube.com/playlist?list=PL6181DF013C005AE7 - Vídeos
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao2-es-oavivamentocontinuodaigreja.htm
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao13-vc-adoutrinaproduzoavivamento.htm
 
 

 
 
 
 
Texto Áureo
“Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tg 5.16)
 
 
Verdade Prática
O crente dedicado à oração pode exercer influência no céu, na Terra e até contra os poderes malignos.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Lc 11.5-13: A certeza do atendimento à oração     
Terça – Dt 9.8-21: A oração de Moisés pelo povo    
Quarta – 2 Sm 7.18-29: Davi ora para edificar o templo 
Quinta – 1 Rs 8.22-61: A comovente oração de Salomão
Sexta – Ef 3.14-21: A oração de Paulo pelos Efésios
Sábado – Hc 3.1-19: Habacuque ora pelo Livramento
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 9.1-3; 6.10; 2.17-19; Esdras 1.1-5
Daniel 9
1 NO ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, 2 No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos. 3 E eu dirigi o meu rosto ao Senhor DEUS, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
Daniel 6
10 Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa ( ora havia no seu quarto janelas abertas do lado de Jerusalém ), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu DEUS, como também antes costumava fazer.
Daniel 2.17-19
17 Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros; 18 Para que pedissem misericórdia ao DEUS do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios de Babilônia. 19 Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o DEUS do céu.
Esdras 1
1 NO primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia ( para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias ), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: 2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR DEUS dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. 3 Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu DEUS com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do SENHOR DEUS de Israel (ele é o DEUS) que está em Jerusalém. 4 E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas voluntárias para a casa de DEUS, que está em Jerusalém. 5 Então se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo espírito DEUS despertou, para subirem a edificar a casa do SENHOR, que está em Jerusalém.
 
 
OBJETIVOS DESTA LIÇÃO:
I- Apresentar os motivos que levaram Daniel a ser despertado para a oração;
II – Pontuar a resposta divina às orações de Daniel;
III- Destacar o resultado de um despertamento proveniente de DEUS.
 
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Vamos iniciar mais um trimestre com a graça do nosso Senhor JESUS. Estudaremos “Os Princípios Divinos em Tempos de Crise: A Reconstrução de Jerusalém e o Avivamento Espiritual como Exemplos para os nossos Dias, um assunto que não pode ser negligenciado e muito menos esquecido pela Igreja do Senhor, principalmente nos dias em que a perseguição sutil vem, deforma crescente, abatendo sobre nós. Sempre que o povo de DEUS passava por momentos difíceis, o despertamento mostrara-se o melhor caminho para a vitória dos servos de DEUS sobre os seus inimigos.
Que o Senhor da Seara desperte sobre nós o avivamento puro e genuíno, capaz de mudar o cativeiro dos servos fiéis, fortalecendo-os na Palavra, incentivando-os a uma vida de oração e capacitando-os a levar o arrependimento a este mundo que caminha em densas trevas.
Ao introduzir a lição, apresente o comentarista deste trimestre, o saudoso pastor Eurico Bergstén, que comentou esta lição ainda na década de 90, cujo assunto permanece tão atual e necessário para os crentes de todas as épocas. Eurico Bergstén muito contribuiu com a literatura evangélica brasileira, sendo autor da Teologia Sistemática que leva o seu nome, bem como autor de diversos livros e comentarista de lições bíblicas. Vale a pena citar que o pastor foi o comentador que teve mais comentários publicados pela CPAD, 35 ao todo. São comentários que, até hoje, continuam abençoando e edificando vidas para a glória de DEUS! É o que poderemos confirmar neste trimestre.
 
 
PONTO CENTRAL - Precisamos estudar a Palavra e orar por despertamento espiritual. 
 
Resumo da Lição 01, Daniel ora por um despertamento - 05 de Julho de 2020
I – DANIEL FOI DESPERTADO PARA ORAR
1- Daniel vivia uma vida consagrada a DEUS. 
2- A estatura espiritual de Daniel capacitava-o para enfrentar verdadeiros combates em oração. 
3- Coincidindo com o período de oração de Daniel, profundas mudanças estavam para acontecer na Babilônia. 
II – A RESPOSTA ÀS ORAÇÕES DE DANIEL
1- A Bíblia relata o que realmente aconteceu. 
2- Conforme esta declaração de Ciro, estava cumprida a promessa divina dada através do profeta Jeremias. 
III  – O RESULTADO DE UM DESPERTAMENTO PROVENIENTE DE DEUS
1- O rei Ciro foi despertado em seu espírito. 
2- O rei Ciro recebeu bênçãos espirituais. 
 
COMENTÁRIOS DIVERSOS
 
 
Daniel diante de DEUS (Dn 2.17-19) - Novo Comentário Bíblico Beacon
17-18 A cena central da história retrata Daniel achegando-se a DEUS e encontrando uma solução para o problema. Essa cena constitui um clímax, porque volta a atenção para a mensagem principal da história: a verdadeira sabedoria é encontrada apenas no único DEUS verdadeiro que reina sobre tudo.
O plano de ação de Daniel inclui ganhar o apoio dos seus companheiros de cativeiro judeus. O texto introduz Hananias, Misael e Azarias pelo nome a essa altura (Dn 2.17). Seus nomes hebraicos são usados porque Daniel lhes pede que invoquem o DEUS hebreu, o DEUS dos céus (élãh srémayyã, v. 18). O uso desse nome para designar o DEUS de Israel é comum em livros pós-exílicos da Bíblia, particularmente em Crônicas, Esdras e Neemias. As únicas quatro ocorrências em Daniel, contudo, são aqui e nos versículos 20, 36 e 44. Os per­sas também usavam esse termo para referir-se ao alto deus do zoroastrismo, aúra-masda. O nome enfatiza a transcendência de DEUS, o que concorda com a avaliação dos sábios babilônicos de que as divindades "não vivem entre os mortais" (Dn 2.11). Daniel, no entanto, provará que o seu DEUS está conectado aos homens. Ele revela mistérios a eles. O seu DEUS é ao mesmo tempo trans­cendente e imanente.
Daniel instrui seus companheiros de cativeiro hebreus a praticarem o tra­dicional exercício espiritual hebreu da oração. Daniel pediu que eles rogassem (bê (ã)) a DEUS da mesma forma que ele rogou ao rei por um prazo maior (v. 18; veja Dn 2.16). Sua petição era por misericórdia (raMmin), reconhecendo que DEUS deve decidir livremente demonstrar compaixão se eles quiserem que o sonho seja revelado (v. 18). Eles não esperam que DEUS responda automatica­mente. Essa é a primeira vez em que o livro enfatiza a oração, mas não será a última. Servos fiéis apresentam-se diante do seu DEUS regularmente (veja 6.11 e 9.3 em particular).
O foco da oração era a revelação do mistério do sonho (v. 18). Ao longo desse capítulo, o conteúdo do sonho e a sua interpretação são chamados de mistério (rãz, Dn 2.18,19,27,30,47). A palavra é usada mais três vezes para ex­pressar que DEUS é aquele "que revela os mistérios" (gãlé'rãzin, v. 28,29,47). O termo rãz é uma palavra derivada do persa que se refere a coisas que são secretas ou escondidas. A comunidade responsável pelos Pergaminhos do mar Morto empregou-o como um termo técnico para designar coisas que são conhecidas apenas por meio de uma revelação divina. Esse parece ser o seu sentido no con­texto de Daniel.

19 O efeito das orações desses cativos judeus é que o mistério foi revelado (v. 19). DEUS foi fiel aos Seus servos. A revelação foi feita numa visão (v. 19). Essa é a primeira das cinco visões de Daniel mencionadas no livro. As outras quatro fornecem o conteúdo dos capítulos 7-12. Somente essa visão e a do capítulo 7 são mencionadas como tendo ocorrido de noite (v. 19).
 
Daniel 2: 17-19
 A oração de Daniel ( 2: 17-19 ) - Comentário Bíblico Wesleyana
a preparação para a Prayer ( 2: 17-18 )
17  Então Daniel foi para a sua casa, e fez a coisa conhecida por Ananias, Misael e Azarias, seus companheiros: 18  para que pedissem misericórdia ao DEUS do céu sobre este mistério; que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o resto dos sábios de Babilônia.
Quando Daniel saiu da presença do rei, ele estava convencido da necessidade da oração. Mas, para ele, como para os primeiros cristãos, a oração era união. Ele deu a conhecer a coisa para seus companheiros. Juntos, eles oraram. Na unidade corporativa pediram ao trono da graça, e não com os pedidos gerais, mas definitivamente que desejam misericórdia ao DEUS do céu sobre este mistério. Dietrich Bonhoeffer pega o espírito de Daniel e seus amigos quando ele escreve, "o cristianismo significa comunidade, através de JESUS CRISTO e na JESUS CRISTO. O que isto significa? Isso significa, em primeiro lugar, que o cristão precisa de outros por causa de JESUS CRISTO "True preparação para a oração é a união com os irmãos. ( Sl. 133: 1 ), e petições definitivos para DEUS ( . Jas 05:17 ).
b. A prática da oração ( 2: 19-23 )
19  Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite. Em seguida, Daniel louvou o DEUS do céu. 20  Daniel respondeu, e disse: Bendito seja o nome de DEUS para todo o sempre; a sabedoria ea força são dele. 21  E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e conhecimento para os que têm entendimento; 22  Ele revela o profundo eo escondido; conhece o que está em trevas, ea luz habita com ele. 23  Graças te dou, e louvar-te, ó DEUS de meus pais, que me deste sabedoria e força, e tens agora a conhecer a mim o que nós desejado de ti; pois tu reveladas a nós assunto do rei.
Daniel orou duas vezes antes de receber a resposta e depois. Sua primeira oração consistiu na expressão de seu desejo; a segunda, de expressões de louvor e ação de graças. A segunda é, obviamente, mais importante, pois é preservado para nossa admoestação.
A oração de Daniel de gratidão contém duas partes distintas: primeiro, uma atribuição de louvor ao todo-poderoso e onisciente DEUS; e, segundo, um salmo de ação de graças ao DEUS de meus pais para a Sua resposta à petição relativa conhecimento do sonho do rei. Esta oração formal, define um padrão para nossa oração. Louvor e de agradecimento-louvor a DEUS pelo que Ele é, graças a DEUS pelo que Ele tem feito, deve fazer-se grande parte da nossa oração.
A oração de Daniel enfatiza dois atributos de DEUS, a Sua sabedoria e Seu poder, a onisciência e onipotência. Cinco verbos de ação descrever as atividades sábios do DEUS do Céu. Ele muda os tempos e as estações do ano, ou seja, Ele controla o curso da história. Ele remove reis e estabelece reis, ou seja, Ele está no controle soberano dos governos humanos. Ele dá sabedoria aos sábios, ou seja, Ele é a fonte de toda a verdade ( João 14: 6 ). Ele revela o profundo eo escondido, . ou seja, na revelação geral e especial que DEUS dá a conhecer os seus próprios conselhos e vontade Ele sabe o que está em trevas, ou seja, o conhecimento de DEUS está além do que Ele revela ao homem; ainda há segredos da mente divina de que o homem não sabe nada.
DEUS não é apenas a fonte de sabedoria e força; Ele também é o fornecedor . Daniel graças a DEUS por ter-lhe sabedoria e força, para dar a conhecer o segredo do sonho do rei. Só DEUS pode entrar na vida pensamento secreto e conhecê-lo completamente ( Sl 139: 2. ).
 
 
Daniel 2: 17-19
O Sonho Revelado a Daniel. As Ações de Graças de Daniel- Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

Quando o rei convocou os seus sábios para lhe contarem o seu sonho, e a sua interpretação (v. 12), parece que Daniel não foi convocado a comparecer entre eles. O rei, embora tenha ficado muito satisfeito com ele ao examiná-lo, e o tenha considerado dez vezes mais sábio do que o restante dos seus sábios, esqueceu dele quando mais precisou de sua ajuda. E isto não é de admirar, porquanto tudo foi feito no calor do momento, sem que houvesse um pensamento frio e cuidadoso. Mas a Providência assim ordenou: que estando os magos perplexos pudessem ser os mais notados, de forma que mais glória pudesse ser dada ao DEUS de Daniel. Mas, embora Daniel não tivesse a honra de ser consultado com os demais sábios, o que era contrário a toda a justiça, por uma sentença sem distinção ele é condenado juntamente com eles, e até ser notificado de que deveria se preparar para a execução, ele não sabia nada a respeito do assunto. Quão infeliz é a situação daqueles que vivem sob um governo arbitrário, como este de Nabucodonosor! Como somos felizes por termos a nossa vida sob a proteção da lei e dos métodos da justiça, e que não estão à mercê de um príncipe impertinente e caprichoso!
Já observamos, no livro de Ezequiel, que Daniel era famoso tanto pela prudência como pela oração. Como um príncipe, ele tinha poder na presença de DEUS (um poder dado por DEUS), e diante do homem. Através das suas orações, ele tinha poder na preciosa presença de DEUS. E pela prudência, ele tinha poder diante do homem. Isto fazia com que ele prevalecesse em meio às situações mais adversas. Assim, ele achava favor e bom entendimento à vista de ambos, e nesses versículos temos um exemplo notável disso.
I
Daniel, pela prudência, sabia como lidar com os homens. E ele prevaleceu sobre eles. Quando Arioque, o capitão da guarda, que foi designado para matar todos os sábios da Babilônia, todo o colegiado deles, agarrou Daniel (porque a espada da tirania, assim como a espada de guerra, devora tanto um quanto o outro), ele falou avisada e prudentemente (v. 14). Ele não ficou alucinado, e reprovou o rei como injusto e bárbaro, nem planejou fazer resistência, mas calmamente perguntou: Por que se apressa tanto o mandado da parte do rei? (v. 15). E mesmo que os demais sábios tivessem insistido que era totalmente impossível para ele ter a sua exigência satisfeita, o que o tornou ainda mais ofensivo, Daniel comprometeu-se, caso tão somente lhe fosse permitido um pouco de tempo, a dar ao rei toda a satisfação que ele desejava (v. 16). O rei, estando agora ciente de seu erro ao não convocar Daniel antes, o homem de cujo caráter ele começava a se lembrar, logo foi convencido a suspender temporariamente o juízo, e fazer prova de Daniel. Observe que o método mais eficaz para afastar a ira, mesmo a ira de um rei, que é como o mensageiro da morte, é dar uma resposta branda, pois esta é capaz de apaziguar situações geradas por grandes ofensas. Assim sendo, embora onde esteja a palavra de um rei haja poder, até mesmo esta palavra pode ser repelida e revogada. E é isto que alguns lêem aqui (v. 14): Então Daniel voltou, e impediu o conselho e o decreto, através de Arioque, o oficial do rei encarregado da guarda.
II
Daniel sabia como conversar com DEUS através da oração, e achou favor em sua excelsa presença, tanto em petições como em ações de graças, que são as duas partes principais da oração. Observe:
1. A sua humilde petição por essa misericórdia: que DEUS lhe revelasse qual tinha sido o sonho do rei, e a sua interpretação. Quando ganhou tempo, ele não foi consultar os demais sábios, se havia qualquer coisa em sua arte, em seus livros, que pudesse ser útil nesse assunto. Mas foi para a sua casa, para ali ficar a sós com DEUS. Porque ele só esperava este grande dom daquele que é o Pai das luzes. Observe alguns detalhes: (1) Ele não orou sozinho por essa revelação, mas pediu aos seus companheiros que também orassem. Ele tornou o caso conhecido àqueles que desde o princípio haviam sido os seus grandes amigos e colaboradores, solicitando que eles buscassem a misericórdia de DEUS a respeito desse segredo (vv. 17,18). Embora Daniel provavelmente fosse mais maduro do que eles, e em tudo os excedesse, ele os envolveu como parceiros nessa questão, Vis unita fortior – A união de forças produz uma força maior. Veja Ester 4.16. Note que os amigos que oram são amigos valiosos. É bom ter uma intimidade e uma boa comunhão com aqueles que têm comunhão com DEUS e um amplo acesso ao trono da graça. E convém que os homens de estatura e de qualidade desejem as orações dos outros a seu favor. O apóstolo Paulo freqüentemente rogou aos seus amigos que orassem a seu favor. Assim devemos mostrar que valorizamos os nossos amigos, as orações, e especialmente as orações deles. (2) Ele foi específico nessa oração, mas tinha em vista, com uma forte dependência, a misericórdia geral de DEUS: Que eles pedissem as misericórdias do DEUS dos céus sobre esse segredo (v. 18). Devemos olhar para DEUS, em oração, como o DEUS dos céus, o DEUS que está acima de nós, e que tem domínio sobre nós. É a Ele que devemos a nossa adoração e lealdade, sim, ao DEUS de poder, que pode fazer todas as coisas. O nosso Salvador nos ensinou a orar a DEUS Pai considerando-o como o nosso Pai, que está nos céus. E, qualquer que seja o bem pelo qual orarmos, deveremos depender das misericórdias de DEUS para que possamos recebê-lo. Devemos desejar ter acesso a essas misericórdias. Não podemos esperar receber algo como uma recompensa pelos nossos méritos, mas precisamos saber que tudo nos é concedido pela grande misericórdia de DEUS. Eles desejavam a misericórdia sobre esse segredo. Observe que tudo aquilo que for objeto do nosso cuidado, deve ser objeto da nossa oração. Devemos desejar a misericórdia de DEUS sobre aquilo que almejarmos, como também sobre aquilo que nos cause aflição e temor. DEUS nos concede licença para ficarmos humildemente à vontade com Ele, e em oração entrarmos nos detalhes das nossas necessidades e fardos. As coisas secretas pertencem ao Senhor nosso DEUS. Portanto, se precisarmos da misericórdia do Senhor em alguma particularidade, devemos recorrer a Ele em oração. E mesmo que a nossa fé seja pequena para alcançarmos os milagres que o bondoso e maravilhoso Senhor prometeu realizar, podemos orar na certeza de que todos os corações estão em suas mãos, e que em sua providência Ele faz muitas maravilhas e milagres, porque a revelação daquilo que está fora da nossa vista e a obtenção daquilo que está fora do nosso alcance, desde que seja para a sua glória e para o nosso bem, nos é concedido, especialmente por que nada está oculto dele, e nada é difícil para Ele. (3) A súplica que eles fizeram a DEUS estava relacionada ao perigo iminente em que estavam. Eles desejavam a misericórdia de DEUS nesse caso, para que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia, para que os justos não fossem destruídos com os ímpios. Observe que quando a vida de homens bons e úteis estiver em perigo, será hora de desejar fervorosamente a misericórdia de DEUS por eles, como aconteceu quando Pedro estava na prisão (At 12.5). (4) A misericórdia pela qual Daniel e seus companheiros oraram foi concedida. O segredo foi revelado a Daniel em uma visão de noite (v. 19). Alguns acreditam que Daniel, quando estava dormindo, tenha tido o mesmo sonho que Nabucodonosor teve. Mas entendo que, na verdade, ele o viu quando estava acordado, e perseverava em oração. Daniel deve ter observado, ao mesmo tempo, o próprio sonho e a sua interpretação. É possível que esta revelação lhe tenha sido comunicada por intermédio de um anjo, para sua abundante satisfação. Note que a oração fervorosa e eficaz dos justos é algo de grande proveito. Há mistérios e segredos a que somos levados pela oração. Com esta chave os armários dos céus são destrancados, pois CRISTO disse certa vez: Batei, e abrir-se-vos-á.
2. A sua ação de graças quando recebeu essa misericórdia: Daniel louvou o DEUS do céu (v. 19). Ele não quis descansar até poder relatar o sonho ao rei, e ver se ele o reconheceria como sendo o seu ou não. Mas ele estava confiante de que era, e que havia alcançado o seu objetivo. Portanto, ele imediatamente transformou as suas orações em louvores. Assim como ele havia orado com toda a certeza de que DEUS faria isto a seu favor, ele também deu graças com toda a certeza de que DEUS o havia feito. E em ambas as coisas ele enxergava o Senhor como o DEUS do céu. A sua oração não foi registrada, mas as suas ações de graças, sim. Observe:
(1) A honra que Daniel dá a DEUS nessas ações de graças. Ele procura fazê-lo em uma grande variedade e abundância de expressões: Seja bendito o nome de DEUS para todo o sempre. Está para sempre em DEUS aquilo que deve ser bendito e louvado. Todas as qualidades e coisas boas estão imutável e eternamente nele. E o precioso Senhor deve ser bendito para todo o sempre. Como o motivo do louvor é a perfeição eterna de DEUS, o louvor também será eterno. [1] Daniel glorifica a DEUS por aquilo que Ele é: Dele é a sabedoria e a força, a sabedoria e a coragem (de acordo com alguns). Ele fará aquilo que convém ser feito. Ele pode fazer tudo o que quiser, e o fará, com certeza, da melhor maneira possível, pois Ele tem a sabedoria infinita para criar e planejar, e o poder infinito para executar e realizar. Com Ele estão a força e a sabedoria, qualidades que, nos homens, freqüentemente estão separadas. [2] Daniel glorifica ao Senhor por tudo aquilo que Ele é para a humanidade. Ele tem influência e intervenção universais sobre todos os filhos dos homens, incluindo todas as suas ações e assuntos. Os tempos estão mudados? Está alterada a situação das coisas? Tudo fica aberto à mutabilidade? É DEUS que muda os tempos e as estações, e a face deles. Nenhuma mudança acontece por acaso, mas sim segundo a vontade e o conselho de DEUS. Aqueles que eram reis estão removidos e depostos? Eles abdicam? Eles são rejeitados? É DEUS que remove os reis. Os pobres são levantados do pó, para serem colocados entre os príncipes? É DEUS que levanta os reis. E a formação e a destituição de reis é uma flor da coroa Daquele que é a fonte de todo o poder: Rei dos reis e Senhor dos senhores. Há homens que excedem outros em sabedoria, filósofos e estadistas que se acham acima da posição comum, homens contemplativos e perspicazes? É DEUS que dá sabedoria ao sábio, seja ele suficientemente sábio para reconhecer isto, ou não. Eles não têm sabedoria por eles mesmos, mas é DEUS que dá o conhecimento àqueles que têm entendimento, o que é uma boa razão para não nos sentirmos orgulhosos do nosso conhecimento, porque devemos servir e honrar a DEUS com ele, usando-o para conhecê-lo cada vez mais. [3] Ele dá a DEUS a glória dessa revelação específica.
 
