Lição 1, O Livro de Jó

 Revistas Lições Bíblicas Adultos, CPAD, 4° trimestre 2020

Tema: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó Comentarista: José Gonçalves.
Comentarista: José Gonçalves.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana - SP - Tel Esposa - 19-98448-2187
 
 
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Lição 1, O Livro de Jó
 
Vídeo da Lição - https://www.youtube.com/watch?v=y48YeaRPCOM
Escrita
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Slides
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TEXTO ÁUREO
“Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.” (Tg 5.11)
 

VERDADE PRÁTICA
O livro de Jó não é apenas uma pre­ciosidade da literatura universal, mas, sobretudo, uma poderosa reposta de DEUS para as grandes questões da vida.
 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - 2 Tm 3.16 Toda a Escritura é inspirada para a instrução
Terça - Tg 5.11 Quem persevera na fé é bem-aventurado em DEUS
Quarta - Ez 14.14-20 DEUS tem compromisso com os justos
Quinta - Jr 20.14-18 DEUS não tem compromisso com os injustos
Sexta - Sl 8.4 DEUS contempla o ser humano, embora este seja finito e frágil
Sábado - Is 59.4 A realidade da injustiça e da iniquidade na Terra
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 3.16; Ezequiel 14.14,19,20; Tiago 5.11.
2 Timóteo 3
16 - Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,
Ezequiel 14
14 - ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor Jeová.
19 - Ou se eu enviar a peste sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela homens e animais; 20 - ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Jeová, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça.
Tiago 5
11 - Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.
 


Resumo da Lição 1, O Livro de Jó
I – AUTORIA, LOCAL E DATA DO LIVRO DE JÓ
1. O autor de Jó.
2. A pessoa histórica de Jó.
3. A terra de Jó.
4. A época de Jó.
II – ESTRUTURA LITERÁRIA DO LIVRO DE JÓ
1. Prosa e poesia.
2. Organização.
3. Abundância de figuras de linguagens.
III – NATUREZA E MENSAGEM DO LIVRO DE JÓ
1. Por que os justos sofrem?
2. Existe bondade desinteressada?
3. Pode o homem compreender DEUS?
 
 
 
VOLTAMOS A ESTUDAR SOBRE O LIVRO DE JÓ QUE JÁ FOI ESTUDADO EM 2003
EIS AI ABAIXO AS LIÇÕES QUE ESTUDAMOS NAQUELA ÉPOCA COMENTADAS.
Lições Jovens e Adultos, 1ºTrimestre de 2003  - O sofrimento do justo e o seu propósito - Livro de Jó     
1- Jó -  Um Homem Chamado Jó
2-  - A Aparente Felicidade
De Jó
3-   - As Calamidades De Jó
4- Adorando
5- Integridade
6- Provação
7- Nascimento
8- Elifaz 
9- Bildade
10- Zofar
11- Eliú 
12-  Pergunta
13- Final Feliz  
AS LIÇÕES ORIGINAIS DA CPAD DESTE TRIMESTRE DE 2003, VEJA EM  https://www.estudantesdabiblia.com.br/cpad_sumario_2003_1t.htm
 
 
 
INTRODUÇÃO
 
LEIA O LIVRO DE JÓ.
DEPOIS QUE LER TUDO, DESCONSIDERE TUDO O QUE JÓ E SEUS AMIGOS DISSERAM A RESPEITO DE DEUS - Jó disse que falou do que não sabia e seus amigos DEUS disse que els falaram o que não era reto sobre Ele.
Então, respondeu Jó ao Senhor e disse: Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido. Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza. Sucedeu, pois, que, acabando o Senhor de dizer a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Jó 42:1-7
 
Não se esqueça do a.C. e o d.C. Não seja adepto da teologia do conformismo e do derrotismo. JESUS nos cura.
Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de DEUS e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.
Isaías 53:4,5
 
Tiago não está falando a respeito de doença ou enfermidade quando fala sobre Jó, mas sobre ser paciente na pregação do evangelho. Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor.
Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso. Tiago 5:10,11 Quando Tiago fala sobre doença ou enfermidade ele diz assim: Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Tiago 5:14,15 
 
Os filhos de Jó não prestavam. Jó fazia sacrifícios e intercedia por eles todas as vezes que faziam festas. Viviam de festa em festa.
 
A esposa de Jó, pelo sofrimento de perder todas as posses e todos seus filhos e de ver seu mnarido a beira da morte, se desesperou (compreensiível) e disse besteira, mas ela não abandonou seu marido nem na pobreza, nem no luto e nem na doença. Foi recompensada com o mesmo que Jó recebeu, pois teve filhos melhores e as posses em dobro juntamente com seu marido, Jó.
 
Não foi DEUS quem destruiu a riqueza de Jó e nem que colocou doença em Jó. Foi Satanás. DEUS permitiu para livrar Ló dos filhos festeiros e para lhe premiar por sua lealdade. Também para derrotar Satanás, mais uma vez.
 
 
LIVRO DE JÓ - BEP - CPAD (com acréscimos do Pr Henrique)
 
Autor: Desconhecido (provavelmente Moisés)
Tema: Por Que Sofre o Justo?
Data: Incerta (provavelmente na mesma época de Moisés foi escrito, mas vivido na época de Abraão, Isaque ou Jacó, podendo ser anterior a isto)
 

Considerações Preliminares
Jó é um dos livros sapienciais e poéticos do AT; “sapiencial”, porque trata profundamente de relevantes assuntos universais da humanidade; “poético”, porque a quase totalidade do livro está elaborada em estilo poético. Sua poesia, todavia, tem por base um personagem histórico e real (ver Ez 14.14,20) e um evento histórico e real (ver Tg 5.11). Os fatos do livro se desenrolam na “terra de Uz” (1.1), que posteriormente veio a ser o território de Edom, localizado a sudeste do mar Morto, ou norte da Arábia (cf. Lm 4.21). Assim sendo, o contexto histórico de Jó é mais árabe do que judaico.
Há duas datas importantes relacionadas a Jó: (1) a data do próprio Jó e dos eventos descritos no livro; e (2) a data da escrita inspirada do livro. Certos fatos indicam que Jó viveu por volta dos tempos de Abraão (2000 a.C.) ou até antes. Os fatos mais destacados são: (1) ele ter vivido mais 140 anos após os eventos do livro (42.16), o que sugere uma duração de vida de quase 200 anos (Abraão viveu 175 anos); (2) suas riquezas eram calculadas em termos de gado (1.3; 42.12); (3) sua atividade como sacerdote da família, idêntica à de Abraão, Isaque e Jacó (1.5); (4) a família patriarcal como unidade social básica, semelhante aos dias de Abraão (1.4,5, 13); (5) as incursões dos sabeus (1.15) e dos caldeus (1.17), que se encaixam na era abraâmica; (6) o uso freqüente (trinta e uma vezes) do nome patriarcal comum de DEUS, Shaddai (“O Onipotente”), e (7) a ausência de referência a fatos da história israelita ou à lei mosaica também sugere uma era pré-mosaica (i.e., antes de 1500 a.C.). Há quatro diferentes pontos de vista sobre a data da escrita deste livro. Talvez tenha sido escrito: (1) durante a era patriarcal (c. 2000 a.C.), pouco depois da ocorrência dos eventos citados, e talvez pelo próprio Jó; (2) Por Moisés, antes de receber a lei; (3) durante o reinado de Salomão ou pouco depois (c. 950—900 a.C.), pelo fato de o estilo literário do livro assemelhar-se ao da literatura sapiencial daquele período; ou (4) durante o exílio de Judá (c. 586—538 a.C.), quando, então, o povo de DEUS procurava entender teologicamente o significado da sua calamidade (cf. Sl 137). Se não foi o próprio Jó, o escritor deve ter obtido informações detalhadas, escritas ou orais, oriundas daqueles dias, as quais ele utilizou sob o impulso da inspiração divina para escrever o livro na feição em que o temos. Certas partes do livro vieram evidentemente da revelação direta de DEUS (e.g. 1.6—2.10).

Propósito
O livro de Jó lida com a pergunta dos séculos: “Se DEUS é justo e amoroso, por que permite que um homem realmente justo, tal como Jó (1.1, 8) sofra tanto?” Sobre esse assunto o livro revela as seguintes verdades: (1) Satanás, como adversário de DEUS, teve permissão para provar a autenticidade da fé de um homem justo, por meio da aflição, mas a graça de DEUS triunfou sobre o sofrimento, porque Jó permaneceu firme e constante na fé, mesmo quando parecia não haver qualquer proveito em permanecer fiel a DEUS. (2) DEUS lida com situações demais elevadas para a plena compreensão da mente humana (37.5). Nesses casos, não vemos as coisas com a amplitude que DEUS vê e precisamos da sua graciosa auto-revelação (38—41). (3) A verdadeira base da fé acha-se, não nas bênçãos de DEUS, nem em circunstâncias pessoais, nem em teses formuladas pelo intelecto, mas na revelação do próprio DEUS. (4) Satanás às vezes conquista direit de prejudicar os justos devido a seus pecados cotidianos, mediante contratempos, embora JESUS tenha levado na cruz nossos pecados e doenças e enfermidaes (Is 53) e maldições (Gl 3.13). O crente sendo paciente e sempre acreditando em DEUS e em seu poder ficará livre de tudo isto após se arrepender de seus pecados e ter fé em DEUS. (1 Jo 1.9,10; 1 Pe 2.24). Este epsódio se torna uma provação na vida do crente e resulta numa maior integridade espiritual e humildade do seu povo (42.1-10). (5) Embora os métodos de DEUS agir, às vezes, pareçam contraditórios e cruéis (conforme o próprio Jó pensava), ver-se-á, no fim, que Ele é plenamente compassivo e misericordioso (42.7-17; cf. Tg 5.11).

Visão Panorâmica
Há cinco divisões distintas no livro de Jó: (1) o prólogo (1—2), que descreve a calamidade de Jó e a causa subjacente disso; (2) três ciclos de diálogo entre Jó e os seus três amigos, nos quais estes buscam, na mente humana, respostas para o sofrimento de Jó (3—31); (3) quatro monólogos de Eliú, um homem de menos idade que Jó e seus três amigos. Estes monólogos contêm certo vislumbre de compreensão do significado (mas não a causa) do sofrimento de Jó (32—37); (4) o próprio DEUS, que fala a Jó da sua ignorância e das suas queixas e ouve a resposta de Jó à sua revelação (38.1—42.6); (5) o epílogo (42.7-17), com a restauração de Jó. O livro de Jó está escrito em forma poética, com exceção do prólogo, do trecho 32.1-6a, e do epílogo. No cap. 1, temos Jó como um homem justo e temente a DEUS (1.1, 8) e o mais importante de todos do Oriente (1.3). Repentinamente, uma série de grandes calamidades destruiu seus bens, seus filhos e sua saúde (1.13-22; 2.7-10). Jó ficou totalmente desorientado, sem saber que estava envolvido a fundo num conflito entre DEUS e Satanás (1.6-12; 2.1-6). Os três amigos de Jó — Elifaz, Bildade e Zofar — chegaram para consolar Jó, mas, em vez disso, passaram a debater com ele sobre o porquê dos seus infortúnios. Insistiam que, pelo fato de DEUS ser justo, os sofrimentos de Jó evidentemente eram castigos por seus pecados ocultos, e que o seu único recurso era o arrependimento. Jó rejeitou essas respostas preconcebidas, afirmou a sua inocência e confessou sua incapacidade de compreender sua situação (3—31). Eliú apresentou outra perspectiva, a saber, que o sofrimento de Jó tinha a ver com o propósito divino de purificar Jó ainda mais (32—37).Finalmente, todos se calaram, inclusive Jó, enquanto o próprio DEUS falou com ele da sua sabedoria e poder como Criador. Jó confessou, arrependido e humilhado, sua ignorância e pequenez (38—41). Quando Jó arrependeu-se de estar argumentando com o Todo-poderoso, (42.5,6) e orou por seus amigos que o tinham magoado profundamente (42.8-10), foi liberto da sua prova de fogo e duplamente restaurado (42.10). Além disso, Jó foi vindicado quando DEUS declarou que o patriarca tinha falado a respeito dEle “o que era reto” (42.7). Os dias subseqüentes de Jó foram mais abençoados do que os anteriores à sua aflição (42.12-17).

Características Especiais
Sete características principais assinalam o livro de Jó. (1) Jó, um habitante do norte da Arábia, foi um não-israelita justo e temente a DEUS, que talvez tenha existido antes da família de Israel, e do seu concerto com DEUS (1.1). (2) Este livro é o mais profundo que existe sobre o mistério do sofrimento do justo. (3) Revela uma dinâmica importante, presente em toda prova severa dos santos: enquanto Satanás procura destruir a fé dos santos, DEUS está operando para depurá-la e aprofundá-la. A perseverança de Jó na sua fé permitiu que o propósito de DEUS prevalecesse sobre a expectativa de Satanás (cf. Tg 5.11). (4) O livro é de valor inestimável pela revelação bíblica que contém sobre assuntos-chaves tais como: DEUS, a raça humana, a criação de Satanás, o pecado, o sofrimento, a justiça, o arrependimento e a fé. (5) Boa parte do livro ocupa-se da avaliação teológica errônea que os amigos de Jó fizeram do sofrimento deste. A repetição freqüente desta avaliação errônea no livro talvez indique tratar-se de um erro comum entre o povo de DEUS; erro este que exige correção. (6) O papel de Satanás como “adversário” dos justos, o livro de Jó o demonstra mais do que em qualquer outro livro do AT. Entre as dezenove referências nominais a Satanás no AT, quatorze ocorrem em Jó. (7) Jó demonstra com toda clareza o princípio bíblico de que os crentes são transformados pela revelação, e não pela informação (42.5,6).

O Livro de Jó e Seu Cumprimento no NT
O Redentor a quem Jó confessa (19.25-27), o Mediador por quem ele anseia (9.32,33) e as respostas às suas perguntas e necessidades mais profundas, todos têm em JESUS CRISTO o seu cumprimento. JESUS identificou-se inteiramente com o sofrimento humano (cf. Hb 4.15,16; 5.8), ao ser enviado pelo Pai como Redentor, mediador, sabedoria, cura, luz e vida. A profecia da parte do ESPÍRITO sobre a vinda de CRISTO, temo-la mais claramente em 19.25-27. Menção explícita de Jó, temos duas vezes no NT: (1) Uma citação (5.13, em 1 Co 3.19) e (2) uma referência à perseverança de Jó na aflição e o resultado misericordioso da maneira de DEUS lidar com ele (Tg 5.11). Jó ilustra muito bem a verdade neotestamentária de que quando o crente experimenta perseguição ou algum outro severo sofrimento, deve perseverar firme na fé e continuar a confiar naquele que julga corretamente, assim como fez o próprio JESUS quando aqui sofreu (1 Pe 2.23). Jó 1.6—2.10 é o mais detalhado quadro do nosso adversário, juntamente com 1 Pe 5.8,9.
 
 
RESUMO RÁPIDO DO LIVRO DE JÓ (Pr Henrique)
I – AUTORIA, LOCAL E DATA DO LIVRO DE JÓ
1. O autor de Jó.
Provavelmente Moisés.
2. A pessoa histórica de Jó.
Comprovado por Ezequiel e por Tiago.
3. A terra de Jó.
Uz, provavelmente ao norte da Arábia e de Edom.
4. A época de Jó.
Provavelmente na mesma época de Abraão.
 
 
II – ESTRUTURA LITERÁRIA DO LIVRO DE JÓ
1. Prosa e poesia.
Prosa, Poesia e prosa novamente
2. Organização.
No texto em poesia há a seguinte organização:
Monólogo feito por Jó;
Três ciclos de diálogos entre Jó e seus amigos (Elifaz, Bildade e Zofá);
Quatro outros discursos de um quarto amigo jovem, Eliú;
Revelação de DEUS onde Ele manifesta o seu poder e graça;
Humilhação de Jó diante da revelação divina e sua restauração completa e oração por seus amigos.
3. Abundância de figuras de linguagens.
Figuras de linguagem são palavras que criam novos significados para um texto, dando mais expressividade a ele. No livro de Jó isso é abundante (exemplo, metáfora).
 
 
 
III – NATUREZA E MENSAGEM DO LIVRO DE JÓ
1. Por que os justos sofrem?
Estamos sujeitos a tudo o que acontece no mundo, assim como os ímpios.
Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.  Eclesiastes 9:2
2. Existe bondade desinteressada?
Existe a de Jó como exemplo.
3. Pode o homem compreender DEUS?
Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. Isaías 55:9
 
 
 
LIVRO DE JÓ - COMENTÁRIOS DA BEP - CPAD
 
1.1 JÓ. Tudo indica que Jó viveu na época dos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó, aproximadamente em 2100-1800 a.C.). A maioria dos eruditos crê que a terra de Uz ficava a sudeste da Palestina e do mar Morto, ou ao norte da Arábia (ver a introdução ao livro de Jó). Outros crêem que a terra de Uz ficava ao nordeste do mar da Galiléia, na direção de Damasco.


1.1 SINCERO, RETO E TEMENTE A DEUS; E DESVIAVA-SE DO MAL. (1) O temor de DEUS e o desviar-se do mal são o fundamento da vida irrepreensível e da retidão de Jó (cf. Pv 1.7). "Sincero" refere-se à integridade moral de Jó e à sua sincera dedicação a DEUS; "reto" denota retidão nas palavras, nos pensamentos e atos. (2) Esta declaração da retidão de Jó é reafirmada pelo próprio DEUS no versículo 8 e em 2.3 onde, claramente, se vê que DEUS, pela sua graça, pode redimir os seres humanos caídos, e torná-los genuinamente bons, retos e vitoriosos sobre o pecado. Esta declaração envergonha e expõe os erros do ensino evangélico modernista, o qual afirma que: (a) nenhum crente em CRISTO, mesmo com toda assistência do ESPÍRITO SANTO, pode ter a mínima esperança de ser irrepreensível e reto nesta vida; e (b) os crentes podem estar certos de que pecarão todos os dias, por palavras, pensamentos e obras, sem nenhuma esperança de vencer a carne nesta vida.


