TEXTOS DE REFERÊNCIA
Gênesis 37
19. E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mor!
20. Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos.
23. E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram de José a sua túnica, a túnica de várias cores, que trazia.
24. E tomaram-no, e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela.
28. Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.
Introdução
Mesmo vivenciando tantas aflições, José não abriu mão de sua fé e confiança em Deus, que estava com ele a todo o momento. Todas as adversidades enfrentadas contribuiriam para cumprimento do plano divino.
1. A inveja dos irmãos de José
O que dizer da fidelidade e da exímia postura comportamental de José. Diante de sua postura, o sentimento de inveja foi gerado nos corações de seus irmãos, o que culminou em um plano maligno, que o distanciou do amor de seu pai e do aconchego de seu lar.
1.1. A crise na família.
A postura de José no seio familiar, a preferência de Jacó e os sonhos que contava à família, chamou a atenção de seus irmãos. Sofrer nas mãos de estranhos dói, mas nas mãos de irmãos dói profundamente. Afinal, quem não tem problemas na família? Na família de Jacó tinha inveja, mentira, traição, engano, ciúme etc. As maiores brigas familiares e, até mesmo crises passionais, são movidos por sentimentos dessa natureza. Jacó cometeu o erro de apreciar um filho mais do que os outros e isto trouxe sérios problemas para a sua família.
1.2. A inveja não pode te parar.
A inveja pode aparecer numa família, quando os pais dão preferência a um de seus filhos. Jacó provocou este sentimento em sua família, demonstrando preferência por José. A inveja culminou-se em aversão a José por parte de seus irmãos. O invejoso possui um sentimento egocêntrico, pois só se sente bem quando é o centro das atenções. Este sentimento pode se transformar facilmente em furor [1 Sm 18.7-8]. A inveja pode causar grandes problemas familiares, inclusive levar o indivíduo a querer a morte do seu próprio irmão [Gn 4.4-8; 1 Jo 3.11-12].
1.3. Seus adversários irão tentar fazer você parar.
Não é novidade que quando uma pessoa busca aprofundar seu relacionamento com Deus e desfruta de bênçãos, surge a possibilidade de ser alvo de inveja. Muitos tentarão te parar só por causa daquilo que você é ou tem. A inveja dos irmãos de José era tanta que eles lhe tiraram a túnica de várias cores presenteada por seu amado pai [Gn 37.3]. Em suas maldades, lançaram José em uma cova [Gn 37.24]. Não satisfeitos, venderam-no como escravo [Gn 37.28]. Diante de tantas afrontas José nos mostra que, quando estamos firmados em Deus, é possível vencer, apesar de atos levianos contra nós [Sl 27.1-3].
2. A traição dos irmãos de José
A história do jovem José encanta a muitos por causa da sua entrega total ao Senhor. Vimos que o relacionamento entre José e Jacó, seu pai, incomodava os seus irmãos. Diante disso, José recebeu um duro golpe: foi tirado do seio familiar, indo parar em uma terra estrangeira, o que lhe acarretaria crises profundas.
2.1. Primeira crise: afastado de quem amava.
A palavra traição pode ser definida como deslealdade, desapontamento da expectativa de alguém, distanciamento, engano, infidelidade. Podemos dizer, então, que toda traição envolve mentira. José havia ido buscar notícias de seus irmãos, quando é avistado por eles, que, movidos pelo ódio, traçaram um plano maligno contra ele [Gn 37.18]. A primeira intenção era matá-lo. Porém, nada nem ninguém pode impedir os planos de Deus para nossa vida. Aconselhados por Rúben, numa tentativa de livrar José, os demais irmãos lançaram-no numa cova [Gn 37.24]. Num ambiente impregnado de maldade, os irmãos de José venderam-no para uma companhia de ismaelitas que ia para o Egito. A dor da traição de seus irmãos só não era maior que a dor da saudade que iria sentir de seu amado pai. Contudo a relação harmoniosa entre Deus e José fez com que ele não esmorecesse diante da dor.