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Daniel 6.10
 A cova dos leões: o terceiro teste de fidelidade (Dn 6.1-28) - Novo Comentário Bíblico BeaconPanorama geral
Daniel e a cova dos leões talvez seja a história mais popular do livro. O dra­ma sobre um homem temente a DEUS que é salvo da boca dos leões e uma moral descomplicada sobre a recompensa da fé têm um forte apelo entre os públicos de todas as idades e de todas as gerações. Entretanto, a história é sobre muito mais do que leões e livramentos dramáticos. Como as histórias anteriores de Daniel, ela enfoca os reinos em conflito. A narrativa se desenvolve em torno de três editos reais, dois de Dario e um de DEUS. Nas palavras do texto, "a lei do DEUS dele" desafia "a lei dos medos e dos persas". No fim, Dario anuncia uma nova lei que reconhece a supremacia do governo de DEUS. O conflito entre as duas esferas dos legisladores fornece o cenário para outro teste de fidelidade para Daniel e o seu DEUS. Mais uma vez o Senhor e o seu servo triunfam de forma espetacular.
Por trás do texto
O capítulo 6 deve ser lido como um seguimento natural do capítulo 5. O último versículo do capítulo 5 liga os dois capítulos. Ele na verdade é empre­gado como o primeiro versículo do capítulo 6 na Bíblia hebraica. Portanto, ao longo de todo o capítulo, a numeração dos versículos nas Escrituras hebraicas varia com relação às versões em inglês. Daniel 5.31 em inglês é 6.1 em hebraico, e assim por diante. Esse versículo anuncia a tomada da Babilônia pelos persas e introduz Dario, o medo. A conexão com o capítulo 6 é lógica, mas a divisão das versões em inglês é mais apropriada. A referência à idade de Dario parece mais apropriada como uma conclusão para o capítulo 5 do que uma introdução para o capítulo 6. O número 62 parece referenciar o valor numérico das palavras da inscrição na parede do capítulo 5.
O conteúdo de Dn 5.31 prepara o leitor para um novo contexto no capítulo 6. Um reino novo substitui o antigo. Um monarca maduro e benevolente é revestido de autoridade em lugar de um pretendente ao trono jovem, frívolo e antagônico. Finalmente, um administrador competente, cujos dons são reco­nhecidos pelo seu rei, emerge no lugar de um sábio ignorado e desrespeitado cujas habilidades foram quase esquecidas.
A corte persa fornece o contexto sociopolítico do capítulo 6. Isso é dife­rente do capítulo anterior, porém de certo modo familiar. Os primeiros cinco capítulos de Daniel ocorrem no contexto da corte babilônica durante o perío­do de Nabucodonosor (604-562 a.C.) a Belsazar (550-539 a.C.), o corregente de Nabonido (560-539 a.C.). Em 539 a.C., o império emergente dos medos e persas solidificou o seu controle do Oriente Médio ao tomar a Babilônia. Esse é o evento citado em Daniel 5.30,31. O rei persa, Ciro, o Grande, havia edifi­cado sistematicamente o seu império desde que se rebelara contra o seu senhor medo em 550 a.C.. Ele subjugou a Lídia e outras entidades orientais antes de invadir a Babilônia. Uma vez que a Babilônia foi conquistada, ela se tornou a sua residência de inverno. O leitor pode presumir que esse seja o local dos eventos do cap. 6, mas o texto não diz isso explicitamente.
O monarca do capítulo 6 é identificado como Dario. Ele é chamado de "Dario, o medo" em Dn 5.31 e "Dario, filho de Xerxes" (um descendente dos me­dos) em Dn 9.1. De acordo com Dn 5.31, ele "apoderou-se do reino" dos babilônios "com a idade de sessenta e dois anos". Em Dn 9.1, ele é descrito como alguém que "foi constituído governante do reino babilônio". Essas referências apresentam um problema histórico. Em fontes extrabíblicas, ninguém conhecido por esse nome se encaixa a essa descrição. O nome Dario aparece pela primeira vez nas listas de reis persas com Dario I (522-485 a.C.). Outros que usaram o nome foram Dario II (423-404 a.C.) e Dario III (336- 330 a.C.). Todos esses indiví­duos apareceram tarde demais para estarem associados a Daniel.
Os estudiosos têm sugerido diversas formas de lidar com essa questão his­tórica. Uma das abordagens é considerar o Dario de Daniel como um persona­gem fictício inventado apenas como um recurso literário. Ele talvez represente um retrato composto de diversos reis persas tais como Ciro, que na verdade conquistou a Babilônia, e Dario I, que ficou conhecido por ter organizado o império em satrapias. Aqueles que datam o livro de Daniel do segundo século a.C. muitas vezes adotam esse ponto de vista. Eles presumem que a historici­dade dos personagens e eventos não é tão importante quanto as mensagens das histórias em Daniel. Esses estudiosos também observam que a aparição de Dario, o medo, antes de Ciro, o persa no livro parece se encaixar ao entendimento histórico confuso do autor. O último editor do livro de Daniel, eles dizem, acreditava que houve um Império Medo antes do Império Persa.
Outra abordagem é procurar um personagem histórico conhecido que se encaixe à descrição de Dario. Esse ponto de vista sugere que Dario é um nome alternativo, muito provavelmente um título real, para alguém mencionado em textos seculares. Nomes e títulos duais não eram incomuns nos tempos antigos. Embora diversas possibilidades tenham sido sugeridas, os dois candidatos prin­cipais para uma figura histórica por trás do Dario de Daniel são Ciro e Gubaru.
Ciro, o Grande, foi o rei persa creditado com a conquista da Babilônia em 539 a.C.. Ele tinha cerca de 62 anos na época e era metade médio. Sua mãe era filha do rei medo Astiages. Seu pai, Cambises, também tinha sangue real, o que talvez explique a referência em Daniel 9.1. Esse versículo chama Dario de "filho de Xerxes". Xerxes (Assuero em hebraico) também era um título real que significava "aquele que governa sobre os homens". Embora não haja nenhuma documentação para apoiar essa teoria, alguns estudiosos sugerem que Xerxes talvez seja um título alternativo para o pai ou o avô de Ciro. Está claro que Daniel 9.1 não se refere ao Xerxes I (485-465 a.C.), que era o filho de Dario I, a menos que a referência seja tida como uma visão confusa da história.
O fato de Ciro ter dois títulos poderia fazer sentido nesse contexto. A base do poder do seu reino dependia tanto dos medos como dos persas. O título Dario, o medo, então apelaria para os seus súditos medos, enquanto Ciro ape­laria para os persas. Daniel 6.28 talvez apoie essa conexão. É possível traduzir o versículo como "Assim Daniel prosperou durante o reinado de Dario, ou seja, o reinado de Ciro, o persa". A conjunção waw pode funcionar como uma ex­plicação tanto em aramaico como em hebraico. Portanto, Dn 6.28 poderia estar esclarecendo que Dario e Ciro eram a mesma pessoa.
A outra identidade possível para Dario é Gubaru, também chamado de Go­brias pelos historiadores gregos. Gubaru serviu ou como comandante na conquista da Babilônia ou como seu governante após a sua queda. Se Gubaru for a mesma pessoa que Ugbaru, então ele funcionou em ambos os papéis. Daniel 5.31 afirma que Dario "apoderou-se do reino", e 9.1 declara que ele "foi constituído gover­nante". Ambos se encaixam na descrição de alguém como Gubaru, que teria sido autorizado por Ciro a governar. De acordo com o historiador grego Xenofonte, ele era um homem "avançado em idade" quando tomou o controle da Babilônia.
É possível, então, identificar Dario com uma figura histórica real, seja ela Ciro ou Gubaru. Ambos se encaixam no contexto dos eventos do capítulo 6. Como o texto sugere, esses eram os primeiros dias de organização governamental dos territórios recém-conquistados depois da queda da Babilônia. A referência à nomeação de cento e vinte sátrapas para governarem todo o reino provavel­mente reflete esses estágios iniciais (v. 1). Mais tarde, sob Dario I (522-485 a.C.), o império desenvolveria seu sistema bem planejado de 20 a 29 satrapias ou provín­cias pelas quais o Império Persa se tornou conhecido. Um oficial chamado sátrapa administrava cada uma dessas províncias e se reportava diretamente ao rei. A essa altura, o termo "sátrapa" adquiriu um significado técnico junto ao seu sentido mais genérico de "protetor do reino". No capítulo 6, um grande número desses protetores recebeu a responsabilidade de administrar diversas regiões do reino. Ester 1.1 ; 8.9 mencionam 127 satrapias no tempo de Xerxes I (485-465 a.C.). Primeiro Esdras 3.2 e o antigo grego de Daniel 6.1 também mencionam esse número.
Para proteger os interesses do rei, três supervisores dirigiam os diver­sos sátrapas (v. 2). Esse elemento do governo persa não pode ser diretamente apoiado por nenhum documento remanescente do império. Sob um sistema posterior na época de Dario I, três indivíduos tinham o mesmo grau de respon­sabilidade diante do rei por cada província. Esses incluíam um sátrapa, um co­mandante militar e um servo civil. Se Daniel 6 referir-se apenas à organização da província babilônica, então o sistema sob Dario I fornece um bom paralelo a Daniel 6.2. Do contrário, Esdras 7.14, Ester 1.14 c os historiadores gregos Heródoto e Xenofonte se referem aos sete principais conselheiros dos reis da Pérsia no quinto século a.C.. Os três supervisores de Daniel poderiam refletir um estágio inicial da função desses conselheiros.
O sistema era obviamente flexível a essa altura, já que Dario contemplou a possibilidade de colocar Daniel à frente do governo de todo o império (Dn 6.3). Isso indica uma posição como o conselheiro de maior confiança do rei, o que não era incomum em todo o mundo antigo. No livro de Ester, Hamã detinha esse status sob Xerxes, sendo substituído por Mardoqueu no final (Et 3.1; 10.3). José foi elevado a uma posição semelhante sob Faraó no Egito (Gn 41.41-43).
Dario emite dois decretos na história. Ester 8.9,10 descreve o processo pelo qual isso era feito. Os escribas faziam cópias do edito em diversas línguas para comunicá-lo a cada um dos povos do reino. O rei assinava e selava os de­cretos com o seu anel-selo. Então mensageiros montados em cavalos levavam a mensagem às diversas regiões do império.
A natureza do primeiro decreto aprovado por Dario tem levantado algu­mas questões entre os estudiosos. Ele proibia que se fizessem petições a qual­quer deus ou a qualquer homem, à exceção do rei (v. 7). Se isso sugerir a dei­ficação do rei ou uma adoração exclusiva [a ele], então o relato não se encaixa de modo algum ao caráter dos reis persas, principalmente o de Ciro. Os textos são unânimes em afirmar que Ciro e os seus sucessores encorajavam a adoração a todos os deuses e não viam a si próprios como seres divinos. O Cilindro de Ciro ilustra essa posição ao proclamar a liberdade aos cativos exilados, encorajando o seu retorno às suas terras natais e a reconstrução de templos para os seus próprios deuses. Esdras concorda com essa política oficial persa e registra o apoio do es­tado à reconstrução do templo em Jerusalém (Ed 1.1-6.22). Se o edito em Daniel 6 é autêntico, então ele não pode ser entendido como uma tentativa de fazer do rei uma divindade ou de restringir a adoração a outros deuses. Ele teria que ser sobre designar o rei como o único representante [dos homens] diante dos deuses. Talvez ele executasse a principal função sacerdotal de medidor entre os deuses e o povo. Dessa forma, a legitimidade do seu governo seria reconhecida. Tal exigên­cia teria um apelo particular para um monarca nos primeiros dias do seu reinado. Portanto, a lealdade ao estado era o ponto central do decreto.
De acordo com o decreto, aqueles que não estiverem dispostos a demonstrar a sua lealdade ao rei dessa forma devem enfrentar a ordália da cova dos le­ões. A execução por esse método não é documentada nos documentos contem­porâneos. Entretanto, os assírios e os persas eram conhecidos por caçarem e enjaularem esses animais. Eles certamente apresentavam uma opção lógica para a punição capital. A linguagem de Daniel indica que a cova dos leões poderia ser entendida como uma ordália. Ele diz que ele foi considerado inocente à vista de DEUS (v. 22). A ordália era muito comum no mundo antigo. A prática submetia as vítimas acusadas a algum perigo designado a provar sua culpa ou inocência. Uma dessas táticas era amarrar pessoas e jogá-las no rio. Aqueles que sobrevivessem a essas ordálias eram proclamados inocentes por terem sido miraculosamente salvas pelos deuses.
A imutabilidade da lei dos medos e dos persas cria outra questão para os estudiosos (v. 8,12,15). Exceto por Ester 1.9 ; 8.8, a ideia não é fortemente au­tenticada por fontes seculares. Talvez possamos considerá-la, contudo, como um padrão razoável para a realeza. Um monarca que mudasse de ideia com frequência teria sua autoridade minada. Ao que se diz, o último rei persa, Dario III, sentia que não poderia reverter uma sentença de morte uma vez que esta fosse decretada. Além disso, o antigo Código de Hamurabi transforma­va em crime a mudança de decisão de um juiz. Entretanto, sabe-se de alguns monarcas que alteraram decretos. Talvez seja por isso que os conspiradores da história enfatizaram tanto essa questão ao falarem com o rei. Por tradição, as leis eram imutáveis, mas alguns monarcas elaboravam suas próprias regras. Os reis persas construíram um dos impérios mais importantes que o mundo já conheceu, como atesta a sua longevidade. A firmeza com a qual os medos e os persas normalmente aderiam às suas leis provavelmente inspirou as referências às leis inalteráveis que não podiam ser revogadas (v. 8,12,15).
A natureza inviolável da lei medo-persa estabelece o conflito da história, a qual é contada por meio de um gênero familiar chamado conflito e intrigas de corte. Em particular, ela exibe traços de uma trama muito conhecida nos tempos antigos sobre a queda e a reabilitação de um oficial da corte. Conspiradores maquinam contra uma pessoa boa, a qual de algum modo triunfa no final. Provérbios 24.15,16 resume sucintamente a moral dessas histórias quando adverte: "Não fique de tocaia, como faz o ímpio, contra a casa do justo, e não destrua o seu local de repouso, pois ainda que o justo caia sete vezes, tornará a erguer-se, mas os ímpios são arrastados pela calamidade". Exemplos desse gênero incluem a história de José em Gênesis 39.1-41.57, o livro de Ester, a adição apócrifa a Daniel chamada Bel e o dragão e a lenda assíria de Ahikar. Daniel 3 também ilustra esse gênero.
A história apócrifa Bel e o dragão apresenta algumas ligações interessantes com o capítulo 6. Nessa história, Daniel era um estimado administrador de um rei persa que se chamava Ciro. Seus oponentes convencem o rei a jogar Daniel numa cova de leões, da qual ele é miraculosamente livrado. A não ser por essas características, as histórias são bastante diferentes. O tema principal de Bel e o dragão é a futilidade da adoração aos ídolos.
As conexões entre os capítulos 6 e 3 são mais marcantes. Ambos falam de colegas invejosos, conspirações e acusações contra os judeus, perigos impossí­veis, resgates por anjos, decretos reais, e, no final, a prosperidade dos judeus. Diversos termos específicos são compartilhados por ambas as histórias. Por exemplo, as listas de oficiais da corte, as quais consistem em sua maior parte de termos emprestados do persa e do acadiano, são muito similares (Dn 3.2; 6.8). Além disso, as descrições dos conspiradores incluem o fato de que eles comeram pedaços do acusado (traduzido como "denunciaram" em Dn 3.8 e "tinham acusa­do" em Dn 6.24) e os decretos são endereçados "aos homens de todas as nações, povos e línguas" (Dn 3.4,29; 6.25). Fica claro, portanto, que essas duas histórias foram criadas para que pudessem ser lidas com referência uma à outra. Elas se equilibram na estrutura quiásmica da seção aramaica do livro, emoldurando a parelha central formada pelos capítulos 4 e 5 (veja Por trás do texto do cap. 2).
Diversas diferenças entre os capítulos 3 e 6, contudo, enfatizam a singu­laridade de cada história e as mudanças no contexto. A questão que desafiava Sadraque, Mesaque e Abede-Nego estava centrada na adoração pública, en­quanto a de Daniel enfocava a adoração privada. O papel dos conspiradores é mais bem desenvolvido no capítulo 6. No capítulo 3, eles agem como meros catalizadores que desencadeiam o discurso inflamado de Nabucodonosor con­tra os judeus. No capítulo 6, eles são vividamente caracterizados por meio de suas ações e falas. Eles manipulam e incitam o rei a agir. O papel dos reis nessas histórias também é bastante diferente. Nabucodonosor inicia o decreto que constitui um problema para os judeus cativos, enquanto Dario é manipula­do a emitir um decreto. Mais notável ainda é a [diferença de] atitude dos reis com relação aos cativos e ao seu DEUS. Nabucodonosor age com um desprezo pomposo com relação a ambos e propõe um desafio direto à autoridade divi­na. Dario, por outro lado, exibe uma preocupação genuína com Daniel e uma abertura para com o seu DEUS. Esse último ponto sem dúvida reflete a atmosfe­ra contrastante desses dois impérios. Os persas eram mais abertos à diversidade religiosa dentro do seu próprio império do que os babilônios.

As versões grega e hebraica de Dn 6
As diferenças entre o antigo grego (Septuaginta) e os textos masso­réticos do capítulo 6 são menos numerosas do que nos capítulos 4 e 5. Contudo, há variações significativas. Em geral, o grego tende a adicio­nar afirmações que esclarecem detalhes ausentes no aramaico. As mo­tivações dos personagens, por exemplo, são descritas. O grego também elimina certas nuances encontradas no aramaico. Por exemplo, ele não menciona "a lei dos medos e dos persas" cada vez que a frase é repetida no aramaico. Essa e outras alterações deslocam o foco da história para Dario, minimizando a importância do conflito entre a lei humana e a divi­na. No final da Septuaginta, Dario confessa abertamente a sua fé pessoal no DEUS de Daniel, algo que não acontece no aramaico.
Nessa história, Daniel é caracterizado como um burocrata altamente ca­paz. Isso é um tanto diferente dos seus papéis nas histórias anteriores, as quais enfatizavam a sua habilidade de interpretar comunicados divinos. Ele foi, con­tudo, designado como "chefe dos magos" (Dn 4.9; 5.11), o que implicava deveres administrativos. A associação entre a tradição da sabedoria e o governo do esta­do era significativa no mundo antigo. Como a tradição bíblica reflete, os sábios eram mais do que apêndices dos sistemas de governo em todo o mundo antigo. A sua contribuição era integral. O currículo dos administradores incluía cole­ções de provérbios e de outras obras de sabedoria. Muitos dos provérbios das Escrituras hebraicas lidam com a conduta dos reis e dos seus oficiais (ex., Pv 25.1-10). Portanto, o papel de Daniel nesse capítulo condiz com o seu treina­mento e expertise.
A estrutura geral do capítulo 6 segue a mesma progressão encontrada nos testes de fidelidade dos capítulos 1 e 3. O contexto é descrito (v. 1-3), um teste é planejado (v. 4-18) e o resultado é narrado (v. 19-28). Esses componentes podem ser subdivididos entre as diversas cenas do drama. Essas incluiriam a conspiração (v. 1-9), a ofensa (v. 10-15), a execução (v. 16-18), o livramento (v. 19-23) e a conclusão (v. 24-28).
Assim como ocorre com muitas outras histórias, uma estrutura quiásmica pode ser detectada ao longo da narrativa. O sucesso de Daniel relatado nos primeiros versículos (v. 1-3) retorna no último versículo (v. 28). A maquinação dos conspiradores e o seu edito planejado (v. 4-9) são equilibrados pela morte desses conspiradores e um segundo edito que substitui o primeiro (v. 24-27). As atitudes fiéis de Daniel (v. 10,11) encontram sua recompensa no livramento da cova (v. 19-23). A pressão ansiosa dos conspiradores para que o rei prossiga com a execução de Daniel (v. 12-15) equilibra a relutância do rei em selar a sua sorte (v. 17-19). No centro desse quiasma está a ordem de execução juntamente com a oração do rei por Daniel (v. 16). A estrutura quiásmica tende a focar a atenção nesse momento dramático, quando a única esperança de Daniel é um livramento miraculoso da parte de DEUS.
No texto
 A ofensa (Dn 6.10-15)
Com o plano delineado, os conspiradores precisam apenas que ele seja executado. Daniel não desaponta. Ele age com convicção (v. 10,11), e os seus oponentes pressionam o rei para que condene Daniel (v. 12-15).

