Tribunal do RJ proíbe venda de livro evangélico que ensina mães a aplicar disciplina física nos filhos
Julio Severo
Um livro evangélico escrito por Simone Gaspar Quaresma, esposa de um pastor presbiteriano, foi proibido por um tribunal do Rio de Janeiro por ensinar princípios bíblicos para mães cristãs que desejam aprender a aplicar disciplina física na educação de seus filhos.
Em sua decisão, o juiz Sergio Luiz Ribeiro de Souza afirmou que o direito à integridade física e psicológica de crianças e adolescentes deve prevalecer sobre o direito à liberdade religiosa e de expressão.
Ele disse:
“A ré tem plena ciência de que o que prega é contrário à lei, tanto assim que ensina os pais a baterem em locais que não sejam visíveis, bem como a orientar seus filhos a não delatar as agressões. O perigo de dano é evidente, haja vista que os livros e vídeos incitando os pais a agredirem seus filhos estão acessíveis ao público, colocando em risco a integridade física de crianças e adolescentes.”
Ele acrescentou que o livro agride a Constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Ele também ordenou que os links para as palestras proferidas pela autora com o mesmo tema sejam retirados de circulação na internet pelo Google Brasil (proprietário do YouTube), Facebook, Amazon e pelo site Mulheres piedosas, sob pena de pagamento de multa.
Desde a aprovação da Lei da Palmada pela presidente socialista Dilma Rousseff em 2014, todo tipo de disciplina física, inclusive a famosa varinha da correção, é considerado agressão e crime.
A Lei da Palmada começou a ganhar força depois que o ex-presidente socialista Lula, na celebração do ECA em 2010, incluiu especificamente a criminalização das palmadas como uma das metas de seu governo para fortalecer o ECA.
Por causa dessa lei socialista que criminaliza os pais pela educação de seus filhos, juizes podem fazer o que querem. Mas por que banir somente o livro “O que toda mãe gostaria de saber sobre a disciplina bíblica”?
Para ser coerente, o juiz Sergio Luiz Ribeiro de Souza deveria banir todos os livros evangélicos sobre esse assunto. Há, por exemplo, o livro “Ouse Disciplinar,” do Dr. James Dobson, um famoso psicólogo evangélico americano. O livro dele é best-seller desde a década de 1970.
Dobson disse:
O castigo físico, quando utilizado de forma amorosa e adequada, é benéfico para uma criança porque está em harmonia com a própria natureza. Considere o propósito de dores menores na vida de uma criança e como ela aprender com a dor. Suponha que o Pedrinho, de dois anos, puxe uma toalha de mesa, de modo que o vaso de rosas, que está na mesa, o atinja bem na cabeça. Com essa dor, ele aprende que é perigoso puxar a toalha da mesa, a menos que ele saiba o que está em cima dela. Quando ele toca num forno quente, ele rapidamente aprende que o calor tem de ser respeitado. Se ele chegar a viver cem anos, ele nunca mais tentará tocar num forno. Ele aprende a mesma lição quando puxa o rabo do cachorro e prontamente leva uma mordida na mão, ou quando sai do assento de bebê quando a mãe não está observando e acaba descobrindo tudo sobre a lei da gravidade.
Durante os anos de infância, ele tipicamente acumula galos, machucados, arranhões e queimaduras menores, cada um lhe ensinando acerca dos limites da vida. Essas experiências o tornam uma pessoa violenta? Não! A dor associada a esses eventos o ensina a evitar cometer os mesmos erros de novo. Deus criou esse mecanismo como valioso instrumento de instrução.
Quando um pai ou uma mãe administra uma surra razoável em resposta a uma desobediência deliberada, uma mensagem sem palavras está sendo dada à criança. Ela precisa entender que não só há perigos no mundo físico que devem ser evitados. Ela precisa também estar atenta aos perigos de seu mundo social, tais como desafio, desrespeito, egoísmo, pirraças, conduta que coloca a vida dela em perigo, aquilo que machuca os outros, etc. As dores menores associadas a esse mau comportamento tendem a inibi-lo, exatamente como o desconforto opera para moldar o comportamento no mundo físico. Essas dores não lhe ensinam ódio, nem trazem como conseqüência a rejeição, nem tornam a criança mais violenta.
Evidentemente, na visão socialista soviética do juiz, o livro de Dobson comete crimes contra o ECA. O juiz socialista deveria banir o livro de Dobson.
