Revistas Lições Bíblicas Adultos, CPAD, 4° trimestre 2020
Tema: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó Comentarista: José Gonçalves.
Comentarista: José Gonçalves.
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https://www.youtube.com/watch?v=1OxIpGL3xP4&t=3s Lição 3, Jó e a Realidade de Satanás Ajudahttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1%E2%80%93heresias-sutilsatanasfimtempos.htmEstude as lições sobre - LIÇÕES BÍBLICAS - 1º trimestre de 2019 - Título: Batalha Espiritual - O povo de DEUS e a guerra contra as potestades do mal. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/estudos2.htmhttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao3-bet-1tr19-A%20Natureza%20dos%20Dem%C3%B4nios,%20Agentes%20da%20Maldade%20no%20Mundo%20Espiritual.html TEXTO ÁUREO
“E vindo um dia em que os filhos de DEUS vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.” (Jó 1.6) VERDADE PRÁTICA
Segundo as Escrituras, Satanás é um ser real, portador de personalidade e só o venceremos com as armas espirituais. LEITURA DIÁRIA
Segunda: Jó 1.6O Diabo se apresenta diante de DEUS
Terça: Jó 1.7,8 Satanás e o testemunho de DEUS a respeito de Jó
Quarta: Jó 1.9,10 Só é possível servir a DEUS na bonança?
Quinta: Jó 1.11 A acusação do Diabo a Jó diante de DEUS
Sexta: Jó 1.12 DEUS impõe limites a Satanás
Sábado: Jó 2.4,5 O Diabo pede permisão para tocar na saúde de Jó LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jó 1.6-12; 2.4,5
Jó 1
6 - E vindo um dia em que os filhos de DEUS vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. 7 - Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela. 8 - E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a DEUS, e desviando-se do mal. 9 - Então, respondeu Satanás ao SENHOR e disse: Porventura, teme Jó a DEUS debalde? 10 - Porventura, não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentado na terra. 11- Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face! 12- E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.
Jó 2
4 - Então, Satanás respondeu ao SENHOR e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. 5 - Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face! Jó 1.6-121.8 OBSERVASTE TU A MEU SERVO JÓ? A essa altura, o livro apresenta o conflito entre DEUS e o seu grande adversário, Satanás. DEUS aqui repta Satanás a observar em Jó o triunfo da graça e salvação divinas. Na vida deste seu servo fiel, DEUS demonstrou que seu plano de redimir a raça humana, do pecado e do mal, é exeqüível.
1.9 PORVENTURA, TEME JÓ A DEUS DEBALDE? Satanás reagiu ante a declaração de DEUS, de ser Jó um homem piedoso, e passou a acusar tanto a Jó quanto a DEUS.(1) Satanás questionou os motivos de Jó e, portanto, a veracidade da sua retidão, afirmando que o amor que Jó tinha a DEUS era realmente egoísta e que ele adorava a DEUS somente porque tirava proveito disso. Satanás deixou claro que o amor que Jó tinha a DEUS não era sincero.(2) Satanás insinuou, ainda, que DEUS era ingênuo, que se deixara enganar, e que obtivera a devoção de Jó mediante a concessão de bênçãos e suborno (vv. 10,11). Satanás concluiu que DEUS tinha falhado no seu propósito de reconciliar a raça humana consigo mesmo. Se DEUS deixasse de proteger Jó, e de lhe conceder riquezas, saúde e felicidade, ele (Jó) blasfemaria dEle na sua face! (v. 11).
1.10 CERCASTE. (1) Posto que Satanás vem para roubar, matar e destruir (cf. Jo 10.10), DEUS coloca uma cerca de proteção em volta dos seus, para abrigá-los dos ataques de Satanás. Essa "cerca" é qual "muro de fogo" espiritual, de proteção para os fiéis de DEUS, de modo que Satanás não possa atingi-los. "E eu, diz o SENHOR, serei para ela [Jerusalém] um muro de fogo em redor" (Zc 2.5). (2) Todos os crentes que fielmente procuram amar a DEUS e seguir a direção do ESPÍRITO SANTO têm o direito de pedir e de esperar que DEUS mantenha esse muro de proteção ao seu redor e de suas respectivas famílias.
1.11 TOCA-LHE EM TUDO QUANTO TEM, E VERÁS SE NÃO BLASFEMA DE TI NA TUA FACE! Nos versísulos 6-12 estão propostas as perguntas principais do livro. É possível o povo de DEUS amá-lo e servi-lo por causa daquilo que Ele é, e não apenas por causa das suas dádivas? O justo pode manter sua fé em DEUS e seu amor por Ele em meio a tragédias incompreensíveis e sofrimentos imerecidos?
1.12 SOMENTE CONTRA ELE NÃO ESTENDAS A TUA MÃO. DEUS permitiu a Satanás destruir os bens e a família de Jó; porém, Ele fixou um limite até onde Satanás podia ir e não lhe concedeu o poder de morte sobre Jó. Satanás lançou tempestades e pessoas violentas contra Jó (vv. 13-19).
OBJETIVO GERAL - Destacar que Satanás não é um ser autoexistente, mas criado; e que sua ação não se sobrepõe a soberania de DEUS.
Resumo da Lição 3, Jó e a Realidade de SatanásI – O LIVRO DE JÓ E A NATUREZA DE SATANÁS
1. Um ser espiritual.2. Um ser criado.3. Um ser dotado de personalidade.II – O LIVRO DE JÓ E AS OBRAS DE SATANÁS
1. Dor e sofrimento.2. Acusar.3. Tentar.III – O LIVRO DE JÓ E O OCASO DE SATANÁS
1. Queda e ruína de Satanás.2. Jó e o testemunho de DEUS. INTRODUÇÃO
O Diabo existe, é um ser espiritual, criado, dotado de persoanlidade, sendo nosso mais perigoso inimigo. Foi Satanás que destruiu a vida de Jó e de sua família. Embora Jó nada soubesse, como a maioria das pessoas de hoje em dia, Satanás está por detrás de tudo o que é mal neste mundo. Satanás interfere em todos os sentidos da vida humana. Provoca dor, sofrimento, tenta para o mal e acusa-nos diante de DEUS. Satanás conhece a cada um de nós por nome e por obras. Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; 1 Pedro 5:8
I – O LIVRO DE JÓ E A NATUREZA DE SATANÁS
1. Um ser espiritual. Diabo.Esse nome, que no grego é "diabollos", significa "acusador", aparece no grego da Septuaginta passado para o Novo Testamento, para indicar Satanás, o arquimaligno poder espiritual do grande inimigo de todo o bem. Tanto nosso Senhor JESUS CRISTO como os escritores do Novo Testamento, usaram este nome empregado à pessoa de Satanás por 38 vezes.
SatanásÉ uma palavra de origem hebraica que é "sãtan". No Antigo Testamento, a palavra "satanás" ou seu equivalente é usada como nome próprio somente em três livros, a saber: 1 Crônicas 21.1; Jó 1.6,7,8,9,12; 2.1,2,3,4,6,7, etc; Zacarias 3.1 e ss. Em Apocalipse, porém, ele é sempre chamado o "Dragão".
O vocábulo grego aqui usado, "dragão", que no original é "draken", significa "serpente", "crocodilo" ou "leviatã" (Jó 41.1). O doutor R. N. Champlin, Ph. D., nos informa que os antigos cananeus, conforme a descrição existente nos tabletes de Ras Shamra, tinham uma terrível serpente de sete cabeças. O leviatã (Is 27.1) era considerado uma horrível e "rápida serpente". No presente estudo, porém, está em foco "...a antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo". Na mitologia grega esta figura sombria já era bastante conhecida, e em alguns lugares é a conhecida "serpente sedutora, mãe das trevas, que é um cão de fogo horroroso". Foi este terrível ser que, personificado numa serpente, enganou a pobre mulher (Gn 3.1 e ss; 2 Co 11.3; 1 Tm 2.14; Ap 12.9).
O doutor Matthew Pool, eminente comentador da antiguidade, diz que o artigo definido em Gênesis 3.1, é enfático para exemplificar o significado do pensamento, e por isso se refere a uma "serpente especial". E, no hebraico é: "hannachash". Esta serpente, ou essa serpente, indicando que não era uma serpente qualquer, ou um simples animal, mas uma personificação do próprio Satanás.
Em sete livros do Antigo Testamento e em dezenove do Novo, encontramos esta horrível serpente chamada o Diabo. Ocorre apenas uma vez no plural na Edição Revista e Corrigida (Dt 32.17):"...Sacrifícios ofereceram aos diabos". Seu nome é a transliteração do vocábulo grego da Septuaginta (LXX) "diabollos", expressão usada no singular, que significa "acusador" ou "caluniador" dependendo apenas do contexto (Ap 12.10); é aplicado nas Escrituras, exclusivamente a Satanás.
Ele é assim chamado em virtude de suas disposições hostis...opondo-se a DEUS e aos homens. No sentido profundo da palavra, significa "caluniador" ou "difamador", porque tanto calunia a DEUS (Gn 3.2), como aos homens (Jó 1.9;Ap 12.10). Ele, além de ser acusador dos irmãos, é também a "serpente sedutora", que primeiramente usou sua sabedoria pervertida para arrastar uma terça parte dos poderes angelicais para dentro de sua órbita (Ap 12.4). Em João 6.70, ele tem o sentido de um traidor. O Livro de Jó não procura provar a origem do Diabo, mas o revela como um ser real. O livro destaca algumas características da natureza de Satanás que nos permitem conhecê-lo melhor. Em primeiro lugar, conforme o livro apresenta, o Diabo é um ser espiritual e encontra-se na mesma categoria dos anjos, representada no texto pela expressão “os filhos de DEUS” (Jó 1.6). Os anjos são seres espirituais que não pertencem à dimensão natural, mas à sobrenatural. Isso explica, por exemplo, a capacidade da rápida locomoção do Diabo quando rodeava a Terra e passeava por ela (Jó 1.7).
2. Um ser criado. DEUS criou Lúcifer - Quando se rebelou contra DEUS, arrastando consigo a terça parte dos anjos, se tornou inimigo de DEUS e dos homens (SATANÁS).DEUS é o criador de todas as coisas. DEUS existe por si mesmo.A EXISTÊNCIA DE DEUS
Não há, na revelação bíblica, a preocupação em provar que DEUS existe. Isso pode ser notado no primeiro versículo da Bíblia: “No princípio criou DEUS os céus e a terra” (Gn 1.1). Tal declaração denota que não há nas Santas Escrituras a intenção de persuadir o leitor a crer na existência do Todo-Poderoso.
A existência dEle é um fato consumado, uma verdade primária, que não necessita de comprovação. DEUS transcende à existência. Segundo PaulTillich, pastor luterano, teólogo e pensador cristão, “DEUS está além de todas as causas finitas”. O conhecimento da sua existência pode vir da intuição, da razão, porém as Escrituras Sagradas são a sua única fonte confiável.
Intuição. Todo ser humano é religioso por natureza. O homem tem anseio pelas coisas de DEUS e sente o desejo de buscá-lo. Há tribos que não usam roupas nem sabem edificar uma casa; outras, sequer têm conhecimento suficiente para acender um fogo. Entretanto, nenhuma há que não possua crenças num ser superior. Por mais primitivo que seja o seu culto, e estranho o seu conceito de divindade, há um denominador comum: o anseio e a busca de DEUS.
A religiosidade humana é um fato universal e incontestável. Agostinho de Hi- pona declarou: “O DEUS! tu nos fizeste para ti mesmo, e a nossa alma não achará repouso, até que volte a ti” (Confissões I.I). E disse o salmista, inspirado pelo ESPÍRITO: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó DEUS! A minha alma tem sede de DEUS, do DEUS vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de DEUS?” (Sm 42.1,2).
Como se vê, a crença universal na existência de DEUS explica-se pela intuição. O conhecimento acerca dEle é intuitivo — este termo significa “relação direta (sem intermediário) com um objeto qualquer”.6 E um conhecimento direto ou uma relação direta com o objeto; percepção natural, algo inato, inerente ao ser da pessoa. E a Palavra de DEUS atesta essa crença intuitiva, em Romanos 1.19,21; 2.14,15:
Porquanto o que de DEUS se pode conhecer neles se manifesta, porque DEUS lho manifestou... porquanto, tendo conhecido a DEUS, não o glorificaram como DEUS, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os.
Razão. Os teólogos estão divididos quanto à possibilidade de a razão poder provar a existência de DEUS. Os argumentos fundamentados na razão são mais conceitos filosóficos do que teológicos. Segundo Strong, cada argumento isolado apresenta os seus senões; ou seja, não é conclusivo — juntos se completam.7 Por outro lado, outros, como Wayne Grudem, acreditam que tais argumentos provam ser irracional negar a existência de DEUS:
São de fato tentativas de analisar as evidências, especialmente as evidências da natureza, de modos extremamente cuidadosos e logicamente precisos, a fim de convencer as pessoas de que não é racional rejeitar a idéia de que DEUS existe.8
Razão é a faculdade humana de observar a ordem do Universo e aplicá-la a seus pensamentos e atitudes. Aristóteles desconhecia o conceito judaico-cristão de criação. No entanto, nas suas observações chegou à conclusão de que DEUS existe. Seu argumento para provar a existência de DEUS está no movimento dos seres, na ordem existente no mundo, nos graus de perfeição e na experiência psicológica.
Pela lógica, qualquer movimento supõe uma força externa atuando sobre o ser, o que Aristóteles chamou de “motor”. Cada motor recebe o movimento de outro; e assim por diante. O motor que é imóvel — que não pode ser movido por outro — seria o primeiro, isto é, a Perfeição Absoluta, DEUS. Ele é o princípio da causa primeira.
A idéia aristotélica foi retomada, na Idade Média, por Tomás de Aquino, que a empregou na explanação das Cinco Vias (em sua obra Summa Contra Gentiles), com o objetivo de “provar”, de forma racional, a existência de DEUS. Essa parte da citada obra tornou-se conhecida como o argumento cosmológico e o argumento teleológico. No entanto, alguns, como Alister E. McGrath, afirmam que não há nela indícios de que a intenção fosse provar a existência de DEUS, haja vista a fé de Tomás de Aquino firmar-se na revelação, e não nessas cinco vias.
Nesse argumento tomista, “DEUS é conhecido a partir do exterior. Olhamos para o mundo e descobrimos a necessidade lógica da existência de um ser superior”, afirmou Paul Tillich, que o considerou uma análise, e não um argumento:
(são verdadeiros não enquanto argumentos, mas enquanto análise) (...)