10 As mesmas qualidades que Daniel demonstra na vida pública, ele de­monstra na vida privada. Ele é fiel, honesto e diligente diante do seu DEUS. Sua devoção incomum é evidenciada pela referência ao lugar, o número de vezes e a postura das suas orações. Com pleno conhecimento do decreto, Daniel não vacila nem esconde as suas convicções. Ele vai para o seu quarto, no andar de cima para orar (v. 10). Isso provavelmente se tratava de um apartamento em cima de uma casa de teto tipicamente plano, separada para esse propósito. O fato de ele ter as janelas de treliça abertas para Jerusalém indica o seu foco no DEUS cujo templo estivera ali. Salomão havia sugerido essa orientação no momento da oração (1 Rs 8.35), e ela se tornou ainda mais popular depois que o templo foi destruído em 587 a.C.. Portanto, as petições de Daniel são feitas diretamente a DEUS e não a Dario, como ordena o decreto.
A sua prática de orar três vezes por dia sinaliza não apenas diligência, como também uma disciplina espiritual e uma urgência fora do comum (v. 10). Orar três vezes por dia talvez fosse um costume persa, mas isso não era prescrito pela fé bíblica. A oração duas vezes por dia é mencionada com maior frequência pelas Escrituras hebraicas, embora três vezes ao dia — de manhã, à tarde e à noite — seja mencionado em Salmo 55.16,17 quando a necessidade é premente. O fato de que Daniel se ajoelhava e orava talvez indique fervor. A posição de pé era a mais típica para a oração. Daniel provavelmente se apresentava diante do Se­nhor com os braços abertos e erguidos para o céu, agradecendo ao seu DEUS. Nada disso era fingido ou para ostentar. Daniel simplesmente orava como cos­tumava fazer.
Talvez Daniel tenha pronunciado as palavras de Salmo 22.21: "Salva-me da boca dos leões". Mas a essa altura não há nenhum registro do que Daniel disse. Os leitores são informados do que ele fez, mas não do que ele disse. Os efeitos disso dentro de uma narrativa cheia de falas é enfatizar as ações de Daniel. A sua fé é demonstrada pelo que ele faz, e não pelo que ele fala (Tg 2.18).
 
Daniel 6.10
Vida de Oração de Daniel ( 6: 10-15 ) - Comentário Bíblico Wesleyana
10  Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em sua casa (agora suas janelas estavam abertas em seu quarto em direção a Jerusalém); e ele punha de joelhos três vezes por dia, e orava, e dava graças diante do seu DEUS, como também antes costumava fazer. 11  Então aqueles homens foram juntos, e acharam a Daniel orando e suplicando diante do seu DEUS. 12  Em seguida, eles se aproximaram, e falou perante o rei no tocante ao interdito do rei: Porventura não assinaste um interdito pelo qual todo homem que fizesse uma petição a qualquer deus ou homem dentro de trinta dias, exceto a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei, e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar. 13 Então responderam disse antes do rei, e que Daniel, que é dos filhos dos cativos de Judá, atenta não a ti, ó rei, nem do interdito que tu assinado, mas faz a sua oração, três vezes por dia. 14  Então o rei, quando ouviu estas palavras, ficou muito descontente, e pôs o seu coração em Daniel para livrá-lo; e ele trabalhou até o pôr-do-sol para resgatá-lo. 15  Então aqueles homens foram juntos ao rei, e disse ao rei: Sabe, ó rei, que é uma lei dos medos e persas que nenhum interdito ou decreto que o rei estabelecer, se pode ser alterado.
Vida de oração de Daniel é conhecido não só neste capítulo, mas ao longo do livro. Daniel orou corporativamente ( 2:17 ), privada ( 6:10 ), sinceramente ( 9: 3 ), desesperadamente ( 10: 2 , 3 ), e poderosamente ( 10:12 ).
O versículo 10 não deve ser interpretado no sentido de deliberada, desobediência desafiadora, mas que, no seu tempo regular de oração Daniel foi encontrado de joelhos. Sua vida de oração é ainda descrito como particular, ele entrou em sua casa ;modelado, três vezes ao dia ; de louvor, e dava graças diante do seu DEUS e humilde, ele punha de joelhos. É este tipo de oração que é poderoso com DEUS. Daniel sabia que ele deve gastar tempo em oração se ele fosse para ter poder para a crise que estava por vir. Portanto, ele não deixou de fora a hora e local de devoção pessoal, embora possa parecer que ele teria evitado o conflito ao fazê-lo. Nada pode substituir a comunhão com DEUS.
Os inimigos de Daniel estavam na mão para ver e ouvi-lo orar. Ele enfrentou Jerusalém, um costume entre os judeus do exílio. Então, com a palavra de mais de uma testemunha, os inimigos se apressou para o rei com o relatório.
Porventura não assinaste um interdito? Desde há alguns dias se passaram, eles lembraram o rei do que tinha sido feito. O lembrete iria garantir a sua aprovação continuou antes que saltou sobre ele o nome do autor do crime. O rei lembrou-se e observou que a lei não poderia ser alterado.
Daniel caso de ti não. A primeira acusação era difamar o relacionamento de Daniel com o rei; em seguida, eles passaram a acusá-lo sobre a lei quebrada: ele faz a sua oração, três vezes por dia. Mesmo inimigos de Daniel sabia quantas vezes ele orou; não havia nada de segredo sobre sua vida devocional.
Darius estava indignado, que significa "muito angustiado", pois ele era amigável para Daniel. Ele trabalhou durante todo o dia para resgatá-lo, o que significa que ele colocou muitas coisas em movimento para efetuar uma mudança na situação; mas sem sucesso.
 
 
Daniel 6. 6-10
Uma Trama Contra Daniel - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Os adversários de Daniel não conseguiam conquistar nenhuma vantagem contra ele em se tratando de qualquer lei que estivesse em vigor. Portanto, inventaram uma nova lei com a qual esperavam apanhá-lo numa armadilha. Decidiram usar um assunto no qual estavam certos de que ele não poderia se manter impassível. Pensaram que a fidelidade de Daniel ao Senhor seu DEUS lhes conquistaria essa vantagem. Aqui temos:
I
A ímpia lei de Dario. Quando digo que essa lei pertencia a Dario é porque ele tinha lhe dado o aval real, pois de outro modo não poderia entrar em vigor. Mas, embora não fosse propriamente dele, ou não a tivesse planejado, o fato é que Dario havia sido perfeitamente iludido e levado a consenti-la. Os oficiais e os príncipes haviam elaborado o edito e apresentado o projeto. E, através da atuação deles, ela foi aceita por uma convenção de estados que, nessa época, haviam se reunido em algum evento público. Eles pretendiam que esse projeto fosse transformado em lei depois de uma reflexão amadurecida, e que os oficiais do reino, governantes, príncipes, conselheiros e comandantes fossem conjuntamente consultados sobre ela e que não só concordassem, como também a recomendassem, pois tendo examinado seus diversos motivos e considerações, eles haviam feito o que podiam para transformá-la em um firme decreto. Além disso, eles informaram ao rei que não trazia nemine contradicente – isto é, que era unânime: Todos os oficiais tinham essa opinião. No entanto, temos certeza de que Daniel, o chefe dos três presidentes, não concordava com ela, e temos razões para pensar que muitos dos príncipes haviam se eximido dela como sendo absurda e exagerada. Observe que não é nenhuma novidade que coisas assim sejam apresentadas, inclusive com grande segurança, como se simbolizassem o sentimento da nação, mas que, no entanto, estão longe de sê-lo. E aqueles poucos que as aprovaram disseram que esta lei teve o consentimento de todos. Mas como são infelizes os reis que, ao se encontrarem sob a necessidade de ver e ouvir através dos olhos e dos ouvidos de outras pessoas, são muitas vezes obrigados a aceitar as decisões equivocadas que lhes são impostas! Esses homens astutos e mal-intencionados, com a desculpa de estarem prestando honras ao rei, mas na verdade planejando a ruína do seu favorito, forçam-no a promulgar essa lei e a fazer dela um estatuto real pelo qual qualquer um que fosse encontrado fazendo um pedido a qualquer deus ou homem durante trinta dias, que não fosse ao rei, seria condenado à mais bárbara das mortes, isto é, seria lançado à cova dos leões (v. 7). Esse era o projeto que vinham planejando, e que apresentaram ao rei para ser assinado e transformado em lei. Agora: 1. Nesse projeto não havia nada que tivesse a menor aparência ou intenção de fazer algum bem. No entanto, ele servia para exaltar o rei, e fazer com que parecesse ser muito bom e muito grande perante os súditos. Segundo a sugestão dos seus conselheiros, essa lei iria lhe prestar bons serviços, já que ele tinha chegado recentemente ao trono, e ela poderia servir para confirmar seus interesses. Todos os homens deveriam ser levados a crer que o rei era tão rico, e que estava ao mesmo tempo tão pronto para atender a todos os requisitantes, que nenhum deles iria querer ou teria a necessidade de suplicar algum alívio a DEUS ou a qualquer homem, a não ser exclusivamente ao rei. E, durante trinta dias, o rei estaria pronto a conceder uma audiência a todos aqueles que tivessem algum pedido a lhe fazer. Na verdade, é uma grande honra para os reis quando eles podem se tornar os benfeitores dos seus súditos, mantendo os ouvidos abertos às suas súplicas e solicitações. Mas, se eles pretenderem ser os seus únicos benfeitores, e se colocarem no lugar de DEUS, desafiando o respeito que só é devido a Ele, isso se transformará na sua desgraça, e não na sua honra. 2. Mas existe muito mais nisso que, aparentemente, poderia ser um mal, pois é muito ruim proibir um homem de fazer qualquer pedido. Será que um mendigo não pode pedir esmolas, ou um vizinho não pode pedir um favor ao outro? Se um filho quiser pão, então ele não irá pedir aos pais, pois poderá ser lançado à cova dos leões? Além disso, aqueles que têm assuntos a tratar com o rei não podem pedir a outros para apresentá-los? Mas, o que era ainda pior, e também uma afronta à religião, era a proibição de se fazer um pedido a DEUS, pois é através da oração que damos glória a DEUS, alcançamos sua misericórdia, e mantemos a nossa comunhão com Ele. Proibir a oração durante trinta dias é o mesmo que roubar de DEUS todo tributo que Ele merece de um homem, e roubar de um homem todo consolo que este recebe de DEUS. Como a luz da natureza nos ensina que cabe à providência de DEUS a ordenação e a disposição de todos os nossos assuntos, será que a lei da natureza também não nos obriga a buscar a DEUS, demonstrando-lhe o nosso reconhecimento? Se não podemos viver um único dia sem a preciosa presença de DEUS, seria possível viver trinta dias sem orar a Ele? Será que o próprio rei conseguiria ficar tanto tempo sem orar a DEUS ou, se tivesse essa permissão, será que iria fazê-lo em nome de todos os seus súditos? Será que alguma vez alguma nação desprezou dessa maneira os seus deuses? Mas, veja a que absurdos a maldade pode levar os homens. Ao invés de evitar que Daniel ficasse em dificuldades por orar ao seu DEUS, eles estavam negando a si mesmos e a todos os seus amigos a liberdade de orar aos seus deuses. Se apenas os judeus tivessem sido proibidos de orar ao Senhor seu DEUS, Daniel poderia ter efetivamente caído nessa armadilha. Mas eles sabiam que o rei não iria promulgar essa lei, portanto agiram para que ela tivesse um efeito generalizado. E o rei, convencido de que ela iria promovê-lo como se fosse um pequeno deus, gostou muito desse elogio (pois é isso que ele seria) e assinou a escritura desse edito (v. 9) que, em seguida, passou a vigorar. De acordo com a constituição do reino unido dos medos e dos persas, um decreto real não poderia ser alterado ou revogado, sob nenhum pretexto. A infração a um decreto real não poderia ser perdoada.
II
A piedosa desobediência de Daniel a essa lei (v. 10). Ele não se retirou para o campo, nem se escondeu por algum tempo, embora soubesse que a lei havia sido dirigida a ele. Mas, tendo pleno conhecimento disso, permaneceu no seu posto sabendo que agora tinha uma excelente oportunidade de honrar a DEUS perante os homens, mostrando que preferia e honrava o favor do Senhor, e que desejava, em primeiro lugar, cumprir o seu dever. Assim Daniel mostrou que a sua vida com DEUS valia muito mais do que a sua vida neste mundo. Quando Daniel ficou sabendo que a lei havia sido assinada, ele poderia ter ido até o rei para repreendê-lo a esse respeito e, além disso, poderia ter se mostrado contra ela, pois estava baseada numa informação errada de que todos os oficiais haviam dado o seu consentimento, enquanto ele, que era o chefe de todos, nunca havia sido consultado sobre esse assunto. Mas Daniel decidiu ir para casa e se dedicar ao seu dever, confiando alegremente essa ocorrência a DEUS. Então, observe:
1. A prática constante de Daniel, sobre a qual não havíamos sido informados antes dessa ocasião, mas que agora temos razões para pensar que se tratava de uma prática piedosa entre os judeus. (1) Ele orava na sua casa, às vezes, sozinho, outras vezes com a família ao seu redor, e tratava esse assunto com muita seriedade. Cornélio era um homem que orava em sua casa (At 10.30). Observe que toda casa tem a obrigação de ser uma casa de oração. E onde tivermos uma tenda, DEUS deverá ter um altar, e sobre este deveremos oferecer sacrifícios espirituais. (2) Em todas as suas orações ele dava graças. Quando oramos a DEUS pelas misericórdias que desejamos, devemos também louvá-lo por causa daquelas que já recebemos. As ações de graças devem fazer parte de toda oração. (3) Em sua oração, e também em suas ações de graças, Daniel mantinha o seu olhar fixo em DEUS, no seu DEUS, porque era o DEUS do pacto, e se colocava na sua presença. Ele fazia isso perante o seu DEUS, e sentia uma grande consideração por Ele. (4) Ao orar e dar graças ele se ajoelhava e esse é um gesto muito próprio para a oração, e muito expressivo por causa da sua humildade, reverência e submissão a DEUS. Ajoelhar-se representa uma postura em que a pessoa está implorando. E nós imploramos a DEUS como pedintes, mendigando a favor da nossa vida, pois vale a pena importunarmos o Senhor por ela. (5) Ele abriu as janelas do seu quarto para que a visão celestial pudesse encher o seu coração de admiração por aquele DEUS que reside acima dos céus. Mas isso não era tudo. Ele abriu as janelas em direção a Jerusalém, a cidade santa, que agora estava em ruínas, a fim de mostrar a afeição que sentia até mesmo pelas suas pedras e pelo seu pó (Sl 102.14) e a sua lembrança estava diariamente presente nas suas orações. Portanto, embora vivesse com grandeza na Babilônia, ele demonstrava colaborar com o mais desprezível dos irmãos cativos ao se lembrar de Jerusalém, preferindo-a à sua maior alegria (Sl 137.5,6). Jerusalém era o lugar que DEUS havia escolhido para colocar o seu santo e bendito nome e, quando o Templo lhe foi dedicado, a oração de Salomão dizia que se o seu povo estivesse na terra dos inimigos ele deveria voltar os olhos em direção à terra que havia recebido, à cidade que DEUS havia escolhido e à casa que foi construída para levar o seu nome, e então o bondoso Senhor ouviria as suas súplicas e defenderia a sua causa (1 Rs 8.48,49). E Daniel considerava essa oração em meio a essas circunstâncias, e em suas devoções. (6) Ele fazia isso três vezes ao dia, de acordo com o exemplo de Davi (Sl 55.17), “de tarde, e de manhã, e ao meio dia, orarei”. É algo bom nós termos o nosso período de oração, não para obrigar, mas para lembrar a nossa consciência. E se cremos que o nosso corpo precisa de alimentos três vezes ao dia, como podemos pensar em servir menos vezes à nossa alma? Mesmo fazendo isso, não estaremos cumprindo o mandamento que nos diz que devemos orar constantemente. (7) Ele fazia isso aberta e declaradamente para que todos aqueles que o conheciam ficassem sabendo que se tratava da sua prática, e era isso que desejava mostrar, não por ser orgulhoso (no lugar onde estava não havia ocasião para essa tentação, pois não era a reputação, mas a censura que o assistia), mas porque não se envergonhava dela. Embora Daniel fosse um grande homem, ele não considerava humilhante ajoelhar-se três vezes ao dia perante o seu Senhor, e ser o seu próprio capelão. Embora fosse um homem idoso ele não acreditava ter passado da idade de orar e, apesar de ter conservado essa prática desde a juventude, ele tinha a intenção de manter esse hábito tão saudável para a alma e para o corpo. Embora fosse um homem de negócios, não considerava que estes serviriam como desculpa para evitar os seus exercícios diários de devoção. Que grande culpa têm aqueles que pouco fazem no mundo e, ainda assim, nada fazem por DEUS e pela sua própria alma! Daniel era um homem famoso pelas suas orações e pelo sucesso que estas lhe traziam (Ez 14.14). Ele se tornou um homem de oração, pois certamente se conscientizou da importância e dos poderosos efeitos da oração, e fez dela uma atividade diária. Por causa disso, DEUS o abençoou de uma forma maravilhosa.
2. A constante adesão de Daniel à oração, mesmo depois de ter sido transformada, pela lei, em uma prática punível com a pena capital. Ao saber que o edito havia sido assinado, ele continuou a fazer o que sempre fez, e não modificou nenhum detalhe desse seu hábito. É verdade que muitos homens, e até muitos homens bons, teriam considerado ser prudente se omitir durante esses trinta dias, um período em que não poderiam orar sem que colocassem a vida em risco. Daniel poderia orar muito mais freqüentemente quando esses dias tivessem terminado, ou poderia ter praticado o seu dever em algum outro lugar, e tão secretamente que os seus inimigos não poderiam descobri-lo. Dessa maneira, ele não apenas satisfaria a sua consciência, como manteria a sua comunhão com DEUS, evitando transgredir a lei, e continuando a ser útil. Mas, se tivesse agido assim, tanto seus amigos como seus inimigos pensariam que dessa vez ele havia abandonado seus deveres por causa da covardia e do medo, e isso teria servido muito bem para desonrar a DEUS e desanimar os seus amigos. Outros, que se moviam em um nível inferior ao de Daniel, poderiam ter agido com mais cuidado. Mas Daniel, que tinha tantos olhos voltados para ele, deveria agir com coragem, pois sabia que essa lei era dirigida particularmente a ele. Note que não devemos nos omitir e deixar de cumprir o nosso dever por causa do medo de sofrer, nem por estarmos próximos às terríveis ameaças que venham a nos assolar. Nos momentos de grandes provações, um grande estresse é colocado sobre nós quando confessamos CRISTO perante os homens (Mt 10.32). Devemos tomar cuidado para que, sob o pretexto da discrição, não nos tornemos culpados de ter agido com covardia em relação à causa de DEUS. Mesmo que não creiamos que esse exemplo de Daniel nos obrigue a agir da mesma maneira, ainda assim tenho certeza de que ele nos proíbe de censurar aqueles que o fazem, pois ficou bastante claro que o Senhor DEUS aprovou a atitude de Daniel. Por causa da constância de Daniel no cumprimento dos seus deveres, parece que ele nunca usou nenhuma desculpa para não cumpri-los, e o mesmo iria acontecer agora. (1) Essa proibição havia sido feita pelo rei, seu senhor, e também em sua honra. Mas não há dúvida de que a resposta correta seria uma máxima indiscutível em uma situação conflitante como essa: Devemos obedecer a DEUS, e não aos homens. (2) Essa era uma forte ameaça contra a vida de Daniel, mas também não há dúvida de que seria uma máxima indiscutível responder que aqueles que desprezam a alma para salvar a vida (como certamente fazem aqueles que vivem sem orar), estão fazendo um mau negócio. Pois embora possam se julgar ou parecer mais sábios que Daniel (como o rei de Tiro), no final terão se comportado como tolos.
 
