ESCOLA DOMINICAL BETEL - Lição 1

 


A necessidade de restauração da alma
04 de Outubro de 2020


Texto Áureo
"Porque satisfiz a alma cansada, e toda a alma entristecida saciei.", Jeremias 31.25
 
Verdade Aplicada
Somente Deus conhece o íntimo da sua criatura, podendo então lhe trazer a cura de suas mais profundas dores e frustrações.
 
Objetivos da Lição
-  Apontar as diferenças de corpo, alma e espírito.
- Apresentar o projeto de Deus para o ser humano.
- Destacar a necessidade de restauração da alma.
 
TEXTOS DE REFERÊNCIA

Salmos 31
2. Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa; sê a minha firme rocha, uma casa fortíssima que me salve.
5. Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me redimiste, Senhor Deus da verdade.
7. Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois consideraste a minha aflição; conheceste a minha alma nas angústias.
9. Tem misericórdia de mim, ó Senhor, porque estou angustiado. Consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu ventre. 
14. Mas eu confiei em ti, Senhor; e disse: Tu és o meu Deus.
 
Introdução
Neste trimestre, falaremos de assuntos concernentes à cura da alma. Sendo assim, nesta lição abordaremos conceitos do corpo, alma e espírito. Também apontaremos o amor de Deus expresso na manifestação da Sua graça trazendo-nos salvação [Tg 2.11].
 
1. Conhecendo a estrutura do ser humano.
Em Gênesis 1.26 a primeira parte do versículo diz que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Esta afirmação nos dá a ideia de como o ser humano foi formado. Sua estrutura em si foi criado perfeitamente. No entanto o pecado tornou-o imperfeito e sua estrutura foi totalmente comprometida. Daí a necessidade de cura e restauração em seu espírito, alma e corpo.
 
1.1. O espírito humano.
É imperativo que o cristão saiba que tem um espírito, visto que cada comunicação de Deus ocorre ali. Se o crente não discerne o seu próprio espírito, ele desconhece como comungar com Deus no espírito [Lc 1.46-47]. Toda adoração a Ele, comunhão e relacionamento começa no espírito; é ali a sede da morada do Seu Espírito em nós. O apóstolo Paulo deixa isto bem claro quando escreve à igreja em Corinto, destacando a importância de preservar o nosso espírito voltado totalmente ao Senhor [1 Co 6.19-20]. 

1.2. A alma do ser humano.
Um dos sentidos da palavra "alma" é "pertencente a esta vida". Portanto, equivale à personalidade ou à própria pessoa [Jr 52.29; 2 Co 1.23]. A alma está entre o espírito e o corpo. Pertence aos dois. Está ligada ao mundo espiritual através do espírito e ao mundo material através do corpo. Através da alma, tenho consciência de mim mesmo. As áreas da alma são: mente (sede da alma, intelecto, pensamentos, raciocínios, memória); vontade (instrumento para tomar decisões; poder para escolher); emoções (instrumento para expressar nossos sentimentos, gostos, simpatias, alegrias, tristezas, amor, ódio etc).

1.3. O corpo humano.
Os seguintes nomes se aplicam ao corpo: a) casa, ou Tabernáculo [2 Co 5.1]. É a tenda na qual a alma do homem mora durante a sua viagem do tempo para a eternidade. Na morte, desarma-se a barraca e a alma parte [Is 38. 12]; b) Invólucro  [Dn 7.15]; c) Templo. O templo é o lugar consagrado pela presença de Deus. Ainda que não possa abrigar a plenitude divina [1 Rs 8.27-28]. O corpo de Cristo foi um "templo" [Jo 2.21], porque Deus estava nele [2 Co 5.19]. Quando uma pessoa passa pela experiência do novo nascimento e é reconciliada com Deus, o corpo dessa pessoa torna-se um templo do Espírito Santo [1 Co 6.19].
 
2. Obra-prima da criação
O ser humano é obra-prima da criação do Eterno, criado conforme sua imagem e semelhança [Gn 1.26a]. Assim, trata-se de uma criação distinta das demais. O Senhor Deus o criou para relacionamento com Ele, com capacidade de escolher (inclusive usou esta capacidade quando da tentação no Jardim) e de gerenciar a obra da Sua criação. Portanto, é um ser racional, volitivo e sentimental. 
 