Na doutrina dos argumentos; em favor da existência de DEUS, encontramos provavelmente a melhor análise da finidade da realidade aparecida nos escritos do passado.
Eis as cinco vias:
Experiência do movimento. Todas as coisas nesse mundo se encontram em constante movimento, e nenhum movimento é feito pela sua própria força. Tudo o que se move, movimenta-se pela ação de outra força. Logo, para todo movimento existe uma causa anterior. Assim, é natural aceitar a existência de uma primeira e única causa que deu origem à gigantesca cadeia de causalidade do Universo. Tal causa primária e única é o próprio DEUS. Vemos aqui o argumento cosmológico, reformulado séculos depois.
Subordinação das causas. E a relação de causa e efeito, conhecida como argumento etiológico. Etiologia é “pesquisa ou determinação das causas de um fenômeno”. E a causa primeira e original, comum a todos os efeitos, é DEUS.
Contingência dos seres. Os seres humanos são contingentes; não estão no mundo por necessidade. Assim, por que estamos aqui, e qual a causa de nossa existência? Sem a existência de um primeiro Ser os seres contingentes também deixariam de existir. E o tal Ser é DEUS.
Graduação das pe feições transcendentais. E o argumento axiológico. A axiologia é a teoria dos valores. Haja vista o termo grego axioma, originalmente, “dignidade” ou “valor”. Os valores morais, como a bondade, a verdade e a nobreza, têm uma origem e uma causa. Por isso, deve haver uma bondade, uma verdade e uma nobreza em si mesmas — Bondade Absoluta, Verdade Absoluta e Nobreza Absoluta, bem como um Ser supremo (DEUS), no qual estejam todos esses valores.
Ordenação a um fim. E o argumento teleológico. Teleologia “é a parte da filosofia natural que explica os fins das coisas”,14 conhecido, também, por argumento do desígnio, uma vez que a inegável ordem, a harmonia e o planejamento do Universo constituem-se provas irrefutáveis de um propósito inteligente.
Tomás de Aqumo acreditava ser possível o homem conhecer a DEUS pela razão, tendo por base exclusiva a natureza.
Argumentos que confirmam a existência de DEUS
O termo “argumento”, em si, significa “qualquer razão, prova, demonstração, mdício, motivo capaz de captar o assentimento e de induzir à persuasão ou à convicção”. Os argumentos abaixo são explicações racionais e filosóficas que confirmam a existência de DEUS fora da esfera teológica e têm por objetivo convencer as pessoas de que não é racional negar a existência de DEUS.
Cosmológico. Este argumento apresenta a evidência de que DEUS existe e é a primeira causa. Como o mundo não se explica por si mesmo, esse argumento “assume, basicamente, que a existência do Universo é algo que precisa ser explicado”,10 considerando que cada efeito deve ter uma causa (e depende dela) para a sua existência. Haja vista a natureza não poder produzir a si mesma. A validade dessas verdades pode convergir para a dedução conclusiva de que “o Universo é causado por uma criação direta de uma causa eterna e auto-existente”.
Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és DEUS fSl 90.2).
E: Tu, Senhor, no princípio, fundaste a terra, e os céus são ohra de tuas mãos
(Hb 1.10).
Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é DEUS
(Hb 3.4).
Teleológico. Este pode ser incluído na categoria do argumento cosmológico; é a quinta via de Tomás de Aquino. A palavra grega é telos, “fim”, “propósito”, pois trata dos fins, do desígnio, do propósito racional. A ordem e o planejamento do Universo deixam evidente o seu propósito. Com isso, faz-se necessária a existência de uma mente inteligente e infinita, responsável por esse desígnio.
Aquele que fez o ouvido, não ouvirá? E o que formou o olho, não verá? Aquele que arpúi as nações, não castigará? E o que dá ao homem o conhecimento, não saberá?
(Sl 94.9,10).
Ontológico. Ontologia é o ramo da filosofia que trata da investigação teórica dos caracteres fundamentais do ser. Christian F. von Wolff dividiu a metafísica em quatro partes: ontologia, psicologia, cosmologia racional e teologia. O termo grego on/ontos significa “ser”; “refere-se àquilo que possui uma existência real e substancial. Eqüivale a substância ou essência”.
Paul Tillich chama DEUS de “Ser em e de si mesmo” na parte dois de sua Teologia Sistemática. Isso tem implicação com o verbo “ser”, em hebraico, de onde vem o tetragrama YHWH — Yahveh ou Yahweh. O significado desse verbo, em Êxodo 3.14, “EU SOU O QUE SOU” (ou, na Septuaginta, ego eimi ho on, “Eu Sou o Ser” ou “Eu Sou Aquele Que É”) revela DEUS como um Ser que tem existência própria; existe por si mesmo.
DEUS é, pois, o imutável, o que causa todas as coisas; é auto-existente, aquEle que é, e que era, e que há de vir, o Eterno: “Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo” (Jo 5.26).
Esse argumento “infere a existência de DEUS a partir da natureza do pensamento”. Anselmo de Cantuária, em sua obra Proslogion, publicada em 1078, considera o Senhor como “aquEle a respeito de quem não se concebe nada maior”. E a idéia do Ser mais perfeito, pois há na mente humana esse pensamento. Como poderia tal idéia chegar ali se não existisse o tal Ser? Se é apenas uma idéia sem existência real, não seria o Ser mais perfeito.
Segundo Paul Tillich, ainda, Anselmo “queria encontrar DEUS no próprio pensamento. Achava que antes do pensamento sair para o mundo deveria estar perto de DEUS”.
Moral ou antropológico. Esta formulação veio de Immanuel Kant; baseia-se no fato de existir no homem uma consciência que estabelece a distinção entre o bem e o mal, dando a ele senso de responsabilidade e de razão existencial (Rm 2.14,15). O fato de existir essa lei moral, per se, torna evidente a existência de um Legislador ou Promulgador Supremo, a quem todos os humanos hão de prestar contas. O homem é um ser moral, responsável pelos seus atos diante de DEUS (Ec 12.14).
Outro fator importante desse argumento é que nem sempre os bons são recompensados, e os maus, punidos. Assim, o mundo se tornaria um caos sem
a existência de um justo e supremo Juiz. Nesse caso, o argumento em apreço é válido para mostrar que a nossa própria natureza moral nos obriga a crer num DEUS pessoal.
O testemunho da natureza. O testemunho da natureza não apresenta a divindade com os mesmos detalhes das Escrituras. Contudo, é suficiente para mostrar com clareza a existência do Criador, o seu poder e a sua sabedoria.
Os céus manifestam a glória de DEUS e o frmamento anuncia a obra das suas mãos.
Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes em toda a extensão da terra, e as suas palavras, até aofm do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol (Sl 19.1-4).
A natureza é uma prova irrefutável da existência do Criador, assim como um relógio e um automóvel pressupõem um idealizador. E claro que os tais não vieram à existência do nada ou por acaso. Alguém planejou e pensou em todos os detalhes, para obter um bom funcionamento tanto do relógio como do automóvel.
Isso se aplica também ao Universo: Alguém sábio e perfeito planejou-o e o trouxe à existência. A ordem natural das coisas testifica contra a insensatez dos ateus; e o Novo Testamento mostra que a própria criação exige do raciocínio humano a existência do Criador.
Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis (Rm 1.20).
DEUS se revelou a si mesmo ao seu povo. Essa revelação é a sua Palavra, manifestada no Senhor JESUS CRISTO (Jo 1.18). Tudo o que sabemos dEle é o que Ele mesmo revelou na sua santa Palavra. Daí ter dito: “EU SOU O QUE SOU” (Ex 3.14). Mesmo assim, as Escrituras mostram, até nos seus detalhes, que a criação, em si, torna o ateu indesculpável ou inescusável diante de DEUS. Diabo(Gr. diabolos, “caluniador”, “falso acusador”). Idêntico a Satanás, Adversário, Ele é uma vez chamado de kategor, “acusador", em Apocalipse 12.10, e é chamado de Belzebú (q.v.) em Mateus 12.27.
O diabo é um ser criado, pessoal, sobre-humano, maligno, um anjo caído, sem uma forma material corpórea. Ele é representado nas Escrituras como tendo sido o mais elevado de todos os arcanjos antes de sua queda.
Embora não seja popular hoje em dia acreditar na personalidade do diabo, as Escrituras ensinam tanto sua realidade como sua personalidade. A Bíblia credita a Satanás os atributos, obras e nomes de um ser pessoal. É dito que ele “engana todo o mundo” (Ap 12.9), envolvendo o intelecto; ele avança com “grande ira" (Ap 12.12), mostrando emoção; ele “peleja” ou “guerreia” (Ap 12.17), fazendo, assim, as obras de uma pessoa. Além disso, ele possuí vários nomes que descrevem o seu caráter. “Satanás”, “Diabo”, “antiga serpente”, “acusador” (Ap 12.9,10; 20.2).
Além das Escrituras, o argumento mais forte para ele ser uma pessoa real é que a nega çSo da sua existência destruiría nossa crença na Divindade de CRISTO: “... se Ele [isto é, CRISTO] não fosse tentado externam ente pelo mal... se aquelas sugestões malignas de transformar as pedras em pàes... não viessem até Ele de uma inteligência viva... externa a Ele mesmo, então elas deveriam vir de dentro; e, sendo este o caso, Ele mesmo precisaria de um Salvador ao invés de sê-lo” (F. C. Jennings, Satan, p. 5).
Em 1 Pedro 5.8, Satanás é mencionado como o nosso “adversário”. Ele pode e realmente se transforma em um anjo de luz (2 Co 11.14). Pelo menos algumas formas de enfermidades são causadas pelo diabo, pois Paulo disse que o seu “espinho na carne” (2 Co 12.7) era um “mensageiro de Satanás” (veja também Lc 13.16; Jó 2.7).
O diabo assumiu a forma de uma serpente para tentar Eva (Gn 3.1). Ele engana e tenta os homens para que pequem (Ef 6.11; 1 Tm 3.7; Mt 4.1ss).
Satanás foi um anjo criado que aparentemente foi incluído entre os filhos de DEUS (Jó 1.6). Sua habitação original era no céu como o “querubim ungido para proteger” (Ez 28.14,16). A menção do príncipe de Tiro em Ezequiel 28.2ss. parece fazer referência a Satanás, pois é dito que ele esteve no Éden (v. 13), e “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti” (v. 15). Este texto não parece se referir meramente ao príncipe terreno de Tiro, mas ao diabo que habitava nele. Há alguns que não vêem isto como uma referência a Satanás.
O diabo caiu do seu estado elevado pelo pecado do orgulho, e por procurar usurpar o trono de DEUS. JESUS viu Satanás caindo do céu como um raio (Lc 10.18; cf. Is 14.12-14). Ele é agora chamado de “o príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2), e “o príncipe deste mundo” (Jo 14.30). Alguns pensam que antes de seu poder ser derrotado peia morte e ressurreição de CRISTO, Satanás enganava as nações, mas, agora, antes da segunda vinda de CRISTO, ele está limitado quanto a enganar as nações, embora não quanto a tentar as pessoas; e que no final desta era ele será solto para enganar as nações mais uma vez (Ap 20.2,7,8; cf. Mt 12.26-29). Outros interpretam que na futura Era Milenar Satanás será amarrado como se lhe fosse retirada toda a atividade contra DEUS, e que hoje ele não está apenas tentando as pessoas, mas também enganando as nações, seduzindo-as a uma total independência de DEUS (2 Co 4.4; 11.3).
Satanás é o “pai da mentira”, um “homicida” e o pai, mentor ou mestre espiritual dos homens ímpios (Jo 8.44). Porém, por mais iníquo que seja, ele ainda deve se curvar diante da soberania de DEUS (Jó 1.10).
O diabo não é onisciente, nem onipresente e nem onipotente. Então, ele aparentemente depende de seus seguidores, os malignos anjos caídos (demônios) que estão sujeitos a ele, para ser seus agentes para tentar os homens e habitar naqueles que são possuídos pelos demônios (Mc 1.23-27,32,34; 3.11,12 etc,). Ele é chamado de “o acusador de nossos irmãos” (Ap 12.10; cf. Jó 1).
Ele já está julgado por DEUS e aguarda o seu destino no juízo fmal (Ap 20.10; Mt 25.41). Aparentemente não há nenhuma evidência bíblica para a crença comum de que o diabo esteja agora no inferno, presidindo sobre as torturas dos amaldiçoados. Em 2 Pedro 2.4 Pedro declara que DEUS lançou os anjos pecadores no inferno e os entregou às cadeias da escuridão, reservando-os para o Juízo, mas este é diferente do lago de fogo e enxofre (cf. 2 Pe 3.7).
Veja Acusador; Adversário; Anticristo; Belial; Enganador; Demonologia; O Maligno; Lúcifer; Satanás.
Satanás é um ser criado. Mesmo sendo um anjo, dotado de natureza espiritual, ele não é autoexistente. Ao contrário de DEUS, que criou todas as coisas, o anjo que se tornou Satanás teve uma origem. Nem sempre o Diabo foi Diabo. Ele fora um anjo bom como os demais. Assim, ele é uma criatura, não o Criador. Por isso, o livro revela que Satanás tem suas ações limitadas por DEUS. Ele pode fazer muitas coisas, mas não tudo (Jó 1.12; 2.7). Como ele não é autoexistente e, semelhante às outras criaturas que povoam o universo, não é um ser incriado, o Diabo é uma criatura limitada.