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Daniel 9.1-3
 
A visão das Setenta semanas (Dn 9.1-27) Panorama geral - Novo Comentário Bíblico BeaconNo capítulo 9, Daniel soa mais como outros profetas de Israel do que em qualquer outra parte do livro. Sua longa oração de confissão está fortemente baseada nas palavras e pensamentos da grande tradição profética das Escrituras hebraicas. Contudo, o som familiar da sua oração dá lugar a uma visão cuja lin­guagem é ambígua. Suas expressões crípticas têm evocado uma vasta gama de interpretações. Portanto, uma das visões mais debatidas do livro de Daniel se encontra aqui. A mensagem a respeito do controle de DEUS sobre os negócios do Seu povo, contudo, permanece clara. Esse capítulo a deixa particularmente evidente por meio da demonstração do caráter justo do Senhor com relação à [Sua] aliança com Israel.

Por trás do texto
O conteúdo e a forma do capítulo 9 diferem das outras visões relatadas no livro até agora. Imagens fantásticas – como uma estátua de metal (Dn 2), uma árvore espiritual (Dn 4) e animais ferozes (Dn 7; 8) – não ocorrem no capítulo 9. A imagem aqui é simplesmente a do número 70. Portanto, de modo geral, o gênero do capítulo 9 pode ser distinguido do estilo dos capítulos 2, 4, 7 e 8. Os estudiosos o identificam como um relato de visão revelatório, diferente do relato de visão simbólico dos capítulos anteriores. Os relatos de vi­são dos capítulos 10-12 também seguem a mesma forma do capítulo 9 (para uma discussão mais aprofundada sobre esse gênero, veja Por trás do texto em Dn 10.1-11.1).
Uma característica da visão revelatória é uma descrição extensa do contex­to em que ela é dada. Nas visões simbólicas, isso normalmente constitui um detalhe insignificante, descrito brevemente em poucas frases. No capítulo 9, a leitura das Escrituras e uma longa oração de confissão levam à visão celestial. A revelação divina na verdade é muito mais curta do que a descrição do con­texto em que ela vem. Os relatos das visões nos capítulo 10-12 contém uma descrição ainda mais elaborada do contexto do visionário. No final, contudo, a revelação daquela visão permanece muito mais longa do que o contexto.
Esse foco no contexto da visão sugere uma estratégia para a leitura da men­sagem do anjo. A oração fornece uma perspectiva a partir da qual a visão pode ser interpretada. De acordo com Gabriel, a visão vem como uma resposta di­reta à oração de Daniel (v. 22,23). As diversas alusões que a visão faz à oração confirmam essa importante conexão. Embora alguns comentaristas vejam a oração como desconectada e até mesmo como um conteúdo não essencial, sua centralidade à mensagem da visão não deve ser negligenciada.
A oração de Daniel é uma confissão coletiva de pecado que reflete a linguagem e o estilo de orações desse tipo ao longo das Escrituras hebraicas. Na tradição de Abraão e Moisés, Daniel se coloca como intercessor pelo seu povo (Gn 18.23-33; Êx 32.7-14; Nm 14.13-19). Ele emprega expressões estereotipadas reminiscentes das orações encontradas nos salmos penitenciais, nos livros pós-exílicos e especial­mente no material deuteronomista (1 Rs 8.46-53; Ed 9.6-15; Ne 9.6-37; Sl 79).
A lógica da oração está no entendimento de Israel do seu relacionamen­to especial com DEUS e de sua aliança com Ele. De acordo com as Escrituras hebraicas, os descendentes de Abraão possuem num vínculo singular com o seu DEUS que requer compromisso de ambos os lados (Gn 12.1-3; 17.1-14). A oração de Daniel enfatiza esse relacionamento, empregando a linguagem da feitura e da quebra de uma aliança. Termos como "amor" (hesed), "leis" (tôrôt e mispatim), "mandamentos" (miswõt), "a Lei de Moisés" (tôrãt mõrieh) e "alian­ça" (berit) ocorrem ao longo da oração, junto a referências ao êxodo do Egito. DEUS é aquele que mantém a Sua aliança de amor (Dn 9.4). Ele é conheci­do pelo Seu nome pactual específico, o Senhor, que é usado seis vezes nesse capítulo e em nenhum outro lugar do livro. Por causa dessa aliança, DEUS é justificado ao julgar o Seu povo. Eles pecaram, e portanto quebraram a aliança. Ao mesmo tempo, a misericórdia é esperada por causa da aliança. DEUS perdoa porque Ele está comprometido com o Seu povo.
Esse pensamento pactual é central às profecias de Jeremias, que fornecem um importante contexto para o capítulo 9. Daniel se refere à palavra do Se­nhor dada ao profeta Jeremias (v. 2), uma mensagem sobre setenta anos en­contrada em Jeremias 25.11,12 ; 29.10. Porém, Daniel também alude a muitas outras passagens em Jeremias que apoiam a sua teologia pactual. Para Jeremias, a aliança era a base das palavras de condenação e também de esperança. Talvez com maior clareza do que qualquer outra pessoa em sua época, ele reconhecia a inevitabilidade do julgamento de Judá porque eles haviam quebrado a aliança com DEUS (Jr 11.1-14). Entretanto, ele também estava cheio de expectativas esperançosas para o futuro de Judá por causa da aliança ( Jr 31.1-14). Jeremias vislumbrou o dia em que uma nova aliança seria estabelecida entre DEUS e o Seu povo (Jr 31.31-34). A oração e a visão de Daniel 9 capturam um pouco do mesmo futuro esperançoso com DEUS.
O significado dos setenta anos mencionados por Jeremias, assim como das Setenta semanas da visão, é crucial para o entendimento de Daniel 9. O in­terpretador deve decidir se entenderá esses números literal ou simbolicamente. Muitos estudiosos argumentam que os números no texto devem ser entendi­dos literalmente (Archer, 1985, p. 119; Miller, 1994, p. 257,258). Como as Se­tenta semanas são divididas em três partes específicas – sete semanas, sessenta e duas semanas e uma semana –, cálculos específicos parecem apropriados. Além disso, referências em outras partes das Escrituras hebraicas a sete anos literais com relação aos anos sabáticos e jubileus indicam que esses também podem ser entendidos de forma literal (Lv 25.1-12). Finalmente, a quase exatidão dos 70 anos de duração do exílio de Judá talvez apoie uma leitura literal.
Uma análise do uso dos números sete e setenta ao longo da Bíblia, contu­do, revela uma predominância do seu uso simbólico. O número sete representa a plenitude ou a perfeição de Gênesis a Apocalipse. O fundamento conceitual para esse número é derivado dos sete dias da criação (Gn 1.1-2.4). Portanto, a semana de sete dias é um ciclo completo de tempo. A multiplicação de sete por dez intensifica o sentido de totalidade e expressa uma imagem forçosa de pleni­tude. O número setenta combina sete, o símbolo da perfeição, a dez, o símbolo da totalidade. A perfeição é multiplicada dez vezes, ou seja, à máxima potência. Portanto, o número setenta é usado ao longo das Escrituras para indicar uma quantidade plena ou perfeita de algo, como nações (Gn 10), filhos (Gn 46.27; Jz 8.30; 2 Rs 10.1), palmeiras (Êx 15.27), anciãos (Êx 24.1) e anos de vida (Si 90.10). Os textos canaanitas e mesopotâmios revelam um tipo semelhante de uso para os números sete e setenta.
Em vista de tudo isso, parece provável que os 70 anos da desolação de Jerusa­lém devam ser entendidos simbolicamente. Em vez de se referirem a um cálculo literal de tempo, os 70 anos poderiam indicar uma referência a uma quantidade completa de tempo. Nesse caso, eles se tratariam do tempo necessário para que o julgamento divino sobre Jerusalém fosse completo. Poderíamos comparar isso aos 70 anos em que a cidade de Tiro ficou devastada em juízo (Is 13.15-17). O livro de Crônicas acrescentou uma idiossincrasia adicional a esse simbolismo ao conectar os 70 anos do julgamento de Judá ao descanso sabático da terra: "A terra desfrutou os seus descansos sabáticos; descansou durante todo o tempo de sua desolação, até que os setenta anos se completaram, em cumprimento da palavra do Senhor anunciada por Jeremias" (2 Cr 36.21). Esse texto parece referir-se ao período desde a destruição de Jerusalém em 587 a.C. até o edito de Ciro em 539 a.C.. Portanto, os 70 anos de Crônicas representam 49 anos.
O simbolismo dos 70 anos de Jeremias permanece, embora alguns cálculos do exílio de Judá se aproximem desse período de tempo. Por exemplo, a queda da Babilônia em 539 a.C. ocorreu aproximadamente 70 anos depois que os ba­bilônios tomaram o controle de Judá em torno de 605 a.C.. Também é verdade que, do momento em que o templo em Jerusalém foi destruído em 587 a.C. até ele ser reconstruído em 516 a.C., passaram-se quase 70 anos. Em Zacarias, um anjo parece perceber essa conexão com o templo quando ele fala dos "setenta anos" em que DEUS esteve indignado com Jerusalém (Zc 1.12). Aquela visão foi dada em torno de 519 a.C., 68 anos depois do templo ter sido destruído. Es­ses cálculos tendem a confirmar que 70 é um número simbólico e arredondado, já que o tempo não foi exatamente de 70 anos.
Como o significado dos 70 anos de Jeremias é provavelmente simbólico, poderíamos esperar que as Setenta semanas da visão também o sejam. Isso é particularmente verdadeiro, já que o número ocorre numa visão, e todos os outros números nas visões de Daniel parecem ser simbólicos (veja comentários sobre Dn 2.44,45; 7.17; 8.14; 12.11,12). Também é verdade que nenhuma tenta­tiva de relacionar esse número a eventos históricos específicos foi totalmente bem-sucedida (veja a seção Cálculos das Setenta semanas, a seguir).
A palavra "semanas" foi traduzida da palavra hebraica setes (sYabií'irn), que expressa sete unidades de coisas. A combinação de setenta com essa forma plu­ral da palavra sete é quase sempre entendida como "Setenta semanas de anos", que seriam "setenta vezes sete", ou 490 anos. O número poderia ter sido escrito de forma mais tradicional em hebraico como "quatrocentos e noventa anos" (arba` nze-ôt wetil 'irn srãnã). Portanto, a expressão Setenta semanas sinaliza algo de significado simbólico. O número pode muito bem significar um período de tempo indeterminado e excessivo, talvez até o infinito. Ele é similar aos "se­tenta vezes sete" (ou "setenta e sete vezes") na resposta de JESUS a Pedro sobre
perdão (Mt 18.21,22). O propósito da resposta não é que Pedro precisa per­doar um número específico de vezes, mas sim que Pedro precisa perdoar tantas vezes quanto for necessário.
A conexão das Setenta semanas com o conceito israelita do jubileu dificil­mente passa despercebida. Essa era uma época marcada para a restauração da terra a cada 49 anos (veja Lv 25.8-17). Dez períodos de jubileus (menos o 50° ano do jubileu a cada vez) somam 490 anos. A primeira divisão das Setenta semanas é indicada como sete semanas, o número de anos antes do ano do jubileu. O exílio de Judá poderia ser visto como um tempo para o descanso sabático da terra, de acordo com 2 Crônicas 36.21. Portanto, Setenta semanas poderiam expressar um tempo prolongado de períodos sabáticos necessário para restaurar a terra. Com efeito, o padrão do Jubileu foi invertido. Quarenta e nove anos de trabalho foram substituídos por 49 anos de descanso multipli­cados por dez.
A esquematização da história em períodos de sete, dez e setenta também é encontrada em outras obras apocalípticas. Uma delas fala de 70 gerações desde dilúvio até o fim dos tempos (1 En. 10.12). Outra divide toda a história do homem em dez "semanas"; com a sétima "semana" sendo um ponto de viragem crucial e a época do autor (1 En. 93.1-10 e 91.11-19). As Sibilinas Cristãs, que tecnicamente não são apocalipses, também esquematizam a história em dez períodos. Se essas obras dependem ou não de Daniel é uma questão a ser debatida. No mínimo, contudo, elas indicam um modo de pensar nos tempos antigos.
O contexto histórico identificado para a oração e a visão de Daniel 9 é sig­nificativo. O primeiro ano de Dario se refere a 539 a.C., quando a Babilônia foi tomada pelos persas, conforme descrito em Dn 5.31 (9.1 ARA). As questões históricas relacionadas a Dano já foram discutidas antes (veja No texto no cap. 6). A queda da Babilônia marcou uma nova era para a sorte judaica. A política persa de retornar os povos exilados à sua terra natal forneceu uma oportunidade para que os judeus voltassem para Jerusalém e a restabelecessem. De acordo com os registros históricos, o rei persa Ciro emitiu um decreto em 539 a.C. au­torizando essa ação. Os registros bíblicos afirmam o impacto desse edito sobre os judeus em particular (2 Cr 36.23; Ed 1.2-4). Tanto a oração como a visão de Daniel 9 deveriam ser lidas com relação a esse contexto.
As conexões verbais, estruturais e temáticas entre o capítulo 9 e as outras visões do livro são significativas e indicam que cada uma delas deveria ser en­tendida à luz das outras (veja No texto no cap. 7). A visão do capítulo 7 esboça um panorama amplo da história do homem, enquanto as visões dos capítulos 8-12 fornecem detalhes de eras mais específicas dentro desse retrato. Diver­sos elementos unem as três visões dos capítulos 8-12, em particular o foco no período de intenso sofrimento para o povo de DEUS, quando um "sacrilégio terrível" ocorre (veja Por trás do texto no cap. 8).
O capítulo 9 demonstra ter um relacionamento especial com o capítulo 8. Além das referências a Gabriel em ambos, diversas outras características verbais ligam esses dois capítulos. A maioria dessas particularidades ocorre em relação às atividades do pequeno chifre no capítulo 8. Os termos e conceitos repetidos incluem: a "rebelião", o "sacrilégio terrível", a "desolação de Jerusalém, o fim ao sacrifício e à oferta, sela (...) a visão e o lugar santo" (veja maiores detalhes em Goldingay, 1989, p. 259,260). Essa característica indica que o capítulo 8 fornece o contexto para a leitura do capítulo 9. No mínimo, o capítulo 9 está relacionado a um tipo de evento semelhante ao do capítulo 8, se não o mesmo. Quer a pessoa concorde que essas duas visões estão falando do mesmo evento histórico ou não, o capítulo 9 fornece uma explicação adicional sobre a vida do povo de DEUS em meio a esses acontecimentos. Ele nos dá um retrato mais detalhado do fim das "duas mil e trezentas tardes e manhãs", além de uma progressão dos eventos que poderiam acompanhar esse período.
A visão do capítulo 9 é precedida por uma descrição extensiva do contexto no qual ela é dada. Como observamos acima, a extensão dessa introdução é única no li­vro, afetando significativamente a interpretação da visão. O insight de Daniel sobre a profecia de Jeremias (v. 1,2) leva à sua oração de confissão (v. 3-19), a qual provoca a chegada do mensageiro celestial (v. 20-23) e finalmente da mensagem (v. 24-27).
 
No texto (Dn 9.1-3)O insight sobre Jeremias (Dn 9.1,2)
1 O capítulo começa como todos os outros relatos de visões do livro, com uma observação sobre um período específico. O "primeiro ano de Dario" se refere a 539 a.C., quando os persas conquistaram a Babilônia (v. 1 ARA). Isso presume tratar-se do mesmo Dario mencionado em Daniel 5.31 ; 6.1, o que é razoável. Aquela pessoa também é identificada como sendo de origem meda e como alguém que foi constituído governante do reino babilônio (v. 1). A forma passiva de foi constituído governante talvez indique a mão divina. Mas isso também poderia refletir a nomeação de Dario por uma autoridade mais alta. As questões relacionadas à identidade de Dario, o medo no livro de Daniel já foram discutidas anteriormente (veja Por trás do texto no cap. 6).
Este versículo dá informações adicionais sobre a família de Dario. Ele é chamado o filho de Xerxes (Assuero em hebraico). Este é o nome de dois reis no Império Persa após este período (veja Ed 4.6 e Et 1.1), mas desconhecida anteriormente. Portanto, os estudiosos estão incertos quanto a quem se refe­re. Alguns sugeriram que é um nome de autoridade, enquanto outros o veem como um erro histórico.
A referência a Dario liga esse capítulo ao capítulo 6, onde Daniel também é retratado como uma pessoa comprometida com a oração. Naquele contexto, ele ora fielmente três vezes por dia, mesmo em vista da oposição oficial a essas orações.

2 Independente das identidades de Dario e Xerxes, a notação temporal identifica um momento de importante mudança política, quando a Babilônia caiu e os persas começaram a dominar o Oriente Médio. É nesse contexto que Daniel ganha insight sobre algumas palavras de Jeremias. No primeiro ano do seu reinado é repetido como que para enfatizar a conexão entre a leitura que Daniel fez de Jeremias e os eventos relacionados a essa data (v. 2). Ele iden­tifica essas palavras como sendo parte das Escrituras, literalmente nos livros (bassepãrim). Esse termo parece designar alguns textos oficiais da comunidade de fé, já que Daniel também as chama de a palavra do Senhor.
A partir das palavras de Jeremias, Daniel passa a entender que a desolação de Jerusalém iria durar setenta anos (v. 2). Isso sugere que Daniel estava lendo Jeremias 25.11,12 ; 29.10. A primeira passagem projeta a era do domínio babilô­nico, quando "toda esta terra se tornará uma ruína desolada, e essas nações estarão sujeitas ao rei da Babilônia durante setenta anos" ( Jr 25.11). O texto continua, prevendo também o julgamento da Babilônia: "quando se completarem os seten­ta anos, castigarei o rei da Babilônia e a sua nação" (v. 12). A outra passagem de Jeremias enfoca a esperança do retorno do exílio babilônico. Ela diz: "Quando se completarem os setenta anos da Babilônia, eu cumprirei a minha promessa em favor de vocês, de trazê-los de volta para este lugar" (Jr 29.10).
Essas profecias identificam duas coisas que acontecerão no final dos seten­ta anos: (1) O julgamento da Babilônia e (2) A restauração de Judá. Na época em que Daniel estava lendo as palavras de Jeremias, a primeira delas já havia acontecido. A preocupação dele então é que o restante da profecia de Jeremias se cumprisse e a desolação de Jerusalém chegasse ao fim.
A desolação (1.1ãrêbât) ou ruína mais completa de Jerusalém ocorreu em 587 a.C., quando os babilônios destruíram totalmente a cidade e o seu templo. É possível, contudo, que Daniel estivesse pensando sobre todo o período em que a cidade permaneceu sob o domínio da Babilônia, que foi de 605 a 539 a.C.. Embora isso tenha somado cerca de setenta anos, esse número não pre­tende ser um cálculo exato nem em Jeremias nem em Daniel. Trata-se de um número arredondado, simbólico de todo o período de tempo necessário para que algo aconteça (veja Por trás do texto). Quer Daniel considere que Jeru­salém ficou desolada por 49 ou por 68 anos, ele espera que a sua restauração esteja prestes a acontecer.
 
A oração de confissão 3 A reação de Daniel ao insight do livro de Jeremias é fazer uma oração de arrependimento comunitário. Nisso ele está seguindo o mandamento prescrito em Levítico 26.40-45 e refletido em Jeremias 29. Depois de 70 anos do domínio babilônico, DEUS prevê que Seus servos "clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei. Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração" ( Jr 29.12,13). Daniel parece estar buscando o cumprimento da profecia de Jeremias por intermédio da sua oração. Pelo menos, ele está seguindo a sua admoestação. Quando o anjo responde à sua oração, contudo, Daniel descobre que existe mais a ser compreendido sobre aquelas palavras.
As preparações de Daniel para a oração são descritas (v. 3,4a) e então as palavras da oração são relatadas (v. 4b-19). A oração se desenrola como uma progressão lógica que passa por uma confissão de pecados (v. 4b-6), uma afir­mação da justiça de DEUS (v. 7-14) e finalmente uma súplica pela restauração (v. 15-19). Cada uma dessas seções começa com uma invocação que caracteriza DEUS. Os elementos da confissão e da afirmação estão entrelaçados ao longo da oração. Isso enfatiza o contraste entre o DEUS que cumpre a Sua aliança e o povo que a quebra. Os pecados do povo de DEUS são detestáveis, enquanto o juízo de DEUS é plenamente justificável. Essa característica também reconhece que uma oração de confissão confessa não apenas o horror do pecado, mas tam­bém a plenamente justificável terribilidade de DEUS.
De acordo com as Escrituras, o comportamento de Daniel é o de um ver­dadeiro penitente. Ele se apresenta diante de DEUS com orações e súplicas (v. 3). O primeiro termo (têpillâ) é a palavra mais comum para oração nas Escri­turas hebraicas, sendo frequentemente usada com o sentido de intercessão (1 Rs 8.28). O segundo termo (tahánúnim) designa um pedido de favor. Juntos, os dois termos podem ser considerados como uma hendíadis e traduzidos como oração de súplica.
Literalmente, Daniel diz: Eu voltei o meu rosto para o Senhor DEUS para buscar, o que expressa uma intensidade especial. A palavra buscar (bãqas) po­deria sugerir que Daniel está buscando mais iluminação, mas também que ele está simplesmente buscando obter uma audiência com DEUS. O tom da oração indica que Daniel está mais preocupado em reestabelecer uma comunicação genuína com o Senhor. Qualquer que tenha sido o seu intento, Daniel recebe mais insight sobre o significado de setenta em resposta à sua oração.
O jejum e o ato de vestir pano de saco e (...) cinza ressaltam o fervor de Daniel. Essas são as ações e as vestimentas daqueles que lamentam ou buscam fervorosamente a DEUS (2 Cr 20.3; Ne 9.1; Et 4.1). Daniel também jejua antes de receber a última visão registrada no livro (Dn 10.2,3).
 