1.5 MEUS FILHOS. Como pai piedoso, Jó tinha muito zelo pelo bem-estar espiritual de seus filhos. Vivia atento à conduta e modo de vida deles, orando a DEUS para que os protegesse do mal e que experimentassem da parte de DEUS a salvação e suas bênçãos. Jó exemplifica o pai de coração voltado para os filhos, dedicando-lhes tempo e atenção necessários para mantê-los afastados do pecado (ver Lc 1.17)


1.6,7 SATANÁS. Antes da morte e da ressurreição de CRISTO, Satanás tinha acesso vez por outra à presença de DEUS, quando então questionava a sinceridade e retidão dos fiéis (ver 1.6-12; 2.1-6; 38.7; Ap 12.10). Por outro lado, a Bíblia não declara em nenhum lugar que Satanás tem acesso direto a DEUS na nova aliança (ver Mt 4.10), embora ele continue acusando os crentes. O crente pode eliminar essas acusações por meio do sangue de CRISTO, de uma boa consciência e da Palavra de DEUS (cf. Mt 4.3-11; Tg 4.7; Ap 12.11). Nossa confiança é reforçada pelo fato de termos como nosso Advogado perante o Pai o Senhor JESUS CRISTO (1 Jo 2.1), que está à sua destra, intercedendo por nós (Hb 7.25).


1.8 OBSERVASTE TU A MEU SERVO JÓ? A essa altura, o livro apresenta o conflito entre DEUS e o seu grande adversário, Satanás. DEUS aqui repta Satanás a observar em Jó o triunfo da graça e salvação divinas. Na vida deste seu servo fiel, DEUS demonstrou que seu plano de redimir a raça humana, do pecado e do mal, é exeqüível.


1.9 PORVENTURA, TEME JÓ A DEUS DEBALDE? Satanás reagiu ante a declaração de DEUS, de ser Jó um homem piedoso, e passou a acusar tanto a Jó quanto a DEUS. (1) Satanás questionou os motivos de Jó e, portanto, a veracidade da sua retidão, afirmando que o amor que Jó tinha a DEUS era realmente egoísta e que ele adorava a DEUS somente porque tirava proveito disso. Satanás deixou claro que o amor que Jó tinha a DEUS não era sincero. (2) Satanás insinuou, ainda, que DEUS era ingênuo, que se deixara enganar, e que obtivera a devoção de Jó mediante a concessão de bênçãos e suborno (vv. 10,11). Satanás concluiu que DEUS tinha falhado no seu propósito de reconciliar a raça humana consigo mesmo. Se DEUS deixasse de proteger Jó, e de lhe conceder riquezas, saúde e felicidade, ele (Jó) blasfemaria dEle na sua face! (v. 11).


1.10 CERCASTE. Posto que Satanás vem para roubar, matar e destruir (cf. Jo 10.10), DEUS coloca uma cerca de proteção em volta dos seus, para abrigá-los dos ataques de Satanás. Essa "cerca" é qual "muro de fogo" espiritual, de proteção para os fiéis de DEUS, de modo que Satanás não possa atingi-los. "E eu, diz o SENHOR, serei para ela [Jerusalém] um muro de fogo em redor" (Zc 2.5). (2) Todos os crentes que fielmente procuram amar a DEUS e seguir a direção do ESPÍRITO SANTO têm o direito de pedir e de esperar que DEUS mantenha esse muro de proteção ao seu redor e de suas respectivas famílias.


1.11 TOCA-LHE EM TUDO QUANTO TEM, E VERÁS SE NÃO BLASFEMA DE TI NA TUA FACE! Nos versísulos 6-12 estão propostas as perguntas principais do livro. É possível o povo de DEUS amá-lo e servi-lo por causa daquilo que Ele é, e não apenas por causa das suas dádivas? O justo pode manter sua fé em DEUS e seu amor por Ele em meio a tragédias incompreensíveis e sofrimentos imerecidos?


1.12 SOMENTE CONTRA ELE NÃO ESTENDAS A TUA MÃO. DEUS permitiu a Satanás destruir os bens e a família de Jó; porém, Ele fixou um limite até onde Satanás podia ir e não lhe concedeu o poder de morte sobre Jó. Satanás lançou tempestades e pessoas violentas contra Jó (vv. 13-19).


1.16 FOGO DE DEUS. O "fogo de DEUS" é provavelmente uma expressão referente ao relâmpago (ver Nm 11.1; 1 Rs 18.38).


1.20 E SE LANÇOU EM TERRA, E ADOROU. Jó reagiu às fatalidades que lhe aconteceram, com intensa aflição; mas também, com humildade, submeteu-se a DEUS e continuou a adorá-lo em meio à mais severa adversidade (v. 21; 2.10). (1) Posteriormente, Jó reagiu à calamidade ininterrupta, revelando dúvida, ira e sentimento de isolamento de DEUS (7.11). Mesmo nesse período de trevas e de fé vacilante, Jó não se voltou contra DEUS, todavia expressou francamente diante dEle suas queixas e sentimentos. (2) O livro de Jó demonstra como o crente fiel deve enfrentar os contratempos da vida. Embora possamos enfrentar sofrimentos severos e aflições inexplicáveis, devemos orar, pedindo graça para aceitar o que DEUS permitir que soframos, pedindo-lhe também a revelação e compreensão do seu significado. DEUS cuidará dos nossos confusos sentimentos e lamentos, se os levarmos a Ele - não com rebeldia, mas com sincera confiança nEle como um DEUS amoroso. (3) O livro revela que DEUS aceitou bem as indagações de Jó (38-41) e que, no final, declarou que Jó falara "o que era reto" (42.7).
 
 
2.3 PARA O CONSUMIR SEM CAUSA. Jó, o sofredor inocente, prefigura tanto JESUS CRISTO como todos os crentes fiéis da nova aliança. (1) Como modelo no AT, do justo sofredor, Jó é uma prefiguração de CRISTO - o Justo Perfeito - que sofreu apesar de ser inocente. O CRISTO imaculado sofreu no seu corpo as conseqüências do mal, e foi considerado "ferido de DEUS" (Is 53.4; 1 Pe 2.24; 4.1). (2) Semelhantemente, Jó exemplifica a perseverança paciente na adversidade que um filho de DEUS deve ter (Tg 5.11; cf. Hb 11, onde muitos dos heróis da fé sofreram e morreram sem experimentarem livramento). Assim como Jó sofreu inocentemente por causa da sua integridade e lealdade a DEUS, todos os crentes fiéis também sofrerão de certo modo. O NT declara que "todos os que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições" (2 Tm 3.12) - sofrimento este considerado como a participação "de suas [de CRISTO] aflições" (Fp 3.10; cf. Cl 1.24). Os sofredores inocentes são, pois, companheiros do Senhor (cf. 1 Pe 4.1; 5.10; ver 2.21; 4.13)


2.6 ELE ESTÁ NA TUA MÃO. DEUS permitiu que Satanás infligisse mais sofrimento a Jó, porque sem esse sofrimento imerecido, nem a plena dedicação de Jó a DEUS poderia ser comprovada, nem o empenho de DEUS para redimi-lo do pecado poderia ser plenamente demonstrado. (1) A prova da fé de um justo, mediante o sofrimento, tem muita importância, pois a honra de DEUS fica em jogo na maior luta espiritual de todos os tempos: i.e., o conflito entre DEUS e Satanás. (2) O apóstolo Pedro, escrevendo sob o aspecto do NT, declara: "Sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações [provações], para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de JESUS CRISTO" (1 Pe 1.6,7).


2.9 AMALDIÇOA A DEUS E MORRE. Este conselho da esposa de Jó exprime o âmago da prova da fé de Jó. Por todo o livro, a profunda angústia de Jó causada pelo sofrimento aparentemente injusto da parte de DEUS tentava-o a renunciar a sua determinação de fidelidade a DEUS, e também deixar de confiar nEle como um DEUS compassivo e misericordioso (cf. 5.11).


2.10 E NÃO RECEBERÍAMOS O MAL? Os crentes verdadeiros devem se preparar tanto para serem provados por DEUS com a adversidade, como para receber o bem da sua mão. Confiarmos em DEUS não significa que Ele sempre nos livrará da aflição, nem a fidelidade a DEUS garante prosperidade e sucesso (ver 2.3; 3 Jo 2). Ao surgir a adversidade, o crente, cuja consciência não o acusa de pecado ou rebelião contra DEUS, deve confiar a sua alma às mãos de DEUS. A fé em DEUS, como nosso Senhor amorável, nas provações e opressões, expressa o seu maior triunfo (1 Pe 1.3-9).


2.11 TRÊS AMIGOS DE JÓ. Ao saberem as adversidades de Jó, três dos seus amigos vieram solidarizar-se com ele e confortá-lo. O livro de Jó contém os diálogos entre eles e o sofredor. O ponto de vista deles expressa uma teologia popular, porém falha, pois criam que só coisas boas aconteciam aos fiéis, ao passo que sofrimentos e lutas sempre indicam pecado na vida da pessoa. Fizeram um esforço sincero para ajudar Jó, procurando fazê-lo reconhecer algum pecado grave. Por fim, DEUS os repreendeu pelo seu erro (42.7).
 
 
3.1 JÓ... AMALDIÇOOU O SEU DIA. Jó ficara solitário, humilhado e sofrendo dores. Seu sofrimento -maior era o sentimento de que DEUS o abandonara. (1) No seu discurso (vv. 2-26), Jó disse a DEUS exatamente como se sentia. Começou maldizendo o dia em que nasceu e sua vida de sofrimento, mas note-se que em tudo isso Jó não blasfemou contra DEUS. Seu lamento era uma expressão de dor e desolação, mas não uma expressão de revolta contra DEUS. (2) Sempre é melhor para o crente levar ao Senhor em oração suas dúvidas e sentimentos sinceros. Nunca é errado levarmos a DEUS nossas aflições e angústias, a fim de invocarmos a sua compaixão. O próprio JESUS CRISTO perguntou a DEUS: "DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste?" (Mt 27.46; cf. Jr 20.14-18; Lm 3.1-18).


3.13 ENTÃO, HAVERIA REPOUSO PARA MIM. O conceito de sepultura para Jó era o de um lugar de repouso. Não a considerava como extinção, mas como um lugar de contínua existência pessoal (vv. 13-19; ver Sl 16.10).


3.25 O QUE EU TEMIA ME VEIO. O maior desejo de Jó era gozar da presença e do favor de DEUS; agora, acontecera aquilo que mais ele temia. Parecia que DEUS o abandonara; e ele não tinha a mínima idéia da razão disso. Mesmo assim, Jó não blasfemou contra DEUS; continuou orando a Ele, rogando sua misericórdia e socorro (6.8,9).
 
 
4.1 RESPONDEU ELIFAZ... E DISSE. O cap. 4 inicia o primeiro dos três ciclos principais de diálogos de Jó com Elifaz, Bildade e Zofar. Na leitura desses diálogos, observe o seguinte: (1) Embora as palavras dos três amigos de Jó estejam registradas nas Escrituras, nem tudo que eles disseram é absolutamente correto. O ESPÍRITO SANTO registrou suas palavras, mas não as inspirou. No fim do livro, o próprio DEUS declarou que boa parte daquilo que eles falaram não era bom (42.7,8). (2) Algumas afirmações deles são realmente verdadeiras, e são repetidas no NT (e.g., parte do que Elifaz diz em 5.13, acha-se em 1 Co 3.19). (3) A teologia e a cosmovisão básicas desses conselheiros eram falhas. Eles criam (a) que os verdadeiros justos sempre prosperarão, ao passo que os transgressores sempre sofrerão, e (b) inversamente, a pobreza e o sofrimento sempre subentendem pecado, ao passo que prosperidade e sucesso subentendem retidão. DEUS revelou
posteriormente que tal atitude é errônea, e que o ponto de vista deles era "loucura" (42.7-9).

4.7 E ONDE FORAM OS SINCEROS DESTRUÍDOS? O conceito teológico de que os justos não perecerão e que os ímpios serão castigados é certo do ponto de vista da eternidade (ver Gl 6.7; Hb 10.13). No devido tempo haverá justiça. Aqui na terra, comumente não há retribuição justa, e os inocentes sofrem injustamente. Deixar de reconhecer essa verdade foi um grave erro de julgamento de Elifaz (e.g., Mt 23.35; Lc 13.4,5; Jo 9.1-3; 1 Pe 2.19,20).

4.13 VISÕES DA NOITE. Não está declarado que as visões de Elifaz vinham de DEUS. De fato, não vinham de DEUS, pois o descrevem como se Ele não se preocupasse com a raça humana (vv. 17-21). É um erro estabelecer teologia em sonhos e visões, sem apoio na revelação escrita de DEUS.
 
 
5.17-27 O HOMEM A QUEM DEUS CASTIGA. Segundo a idéia de Elifaz, se DEUS repreende uma pessoa e ela corresponde devidamente, DEUS a livrará de todos os seus males e aflições. (1) O autor de Hebreus refuta essa idéia enganosa, ao declarar que alguns dos maiores heróis da fé, do AT, foram perseguidos, despojados de todos os seus bens, afligidos, maltratados e até mesmo mortos. Esses justos nunca experimentaram total livramento nesta vida (Hb 11.36-39). (2) A Bíblia não ensina, em parte alguma, que DEUS eliminará da nossa vida todas as aflições e sofrimentos. Os santos nem sempre são poupados de sofrimentos nesta vida.
 
 
6.4 AS FLECHAS DO TODO-PODEROSO ESTÃO EM MIM. Jó reconhecia que seu sofrimento provinha, em última análise, da parte de DEUS, ou pelo menos com seu conhecimento e permissão. Sua maior angústia era esta: DEUS parecia estar contra ele, não sabendo ele por quê. Quando o crente enfrenta o sofrimento enquanto se esforça sinceramente para agradar a DEUS, não deve ceder à idéia de que DEUS não se interessa mais por ele. Podemos não saber por que DEUS permite que tais coisas aconteçam, mas podemos saber (como Jó) que por fim o próprio DEUS nos fortalecerá, sustentará e nos fará vitoriosos (cf. Rm 8.35-39; Tg 5.11; 1 Pe 5.10).


6.10 NÃO REPULSEI AS PALAVRAS DO SANTO. Em todo o seu sofrimento, o alívio de Jó consistia no fato de que ele não se desviara do Senhor, nem negou as palavras de DEUS. Desconhecendo qualquer pecado seu, deliberado ou involuntário, Jó afirmou sua inocência no decurso de todo o seu livro (ver 13.23; 16.17; 27.6), convicto de que sempre procurara honrar e obedecer a DEUS. Por isso, ele podia regozijar-se, mesmo na dor.
 
 
7.1 JÓ DIRIGE-SE A DEUS. Jó deixou de lado seus amigos, que não compreendiam o que ocorria e passou a orar ao seu Senhor. O principal assunto de Jó em todos os seus discursos era DEUS. Até mesmo quando ele falava de DEUS na terceira pessoa, estava sempre consciente da sua presença. O coração de Jó nunca se apartou do DEUS a quem ele amava.


7.11 NA ANGÚSTIA DO MEU ESPÍRITO. Jó repetidamente fala da angústia e da amargura do seu espírito e alma (cf. 10.1; 27.2). Foi um homem que muito sofreu em todos os aspectos da vida. (1) Fisicamente, perdera suas riquezas, filhos e saúde (1.13-19; 2.7,8). (2) Socialmente, ficou privado dos seus amigos e familiares (2.7,8; 19.13-19). Sofreu zombaria do público (16.10; 30.1-10), e foi abandonado por seus amigos mais chegados (6.14-23). (3) Espiritualmente, sentia-se abandonado por DEUS, crendo que o Senhor se voltara contra ele (vv. 17-19; 6.4). (4) Afligido em todos os sentidos, Jó experimentou uma imensa gama de emoções: ansiedade (vv. 4,13,14), incerteza (9.20), rejeição e traição (10.3; 12.4), medo (6.4; 9.28), solidão (19.13-19) e desespero, emoções que o levaram a desejar a morte (cap. 3).


7.16 RETIRA-TE DE MIM. Com sinceridade, Jó falou com DEUS sobre seus sentimentos de injustiça, rejeição e dúvida. Até mesmo desejou que DEUS se retirasse dele (vv. 16-19), embora noutras ocasiões ansiasse para DEUS falar com ele (14.15; 23.3,5). Os fiéis que passarem por severas provações e sofrimentos devem expressar seus sentimentos abertamente a DEUS em oração. Falarmos sinceramente com DEUS, da nossa angústia e amargura, em atitude de submissão, não é errado. Ana derramou a sua alma diante do Senhor por causa da grande provocação que enfrentava (1 Sm 1.13-16). O próprio JESUS oferecia, "com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas" (Hb 5.7) e, por ocasião da sua morte, experimentou as trevas indescritíveis da separação de DEUS (Mt 27.46).


7.20 SE PEQUEI. Jó considerava a possibilidade de seus conselheiros terem razão, e de DEUS ter desencadeado a sua ira contra ele por causa de alguma transgressão desconhecida. O que Jó não sabia era que DEUS realmente o estava observando, não com ira, mas com compaixão e amor. Embora sob prova até o seu limite, Jó se recusou firmemente a blasfemar contra DEUS (cf. 2.9), e assim foi exaltado o poder libertador de DEUS. No devido tempo, ao terminar a prova, Jó teve a aprovação de DEUS publicamente (42.8).
 