3. Um ser dotado de personalidade. Satanás demonstrou ser vagabundo, pois andava passeando por toda Terra.Satanás demonstrou ser fofoqueiro, pois falou mal de Jó para DEUS.Satanás demonstrou ser caluniador, pois acusou Jó de ser interesseiro.Satanás argumentou com DEUS querendo convencê-Lo de que Jó era adepto da Teologia da Prosperidade. OS ARDIS DE SATANÁS A. Seus disfarces. Desde a fundação da Igreja, os falsos mestres vêm disfarçando-se entre os filhos de DEUS para disseminar suas heresias. JESUS disse que os mestres do erro apresentam-se vestidos como ovelhas , mas na realidade são lobos devoradores" (Mt 7.15). B. Suas estratégias. Os mestres do erro são classificados pela Bíblia como:a- "falsos apóstolos".b- "obreiros fraudulentos".c- Agentes de Satanás.Os expositores sectários preocupam-se com a aparência , para apresentar o seu movimento como um paraíso perfeito (2Tm 3.5)Os que caem nas armadilhas, uma vez fisgados por eles, dificilmente conseguem libertar-se:a- Por causa da lavagem cerebral que recebem.b- Em razão do terrorismo psicológico.c- Em razão da pressão que sofrem de seus líderes. Veja estudo sobre Angelogia — a Doutrina dos anjos - abaixoAlém do fato de ser um ente espiritual, o Diabo é dotado também de personalidade. Ele é uma pessoa e se apresenta como tal. No Livro de Jó o vemos assumindo atributos de um ser pessoal. Ele fala e possui capacidade argumentativa (Jó 1.9-11). Essa mesma característica aparece de forma mais explicita na tentação de CRISTO (Mt 4.1-11; Lc 4.1-13). No livro, além de se expressar verbalmente, Satanás também demonstra possuir conhecimento. Ele sabe o que se passa na Terra e como se comportam os homens. Ele conhecia a vida de Jó. Isso faz dele um ser perspicaz. O apóstolo Paulo sabia que o Diabo é um ser que possui perspicácia quando disse não lhe ignorar os “ardis” e que ele se valia de métodos sofisticados para atingir as pessoas (2 Co 2.11; Ef 6.11). Assim, Satanás usou de seu conhecimento e perspicácia para atacar Jó. II – O LIVRO DE JÓ E AS OBRAS DE SATANÁS Satanás - Resumo dos desígnios de Satanás “… para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios”. (2 Coríntios 2:11) Um dos fatos mais sérios sobre a vida é que todos os seres humanos têm um inimigo sobrenatural que tem como objetivo usar a dor e o prazer para nos tornar cegos, tolos e miseráveis – eternamente. A Bíblia identifica-o como “o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor” (Apocalipse 12:9-10), “o príncipe deste mundo” (João 12:31) e “o deus deste século” (2 Coríntios 4:4). Ele é o nosso “adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5:8). Contudo, no mais aterrorizante tipo de escravidão que existe, o mundo inteiro segue “o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Efésios 2:2). Ele é bem-sucedido em fazer com que seus súditos marchem rumo à destruição e eles levam consigo o maior número de pessoas possível. O “bom combate” (1 Timóteo 1:18) inclui a resistência diária a esse inimigo (1 Pedro 5:9; Tiago 4:7), diariamente recusando-se a dar lugar a ele (Efésios 4:17) e diariamente se opondo às suas ciladas (Efésios 6:11). A coleira de Satanás – e a condenação iminente DEUS é soberano sobre Satanás. O diabo não tem carta branca para fazer o que quiser neste mundo. Ele está preso a uma coleira e não pode fazer nada que DEUS não permita. Com efeito, ele precisa receber autorização – como no caso de Simão Preso que JESUS revelou: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo!” (Lucas 22:31) E o caso de Jó: “Disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está em teu poder; mas poupa-lhe a vida”. (Jó 2:6) Então, DEUS evidentemente vê o papel de Satanás como essencial para os seus propósitos no mundo, pois, se DEUS quisesse, Satanás seria lançado no lago de fogo agora e não somente na consumação dos séculos. “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo… e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 20:10). Ele certamente será completamente derrotado, mas a hora ainda não chegou. Servo involuntário de nossa santificação DEUS quer que a guerra com o inferno faça parte de nossos preparativos para o Céu. É o que chamamos de “bom combate” (1 Timóteo 1:18) e “boa milícia” (1 Timóteo 6:12). Não é bom porque podemos vir a morrer (é uma possibilidade real! – Apocalipse 2:10), mas porque essas lutas contra o fogo refinam o ouro da nossa fé (1 Pedro 1:7), na vida e na morte. DEUS é o grande General dessa guerra. Ele nos deu a oração para clamarmos por socorro: “Tomai… a espada do ESPÍRITO, que é a palavra de DEUS; com toda oração e súplica, orando em todo tempo” (Efésios 6:17-18). Ele vê o que acontece no território inimigo, conhece as estratégias exatas que serão usadas contra nós e escreveu-as em um manual de guerra “para que Satanás não alcance vantagem sobre nós”. A razão pela qual Satanás não alcançará vantagem sobre nós é que “não lhe ignoramos os desígnios” (2 Coríntios 2:11). Fonte: Satan’s Ten Strategies Against You.(com correções e acréscimos do Pr. Henrique)
1. Dor e sofrimento. Satanás causa algumas doenças e enfermidades. Certa vez, JESUS curou uma mulher que andava encurvada e não conseguia endireitar-se. Quando alguns criticaram JESUS por curar no sábado, ele respondeu: “Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos?” (Lucas 13:16) - JESUS via Satanás como aquele que tinha causado essa doença. Em Atos 10:38, Pedro descreveu JESUS como aquele que “andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo”. Em outras palavras, o diabo frequentemente oprime as pessoas com enfermidades. JESUS levou sobre Ele nossos pecados, doenças, enfermidades (Is 53) e maldições (Gl 3.13). O caminho para a vitória nessa guerra é perseverar em CRISTO, que aquele que já deu o golpe decisivo em Satanás. “Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de DEUS: para destruir as obras do diabo”. (1 João 3:8) “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo”. (Hebreus 2:14) “…e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”. (Colossenses 2:15) Em outras palavras, o golpe decisivo aconteceu no Calvário. “Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa”. (Marcos 3:27) Apocalipse 20:10 diz que um dia a guerra chegará ao fim: “O diabo… [será] lançado para dentro do lago de fogo e enxofre… e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos”. (Conferir Mateus 8:29; 25:41). Resista! Tiago diz, “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7). Como podemos fazer isso? Em Apocalipse 12:11, foi da seguinte maneira: “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida”. Eles abraçaram o triunfo de CRISTO através de seu sangue. Eles proclamaram essa verdade pela fé. Eles não temeram a morte. E eles triunfaram. O Novo Testamento destaca a oração como o principal acompanhante de cada batalha. “Tomai também o capacete da salvação e a espada do ESPÍRITO, que é a palavra de DEUS; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no ESPÍRITO e para isto vigiando com toda perseverança e súplica”. (Efésios 6:17-18) Enquanto o fim dos séculos se aproxima e a fúria de Satanás aumenta, JESUS nos chama para guerrear em oração: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem” (Lucas 21:36). Semelhantemente, Pedro faz um apelo urgente à oração no fim dos tempos: “Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações” (1 Pedro 4:7). Até JESUS usou a arma da oração para lutar por nós contra o diabo. Ele disse a Pedro em Lucas 22:31-32, “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” (Lucas 22:31-32). Então, JESUS se opõe a uma ameaça satânica específica através da oração e isso serve de exemplo para nós. E, é claro, JESUS nos instruiu a fazer da oração uma arma diária para a proteção de forma geral: “E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal” (Mateus 6:13). Isto é, livra-nos da tentação bem-sucedida do maligno. Você confronta os designíos do diabo através do poder da oração focada e perseverante? Sem Neutralidade A questão não é se você quer participar dessa guerra. Todo mundo participa. Ou nós somos derrotados pelo diabo e seguimos “o príncipe da potestade do ar” (Efésios 2:2) como gado para o matadouro, ou nós resistimos – “resisti-lhe firmes na fé” (1 Pedro 5:9). Não há neutralidade. Ou você triunfa “por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho”, ou você será escravizado por Satanás. Portanto, “participa dos sofrimentos como bom soldado de CRISTO JESUS” (2 Timóteo 2:3) e “combate o bom combate” (1 Timóteo 1:18). Orai sem cessar! O Senhor não é menos guerreiro hoje do que nos tempos antigos. Então, novamente, eu imploro: venha a ele de coração como soldados do Príncipe da Paz e aprenda a dizer, ele “adestra as mãos para a batalha” (Salmo 144:1). Fonte: Satan’s Ten Strategies Against You.(com correções e acréscimos do Pr. Henrique) A introdução do Livro de Jó apresenta Satanás como um ser capaz de agir contra o ser humano (Jó 1.12; 2.6). Através de suas ações é possível conhecer a natureza maligna de suas obras. É da natureza do Diabo provocar dor e sofrimento aos seres humanos. No livro, Satanás impõe ao patriarca um sofrimento, até então, sem precedentes, pois ninguém sofreu como Jó no Antigo Testamento. Primeiramente, o Diabo atingiu as posses dele, o que fez o patriarca sofrer ao ver o seu patrimônio destruído repentinamente. Da mesma forma, houve grande sofrimento em Jó quando ele viu a tragédia se abater sobre sua casa, pois sua família foi devastada. Entretanto, o sofrimento do homem de Uz não cessou com a perda da família. O Diabo o infligiu com uma doença que o fez padecer dor e isolar-se de todos.
2. Acusar. Satanás acusa os cristãos diante de DEUS. Apocalipse 12:10 diz, “Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso DEUS e a autoridade do seu CRISTO, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso DEUS”. A derrota de Satanás é certa. Mas as suas acusações não cessaram. Acontece conosco o mesmo que aconteceu com Jó. Satanás fala com DEUS contra nós, Eles não te amam de verdade; eles amam os teus benefícios. “Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face” (Jó 1:11). A fé deles não é real. Satanás nos acusa diante de DEUS como ele fez com Jó. Mas é uma coisa gloriosa que os seguidores de JESUS têm um advogado que “vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25). Satanás Não Vencerá O Diabo é capaz de infligir dor e sofrimento, mas não só isso. Ele também acusa. Faz parte de sua natureza acusar. Foi o que ele fez com Jó (Jó 1.10,11). O Diabo o acusou de praticar uma religiosidade motivada por interesse. Assim como fez, posteriormente, com o apóstolo Pedro, querendo cirandá-lo (Lc 22.31,32), o Diabo quis fazer o com Jó. O livro do Apocalipse mostra a acusação como a missão do Diabo (Ap 12.10).
3. Tentar. Satanás tenta as pessoas a pecar. Foi o que ele fez com JESUS no deserto, mas não foi bem-sucedido – ele queria que JESUS abandonasse o caminho do sofrimento e da obediência (Mateus 4:1-11). Foi o que ele fez com Judas e foi bem-sucedido nas últimas horas da vida de JESUS (Lucas 22:3-6). E em 2 Coríntios 11:3, Paulo alertou todos os crentes sobre essa possibilidade: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a CRISTO”. Por outro lado, devemos destacar a atuação de Satanás na tentação para o mal. Também faz parte de sua natureza tentar pessoas. Pelo texto sagrado, podemos inferir que o Diabo impulsionou os sabeus e os caldeus, povos até então nômades, a dizimarem os bens de Jó (vv.12,14,17). É uma característica do Diabo incitar e tentar para o mal (1 Cr 21.1). Eis mais alguns designíos de Satanás.Resumo dos desígnios de Satanás Se você precisa lembrar de quais são esses “desígnios”, aqui vai um resumo. Que DEUS faça de você um poderoso guerreiro! “Bendito seja o SENHOR, rocha minha, que me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra” (Salmo 144:1). 1. Satanás mente e é o pai da mentira. “Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). Na primeira aparição de Satanás na Bíblia em Gênesis 3, as primeiras palavras em seus lábios lançam suspeitas contra a verdade (“É assim que DEUS disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”). Depois disso, suas palavras foram uma mentira sutil (“É certo que não morrereis”). JESUS diz que Satanás “jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade” (João 8:44). Nós estamos lidando com a essência da mentira e do engano. 2. Ele cega a mente dos incrédulos. “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de CRISTO” (2 Coríntios 4:4). Então, ele não somente fala mentiras. Ele esconde a verdade. Ele nos impede de ver o tesouro do evangelho. Ele permite que vejamos os fatos, até as provas, mas não a preciosidade. 3. Ele se esconde atrás de uma fantasia de luz e justiça. Em 2 Coríntios 11:13-15, Paulo diz que algumas pessoas se identificam como apóstolos sem realmente serem. Ele explica o seguinte: “O próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça”. Em outras palavras, Satanás tem servos que professam uma quantidade suficiente da verdade para entrar para a igreja e, dentro da igreja, ensinam o que Paulo chama de “doutrinas de demônios” (1 Timóteo 4:1). JESUS diz que serão como lobos disfarçados de ovelhas (Mateus 7:15). Atos 20:30 diz que eles não pouparão o rebanho, mas arrastarão as pessoas para a destruição. Sem o dom de DEUS do discernimento (1 Co 2.15; 1 Co 12.10; Fl 1:9), nosso amor será degenerado em estupidez. 4. Satanás opera sinais e prodígios da mentira. Em 2 Tessalonicenses 2:9, os últimos dias são descritos da seguinte maneira: “A vinda do iníquo segundo a ação de Satanás será com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira”. Essa é a minha estranha tradução. Alguns traduzem como “falsos sinais e prodígios”. É o engano. De fato, alguns argumentos que Satanás só é capaz de realizar falsos milagres. Os falsos milagres dele serão bons o suficiente para que pareçam reais para a maioria das pessoas. Mateus 24:24, JESUS descreve os últimos dias da seguinte maneira: “Surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos”. Esses “sinais e prodígios” serão truques que só não enganam os crentes que sabem como DEUS opera. Veja que falsos servos com falsos milagres sempre existiram - “Senhor, Senhor! Em teu nome não fizemos muitos milagres?” E JESUS responderá: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mateus 7:22-23). O problema foi que os sinais e prodígios estavam a serviço do pecado. 5. Satanás tira a Palavra de DEUS dos corações das pessoas e sufocam a fé. JESUS contou a parábola dos quatro solos em Marcos 4:1-9. Nessa parábola, a Palavra de DEUS é semeada e uma parte caiu à beira do caminho e vieram as aves e a comeram. Ele explica no verso 15, “Logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles”. Satanás rouba a Palavra porque ele odeia a fé que a Palavra produz (Romanos 10:17). Paulo expressou sua preocupação com a fé dos Tessalonicenses da seguinte maneira: “Foi por isso que, já não me sendo possível continuar esperando, mandei indagar o estado da vossa fé, temendo que o Tentador vos provasse, e se tornasse inútil o nosso labor” (1 Tessalonicenses 3:5). Paulo sabia que o objetivo de Satanás era sufocar a fé das pessoas que tinham ouvido a Palavra de DEUS. 6. Satanás causa algumas doenças e enfermidades. Certa vez, JESUS curou uma mulher que andava encurvada e não conseguia endireitar-se. Quando alguns criticaram JESUS por curar no sábado, ele respondeu: “Por que motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos?” (Lucas 13:16) - JESUS via Satanás como aquele que tinha causado essa doença. Em Atos 10:38, Pedro descreveu JESUS como aquele que “andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo”. Em outras palavras, o diabo frequentemente oprime as pessoas com enfermidades. JESUS levou sobre Ele nossos pecados, doenças, enfermidades (Is 53) e maldições (Gl 3.13). 7. Satanás é um assassino. JESUS disse para aqueles que planejavam matá-lo, “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). João diz, “não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1 João 3:12). JESUS disse para a irrepreensível igreja de Esmirna: “Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós… Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2:10). O ladrão (satanás) não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância. João 10:10 Resumindo, Satanás é sanguinário. CRISTO veio ao mundo para que tivéssemos vida em abundância (João 10:10). Satanás vem para destruir o máximo de vidas que ele puder e para torná-las eternamente miseráveis. 8. Satanás luta contra os planos dos missionários. Paulo explica como seus planos missionários foram frustrados: “Ora, nós, irmãos, orfanados, por breve tempo, de vossa presença, não, porém, do coração, com tanto mais empenho diligenciamos, com grande desejo, ir ver-vos pessoalmente… contudo, Satanás nos barrou o caminho” (1 Tessalonicenses 2:17-18). Satanás odeia o evangelismo e o discipulado e ele se esforça para colocar o máximo de obstáculos possíveis no caminho dos missionários e daqueles que tem zelo pelo evangelismo. III – O LIVRO DE JÓ E O OCASO DE SATANÁS OCASO
Significado de Ocaso
substantivo masculino Pôr do sol; momento do dia em que o sol não mais aparece no horizonte; período do dia anterior à noite: sempre preferi o ocaso ao nascer do sol .Poente; no horizonte, o lado em que o sol se põe, desaparece.[Figurado] Final; momento em que algo termina ou chega ao seu limite: o ocaso de sua vida está próximo.[Figurado] Decadência; diminuição de poder, de influência que provoca ruína.Etimologia (origem da palavra ocaso). Do latim occasus.a.um.