O juiz pode também mandar prender o ministro da Educação, um pastor presbiteriano que prega a disciplina física de crianças.
Se o juiz desejar ser extremamente coerente com sua ideia socialista soviética, ele precisa banir o livro que é a fonte de todos os livros evangélicos que ensinam disciplina física, a Bíblia, que diz:
“Aquele que poupa a vara odeia seu filho, mas aquele que o ama tem o cuidado de discipliná-lo”. (Provérbios 13:24 NIV)
“Quem se recusa a surrar seu filho o odeia, mas quem ama seu filho o disciplina desde cedo”. (Provérbios 13:24 GW)
“Aquele que poupa sua vara [de disciplina] odeia seu filho, mas aquele que o ama o disciplina com diligência e o castiga desde cedo”. (Provérbios 13:24 Bíblia Ampliada)
“Os açoites que ferem, purificam o mal; E as feridas alcançam o mais íntimo do corpo.” (Provérbios 20:30 TB)
“Os castigos curam a maldade da gente e melhoram o nosso caráter.” (Provérbios 20:30 NTLH)
“Os golpes e os ferimentos eliminam o mal; os açoites limpam as profundezas do ser”. (Provérbios 20:30 NVI)
“É natural que as crianças façam tolices, mas a correção as ensinará a se comportarem.” (Provérbios 22:15 NTLH)
“A estultícia está ligada ao coração do menino, mas a vara da correção a afugentará dele.” (Provérbios 22:15 RC)
“A insensatez está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a livrará dela”. (Provérbios 22:15 NVI)
“Todas as crianças são sem juízo, mas correção firme as fará mudar”. (Provérbios 22:15 CEV)
“A crianças por natureza fazem coisas tolas e indiscretas, mas uma boa surra as ensinará como se comportar”. (Provérbios 22:15 GNB)
“Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.” (Provérbios 23:13-14 RC)
“Não evite disciplinar a criança; se você a bater nela e castigá-la com a vara [fina], ela não morrerá. Você a surrará com a vara e livrará a alma dela do Sheol (Hades, o lugar dos mortos)”. (Provérbios 23:13-14 Bíblia Ampliada)
“Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno”. (Provérbios 23:13-14 RA)
“Não deixe de corrigir a criança. Umas palmadas não a matarão. Para dizer a verdade, poderão até livrá-la da morte”. (Provérbios 23:13-14 NTLH)
“Não evite disciplinar a criança; se você a castigar com a vara, ela não morrerá. Castigue-a, você mesmo, com a vara, e assim a livrará da sepultura”. (Provérbios 23:13-14 NVI)
“É bom corrigir e disciplinar a criança. Quando todas as suas vontades são feitas, ela acaba fazendo a sua mãe passar vergonha”. (Provérbios 29:15 NTLH)
“A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe”. (Provérbios 29:15 RA)
“A vara e a repreensão dão sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe”. (Provérbios 29:15 RC)
“Uma surra e um aviso produzem sabedoria, mas uma criança sem disciplina envergonha sua mãe”. (Provérbios 29:15 GW)
Não hã a menor dúvida de que o ECA está contra a Bíblia e a Bíblia está contra o ECA. Agora o juiz precisa decidir se manda banir o ECA ou a Bíblia.
Mas se ele quiser ser coerente com sua ideologia socialista soviética, ele deveria mandar confiscar a Bíblia de todos os lares, livrarias, bibliotecas e igrejas, pois não existe livro cristão que mais defenda a disciplina física do que a Bíblia.
Então, para quê banir livros que citam a Bíblia? O juiz deveria ir direto até a fonte e banir a própria Bíblia.
E por último, já que o juiz Sergio Luiz Ribeiro de Souza se colocou na defesa da inquisição socialista soviética do ECA, é dever dele mandar prender o Presidente Jair Bolsonaro, que em 2018 disse:
“O ECA tem que ser rasgado e jogado na latrina. O ECA um estímulo à vagabundagem e à malandragem infantil.”
Ficaria muito estranho e covarde o juiz perseguir um peixe pequeno — a esposa de um pastor presbiteriano —, mas não fazer nada contra os peixes grandes — o ministro da Educação e o presidente da República — e não fazer nada contra o peixe gigante — a própria Bíblia.
Com informações de Conjur e G1.
Fonte: www.juliosevero.com