2.1. Um lugar apropriado à nossa cultura.
Por que Deus fez tudo isso? Qual a razão para a existência do universo, da terra e do ser humano? Percebemos que esta iniciativa de Deus em vários campos da ciência tem sido debatida, no entanto a Palavra do Senhor nos dá a resposta de que Ele criou todas as coisas visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, seja potestades. Tudo foi criado por Ele e para Ele [Cl 1.16]. Este universo foi criado por Deus de forma perfeita e contendo tudo o que o homem precisa para viver os seus dias que Ele determinou.

2.2. O propósito de Deus levou em conta o erro humano.
Esta é a resposta pela qual Deus nos deu o livre arbítrio: o Eterno concede o poder de escolha a Adão, pois desejava que o ser humano escolhesse manter o relacionamento com o Criador, diante da investida maligna [Gn 2.16-17]. Entretanto, Adão escolheu descumprir esta única ordenança. Deus já sabia que isto ocorreria. Ele nunca fez nada por acaso, e Ele nunca comete erros. Ele tomou a iniciativa em cobrir o homem quando este descobriu que estava nu ao comer do fruto da ciência do bem e do mal [Gn 3.21]. Mesmo em um ambiente sem arrependimento de Adão e Eva, o amor do Pai foi demonstrado em ação.

2.3. A bondade divina.
Toda a humanidade passou a carregar o fardo da escolha errada feita no Éden. Adão e Eva perderam o senso simples e claro de sua própria identidade. Aquele retrato de si mesmos que eles viam em Deus nos seus olhos cheios de amor ficou manchado e distorcido quando se rebelaram contra Ele. Foram dominados pela vergonha até dos seus próprios corpos ao se verem nus e imediatamente saíram a procura de folhas de figueira e de um bom lugar para se esconderem [Gn 3.7-8]. No entanto, Deus toma a iniciativa de demonstrar sua bondade e desce ao Jardim à procura do homem e, mesmo ao perceber falta de arrependimento, não os destruiu antes estabeleceu o castigo e proveu o meio de cobrir sua vergonha [Gn 3.21].

3. Quadro atual da alma do homem
É nítido o quanto a alma do homem ten sido afetada a cada geração que se passa. Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) apontam que este século tem se tornado o século da depressão, ansiedade e transtornos psíquicos. Um senso doentio e irreal do eu tem tornado vidas vazias e até mesmo arruinado a saúde.

3.1. A alma humana em colapso total.
Milhares de pessoas em todo mundo estão atualmente se voltando para a psiquiatria e para a análise em busca de alívio para males mentais e espirituais dos quais padecem. A situação atual do mundo leva mais e mais à prática da busca da cura da alma. A nossa sociedade está enferma! A mensagem da Palavra de Deus também se refere e tem aplicação quanto a esta triste realidade. 
 
3.2. É preciso fazer uma autoanálise.
A doença da inquietação também aumenta quando somos incapazes de compreender ou experimentar significados em nossas vidas. Até que nos livremos da inquietação causada por nossas limitações, até que estejamos livres da obscuridade da falta de significado, não poderemos ter paz em nossos corações e em nossas mentes. Por meio de sua morte e ressurreição, Cristo providenciou recursos para combater os inimigos da paz. Às limitações naturais Cristo responde: "Tudo é possível ao que crê" [Mc 9.23]. À escravidão da culpa podemos responder: "Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica." [Rm 8.33]. À escuridão da falta de significado podemos proclamar o resplendor de Cristo. Ele é a essência e propósito da paz verdadeira.

3.3. Não somos autossuficientes para vencer.
Deus deixou isto latente nas Escrituras em um dos momentos da caminhada de Israel no deserto, quando estes em desobediência foram punidos por uma praga de serpentes e muita gente morreu. Mas quando seu povo se voltou em arrependimento, Ele orientou Moisés a levantar uma serpente de bronze sobre uma haste e todos os picados que olhavam para ela, o veneno não fazia efeito, havia cura imediata [Nm 21.6-9]. Isto tipificava nosso Salvador Jesus que seria levantado na cruz para trazer a cura contra o veneno do pecado.

CONCLUSÃO

O amor de Deus pode suportar e pode perdoar todas as deformações da alma, mas o amor dEle jamais pode reconciliar-se a um objeto que cause desamor. Ele jamais poderá, portanto, reconciliar-se com o seu pecado, mas Ele pode reconciliar-se à sua pessoa, porque esta pode ser restaurada.

Fonte: Revista Betel

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