 
8.6 SE FORES PURO E RETO. O argumento de Bildade era basicamente o mesmo de Elifaz. Se Jó realmente fosse justo, seria justificado por DEUS. Mas Jó não estava sendo justificado por DEUS, logo, ele devia ter pecado. Bildade argumentava que DEUS, sendo justo, não causaria aflições numa pessoa justa (vv. 3,4,20). O erro de Bildade foi posteriormente manifesto pelo próprio DEUS (42.7,8) e, em sentido pleno, na crucificação de CRISTO, quando, então, DEUS entregou seu próprio Filho ao sofrimento e à morte (Mt 27.31-50).
 
 
9.2 COMO SE JUSTIFICARIA O HOMEM PARA COM DEUS? No cap. 9, Jó reconheceu que não poderia ser perfeitamente justo diante de DEUS. Compreendia que, pela sua própria natureza, era inclinado ao seu próprio eu e ao pecado, e que não era inculpável aos olhos de DEUS (cf. 7.21). Mesmo assim, de todo o coração e alma, tinha resistido ao mal e se desviado dele (1.1,8; 2.3). Estava confiante de não ter pecado gravemente a ponto de merecer semelhante sofrimento (6.24; 7.20). Foi por isso que Jó se queixou que DEUS o castigara sem motivo (vv. 16-20). Mesmo assim, a sua fé ainda se mantivera firme, pois persistia em invocar a DEUS (ver 10.2,8-12; cf. Tg 5.11). Não blasfemou contra DEUS (conforme Satanás predisse que ele faria - 1.11; 2.5), embora chegasse a falar palavras das quais se arrependeria depois (vv. 17,20,22,23,30,31; 42.3-6).


9.17 MULTIPLICA AS MINHAS CHAGAS SEM CAUSA. O mais difícil para Jó aceitar era o silêncio contínuo de DEUS numa situação dolorosa que parecia não ter propósito. DEUS, às vezes, permite passarmos por um período sombrio de provas no qual Ele permanece em silêncio e parecendo estar longe. Mesmo em meio às sombras do silêncio de DEUS, Ele tem um plano para a nossa vida, e devemos continuar a confiar nEle.


9.33 NÃO HÁ ENTRE NÓS ÁRBITRO. Jó percebeu a necessidade de um mediador que pudesse ter uma das mãos ligada a ele, e a outra a DEUS, unindo-os assim. JESUS CRISTO tornou-se tal mediador, pois mediante sua morte e ressurreição, Ele nos restaura à comunhão com DEUS (1 Tm 2.5; Hb 9.15).
 
 
10.1 FALAREI NA AMARGURA DA MINHA ALMA. No cap. 10, Jó continuou derramando diante de DEUS sua amargura e seus sentimentos por ser tratado injustamente. Mas embora Jó sentisse que DEUS retirara dele o seu amor, continuava mantendo sua confiança na justiça de DEUS e também pleiteando com DEUS uma solução para o seu dilema.


10.2 FAZE-ME SABER POR QUE CONTENDES COMIGO. Em nenhuma de suas orações, Jó pediu cura para seu corpo. A maior preocupação de Jó era o "por quê" do seu sofrimento e do aparente abandono por DEUS do seu servo; saber disso era mais importante para Jó do que seus sofrimentos. Ser aceito por DEUS como um dos seus, mesmo na adversidade, era a coisa mais vital na sua vida.


10.16 TU ME CAÇAS COMO A UM LEÃO FEROZ. Por estar sob severa aflição, Jó julgava que DEUS estava contra ele. O NT provê uma revelação mais completa a respeito do sofrimento do cristão, mostrando que o crente pode até mesmo gloriar-se no sofrimento. (1) Paulo escreveu aos Coríntios: "fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos" (2 Co 1.8). Mesmo na sua aflição, porém, o apóstolo bendizia a DEUS, porque a sua presença e o seu ESPÍRITO estavam com ele para consolá-lo (2 Co 1.3,4,22). A maior glória do sofrimento de Paulo era que ele, assim, participava de alguma maneira das "aflições de CRISTO" (2 Co 1.5; cf. 4.10; Fp 3.10; Cl 1.24; 1 Pe 4.13). (2) Todos os grandes santos de DEUS já verificaram a verdade bíblica que pertencer a DEUS e ao seu reino não implicam necessariamente isenção de sofrimento terreno, mas em livramento para o sofrimento terreno com CRISTO (ver Hb 13.12,13; Tg 5.10,11; 1 Pe 2.21; 4.1).
 
 
11.1 ZOFAR. Zofar foi áspero ao acusar Jó de hipocrisia (vv. 4-6) e de teimosia (vv. 13-20), e lhe disse que merecia sofrer ainda mais do que já sofrera (v. 6). Sustentava que se Jó se desviasse do pecado, seus sofrimentos cessariam imediatamente, e a segurança, a prosperidade e a felicidade voltariam (vv. 13-19). O discurso de Zofar contém graves erros teológicos. A Bíblia não garante em nenhum lugar uma vida aqui, "mais clara... do que o meio-dia" (v. 17) para o crente fiel. Pelo contrário, "por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de DEUS" (At 14.22).
 
 
12.5 TOCHA DESPREZÍVEL É, NA OPINIÃO DO QUE ESTÁ DESCANSADO. Jó condenou a maneira de pensar dos ricos. Desprezam os pobres e necessitados e justificam sua falta de compaixão por eles, supondo que os desafortunados causam seus próprios revezes. Ao mesmo tempo, os prósperos vivem à vontade como ricos, crendo que DEUS os recompensou por sua fé e retidão. As duas suposições são errôneas, porque há muitas exceções entre o povo do reino de DEUS.


12.13 COM ELE [DEUS] ESTÁ A SABEDORIA. Devemos crer que DEUS é sábio e poderoso, e que seus métodos de tratar conosco são os melhores e mais seguros para alcançarmos o melhor para nós (cf. 9.4; 36.5; Is 40.26,28; Dn 2.20; Rm 16.25,27; ver Rm 8.28). (1) O crente nunca deve pensar que DEUS nos prometeu uma vida, aqui, livre de problemas (cf. Sl 34.19). DEUS pode enviar tanto alegria como tristeza, a fim de remover do crente o seu amor pelas coisas deste mundo e atrair esse amor a Ele mesmo. (2) DEUS dirige os acontecimentos na vida do crente dedicado, visando à sua santificação pessoal e desempenho do seu serviço no reino de DEUS (cf. Jacó, em Gn 28-35; José, em Gn 37.28). (3) Nesta vida, os crentes nunca chegam a discernir completamente o propósito supremo de tudo que lhes acontece, nem lhes ficará sempre plenamente claro como DEUS faz todas as coisas cooperarem para o bem (Ec 3.11; 7.13; 11.5; Rm 8.28). Nas situações em que não conseguimos compreender plenamente o método de DEUS para conosco, devemos entregar-nos a Ele como nosso Pai celestial, como CRISTO fez no dia da sua crucificação (cf. Mt 27.46; Lc 23.46).
 
 
13.15 AINDA QUE ELE ME MATE, NELE ESPERAREI. Esta é uma das mais admiráveis declarações de fé na bondade de DEUS já pronunciadas. Não importava o que DEUS permitisse que acontecesse a Jó, fosse qual fosse o fardo que DEUS pusesse sobre ele; mesmo que o "matasse", Jó cria que, por fim, DEUS não falharia com ele. Paulo expressou essa mesma confiança no amor de DEUS pelos que lhe são fiéis (Rm 8). Mesmo que o Senhor retire um conforto após outro, ainda que a saúde se arruíne, e aflições seguidas venham sobre nós, podemos, mediante a graça de JESUS CRISTO e o poder da sua morte salvífica, confiar em DEUS com fé inabalável, seguros de que Ele é reto, justo e bom (ver Rm 8.37-39).
 
 
14.1 CHEIO DE INQUIETAÇÃO. Para o crente, uma vida "cheia de inquietação" pode ser o resultado de perseguição, injustiça, pobreza, pouca saúde, ou oposição de Satanás à sua luta de fé. DEUS quer que todos os crentes que estão sob sofrimento e opressão neste mundo saibam que está chegando o dia da ressurreição e da vitória, quando, então, estarão com DEUS para sempre (ver Ap 21.1,4 notas). Naquela ocasião, verificarão diretamente que "as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada" (ver Rm 8.18)


14.14 MORRENDO O HOMEM, PORVENTURA, TORNARÁ A VIVER? Jó cria que, depois de morto, estando no Seol (v. 13), DEUS o traria à vida de novo (v. 15; cf. 1 Co 15.20; 1 Ts 4.16,17); noutras palavras, Jó expressou sua esperança numa ressurreição pessoal (ver 19.25,26 notas). A base dessa sólida expectativa era o intenso amor de DEUS pelo seu povo, como diz o versículo 15: "afeiçoa-te à obra de tuas mãos". Por um momento, Jó estendeu a mão a DEUS numa grandiosa expressão de fé.
 
 
15.1 ENTÃO, RESPONDEU ELIFAZ. Nos caps. 15-21 os quatro participantes continuaram a sua argumentação, prosseguindo sobre o que tinham dito antes, só que com mais veemência. Jó se apegou resolutamente a DEUS, e ao mesmo tempo afirmando a sua própria inocência e a aparente injustiça da sua calamidade (e.g., 16.19-21).
 
 
16.9 NA SUA IRA, ME DESPEDAÇOU. O terrível sofrimento de Jó levou-o a ver DEUS como um tirano cruel, ao invés de um Senhor misericordioso. Sua convicção de que vivera de modo justo e puro (v. 17) levou-o a questionar a justiça de DEUS (cf. 19.6). Mesmo assim, Jó também manteve firme a sua crença de que DEUS era realmente justo; por isso, se tão-somente pudesse entrar em contato direto com Ele (cf. Jó 13.13-27; 23.1-7) ou achar alguém que defendesse a sua causa (ver 9.33), DEUS como sua testemunha confirmaria a sua inocência (vv. 19-21).


16.19 AGORA, ESTÁ A MINHA TESTEMUNHA NO CÉU. Jó, pela fé, sobrepôs-se às suas dúvidas a respeito da bondade de DEUS, pois declarou que o próprio DEUS daria testemunho da sua inocência. Ansiava que DEUS intercedesse por ele no tribunal celestial de justiça. O anseio por um mediador perante DEUS, em nossa defesa, realizou-se em JESUS CRISTO, através de quem DEUS "nos reconciliou consigo mesmo" (2 Co 5.18); "temos um Advogado para com o Pai, JESUS CRISTO, o Justo" (1 Jo 2.1).
 
 
17.1 O MEU ESPÍRITO SE VAI CONSUMINDO. Jó, como um homem esmagado pela dor, estava convicto de que morreria dentro em breve. Julgava-se um homem abandonado por DEUS e como objeto de desprezo dos seus companheiros. Jó não podia fazer outra coisa, a não ser perseverar na convicção da integridade da sua causa (v. 9), e manter confiança na justiça de DEUS, apesar de tudo parecer contrário (16.19-22).
 
 
19.11 COMO UM DE SEUS INIMIGOS. Jó agora sucumbiu ao grave erro de pensar que DEUS era a causa direta de seus sofrimentos (cf. vv. 8-13). (1) Ele cria que DEUS se tornara seu inimigo e que se comprazia em permitir tormento e agonia sobre ele. Jó não percebia que Satanás era a causa da sua prolongada calamidade. Embora DEUS permitisse que Satanás prejudicasse a Jó, entretanto, era ele, o diabo, quem infligia o sofrimento cruel. (2) O crente não deve culpar a DEUS por aquilo que Ele apenas permite. Neste mundo acontece muita coisa má; DEUS não tem prazer em contemplá-las. Tragédias acontecem entre os seus filhos, as quais Ele permite, com pesar e compaixão (ver 1 Tm 2.4)


19.25 EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE. No meio do seu sofrimento e desespero, Jó se apegava a DEUS com grande fé, crendo que o Senhor o vindicaria afinal (cf. 13.15; 14.14,15). Jó tinha DEUS como seu "Redentor" ou ajudador. Nos tempos bíblicos, um "redentor" era um parente que, com grande afeição, fazia-se presente para proteger, defender e ajudar a sanar problemas de um parente sofredor (ver Lv 25.25; Dt 25.5-10; Rt 1-4; ver Gn 48.16; Êx 6.6; Is 43.1; Os 13.14).


19.25 E QUE POR FIM SE LEVANTARÁ SOBRE A TERRA. Pela inspiração do ESPÍRITO SANTO, o testemunho de Jó prenunciava JESUS CRISTO como o Redentor que viria salvar seu povo do pecado e da condenação (Rm 3.24; Gl 3.13; 4.5; Ef 1.7; Tt 2.14), livrar os seus do medo da morte (Hb 2.14,15; Rm 8.23), dar-lhes a vida eterna (Jo 3.16; Rm 6.23), livrá-los da ira vindoura (1 Ts 1.10) e publicamente vindicá-los (Ap 19.11-21; 20.1-6). Aqui, Jó estava predizendo a manifestação visível desse Redentor divino.


19.26 AINDA EM MINHA CARNE VEREI A DEUS. Jó expressou profeticamente a certeza de que, depois de seu corpo se desfazer no sepulcro, ele seria fisicamente ressuscitado e, em seu corpo redivivo, contemplaria o seu Redentor. Aqui temos, de forma básica, a revelação de DEUS a respeito da futura vinda de CRISTO no fim dos tempos, a ressurreição dentre os mortos e a vindicação final de todos os fiéis de DEUS (cf. Sl 16.10; 49.15; Is 26.19; Dn 12.2; Os 13.14)


19.27 VÊ-LO-EI POR MIM MESMO. O anseio que Jó sentia por ver seu DEUS-Redentor em muito excedia a todos os demais desejos expressos neste livro (ver 23.3). Jó aspirava pelo dia em que pudesse ver a face do Senhor, plenamente redimido. Semelhantemente, os crentes do NT anseiam pela vinda do seu Salvador (1 Co 1.7; 2 Tm 4.8) e pelo dia da consumação, quando, então, estará "o tabernáculo de DEUS com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo DEUS estará com eles", e "verão o seu rosto" (Ap 21.3; 22.4).
 
 
21.7 PORQUE... VIVEM OS ÍMPIOS... SE ESFORÇAM EM PODER? Jó questionava as desigualdades da vida, mormente a prosperidade, o sucesso e alegria de muitos dos ímpios. O Salmo 73 enfoca esse problema teológico. Às vezes, os "limpos de coração" são "afligidos" (Sl 73.1,14), ao passo que os ímpios prosperam e não sofrem "apertos" (Sl 73.3-5). DEUS responde, ao revelar o destino final, tanto dos justos como dos ímpios (Sl 73.16-28). Por fim, DEUS, na sua justiça, porá todas as coisas em ordem, e retribuirá a todos, segundo os atos de cada um e seu amor à verdade (Rm 2.5-11). Os ímpios não permanecerão sem castigo, e os justos não serão deixados sem justiça e galardão (Rm 2.5-11; Ap 2.10).
 
 
22.21-30 ASSIM, TE SOBREVIRÁ O BEM. Elifaz apelou a Jó com uma doutrina tradicional, porém simplista, de arrependimento: se Jó resolvesse voltar para DEUS, receber instrução da sua palavra, humilhar-se e afastar-se do pecado, e deixar de confiar nas coisas terrenas e fazer do Todo-poderoso o seu deleite, então com certeza DEUS o livraria de todas as aflições; suas orações seriam atendidas, e teria sucesso em todos os seus esforços. Elifaz, porém, estava equivocado em três aspectos: (1) O arrependimento e a salvação nem sempre resultam em prosperidade material e física. Às vezes, homens e mulheres de fé, por causa da sua fidelidade, são "desamparados, aflitos e maltratados" (Hb 11.37); embora crendo nas promessas de DEUS, todavia no presente não alcançam o cumprimento da "promessa" (Hb 11.39). (2) Ao exortar Jó a arrepender-se a fim de recuperar a sua saúde e prosperidade, Elifaz estava inconscientemente pondo-se ao lado de Satanás e concordando com as as acusações deste contra Jó e DEUS. Satanás tinha antes acusado Jó de servir a DEUS apenas em troca daquilo que podia obter dEle (1.9-11). Note que se Jó se arrependesse de algum suposto pecado para obter a bênção de DEUS, então poderia de fato ser acusado de servir a DEUS, apenas visando proveito pessoal. (3) Embora as palavras de Elifaz expressem com eloqüência a importância do arrependimento, foram ditas sob motivação errada. Não havia no coração de Elifaz o mínimo de solidariedade por Jó ante seus sofrimentos. Essa falha de Elifaz demonstra que a mensagem de arrependimento que se leva aos fracos e sofredores deve estar acompanhada de palavras de consolo e compaixão.
 
 
23.3 AH! SE EU SOUBESSE QUE O PODERIA ACHAR! Durante toda a experiência dos sofrimentos de Jó, seu maior anseio era pela presença do seu Senhor. (1) Raramente Jó mencionou a perda de suas riquezas; simplesmente aludiu à sua profunda tristeza pela perda de seus filhos; era a perda da presença de DEUS o que ele lamentava. Em todos os seus sofrimentos ele desejava achar a DEUS e ter novamente comunhão com Ele (cf. -13.24; 16.19-21; 29.2-5). (2) Esse mesmo anseio por DEUS deve assinalar todos os verdadeiros crentes. "Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó DEUS! A minha alma tem sede de DEUS, do DEUS vivo" (Sl 42.1,2). E também: "Ó DEUS, tu és o meu DEUS; de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água" (Sl 63.1).