 
Daniel 9.1-3
 A VISÃO das setenta semanas ( 9: 1-27 ) - Comentário Bíblico WesleyanaA terceira visão registrada por Daniel segue um padrão diferente do que os dois anteriores. Eles falavam em figuras de animais simbólicos; este usa números simbólicos. Sua finalidade é apresentado em maior detalhe o período de tempo a partir da visão até a vinda do Messias. Desta forma o povo de DEUS estaria preparado para o grande evento da idades, o Messias que redimiria Israel e todo o mundo. O capítulo se move através de três fases: o cenário, a súplica, e as 70 semanas.
1. A profecia de Jeremias ( 9: 1-2 )
1  No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, 2  , no primeiro ano de seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número do anos, dos quais a palavra do Senhor veio a Jeremias, o profeta, para o cumprimento das desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
A visão teve a sua origem no primeiro ano do reinado persa quando Daniel começou a ler a profecia de Jeremias. Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, é a pessoa a quem nós identificamos com Gubaru, o governador do província de Babilônia, depois da conquista da Babilônia pelas forças persas (ver comentários em 6: 1 ). O ano é, portanto, 538 BC , antes de Cyrus havia proclamado seu edital permitindo que os judeus voltassem para sua terra natal ( Esdras 1: 1 ).
Daniel possuía alguns coleção de escritos dos profetas, para a obra da qual ele é chamado de ler livros. O lugar de seu estudo era, evidentemente, Jeremias 25: 1-14 , uma passagem datada em 605 AC, prevendo que o cativeiro continuaria 70 anos . Daniel foi levado cativo para esse ano, e agora os 70 anos estavam quase a terminar. A inspiração da Escritura está implícita na passagem, pois ao ler a profecia, Daniel acreditava-se, e se entregou à oração e confissão.
2. A oração de Daniel ( 9: 3-19 )
1. Preparação para a Prayer ( 9: 3-4A )
3  E eu dirigi o meu rosto ao Senhor DEUS, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza. 4  E orei ao Senhor meu DEUS, e confessei, e disse:
Daniel queria iluminação espiritual a respeito dos 70 anos previstos para a punição de Jerusalém. De importância é a preparação que acompanhou a sua oração. Ele começou a procurar, ou seja, colocar-se no lugar onde DEUS quer esclarecê-lo. Com o jejum, e saco e cinza fala da seriedade e humildade, que acompanhou a busca. Para esses atos externos foram adicionados confissão e súplica, o que significa recitação dos pecados e petições fortes para a coisa solicitado. A oração é que tipo de atividade que traz resultados somente em termos de DEUS. A oração traz resultados quando o homem segue as diretrizes divinas e reúna as condições divinas.
Daniel orou ao Senhor, o DEUS que guarda o concerto de Israel, mas se dirigiu a Ele como Adonai Elohim , o forte Mestre. A verdadeira oração reconhece o senhorio de DEUS.
b. Oração de Confissão ( 9: 4b-14 )
Oh, Senhor, o grande e terrível DEUS, que guarda a aliança ea misericórdia para com os que o amam e guardam os seus mandamentos, 5  pecamos, e lidaram perversamente, e perversamente, e se rebelaram, desviando dos teus preceitos e de tuas ordenações; 6  . Não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, os nossos príncipes, e nossos pais, e para todos os povos da terra 7  ó Senhor, pertence a justiça a ti, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê;para os homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, que estão perto, e que estão longe, em todos os países onde os tens lançado por causa das suas transgressões que cometeram contra ti. 8  . Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, ea nossos pais, porque pecamos contra ti 9  Ao Senhor, nosso DEUS, pertencem a misericórdia eo perdão; pois nos rebelamos contra ele, 10  e não temos obedecido à voz do Senhor, nosso DEUS, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos os profetas. 11  Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando- que não devem obedecer à tua voz; por isso a maldição tem sido derramado sobre nós, e o juramento que está escrito na lei de Moisés, servo de DEUS; porque pecamos contra ele. 12  E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito a Jerusalém.13  Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal sobre nós: ainda temos implorado o favor do Senhor nosso DEUS, que devemos convertermos das nossas iniqüidades, e para alcançarmos discernimento na tua verdade. 14  Por isso o Senhor vigiou sobre o mal, eo trouxe sobre nós; porque o Senhor nosso DEUS é justo em todas as obras que ele faz, e nós não temos obedecido à sua voz.
 
 
Daniel 9. 1-3
A Confissão e a Oração de Daniel - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Ao término do capitulo anterior, encontramos Daniel ocupado no serviço do rei. Mas agora o encontramos dedicado a executar tarefas melhores do que qualquer outra que o rei pudesse lhe atribuir, ou seja, falar com DEUS e ouvir a reposta divina. Essa resposta não era endereçada só a ele, mas a toda a igreja, pois Daniel representava a voz de DEUS e era o seu oráculo em tudo que estava relacionado com os dias do Messias. Observe: 1. A ocasião em que Daniel estabeleceu sua comunhão com DEUS (v.1). Foi no primeiro ano do reinado de Dario, o medo, recém-escolhido para ser o rei dos caldeus depois de ter conquistado a Babilônia juntamente com Ciro, seu sobrinho, ou neto. Foi nesse ano que terminou o período dos setenta anos do cativeiro dos judeus. Porém, o decreto para a sua libertação ainda não havia sido proclamado. Parece que a oração de Daniel já estava em sua mente nessa ocasião, provavelmente antes mesmo de ter sido lançado à cova dos leões. Talvez ela tenha servido como um poderoso estímulo para o profeta se manter fiel ao dever de orar sempre. Pois embora isso pudesse lhe custar sua vida, mais tarde serviu também para lhe trazer benefícios e consolos. 2. O que o levou a se dirigir a DEUS através da oração (v. 2). Ele havia entendido, através dos livros, que o Senhor havia fixado um prazo de setenta anos para a permanência das desolações de Jerusalém (v. 2), e o livro que mencionava esse fato era o das profecias de Jeremias (Jr 29.10), no qual havia sido expressamente previsto que depois de se passarem setenta anos na Babilônia (portanto, esse prazo deveria ser entendido a partir do primeiro cativeiro que aconteceu no terceiro ano de Joaquim, e do qual Daniel tinha boas razões para se lembrar, pois ele mesmo havia sido levado prisioneiro), DEUS iria visitá-los para cumprir a boa palavra que havia dito a respeito deles. Também havia sido dito (Jr 25.11) que durante setenta anos aquela terra seria um deserto. A mesma palavra é usada aqui por Daniel para descrever as desolações de Jerusalém. Isto mostra que ele tinha a profecia de Jeremias à sua frente quando escreveu essas palavras. Embora Daniel fosse um grande profeta, e estivesse bem familiarizado com as visões de DEUS, ele também era um diligente estudioso das Escrituras, e não via nada de mais em consultar as profecias de Jeremias. Ele também era um grande político, e um importante ministro de estado de um dos maiores monarcas da terra. No entanto, Daniel encontrava tempo e disposição para buscar a comunhão com DEUS através da leitura da sua Palavra. Os maiores e melhores homens da terra jamais devem pensar que estão acima da Bíblia. 3. Quão solene e grave se tornou a sua comunhão com DEUS quando compreendeu que o prazo de setenta anos estava para terminar (parece, através das datas das profecias de Ezequiel, que esses anos de cativeiro haviam sido contados com precisão). E então ele dirigiu o seu rosto ao Senhor para buscá-lo através da oração. Note que as promessas de DEUS não têm o propósito de substituir, mas de estimular e encorajar as nossas orações. E quando percebemos que o dia do seu cumprimento se aproxima, devemos, com mais empenho, pleiteá-las junto a DEUS, colocando-as em todas as nossas solicitações ao nosso precioso e bendito Senhor. Foi isso que Daniel fez aqui. Ele orou três vezes ao dia e, sem dúvida, mencionou em cada oração as desolações de Jerusalém. No entanto, ele não creu que isso seria suficiente, pois mesmo em meio às suas tribulações conseguiu reservar algum tempo para fazer uma extraordinária solicitação ao Céu a favor de Jerusalém. DEUS havia dito a Ezequiel que mesmo que Daniel, entre outros, se colocasse em sua presença, a sua intercessão não evitaria o castigo (Ez 14.14). No entanto, agora que as hostilidades haviam terminado, o profeta esperava (Is 40.2) que a sua oração pudesse ser ouvida, e o castigo pudesse ser removido. Quando amanhecesse o dia da libertação, o povo de DEUS deveria se colocar em movimento, pois uma coisa extraordinária estaria sendo esperada e exigida dele, além dos sacrifícios diários. Temeroso de que os pecados do povo pudessem levar o justo Senhor a protelar a libertação do povo por mais tempo do que o previsto, Daniel procurava, através da oração e das súplicas, que o povo se preparasse para receber a graça divina da libertação, agora que a providência de DEUS estava a ponto de consegui-la para eles. Então, observe: (1) A energia que sua mente dedicou a essa oração: “E eu dirigi o meu rosto ao Senhor DEUS para o buscar”. Isto revela a firmeza da sua fé e o fervor das suas devotas afeições ao dever. Devemos, em oração, nos colocar na excelsa presença de DEUS, e nos comportar de maneira adequada. Devemos dirigir a nossa oração a Ele, e elevar a Ele os nossos olhos. Provavelmente, como prova de que havia dirigido o seu rosto a DEUS, como lhe era habitual, ele voltou o seu rosto para Jerusalém. A visão das suas desolações emocionaria ainda mais o seu coração. (2) A mortificação que essa oração causou ao seu corpo. Como prova da sua profunda humilhação perante DEUS, por causa dos seus pecados e dos pecados do seu povo, e também pelo senso que tinha da sua própria indignidade, ao orar ele jejuou, vestiu-se com panos de saco, e se sentou sobre as cinzas, a fim de afetar a si mesmo pelas desolações de Jerusalém. Ele estava orando por Jerusalém, para que a situação da cidade melhorasse. Daniel também deveria ser sensível ao fato de que agora estava orando a favor de uma obra extraordinária.
 
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Esdras 1.1-5
A retorna remanescente ( Esdras 1: 1-5) - - Comentário Bíblico WesleyanaOs judeus que moravam na exílio forçado na Babilônia no século VI aC encontrado para a sua boa fortuna que a conquista da Babilônia por Ciro da Pérsia em 539 aC realizada promessa de um novo dia e um futuro brilhante para eles.
A. Proclamação Real RELAÇÃO AO TEMPLO ( 1: 1-11 ; cf. 1 Esdras 2: 1-12 )
A vinda de Ciro na cena mundial anunciou uma nova humanitarismo. Governantes da Assíria e da Babilônia tinha atacado a identidade nacional dos países conquistados, deslocando todo populações. Cyrus, no entanto, inaugurou seu reinado através da concessão de pessoas deslocadas a oportunidade de voltar para suas terras de origem.
1. A Reason ( 1: 1-4 )
1  Agora, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, que a palavra do Senhor pela boca de Jeremias pode ser realizado, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu reino, e colocá- -lo também por escrito, dizendo: 2  Assim diz Ciro, rei da Pérsia, todos os reinos da terra tem o Senhor, DEUS do céu, me deu; e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. 3  Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu DEUS com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do Senhor, o DEUS de Israel (ele é DEUS), que está em Jerusalém. 4  E todo aquele que for deixado, em qualquer lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, com ouro, e com bens, e com gados, além da oferta voluntária para a casa de DEUS, que está em Jerusalém.
Em 538 aC, durante o primeiro ano do reinado de Ciro sobre Babilônia, ele emitiu uma proclamação real que ele foi acusado de construir uma casa ao Senhor em Jerusalém (vv. 1-4 ). Há duas outras contas deste anúncio no livro de Esdras ( 5: 13-15 e 6: 2-5 ).As contas aparecem em uma das seções aramaico e referem-se a proclamação como uma ordem administrativa para a reconstrução do templo em Jerusalém, a expensas real. No entanto, a conta da proclamação no primeiro capítulo tem uma dimensão religiosa.Cyrus é representado como um adorador de Jeová, que autoriza os judeus para retornar à sua terra natal, a fim de que eles possam restaurar o santuário em Jerusalém.
Na célebre "Cilindro de Ciro", uma descoberta arqueológica encontrada no local da antiga Babilônia e datado 536 aC, Ciro inscreveu suas conquistas e generosidades ao deus babilônico Marduk. Ele tinha gravado que ele voltou de todos os ídolos para os povos em cativeiro e concedeu essas pessoas permissão para retornar à sua terra natal. Uma vez que os judeus não tinham ídolos, ele permitiu-lhes tomar os vasos sagrados de seu antigo templo com eles.
2. A resposta ( 1: 5-11 )
5  Então se levantaram os chefes dos pais casas de Judá e Benjamin, e os sacerdotes e os levitas, todos aqueles cujo espírito DEUS despertou, para subirem a edificar a casa do Senhor, que está em Jerusalém. 6  E todos os que estavam rodada lhes firmaram as mãos com vasos de prata, com ouro, com bens e com gado, e com coisas preciosas, afora tudo o que se ofereceu voluntariamente. 7  Também o rei Ciro tirou os utensílios da casa do SENHOR, que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém, e que tinha posto na casa de seus deuses; 8  . Estes tirou Ciro, rei da Pérsia trazer pela mão de Mitredate, o tesoureiro, e entregou contados a Sesbazar, príncipe de Judá 9  E este é o número deles: trinta travessas de ouro, mil travessas de prata, vinte e nove facas, 10  . trinta taças de ouro, taças de prata de um segundo tipo quatrocentas e dez, e mil outros utensílios 11  Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos. Todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro foram conduzidos de Babilônia para Jerusalém.
Uma empresa de judeus responderam ao edital de Cyrus. Eles foram agitados por DEUS para voltar a Jerusalém, a fim de construir o templo (v. 5 ). Assim como o Senhor tinha despertou o espírito de Ciro, por isso Ele despertou o espírito dos judeus exilados.
 