2.2. Segunda crise: acusado injustamente.
Os comerciantes ismaelitas levaram José juntamente com outros escravos para ser vendido aos egípcios. Neste período José tinha dezessete anos [Gn 37.2]. José foi comprado por Potifar, a fim de que lhe service como escravo. Como é importante termos intimidade com Deus, pois, mesmo sendo escravo em terra estranha, a presença do Eterno estava com José. E nós sabemos que a presença de Deus incomoda Satanás. José não havia sido eliminado por seus irmãos, então Satanás procurou envergonha-lo através da carne. Para persuadi-lo, o inimigo usou a mulher de Potifar para lhe atrair com palavras impuras. Contudo, José era íntegro e possuía temor a Deus [Gn 39.9; 42.18]. A recusa de José não agradou a mulher de Potifar, que fez uso da mentira para prejudicá-lo. José foi tentado na sua sexualidade, mas a sua fé não lhe permitiu romper sua comunhão com Deus. Por sua fidelidade a Deus, José foi parar na prisão.
2.3. Terceira crise: esquecido por todos.
Após interpretar os sonhos de dois presos e ambos se cumprirem integralmente, José precisou esperar por muito tempo até que o copeiro-mor se lembra-se dele. Cabe enfatizar aqui que José foi traído por seus irmãos, caluniado pela mulher de Potifar, condenado a prisão e esquecido por todos. Porém, Deus não havia se esquecido dele e na hora certa iria exaltá-lo.
3. Fé em meio às injustiças
José tinha a presença de Deus sobre sua vida. Observamos isto nas revelações do Espírito Santo ao longo de sua trajetória, através dos sonhos, mostrando o que havia projetado para José no futuro [Gn 50.19-20]. O segredo da vitória de José foi seu relacionamento com Deus.
3.1. Quando honramos a Deus, somos por Ele honrados.
Assim como José, se nossa fé estiver no Senhor, caminharemos em direção à vitória. José passou anos na prisão, sem resposta por tamanho sofrimento. Nunca é demais lembrar que Deus envia dois presos que serviam diretamente ao rei, para cumprir o plano que tinha na vida de José. O copeiro-mor e padeiro-mor, que estavam sob sua responsabilidade, tiveram sonhos. Eles contam os sonhos a José, que os interpreta. Após ajuda, José solicita ao copeiro que faz menção dele ao Faraó [Gn 40.14]. Mas o copeiro-mor esqueceu-se de José. Como é ruim a ingratidão! Então, Faraó tem um sonho e ninguém consegue interpretá-lo [Gn 41.8]. Deus faz com o que o copeiro-mor traga a memória a pessoa de José, e prontamente diz ao Faraó que conhece um homem que poderia interpretar o sonho [Gn 41.9]. Na presença do rei, José interpreta o sonho de Faraó. Maravilhado, ele torna José governador do Egito.
3.2. Deus nunca se esqueceu de José.
A vida de José possui uma narrativa motivadora para todos os cristãos. No momento em que José estava esquecido por todos, Deus demonstrou Seu cuidado por ele [Is 49.15]. Deus sempre esteve trabalhando em favor de José [Is 64.4]. Tenhamos sempre a certeza de que, mesmo nas crises, o Senhor não se esquece de nós.
3.3. O segredo da vitória de José.
Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus [Rm 8.28]. A inveja e traição de seus irmãos, a triste experiência de ter sido vendido como mercadoria, a caluniadora acusação da esposa de Potifar, anos de prisão, esquecimento do copeiro-mor, nada disso fez com que José desanimasse. Todas estas aflições fizeram José chegar ao fim de seus dias sem mágoas e crendo que Deus continuaria a levar adiante o Seu plano [Gn 50.24-25].
CONCLUSÃO
As Santas Escrituras descrevem com todo zelo, que, mesmo José sendo traído, vendido, injustiçado, aprisionado, ele nunca renunciou sua fé no Senhor. E após ser exaltado no Egito, não se esqueceu do plano divino.
Fonte: Revista Betel https://marcosandreclubdateologia.blogspot.com