23.10-12 PROVE-ME, E SAIREI COMO O OURO. Jó estava confiante de que DEUS ainda cuidava da sua vida e que sabia que nenhuma adversidade afastaria Jó da sua lealdade a Ele. (1) Jó considerava seu sofrimento como uma prova da sua fé no Senhor e do seu amor por Ele. Sua prova era semelhante àquela de Abraão, quando lhe foi ordenado sacrificar seu filho Isaque (Gn 22). (2) O próprio JESUS CRISTO foi provado pelo sofrimento que suportou (Hb 5.8) e, por isso, Ele agora é nosso padrão e exemplo (1 Pe 2.21); nós, como seus seguidores, devemos andar em seus passos (Hb 13.12,13). (3) A convicção firme de Jó, de que seria aprovado no teste e que nunca abandonaria o seu Senhor, baseava-se em: (a) sua obediência fiel no passado (vv. 11-12), (b) seu amor à Palavra de DEUS (v. 12) e (c) seu reverente temor a DEUS (vv. 13-15). Semelhantemente, o crente no NT deve manter a firme resolução de nunca apartar-se da obediência a DEUS; antes, temer as conseqüências da iniqüidade e amar a Palavra de DEUS mais do que o pão de cada dia (cf. Sl 40.8; 119.11; ver Tg 1.21).
 
 
27.4 NÃO FALARÃO OS MEUS LÁBIOS INIQÜIDADE. Jó é um dos maiores exemplos de firmeza de convicção, de apego à retidão e de perseverança na fé (ver Tg 5.11). Sua determinação inabalável de manter a sua integridade e de permanecer fiel a DEUS não tem paralelo na história da salvação dos fiéis. Nenhuma tentação, sofrimento, ou aparente silêncio da parte de DEUS podia afastá-lo da sua lealdade a DEUS e à sua palavra. Recusou-se a blasfemar contra DEUS e morrer (2.9). (1) Semelhantemente, o crente do NT deve ter esta mesma e única resolução nas tentações, tristezas e nos dias sombrios da vida. Com uma firme convicção, deve continuar resoluto na sua fé, firme até o fim (Cl 1.23). Nunca deve recuar e abandonar a fé, enquanto viver, mas permanecer em tudo fiel à Palavra de DEUS e ao seu amor. Deve "sempre ter uma -consciência sem ofensa, tanto para com DEUS como para com os homens" (At 24.16; cf. 23.1; 1 Co 4.4; 2 Tm 1.3; 1 Jo 3.21). (2) Essa decisão de permanecer fiel a DEUS e inabalável na fé, esperança e amor não é uma opção para o crente (Hb 3.14; 10.35-39; Jd 21). Fazer assim é a sua salvaguarda contra o naufrágio na fé, ante às intensas perseguições, tentações e ataques de Satanás (1 Tm 1.18-20; cf. 6.11-14; 2 Tm 4.5-8; ver Fp 3.8-16). (3) DEUS, por sua parte, promete pelo seu poder guardar os seus fiéis e preservá-los na sua graça, para que obtenham "a salvação já prestes para se revelar no último tempo" (ver 1 Pe 1.5).
 
 
28.28 O TEMOR DO SENHOR É A SABEDORIA. O temor de DEUS e a reverência por Ele são fundamentais no relacionamento do crente com DEUS (Sl 61.5; Pv 1.7). (1) O temor do Senhor nos torna cuidadosos e alertas para não ofendermos nosso DEUS santo. Sem esse fundamento, não existe sabedoria genuína, e nenhuma experiência salvífica resistirá às provas do tempo e da tentação. (2) O real temor de DEUS e a real sabedoria bíblica fazem o crente abster-se do mal, e produzem "consolação do ESPÍRITO SANTO" (ver At 9.31). (3) Temer a DEUS e continuar em pecado é uma impossibilidade moral. A pessoa que apregoa a majestade de DEUS e a sua oposição ao mal será notada por seu esforço sincero, decisivo e total de separar-se do pecado (Sl 4.4; Pv 3.7; 8.13; 16.6; Is 1.16) e de obedecer a Palavra de DEUS (Sl 112.1; 119.63; Pv 14.2,16; 2 Co 7.1; Ef 5.21; 1 Pe 1.17).
 
 
29.2 AH! QUEM ME DERA SER COMO EU FUI... COMO NOS DIAS EM QUE DEUS ME GUARDAVA! Jó prosseguia no seu desejo de ter a comunhão com DEUS que dantes desfrutava (ver 23.3). Ansiava por (1) o cuidado e proteção especiais de DEUS (cf. Nm 6. 24-26; Sl 91.11; 121.7,8); (2) a candeia de DEUS para lhe mostrar o caminho nas situações obscuras ou difíceis (v. 3); (3) a íntima comunhão e amor de DEUS (vv. 4,5; cf. Pv 3.32); (4) a graça de DEUS para lhe ajudar a praticar o bem (vv. 12-17); e (5) sabedoria para compartilhar com os outros (vv. 21-25). Aquilo que DEUS era para Jó, Ele promete ser para todos os que crêem no Senhor JESUS CRISTO (ver Jo 15.15; Rm 8.1,31,33; 2 Ts 3.3; 1 Pe 3.13).
 
30.20 CLAMO A TI, MAS TU NÃO ME RESPONDES. Todos os filhos de DEUS têm essa experiência em algum momento da sua vida com Ele; uma ocasião em que clamam a DEUS por socorro e Ele parece não ouvir. Até mesmo o Senhor JESUS CRISTO passou por tal experiência (Mt 27.46). (1) Através dessa experiência, nossa fé é provada. Em tais ocasiões, não devemos deixar de perseverar na fé (ver Mt 15.21-28; Lc 18.1-7; 1 Pe 1.7). (2) Sabemos, pelo modo como DEUS lidou com Jó e com todos os crentes fiéis no decurso da história, que nenhum verdadeiro seguidor do Senhor é jamais abandonado por Ele (Hb 13.5), e nenhuma oração sincera jamais deixa de ser ouvida (cf. Hb 10.32-39).
 
 
31.1-34 FIZ CONCERTO COM OS MEUS OLHOS. Nesta seção, Jó passou em revista sua sólida integridade espiritual, sua fidelidade a DEUS e sua bondade para com o próximo. (1) As declarações de Jó a respeito da obra redentora de DEUS nele abrangiam todos os aspectos da vida. Falou da sua inocência quanto aos pecados do coração, inclusive a sensualidade e pensamentos impuros (vv. 1-4), mentira e engano para proveito pessoal (vv. 5-8), e a infidelidade conjugal (vv. 9-12). Falou do seu modo justo de tratar os empregados (vv. 13-15) e seus cuidados dos pobres e necessitados (vv. 16-23). Afirmou que estava livre da cobiça (vv. 24-25), da idolatria (vv. 26-28), da vingança (vv. 29-32) e da hipocrisia (vv. 33,34). (2) O caráter moral e a pureza de coração e da vida, aqui descritos, servem de um magnífico exemplo para todo crente. A vida piedosa que Jó vivia antes do novo concerto pode ser ricamente experimentada por todos aqueles que crêem em CRISTO, mediante o poder salvífico da sua morte e ressurreição (Rm 8.1-17; Gl 2.20).


31.1 FIZ CONCERTO COM OS MEUS OLHOS; COMO, POIS, OS FIXARIA NUMA VIRGEM? Jó observava o padrão de santidade interior que CRISTO expressou no sermão da montanha (Mt 5.28). Jó tinha feito um concerto com seus olhos para evitar desejos -sensuais estimulantes de quem olha fixamente com malícia para uma jovem (cf. Gn 3.6; Nm 15.39). Ele sabia que a sensualidade desagradaria ao seu Senhor e arruinaria a sua vida espiritual (vv. 2-4).


31.13 O DIREITO DO MEU SERVO OU DA MINHA SERVA. O modo de Jó tratar seus empregados exemplifica como os patrões devem cuidar dos seus. Tratava seus trabalhadores com eqüidade, bondade e igualdade; ouvia-os e atendia qualquer queixa justa (cf. Lv 25.42,43,55; Dt 15.12-15; 16.12). Jó sabia que um dia teria de prestar contas a DEUS pelo modo como ele tratava os outros (v. 14; ver Cl 3.25).
 
32.2 ELIÚ. Um novo conselheiro, Eliú, surge agora na narrativa. Até aqui tinha evitado expressar sua opinião, porque era mais jovem do que os outros (v. 4). Ele estava seguro que conhecia as causas do sofrimento de Jó e que podia instruí-lo quanto à atitude certa que deveria manter diante de DEUS. O discurso de Eliú difere dos três primeiros conselheiros, ao salientar que o sofrimento pode ser uma misericordiosa correção divina para iluminar a alma (33.30) e dar lugar a uma comunhão mais profunda com DEUS (36.7-10). Eliú, todavia, como os demais conselheiros, julgava que Jó pecara, e por isso merecia o seu sofrimento.


32.8 HÁ UM ESPÍRITO NO HOMEM. Apesar de Eliú alegar que tinha discernimento espiritual da parte de DEUS (cf. 33.4), isso não quer dizer que suas declarações e teologia sejam infalíveis. Algumas apresentam muito discernimento; outras estão aquém da revelação bíblica.
 
 
33.9 LIMPO ESTOU, SEM TRANSGRESSÃO. Eliú declarou, falsamente, que Jó dizia ter perfeição moral, i.e., que não falhara em toda a sua vida. Jó nunca afirmou que era impecável (ver 13.26), mas tão-somente que tinha seguido os caminhos do Senhor de todo o coração, e que não se recordava de ter cometido uma transgressão tão grave que merecesse um castigo tão severo (27.5,6; 31.1-40).
 
 
34.37 AO SEU PECADO ACRESCENTA A TRANSGRESSÃO. Eliú julgava que Jó, ao levantar questionamentos e queixumes contra DEUS (19.6; 27.2), demonstrava rebelião aberta contra DEUS. Apesar de Jó ter errado gravemente nas suas queixas contra DEUS, seu coração estava firme nEle como seu Senhor (Jó 19.25-27; 23.8-12; 27.1-6). No seu zelo de isentar a DEUS de qualquer culpa, Eliú não compreendeu plenamente a necessidade de Jó expressar seus sentimentos mais profundos diante de DEUS (cf. Sl 42.9; 43.2).
 
35.6 SE PECARES, QUE EFETUARÁS CONTRA ELE? Eliú cria que DEUS está tão distanciado de nós (v. 5), que nossos pecados ou retidão não têm efeito sobre Ele. (1) A concepção de Eliú é errônea. A Bíblia revela que DEUS sente emoções. Ele pode sentir mágoa quando o ser humano rejeita o seu amor. Quando lhe desobedecem e pecam, Ele sente profundo pesar (Gn 6.6; Sl 78.40; Lc 19.41-44; Ef 4.30). (2) Quando, porém, o povo de DEUS com fidelidade o segue em amor, obediência e lealdade, Ele muito se agrada (2 Co 9.7). DEUS cuida dos seus com sentimento profundo, e os acolhe nos seus braços como um pastor (Is 40.11) e os ama com uma ternura maior do que a de uma mãe (Is 49.15). Note a expressão maravilhosa da benignidade de DEUS registrada por Isaías: "Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu e os tomou, e os conduziu todos os dias da antigüidade" (Is 63.9; cf. Is 53; Hb 4.14,15).
 
 
38.1 DEPOIS DISTO, O SENHOR RESPONDEU A JÓ. Agora foi o próprio DEUS quem se dirigiu a Jó. DEUS revelou a ignorância de Jó quanto ao propósito divino em tudo quanto estava acontecendo. Jó ficou perplexo ao perceber quão pouco os seres humanos realmente sabem e conhecem a respeito do Todo-poderoso. Por outro lado, vemos primeiramente na resposta de DEUS a Jó, sua presença, misericórdia e amor para com ele. (1) A oração constante de Jó, e seu mais profundo anseio para achar a DEUS, foram por fim atendidos (ver 23.3; 29.2), confirmando que tudo continuava bem entre ele e seu Senhor. (2) A resposta do Senhor ao seu servo Jó mostra que chegará o dia em que DEUS responderá a todos quantos o invocam com sinceridade e perseverança; mesmo que nossas orações partam de um coração confuso, duvidoso, frustrado ou revoltado, DEUS por fim responderá com sua presença, seu consolo e palavra. (3) O aspecto mais importante em nossa comunhão com DEUS não é a compreensão racional de todos os caminhos de DEUS mas, sim, a experiência e realidade da sua divina presença e a certeza de que tudo está bem entre nós e Ele. Estando nós em comunhão com DEUS, poderemos suportar qualquer provação que tivermos de enfrentar.


38.3 CINGE OS TEUS LOMBOS COMO HOMEM. As palavras que DEUS falou a Jó são extraordinárias pelo que enunciam e pelo que não -enunciam. (1) É surpreendente que ninguém jamais explicou a Jó por que ele sofria. Ele nunca soube que seu sofrimento abrangia assuntos tão relevantes como a integridade e justificação da obra divina redentora entre a caída raça humana (ver 1.8,9 notas). O silêncio de DEUS nesse assunto indica que a razão do sofrimento de Jó não era o assunto mais importante em jogo. (2) Tampouco DEUS não fez menção das impensadas e extremadas palavras de Jó nos seus discursos. DEUS não o repreendeu duramente, nem levou em conta a sua precipitação. DEUS compreendia o sofrimento de Jó e usou de compaixão quanto às suas palavras e sentimentos.


38.4 QUANDO EU FUNDAVA A TERRA. As palavras de DEUS no livro de Jó versam totalmente sobre o mundo natural, i.e., a criação e a natureza. DEUS descreve o enigma e a complexidade do universo, e revela que seu método de governar o mundo ultrapassa em muito a nossa capacidade de entender. DEUS queria que Jó soubesse que sua atividade no âmbito da natureza é análoga ao seu governo na esfera moral e espiritual do universo, e que nesta vida o homem não terá uma compreensão total dos caminhos de DEUS. Mas o livro de Jó realmente revela que quando finalmente a verdade completa for conhecida, ver-se-á que os caminhos e atos de DEUS são retos e justos.


38.4 FAZE-MO SABER, SE TENS INTELIGÊNCIA. DEUS repreendeu Jó por falar sem conhecimento (v. 2) e humilhou aquele seu servo sofredor, levando-o a reconhecer que o raciocínio humano não pode rivalizar com o de DEUS, infinito e eterno (cf. 40.1-5). Sem rejeitar as declarações de Jó quanto à sua própria integridade, DEUS contestou a suposição de Jó que DEUS não estaria governando o mundo com justiça (e.g., caps. 21; 24). Mesmo assim, DEUS a seguir afirmou que Jó nos seus diálogos com os conselheiros tinha falado corretamente a respeito dEle (42.7). Noutras palavras, DEUS considerou o erro de julgamento de Jó como oriundo da falta de conhecimento, e não de um fracasso na fé, nem falta de amor sincero por seu Senhor.
 
 
39.1 SABES TU O TEMPO...? DEUS continuou a interrogar Jó com perguntas que este não sabia responder. Ao fazer assim, DEUS demonstrou a Jó que era uma insensatez ele querer argumentar com DEUS. Jó humilhou-se e ficou em silêncio, porém foi reconfortado com a certeza da coisa mais importante DEUS não o abandonara. O Senhor estava ali, face a face.


39.2 CONTARÁS OS MESES? Se DEUS podia levar Jó a reconhecer suas próprias limitações humanas quanto à compreensão dos caminhos de DEUS no mundo, também podia persuadi-lo que Ele é justo e misericordioso, mesmo que Jó não compreendesse a maneira de DEUS operar na sua vida.
 
 
40.2 PORVENTURA, O CONTENDER CONTRA O TODO-PODEROSO É ENSINAR? DEUS mais uma vez reptou Jó a comprovar o seu alegado de que Ele governava o mundo de modo impróprio. (1) Se Jó não conseguia compreender como funciona a criação feita por DEUS, nem entender como e por que as coisas acontecem, como pensaria em questionar a DEUS, quanto a sua gestão dos assuntos da humanidade, inclusive o sofrimento que DEUS permitiu que ele (Jó) experimentasse? (2) DEUS estava demonstrando ao seu servo sofredor que Ele criara o mundo com sabedoria, e que o governava com sabedoria e justiça. O infortúnio de Jó não significava que DEUS tinha deixado de amar o seu fiel servo. (3) O sofrimento dos justos não põe em dúvida a bondade de DEUS. Tal sofrimento está sob a vontade permissiva de DEUS, permitida para seus propósitos -sábi-os, porém nem sempre por nós conhecidos. Circunstâncias adversas não devem extinguir nossa fé no amor de DEUS por nós; Ele as permite visando ao nosso sumo bem (Rm 8.28)


40.3 ENTÃO, JÓ RESPONDEU AO SENHOR. Jó agora teria que decidir se ia continuar aceitando que DEUS fora injusto com ele, tendo em vista seus anos de fiel adoração a DEUS e de obediência à sua Palavra. Persistiria Jó em confiar em DEUS, apesar das circunstâncias insinuarem que DEUS era injusto e arbitrário, ou continuaria firme na convicção de que DEUS parecia ser seu inimigo?


40.4 A MINHA MÃO PONHO NA MINHA BOCA. Jó ficou extasiado ante esta nova revelação de DEUS. Compreendeu quão insignificantes os seres humanos são, diante da sabedoria oculta de DEUS (cf. 1 Co 2.7), e viu que não poderia continuar a falar. Mesmo assim, Jó não estava totalmente disposto a abrir mão do seu ponto de vista, que algo estava errado na maneira de DEUS agir com ele (a resposta final de Jó está em 42.2-6). Mesmo assim, Jó estava chegando a compreender que seu estranho e misterioso sofrimento não fora um mistério para DEUS, e que ao longo dele era possível -confiar em DEUS.