Sinônimos de Ocaso
Ocaso é sinônimo de: crepúsculo, lusco-fusco, decadência, ruína, poente, descrédito, desprestígio, final, fim, término, oeste, ocidente
Antônimos de Ocaso
Ocaso é o contrário de: início, começo, evolução, restabelecimento, crescimento, prosperidade 1. Queda e ruína de Satanás. Estudamos sobre Satanás e sua ação na vida de Jó e da igreja e do mundo, mas o mais importante é que ele não é o protagonista no livro de Jó, mas o que nos mostra realmente o livro é DEUS todo tempo presente na vida de Jó. O vocábulo “ocaso”, quando usado em sentido figurado, é definido pelo Dicionário Aurélio como “fim, final, queda e ruína”. O Livro de Jó retrata de forma nítida o ocaso final de Satanás. A vitória de Jó foi uma derrota para ele. Em quase todo o livro, DEUS se mantém em silêncio e oculto, mesmo o leitor tendo consciência que Ele está lá e que o seu silêncio fala alto. Por outro lado, o Diabo não aparece mais a partir do capítulo 3 e não é mais mencionado no restante do livro. Não é, pois, propósito do livro pô-lo em evidência, nem tampouco superestimar o mal. O Livro de Jó mostra que Satanás não conseguiu o seu intento, que era fazer com que Jó blasfemasse.
2. Jó e o testemunho de DEUS. Assim como a Bíblia que se inicia com a entrada do pecado no mundo e termina com a vitória final de DEUS sobre o pecado, assim o livro de Jó se inicia com Satanás destruindo a vida de Jó, mas termina o livro com a vitória de Jó, em comunhão com DEUS. O Livro tem um início dramático, mas um final apoteótico. Jó foi submetido a uma prova de fogo, e mesmo sendo chamuscado pelas chamas do sofrimento, saiu vivo e vitorioso. DEUS nunca o abandonou. A graça estava oculta, mas estava lá. No momento oportuno ela se manifestou (Jó 38.1). Da mesma forma que a graça de DEUS se manifestou trazendo salvação a todos os homens (Tt 2.11), ela também se manifestou trazendo alívio, paz e livramento a Jó. DEUS mesmo, no momento certo, testemunhou que Jó era o homem que Ele sempre disse que era: justo, reto e temente a DEUS (Jó 42.7,8). CONCLUSÃO
Satanás é um ser espiritual, é um ser criado, é também um ser dotado de personalidade. Satanás impõe ao ser humano dor e sofrimento. Satanás é o acusador dos salvos. Satanás é o responsável pela tentação para conduzir o ser humano ao pecado. O livrode Jó nos revela a queda e ruína de Satanás. Jó, o homem mais paciente do AT dá testemunho de fidelidade e submissão a DEUS. Lembre-se: Existe a.C. e d.C. - JESUS levou sobre Ele nossos pecados, doenças, enfermidades (Is 53) e maldições (Gl 3.13). DEUS não quer e nem vai mandar doenças ou maldições sobre seus filhos. DEUS nos ama. Quem é responsável por todo mal é Satanás. Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Tiago 4:7 Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. 1 João 5:18 MULHER DO JÓNão foi morta por Satanás - Ponto para ela.
Nunca abandonou seu marido, nem na dor, nem na pobreza, nem na doença - Ponto para ela.
Teve filhos melhores com seu marido - Ponto para ela
Ficou duas vezes mais rica - Ponto para ela
Se desesperou e quem não se desesperaria por perder tudo o que tinha e seus dez filhos num mesmo dia? Começou a achar que o DEUS de Jó não era o DEUS verdadeiro. - Até eu pensaria. Só alguém como Jó para não se desesperar - era o homem mais paciente do mundo.
Desejar que Jó morresse para ficar livre daquele sofrimento até o próprio Jó desejou. Ninguém, sendo tentado, diga: De DEUS sou tentado; porque DEUS não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
Tiago 1:13 Assim, Satanás usou de seu conhecimento e perspicácia para atacar Jó.O Diabo é capaz de infligir dor e sofrimento, mas não só isso. Ele também acusa. Lc 10.19 Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum.
Filhos de DEUS (Hebraico) (anjos) (Strong Português)
בן ben
1) filho, neto, criança, membro de um grupo
1a) filho, menino
filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de DEUS [para anjos]
povo (de uma nação) (pl.)
referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
um membro de uma associação, ordem, classe Satanás (Hebraico) (Strong Português)
שטן satan
1) adversário, alguém que se opõe
1a) adversário (em geral - pessoal ou nacional)
2) adversário sobre-humano
2a) Satã (como nome próprio) Satanás (Grego) (Strong Português)
σατανας Satanas
1) adversário (alguém que se opõe a outro em propósito ou ação), nome dado
1a) ao príncipe dos ESPÍRITOs maus, o adversário inveterado de DEUS e CRISTO
1a1) incita à apostasia de DEUS e ao pecado
1a2) engana os homens pela sua astúcia
1a3) diz-se que os adoradores de ídolos estão sob seu controle
1a4) pelos seus demônios, é capaz de possuir pessoas e infligi-las com enfermidades
1a5) é derrotado com a ajuda de DEUS
1a6) na volta de CRISTO do céu, ele será preso com cadeias por mil anos, mas quando os mil anos terminarem, ele andará sobre a terra ainda com mais poder, mas logo após será entregue à condenação eterna
Diabo (Grego) (Strong Português)
διαβολος diabolos
1) dado à calúnia, difamador, que acusa com falsidade
1a) caluniador, que faz falsas acusações, que faz comentários maliciosos
2) metaph. aplicado à pessoas que, por opor-se à causa de DEUS, podem ser descritas como agindo da parte do demônio ou tomando o seu partido Satanás, o príncipe dos demônios, o autor de toda a maldade, que persegue pessoas de bem, criando inimizade entre a humanidade e DEUS, instigando ao pecado, afligindo os seres humanos com enfermidades por meio de demônios que tomam possessão dos seus corpos, obedecendo às suas ordens. Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em CRISTO JESUS, que não andam segundo a carne, mas segundo o ESPÍRITO. Porque a lei do ESPÍRITO de vida, em CRISTO JESUS, me livrou da lei do pecado e da morte. Romanos 8:1,2 Lição revista antiga 1º Semestre de 2003 - O sofrimento dos justos e o seu propósito - Pr. Claudionor de Andrade Lição 6 - O Lugar Do Diabo Na Provação De Jó - 09/02/2003 Texto Áureo:Hb 2.14 14 E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo,
PARTICIPAM DA CARNE E DO SANGUE. Porque aqueles que JESUS veio redimir são carne e sangue (i.e., são humanos), Ele também teve que tomar sobre si a natureza humana, pois somente como ser humano genuíno Ele teria as qualificações para redimir a raça humana do poder de Satanás. CRISTO morreu para destruir o poder de Satanás sobre aqueles que crêem (cf. 1 Jo 3.8) e, para livrá-los do temor da morte (Ap 1.18), ao prometer-lhes a vida eterna com DEUS (Jo 17.3; Ap 21-22).
Verdade Prática:Não podemos viver como se a nossa vida estivesse nas mãos do Diabo. Somente DEUS tem o absoluto comando de todas as coisas.Cl 1.16 porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.17 E ele é antes de todas sas coisas, e todas as coisas subsistem por ele.1.16 NELE FORAM CRIADAS TODAS AS COISAS. Paulo afirma a atividade criadora de CRISTO. (1) Todas as coisas, tanto as materiais quanto as espirituais, devem sua existência à obra de CRISTO como comparecerem agente ativo na criação (Jo 1.3; Hb 1.2). (2) Todas as coisas subsistem e são sustentadas por Ele (v. 17; Hb 1.3)
Leitura Diária: Segunda Ef 4.27 Não devemos dar lugar ao Diabo 27 Não deis lugar ao diabo.
Dar lugar ao Diabo quer dizer se conformar com o sistema mundano, é secularizar-se, é deixar a bíblia e se encher de revistas, TV e outras sujeiras, como as páginas eróticas da internet.
Terça 1 Tm 3.6 A soberba é o pecado do Diabo6 neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
A soberba tem haver com vontade de ser grande, de assumir o lugar de DEUS, é receber elogios e adoração das pessoas, é se comportar como se você fosse mais importante que todos.
Quarta Hb 2.14 CRISTO veio aniquilar o império do Diabo14 E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas,
para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo,
PARTICIPAM DA CARNE E DO SANGUE. Porque aqueles que JESUS veio redimir são carne e sangue (i.e., são humanos), Ele também teve que tomar sobre si a natureza humana, pois somente como ser humano genuíno Ele teria as qualificações para redimir a raça humana do poder de Satanás. CRISTO morreu para destruir o poder de Satanás sobre aqueles que crêem (cf. 1 Jo 3.8) e, para livrá-los do temor da morte (Ap 1.18), ao prometer-lhes a vida eterna com DEUS (Jo 17.3; Ap 21-22).
Quinta Tg 4.7 O Diabo tem de ser resistido7 Sujeitai-vos, pois, a DEUS; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
Sexta 1 Pe 5.8 O Diabo anda como leão8 Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão,
buscando a quem possa tragar;
O DIABO, VOSSO ADVERSÁRIO. Quando o homem pecou, Satanás passou a ser o dominador do mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11). Ele domina o mundo inteiro (1 Jo 5.19), percorre a terra e comanda uma hoste de ESPÍRITOs malignos, através dos quais ele escraviza e mantém cativos os que estão sem CRISTO (Ef 2.2). Somente o crente em CRISTO está liberto do seu poder. Mesmo assim, como leão rugente, ele é uma ameaça aos crentes (Sl 22.13; Ez 22.25), e procura destruí-los, especialmente por meio do sofrimento (vv. 8-10). Ele destruirá espiritualmente todo aquele que abandona a proteção de DEUS. Através da nossa fé no sangue de CRISTO (Ap 12.11), da nossa luta espiritual no ESPÍRITO (Ef 6.11-18) e nossas orações a DEUS (Mt 6.13), estamos plenamente equipados para derrotar as astutas ciladas de Satanás (Ef 6.11), resistir-lhe e ficar firmes na fé (v. 9). Maior é o que está em vós do que o que está no mundo (1 Jo 4.4)
Sábado Ap 20.10 O Diabo será lançado no lago de fogo
10 E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso
profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.
O DIABO... LANÇADO NO LAGO DE FOGO. O poder de Satanás acabará então, pois DEUS o lançará no lago de fogo para todo o sempre (ver Is 14.9-17). Ali, ele não reinará, sendo sempre atormentado, dia e noite, eternamente.