 
Esdras 1.1-5
Ciro Ordena a Soltura de todos os Judeus Cativos na Babilônia e a Edificação do Templo em Jerusalém - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Será oportuno considerar aqui:
1. O estado dos judeus cativos na Babilônia. Era muito deplorável em muitos sentidos; eles estavam debaixo do poder daqueles que os odiavam, não tinham coisa alguma que lhes pertencessem, não tinham Templo, nem altar; se cantassem salmos, seus inimigos os ridicularizavam; e, no entanto, tinham profetas no meio deles. Ezequiel e Daniel foram mantidos distintos dos gentios. Alguns deles foram designados para ficarem na corte, outros estavam confortavelmente estabelecidos no campo, e todos estavam firmados na esperança de que, no devido tempo, voltariam para sua própria terra novamente; nessa expectativa eles mantinham no meio deles a separação das suas famílias, o conhecimento de sua religião e uma aversão à idolatria. 2. O estado do governo debaixo do qual eles se encontravam. Nabucodonosor levou muitos deles para o cativeiro no primeiro ano do seu reinado, que era o quarto ano de Jeoaquim; ele reinou 45 anos; seu filho, Evil-Merodaque, 23 anos, e seu neto, Belsazar, três anos, que somam 70 anos (de acordo com o Dr. Ligthfoot). É imputado a Nabucodonosor, que a seus cativos não deixava ir soltos para a casa deles (Is 14.17). Daniel disse a ele que se tivesse mostrado misericórdia aos pobres judeus, talvez se prolongasse a sua tranqüilidade (Dn 4.27). Mas a medida dos pecados da Babilônia estava finalmente cheia e, então, destruição foi trazida sobre eles por Dario, o medo, e Ciro, o persa (do qual lemos em Daniel 5). Dario, sendo velho, deixou o governo para Ciro, e este foi usado como instrumento na libertação dos judeus. Ele deu ordens quanto à libertação deles tão logo se tornou o senhor do reino da Babilônia, talvez em oposição a Nabucodonosor, cuja família ele tinha liquidado, e porque tinha prazer em desfazer o que Nabucodonosor tinha feito, ou por diplomacia, para tornar atraente seu domínio recém-adquirido, como sendo misericordioso e gentil; ou, como alguns pensam, em uma consideração piedosa à profecia de Isaías, que tinha sido publicada, e era bem conhecida, mais de 150 anos antes, onde ele foi expressamente mencionado como o homem que deveria fazer isso para DEUS, e para quem DEUS faria grandes coisas (Is 44.28; 45.2 ss.), o que talvez foi mostrado a ele pelas pessoas próximas dele. O nome Ciro (dizem alguns) na língua persa, significa sol, porque trouxe luz e cura à Igreja de DEUS, e era um tipo notável de CRISTO, o sol da justiça (veja Ml 4.2). Alguns dizem que seu nome significa pai, e CRISTO é o Pai eterno. Lemos aqui:
I
De onde essa proclamação surgiu. Despertou o SENHOR o espírito de Ciro. Observe: O coração dos reis está na mão do Senhor, e, como os ribeiros de água, ele o muda para onde desejar. Diz-se que Ciro não conhecia a DEUS, nem sabia como servi-Lo; mas DEUS o conhecia, e como servir-se por meio dele (Is 45.4). DEUS governa o mundo pela sua influência sobre os espíritos dos homens. Assim, é DEUS que incita o espírito a fazer o bem, e coloca pensamentos na mente para realizá-lo; Ele dá aos entendidos a capacidade de formar um julgamento justo, e comanda a vontade da forma que deseja. Portanto, Ele deve receber toda a glória de todas as obras que forem feitas, em qualquer momento, para a Igreja de DEUS.
II
A referência em relação à profecia de Jeremias, por meio de quem DEUS não tinha somente prometido que voltariam, mas havia estipulado o tempo. Esse tempo favorável a Sião tinha agora chegado. Foram delimitados 70 anos (Jr 25.12; 29.10); e Aquele que cumpriu a promessa feita acerca da libertação de Israel do Egito naquele mesmo dia (Êx 12.41) seria indubitavelmente tão pontual em relação a esta promessa. O que Ciro fez agora era a confirmação da palavra do servo de DEUS, dada havia muito tempo (Is 44.26). Jeremias, enquanto viveu, era odiado e desprezado; no entanto, a Providência o honrou muito tempo depois, a ponto de um monarca poderoso ser influenciado a agir em conseqüência da palavra do Senhor, pela sua boca.
III
A data dessa proclamação. Foi no seu primeiro ano. Não no primeiro ano do seu reinado sobre a Pérsia, o reino para o qual nasceu, mas o primeiro do seu reinado sobre a Babilônia, o reino que havia conquistado. Esses, cujos espíritos são encorajados a começar com DEUS e a servi-Lo nos seus primeiros anos, são muito honrados.
IV
A publicação do pregão, tanto por escrito como por boca (ele fez passar pregão por todo o seu reino, como uma trombeta do jubileu, um ano sabático alegre depois de muitos anos melancólicos, proclamando liberdade para os cativos), e também em preto e branco: ele o editou por escrito, para que fosse mais satisfatório, e pudesse ser enviado às províncias distantes, onde as dez tribos estavam espalhadas pela Assíria e Média (2 Rs 17.6).
V
O propósito dessa proclamação de liberdade.1. O preâmbulo mostra as causas e considerações pelas quais Ciro foi influenciado (v. 2). Pelo que parece, sua mente foi iluminada com o conhecimento de Jeová (porque assim ele O chama), o DEUS de Israel, como o DEUS vivo e verdadeiro (veja 1 Ts 1.9), o DEUS dos céus, que é o Senhor soberano e dono de todos os reinos da terra; acerca dEle o rei diz (v. 3): ele é o DEUS, o único DEUS, o DEUS acima de todos. Embora não tivesse conhecido a DEUS pelo ensino, DEUS se fez conhecer a ele, que o obrigou a realizar esse serviço com um olho nele. Ciro o faz: (1) Em gratidão a DEUS pelos favores que lhe tinha concedido: O DEUS dos céus me deu todos os reinos da terra. Isso soa um pouco vanglorioso, porque havia muitos reinos na terra que não estavam debaixo do seu poder; mas ele ressalta que DEUS lhe tinha dado tudo que tinha sido dado a Nabucodonosor, cujo domínio, Daniel diz, chegou até à extremidade da terra (Dn 4.22; 5.19). Observe: DEUS é a fonte de poder; os reinos da terra estão à sua disposição; cada parte desses reinos, os homens a têm dEle; e aqueles a quem DEUS confiou grande poder e muitas posses deveriam sentir-se obrigados a fazer muito por Ele. (2) Em obediência a DEUS. Ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém; provavelmente por meio de um sonho ou visão à noite, confirmado ao compará-lo com a profecia de Isaías, onde sua realização foi profetizada. A desobediência de Israel em relação à ordem de DEUS, repetida com freqüência, é agravada pela obediência desse rei pagão.
2. Ele permite que todos os judeus, que estão em seus domínios, voltem para Jerusalém e edifiquem a Casa do SENHOR ali (v. 3). Sua consideração para com DEUS o fez fechar os olhos: (1) Para os interesses seculares do seu governo. Sua orientação política o faria ficar com um número tão elevado de homens úteis em seus domínios; parecia imprudente deixá-los ir e estabelecer-se novamente no seu próprio país; mas a piedade é a melhor diplomacia. (2) Para a honra da religião do seu país. Por que não deu ordens para que edificassem um templo aos deuses da Babilônia ou da Pérsia? Ele cria que o DEUS de Israel era o DEUS dos céus e, por esse motivo, obrigou seu Israel a adorar somente a Ele. Que andem no nome do SENHOR, o seu DEUS (veja Mq 4.5).
3. Ele acrescenta uma ordem para as pessoas do seu reino para ajudar nas despesas daqueles que eram pobres e não tinham condições de suprir suas próprias necessidades (v. 4). “Todos aqueles que ficarem, porque não têm meios para suprir suas despesas para Jerusalém, que os homens do seu lugar os ajudem”. Alguns entendem que essa foi uma ordem aos oficiais do rei, para supri-los do seu provento (como em 6.8). Mas pode significar uma autorização aos cativos para pedir e receber as esmolas e contribuições de caridade de todos os súditos leais do rei. E podemos supor que os judeus tinham se comportado tão bem entre os seus vizinhos que estes estariam dispostos a acomodá-los porque os amavam, ao contrário dos egípcios que estavam fatigados deles. Pelo menos muitos deles estavam dispostos a serem bondosos com os judeus porque perceberam que seriam bem vistos pelo governo. Ciro não somente desejou boa sorte aos que foram (seja seu DEUS com eles, v. 3), mas cuidou para supri-los com as coisas que precisavam. Ele tomou por certo que aqueles que tinham condições ofereceriam dádivas voluntárias para a Casa de DEUS, para favorecer a reconstrução dela. Mas, além disso, ele os supriria do seu próprio reino. Os que desejam o bem para o Templo também devem praticar o bem em relação a ele.
O Retorno de Muitos e as Ordens para a Restituição dos Utensílios do Templo - Lemos aqui:
VI
Como a promulgação de Ciro foi recebida.1. Após ter dado permissão aos judeus para voltarem a Jerusalém, muitos deles subiram para lá (v. 5). Os líderes eram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, homens notáveis e experientes, de quem se poderiam esperar que, uma vez que estavam acima dos seus irmãos em dignidade, também deveriam dar o exemplo em relação ao dever. Os sacerdotes e levitas estavam (como deveria ser) entre os primeiros a colocar o seu rosto novamente em direção a Sião. Se uma boa obra precisa ser feita, que os ministros sirvam de exemplo. Aqueles que os acompanhavam eram os que DEUS tinha inclinado a subir. O mesmo DEUS que tinha tocado o espírito de Ciro para promulgar essa liberdade, tocou os espíritos desses judeus para beneficiar-se dessa liberdade; pois foi promulgada, não por força, nem por violência, mas pelo ESPÍRITO do SENHOR dos Exércitos (Zc 4.6). Talvez fosse forte a tentação, para alguns deles, para ficar na Babilônia. Eles estavam bem instalados ali, tinham se familiarizado com os vizinhos, e estavam prontos a dizer: bom é estarmos aqui (veja Mt 17.4). Os desalentos do seu retorno eram muitos: a jornada era longa, suas esposas e filhos estavam ineptos para a viagem, sua própria terra era uma terra estranha para eles, e a estrada era desconhecida. Vão a Jerusalém! E o que deveriam fazer ali? Ela estava toda em ruínas, e no meio dos inimigos, que os tornariam uma presa fácil para eles. Por causa dessas considerações, muitos estavam inclinados a ficar na Babilônia, pelo menos não desejavam fazer parte da primeira caravana. Mas havia alguns que venceram essas dificuldades, se dispuseram a quebrar o gelo, e não temeram o leão no caminho, o leão nas ruas (veja Pv. 26.13); DEUS animou o espírito deles. Ele, pelo seu ESPÍRITO e graça, encheu-os com uma ambição generosa de liberdade, uma simpatia graciosa pela sua própria terra, e um desejo do exercício livre e público de sua religião. Caso DEUS os tivesse deixado por conta própria, e aos conselhos da carne e do sangue, teriam ficado na Babilônia; mas Ele colocou no coração deles o desejo de dirigir seu rosto para Sião e, como estranhos, perguntar o caminho para lá (Jr 1.5); porque eles, sendo uma nova geração, saíram como o seu pai Abraão dessa terra dos caldeus, não sabendo para onde estavam indo (Hb 9.8). Observe: Todo bem que fazemos, devemos inteiramente à graça de DEUS; Ele eleva o nosso espírito para fazê-lo, operando em vós tanto o querer como o efetuar (Fp 2.13). Nosso espírito naturalmente se inclina para as coisas desta terra. Se ele se move para cima, para realizar uma boa ação, essa inclinação vem de DEUS. O chamado e oferta do Evangelho são semelhantes à proclamação de Ciro. Libertação aos cativos é proclamada (Lc 4.18, ARA). Esses que estão debaixo do domínio iníquo do pecado, são obrigados legalmente ao julgamento justo de DEUS, mas eles podem ser libertos por JESUS CRISTO. Aquele que deseja, por meio de arrependimento e fé, voltar a DEUS, realizar seu dever para com DEUS, obter sua felicidade em DEUS, encontra em JESUS CRISTO o caminho, para que deixe a escravidão do pecado e experimente a liberdade da glória dos filhos de DEUS (veja Rm 8.21). A oferta é geral para todos. CRISTO o faz, de acordo com a outorga que o Pai Lhe concedeu, ou seja, todo o poder no céu e na terra (um domínio muito maior do que o que foi dado a Ciro, v. 2) e da ordem dada a Ele para edificar uma casa a DEUS, de edificar uma Igreja no mundo, um Reino entre os homens. Muitos que ouvem o som alegre escolhem permanecer na Babilônia, nos seus pecados e não se disporão, diante das dificuldades, a viver uma vida santa; mas há alguns que abrirão caminho diante do desânimo e se disporão a edificar a Casa do Senhor, de tornar o céu a sua religião, independentemente do custo, e esses são aqueles cujo espírito DEUS despertou acima do mundo e da carne, a quem Ele fez com se apresentassem voluntariamente no dia do seu poder (Sl 110.3). Assim, a Canaã celestial será repovoada, embora muitos pereçam na Babilônia; e a oferta do evangelho não será feita em vão.
 
 
 
LIÇÃO 6, NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO - Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2011 - CPAD - Jovens e Adultos - NEEMIAS - Integridade e Coragem em Tempos de Crise
Comentários da revista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima - Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
 
 
RESUMO DA LIÇÃO 6, NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO
I - O POVO SE AJUNTOU NA PRAÇA PARA OUVIR A LEITURA DA LEI
1. Reunidos para ouvir a Lei.
2. O povo estava atento à leitura da Lei.
3. O culto de doutrina.
II- O ENSINO BíBLICO
1. Homens preparados para o ensino (Ne 8.7).
2. O líder deve ser apto para o ensino.
3. A Bíblia é a Palavra de DEUS.
III - O ENTENDIMENTO DA PALAVRA GEROU O AVIVAMENTO
1. O ensino significativo.
2. "Comei as gorduras, e bebei as doçuras" (Ne 8.10).
3. "A alegria do Senhor é a nossa força" (Ne 8.10).
 
 
TEXTO ÁUREO
"E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação [u.] E leu nela [...] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei" (Ne 8.2,3)
VERDADE PRÁTICA
Somente o genuíno 'ensino, da Palavra de DEUS é capaz de produzir um verdadeiro avivamento.
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Neemias 8.1-3,5,6,9,10
1 - E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel. 2- E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres e de todos os sábios para ouvirem, no primeiro dia do sétimo mês. 3- E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. 5- E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. 6 - E Esdras louvou o Senhor, o grande DEUS; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! -, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra. 9 - E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso DEUS, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei. 10- Disse-Ihes mais: Ide, e comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entris teçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força. Prezado professor, estudaremos hoje o avivamento ocorrido em Israel sob a liderança de Neemias. O que ali se deu, só foi possível através da leitura e da compreensão que os filhos de DEUS obtiveram da Lei. Devemos compreender que um genuíno avivamento só pode ser deflagrado, com o estudo e prática da Palavra do Senhor DEUS. "Avivamento" sem doutrina bíblica é apenas movimento passageiro que não dá frutos.
 
 
Introdução Nossa:
O avivamento é antes de tudo um amor à Palavra de DEUS e às almas perdidas, despertados pelo desejo de agradar a DEUS, fazendo sua obra.
O avivamento é uma cachoeira do ESPÍRITO SANTO derramada sobre poucos no início, mas que se estende desde o mais tenro menino até atingir o mais idoso dos homens, também contagia os descrentes e doentes de toda uma cidade, podendo chegar a mudar costumes e hábitos de toda uma sociedade.
O início de todo grande avivamento é com a descoberta da Palavra de DEUS.
É a partir do amor à Palavra que nasce o desejo de orar, jejuar, adorar, louvar e evangelizar.
Infelizmente muitos avivamentos nascem através de uma pessoa e quando esta pessoa se afasta, o avivamento perde força e se acaba; por isso, nunca devemos apoiar nosso avivamento em cima de uma só pessoa com o líder, mas colocarmos diversos mestres no centro do mesmo.
Quando não se consegue manter o avivamento, o prejuízo de almas e a entrega ao mundanismo se alastra como chamas de um grande incêndio.
Num grande avivamento, os líderes, tanto políticos como religiosos, se assentam para ouvir a instrução de mestres e se sujeitam à Palavra de DEUS.
 
 
PARA ESTA LIÇÃO, VEJAMOS A LIÇÃO 13 - A DOUTRINA PRODUZ O AVIVAMENTO - 24 de dezembro de 2006  
QUARTO TRIMESTRE DE 2006
TEMA – As verdades centrais da fé cristã
COMENTARISTA : Claudionor Correa de Andrade
É seguindo fielmente os trilhos que a locomotiva, balançando e apitando, chega a seu destino, Assim também aqueles que querem adentrar as mansões celestiais devem seguir firmes os ensinamentos da Bíblia, a Palavra de DEUS, sabendo que muitas serão as tribulações da viagem, mas prossegue-se pregando o evangelho e transmitindo a todos os passantes que JESUS está chegando.  
   
 
 
LIÇÃO 13 - A DOUTRINA PRODUZ O AVIVAMENTO 
“Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (Hc 3.2).  
 O avivamento só é possível através do estudo amoroso, persistente e sistemático da Bíblia Sagrada.
  
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - NEEMIAS 8.2,3,5,6
1 E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel. 2 E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação, assim de homens como de mulheres e de todos os entendidos para ouvirem, no primeiro dia do sétimo mês. 3 E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. 4 E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estavam em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, e Sema, e Anaías, e Urias, e Hilquias, e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, e Misael, e Malquias, e Hasum, e Hasbadana, e Zacarias, e Mesulão. 5 E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. 6 E Esdras louvou o SENHOR, o grande DEUS; e todo o povo respondeu: Amém! Amém!?, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra. 7 E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaías, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto. 8 E leram o livro, na Lei de DEUS, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. 9 E Neemias (que era o 3tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao SENHOR, vosso DEUS, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei.
 
 
8.1 TODO O POVO SE AJUNTOU. Os caps. 8-10 descrevem um dos maiores avivamentos do AT e apontam vários princípios fundamentais para um avivamento e renovação espirituais. O avivamento e a renovação, procedem exclusivamente de DEUS. Os instrumentos que o propiciam são: a Palavra de DEUS (vv. 1-8), a oração (v. 6), a confissão de pecados (cap. 9), um coração quebrantado e contrito (v. 9), renúncia às práticas pecaminosas da sociedade contemporânea (9.2) e renovação do compromisso de andar segundo a vontade de DEUS e de fazer da Palavra de DEUS o nosso viver (10.29).
8.3 ESTAVAM ATENTOS AO LIVRO DA LEI. O avivamento teve início mediante um autêntico retorno à Palavra de DEUS e um esforço decisivo para a compreensão da sua mensagem (v. 8). Durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da lei (vv. 3,18). Uma das principais evidências de um avivamento bíblico entre o povo de DEUS é a grande fome de ouvir e ler a Palavra de DEUS.
8.6 INCLINARAM-SE E ADORARAM O SENHOR. Este capítulo da Bíblia descreve um dos maiores cultos de adoração ao Senhor, de todos os tempos. DEUS deseja a adoração do seu povo e o conclama a adorá-lo continuamente (cf. Sl 29.2; 96.9).
8.7 ENSINAVAM AO POVO NA LEI. Por meio de Esdras e dos levitas, vemos o que deve acontecer sempre que a Palavra de DEUS for ministrada aos fiéis. Muitos dos que voltaram do exílio, já não entendiam o hebraico, uma vez que o seu idioma era agora o aramaico.
Por isso, quando as Escrituras eram lidas em hebraico, um grupo de homens dedicados fazia a interpretação para o aramaico, de tal maneira que os fiéis pudessem compreendê-las a aplicá-las à sua vida. Deste modo, o povo se regozijou "porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber" (v. 12). A Palavra como revelação divina, o arrependimento, o avivamento espiritual e a alegria estão todos potencialmente presentes; eles serão desencadeados pelo ESPÍRITO SANTO, através de mensageiros ungidos que proclamem a Palavra de DEUS, com clareza, poder e convicção.
8.9 TODO O POVO CHORAVA, OUVINDO AS PALAVRAS DA LEI. Quando o povo ouviu e entendeu a Palavra de DEUS, todos experimentaram uma profunda convicção do pecado e da culpa. (1) Os trechos da lei que continham uma clara revelação da condição espiritual do povo podem ter sidos Lv 26 e Dt 28; trechos estes que falam da bênção ou juízo divino, conforme a obediência ou desobediência do povo à Palavra de DEUS. (2) Nos avivamentos, o choro, quando acompanhado de profundo arrependimento (cf. cap. 9), é um sinal da operação do ESPÍRITO SANTO (ver João 16.8). Sentir tristeza pelo pecado e abandoná-lo resulta em perdão divino e alegria da salvação (ver v. 10; Mt 5.4).
 
Avivamento
Hc 3.2 Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia.
Por que razão um DEUS justo silencia e nada faz, quando os ímpios (neste caso, Babilônia uma nação pagã e perversa) devoram aqueles que são mais justos do que eles? Esta foi a  maior dúvida e queixa de Habacuque quando escreveu seu livro. O profeta sabia que o povo em pecado, se inclinando para a violência e injustiça seria, obviamente, submetido ao juízo divino. Ele também tinha convicção de que os caldeus serviriam apenas como instrumento deste justo castigo. Porém, apesar de toda compreensão, ele precisava urgentemente interceder por seu povo. Em meio a tantas indagações, o profeta ora fervorosamente ao Senhor solicitando-Lhe providências e a sua manifestação poderosa em favor de sua nação, pois, caso contrário, não sobreviveriam diante do poderio babilônico. Era necessário uma revolução espiritual para despertar o povo para o arrependimento e, quem sabe, usufruírem  da misericórdia, benevolência e  renovação do Senhor.
1) Medite nos Salmos 80.18,19; 85.4-7; 138.7,8 e responda a pergunta: O que significa avivamento nesses textos? 
2) Qual a bênção do avivamento descrita em Oséias 6.1-3 e 14.7? 
3) Como você acha que sua igreja pode vivenciar o avivamento? 
4) Qual seria o efeito de uma avivamento em sua comunidade?
 
INTRODUÇÃO
Livro de Habacuque, um profeta de Judá, quase desconhecido, mas o que DEUS a ele transmite sobre avivamento é de grande peso espiritual e precisa ser cada vez mais conhecido pelo povo de DEUS.
 
I. O AMBIENTE DO AVIVAMENTO
 O profeta Habacuque escreveu o seu livro pouco antes do seu povo ser subjugado pelos babilônios e levado em cativeiro. O povo de Israel vivia então em grande declínio espiritual como é evidente em passagens como em Habacuque 1.2-5.
1. Oração profunda. “Oração do profeta Habacuque” (v.1).
Oração pessoal, a partir do profeta de DEUS. Todos devem orar muito por um avivamento poderoso, glorioso e soberano, enviado por DEUS.Todos os avivamentos da Bíblia e da história da igreja foram marcados e conservados na atmosfera da oração, jejum, arrependimento, confissão expontânea, quebrantamento de espírito, humilhação diante de DEUS e santidade.
Há crentes que até oram bem quando em grupo, no culto ou noutro lugar, mas sozinhos não; mas precisamos intensificar também a nossa oração intercessória pessoal pela obra de DEUS, como fez Habacuque.
2. Louvor no ESPÍRITO. “Sobre sigionote” (v.1). Trata-se de um termo musical plural, cujo singular (“sigaiom”) aparece na epígrafe do Salmo 7. É uma diretriz para o regente de música sacra na casa de DEUS, que o nosso espaço aqui não comporta detalhar. É também o caso do termo musical “selá” que aparece em 3.3,9,13. Habacuque foi certamente um obreiro levita músico. Em 3.16 ele faz alusão a “meus instrumentos de música”. Ele era um crente-músico, que dependia primeiro da fé em DEUS (2.4), e não primeiramente um músico-crente, que dependesse primeiro da música.Uma igreja reavivada inclui abundante “música de DEUS” (1 Cr 16.42). Em inúmeras congregações nossas, a verdadeira música sacra morreu; seu espaço é preenchido com música e canto tipo passatempo, diversão, animação; sem peso, sem mensagem, sem vida, sem unção, sem melodia, sem graça, sem oração, sem endereço, sem nada.Quando teremos outra vez no culto profetas de música realmente sacra, santa, bíblica, espiritual? “Cânticos espirituais”, que brotam primeiro como fontes, do coração crente (Ef 5.19).3. A Palavra de DEUS. “Ouvi, Senhor, a tua Palavra” (v.2). A Palavra de DEUS abundante, fluente, poderosa, revigorante e renovadora é o grande agente divino para o avivamento. Hoje a Palavra saiu dos púlpitos da maioria das igrejas e foi substituída ardilosamente e quase sempre por música, festas, jograis e apresentações que são “sacrifícios de tolos” que DEUS aborrece.Mas não é só no culto que a mensagem do evangelho foi abafada; também nos periódicos, nas emissoras, no vídeo, etc.
3.Temor de DEUS. “E temi” (v.2). Sem renovação espiritual constante na sua vida, o crente perde aos poucos o repúdio ao pecado, sua sensibilidade espiritual diminui e o temor de DEUS também. Isso afeta seriamente as coisas de DEUS, os valores espirituais, principalmente a santidade de vida e a retidão no viver cotidiano.
4. Renovação espiritual. “Aviva, ó Senhor, a tua obra” (v.2). Precisamente falando, avivar, tem a ver com quem já morreu, e reavivar, com quem ainda tem vida. O anjo da igreja de Sardo tinha nome no rol dos vivos, mas estava morto espiritualmente (Ap 3.1). A nova vida em CRISTO é chamada ressurreição (Cl 3.1; 2.13; Ef 2.1; 5.14). Verdades pertinentes à renovação espiritual:
a) Avivamento do povo. A “obra” de DEUS a ser avivada no v.2 é o seu povo e não as instituições, seus pertences e objetos. Ver Is 29.23 “seus filhos, a obra das minhas mãos”; Ef 2:10 “somos feitura sua, criados em CRISTO JESUS ”.Que é avivar espiritualmente? É uma operação soberana, irresistível e sobrenatural do ESPÍRITO SANTO na igreja para trazê-la de volta ao real cristianismo bíblico como retratado no livro padrão da igreja – Atos dos Apóstolos. Ao avivar e reavivar a igreja, Ele salva crentes inconversos dentro da igreja, liberta os crentes carnais, realiza prodígios (e não apenas milagres conhecidos), levanta os caídos. JESUS batiza multidões com o ESPÍRITO SANTO, os crentes buscam a vida santificada, os perdidos buscam a salvação (como nos avivamentos de Mt 3.1-5; At 16.30) e prevalece o espírito de unidade de alma entre os crentes e não apenas união de cabeças, externa, egoísta e efêmera. Ver Jo 6.66,67.
a) O momento do avivamento. “No meio dos anos” (v.2). Isto é, agora. “Meio” fala também de equilíbrio.
b) O esvaziamento do eu. “Lembra-te da misericórdia” (v.2). No avivamento, méritos humanos são esquecidos e só DEUS é glorificado do maior ao menor, na unidade do ESPÍRITO.
 