40.6 ENTÃO, O SENHOR RESPONDEU A JÓ. A fim de levar Jó a uma plena submissão ao seu senhorio e caminhos, DEUS continuou o seu argumento. Ele queria neutralizar o que restava da resistência de Jó e levá-lo à plena compreensão do seu amor. Essa persistência amorosa da parte de DEUS revela sua paciência, misericórdia e seu irrestrito cuidado pelos sofredores.


40.8 OU ME CONDENARÁS...? O arrazoado de Jó, de que ele era inocente e que DEUS o estava castigando de modo injusto (ver 19.6), por pouco não o levou a acusar a DEUS. O Senhor perguntou a Jó expressamente, se este ia continuar a manter sua limitada visão do governo divino do mundo, e desta forma rejeitar sua justiça e bondade.


40.15 BEEMOTE. Muitos comentaristas identificam o beemote com o hipopótamo; já o leviatã (cap. 41) é geralmente identificado com o crocodilo gigante ou a baleia. Através dessas ilustrações, DEUS ressalta que se Jó não podia domar os grandes animais do mundo, não tinha condições de questionar e de instruir o DEUS que criara esses animais (41.10). Jó precisava submeter-se, confiante, ao governo de DEUS sobre o universo, e sobre os eventos da humanidade e da vida dos seus seguidores. Precisava confiar em DEUS e manter a sua fé nEle tanto nos sofrimentos e aflições da vida, como na época de bênçãos.
 
 
42.1 ENTÃO, RESPONDEU JÓ AO SENHOR. A última resposta de Jó a DEUS foi de absoluta humildade e submissão à sua revelação. Confessou (1) que DEUS faz tudo bem; (2) que em tudo que DEUS permite acontecer, Ele procede com sabedoria e propósito; e, portanto, (3) até o sofrimento dos justos tem sentido e propósito divinos.


42.3 FALEI DO QUE NÃO ENTENDIA. Jó reconheceu que os caminhos de DEUS estão além da compreensão humana e que por falta de entendimento seu, ele declarara que eram injustos. (1) Note que Jó, no seu sofrimento e nas suas orações, não pecou contra DEUS. Mesmo assim, sua falta de entendimento e suas queixas contra DEUS quase o levaram ao orgulho e à crença de que DEUS, em certo sentido, não era perfeitamente bom. Agora, com a manifestação e revelação do seu Senhor (cf. v. 5), sua perspectiva mudou completamente. (2) Jó reconheceu o seu erro, e agora estava disposto a obedecer e servir a DEUS, não importando o que viesse a acontecer-lhe. Temeria e amaria a DEUS por causa dEle mesmo, com ou sem saúde, independente de qualquer vantagem pessoal. (3) Jó, ao submeter-se totalmente a DEUS com fé, esperança e amor, mesmo ainda sofrendo, sem saber o por quê de tudo, comprovou que a acusação de Satanás era falsa (1.9-11) e assim vindicou o poder de DEUS para redimir a raça humana e reconciliá-la consigo mesmo (ver 1.8,9 notas).


42.5 AGORA TE VÊEM OS MEUS OLHOS. Jó tinha orado, anteriormente, para ver seu Redentor (19.27); agora foi atendido este seu anseio. A Palavra de DEUS e a sua presença deram a Jó uma revelação melhor dos seus caminhos e caráter. Através dessa experiência pessoal, Jó foi transformado por uma disposição de perdoar, uma renovada confiança na bondade de DEUS e uma experiência do amor divino que lhe transmitia confiança. (1) O aparecimento de DEUS a Jó foi uma evidência da retidão deste, e é uma garantia a todos os fiéis de que o Senhor considera as nossas sinceras indagações ao enfrentarmos provações e sofrimento sem explicação. (2) DEUS é paciente com os seus, e deles se compadece em suas fraquezas, seus equívocos e mesmo rancor (Hb 4.15). Em casos como o de Jó, se perseverarmos, DEUS manifestará sua presença e nos dispensará o seu cuidado.


42.6 ME ARREPENDO NO PÓ E NA CINZA. Jó, diante da revelação de DEUS, humilhou-se arrependido. A palavra "arrependo", aqui, indica que Jó se considerou, bem como a sua retidão moral, como simples "pó e cinza", diante de um DEUS santo (cf. Is 6). Jó não negou o que afirmara da sua vida de retidão e integridade moral, mas realmente reconheceu que é inadmissível o homem, finito que é, reclamar e queixar-se de DEUS, e arrependeu-se disso (cf. Gn 18.27).


42.7 ACABANDO O SENHOR DE DIZER. Embora o livro de Jó não ofereça uma explicação final para o problema do sofrimento imerecido pelo justo, a resposta cabal não está em argumento teológico, mas num encontro pessoal entre DEUS e o justo sofredor (como no caso de Jó). (1) Somente a presença pessoal de um DEUS que consola e que vela pelas pessoas pode nos dar confiança na sua graça e propósito para a nossa vida. Aos que crêem em CRISTO, DEUS lhes envia o ESPÍRITO SANTO como Ajudador e Consolador (ver Jo 14.16). (2) A presença de DEUS, pelo ESPÍRITO SANTO, nos ensina que podemos ter confiança no amor de DEUS, quer na adversidade, quer na bênção. O ESPÍRITO nos transmite a presença de CRISTO e nos aponta a cruz, mediante a qual temos a garantia de que DEUS é por nós e que Ele visa o melhor para nós (ver Rm 8.28).


42.7 PORQUE NÃO DISSESTES DE MIM O QUE ERA RETO. O Senhor reprovou os três amigos de Jó pela sua falsa teologia da prosperidade e do sofrimento, evidente nas suas acusações contra Jó. Os três principais erros deles foram: (1) Ensinavam um princípio retributivo da prosperidade e do sofrimento que os justos sempre são abençoados e que os ímpios são castigados (ver Jo 9.3). (2) Insistiam que Jó confessasse um pecado que ele não cometera, para livrar-se do sofrimento e receber a bênção divina. Pelo teor do seu conselho, eles tentaram Jó a voltar-se para DEUS, visando ao proveito pessoal. Se Jó tomasse o conselho deles, teria (a) invalidado a confiança de DEUS nele, e (b) confirmado a acusação de Satanás, de que Jó temia a DEUS apenas em troca de bênçãos e vantagens. (3) Falaram com arrogância, alegando terem aprovação divina para sua doutrina e teologia falsas.


42.7 RETO, COMO O MEU SERVO JÓ. DEUS declarou que aquilo que Jó dissera estava correto. Isso não significa que tudo quanto Jó dissera era plenamente certo, mas que as respostas de Jó aos seus amigos eram inteiramente justas diante de DEUS e que sua atitude lhe agradava. DEUS às vezes tolera falhas em nossas orações e também nos permite questionar seus caminhos, estando o nosso coração sincero e realmente entregue a Ele.


42.8 MEU SERVO JÓ. DEUS chama Jó "meu servo" (vv. 7,8) e afirma duas vezes que sua oração foi aceita (vv. 8,9). Jó foi plenamente restaurado ao estado de graça diante de DEUS, e obteve autoridade espiritual com DEUS. DEUS atendera a oração intercessória de Jó pelos seus amigos, face à condição reta de Jó diante de DEUS (vv. 8,9).


42.10 O SENHOR ACRESCENTOU A JÓ OUTRO TANTO EM DOBRO A TUDO QUANTO DANTES POSSUÍA. A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de DEUS para todos os crentes fiéis. (1) Cumpriu-se o propósito divino restaurador, concernente ao sofrimento de Jó. DEUS permitira que Jó sofresse, por motivos que ele não compreendia. DEUS nunca permite que o crente sofra sem um propósito espiritual, embora talvez ele não compreenda por que. Nesses casos o crente deve confiar em DEUS, sabendo que Ele, na sua perfeita justiça, fará o que é sempre melhor para nós e para seu reino. (2) Jó reconciliou-se com DEUS, passando a ter uma vida abundantemente abençoada. Isto revela que por maiores que forem as aflições ou dores que os fiéis tenham que passar, DEUS, no momento certo, estenderá a mão para ajudar os que perseverarem, concedendo-lhes cura e restauração totais. "Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso" (Tg 5.11). (3) Todos que permanecerem fiéis a DEUS, nas provações e aflições desta vida, chegarão por fim àquele estado de delícia e bem-aventurança na presença de DEUS, por toda a eternidade (ver 2 Tm 4.7,8; 1 Pe 5.10; Ap 21; 22.1-5).
 
 
 
JÓ - Através Da Bíblia Livro Por Livro - CPAD
Autor. O livro de Jó trata de um dos maiores mistérios — o do sofrimento. A pergunta que ressoa por todo o livro é : Por que sofrem os justos ? Jó, um homem descrito como perfeito, é despojado da riqueza, dos filhos e da saúde. Suporta estas aflições com constância.
Jó não compreende a causa dessas calamidades, mas resigna-se com o pensamento de que DEUS, envia aos homens, tanto o mal como o bem, e que DEUS tem o direi­to de fazer com as Suas criaturas o que Lhe aprouver. As­sim, pois, os homens devem aceitar o mal sem fazer queixa. Os amigos de Jó argumentam que, sendo o sofrimento o resultado do pecado e sendo Jó o mais aflito dos homens, deveria ele ser o mais ímpio de todos. Jó fica indignado e nega a acusação de ter cometido peca­do, levando sua negação até o ponto de autojustiça. Na conclusão da discussão entre Jó e seus amigos, Eliú fala, condenando Jó por sua autojustiça e os outros por sua áspera condenação de Jó. Continua, explicando que DEUS tem um propósito ao enviar o sofrimento aos homens; que Ele castigo o homem com a intenção de trazê-lo mais perto de Si mesmo. DEUS usou as aflições para ex­perimentar o caráter de Jó e como um meio de revelar- lhe um pecado do qual até então não se tinha dado con­ta : autojustiça.
Autor. O autor de Jó é desconhecido. Acredita-se que Eliú pode tê-lo escrito. (,32:16).
CONTEÚDO.
O Ataque de Satanás contra Jó (1:1 a 2:10).
Jó e seus amigos (2:11; 31:40).
A Mensagem de Eliú (caps. 32-37).
A Resposta de Jeová a Jó (caps. 38 a 42:6).
V. Conclusão (42:7-17).
O ATAQUE DE SATANÁS CONTRA JÓ (caps. 1 a 2:10).
Em que outro lugar das Escrituras se menciona Jó? (Ezequiel 14:14; Tiago 5:11). Que se diz acerca de seu caráter? Da sua prosperidade e da sua piedade? Os “filhos de DEUS” mencionados em 1:6 são evidentemen­te os anjos que vinham diante de DEUS em certas ocasi­ões, provavelmente para dar uma informação de seu ministério na terra (Hb. 1:14). Como um Judas entre os apóstolos, Satanás aparece entre os anjos. Porque tinha acesso à presença de DEUS é um mistério, mas Apocalipse 12:10 ensina claramente que tinha admissão ao céu, e que ali toma a parte de “acusador de nossos irmãos”, (vide também Lucas 22:31). Notamos no versí­culo 7 o que Satanás disse acerca da sua atividade com relação ao mundo (comp. I Pedro 5:8).
DEUS apresenta Jó como um homem perfeito e te­mente a DEUS, um que tem fugido à corrupção do mun­do. Satanás admite isto, mas impugna o motivo de Jó. Sua contestação é que Jó serve a DEUS por conveniência, porque isto lhe traz prosperidade. Ao caluniar Jó, Sata­nás também ataca a DEUS, porque suas palavras insi­nuam que DEUS não pode ganhar o amor desinteressado da parte do homem. DEUS, desejando justificar o Seu próprio caráter e o de Seu servo, tem apenas a alterna­tiva de sujeitar Jó a uma prova. É um consolo saber que a aflição dos filhos de DEUS por Satanás só tem lugar com a permissão divina. Dos capítulos 1:21 e 2:10 vemos que Jó justificou a confiança que DEUS tinha nele.
JÓ E SEUS AMIGOS (Caps. 2:31 e 31:40).
Vimos a causa das aflições de Jó sob o ponto de vista divino. Agora veremos as opiniões de seus amigos a res­peito da causa das suas dificuldades. Devem recordar-se que as suas palavras em si mesmas não são inspiradas, porque o próprio Senhor as acusou de erro (42:8). É o registro dessas palavras que é inspirado. Embora estes homens dissessem muitas coisas certas, não disseram a verdade completa.
Aprendam-se os seguintes pontos que resumem os discursos dos amigos de Jó:
Afirmam que o sofrimento é o resultado do peca­do. Assim sendo, se uma pessoa está aflita, deve concluir por certo, que haja pecado.
A medida da aflição indica o grau do pecado. Ar­gumentam que sendo Jó o homem que mais sofria, deve ser ele o maior dos pecadores.
Dizem a Jó que se ele se arrepender de seus pe­cados, DEUS restaurar-lhe-á a felicidade. Avisam-no de que se procurar justificar-se a si mesmo, isto retardará a sua restauração..
Admitem que algumas vezes os ímpios prosperam, mas dizem que esta prosperidade é transitória, porque logo passará, e a retribuição divina lhes sobrevirá.
Podemos resumir as respostas de Jó a seus amigos da seguinte maneira :
Jó afirma que é possível que um homem justo se­ja afligido. Considera uma crueldade da parte de seus amigos acusarem-no de pecado por causa de suas afli­ções. Ele mesmo não compreende o propósito de DEUS em afligi-lo. Aceita como fato que DEUS, ao distribuir o
bem e o mal, não considerava o mérito nem a culpa, mas que age como agrada a Sua Soberania. Crê que haja ca­sos em que aquele que sofre tem o direito de justificar- se a si mesmo e queixar-se pelas ordens de DEUS.
Mais tarde Jó desmente algumas de suas asseverações extravagantes, admitindo que DEUS aflige geral­mente os ímpios e abençoa os justos. Insiste ainda que há exceções à regra, como por exemplo: a aflição de um homem pio. Por causa destas exceções, é injusto chegar à conclusão de que um homem é pecador devido aos seus sofrimentos.
Jó crê que é nosso dever adorai a DEUS embora estejamos sofrendo calamidades não merecidas; mas de­vemos abster-nos de julgar duramente aqueles que, quan­do estão em angústia, proferem queixas contra DEUS.
A MENSAGEM DE ELIÚ (Caps. 32-37).
O discurso de Eliú pode resumir-se da seguinte ma­neira :
Disse a Jó que fêz mal em vangloriar-se da sua integridade (33:8-13), e de fazer parecer que DEUS lhe deva recompensas. DEUS não é devedor de ninguém (35:7). Por mais justo que seja Jó, não tem o direito de exigir alguma coisa de DEUS, porque todos os homens são pecadores ante Sua vista.
Admite que as calamidades são castigos pelos pe­cados cometidos, mas ao mesmo tempo são corretivos. Podem ser infligidas aqueles que são relativamente mais justos do que outros. Se o fim da aflição for alcançado e a falta reconhecida pelo aflito, DEUS o abençoará com uma felicidade maior do que antes (33:14-33). Depois ele expõe a majestade e a perfeição de DEUS na criação, reprovando Jó por procurar questionar com Ele em vez de humilhar-se e confessar sua culpa (caps. 36, 37).
A RESPOSTA DE JEOVÁ (Caps. 38:1 a 42:16).
“DEUS fala com Jó somente para iniciar a discussão. Ele não discute com ele mas proporciona-lhe revelações das mais eficientes, pelas quais desafia Jó nas suas pró­prias premissas erradas. Primeiro desafia o erro de Jó em pôr em questão o Todo-Poderoso. Ao julgar a DEUS, Jó assumiu autoridade igual à pessoa daquele que media, a saber: ao Eterno Criador de todas as coisas. Nos capítulos 38, 39, desafia a capacidade de Jó para julgar, como se este estivesse direta e pessoalmente familiarizado com todas as coisas desde o princípio das mesmas. Isso faz calar Jó, um homem de existência e conhecimento origi­nal tão curtos. DEUS então revela a Jó Sua surpreenden­te destreza em criar e governar de uma maneira benévo­la os monstros mais espantosos do mundo antigo. O beemote, o leviatã, o hipopótamo e o crocodilo do Nilo evi­dentemente servem como ilustrações simbólicas de Sua habilidade em criar e governar, de uma maneira benévola, as mais espantosas dificuldades que um Pai onisciente e amoroso permita ao “leão rugente” infligir. Jó agora rompe o silêncio em adoração e humilhação perante DEUS. Confessa que o que havia aprendido teoricamente antes de receber a certeza da sabedoria e bondade divinas, é agora para êle uma bendita realidade. Esta certeza satis­faz e regozija o seu coração de tal maneira que qualquer ideia de sustentar seus próprios méritos, sob qualquer providência de DEUS, fica excluída para sempre” — Stevens.
CONCLUSÃO (Cap. 42:7-17).
Os últimos versículos de Jó ilustram Tiago 5:11 : “Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque é muito misericordioso e piedoso” (quer dizer, vistes no resultado do tratamento de DEUS com Jó, a manifestação de Sua compaixão e ternura).
 
 
1º Semestre de 2003 -  O sofrimento dos justos e o seu propósito - Pr. Claudionor de Andrade 
Lição 8 - Elifaz E A Teologia Do Relacionamento Mercantil Com DEUS 23/02/2003
 
Texto Áureo:
“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do ESPÍRITO SANTO” (Tt 3.5).
A LAVAGEM DA REGENERAÇÃO. Isto se refere ao novo nascimento do crente, visto simbolicamente no batismo cristão. A "renovação do ESPÍRITO SANTO" refere-se à outorga constante da vida divina aos crentes à medida que se submetem a DEUS (cf. Rm 12.2)

 Verdade Prática:
DEUS não trata seus filhos com base num amor mercantilista e comercial. A base de seu relacionamento para conosco é a sua graça, infinita e inexplicável graça.
Rm 5.21 “Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por JESUS CRISTO, nosso Senhor.”
A "justificação de vida" para todas as pessoas é em potencial; ela torna-se real, no homem, à medida que este crê 
em CRISTO e recebe a graça, a vida e o dom da justiça por JESUS CRISTO (v. 17).