Leitura Bíblica Em Classe: JÓ 6.1-10
1 Então, Jó respondeu e disse:2 Oh! Se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança! 3 Porque, na verdade, mais pesada seria do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido inconsideradas. 4 Porque as flechas do Todo-poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu ESPÍRITO; os terrores de DEUS se armam contra mim. 5 Porventura, zurrará o jumento montês junto à relva? Ou berrará o boi junto ao seu pasto? 6 Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo? 7 A minha alma recusa tocar em vossas palavras, pois são como a minha comida fastienta. 8 Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que DEUS me desse o que espero! 9 E que DEUS quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão, e acabasse comigo! 10 Isto ainda seria a minha consolação e me refrigeraria no meu tormento, não me poupando ele; porque não repulsei as palavras do SANTO. A discussão entre Jó e seus amigos, a despeito da sua forma poética artificial, tem a livre estrutura de um diálogo vivo. Há poucos padrões de debate formal, e pouca resposta direta àquilo que acaba de ser dito. Esta incoerência não somente injeta o realismo na composição artística do versículo; além disto, serve a um propósito dramático. O impacto emocional dos discursos é mais importante do que sua validez racional. O abismo entre Jó e seus colegas é maior do que parece, porque são extensas suas concordâncias teológicas formais. Concordam completamente entre si na verdade suprema de que DEUS é soberano. Em parte alguma de todo o livro isto é questionado. Mesmo assim, o pensamento de Jó está num nível diferente do deles, ainda que tenha a mesma expressão formal quando se trata do caráter de DEUS no Seu modo de lidar com os homens ou, mais exatamente, com Jó.Para sermos generosos com Elifaz, suponhamos que sua repreensão fosse gentil, e não zombeteira. Mesmo assim, Jó é magoado por ela. Sua resposta é uma tremenda explosão emocional. Defende a si mesmo poderosamente, protestando contra a insinuação do seu amigo de que deva haver, nalguma parte da sua vida, alguma falha que precisa de correção. Jó insiste que suas palavras desenfreadas são plenamente justificadas (6.2-7). Ainda deseja morrer (6.8-10); sua esperança de que seus amigos lhe dessem refrigério foi desfeita, deixando-o ainda mais desesperado (6.11-23). Desafia-os a serem diretos nas suas acusações (6.24-30). Depois, volta para o tema da sorte infeliz do homem. A esperança pelo alívio re- quer mais forças do que qualquer homem possui para suportar firmemente. A única saída é a morte, e quanto mais cedo melhor (7.1-10). Visto que este remédio acha-se exclusivamente nas mãos de DEUS, Jó volta-se para Ele com maior paixão (7.11-21). Nas suas palavras de encerramento, olha para dentro do abismo da dúvida, a pior tortura para a pessoa que ama a DEUS - precisa ter alguma medida de compreensão dos caminhos de DEUS para proteger sua mente contra o pensamento de que DEUS não é justo.2, 3. Jó não se acalma de forma alguma com a repreensão de Elifaz. Este advertira a Jó contra as consequências fatais de ira (ka'as, 5.2). Jó não somente confessa: minhas palavras foram precipitadas; insiste que seu comportamento é justificado pelo peso infinito da sua miséria. Usa a figura familiar da areia dos mares para aquilo que é incomensurável.4. Jó está aterrorizado. A palavra empregada no v. 4c, que não é a mesma para o verbo em 7.14, descreve a armadura de DEUS colocada em ordem de batalha contra ele. Esta figura de DEUS como um arqueiro (montado num carro) provavelmente remonte até às guerras da Idade de Bronze Média. Aqui, é uma figura literária. É a aparente inimizade de seu DEUS que envenena seu ESPÍRITO, como uma chuva terrível de flechas.Dhorme argumentou em prol do envenenamento das pontas das flechas, baseado nas evidências clássicas, mas Tur Sinai rejeitou a idéia como sendo desconhecida no mundo bíblico, de modo que nada mais do que a comparação das pontas das flechas com dentes de serpentes esteja talvez envolvida. Pope (pág. 50) aceitou a referência às flechas envenenadas como sendo autênticas, porém sem paralelo. Desde então, Dahood aduziu mais exemplos bíblicos.5. 6. As perguntas são retóricas. Isto é feito freqüentemente no discurso sapiencial a fim de ressaltar algum absurdo. Há, freqüentemente, um significado oculto como na fileira de perguntas enigmáticas em Amos 3.3-8. A comparação entre a conduta humana e o comportamento dos animais freqüentemente é feita em tais provérbios. Aquele que cuida dos animais sabe interpretar os seus sons; não fica simplesmente nervoso. Jó também tem o direito de zurrar como o jumento montês que está com fome, e de mugir como um boi faminto.As perguntas no v. 6 zombam do discurso de Elifaz como sendo insípido, como a comida sem sabor que pode causar náusea se não for temperada. Como muitas máximas antigas, o significado era lembrado depois da referência ter sido esquecida. Até mesmo na antiguidade os estudiosos não sabiam a quais aumentos Jó estava se referindo. A expressão familiar clara do ovo vem dos rabinos, e ainda tem muitos apoiadores. Seu concorrente mais próximo, "a viscosidade do beldroega," remonta a versões antigas, mas o vegetal exato cujo suco (ou exudaçao) está em mente não foi identificado.Porque a palavra "viscosidade" na sua única outra ocorrência, em l Samuel 21.13, parece referir-se ao muco da boca ou do nariz de um louco, Tur Sinai (ad. loc.) sugeriu "a saliva dos sonhos." Isto não tem muita relevância, a não ser em antecipação do tema dos pesadelos que se destaca na parte posterior deste discurso. O presente contexto exige algo que se come, presumidamente familiar, a despeito de haver pouca atestação do nome. Pope argumenta em prol dalgum tipo de queijo fresco. A. R. Miliard equiparou o heb.himwt comhilimitu nas Tábuas de Alalaque, que apóia o argumento em prol de um vegetal comestível, mas ainda não identifica a espécie.7. Aqui a consideração é resumida. Mais uma vez, os pormenores causam dificuldade, especialmente na segunda linha. O uso da NEB de "garganta" ao invés de alma ou "apetite" é uma melhoria, mas sua proposta de "e meus intestinos roncam com um som que ecoa" para o v. 7b demonstra que ainda estamos longe da concordância quanto ao significado. O efeito geral dos w. 5-7, no entanto, fica claro, embora seja difícil achar sua conexão com os w. 2-4. Visto que Jó está preocupado com DEUS, e não com Elifaz, não é certo que estas observações são um ataque contra o discurso recente do seu amigo, conforme comumente se supõe, embora seja este o conteúdo dos w. 14-30, e o tema de "paladar" reapareça no fim.8. 9. A esta altura Jó ora mais obviamente. Foi encorajado a confiar seus problemas a DEUS (5.8). Jó tem um só desejo, já expresso no cap. 3. É morrer. Se DEUS realmente fosse compassivo, o esmagaria imediatamente (v. 9a). Ele poderia fazer isto com tão pouco esforço quanto um tecelão cortaria um fio. O poder exclusivo de DEUS sobre a vida e a morte é tão completamente reconhecido que a idéia do suicídio como um remédio para os males da vida nunca entra no livro de Jó, em contrapartida com o antigo pessimista e o estóico posterior.O fato de que Jó fala acerca de DEUS na terceira pessoa não deve dar a impressão errada. Realmente, está orando, e não falando a Elifaz. Semelhante convenção é comum ao dirigir-se com respeito a um superior.10. O texto é difícil, e nenhuma solução está à vista. A ARA fez bem em reter uma tradução razoavelmente literal. Jó não foi acusado de negar as palavras do SANTO, a não ser que sentiu na preleção de Elifaz uma sugestão de que Jó deve dalguma maneira estar em falta. Se for assim, já está insistindo, conforme fará até o fim, que não tem consciência de qualquer falta, e a linha é uma preparação para o desafio no v. 24. Nestas condições. DEUS deve à Jó a libertação da sua agonia como uma homenagem à sua fidelidade. Infelizmente, o significado da raiz sid ("exultar") é desconhecido. IntroduçãoSatanás se apresenta, acusa Jó e é derotado pela lealdade de Jó.
I. O DIABO INTROMETE-SE NAS REGIÕES CELESTES
Não temos como saber se o encontro entre DEUS e Satanás foi no céu, ou na terra ou mesmo no Sheol, na parte dos Justos, ou seja, lugar dos que foram justificados por sua fé em um messias que viria mais tarde para redimir a raça humana do pecado.
De qualquer forma vimos, através do livro de Jó a ação maligna de Satanás em tentar denegrir a imagem do servo de DEUS perante ELE, no intuito de destruir sua vida e seu testemunho perante os povos de sua época.Hoje sabemos que Satanás age nas regiões celestes usando seus demônios (anjos caídos, expulsos juntamente com Satanás, do céu). Seu intuito é impedir a vinda do Salvador para arrebatar a Igreja, é persuadir aos servos de DEUS ao pecado, é enganar as nações com falsas promessas, é matar, roubar e destruir, e coisas dessa extirpe.Ef 6.12 porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.HOSTES ESPIRITUAIS DA MALDADE. O cristão trava um conflito espiritual contra Satanás e uma multidão de ESPÍRITOs malignos (ver Mt 4.10). (1) Os poderes das trevas são os governantes espirituais do mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 2 Co 4.4; 1 Jo 5.19), que incitam os ímpios (2.2), se opõem à vontade de DEUS (Gn 3.1-7; Dn 10.12,13; Mt 13.38,39) e constantemente atacam os crentes (v. 12; 1 Pe 5.8). (2) É uma vasta multidão (Ap 12.4,7), altamente organizada em forma de império do mal, tendo categorias e ordens (2.2; Jo 14.30)
1. Satanás calunia Jó diante de DEUS. Em duas ocasiões distintas, imiscui-se o Diabo no céu para desafiar a DEUS quanto à fidelidade, à retidão e à postura de Jó (1.6; 2.1). SATANÁS. Antes da morte e da ressurreição de CRISTO, Satanás tinha acesso vez por outra à presença de DEUS, quando então questionava a sinceridade e retidão dos fiéis (ver 1.6-12; 2.1-6; 38.7; Ap 12.10). Por outro lado, a Bíblia não declara em nenhum lugar que Satanás tem acesso direto a DEUS na nova aliança (ver Mt 4.10), embora ele continue acusando os crentes. O crente pode eliminar essas acusações por meio do sangue de CRISTO, de uma boa consciência e da Palavra de DEUS (cf. Mt 4.3-11; Tg 4.7; Ap 12.11). Nossa confiança é reforçada pelo fato de
termos como nosso Advogado perante o Pai o Senhor JESUS CRISTO (1 Jo 2.1), que está à sua destra, intercedendo por nós (Hb 7.25).1.8 OBSERVASTE TU A MEU SERVO JÓ? A essa altura, o livro apresenta o conflito entre DEUS e o seu grande adversário, Satanás. DEUS aqui repta Satanás a observar em Jó o triunfo da graça e salvação divinas. Na vida deste seu servo fiel, DEUS demonstrou que seu plano de redimir a raça humana, do pecado e do mal, é exeqüível.
1.9 PORVENTURA, TEME JÓ A DEUS DEBALDE? Satanás reagiu ante a declaração de DEUS, de ser Jó um homem piedoso, e passou a acusar tanto a Jó quanto a DEUS. (1) Satanás questionou os motivos de Jó e, portanto, a veracidade da sua retidão, afirmando que o amor que
Jó tinha a DEUS era realmente egoísta e que ele adorava a DEUS somente porque tirava proveito disso. Satanás deixou claro que o amor que Jó tinha a DEUS não era sincero. (2) Satanás insinuou, ainda, que DEUS era ingênuo, que se deixara enganar, e que obtivera a devoção de Jó
mediante a concessão de bênçãos e suborno (vv. 10,11). Satanás concluiu que DEUS tinha falhado no seu propósito de reconciliar a raça humana consigo mesmo. Se DEUS deixasse de proteger Jó, e de lhe conceder riquezas, saúde e felicidade, ele (Jó) blasfemaria dEle na sua face! (v. 11).1.10 CERCASTE. Posto que Satanás vem para roubar, matar e destruir (cf. Jo 10.10), DEUS coloca uma cerca de proteção em volta dos seus, para abrigá-los dos ataques de Satanás. Essa "cerca" é qual "muro de fogo" espiritual, de proteção para os fiéis de DEUS, de modo que Satanás não possa atingi-los. "E eu, diz o SENHOR, serei para ela [Jerusalém] um muro de fogo em redor" (Zc 2.5). (2) Todos os crentes que fielmente procuram amar a DEUS e seguir a direção do ESPÍRITO SANTO têm o direito de pedir e de esperar que DEUS mantenha esse muro de proteção ao seu redor e de suas respectivas famílias.
1.11 TOCA-LHE EM TUDO QUANTO TEM, E VERÁS SE NÃO BLASFEMA DE TI NA TUA FACE! Nos versículos 6-12 estão propostas as perguntas principais do livro. É possível o povo de DEUS amá-lo e servi-lo por causa daquilo que Ele é, e não apenas por causa das suas dádivas? O justo pode manter sua fé em DEUS e seu amor por Ele em meio a tragédias incompreensíveis e sofrimentos imerecidos?
1.12 SOMENTE CONTRA ELE NÃO ESTENDAS A TUA MÃO. DEUS permitiu a Satanás destruir os bens e a família de Jó; porém, Ele fixou um limite até onde Satanás podia ir e não lhe concedeu o poder de morte sobre Jó. Satanás lançou tempestades e pessoas violentas contra Jó (vv. 13-19).
2. Jó envergonha o adversário. Acredito que, desde o dilúvio, não havia o tentador ainda se deparado com alguém tão íntegro e reto quanto Jó. Sempre DEUS levanta alguém que seja diferente dos outros homens e portanto maleável e humilde o bastante para que possa usá-lo.Satanás sempre esteve na expectativa de quem seria o Messias prometido em Gn 3; seria Abel? Seria Enoque? Seria Noé? Seria Sem? Seria Jó? Imagine quando Davi matou o gigante Golias, que havia dito que aquele que vencesse aquela batalha se tornaria escravo de Israel juntamente com todos os filisteus!!!! Até mesmo quando o Messias chegou ficou na dúvida e ainda comemorou sua vitória quando o matou na cruz do calvário, não sabia ele que DEUS havia lhe armado uma "sataneira" (armadilha para se pegar satanás) para que JESUS CRISTO se tornasse o vencedor nessa batalha por nossas almas. Mt 8.29 E eis que gritaram, dizendo: Que temos nós contigo, Filho de DEUS? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?Cl 3.14 e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz;
VITÓRIA SOBRE O SOFRIMENTO PESSOAL.Se você está sob provações e aflições, que deve fazer para triunfar sobre tal situação?
(1) Primeiro: examinar as várias razões por que o ser humano sofre (ver seção 1, supra) e ver em que sentido o sofrimento concerne a você. Uma vez identificada a razão específica, você deve proceder conforme o contido em
“É nosso dever”.
(2) Creia que DEUS se importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas circunstâncias (ver Rm 8.36; 2Co 1.8-10; Tg 5.11; 1Pe 5.7). O sofrimento nunca deve fazer você concluir que
DEUS não lhe ama, nem rejeitá-lo como seu Senhor e Salvador.
(3) Recorra a DEUS em oração sincera e busque a sua face. Espere nEle até que liberte você da sua aflição (ver Sl 27.8-14; 40.1-3; 130).
(4) Confie que DEUS lhe dará a graça para suportar a aflição até chegar o livramento (1Co 10.13; 2Co 12.7-10). Convém lembrar de que sempre “somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37; Jo 16.33). A fé cristã não consiste na remoção de fraquezas e sofrimento, mas na manifestação do poder divino através da
fraqueza humana (ver 2Co 4.7).
(5) Leia a Palavra de DEUS, principalmente os salmos de conforto em tempos de lutas (e.g., Sl 11; 16; 23; 27; 40; 46; 61; 91; 121; 125; 138).
(6) Busque revelação e discernimento da parte de DEUS referente à sua situação específica — mediante a oração, as
Escrituras, a iluminação do ESPÍRITO SANTO ou o conselho de um SANTO e experiente irmão.
(7) Se o seu sofrimento é de natureza física, atente para os passos expostos no estudo da palavra de DEUS sobre A CURA DIVINA.
(8) No sofrimento, lembre-se da predição de CRISTO, de que você terá aflições na sua vida como crente (Jo 16.33). Aguarde com alegria aquele ditoso tempo quando “DEUS limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais
morte, nem pranto, nem clamor” (Ap 21.4).