 
 II. OS FATOS DO AVIVAMENTO 
 O profeta Habacuque primeiro “viu” certos fatos de um avivamento (1.1; 2.2,3; 3.7). Ele era homem de fé, a qual vê o invisível de DEUS, que a visão espiritual comum não alcança. Mas o profeta também “ouviu” de DEUS (3.2,16). No avivamento que iniciou-se em Jerusalém e propagou-se pela Judéia, Samaria e até aos confins da terra, certos fatos sobrenaturais aconteceram. Ouviu-se do céu um som como de um volumoso vento, rápido e forte. Foram vistas línguas repartidas como que de fogo. O ESPÍRITO SANTO encheu a todos, e falaram noutras ínguas.
O que chamam de avivamento em muitos lugares não é “do céu” (At 2.2), mas de homens e mulheres, que estão enganando, ou foram enganados.
1. O que DEUS fez ontem pode fazer hoje. “DEUS veio de Temã” (v.3).A partir daqui o profeta faz um resumo dos feitos miraculosos de DEUS ao tirar Israel da servidão do Egito, conduzi-lo através do deserto consumidor e estabelecê-lo em Canaã, ocupada por poderosas nações pagãs. Temã era a invencível cidade-fortaleza, capital de Edom. Designava também o território a leste do deserto de Parã. Nada pode se suster diante do poder de DEUS. Nos vv. 3-15, os atos de DEUS em favor de Israel estão todos no tempo passado! DEUS fez! (Dt 33.2). DEUS ainda está no controle da situação decadente da igreja em muitos lugares, mesmo parecendo que os maus adoradores e maus obreiros estão a fazer como lhes apraz. O grande avivamento que deu origem a Assembléia de DEUS e outras igrejas do mesmo quilate, no início do século passado, DEUS pode reconduzi-lo, e ainda maior, se nós o seu povo lhe clamarmos dia e noite, humilhados na sua presença. Ler 2 Cr 7.14,15. Não são os incrédulos que impedem um avivamento do alto, na igreja; são os crentes, quando se entregam a negligência, ao mundanismo (2 Cr 7.14).
2. Santidade. “O SANTO” (v.3). Assim DEUS é declarado. Ele é santo num sentido único, e seus seguidores precisam ser santos. Os atos gloriosos que DEUS realizou no meio de Israel durante a peregrinação no deserto e o culto divino no tabernáculo em todos os pormenores falavam da santidade de DEUS. Ele não modificou seus padrões. Hoje fala-se muito em poder, mas pouco em santidade, o que denota um falso evangelho, pois a santidade é um atributo de DEUS tanto quanto o seu poder. No princípio das Escrituras DEUS anunciou ao seu povo, “sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44). No final do Novo Testamento DEUS volta a anunciar a mesma verdade, em 1 Pe 1.15,16 mostrando assim que a santidade deve ser uma virtude perene do seu povo.
3. Gloria divina manifesta. “A sua glória cobriu os céus” (v.3). A igreja é no presente a habitação de DEUS aqui (2 Co 6.16), assim como o foi seu povo Israel no passado. “Glória na igreja”, está dito em Efésios 3.21. Este é o propósito de DEUS, mas o apego da igreja à desobediência, ao conformismo, à tolerância e transigência quanto às trevas impedem um avivamento. Sempre que a igreja se mistura com o mundo fica parecida com ele como aconteceu com Israel no passado, e a glória divina se afasta.Podemos dar glória, cantar vitórias, simular glória, e falar de glória, mas outra coisa é “a Sua Glória” manifestar-se e permanecer entre nós. É o quadro de Efésios 5.27. Sem esta divina glória na igreja, a morte com sua frieza instala-se. Quando a glória se foi, no passado, veio a tragédia nacional sobre Israel com a perda da arca do concerto, a derrota do exército na batalha e a extinção da fé simbolizada na morte de Eli, o sumo sacerdote, seus dois filhos, e ainda a esposa de um deles. 
4. Louvor celestial. “A terra encheu-se do seu louvor” (v.3). Não é louvor artificial, como está a acontecer por toda parte: cânticos e músicas sem unção divina, sem mensagem bíblica, sem endereço certo, com letra deturpada, com melodia, ritmo e andamento copiados do mundo, e que só satisfazem a carne. Um real avivamento do alto santifica também o louvor ao Senhor. É o “seu” louvor (v.3).Observe-se que a Palavra afirma “A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor”. Isto é, o louvor como resultado da presença da glória divina. É a glória de DEUS, sua presença pessoal, direta e abundante, buscada e manifesta que origina a adoração. O louvor, como sacrifício espiritual ao Senhor, por sua vez conduz à adoração, como vemos em 2 Cr 29.27,30.
5. Poder celestial. “Raios brilhantes saiam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força” (v.4). Como avivar os mortos e reavivar os que “não tem nenhum vigor”, como diz Isaías, senão pelo poder vivificador do ESPÍRITO? (Ez 37.14). Três alusões ao poder avivador de DEUS, no v.4.1) “Raios” é literalmente “chifres”, que na simbologia bíblica fala do poderio; 2) “Sua mão” que reflete poder; uma figura muito difundida na Bíblia; 3) “Sua força”, o poder do Senhor que sempre opera nos avivamentos.Observemos ainda que DEUS não concede seu poder indiscriminadamente: “o esconderijo da Sua força”.
6. Milagres de curas. Adiante dEle ia a peste, e raios de fogo sob seus pés (v.5). As doenças fogem diante de JESUS. “Raízes de Fogo”, a conhecida Versão Berkeley traduz por “febre alta” nas doenças. DEUS opera milagres.
7. O pecado, DEUS não o dissimula. “Parou, e mediu a terra” (v.6). O ato de medir em textos como estes fala de julgamento de pecado. De fato, os avivamentos bíblicos e da história da igreja sempre conduzem o povo de DEUS a uma maior santidade prática de vida, “em toda maneira de viver”, como está escrito em 1 Pedro 1.16.Aquela nossa decisão firme de romper com todo pecado e apegar-se à santidade, quando da nossa conversão, devia continuar pelo resto da vida, o que não acontece, a menos que o crente busque renovar-se e reencher-se do ESPÍRITO, como nos diz Efésios 5.18: “Continuai cheios do ESPÍRITO” (literalmente).  
  
III. A CONTINUAÇÃO DO AVIVAMENTO 
 A história da igreja mostra claramente que vez por outra ela atravessa períodos de marasmo espiritual, apresentando frieza, abertura ao secularismo, organização demasiada e por fim uma quase letargia por falta de vida, poder, fervor e unção que só o ESPÍRITO SANTO comunica. Tal quadro torna-se ainda mais difícil quando os dirigentes de obra também acomodam-se a esse estado anormal de coisas e não advertem, nem conclamam o povo para um completo retorno a DEUS e à uma vida cristã normal, abundante, ativa, zelosa pelas coisas de DEUS e acima de tudo cheias do ESPÍRITO. A Palavra de DEUS por Habacuque, fala-nos de alguns elementos espirituais que um avivamento deve buscar e preservar para que possa continuar. Fica evidente que sem leitura e estudo da bíblia nada permanecerá.
1. Humilhação do povo diante de DEUS (v.16). O quebrantamento de espírito do profeta, aliado à sua profunda humilhação diante de DEUS e seu sentimento de indignidade representa uma das condições do povo para a continuidade de um avivamento. Num avivamento só DEUS é grande e toda glória humana se esvai. Habacuque era um obreiro de destaque no magnificente templo de Jerusalém, mas vêmo-lo aqui quebrantado em seu espírito (“meu ventre; meus ossos; dentro de mim, v.16). A humildade de que DEUS se agrada é primeiramente a de espírito e daí permeia todo o seu ser (Is 57.15; 1 Pe 5.6). Quem é grande em si mesmo não pode ser servo, e quem é servo não pode ser grande em si mesmo.
 
2. Fé inabalável em DEUS. “Todavia eu me alegrarei no Senhor” (v.18). Uma das proezas da fé são os seus “todavias”, os quais não são muitos na Bíblia, pois trata-se da fé sob prova no sofrimento. No avivamento nem tudo são bênçãos,regozijo, maravilhas do Senhor. De muitas maneiras o inimigo reage contra os santos e a fé é testada; porém, mesmo assim, ainda assim, contudo, todavia, o crente fiel continua firme.Um avivamento real não persistirá se nele vier a predominar o emocionalismo, a imaturidade, a pseudo liderança e a ausência da doutrina bíblica. O segredo é a fé e seu exercício segundo a Palavra (Mt 9.29).
a) Fé independente de prosperidade material. No versículo 17 Está a prosperidade material atingida. É a fé sob prova. É a figueira sem flor, a videira sem fruto, a oliveira sem óleo, os campos sem produção e a extinção dos rebanhos pela perda irreparável de “ovelhas” e “vacas”, que são indispensáveis à reprodução. O “todavia eu me alegrarei no Senhor”, do versículo 18, ensina-nos que nossa fé não deve estar em coisas e bens terrenos, mas no Senhor! Aleluia! Sim, a fé num avivamento real e permanente não deve depender da prosperidade material e sim esta daquela.
b) A fé e sua senda no avivamento. Habacuque é o livro da fé no Antigo Testamento.
1) Em Habacuque capítulo 1, vemos a fé voltada para DEUS, em oração; “a oração da fé”, de que fala Tiago. A situação era terrivelmente crítica em todos os sentidos nos dias de Habacuque, mas aquele profeta-músico afirma sua fé em DEUS, orando (1.2-4, 12-17).
2) No capítulo 2, a fé contempla a visão da vinda do Senhor (vv.2,3) e também o triunfo do justo mediante a fé, até aquele dia, “mas o justo pela sua fé viverá” (v.4; Hb 10.37,38). Na esfera do natural, a praxe é ver para crer, mas na esfera espiritual é crer para ver (v.4; Jo 11.40).
3) No capítulo 3, a fé em DEUS, canta na certeza da vitória. Trata-se de um hino a DEUS (v.19b) contendo uma oração (v.1). Num avivamento bíblico a oração (cap. 1), a fé (cap. 2) e o louvor (cap. 3) são elementos preciosos que se completam.
 
3. A força do Senhor. “Jeová, o Senhor, é minha força” (v.19). Duas grandes lições divisa-se aqui.
1) A responsabilidade pessoal de cada crente: “minha” (e não apenas nossa).
2) O crente sempre depender do poder do Senhor (força).  
  
CONCLUSÃO
No avivamento bíblico registrado em Habacuque, a oração (cap.1), a fé (cap.2) e o louvor cap.3) são elementos preciosos que se completam.Busquemos ao Senhor incessantemente por este avivamento, e ele certamente virá.
  
SÍNTESE TEXTUAL: O termo hebraico traduzido por “avivar” em Hc3.2, aparece em diversos textos do Antigo Testamento com o sentido de “viver”, “ter vida”, “ser vivificado”, “restaurar”, “curar”, entre outros importantes sentidos – todos traduzem o verbo hāya, “viver” ou “ter vida”. Portanto, avivamento, no contexto de Habacuque, contempla tanto o sentido imediato de reviver, renovar; quanto o sentido escatológico de pôr em execução o programa salvífico de DEUS  (Hc 1.5-2; At 2.16-21).
 
Resumo da revista:
COMENTÁRIO: INTRODUÇÃO
 Certa feita, declarou Charles Finney: “Todos os ministros devem ser ministros de avivamento, e toda pregação deve ser pregação de avivamento”. Um ministro de avivamento é um obreiro comprometido com o ensino sistemático da Bíblia.
 
I. O QUE É O AVIVAMENTO
Retorno aos princípios que caracterizavam a Igreja Primitiva. Retorno à Bíblia como a nossa única regra de fé e prática. Retomada da oraçãoRegresso à Grande Comissão, cujo lema continua a ser: Até aos confins da terra.
 
II.  HABACUQUE E O AVIVAMENTO (Hc 3.2) 
Despertamento dos judeus a reerguerem-se como sua particular herança, a fim de que proclamem o seu conhecimento entre as nações.   
 
(Extra BEP) 3.2 AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA NO MEIO DOS ANOS.
Habacuque sabia que o povo de DEUS havia pecado, e, conseqüentemente, seria submetido ao juízo divino. Nestas circunstâncias, faz duas petições:
(1) Pede a DEUS que apareça entre o seu povo com nova manifestação de poder. Habacuque está ciente de que o povo não sobreviveria se o Senhor não interviesse com um derramamento de sua graça e de seu ESPÍRITO. Somente assim haveria verdadeira vida espiritual entre os fiéis.
(2) Habacuque ora para que DEUS se lembre da misericórdia em tempos de aflição e angústia. Sem a sua misericórdia, o povo haveria de perecer. Hoje, com os alicerces da igreja sendo abalados, quando há aflição por todos os lados, imploremos ao Senhor que torne a manifestar sua misericórdia e poder para que haja vida e renovação entre o seu povo.
 
III.  O AVIVAMENTO E A PALAVRA DE DEUS
O avivamento promovido pelo bom rei Josias teve início com a descoberta do Livro da Lei na Casa do Senhor (2 Rs 22.8).
(Extra BEP) O LIVRO DA LEI. O "livro da lei" que Hilquias achou, tratava-se da lei que fora dada "pelas mãos de Moisés" (2 Cr 34.14); era, sem dúvida, um exemplar do Pentateuco, ou seja: os cinco primeiros livros da Bíblia (cf. 23.25; Dt 31.24-26). Essa descoberta dá testemunho da mão providente e soberana de DEUS, cuidando da sua Palavra inspirada, protegendo-a da destruição pelos idólatras e apóstatas. Realmente, a inspirada Palavra de DEUS escrita é indestrutível (Is 40.8).
 
1. Um avivamento superficial (2 Rs 23.25). Morrendo o rei, morreu o avivamento (2 Rs 23.31-37). 
(Extra BEP) 23.25 E ANTES DELE NÃO HOUVE REI SEMELHANTE. Josias é descrito aqui como o mais fiel e consagrado de todos os reis que já tinham reinado sobre o povo de DEUS, inclusive o próprio Davi (ver 2 Sm 12.7-15). Em termos da dedicação pessoal a DEUS e fidelidade à sua Palavra, Josias foi o maior de todos os reis (cf. 18.5; Dt 6.5; Jr 22.15,16).
23.26 O SENHOR SE NÃO DEMOVEU... DA SUA GRANDE IRA. Apesar da liderança moral de Josias e do avivamento e reformas espirituais que ele promoveu, Judá como nação se arruinara a tal ponto que sua recuperação nacional, geral e duradoura já não seria possível. A condenação de Judá foi apenas adiada (ver Jr 11; 13.27), pois tanto o povo como os sacerdotes tinham um coração maligno.
Por isso, depois da morte de Josias, rapidamente a nação degenerou-se espiritual e moralmente, e DEUS teve de destruir o Reino do Sul em apenas vinte e dois anos mais tarde.
 
2. Um avivamento mais duradouro. Sob a liderança de homens como Zorobabel e Neemias, começaram a ser instruídos por Esdras na Lei de DEUS. Leia Neemias 8.
De Esdras a João Batista, anunciando a chegada do Reino de DEUS com a vinda de JESUS CRISTO (Mt 3.1-11).  
(Extra BEP) 1.1 A PALAVRA DO SENHOR, POR... JEREMIAS. Jeremias tinha predito que os judeus permaneceriam no cativeiro, no país de
Babilônia por setenta anos, para então voltar a Judá (Jr 25.11,12; 29.10). Pode-se calcular o cativeiro de setenta anos, a partir da
primeira leva de cativos em 605 a .C., no terceiro ano de Jeoiaquim (2 Rs 24.1; Dn 1.1) até 538 a .C. (aproximadamente setenta anos
depois), quando, então, o povo começou a retornar a sua pátria (ver 2.1 *).
1.1 DESPERTOU O SENHOR O ESPÍRITO DE CIRO. O Senhor DEUS executa o plano da redenção no decurso da história, até o seu final determinado. No cumprimento disto, DEUS, às vezes, resolve humilhar governantes poderosos (e.g., Nabucodonosor, Dn 4), ordenar juízo destruidor contra reis (e.g., Faraó, por ocasião do êxodo, Êx 14; Belsazar, em Babilônia, Dn 5), ou elevar um dirigente internacional (e.g., o rei Ciro da Pérsia, v. 2), a fim de cumprir a sua palavra e realizar os seus propósitos. Ao despertar o espírito de Ciro, para ser benevolente para com os vencidos e exilados, DEUS fez cumprir-se a tempo a sua promessa feita através de Jeremias. Provérbios declara que o coração do rei é como ribeiros de águas na mão do SENHOR; a tudo quanto quer o inclina, a fim de garantir a marcha contínua da redenção e desfecho da história (Pv 21.1).
1.2 CIRO, REI DA PÉRSIA. Cerca de 160 anos antes do aparecimento de Ciro, Isaías predissera a respeito de um governante chamado Ciro, que permitiria a volta dos judeus à sua pátria, para reedificarem Jerusalém e o templo (Is 41.2; 44.26-28; 45.1,4,5,13).
1.5 AQUELES CUJO ESPÍRITO DEUS DESPERTOU. Mediante o ESPÍRITO SANTO, DEUS despertou o coração dalguns do seu povo para voltarem à sua pátria (ver Fp 2.13). Cerca de 50.000 pessoas atenderam ao chamado do Senhor para participarem dessa primeira viagem de retorno à Palestina. Note que os outros permaneceram no exílio (vv. 4,6); o propósito desses era animar e apoiar os que agora voltavam à terra de Judá.
1.8 SESBAZAR. Sesbazar, o primeiro governador nomeado, dos exilados que voltavam (cf. 5.14,16), pode ter sido outro nome de Zorobabel (cf. 2.2; 3.2,8; 4.3).
 
IV. O ESTUDO DA PALAVRA DE DEUS
Os judeus foram despertados pelo ensino amoroso e persistente da Palavra de DEUS.
1. O anseio do povo pelo ensino da Palavra. (Ne 8.1). Desejo pela Palavra é o princípio do avivamento.
2. O compromisso de Esdras com a Palavra.  Observemos o compromisso de Esdras com o ensino das Sagradas Escrituras   (Ne 8.2).
3. O ensino persistente da Palavra. A  instrução bíblica estendeu-se da alva ao meio dia (Ne 8.3).
4. A explicação da Palavra. Ensino da Palavra de DEUS inteligível e claro para toda a nação (Ne 8.8).
5. O avivamento que vem do ensino da Palavra. Já devidamente instruído na Palavra de DEUS, o povo pôs-se a chorar; a Palavra de DEUS era irresistível; o avivamento havia chegado. Entretanto, o que era choro, converteu-se em júbilo (Ne 8.12).
 
CONCLUSÃO
De acordo com Arthur Wallis, o avivamento é a intervenção divina no curso normal das coisas. No tempo de Esdras, o avivamento veio através do ensino das Sagradas Escrituras. Portanto, se quisermos igrejas avivadas, comecemos pela Palavra de DEUS. Sem ela, não pode haver avivamento. (Extra BEP = Bíblia de Estudos Pentecostal - CPAD) 
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reconhecendo a importância do estudo da Palavra de DEUS e cônscios de que o avivamento só pode ser real quando há o compromisso do crente em relação à Bíblia, reproduza o quadro abaixo afixando-o em uma cartolina ou fazendo cópias para os seus alunos. Converse com eles acerca das grandes reivindicações da Bíblia. Relembre-os de que Israel pecava pelo simples fato de haver se esquecido da Lei do Senhor. É de suma importância que guardemos no coração os ensinamentos da Bíblia Sagrada. Somente através da Palavra de DEUS poderemos viver um genuíno avivamento.
   
A PALAVRA DE DEUS 
Is 55.10,11 “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.”