Leitura Diária:
Segunda Rm 3.24 A graça é justificadora = 24sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em CRISTO JESUS,
Rm 3.21 A JUSTIÇA DE DEUS. Esta expressão refere-se à ação redentora de DEUS na esfera do pecado humano, mediante a qual, Ele, dentro das normas da sua justiça (v. 26), leva-nos a um relacionamento correto com Ele mesmo e nos liberta do poder do mal (no AT, a operação da salvação e a manifestação da justiça são essencialmente a mesma coisa ver Sl 98.1,2; Is 46.13; 51.5-8; 56.1,2; 62.1; ver Sl 32.2). (1) Essa revelação da justiça de DEUS no evangelho não é algo que ocorreu somente no passado. Como o poder de DEUS para a salvação que acompanha o crente, ela se mantém nova e suficiente . (2) Essa justiça de DEUS é nossa, mediante a fé em JESUS CRISTO (v. 22)3.22 FÉ EM JESUS CRISTO. Vemos aqui que JESUS CRISTO é o real objeto da nossa fé . A fé em JESUS CRISTO como Senhor e Salvador é a única condição que DEUS requer do pecador, para a sua salvação 3.24 JUSTIFICADOS GRATUITAMENTE... PELA REDENÇÃO. Este versículo contém duas das palavras que Paulo mais usa para expressar a salvação: "justificados" e "redenção" 
3.25 SEU SANGUE. O NT enfatiza várias verdades no tocante à morte de CRISTO em prol da humanidade. (1) Foi um sacrifício, i.e., a oferenda do seu sangue, da sua vida (1 Co 5.7; Ef 5.2). (2) Foi vicária, i.e., ele morreu, não para seu próprio bem, mas para o bem dos outros (5.8; 8.32; Mc 10.45; Ef 5.2). (3) Foi substituinte, i.e., CRISTO padeceu a morte como a penalidade do nosso pecado, como nosso substituto (6.23). (4) Foi propiciatória, i.e., a morte de CRISTO em prol dos pecadores satisfez a lei justa de DEUS, bem como a ordem moral divina. A morte de CRISTO removeu a ira de DEUS contra o pecador arrependido. A integridade de DEUS exigia que o pecado fosse castigado e que fosse feita propiciação junto a Ele, em nosso favor. Pela propiciação no sangue de CRISTO, a santidade de DEUS permaneceu imaculada e Ele pôde manifestar, com toda justiça, a sua graça e amor na salvação (v. 25). Deve ser enfatizado que o próprio DEUS propôs CRISTO como nossa propiciação (v. 25). Ele não precisava ser persuadido a demonstrar misericórdia e amor, pois "DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo" (2 Co 5.19; cf. Jo 3.16; Rm 5.8; 8.3,32; 1 Co 8.6; Ef 4.4-6). (5) Foi expiatória, i.e., um sacrifício para fazer expiação ou reparação pelo pecado. Como expiação, o sacrifício visa a remir a culpa. Pela morte de CRISTO, foram anulados a culpa e o poder do pecado, que fazem separação entre DEUS e o crente. (6) Foi eficaz, i.e., a morte expiatória de CRISTO tem em si o poder de produzir o efeito cabal necessário da redenção, quando esta é buscada pela fé. (7) Foi vitoriosa, i.e., na cruz, CRISTO triunfou na sua luta contra o poder do pecado, de Satanás e de suas hostes demoníacas, que mantinham o ser humano no cativeiro. Sua morte foi a vitória inicial sobre os inimigos espirituais de DEUS e dos homens (8.3; Jo 12.31,32; Cl 2.15). Assim sendo, a morte de 
CRISTO é redentora. Dando sua própria vida como resgate (1 Pe 1.18,19), Ele nos libertou dos inimigos que mantinham a raça humana na escravidão, i.e., o pecado (6.6), a morte (2 Tm 1.10; 1 Co 15.54-57) e Satanás (At 10.38); e nos libertou para servirmos a DEUS (6.18). Todos os benefícios da morte sacrificial de CRISTO, mencionados supra, pertencem, em potencial, a todo ser humano, mas tornam-se realidade somente para aqueles que, pela fé, aceitam JESUS CRISTO e seu sacrifício redentor em lugar deles.

Terça Rm 4.16 A graça nos garante a promessa = 16 Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós
PARA QUE SEJA SEGUNDO A GRAÇA. Se a salvação, a justificação e a justiça que DEUS outorga viessem pela nossa perfeita obediência à Lei, ninguém seria salvo, porque ninguém jamais a cumpriu de modo perfeito. Mas, posto que a salvação é pela fé, mediante a graça, poderão ser salvos todos aqueles que buscam a DEUS. Ele, por sua misericórdia, perdoa os nossos pecados e outorga-nos a sua graça (i.e., seu ESPÍRITO e seu poder), para regenerar nossa vida e nos tornar seus filhos.

Quarta 1 Co 16.23 A graça está sempre conosco = 23 A graça do Senhor JESUS CRISTO seja convosco.
A graça de DEUS é revelada e conquistada somente através da aceitação de JESUS CRISTO como Senhor e Salvador.

Quinta 2 Co 4.15 A graça multiplicada = 15 Porque tudo isso é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, torne abundante a ação de graças, para glória de DEUS.
Através das muitas almas salvas a graça de DEUS era abundantemente multiplicada, gerando muitos louvores a DEUS pela sua salvação sem acepção de pessoas, raças, tribos ou nações; todos se convertiam a JESUS CRISTO.

Sexta 2 Co 6.1 A graça não pode ser recebida em vão = 1 E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de DEUS em vão
NÃO RECEBAIS A GRAÇA DE DEUS EM VÃO. Paulo cria, indubitavelmente, que era possível o crente receber a graça de DEUS e experimentar a salvação (v.2), e depois, por causa de descuido espiritual ou de viver em pecado deliberado, abandonar a fé e a vida do evangelho, e voltar a perder-se. Todos devem ser exortados a se reconciliarem com DEUS e a receber a sua graça (5.20). Aqueles que recebem a graça de DEUS devem ser exortados a não recebê-la em vão (cf. vv. 14-18).

Sábado 2 Co 8.7 A graça pode ser abundante em nós = 7 Portanto, assim como em tudo sois abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em vossa caridade para conosco, assim também abundeis nessa graça.
RIQUEZAS DA SUA GENEROSIDADE. Os princípios e as promessas da contribuição cristã contidos nesses dois capítulos são os seguintes: (1) Pertencemos a DEUS; aquilo que possuímos está confiado às nossas mãos pelo Senhor (v. 5). (2) Devemos tomar a decisão firme, em nosso coração, de que serviremos a DEUS, e não ao dinheiro (v.5; Mt 6.24). (3) A contribuição é feita para ajudar os necessitados (v. 14; 9.12; Pv 19.17; Gl 2.10), para promover o reino de DEUS (1 Co 9.14; Fp 4.15-18), para acumular tesouros no céu (Mt 6.20; Lc 6.32-35) e para aprendermos a temer ao Senhor (Dt 14.22,23). (4) A contribuição deve ser em proporção ao que ganhamos (vv. 3,12; 1 Co 16.2). (5) A contribuição é considerada uma prova do nosso amor cristão (v.24) e deve ser realizada de modo sacrificial (v.3) e voluntária (9.7). (6) Ao contribuirmos com nossas ofertas para DEUS, semeamos não somente dinheiro, mas também fé, tempo, serviço, e, assim, colhemos mais fé e outras bênçãos (v.5; 9.6,10-12). (7) Quando DEUS nos dá em abundância, é para que multipliquemos as nossas boas obras (9.8; Ef 4.28). (8) Quando contribuímos, isso aumenta a nossa dedicação a DEUS (Mt 6.21) e propicia suas bênçãos sobre nossos assuntos financeiros (Lc 6.38). 
Leitura Bíblica Em Classe:
TITO 3.3-8  3Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros.4Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de DEUS, nosso Salvador, para com os homens,5não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do ESPÍRITO SANTO,6que abundantemente ele derramou sobre nós por JESUS CRISTO, nosso Salvador,7para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.
8Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em DEUS procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.
 
Objetivos: Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:

Descrever a teologia de Elifaz. 
Toma-Lá, Dá-Cá. Teologia da prosperidade
Identificar sua origem familiar.
Temã, Provavelmente no Território de Edom, Família que tinha alguns princípios Bíblicos.
 
INTRODUÇÃO

Nesta lição, defrontar-nos-emos com duas teologias: a de Elifaz e a da graça de DEUS. Estarão ambas respondendo a esta pergunta: Por que o justo tem de sofrer? 
De um lado Elifaz querendo condenar o justo Jó por coisas que ele não fez, mas que poderia explicar os seus sofrimentos, por outro lado Jó se defendendo, pois sabia que não tinha pecado assim contra DEUS, Satanás assoprava na boca de Elifaz, enquanto DEUS aproveitava para fazer de Jó um homem capaz de vencer todas as investidas de Satanás sem nem ao menos o conhecer.

I. QUEM FOI ELIFAZ

O significado de Elifaz, em hebraico, traz um emblema bastante elucidativo: Meu DEUS é forte. Infere-se daí tenham sido seus pais gente de reconhecida piedade. Doutra forma: jamais colocariam um nome tão especial no filho.
Apesar de ter uma boa formação teológica, podemos descobrir que Elifaz só conhecia a linha "Dura" da teologia, ou seja, aquela que é natural aos teólogos que estudam muito, mas não oram nunca, esquecendo-se da graça de DEUS, do amor de DEUS por seus seres, da capacidade infinita de perdoar que ELE tem.

1. A procedência de Elifaz. 
Era de Temã, provável território de Edom, talvez o mais velho dos amigos de Jó, pois falou primeiro e era costume o mais velho falar em primeiro lugar.
2. Elifaz: teólogo ou filósofo?
Em sua busca pelos motivos que levaram Jó a tanto sofrimento Elifaz acaba por deixar a teologia e entrar pela vereda parcial, humana e diabólica da filosofia que tanto tem tentado negar a eficácia da fé. Na verdade a Filosofia seria bem-vinda se ao invés de tentar provar a inexistência de DEUS, procurasse com afinco comprovar não somente a existência como também o amor de DEUS para conosco. Veja o conselho de Paulo aos filósofos Epicureus e Estóicos em At 17.29 = Sendo nós, pois, geração de DEUS, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
Também vemos o que achava Paulo das filosofias humanas em Cl 2.8 = Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo CRISTO;

Epicureus e estóicos
EPICUREUS: Uma seita filosófica grega, da qual alguns partidários, juntamente com os estóicos, discutiram com Paulo em Atenas, At 17,18. Ambas estas escolas mostraram-se tolerantes, levando Paulo ao Areópago para ouvi-lo e examinar as suas doutrinas. A seita dos epicureus tirava seu nome de Epicuro. Este filósofo, de poderosa mentalidade, escreveu numerosos livros e ensinou, na sua escola em Atenas, durante 36 anos, até a sua morte. Ensinava que o prazer é o sumo bem dos homens, que devemos buscar os prazeres e evitar os sofrimentos. Mas esses prazeres não incluem apenas a gratificação das paixões sensuais, mas também os derivados das faculdades morais. 
ESTÓICOS: Os epicureus ensinavam que o prazer é o sumo bem dos homens. Os estóicos, ao contrário, ensinavam que o prazer nunca deve ser o motivo de nossos atos. Zenão, o fundador dessa seita, aconselhava os seus discípulos a dominarem os seus sentimentos, para resistirem  o mais possível todas as influências externas. O estoicismo alcançava um grau de insensibilidade que se assemelhava muitas vezes a dureza. Os principais estóicos foram Cleanto c Crisipo. fundadores da escola com Zenão; Ariston de Cio; Hérilo de Cartago; Diógenes de Selêucia; Sêneca, Epícteto e Marco Aurélio. 

II. A TEOLOGIA DE ELIFAZ
 
A LEGÍTIMA PROSPERIDADE É SER CANAL DE DEUS PARA AJUDAR OS OUTROS E NÃO PARA ENRIQUECERMOS.
VEJA EXEMPLO DE BARNABÉ que vendeu sua propriedade para abençoar a Igreja e veja seu fim, Diácono respeitado, amigo de Paulo em suas viagens.
E O EXEMPLO DE ANANIAS E SAFIRA que deram para terem posição social. QUAL o fim deles? A morte.
 
Prosperidade  
Prosperidade, no sentido bíblico, é a medida das bênçãos de DEUS, segundo Sua vontade. Não se trata apenas de “ser rico” ou ter “ótima saúde”, mas possuir: sabedoria, dons, bom (boa) esposo (a), filhos obedientes e fiéis a DEUS, honras, paz, segurança, etc. Alguns termos bíblicos que descrevem a prosperidade: “bênçãos”, “bem-aventurado”, “colheita”, “abundância”, “prosperar”.
Ao longo da história humana, DEUS tem usado de pessoas prósperas para abençoar seu povo: Abraão,  Isaque, José (do Egito), Davi, Salomão, etc.
 
·      Como obter prosperidade?
Sendo obediente: Ex 23.25, Dt 7.12-13, 11.13-15, Pv 28.20, Ap 22.7. A obediência á vontade de DEUS leva o homem a gozar par, harmonia, segurança, e usufruir dos benefícios que DEUS tem reservado aqueles que O amam (2 Cr 26.5, Sl 1.3). Exemplo: as promessas feitas aos dizimistas fazem parte da bênção pela obediência (Ml 3.10,11). Isaque foi obediente, ficando em Gerar, e DEUS lhe abençoou muitíssimo (Gn 26.2, 6, 12-14).
·      Podemos pedir prosperidade para DEUS?
Sem dúvida, Ele nos quer abençoar sempre!  (Mt 6.33, Fp 4.19). O que ocorre, com freqüência, que a prosperidade é vista egoisticamente, para o próprio deleite da pessoa que a recebe. Aí então ocorre o engano da “prosperidade sem responsabilidade”.
·      Que é “voto de prosperidade”?
É um voto feito á DEUS, propondo-se a ser um canal de suas bênçãos. O voto é o seguinte: quanto mais bênçãos receber, mais a pessoa dará para outros (At 20.35). Pessoas que fizeram este voto: Abraão (Gl 3.14), Jacó (Gn 28.22), Salomão (1 Rs 3.8-9), etc.
·      A prosperidade pode cessar?
Não de todo. Mas, por motivos especiais, DEUS pode fazer cessar alguma prosperidade em particular. O caso mais conhecido é o de Jó: perdeu bens, família e saúde, para alcançar uma bênção maior: conhecer DEUS de perto! (Jó 42.5). “Todas as coisas cooperam para o bem...” (Rm 8.28).
·      Qual a nossa responsabilidade diante da prosperidade a nós concedida?
Será proporcional ao que recebermos (Mt 25.14-30). Especificamente, aos que receberem bênçãos materiais, estará a responsabilidade de ministrar misericórdia (1 Tm 6.17-19). Aos que receberem grande sabedoria, será cobrado responsabilidade extra pelo seu uso . É propósito de DEUS que haja diligência (cuidado) com o que recebermos: o que pouco recebe, pouco será cobrado, o que muito recebe, muito será exigido (Lc 12.48). Haverá um tribunal especial para nós, cristãos, para avaliar nossa fidelidade em relação àquilo que recebemos de DEUS (“Tribunal de CRISTO”: Rm 14.10, 2 Co 5.10).
   
O QUE FAZER DIANTE DAS ENFERMIDADES?
Não podemos ser acomodados, devemos orar, clamar, buscar, jejuar, insistir, etc.
Contudo, não devemos exigir, reivindicar, questionar a DEUS. DEUS faz com a nossa vida o que ele quiser, Ele manda, Ele é soberano. Rm 9:20,21; 11:33-36.
     DEUS é o senhor das nossas aflições! Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a DEUS e são chamados segundo o SEU propósito. O evangelho da prosperidade não traz consolo, mas frustração e culpa pela incredulidade.
Veja estudo com refutação da Teologia da Prosperidade em http://www.assembleiadedeus-rn.org.br/familia/port/index.htm 

1. A perigosa teologia de Elifaz.
Teoria de que se Jó servisse a DEUS com integridade e lhe adorasse, nunca lhe aconteceria nada de ruim. (nem pobreza, nem enfermidade, nem problema com os filhos e nem no trabalho). O que JESUS nos diz?
Jo 16.33 Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo
  
2. Uma teologia sofismática. 
Apenas os que desagradam a DEUS, sofrem.
Será que vamos nos esquecer dos servos de DEUS que deram suas vidas pelo evangelho, sofreram todo tipo de perseguição e dor; será que não estavam agradando a DEUS?
Hb 11.35-38 = 
11.35 UNS FORAM TORTURADOS. DEUS permitiu que alguns dos seus filhos fiéis experimentassem grandes sofrimentos e provações. Embora desfrutassem da comunhão com DEUS, Ele não livrou a todos do sofrimento e da morte (vv. 35-39). 
(1) Note que, pela fé, alguns "escaparam do fio da espada" (v. 34) e, também pela fé, alguns foram "mortos a fio de espada" (v. 37). Pela fé, um foi livrado; e também pela fé, outro foi morto (cf. 1 Rs 19.10; Jr 26.23; At 12.2). A fé verdadeira não somente levará os crentes a fazerem grandes coisas para DEUS (vv. 33-35), mas também, às vezes, os levará a sofrimentos, perseguições, aflições e privações (vv. 35-39; cf. Sl 44.22; Rm 8.36; Mt 5.10 nota). 
(2) A fidelidade a DEUS não garante conforto nem livramento da perseguição neste mundo. Ela nos garante, no entanto, a graça, ajuda e força de DEUS em tempos de perseguição, de provações ou de sofrimentos (cf. 12.2; Jr 20.1,7,8; 37.13-15; 38.5; 2 Co 6.9)
11.38 ERRANTES PELOS DESERTOS... CAVERNAS. Os santos fiéis de DEUS recusaram-se a conformar-se com os decadentes padrões do mundo e a desfrutar dos seus prazeres imorais, e, em troca disso, receberam o desprezo e as aflições do mundo. Porque rejeitavam o mundo, eram rejeitados pelo mundo. Embora houvesse bênçãos prometidas aos fiéis no AT (Dt 29.9; Js 1.8), tiveram de suportar aflições e privações (vv. 35-38). No NT, os fiéis são ensinados a esperar adversidades (ver 2 Tm 3.12), a se identificarem com a cruz (ver Mt 10.38; Gl 2.20) e seguir o "homem de dores" (Is 53.3; cf. Hb 12.2).