II. JÓ TIRA SATANÁS DE CENA
Somente até o capítulo três se menciona algo a respeito de Satanás e mesmo assim não é Jó que se aporta a ele aqui. O inimigo de nossas almas é um derrotado e nós só temos que aprender a vencer alguém que já está vencido.O inimigo deve ser vigiado, mas não exaltado como se faz em algumas denominações por aí que até o entrevistam e lhe dão muito mais poder do que realmente tem. Façamos como JESUS: Mc 1.25 Mas JESUS o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele.Lc 4.35 Mas JESUS o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele. E o demônio, tendo-o lançado por terra no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal algum.
III. A ATITUDE DE JÓ NÃO ERA DUALISTAJó não tinha duas caras, seu testemunho era impecável. Irrepreensível diante de uma geração corrupta e imoral.
Muitos são os crentes que, inconscientemente, professam o dualismo. Fl 2.15 para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de DEUS inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;GERAÇÃO CORROMPIDA E PERVERSA. JESUS e os apóstolos enfatizaram que o mundo em que vivemos é uma "geração incrédula e perversa" (Mt 17.17; cf. 12.39; At 2.40). O povo deste mundo tem mentalidade errada, valores distorcidos, critérios imorais de vida e rejeitam as normas e padrões da Palavra de DEUS. Os filhos de DEUS devem separar-se do mundo e ser inculpáveis, puros de coração e irrepreensíveis, a fim de proclamarem ao mundo perdido a gloriosa redenção em CRISTO (Cf. 1 Jo 2.15).
1. DEUS é único. O abismo entre Jó e seus colegas é maior do que parece, porque são extensas suas discordâncias teológicas formais. Concordam completamente entre si na verdade suprema de que DEUS é soberano. Em parte alguma de todo o livro isto é questionado. Mesmo assim, o pensamento de Jó está num nível diferente do deles, ainda que tenha a mesma expressão formal quando se trata do caráter de DEUS no Seu modo de lidar com os homens ou, mais exatamente, com Jó.A esta altura Jó ora mais obviamente. Foi encorajado a confiar seus problemas a DEUS (5.8). Jó tem um só desejo, já expresso no cap. 3. É morrer. Se DEUS realmente fosse compassivo, o esmagaria imediatamente (v. 9a). Ele poderia fazer isto com tão pouco esforço quanto um tecelão cortaria um fio. O poder exclusivo de DEUS sobre a vida e a morte é tão completamente reconhecido que a idéia do suicídio como um remédio para os males da vida nunca entra no livro de Jó, em contrapartida com o antigo pessimista e o estóico posterior.O fato de que Jó fala acerca de DEUS na terceira pessoa não deve dar a impressão errada. Realmente, está orando, e não falando a Elifaz. Semelhante convenção é comum ao dirigir-se com respeito a um superior.Jd 1.25 ao único DEUS, Salvador nosso, por JESUS CRISTO, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém!Mt 16.13 Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar ao outro ou se há de chegar a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a DEUS e a Mamom.
Mt 6.24 Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a DEUS e a Mamom.
AS RIQUEZAS. No original é Mamom, um termo aramaico significando dinheiro ou outros bens terrenos valiosos. JESUS deixou bem claro que uma pessoa não pode ao mesmo tempo servir a DEUS e às riquezas.(1) Servir à riqueza é dar-lhe um valor tão alto que: (a) colocamos nela nossa confiança e fé; (b) esperamos da parte dela nossa segurança máxima e felicidade; (c) confiamos que ela garantirá o nosso futuro; e (d) a buscamos mais do que o reino de DEUS e sua justiça. (2) Acumular riquezas é um trabalho tão envolvente, que logo passa a controlar a mente e a vida da pessoa, até que a glória de DEUS deixa de ter a primazia em nosso ser (Lc 16.13).
Mt 4.10 Então, disse-lhe JESUS: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu DEUS, adorarás e só a ele servirás.Satanás (do gr. satan, que significa adversário), foi antes um elevado anjo, criado perfeito e bom. Foi designado como ministro junto ao trono de DEUS, porém num certo tempo, antes de o mundo existir, rebelou-se e tornou-se o principal adversário de DEUS e dos homens (Ez 28.12-15). (1) Satanás na sua rebelião contra DEUS arrastou consigo uma grande multidão de anjos das ordens inferiores (Ap 12.4) que talvez possam ser identificados (após sua queda) com os demônios ou ESPÍRITOs malignos. Satanás e muitos desses anjos inferiores decaídos foram banidos para a terra e sua atmosfera circundante, onde operam limitados segundo a vontade permissiva de DEUS. (2) Satanás, também chamado a serpente , provocou a queda da raça humana (Gn 3.1-6; ver 1 Jo 5.19). (3) O império do mal sobre o qual Satanás reina (12.26) é altamente organizado e exerce autoridade sobre as regiões do mundo inferior, os anjos caídos (25.41; Ap 12.7), os homens perdidos (vv. 8,9; Jo 12.31; Ef 2.2) e o mundo em geral (Lc 4.5,6; 2 Co 4.4; ver 1 Jo 5.19). Satanás não é onipresente, onipotente, nem onisciente; por isso a maior parte da sua atividade é delegada a seus inumeráveis demônios (8.28; Ap 16.13, 14; ver Jó 1.12). (4) JESUS veio à terra a fim de destruir as obras de Satanás (1 Jo 3.8), de estabelecer o reino de DEUS e de livrar o homem do domínio de Satanás (12.28; Lc 4.19; 13.16; At 26.18). CRISTO, pela sua morte e ressurreição,
derrotou Satanás e ganhou a vitória final de DEUS sobre ele (Hb 2.14). (5) No fim da presente era, Satanás será confinado ao abismo durante mil anos (Ap 20.1-3). Depois disso será solto, após o que fará uma derradeira tentativa de derrotar a DEUS, seguindo-se sua ruína final, que será o seu
lançamento no lago de fogo (Ap 20.7-10). (6) Satanás atualmente guerreia contra DEUS e seu povo (Ef 6.11-18), procurando desviar os fiéis da sua lealdade a CRISTO (2 Co 11.3) e fazê-los pecar e viver segundo o sistema do mundo (cf. 2 Co 11.3; 1 Tm 5.15; 1 Jo 5.19). O cristão deve sempre orar por livramento do poder de Satanás (6.13), para manter-se alerta contra seus ardis e tentações (Ef 6.11), e resistir-lhe no combate espiritual, permanecendo firme na fé (Ef 6.10-18; 1 Pe 5.8,9)
2. A luta contra o Diabo. Ef 6.12 porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade,
nos lugares celestiais.
O REINO DE DEUS (BEP - CPAD)
Mt 12.28: “Mas, se eu expulso os demônios pelo ESPÍRITO de DEUS, é conseguintemente chegado a vós o Reino de DEUS.”
A NATUREZA DO REINO.O reino de DEUS (ou dos céus), no presente, significa DEUS intervindo e predominando no mundo, para manifestar seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio de Satanás e a condição atual deste mundo. Trata-se de algo além da salvação ou da igreja; é DEUS revelando-se com poder na execução de
todas as suas obras.
(1) O reino é antes de tudo uma demonstração do poder divino em ação. DEUS inicia seu domínio espiritual na terra, nos corações do seu povo e no meio deste (Jo 14.23; 20.22). Ele entra no mundo com poder (Is 64.1; Mc 9.1; 1Co 4.20). Não se trata de poder no sentido material ou político, e sim, espiritual. O reino não é uma teocracia relígio-política; ele não está vinculado ao domínio social ou político sobre as nações ou reinos deste mundo (Jo 18.36). DEUS não pretende atualmente redimir e reformar o mundo através de ativismo social ou político, da força, ou de ação violenta (26.52; ver Jo 18.36). O mundo, durante a presente era, continuará inimigo de DEUS e do seu povo (Jo 15.19; Rm 12.1,2; Tg 4.4; 1Jo 2.15-17; 4.4). O governo de DEUS mediante o juízo direto e à força só ocorrerá no fim desta era (Ap 19.11-21).
(2) Quando DEUS se manifesta com poder sobre o mundo, este entra em crise. O império do diabo fica totalmente alarmado (12.28,29; Mc 1.23,24), e todos encaram a decisão de submeter-se ou não ao governo de DEUS (3.1,2; 4.17; Mc 1.14,15). A condição necessária e fundamental para se entrar no reino de DEUS é: “Arrependei-vos e crede no
evangelho” (Mc 1.15).(3) O fato de DEUS irromper no mundo com poder, abrange: (a) seu poder divino sobre o governo e domínio de Satanás (12.28; Jo 18.36); a chegada do reino é o começo da destruição do domínio de Satanás (Jo 12.31;
16.11) e do livramento da humanidade das forças demoníacas (Mc 1.34,39; 3.14,15; At 26.18) e do pecado (Rm 6); (b) poder para operar milagres e curar os enfermos (4.23; 9.35; At 4.30; 8.7); (c) a pregação do evangelho, que produz a convicção do pecado, da justiça e do juízo (11.5; Jo 16.8-11; At 4.33); (d) a salvação e a santificação daqueles que se arrependem e crêem no evangelho (ver Jo 3.3; 17.17; At 2.38-40; 2Co 6.14-18); e (e) o batismo no ESPÍRITO SANTO, com poder, para testemunhar de CRISTO (ver At 1.8; 2.4). (4) Uma evidência máxima de que a pessoa está vivendo o reino de DEUS é viver uma vida de “justiça, e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO” (Rm 14.17).(5) O reino de DEUS tem um aspecto tanto presente como futuro. É uma realidade presente no mundo hoje (Mc 1.15; Lc 18.16,17; Cl 1.13; Hb 12.28), mas o governo e o poder de DEUS não predominam plenamente em todos e em tudo. A obra e a influência de Satanás e dos homens maus continuarão até o fim desta era (1Tm 4.1; 2Tm 3.1-5; Ap 19.19 — 20.10). A manifestação futura da glória de DEUS e do seu poder e reino ocorrerá quando JESUS voltar para julgar o mundo (24.30; Lc 21.27; Ap 19.11-20; 20.1-6). O estabelecimento total do reino virá, quando CRISTO finalmente triunfar sobre todo o mal e oposição e entregar o reino a DEUS Pai (1Co 15.24-28; Ap 20.7-21.8; ver também Mc 1.15).
O PAPEL DO CRENTE NO REINO.O NT contém abundante ensino sobre a missão do crente no reino de DEUS, na sua presente manifestação.
(1) É responsabilidade do crente buscar incessantemente o reino de DEUS, em todas as suas manifestações, tendo fome e sede pela presença e pelo poder de DEUS, tanto na sua vida como no meio da sua comunidade cristã
(ver 5.10; 6.33).
(2) Em 11.12, JESUS revela novos fatos sobre a natureza dos membros do reino. Ali Ele disse que somente quem se esforça apodera-se do reino de DEUS. Os tais, movidos por DEUS, resolvem romper com as práticas pecaminosas e imorais do mundo e seguem a CRISTO, a sua Palavra e seus justos caminhos. Não importando o preço a pagar,
esses, resolutamente, buscam o reino com todo o seu poder. Noutras palavras, pertencer ao reino de DEUS e desfrutar de todas as suas bênçãos requer esforço sincero e constante — um combate de fé, aliado a uma forte
vontade de resistir a Satanás, ao pecado e à sociedade perversa em que vivemos. (3) Não conhecerão o reino de DEUS aqueles que raramente oram, que transigem com o mundo, que negligenciam a Palavra e que têm pouca fome espiritual. É para crentes como José (Gn 39.9), Natã (2Sm 12.7), Elias (1Rs 18.21), Daniel e seus três amigos (Dn 1.8; 3.16-18), Mardoqueu (Et 3.4,5), Pedro e João (At 4.19,20), Estevão (At 6.8; 7.51) e
Paulo (Fp 3.13,14); inclusive mulheres como Débora (Jz 4.9), Rute (Rt 1.16-18), Ester (Et 4.16), Maria (Lc 1.26-35), Ana (Lc 2.36-38) e Lídia (At 16.14,15,40).
CONCLUSÃO
Muitos são os crentes que, embora acreditem no DEUS Único e Verdadeiro, na prática são
dualistas. Muitos estão tão comprometidos com o mundo que já não sabem mais a diferença entre o certo e o errado, entre o SANTO e o profano; são crentes nominais não discernindo os tempos e as estações que DEUS colocou como advertência para a volta de seu filho JESUS CRISTO.
PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS (BEP - CPAD)
Mc 3.27 “Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não manietar
o valente; e, então, roubará a sua casa”.
Um dos destaques principais do Evangelho segundo Marcos é o propósito firme de JESUS: derrotar Satanás e suas hostes demoníacas. Em 3.27, isto é descrito como “manietar o valente” (i.e., Satanás) e, “roubará a sua casa” (i.e., libertar os escravos de Satanás). O poder de JESUS sobre Satanás fica claramente demonstrado na expulsão de demônios (gr. daimonion) ou ESPÍRITOs malignos.
OS DEMÔNIOS. (1) O NT menciona muitas vezes pessoas sofrendo de opressão ou influência maligna de Satanás, devido a um ESPÍRITO maligno que neles habita; menciona também o conflito de JESUS com os demônios. O Evangelho segundo Marcos, e.g., descreve muitos desses casos: 1.23-27, 32, 34, 39; 3.10-12, 15; 5.1-20; 6.7, 13; 7.25-30; 9.17-29; 16.17.
(2) Os demônios são seres espirituais com personalidade e inteligência. Como súditos de Satanás, inimigos de DEUS e dos seres humanos (Mt 12.43-45), são malignos, destrutivos e estão sob a autoridade de Satanás (ver Mt 4.10).
(3) Os demônios são a força motriz que está por trás da idolatria, de modo que adorar falsos DEUSes é praticamente o mesmo que adorar demônios (ver 1Co 10.20 ).
(4) O NT mostra que o mundo está alienado de DEUS e controlado por Satanás (ver Jo 12.31; 2Co 4.4; Ef 6.10-12). Os demônios são parte das potestades malignas; o cristão tem de lutar continuamente contra eles (ver Ef 6.12).
(5) Os demônios podem habitar no corpo dos incrédulos, e, constantemente, o fazem (ver Mc 5.15; Lc 4.41; 8.27,28; At 16.18) e falam através das vozes dessas pessoas. Escravizam tais indivíduos e os induzem à iniqüidade, à
imoralidade e à destruição.