A NATUREZA DA PALAVRA DE DEUS.
A expressão “a palavra de DEUS” (também “a palavra do Senhor”, ou simplesmente “a palavra”) possui várias aplicações na Bíblia.
(1) Obviamente, refere-se, em primeiro lugar, a tudo quanto DEUS tem falado diretamente. Quando DEUS falou a Adão e Eva (e.g., Gn 2.16,17; Gn 3.9-19), o que Ele lhes disse era, de fato, a palavra de DEUS. De modo semelhante, Ele se dirigiu a Abraão (e.g., Gn 12.1-3), a Isaque (e.g., Gn 26.1-5), a Jacó (e.g., Gn 28.13-15) e a Moisés (e.g., Êx 3–4). DEUS também falou à totalidade da nação de Israel, no monte Sinai, ao proclamar-lhe os dez mandamentos (ver Êx 20.1-19). As palavras que os israelitas ouviram eram palavras de DEUS.
(2) Além da fala direta, DEUS ainda falou através dos profetas. Quando eles se dirigiam ao povo de DEUS, assim introduziam as suas declarações: “Assim diz o Senhor”, ou “Veio a mim a palavra do Senhor”. Quando, portanto, os israelitas ouviam as palavras do profeta, ouviam, na verdade, a palavra de DEUS. (3) A mesma coisa pode ser dita a respeito do que os apóstolos falaram no NT. Embora não introduzissem suas palavras com a expressão “assim diz o Senhor”, o que falavam e proclamavam era, verdadeiramente, a palavra de DEUS. O sermão de Paulo ao povo de Antioquia da Pisídia (At 13.14-41), por exemplo, criou tamanha comoção que, “no sábado seguinte, ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a palavra de DEUS” (At 13.44). O próprio Paulo assegurou aos tessalonicenses que, “havendo recebido de nós a palavra da pregação de DEUS, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de DEUS” (1Ts 2.13; cf. At 8.25).
(4) Além disso, tudo quanto JESUS falava era palavra de DEUS, pois Ele, antes de tudo, é DEUS (Jo 1.1,18; 10.30; 1Jo 5.20). Lucas, escritor do terceiro evangelho, declara explicitamente que, quando as pessoas ouviam a JESUS, ouviam na verdade a palavra de DEUS (Lc 5.1). Note como, em contraste com os profetas do AT, JESUS introduzia seus ditos: Eu “vos digo...” (e.g., Mt 5.18,20,22,23,32,39; 11.22,24; Mc 9.1; 10.15; Lc 10.12; 12.4; Jo 5.19; 6.26; 8.34). Noutras palavras, Ele tinha dentro de si mesmo a autoridade divina para falar a palavra de DEUS. É tão importante ouvir as palavras de JESUS, pois “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação” (Jo 5.24). JESUS, na realidade, está tão estreitamente identificado com a palavra de DEUS que é chamado “o Verbo” [“a Palavra”] (Jo 1.1,14; 1Jo 1.1; Ap 19.13-16; ver Jo 1.1).
(5) A palavra de DEUS é o registro do que os profetas, apóstolos e JESUS falaram, i.e., a própria Bíblia. No NT, quer um escritor usasse a expressão “Moisés disse”, “Davi disse”, “o ESPÍRITO SANTO diz”, ou “DEUS diz”, nenhuma diferença fazia (ver At 3.22; Rm 10.5,19; Hb 3.7; 4.7); pois o que estava escrito na Bíblia era, sem dúvida alguma, a palavra de DEUS.
(6) Mesmo não estando no mesmo nível das Escrituras, a proclamação feita pelos autênticos pregadores ou profetas, na igreja de hoje, pode ser chamada a palavra de DEUS.
(a) Pedro indicou que, a palavra que seus leitores recebiam mediante a pregação, era palavra de DEUS (1Pe 1.25), e Paulo mandou Timóteo “pregar a Palavra” (2Tm 4.2). A pregação, porém, não pode existir independentemente da Palavra de DEUS. Na realidade, o teste para se determinar se a palavra de DEUS está sendo proclamada num sermão, ou mensagem, é se ela corresponde exatamente à Palavra de DEUS escrita.
(b) O que se diz de uma pessoa que recebe uma profecia, ou revelação, no âmbito do culto de adoração (1Co 14.26-32)? Ela está recebendo, ou não, a palavra de DEUS? A resposta é um “sim”. Paulo assevera que semelhantes mensagens estão sujeitas à avaliação por outros profetas. Todavia, há a possibilidade de tais profecias não serem palavra de DEUS (ver 1Co 14.29). É somente em sentido secundário que os profetas, hoje, falam sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO; sua revelação jamais deve ser elevada à categoria da inerrância (ver 1Co 14.31). 
O PODER DA PALAVRA DE DEUS.
A palavra de DEUS permanece firme nos céus (Sl 119.89; Is 40.8; 1Pe 1.24,25). Não é, porém, estática; é dinâmica e poderosa (cf. Hb 4.12), pois realiza grandes coisas (55.11).
(1) A palavra de DEUS é criadora. Segundo a narrativa da criação, as coisas vieram a existir à medida que DEUS falava a sua palavra (e.g., Gn 1.3,4,6,7,9). Tal fato é resumido pelo salmista: “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus” (Sl 33.6, 9); e pelo escritor aos Hebreus: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados” (Hb 11.3; cf. 2Pe 3.5). De conformidade com João, a Palavra que DEUS usou para criar todas as coisas foi JESUS CRISTO (Jo 1.1-3).
(2) A palavra de DEUS sustenta a criação. Nas palavras do escritor aos Hebreus, DEUS sustenta “todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3; ver também Sl 147.15-18). Assim como a palavra criadora, essa palavra relaciona-se com JESUS CRISTO segundo Paulo insiste: “todas as coisas subsistem por ele [JESUS]” (Cl 1.17).
(3) A palavra de DEUS tem o poder de outorgar vida nova. Pedro testifica que nascemos de novo “pela palavra de DEUS, viva e que permanece para sempre” (1Pe 1.23; cf. 2 Tm 3.15; Tg 1.18). É por essa razão que o próprio JESUS é chamado o Verbo da vida (1Jo 1.1).
(4) A palavra de DEUS também libera graça, poder e revelação, por meio dos quais os crentes crescem na fé e na sua dedicação a JESUS CRISTO. Isaías emprega um expressivo quadro verbal: assim como a água proveniente do céu faz as coisas crescerem, assim a palavra que sai da boca de DEUS nos leva a crescer espiritualmente (55.10,11). Pedro ecoa o mesmo pensamento ao escrever que, ao bebermos do leite puro da palavra de DEUS, crescemos em nossa salvação (1Pe 2.2).
(5) A palavra de DEUS é a arma que o Senhor nos proveu para lutarmos contra Satanás (Ef 6.17; cf.Ap 19.13-15). JESUS derrotou Satanás, pois fazia uso da Palavra de DEUS: “Está escrito” (i.e., “consta como a Palavra infalível de DEUS”; cf. Lc 4.1-11; ver Mt 4.1-11).
(6) Finalmente, a palavra de DEUS tem o poder de nos julgar. Os profetas do AT e os apóstolos do NT freqüentemente pronunciavam palavras de juízo recebidas do Senhor. O próprio JESUS assegurou que a sua palavra condenará os que o rejeitarem (Jo 12.48). E o autor aos Hebreus escreve que a poderosa palavra de DEUS julga “os pensamentos e intenções do coração” (ver Hb 4.12). Noutras palavras: os que optam por desconsiderar a palavra de DEUS, acabarão por experimentá-la como palavra de condenação.
NOSSA ATITUDE ANTE A PALAVRA DE DEUS.
A Bíblia descreve, em linguagem clara e inconfundível, como devemos proceder quanto a palavra de DEUS em suas diferentes expressões:
(A) Devemos ansiar por ouvi-la (1.10; Jr 7.1,2; At 17.11)
(B) Procurar compreendê-la (Mt 13.23).
(C) Louvar, no Senhor, a palavra de DEUS (Sl 56.4,10),
(D) Amá-la (Sl 119.47,113),
(E) Dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16,47).
(F) Aceitar o que a palavra de DEUS diz (Mc 4.20; At 2.41; 1Ts 2.13),
(G) Ocultá-la nas profundezas de nosso coração (Sl 119.11),
(H) Confiar nela (Sl 119.42),
(I) Colocar a nossa esperança em suas promessas (Sl 119.74,81,114; 130.5).
(J) Obedecer ao que ela ordena (Sl 119.17,67; Tg 1.22-24)
(K) Viver de acordo com seus ditames (Sl 119.9).
 
DEUS conclama os que ministram a palavra (cf. 1Tm 5.17) a:
(A) Manejá-la corretamente (2Tm 2.15),
(B) Pregá-la fielmente (2Tm 4.2).
Todos os crentes são convocados a proclamarem a palavra de DEUS por onde quer que forem (At 8.4).
 
 
COMPLETUDE DA BÍBLIA
Completude: Aquilo que é, ou está completo.
Há realmente necessidade de DEUS ainda revelar coisas para que sejam catalogadas na Bíblia, hoje em Dia?
Creio que não. Desde de Adão até os apóstolos, DEUS revelou seu plano de redenção ao homem, falando diretamente aos homens escolhidos por Ele, ou através de seus profetas.
À medida que DEUS ia revelando seu plano, ordenou que fosse escrito para lembrança e confirmação de suas Palavras, também confirmou sua mensagem com sinais e milagres. Foi no livro do profeta Jeremias, no capítulo 31, já próximo ao final do Velho Testamento que DEUS prometeu fazer uma nova aliança com seu povo, também complementando sua mensagem escrita através dos evangelhos e escritos do Novo Testamento. A Nova aliança foi anunciada e realizada em JESUS CRISTO. O ESPÍRITO SANTO cuidou de orientar e revelar a escrita do evangelho através dos apóstolos e discípulos de JESUS (João 16:12-13). O evangelho foi completamente revelado e confirmado no primeiro século (Hebreus 2:3-4).
 
 
A INERRÂNCIA DAS ESCRITURAS
O conceito de inerrância das Escrituras contraria alguns críticos modernos que não aceitam a infalibilidade das Escrituras. Tais críticos julgam 
haver erros nas Escrituras em razão de encontrarem nelas palavras divinas e humanas. Para nós que cremos na inspiração plena das Escrituras 
estamos convictos de que as dificuldades nela encontradas não representam erros e, geralmente, são explicadas pelos textos paralelos 
encontrados em toda a Bíblia. 
A verdade divina revelada nas Escrituras é apresentada de modo explícito, certo e transparente. 
O ensino genuíno das Escrituras não tem discrepâncias doutrinárias; é único em todo o mundo e adaptável a qualquer cultura (Jo 17.17; 1 Rs 
17.24; Sl 119.142,151; Pv 22.21).
a- A infalibilidade das Escrituras. As Escrituras são a infalível Palavra de DEUS. A sua infalibilidade tem sido alvo de muita contestação 
especialmente entre os chamados "racionalistas" que endeusam a razão humana, sem perceberem que ela é falha, afirmam que o racionalismo 
científico, com seus métodos de estudo e pesquisa, será capaz de analisar e responder todas as indagações do homem. Porém, são 
completamente limitados quando analisam coisas espirituais, além da matéria. 
A ciência é incapaz de estudar elementos que não são pesados ou medidos, como a alma humana. Portanto, o poder sobrenatural das Escrituras 
não pode ser analisado em laboratório, porque refere-se a algo milagroso e sobrenatural.
b- A autoridade divina e humana das Escrituras. Indiscutivelmente a Bíblia tem dupla autoridade. A autoridade divina é demonstrada pela 
infalibilidade das Escrituras, uma vez que elas têm origem em DEUS e são a expressão de sua mente. A humana é reconhecida pelo fato de DEUS 
ter escolhido, pelo menos 40 homens, os quais receberam a sua Palavra e a transmitiram na forma escrita.
 
DEUS não pode errar. A Bíblia é a Palavra de DEUS. Portanto, a Bíblia está isenta de erros.
Todo estudante de lógica sabe que estas três frases, da maneira como estão montadas, compõem um silogismo. Esta forma de raciocínio é totalmente válida como argumento comprobatório. As duas primeiras frases são chamadas de premissas. A última é a conclusão. Se as premissas são verdadeiras, a conclusão também será verdadeira. Portanto, o silogismo acima é totalmente verdadeiro.
Porém, muitos críticos insistem em afirmar que a Bíblia está cheia de erros. Mas o fato é que até agora ninguém conseguiu apontar e confirmar de fato um único erro no texto original das Escrituras. Isto não quer dizer que não haja pontos de difícil compreensão na Palavra de DEUS. Dificuldades, sim; erros, não.
 
A inerrância da Bíblia: A Bíblia não contém erros. Ela é infalível em sua mensagem e inerrante em seu conteúdo. Ela tem saído incólume de todos os ataques: tem vencido a fogueira dos intolerantes e triunfado sobre a prepotência dos críticos arrogantes. A Bíblia é a bigorna de DEUS que tem quebrado todos os martelos dos céticos. A enxada e a pá dos arqueólogos desmentem a falsa sapiência daqueles que se insurgiram contra sua infalibilidade.
   
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliológico
"O primeiro resultado mencionado a respeito da leitura da Lei éque ela causou muita tristeza, pois tomaram consciência de que a Lei de DEUS havia sido infringida. 'Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei' (Ne 8.9). Mas essa tristeza não durou muito tempo: 'Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados' (Mt 5.4). Quando Neemias e Esdras viram que o povo estava arrependido e chorava, eles provavelmente disseram: Não vos entristeçais, mas alegrai-vos porque DEUS foi bondoso e perdoou o vosso pecado. 'Porque esse dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força' (Ne 8.10).
Isso parece ser uma simplificação do processo pelo qual uma alma oprimida pelo pecado passa a entender a disposição divina de perdoar e, de repente, troca a sua tristeza pela alegria. Embora isso não demande um longo período de tempo, basta, entretanto, que exista uma completa sinceridade. Parece que foi isso que aconteceu com aqueles que ouviram a leitura feita por Esdras" (Comentário Bíblico Beacon. l.ed. V.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.525).
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Devocional
U[...] todo o povo [retomou de suas cidades e] se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés" (Ne 7.73b; 8.1).
O que foi isso? Foi certamente uma ocasião planejada, porque uma grande plataforma de madeira fora construída para a leitura feita por Esdras (8.4,5), e é natural supormos que o planejador foi Neemias. É fácil imaginá-Io anunciando a reunião, enquanto despediase de cada destacamento de sua força-tarefa: 'Lembrem-se: estejam de volta no primeiro dia do mês, quando, juntos, aprenderemos a Lei do nosso DEUS'. A necessidade de que todos conhecessem a revelação de DEUS acerca da sua vontade e de seus caminhos, na Torá (os cinco livros de Moisés), era clara e óbvia: A Lei achava-se escrita em hebraico, enquanto todo o povo falava aramaico; e como, ao menos desde o exílio, não se fizera nenhuma tentativa de âmbito nacional de se ensinar a Lei, o povo comum era profundamente ignorante de seu conteúdo. E a ignorância torna impossível servir e agradar a DEUS. Um programa nacional de instrução da lei divina fazia-se urgentemente necessário.
Vale a pena observar, [...] que uma reprodução do que Neemias fez em Jerusalém, na metade do quinto século a.c., é extremamente necessário no Ocidente moderno. Os pais já não ensinam a Bíblia aos filhos em casa; os pregadores, na igreja, são geralmente temáticos e superficiais, em vez de expositivos e teológicos; o ensino da Escola Dominical é muitas vezes rudimentar no que diz respeito à Bíblia; o sistema educacional público e a mídia, tanto popular quanto a acadêmica, tratam o cristianismo como uma letra morta, sobrevivente apenas como um hobby para pessoas de um estilo singular. Assim, não há em nossa cultura o menor encorajamento para se tornar biblicamente literato, e o resultado é uma geração assustadora e pateticamente ignorante da Palavra de DEUS. Não se pode esperar nenhum movimento significativo em direção a DEUS enquanto as coisas permanecerem como estão" (PACKER, J. I. Neemias - Paixão Pela Fidelidade. Sabedoria extraída do livro de Neemias. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 166-67).
 
 
 
Subsídios da lição 1 - 3º trimestre de 2020 
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - Tudo o que aconteceu na vida de Daniel foi resultado de uma vida consagrada a DEUS. Era através da oração que Daniel alcançava livramento e vitória contra seus inimigos.
 
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO TOP1
“Daniel foi um jovem hebreu da classe nobre, levado cativo à Babilônia por Nabucodonosor, rei do império. Acerca de sua genealogia não sabemos muita coisa, apenas aquilo que é depreendido do livro que traz seu nome. Não era sacerdote, como Jeremias e Ezequiel, mas era, como Isaías, da tribo de Judá e provavelmente da Casa Real (cf. 1.3-6), isto é, da descendência de Davi.
Daniel foi um profeta de DEUS cujos temas são de alcance muito vasto. Vaticinou acontecimentos que ainda vão surgir na história do Planeta, os quais estamos estudando à luz do contexto do seu próprio Livro. Ele, naquela corte, ganhou muita celebridade, O primeiro acontecimento peto qual obteve influência na corte babilônica foi a interpretação que deu ao sonho do rei. Ele foi, realmente, um homem escolhido por DEUS para tão grande tarefa espiritual” (SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo por Versículo: As visões para esses últimos dias. 28ª imp., Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.12).
 
SÍNTESE DO TÓPICO II - A resposta divina às orações de Daniel incluía levantar Ciro para abençoar o seu povo, permitindo, entre outras ações, que o povo retornasse para Judá e reconstruísse o Templo.
 
SUBSÍDIO BÍBLICO TOP2
Oração - A terminologia da oração é rica e variada na Bíblia Sagrada. O termo geral hebraico é tepilla, de uma forma do verbo palal; o termo grego é proseuche, onde o passivo médio é proseuchomai. A ideia básica da palavra hebraica é a intercessão, e da palavra grega é o voto, mas essa etimologia não é mais o determinante de seu significado. As duas palavras podem ser usadas de forma abrangente para qualquer tipo de solicitação, intercessão ou ação de graças. A oração é descrita como o ato de “invocar o nome do Senhor” desde os dias de Sete (Gn 4.26) até a época em que o ‘Senhor’ se revelou como o Salvador, JESUS CRISTO (Jl 2.32, com Rm 10.9,12,13).
Os cristãos identificam se com aqueles que invocam seu nome (1 Co 1.2). Outras expressões do AT são ‘suplicar’ ou ‘procurar o favor’ de Jeová (pi’el de hala, literalmente ‘tornar-se agradável à sua face’), ‘curvar-se em adoração’ (shaha), ’aproximar-se’ (nagash) , ‘ver’ ou ‘encontrar’ para suplicar (paga’) , ’implorar’ (za’aq) para reparar uma falta, ‘pedir’ (sho’al), ‘suplicar’ (‘athar) ou ‘comparecer perante a face do Senhor’. Além de proseuchomoai, os autores do NT usam os termos ‘implorar’ (deomai), ’solicitar’ (aiteo) ou simplesmente ‘pedir’ (erotao) quando se referem à oração. Ao contrário de proseuchomai, essas palavras não são caracteristicamente ‘religiosas’ e podem denotar pedidos dirigidos tanto aos homens quanto a DEUS. Entre as palavras mais específicas para oração estão entygkano (interceder), proskyneo (adorar), e eucharisteo (dar graças)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 1419-20).
 
SÍNTESE DO TÓPICO III
O rei Ciro veio a conhecer a soberania divina e ver DEUS como o Senhor dos céus e por isso foi muito abençoado pelo Todo Poderoso.
 
SUBSÍDIO HISTÓRICO TOP3
“[…] Ciro, um general de inteligência estratégica admirável, passou parte de sua vida desferindo ataques-relâmpago contra vários adversários, tanto próximos quanto distantes. Com a experiência de guerra, Ciro cercou Babilônia, tornando-a praticamente sem resistência em 539.
O rei Nabonido tinha o hábito de ausentar-se da capital, e fazia-o até mesmo ou especialmente) nas comemorações de Ano Novo, quando como de costume participava dos rituais tradicionais. Suas ausências eram cada vez mais frequentes e demoradas, de forma que o real governo da cidade estava na mão de seu filho Belsazar. Foi este desafortunado vice-rei que presenciou o colapso da nação com a chegada de Gubaru, o comandante persa e governador de Gutium. Parece que Belsazar morreu durante ou pouco depois do conflito, enquanto seu pai Nabonido foi capturado e em seguida solto condicionalmente. Duas semanas depois, Ciro marchou triunfantemente pela cidade e celebrou com alegria a derrota de seu rival, tornando-se o senhor absoluto do oriente.
Ciro pôs em prática uma política beneficente, permitindo a todos os exilados o retorno para suas terras. Os judeus, é claro, também estavam incluídos, e viram neste decreto a bênção de DEUS, como cumprimento da palavra profética, Para eles, esta libertação não era menos significativa que aquela do êxodo sob a liderança de Moisés. Na verdade, a linguagem dos profetas, por exemplo Isaías 40 – 66, está repleta de imagens do êxodo. É verdade que a maioria dos judeus da dispersão preferiu permanecer em suas casas, especialmente os que moravam em Babilônia, mas aqueles que tinham seus olhos voltados para o propósito eterno de DEUS viram no cativeiro um instrumento de correção. E o retorno à pátria era o sinal de que ainda tinham um papel redentor a desempenhar” (MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: o reino de sacerdotes que DEUS colocou entre as nações. 6ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD 2007, pp. 503,04).
 
 
PARA REFLETIR
A respeito de “Daniel Ora por um Despertamento”, responda:
• Com quantos anos, aproximadamente, foi Daniel levado à Babilônia?
Daniel era ainda muito jovem, tinha cerca de 15 anos de idade.
• Que escritura profética levou Daniel a orar e jejuar?
A profecia de Jeremias (Jr 29.10).
• O que esta escritura dizia?
A escritura profética dizia estar chegando ao fim o cativeiro dos judeus.
• O que aconteceu no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia?
O Senhor despertou o coração deste rei em favor do povo de Judá, favorecendo o retorno deste à Terra Prometida.
• Cite um exemplo bíblico de um despertamento verdadeiro.

Quando Zaqueu teve o seu encontro com JESUS.
fonte http://www.apazdosenhor.org.br