3. Uma teologia perversa. 
Jó não poderia ser responsabilizado pela destruição de seus filhos, veja o que DEUS diz:
 Ez 18.4 Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.
ESTA PARÁBOLA. A parábola em miniatura, do versículo 2, e também em Jr 31.29, é um provérbio com base provavelmente em Êx 20.5 e Dt 5.9, textos nos quais está dito que os filhos são afetados pelos pecados dos pais. Ezequiel deixa claro, porém, que esses textos não visavam ensinar que os filhos devem ser castigados pelos pecados dos pais. Cada um presta conta de seus próprios pecados. Em Rm 6.23 temos esse mesmo princípio, sob as seguintes palavras: Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de DEUS é a vida eterna, por CRISTO JESUS, nosso Senhor .
 
III. A RESPOSTA DE JÓ

Diante de um discurso abusadamene falacioso, responde o patriarca: “Oh! Se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança! Porque, na verdade, mais pesada seria do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido inconsideradas” (Jó 6.2,3).
 
1. Jó pede uma balança.
Seria possível pesar o sofrimento? Jó gostaria de mostrar materialmente toda sua dor, pois seu amigo não podia sentir sua dor e sofrer sua angústia sem que pudesse provar a razão daquilo que não tinha razão.

2. A Teologia da Aflição.
A teologia da Aflição é aquela que tenta convencer aos homens que tudo o que acontece é pagamento de DEUS ao homem pelos seus pecados.

IV. A GRAÇA DE DEUS – O ANTÍDOTO CONTRA A TEOLOGIA DE ELIFAZ
Elifaz, à semelhança de muitos religiosos de nossos dias, acreditava que o homem, penitenciando-se e tudo fazendo por comprazer a DEUS, jamais será atingido por quaisquer calamidades. 

1. A imperfeição das obras humanas. 
 
PERMISSÕES PARA AÇÕES SATÂNICAS (Por Luciano Subirá)
Encontraremos algumas vezes nas Escrituras, textos que nos mostram permissões divinas para ações satânicas. Quero chamar sua atenção para alguns deles; e começaremos com um dos mais conhecidos (porém mal entendidos) exemplos, o de Jó, que foi duramente atacado pelo diabo. Só que o diabo conseguiu permissão para furar o bloqueio da proteção divina; e quem a deu foi exatamente o Chefe da segurança!
"Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a DEUS e que se desvia do mal.
Então, respondeu Satanás ao SENHOR: Porventura, Jó debalde teme a DEUS?
Acaso, não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra.
Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.
Disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR." Jó 1:8-12.
 
Durante muito tempo não aceitei o livro de Jó. Dizem que durante a Reforma Martinho Lutero quis tirar o livro de Tiago da Bíblia, pois sua maior revelação na Palavra havia sido a da justificação pela fé, e as afirmações de Tiago sobre as obras o incomodavam; não sei se isto realmente foi assim, mas eu já tive vontade de que o livro de Jó não estivesse na Bíblia! Como não poderia tirá-lo, tentei arrumar explicações para o porque isto teria acontecido.
Então comecei a ensinar que Jó havia dado brecha ao diabo; dizia que ele era medroso, que era por ter tanto medo dos filhos pecarem, que ele fazia sacrifícios preventivos, e que foi a porta do medo que ele abriu que deixou o adversário entrar, pois ele mesmo admitiu: "Aquilo que temo me sobrevêm, e o que receio me acontece" (Jó 3:25).
Mas Jó disse isto depois das coisas estarem lhe acontecendo; e quanto a dizer que era brecha espiritual, fica difícil ajustar isto ao testemunho que o Senhor dá acerca dele, dizendo ser homem justo e irrepreensível; qualquer um que estivesse dando brecha e lugar ao diabo deveria ser considerado repreensível, mas ele não foi, pois não era este o seu problema. Se Jó somente estivesse colhendo o que ele mesmo autorizou o diabo a fazer, então Satanás nem teria que pedir permissão a DEUS.
Tudo isto é bobagem, são explicações simplistas para que outras doutrinas que formamos fiquem de pé. O fato é que este é um exemplo de uma permissão divina para uma ação satânica. Mas DEUS não dá este espaço ao diabo à toa; foi mais uma sataneira. E no fim Jó teve a restituição de tudo e ganhou o dobro do que tinha antes e filhos muito melhores e mais bonitos, mas, o que é mais importante, ele termina dizendo: "Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem." (Jó 42:5). No fim das contas, o diabo acabou aproximando Jó ainda mais de DEUS. Isto faz parte do agir invisível de DEUS. O Senhor está agindo mesmo nos momentos e circunstâncias quando parece que nos abandonou. Ele está no controle.
 
 
FÉ E GRAÇA
Rm 5.21 “Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por JESUS CRISTO, nosso Senhor.”
A salvação é um dom da graça de DEUS, mas somente podemos recebê-la em resposta à fé, do lado humano. Para entender corretamente o processo da salvação, precisamos entender essas duas palavras: Fé e Graça
FÉ SALVÍFICA. A fé em JESUS CRISTO é a única condição prévia que DEUS requer do homem para a salvação. A fé não é somente uma confissão a respeito de CRISTO, mas também uma ação dinâmica, que brota do coração do crente que quer seguir a CRISTO como Senhor e Salvador (cf. Mt 4.19; 16.24; Lc 9.23-25; Jo 10.4, 27; 12.26; Ap 14.4).(1) O conceito de fé no NT abrange quatro elementos principais: (a) Fé significa crer e confiar firmemente no CRISTO crucificado e ressurreto como nosso Senhor e Salvador pessoal (ver Rm 1.17). Importa em crer de todo coração (At 8.37; Rm 6.17; Ef 6.6; Hb 10.22), ou seja: entregar a nossa vontade e a totalidade do nosso ser a JESUS CRISTO tal como Ele é revelado no NT.(b) Fé inclui arrependimento, i.e., desviar-se do pecado com verdadeira tristeza (At 17.30; 2Co 7.10) e voltar-se para DEUS através de CRISTO. Fé salvífica é sempre fé mais arrependimento (At 2.37,38; ver Mt 3.2).(c) A fé inclui obediência a JESUS CRISTO e à sua Palavra, como maneira de viver inspirada por nossa fé, por nossa gratidão a DEUS e pela obra regeneradora do ESPÍRITO SANTO em nós (Jo 3.3-6; 
14.15, 21-24; Hb 5.8,9). É a “obediência que provém da fé” (Rm 1.5). Logo, fé e obediência são inseparáveis (cf. Rm 16.26). A fé salvífica sem uma busca dedicada da santificação é ilegítima e impossível.(d) A fé inclui sincera dedicação pessoal e fidelidade a JESUS CRISTO, que se expressam na confiança, amor, gratidão e lealdade para com Ele. A fé, no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício e de 
abnegação para com CRISTO (cf. Mt 22.37; Jo 21.15-17; At 8.37; Rm 6.17; Gl 2.20; Ef 6.6; 1Pe 1.8).(2) A fé em JESUS como nosso Senhor e Salvador é tanto um ato de um único momento, como uma atitude contínua para a vida inteira, que precisa crescer e se fortalecer (ver Jo 1.12). Porque temos fé numa Pessoa real e única que morreu por nós (Rm 4.25; 8.32; 1Ts 5.9,10), nossa fé deve crescer (Rm 4.20; 2Ts 1.3; 1Pe 1.3-9). A confiança e a obediência transformam-se em fidelidade e devoção (Rm 14.8; 2Co 5.15); nossa fidelidade e devoção transformam-se numa intensa dedicação pessoal e amorosa ao Senhor JESUS CRISTO (Fp 1.21; 3.8-10; ver Jo 15.4; Gl 2.20).
GRAÇA. No AT DEUS revelou-se como o DEUS da graça e misericórdia, demonstrando amor para com o seu povo, não porque este merecesse, mas por causa da fidelidade de DEUS à sua promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó (ver Êx 6.9). Os escritores bíblicos dão prosseguimento ao tema da graça como sendo a presença e o amor de DEUS em CRISTO JESUS, transmitidos aos crentes pelo ESPÍRITO SANTO, e que lhes outorga misericórdia, perdão, querer e poder para fazer a vontade de DEUS (Jo 3.16; 1Co 15.10; Fp 2.13; 1Tm 1.15,16). Toda atividade da vida cristã, desde o seu início até o fim, depende desta graça divina.(1) DEUS concede uma medida da sua graça como dádiva aos incrédulos (1Co 1.4; 15.10), a fim de poderem crer no Senhor JESUS CRISTO (Ef 2.8,9; Tt 2.11; 3.4).(2) DEUS concede graça ao crente para que seja “liberto do pecado” (Rm 6.20, 22), para que nele opere “tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13; cf. Tt 2.11,12; ver Mt 7.21), para orar (Zc 12.10), para crescer em CRISTO (2Pe 3.18) e para testemunhar de CRISTO (At 4.33; 11.23). (3) Devemos diligentemente desejar e buscar a graça de DEUS (Hb 4.16). Alguns dos meios pelos quais o crente recebe a graça de DEUS são: estudar as Escrituras Sagradas e obedecer aos seus preceitos (Jo 15.1-11; 20.31; 2Tm 3.15), ouvir a proclamação do evangelho (Lc 24.47; At 1.8; Rm 1.16; 1Co 
1.17,18), orar (Hb 4.16; Jd v. 20), jejuar (cf. Mt 4.2; 6.16), adorar a CRISTO (Cl 3.16); estar continuamente cheio do ESPÍRITO SANTO (cf. Ef 5.18) e participar da Ceia do Senhor (cf. At 2.42; ver Ef 2.9).
(4) A graça de DEUS pode ser resistida (Hb 12.15), recebida em vão (2Co 6.1), apagada (1Ts 5.19), anulada (Gl 2.21) e abandonada pelo crente (Gl 5.4).


CONCLUSÃO

Conclui-se, pois, estar totalmente equivocada a teologia mercantilista de Elifaz. 
Cl 2.8 FILOSOFIAS E VÃS SUTILEZAS... NÃO SEGUNDO CRISTO. Paulo nos adverte a vigiar contra todas as filosofias, religiões e tradições que destacam a importância do homem à parte de DEUS e de sua revelação escrita. Hoje, uma das maiores ameaças teológicas contra o cristianismo bíblico é o "humanismo secular", que se tornou a filosofia de base e a religião aceita em quase toda educação secular e é o ponto de vista aprovado na maior parte dos meios de comunicação e diversão no mundo inteiro. 
(1) Que ensina a filosofia do humanismo? (a) Ensina que o homem, o universo e tudo quanto existe é apenas matéria e energia moldadas ao acaso. (b) Afirma que o homem não foi criado por um DEUS pessoal, mas que resultou de um processo evolutivo. (c) Rejeita a crença num DEUS pessoal e infinito, e nega ser a Bíblia a revelação inspirada de DEUS à raça humana. (d) Afirma que não existe conhecimento à parte das descobertas feitas pelo homem, e que a razão humana determina a ética apropriada para a sociedade, fazendo do ser humano a autoridade máxima neste particular. (e) Procura modificar ou melhorar o comportamento humano mediante educação, redistribuição econômica, psicologia moderna ou sabedoria humana. (f) Crê que padrões morais não são absolutos, e sim relativos e determinados por aquilo que faz as pessoas sentirem-se felizes, que lhes dá prazer, ou que parece bom para a sociedade, de acordo com os alvos estabelecidos por seus líderes; deste modo, os valores e moralidade bíblicos são rejeitados. (g) Considera que a auto-realização do homem, sua auto-satisfação e seu prazer são o sumo bem da vida. (h) Sustenta que as pessoas devem aprender a lidar com a morte e com as dificuldades da vida, sem crer em DEUS ou depender dEle. 
(2) A filosofia do humanismo começou com Satanás e é uma expressão da sua mentira de que o homem pode ser igual a DEUS (Gn 3.5). As Escrituras identificam os humanistas como os que "mudaram a verdade de DEUS em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador" (Rm 1.25). 
(3) Todos os dirigentes, pastores e pais cristãos devem envidar seus máximos esforços em proteger seus filhos da doutrinação humanista, desmascarando-lhes os erros e instilando nas mentes deles um desprezo santo pela sua influência destrutiva (Rm 1.20-32; 2 Co 10.4,5; 2 Tm 3.1-10; Jd 4-20; ver 1 Co 1.20; 2 Pe 2.19).
 
 
Outros comentários de Livros diversos
Comentário Neves de Mesquita
Primeiro Ato
Primeiro Quadro
PRÓLOGO (1-2:13)

1. Quem Era Jó (1: 1-5)

1) Um homem justo num universo diabólico (v. 1). Está muito longe da verdade quem disser que entende o problema relacionado com o livro de Jó. Não compreendemos o problema moral do universo, nem podemos entender como Satanás tem liberdade para destruir uma vida reta, moral, equilibrada e sensata. Jó é-nos apresentado reto, íntegro e temente a DEUS. Um homem que fugia do mal e procurava manter a paz com o seu DEUS, tanto quanto a si como à sua família. Era um sacerdote doméstico, talvez um Melquisedeque, um Jetro ou um dos tantos outros que havia no mundo daqueles dias e que a História não registra. Como vimos na introdução, não estamos certos do lugar onde vivia, mas parece ser a região edomita onde foram morar os descendentes de Esaú e os filhos de Ismael. Ali se fundiram no que atualmente se conhece como o mundo árabe. Era uma região remota, isolada do mundo e que não tinha o movimento social dos nossos dias, concorrendo para que este grande homem praticasse uma vida ascética e profundamente religiosa, para que fosse um homem que, no dizer de DEUS mesmo, se desvia do mal (v. 8). A maldade, que sempre dominou este universo terreno, não o havia atingido e nem a sua riqueza tinha comprometido a sua fidelidade à religião e a DEUS, como tantas vezes acontece. Era um oásis na secura do mundo mau, sim, do mundo mau. Este mundo é mau e cheio de perversidade.


2) Um homem muito rico (v. 3). Grande fazendeiro, com sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. Era o maior de todos os criadores do Oriente. Pelo número de juntas de bois, podemos inferir das imensas áreas
lavradas, com abundantes colheitas de cereais. Todos os chefes daquela região eram criadores, e, em geral, ricos. Esta região veio mais tarde a ser submetida pelos reis de Israel, que fizeram dela uma colônia (I Reis 22:48). Os camelos eram usados para o transporte de mercadorias e outros centros de comércio, mais para o oriente, enquanto a lã das ovelhas era usada para o fabrico de tapetes, que ainda hoje são a tentação dos Povos Ocidentais. Até onde chegaria a influência deste grande homem, ignoramos, embora abrangesse muitas tribos e regiões.


3) Tinha numerosa família (vv. 2,4,5). Sete filhos e três filhas, o que, a bem da verdade, não era demais para um potentado oriental. Não tinha harém como tantos outros da sua época. Uma feliz exceção. A sua religião era tal que não lhe permitia a poligamia. Os filhos, parece, não partilhavam muito da religião do pai, pois, em seus banquetes de rotina, cometiam demasias, que Jó se apressava a corrigir por meio de oferendas sacrificiais (v. 5). Era sacerdote familiar e possivelmente servia à sua comunidade. A Bíblia não nos informa muito largamente sobre o modo de viver dos povos primitivos, porém nos diz o sacerdócio tribal era uma das facetas religiosas daqueles dias. Tomemos, por exemplo Melquisedeque, sacerdote em Salim (Jerusalém), e Jetro, nessa mesma região de Edom. Haveria muitos outros, vindos dos tempos primitivosquando não havia sacerdócio oficial à moda mosaica. Isso nos vem confirmar que o monoteísmo era a religião primitiva dos Povos, como nos informa Sir Charles Marston (1). O monoteísmo não um desenvolvimento do politeísmo, mas dá-se justamente o contrário. O mundo sempre foi monoteísta antes de ser politeísta; e, mesmo quando os ídolos encheram as nações da terra, o monoteísmo continuou a existir até os tempos de Moisés. Foram monoteístas os egípcios, os babilônios, os primitivos tirenos e tantos outros povos antigos. Jó oferecia sacrifícios pelos tirenos e tantos outros povos antigos. Jó oferecia sacrifícios pelos filhos, que possivelmente se haviam exorbitado em seus banquetes, no decurso dos dias (v. 5). Parece que os banquetes eram uma forma de vida dos jovens ricos, de modo que, cada semana, diríamos, um oferecia a seus irmãos o banquete semanal, e neles cometiam pecados contra DEUS em seus corações (v. 5). Vê-se que era uma família rica, feliz e religiosa, sendo o pai o seu sacerdote. Não temos muita informação a respeito dessa norma familiar antiga; entretanto, sendo pequenas as comunidades, e o intercurso social, muito reduzido, levaria as famílias ricas a se reunirem, para fins religiosos e sociais, por meio de banquetes.