(6) Os demônios podem causar doenças físicas (Mt 9.32,33; 12.22; 17.14-18; Mc 9.17-27; Lc 13.11,16), embora nem todas as doenças e enfermidades procedam de ESPÍRITOs maus (Mt 4.24; Lc 5.12,13).
(7) Aqueles que se envolvem com espiritismo e magia (i.e., feitiçaria) estão lidando com ESPÍRITOs malignos, o que facilmente leva à possessão demoníaca (cf. At 13.8-10; 19.19; Gl 5.20; Ap 9.20,21).
(8) Os ESPÍRITOs malignos estarão grandemente ativos nos últimos dias desta era, na difusão do ocultismo, imoralidade, violência e crueldade; atacarão a Palavra de DEUS e a sã doutrina (Mt 24.24; 2Co 11.14,15; 1Tm 4.1). O maior surto de atividade demoníaca ocorrerá através do AntiCRISTO e seus seguidores (2Ts 2.9;
Ap 13.2-8; 16.13,14).
JESUS E OS DEMÔNIOS. (1) Nos seus milagres, JESUS freqüentemente ataca o poder de Satanás e o demonismo (e.g., Mc 1.25,26, 34, 39; 3.10,11; 5.1-20; 9.17-29; cf. Lc 13.11,12,16). Um dos seus propósitos ao vir à terra foi subjugar Satanás e libertar seus escravos (Mt 12.29; Mc 1.27; Lc 4.18).
(2) JESUS derrotou Satanás, em parte pela expulsão de demônios e, de modo pleno, através da sua morte e ressurreição (Jo 12.31; 16.17; Cl 2.15; Hb 2.14). Deste modo, Ele aniquilou o domínio de Satanás e restaurou o poder do reino de DEUS.
(3) O inferno (gr. Gehenna), o lugar de tormento, está preparado para o diabo e seus demônios (Mt 8.29; 25.41). Exemplos do termo Gehenna no grego: Mc 9.43,45,47; Mt 10.28; 18.9.
O CRENTE E OS DEMÔNIOS. (1) As Escrituras ensinam que nenhum verdadeiro crente, em quem habita o ESPÍRITO SANTO, pode ficar endemoninhado; i.e.: o ESPÍRITO e os demônios nunca poderão habitar no mesmo corpo (ver 2Co 6.15,16). Os demônios podem, no entanto, influenciar os pensamentos, emoções e atos dos crentes que não obedecem aos ditames do ESPÍRITO SANTO (Mt 16.23; 2Co 11.3,14).
(2) JESUS prometeu aos genuínos crentes autoridade sobre o poder de Satanás e das suas hostes. Ao nos depararmos com eles, devemos aniquilar o poder que querem exercer sobre nós e sobre outras pessoas, confrontando-os sem trégua pelo poder do ESPÍRITO SANTO (ver Lc 4.14-19). Desta maneira, podemos nos livrar dos poderes das trevas.
(3) Segundo a parábola em Mc 3.27, o conflito espiritual contra Satanás envolve três aspectos: (a) declarar guerra contra Satanás segundo o propósito de DEUS (ver Lc 4.14-19); (b) ir onde Satanás está (qualquer lugar onde ele tem uma fortaleza), atacá-lo e vencê-lo pela oração e pela proclamação da Palavra, e destruir suas armas de engano e tentação demoníacos (cf. Lc 11.20-22); (c) apoderar-se de bens ou posses, i.e., libertando os cativos do inimigo e
entregando-os a DEUS para que recebam perdão e santificação mediante a fé em CRISTO (Lc 11.22; At 26.18).
(4) Seguem-se os passos que cada um deve observar nesta luta contra o mal: (a) Reconhecer que não estamos num conflito contra a carne e o sangue, mas contra forças espirituais do mal (Ef 6.12). (b) Viver diante de DEUS uma vida
fervorosamente dedicada à sua verdade e justiça (Rm 12.1,2; Ef 6.14). (c) Crer que o poder de Satanás pode ser aniquilado seja onde for o seu domínio (At 26.18; Ef 6.16; 1Ts 5.8) e reconhecer que o crente tem armas espirituais
poderosas dadas por DEUS para a destruição das fortalezas de Satanás (2Co 10.3-5). (d) Proclamar o evangelho do reino, na plenitude do ESPÍRITO SANTO (Mt 4.23; Lc 1.15-17; At 1.8; 2.4; 8.12; Rm 1.16; Ef 6.15). (e) Confrontar Satanás e o seu poder de modo direto, pela fé no nome de JESUS (At 16.16-18), ao usar a Palavra de DEUS (Ef 6.17), ao orar no ESPÍRITO (At 6.4; Ef 6.18), ao jejuar (ver Mt 6.16; Mc 9.29) e ao expulsar demônios (ver Mt 10.1; 12.28; 17.17-21; Mc 16.17; Lc 10.17; At 5.16; 8.7; 16.18; 19.12). (f) Orar, principalmente, para que o ESPÍRITO SANTO convença os perdidos, no tocante ao pecado, à justiça e ao juízo vindouro (Jo 16.7-11). (g) Orar, com desejo sincero, pelas manifestações do ESPÍRITO, mediante os dons de curar, de línguas, de milagres e de maravilhas (At 4.29-33; 10.38; 1Co 12.7-11).
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - JOVENS E ADULTOS - 1º Trimestre de 2003 - Original - revista Título: O sofrimento dos justos e o seu propósito - Comentarista: Claudionor de Andrade Lição 3: As calamidades de Jó Data: 19 de Janeiro de 2003 TEXTO ÁUREO “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor JESUS no nosso corpo, para que a vida de JESUS se manifeste também em nossos corpos” (2Co 3.8-10). VERDADE PRÁTICA Quando as provações chegarem, não se desespere. DEUS está no controle de tudo… até do mais estranho e intenso sofrimento. LEITURA DIÁRIA Segunda — 1Rs 17.10-12 A aflição da viúva Terça — 2Rs 4.8-37 A aflição de uma mãe Quarta — 2Rs 4.42-44 A aflição de um servente Quinta — 2Rs 20.1-11 A aflição de um rei Sexta — 2Rs 1.6 A aflição de um ajudante Sábado — 2Rs 5.1-13 A aflição de um ajudante militar LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jó 1.13-22. 13 — E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito, 14 — que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles; 15 — e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova. 16 — Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de DEUS caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova. 17 — Estando ainda este falando, veio outro e disse: Ordenando os caldeus três bandos, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e só eu escapei, para te trazer a nova. 18 — Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito, 19 — eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova. 20 — Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou, 21 — e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tomarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR. 22 — Em tudo nisto Jó não pecou, nem atribuiu a DEUS falta alguma. PONTO DE CONTATO Aqui está o quadro mais triste e exemplar da história de Jó. A despeito de perder tudo quanto tinha, ele não perdera seu bem mais precioso, a fé. A dor podia modificar-lhe o aspecto (v.20), mas não podia arrancar-lhe a consolação da fé. Por isso, diante de tamanha calamidade expressou-se o paciente patriarca: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá” (v.21). Como você agiria se passasse por situação semelhante? Teria fé suficiente para reconhecer a soberania divina? Permaneceria íntegro? Louvaria a DEUS na adversidade? OBJETIVOS Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a: Descrever, segundo a lição, os tipos de calamidades que se abateram sobre Jó. Definir em que consistiu a calamidade psicológica de Jó. SÍNTESE TEXTUAL Jó foi abatido sucessivamente por diversas perdas até ser atingido em seu próprio corpo. Sua doença lhe provocou angústias terríveis, mas, ainda assim, ele não murmurou contra DEUS como desafiara o inimigo. Na hora mais escura de sua vida podia ainda bendizer a DEUS. O crente fiel não perde a esperança, mesmo diante da desventura, porque nada escapa aos olhos do Senhor. E, ainda que sejamos afligidos por um pouco de tempo, o Todo-Poderoso no momento certo dará o escape. ORIENTAÇÃO DIDÁTICA Converse com seus alunos sobre as diversas calamidades produzidas pela natureza. Questione se essas forças naturais podem ou não ser manipuladas pelo maligno. Os acontecimentos no livro de Jó podem ser considerados indícios dessa manipulação? Satanás pode investir contra os homens valendo-se das forças da natureza? Até que ponto DEUS pode conceder-lhe permissão? Discuta o assunto com a classe e permita que cada aluno dê a sua opinião. COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Nesta lição, acompanharemos as calamidades que se abateram sobre Jó. Foi ele experimentado em todas as áreas de sua vida; nenhuma provação lhe faltou. Ao Senhor agradou acrisolá-lo, a fim de que viesse a sair, de todo aquele sofrimento, um homem incomparavelmente melhor. Acredito que a sua dor, excetuando a de CRISTO, foi a maior que uma pessoa já se viu obrigada a suportar (Jó 2.13). Caso esteja você sendo submetido a alguma prova, não se deixe levar pela angústia. DEUS sabe como trabalhar a espiritualidade de seus filhos. I. CALAMIDADES SOCIAIS A primeira calamidade que se abateu sobre Jó foi a conturbação social. Naqueles dias, muitas eram as quadrilhas especializadas em roubar gados. Entre esses bandos, os sabeus eram os mais ousados. Atentemos ao relatório que o mensageiro entregou a Jó: “Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles; e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova” (Jó 1.14,15). 1. Quem eram os sabeus. Eram eles descendentes de Sebá, neto de Cam e bisneto de Noé (Gn 10.7). Supõe-se estivesse o seu território no Norte da Etiópia. De quando em quando, cruzavam as fronteiras para roubar e pilhar os reinos de Canaã. E, assim, foram eles acumulando uma proverbial riqueza (Is 45.14). Eram conhecidos também por sua elevada estatura. 2. Os sabeus atacam Jó. Deduz-se do texto bíblico que os sabeus já eram bem conhecidos em Canaã em virtude da violência de suas rapinagens. Até aquele momento, porém, não haviam feito qualquer incursão às propriedades de Jó, por se acharem estas sob a proteção do Senhor; era como se Ele as tivesse cercado de sebes (Jó 1.10). Um dia, contudo, sentiram-se livres para invadir as terras do patriarca. E, daqui, levam-lhe os bois e as jumentas. Não bastasse, ainda passam ao fio da espada os que cuidavam dos rebanhos (Jó 1.5). 3. Como reagiríamos nós? Pode ser que você, querido irmão, seja uma vítima da violência. Quer urbana, quer rural, deixa-nos esta profundos traumas. Alguns têm suas terras tomadas por demagogos (1Rs 21.15). Outros são alvos de assaltos e sequestros (Lc 10.30). E ainda outros têm seus entes queridos covarde e impiedosamente assassinados (At 12.1,2). É exatamente neste momento que não podemos evitar a pergunta: “Por que DEUS o permite?”. A única coisa que sabemos é que todos os atos de DEUS são atos de profundo e inexplicável amor. II. CALAMIDADES SOBRENATURAIS Não há como descrever a segunda tragédia que se abateu sobre Jó. Do ponto de vista do mensageiro que lhe trouxe a notícia, parecia algo vindo diretamente do Todo-Poderoso: “Fogo de DEUS caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova” (Jó 1.16). 1. O fenômeno. Tratava-se de um raio? Ou de uma combustão que, embora descida do céu, não provinha de DEUS? (Ap 13.13). De qualquer forma, não era aquele um fenômeno natural; assemelhava-se ao fogo que calcinou as impenitentes Sodoma e Gomorra (Gn 19.24). 2. O prejuízo. O fogo acabou por destruir os rebanhos que haviam restado ao patriarca. Sua ruína era completa. Além dos animais, perdera também toda a gente que estava a seu serviço com exceção daquele que lhe trouxe a notícia. Você já foi vítima de algo semelhante? De repente, alguma coisa inexplicável destrói-lhe todos os bens, deixando-o endividado e sem perspectivas. Como agir nessas circunstâncias? Não se desespere! O nosso DEUS está no comando de tudo. III. CALAMIDADES METEOROLÓGICAS Os filhos de Jó, distraídos com o banquete na casa do primogênito, ainda não se haviam apercebido das calamidades que se abatiam sobre a família. A desgraça, porém, não demoraria em lhes sair ao encalço. 1. O tufão que matou os filhos de Jó. Registra o autor sagrado: “Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova” (Jó 1.19). O fenômeno em muito se parecia com aqueles furacões que, no Oriente Médio, se originam no deserto e, rapidamente, alcançam as áreas habitadas, deixando em sua passagem, um rastro de destruição e morte. Tão veemente era aquele vento que, de acordo com a narrativa bíblica, atingiu em cheio a casa onde se encontravam os filhos do patriarca, derrubando-a sobre eles. Sobreviveu apenas o mensageiro que relatou a tragédia ao patriarca. 2. DEUS e a meteorologia. Não controla o Todo-Poderoso os fenômenos meteorológicos? Então, por que haverá Ele de permitir que tais forças se levantem contra os seus servos? O fato de sermos crentes não significa estejamos livres dos raios ultravioletas do Sol nem dos respingos da chuva (Mt 5.45), nem que venhamos a escapar, necessariamente, das calamidades naturais. Em consequência da seca, agricultores piedosos eventualmente perdem promissoras colheitas; pecuaristas tementes a DEUS veem, de vez em quando, seu gado quedar sem vida por causa da estiagem. E aqueles homens e mulheres que, apesar de sua intensa vida de oração, não logram salvar os filhinhos de uma inundação súbita? IV. CALAMIDADE FÍSICA E PSICOLÓGICA Não obstante todas essas calamidades, Jó ainda retém a sua integridade (Jó 2.10). O Diabo, todavia, alega ao Senhor que, enquanto Jó estiver saudável, manter-se-á firme em sua fé; mas, enfermo: virá certamente a negá-la. Veja quão sentencioso e ousado é o maligno: “Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face!” (Jó 2.4,5). Demonstrando quão fiel era o seu servo, o Senhor permite ao adversário enfermar a carne de Jó, desde que não lhe tire a vida: “Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza” (Jó 2.6,7). 