2. Muda-se o panorama - Turba-se o Mundo (vv. 6-12)

Num dia em que os filhos de DEUS vieram apresentar-se perante o Senhor... Esta linguagem sugere reuniões perJódicas, como oportunidades para os anjos e o Diabo darem conta do que viram pela terra. Os filhos de DEUS são claramente os anjos; e, no meio destes, Satanás, que também é anjo, criatura de DEUS, e tem a sua função no mundo delimitada por DEUS mesmo. É um anjo caído da graça, mas continua submisso ao seu Criador. Na terra, é o inspetor de DEUS junto aos homens; no céu, é o acusador dos homens junto a DEUS, como sintetizou certo comentador (2). O papel de Satanás, conforme a Bíblia, é o de destruidor, de enganador, de malquistador, causa de tudo que é mau e perverso, se bem que não conheçamos toda a sua função. O seu programa, de modo total, ignoramos. Num mundo em pecado, com homens desviados e inimigos de DEUS, Satanás deve ter um oficio que ignoramos totalmente. De uma coisa, desde logo, devemos estar certos: ele presta contas do que faz, assim como os filhos de DEUS o fazem. Não é soberano para fazer o que quer e bem entender. Tem sua função circunscrita pela soberania de DEUS. Esta delimitação é que desconhecemos; a extensão do seu programa é por nós ignorada. Em ocasiões de crise na vida de alguém, o Diabo se apresenta para realizar o seu trabalho. Quando Saul se desviou do caminho certo, o Diabo teve oportunidade para levar a cabo a sua obra (I Sam. 16:14). Igualmente quando Acabe se desviou do caminho certo, DEUS permitiu que um espírito mau se tomasse uma mentira na boca de todos os profetas (I Reis 22:21 e segs.). Estas e muitas outras escrituras nos mostram que DEUS tanto usa os espíritos maus como os bons. Os espiritos maus são demônios, e os bons são anjos; tanto uns como os outros, todos estão a serviço do governo divino. Os anjos bons, os maalaques, são enviados a favor dos que hão de herdar a salvação (Heb. 1:14). Os maus são usados para determinadas tarefas, neste mundo perdido, embora sempre à disposição do Criador. Nada podem fazer fora do programa que lhes tenha sido determinado. Desde a queda de Satanás, que teria ocorrido antes da criação de Adão, até o fim desta dispensação, o papel de Satanás é prejudicar, é criticar o programa divino, porém dentro dos limites da sua liberdade. Podemos estar certos de que o Diabo não tem poder para fazer o que deseja, nem como quiser. O seu campo de ação está fora de nosso conhecimento, mas dentro do programa divino para este mundo, o que também ignoramos. Estamos então envoltos em profundo mistério. Pouco conhecemos do programa divino para esta geração, e pouco sabemos do programa do Diabo para esta mesma geração. Apenas é nossa a certeza de que DEUS e os seus santos terão a vitória final, como sucedeu a Jó; até lá, porém, o caminho é árduo e penoso, e temos de lutar contra as potestades do ar (Ef. 6:10-16). Conservemos sempre presente a experiência de Jó, e isso nos basta. Foi arrastado às profundezas da miséria e da desgraça, mas, sem o saber, DEUS estava vigiando o curso da malignidade do seu servo, o Diabo, para no final premiar o servo fiel e denodado. Essa a lição suprema para toda a eternidade. Enquanto durar este mundo, permanecerá o ciclo das Perseguições e dos sofrimentos; mas quando terminar, o Diabo levará a pior (Apoe. 20:7-10).

1) Os anjos de DEUS prestam contas dos seus atos (v. 6). Os anjos enviados a favor dos que hão de herdar a salvação (Heb.1:14), vieram apresentar-se a DEUS e dar-lhe contas do que viram e fizeram; também o anjo-Diabo veio relatar o que viu e fez. Começa aqui a tempestade. Não diz o texto qual fosse o relatório que os anjos, filhos de DEUS, deram, todavia, imaginamos, mais ou menos, o que teriam dito: Muitos homens estavam se desviando e procuraram ajudá-los; alguns haviam aceito a sua ajuda e corrigido o caminho; teriam até dito que Jó era um dos muitos que continuavam fiéis a seu DEUS. Relataram mil coisas boas, dos socorros prestados, pois eles se acampam ao redor dos que temem a DEUS e os livram (Sal. 34:7). O ministério dos anjos é qualquer bênção que nem podemos imaginar, quer de proteção, de ajuda ou de salvação. Muitos cristãos têm experiências admiráveis de socorro e salvamento, que nem podem explicar, tais as circunstâncias em que se verificaram. O autor conhece um homen que certa vez ficou debaixo de um ônibus, e quando todos pensavam que estivesse esmagado, ele se levantou rindo, enquanto ônibus continuava a sua marcha de morte. Como é que isso aconteceu? Um anjo tomou o ônibus em suas mãos e o fez passar por cima do servo de DEUS, que, aliás estava indo para a igreja naquela noite. Este escritor ia num ônibus certa vez e deu o sinal para ele parar. Parou, mas deu partida antes de ele saltar, jogando-o no meio da rua e da lama, num dia chuvoso. Ele mesmo pensou que estaria todo quebrado. Levantou-se esfregou as mãos e o rosto e percebeu que não recebera um arranhão sequer; e ao cair teve a impressão de haver caído em cima de um colchão de molas. Como foi isso? Um anjo o apanhou e evitou que se que se quebrasse no meio da rua. Esta é a obra dos anjos, e eles dão conta ao Senhor do que viram e fizeram. Isto deve acontecer periodicamente, regularmente.


2) Satanás presta contas do que faz e calunia Jó (vv. 7-12). DEUS lhe pergunta: De onde vem? Ele responde: De rodear a terra e passear por ela. Aqui está a função do Diabo. Andar e passear. Nestas andanças viu e examinou a conduta de Jó, pessoa que nao podia estar fora das cogitações satânicas. Jó não seria o único a merecer a diabólica vigilância. DEUS pergunta a Satanás: Observaste o meu servo Jó (v. 8). A resposta é cínica: Porventura teme Jó a DEUS debalde? Para o Diabo ninguém é sincero, ninguém é sério; todos são interesseiros e malandros. Jó era religioso porque DEUS o havia enriquecido; mas, se lhe tirasse os bens, logo amaldiçoaria a DEUS. Aqui vem a terrível prova. O Diabo, porém, tinha de convencer-se do seu erro: não era certo que Jó fosse fiel apenas porque DEUS o tinha enriquecido. Foi, no entanto, em pura perda, porque foi derrotado, como derrotas sem-número tem tido, mas não aprende e nem se emenda. É da sua natureza ser errado, maligno e cínico. O Diabo acrescenta: tira-lhe tudo quanto tem, e verás se não te amaldiçoa na tua face (v. 11). DEUS entrega nas mãos do Diabo tudo que Jó possui, com a condição de não tocar-lhe na vida.


3) Abre-se a luta (v. 12). Satanás sai apressadamente da presença de DEUS para oferecer uma prova de que Jó não era leal e sincero, porém apenas um interesseiro. Acreditamos que o Diabo estivesse enganado, pensando que Jó renunciaria a DEUS quando perdesse os seus bens. Satanás não é onisciente, não sabe o que o coração humano é capaz de realizar, como desconhece o que irá acontecer nas suas tentativas de destruir. Admitimos, porém, que pensasse mesmo que Jó seria como ele previa: um interesseiro. A tempestade vai arrebentar em cima do pobre Jó.

3. Luta Tremenda entre o Bem e o Mal (vv. 13-22)

Com todos os seus poderes, e são grandes, o Diabo entra em luta com Jó, para o destruir. Esta luta desdobra-se em dois atos e quatro quadros. Primeiro quadro: Vieram os sabeus, árabes, e levaram os bois e mataram os criados e um só escapou para dar a triste nova (v. 15).
Segundo quadro: Fogo caiu do céu e queimou as ovelhas e os servos, só escapou um para dar a notícia (v. 16).
Terceiro quadro: Três bandos de caldeus deram em cima dos camelos e os levaram e mataram à espada os criados, só escapando um para contar a história (v. 17). Os caldeus ficavam mais para leste de Edom, mas não muito longe.

Quarto quadro: Os filhos de Jó banqueteavam-se, como era costume, quando um vento impetuoso deu sobre os quatro cantos da casa onde estavam e a derrubou, matando a todos, só escapando um servo para dar a nova (vv. 18,19). O segundo ato e mais doloroso é o da doença de Jó. São quatro quadros em que ficam patentes os poderes do Diabo, quando autorizado por DEUS. Domina os homens, sabeus e caldeus, e os converte em salteadores; domina os ventos e o raio, elementos naturais. Estava concluida a primeira fase da destruição do homem mais justo e temente a DEUS residente na terra, por onde vemos que não são apenas os maus que o Diabo destrói, mas também os piedosos. O uso e governo das forças do mal por DEUS constitui um mistério insondável ao espírito humano, diante do qual nos curvamos humildes e submissos. Que ao menos fique aquela confiança que não se apartou de Jó.

Jó perde tudo, mas conserva a sua fé em DEUS (vv. 20,21): "Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua cabeça e, lançando-se em terra, adorou: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá. O Senhor o deu, o Senhor o tirou, bendito seja o nome do Senhor." Este é o espírito difícil de se encontrar na terra. Quem quer que tenha sido o autor do livro, a sua teologia era boa: DEUS acima de tudo. Ele dá e tira. Por esta mostra e outras é que julgamos ter sido Moisés o autor do livro, porque só um homem que tivesse grandes experiências com DEUS poderia ter escrito estas palavras. Moisés tivera tudo no Egito: honras, glórias, palácios, criados e cortesãos. De um momento para outro, perdeu tudo e virou um simples pastor, nos áridos campos de Midiã. Ele era um artista, como bem nos demonstram muitos passos da Bíblia, bem assim um grande poeta, como vemos em Deuteronômio, capítulos 32 e 33 e Sal. 90. A idéia geral desta expressão encontra-se em diversos passos da Bíblia, especialmente em I Tim. 6:7. Isto, entretanto, não resolve tudo. '9 apenas uma dura verdade. O "ventre de minha mãe" deve ser uma bela expressão poética, como ventre da mãe-terra, a mãe que tudo dá. É isso que diversos comentadores pensam, mas também pode ser uma forma de exprimir uma outra verdade, como em João 3:4. Preferimos aceitar a verdade tal qual está expressa, mesmo que seja posta em forma de figura (veja Gên. 3:19). A verdade mais admirável é que Jó não acusou a DEUS, não se queixou. A palavra no original significa insipidez, coisa sem sabor, como a clara do ovo, e, literalmente, é como falta de discernimento moral. Qualquer que seja a interpretação, o nome exceleo de DEUS ficou incólume. DEUS tem o direito de tirar, porque é Ele quem dá. Então, por Jó o fato foi visto como natural. Se DEUS é o Senhor de tudo e dá a quem quer, e tira de quem quer, não há motivo de queixa. Foi isso precisamente o que Jó entendeu; tudo vem de DEUS e Ele dá e tira como lhe apraz. É uma lição que vale a pena aprender, mas nem sempre estamos devidamente preparados.
 
 
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 1 - 4º TRIMESTRE DE 2020
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A autoria do Livro de Jó é desconhecida, mas sua autenticidade é comprovada, bem como a realidade histórica da terra de Uz no período patriarcal.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O livro apresenta uma estrutura literária de prosa-poesia-prosa. Há também uso de metáforas e paralelismos.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A principal questão do Livro de Jó é o sofrimento do inocente. O livro mostra como Jó se comporta diante da prova.
 
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP1 - “Jó é um dos livros sapienciais e poéticos do AT; ‘sapiencial’, porque trata profundamente de relevantes assuntos universais da humanidade; ‘poético’, porque a quase totalidade do livro está elaborada em estilo poético. Sua poesia, todavia, tem por base um personagem histórico e real (ver Ez 14.14,20) e um evento histórico e real (ver Tg 5.11). Os fatos do livro se desenrolam na ‘terra de Uz’ (1.1), que posteriormente veio a ser o território de Edom, localizado a sudeste do Mar Morto, ou norte da Arábia (cf. Lm 4.21). Assim sendo, o contexto histórico de Jó é mais árabe do que judaico.
[...] Se não foi o próprio Jó, o escritor deve ter obtido informações detalhadas, escritas ou orais, oriundas daqueles dias, as quais ele utilizou sob o impulso da inspiração divina para escrever o livro na feição em que o temos. Certas partes do livro vieram evidentemente da revelação direta de DEUS (e.g. 1.1–2.10)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.767).
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP2 - Neste tópico, após expor o assunto, apresente o esboço do Livro de Jó. É importante para o aluno ter contato com a visão estrutural de todo o livro. Nesse sentido, sugerimos que reproduza o seguinte esquema:


Adaptado da Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD.


SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP3 - “Sete características principais assinalam o livro de Jó. (1) Jó, um habitante do norte da Arábia, foi um não israelita justo e temente a DEUS [...] (1.1). (2) Este livro é o mais profundo que existe sobre o mistério do sofrimento do justo. (3) Revela uma dinâmica importante, presente em toda prova severa dos santos: enquanto Satanás procura destruir a fé dos santos, DEUS está operando para depurá-la e aprofundá-la. A perseverança de Jó na sua fé permitiu que o propósito de DEUS prevalecesse sobre a expectativa de Satanás (cf. Tg 5.11). (4) O livro é de valor inestimável pela revelação bíblica que contém sobre assuntos-chaves tais como: DEUS, a raça humana, a criação de Satanás, o pecado, o sofrimento, a justiça, o arrependimento e a fé. (5) Boa parte do livro ocupa-se da avaliação teológica errônea no livro talvez indique tratar-se de um erro comum entre o povo de DEUS; erro este que exige correção. (6) O papel de Satanás como “adversário” dos justos, o livro de Jó o demonstra mais do que em qualquer outro livro do AT. Entre as dezenove referências nominais a Satanás no AT, quatorze ocorrem em Jó. (7) Jó demonstra com toda clareza o princípio bíblico de que os crentes são transformados pela revelação, e não pela informação (42.5,6)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.768).
 
VOCABULÁRIO
Patriarcal: Relativo ao patriarcado, forma de organização social em que a pessoa mais velha tem uma grande família, sendo honrada e respeitada.
Prosa: Discurso direto; texto organizado em parágrafos.
Prólogo: A primeira parte de um texto.
Epílogo: O desfecho de um texto.
Estilístico: Relativo ao estilo, forma de usar as palavras.
Paralelismos: Semelhança, correspondências entre duas coisas.

PARA REFLETIR - A respeito de “O Livro de Jó”, responda:
O que o profeta Ezequiel confirma a respeito de Jó? O profeta Ezequiel confirma que ele, de fato, foi uma pessoa real, correlacionando-o ao lado de Noé e Daniel (Ez 14.14).
Cite exemplos em que os fatos narrados em Jó remontam ao período patriarcal. O sacerdócio como instituição ainda não existia, visto que Jó era o sacerdote de sua própria casa (Jó 1.5); as filhas de Jó eram coerdeiras juntamente com seus irmãos (Jó 42.15), o que não era permitido pela lei mosaica (Nm 27.8).
Como o texto de Jó está organizado literariamente? Ele está literariamente organizado assim: Uma prosa nos primeiros capítulos; uma longa poesia no meio; mais uma prosa no último capítulo.
Por que o livro é rico em Metáforas? Esse recurso estilístico é usado pelo autor bíblico quando ele quer dar mais expressividade e maior vivacidade ao texto.
Qual é a principal questão apresentada no Livro de Jó? A questão do sofrimento do inocente é a principal questão levantada no Livro de Jó.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 83, p. 36. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
 
 
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o Livro de Jó é uma poesia inspirada que retrata o dilema vivido por uma pessoa histórica.
 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar que, a partir das evidências internas do livro, é possível conhecer o contexto no qual Jó viveu;
Especificar o gênero literário e de que forma esse conhecimento ajuda na compreensão do Livro de Jó;
Identificar o propósito e a mensagem do Livro de Jó.
 
 
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Há coisas que acontecem na vida do crente que, inevitavelmente, leva-o a fazer perguntas que traduzem a angústia da alma: Se DEUS é justo e amoroso porque permite que um justo sofra tanto? Perguntas como esta podem ser consideradas o pano de fundo do livro que estudaremos neste trimestre: Jó. Nosso objetivo é compreender o que o livro diz a respeito do assunto, as respostas humanas dadas ao sofrimento e, finalmente, a resposta de DEUS a Jó e seus amigos.
Para comentar o tema desse trimestre, contaremos com o pastor José Gonçalves. Ele é escritor, conferencista, membro da Comissão de Apologética da CGADB e líder da Assembleia de DEUS em Água Branca - PI.
 
 
 
PONTO CENTRAL
O Livro de Jó é uma poderosa resposta de DEUS para grandes questões da vida.
 
Ajuda
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD
Fontes consultadas e alguns comentários inseridos:
1- CD Da CPAD, Revista e BEP, Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
2- Livro Jó - Claudionor De Andrade - CPAD - www.cpad.com.br 
3- Introdução e Comentários de Francis I.Andersen - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - S.Paulo - SP, 2º Impressão 05/1996  -  http://www.vidanova.com.br/   FONTE  http://www.apazdosenhor.org.br/