1. A doença de Jó. Que doença era aquela? Alguém sugere a elefantíase - uma hipertrofia da pele e do tecido subcutâneo, obstruindo a circulação linfática devido a forte infecção. A enfermidade, que evolui de forma crônica, atinge principalmente as pernas e a genitália externa. O texto bíblico descreve-a como uma chaga maligna; uma doença de tal maneira terrível, cuja etiologia ainda não pôde ser determinada com precisão. Seria a lepra em seu mais adiantado estágio? O fato de o patriarca se coçar com um caco de telha sugere que todo o seu corpo ficou não somente inchado, mas coberto de uma crosta supurante. Eis porque seus amigos tiveram dificuldades em reconhecê-lo (Jó 2.12). Além disso, o hálito tornara-se-lhe insuportável, evidenciando uma rápida e implacável metástase (Jó 19.17). Era algo pior que o câncer. Tão aflitiva era a condição física de Jó que a esposa chegou a sugerir-lhe a eutanásia (Jó 2.9). CONCLUSÃO De que maneira reagiria você em meio a todas essas provações? Jó sabia perfeitamente que, apesar da angústia daquela hora, havia um DEUS no céu que a tudo contemplava. Assim, pôde ele manter-se íntegro; não negou a fé, nem optou pelo caminho que, para alguns, parece o mais fácil: o suicídio. A prova a que nos submete DEUS, por mais dolorosa e desconfortável, redunda sempre num crescimento espiritual que acaba por descortinar-nos todas as belezas do amor divino. Glória a DEUS! AUXÍLIOS SUPLEMENTARES Subsídio Teológico “O tempo não é um inimigo, mas um amigo. Lutar contra o tempo é uma sandice. Se o sofrimento entrou no mundo por causa do pecado, DEUS não é o causador do sofrimento; e se Ele o permite mesmo quando não consigo evitá-lo, o mais coerente seria ver as intempéries como aliadas na formação e aprimoramento de traços e silhuetas positivas na alma. Esse é o ensino bíblico. O tempo serve para nos preparar. Quando compreendo e admito isso, consigo ver o tempo como algo que não é ruim, que serve para amadurecer-me e não pode tirar minha felicidade, porque esta está firmada em DEUS. Nós sabemos, pela Palavra de DEUS, que o sofrimento tem um fim. A demora também. Logo, o propósito de DEUS na minha vida é usar o tempo para me ajustar ao ponto ideal. Ad augusta per angusta — ‘chega-se a resultados sublimes por caminhos estreitos’. Desde que apenas nesta dimensão encontro demora e sofrimento, e lá não, então o aqui e o hoje são dotados de instrumentos de DEUS para forjar o meu ser. Disse o salmista Davi, em Salmos 31.15: ‘Os meus tempos estão nas tuas mãos…’. Quando entrego tudo à vontade de DEUS, entrego não apenas a minha vida, mas o meu tempo também. E isto significa que a administração do meu tempo passou a ser orientada por DEUS” (Reflexões Sobre a Alma e o Tempo. CPAD, p.155). GLOSSÁRIO Acrisolar: Depurar, acendrar; aperfeiçoar, apurar, sublimar; purificar-se, submetendo-se a provas. Calcinar: Reduzir a cinzas ou carvão. Conturbação: Perturbação de ânimo; agitação. Demagogo: Político inescrupuloso e hábil que se vale das paixões populares para fins ilícitos. Etiologia: A parte da medicina que trata da causa das doenças. Genitália: O conjunto dos órgãos reprodutores, especialmente os órgãos sexuais externos. Integridade: Qualidade de íntegro; inteireza; retidão, imparcialidade. Metástase: Aparecimento de um foco secundário, à distância, no curso da evolução de um tumor maligno ou de um processo inflamatório, abevacuação. Sebe: Cerca de arbustos, ramos, estacas ou ripas entrelaçadas, cercar e vedar terrenos. Rapinagem: Conjunto de roubos; hábito de rapinar ou roubar. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA O Poder do Sofrimento. John MacArthur Jr., CPAD. QUESTIONÁRIO 1. O que aconteceu a Jó quando tudo lhe parecia ir bem? R. Foi abatido por calamidades e provado em todas as áreas da sua vida. 2. Em que consistiu a calamidade social? R. Em ataques de assaltantes sobre os rebanhos e sobre os pastores, mortos a fio de espada. 3. O que são as calamidades sobrenaturais? R. São fenômenos extraordinários, que não podem ser atribuídos às foças da natureza. 4. Como definir as calamidades naturais? R. São catástrofes causadas pela a ação de fenômenos da natureza. 5. Em que consistiu a calamidade física de Jó? R. Em enfermidade que feriu-lhe desde a planta do pé até ao alto da cabeça. 6. Como explicar a calamidade psicológica de Jó? R. Ele foi abatido de forma vil e humilhante, ao ponto de tornar-se um estranho para seus amigos e desprezível para sua mulher. Questionário de Pr.Luiz Henrique Texto Áureo:1- Como os filhos participam da carne e do sangue (vivem aqui na terra num corpo físico), o que JESUS Fez?( ) Participou também se fazendo homem ( ) Ficou no céu ( ) Veio à terra como DEUS somente2- Através da morte de JESUS CRISTO qual império caiu?( ) Do Céu ( ) De Israel ( ) Do Diabo que detinha o poder da morte ( ) BabilônicoVerdade Prática3- Quem tem o absoluto poder sobre todas as coisas?( ) O Diabo ( ) Os homens ( ) DEUS e o Diabo ( ) Somente DEUSIntrodução4- Quantas vezes Jó se refere ao Diabo em suas conversas? ( ) Uma Vez ( ) Duas Vezes ( ) Três Vezes ( ) Nenhuma Vez ( ) Muitas Vezes5- Qual a missão de Satanás?( ) Matar, Roubar e dar aos pobres ( ) Ser servo de DEUS ( ) Matar,roubar e destruirTópico I - O Diabo Intromete-se Nas Regiões Celestes6- Para que o Diabo apresentava-se diante de DEUS, de vez em quando?( ) Para adorá-lo ( ) Para acusar os servos de DEUS ( ) Para contar as novidades para DEUS7- A respeito de que Satanás (ou Diabo) caluniava Jó na presença de DEUS?( ) Fidelidade, Retidão e Postura de Jó ( ) 6- Tudo quanto Jó tinha foi destruído devido a que?( ) Satanás e seu Poder ( ) A Natureza e seu Poder ( ) Por permissão de DEUS7- Depois de destruir tudo quanto Jó tinha e vendo que ele não blasfemara contra DEUS, o que foi permitido por DEUS ao Diabo fazer?( ) Exaltar Jó ( ) Enriquecer Jó ( ) Tirar a saúde de Jó colocando-lhe uma espécie de câncer.8- O que faz Jó quando reduzido ao desprezo humano, devido a sua doença?( ) Blasfema de DEUS ( ) Adora a DEUS ( ) Adora a Satanás ( ) Se mata9- Complete:Jó tinha o _____________ e o desprendimento de Abel, resolução de ________________ e inteireza de ___________.10- Quem dava o maior testemunho de Jó? ( ) DEUS ( ) Satanás ( ) A esposa de Jó ( ) Os filhos de Jó ( ) Os amigos de JóTópico II - Jó Tira Satanás De Cena11- Depois do capítulo dois quantas vezes ainda o livro de Jó se refere ao Diabo?( ) Uma Vez ( ) Duas Vezes ( ) Três Vezes ( ) Nenhuma Vez ( ) Muitas Vezes12- Por que Elifaz, amigo de Jó, ficou com o cabelo da carne todo arrepiado?( ) Porque estava frio ( ) Porque levou um choque ( ) Porque teve um encontro com o Diabo13- A quem Jó atribui seu sofrimento?( ) A Sua Família ( ) Ao Diabo ( ) Aos seus Amigos ( ) Aos seu pecados ( ) A DEUS14- DEUS controla o Diabo?( ) Não ( ) Sim ( ) Às Vezes ( ) NuncaTópico III - A Atitude De Jó Não Era Dualista15- A doutrina Dualista acredita em que?( ) Que DEUS e o Diabo têem poderes iguais ( ) Que DEUS é pai e filho ( ) Que DEUS é pai e ESPÍRITO16- Quem criou o querubim que se transformou em Satanás ou Diabo?( ) O Universo ( ) DEUS ( ) O Próprio Satanás ( ) Já existia antes de tudo17- Qual o destino final de Satanás, o Diabo?( ) O Lago de Águas Cristalinas ( ) O Céu ( ) O Inferno ( ) O Lago de Fogo18- Quem foi chamado para lutar contra Satanás e seu exército?( ) Os Anjos ( ) Os Ímpios ( ) DEUS ( ) A Igreja19- Quem foi enviado por JESUS para nos ajudar na luta contra Satanás e suas hostes malignas?( ) O anjo Gabriel ( ) O arcanjo Miguel ( ) O ESPÍRITO SANTO20- Quais as armas que vamos utilizar nessa guerra? (Ef 6.10-19) Coloque "V" Verdadeiro e "F" Falso( ) Bomba Atômica ( ) Capacete da Salvação ( ) Armas Químicas e Biológicas ( )Escudo da fé ( ) Facas, Revólveres e Espingardas ( ) Espada do ESPÍRITO(Palavra de DEUS)21- Cite as pessoas da trindade de DEUS, que formam um só DEUS:O ________________, O ____________________(JESUS CRISTO) e o ___________________________________.22- Satanás é DEUS deste Século (com letra maiúscula) ou DEUS deste Século (com letra minúscula)?( ) DEUS ( ) DEUS ( ) DEUS e DEUS23- O que significa "DEUS deste mundo" em 2 Co 4.4?( ) Que Satanás é quem criou o mundo e o universo ( ) Que Satanás é quem comanda o mundo e o universo( ) Que Satanás é quem inspira e comanda o sistema mundano de viver no pecado e na imoralidade.24- A quem foi dado todo o poder no céu e na terra? (Mt 28.18)( ) Satanás ( ) Anjos ( ) JESUS ( ) ONU ( ) OTAN ( ) OMC ( ) OEA25- Em nome de quem enfrentamos Satanás e seus demônios?( ) Em Nome de nossa denominação ( ) Em nome de nosso Pastor ( ) Em Nome de JESUS26- Com os que se escondem em CRISTO, algum poder das trevas prevalecerá contra esses?( ) Nunca ( ) De vez em quando ( ) sempre ( ) sim27- Quem causará algum dano a nós se lutarmos contra Satanás?( ) O Diabo ( ) Os Anjos ( ) Os macumbeiros ( ) Os feiticeiros ( ) Ninguém Lc 10.19 Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum.
Questionário da Revista1. O que fazia Satanás nas regiões celestes de acordo com o livro de Jó?
2. Por que Jó não menciona uma única vez o adversário?
3. O que é Dualismo?
4. Por que o Dualismo é uma falsa doutrina?
5. Quem deve lutar contra o Diabo? DEUS ou nós?
Fontes consultadas e alguns comentários inseridos:1- CD Da CPAD, Revista e BEP www.cpad.com.br 2- Livro Jó - Claudionor De Andrade - CPAD - www.cpad.com.br 3- Introdução e Comentários de Francis I.Andersen - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - S.Paulo - SP2º Impressão 05/1996 - http://www.vidanova.com.br/ SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 3 - 4 TRIMESTRE DE 2020 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Explicitar que o Livro de Jó não procura explicar a origem de Satanás, mas que seus atributos revelam quem ele é;
Afirmar que as obras do Diabo são visíveis e que o Livro de Jó revela sua natureza maligna;
Sublinhar o ocaso do Diabo, isto é, seus intentos sobre Jó não foram alcançados.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Uma das coisas mais perigosas é uma ideia que revela determinado extremo. Acerca de Satanás há pelo menos duas. A primeira tende a negar sua existência. A segunda, supervaloriza a ação maligna como se Satanás fosse uma entidade onipotente. O Livro de Jó revela a realidade do Diabo. É o livro mais claro em relação ao assunto do Antigo Testamento. Entretanto, de maneira equilibrada, podemos aprender que o Diabo tem determinada ação no mundo, mas ele não é maior que DEUS, nem muito menos exerce ação autônoma. O livro mostra com clareza que o Diabo está submetido a DEUS. Essa compreensão é alentadora, pois não podemos ignorar a sua ação, mas também não devemos supervalorizá-la porque maior é DEUS que que nos salvou.
PONTO CENTRAL - O Diabo é um ser espiritual, mas não é autoexistente. SÍNTESE DO TÓPICO I - O Diabo é um ser espiritual criado e dotado de personalidade.
SÍNTESE DO TÓPICO II - No Livro de Jó, as obras de Satanás são representadas pela dor, sofrimento, acusação e tentação.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O Livro de Jó mostra indiretamente o ocaso do Diabo, e, ao mesmo tempo diretamente, o testemunho de DEUS a respeito de Jó. despertamento espiritual.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Sugerimos que você inicie este tópico fazendo indagações acerca da natureza do Diabo. Pergunte aos alunos o que eles acham acerca das características de Satanás: É um ser espiritual? É um ser criado ou incriado? É dotado de personalidade? São perguntas importantes que devem levá-los à compreensão de como a Bíblia revela a natureza do Diabo. Por isso, após ouvir atentamente as respostas dos alunos, desenvolva o tópico levando em consideração que a palavra Satanás significa “adversário”. Nas palavras de Myer Pearlman, essa palavra descreve a intenção persistente de o Diabo obstruir os propósitos de DEUS. É uma oposição que se revelou nas seguidas tentativas de impedir o plano divino de cumprir a atividade predita em Gênesis 3.15: a vinda do Messias.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP2
“Satanás [...] ressalta que Jó tem sido recompensado de todas as formas possíveis – Porventura, não o cercaste tu de bens a ele? (10). Ele e sua família eram protegidos de todo e qualquer tipo de perigo, e Satanás conclui: A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentando. Um sucesso incomum aparece em tudo que Jó realiza. Essa prosperidade, cobra Satanás, é a recompensa de DEUS pela fidelidade de Jó.
Depois de acusar a DEUS de comprar a lealdade de Jó, Satanás o desafia dizendo que uma reversão na condição próspera de Jó redundaria em sua deserção: Mas estende a tua mão [...] e verás se não blasfema de ti em tua face (11). Isto é, ele renunciaria completa e abertamente a DEUS e sua forma piedosa de vida.
DEUS não abandona Jó nas mãos de Satanás, mas Ele dá permissão para testar a disposição de Jó em permanecer leal e devoto: Eis que tudo quanto tem está na tua mão (12). Observe, no entanto, que existe um limite para o teste: Somente contra ele não estendas a tua mão. Com tal autorização, Satanás age rapidamente para cumprir o seu propósito, confiante no sucesso de seu empreendimento” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon:Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.29).
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP3
“O termo hebraico (tam) usado na afirmação, este era homem sincero (perfeito, ou ‘íntegro’, ARA), é de grande interesse para os teólogos da santidade. O significado principal da raiz é plenitude de caráter. No caso de Jó, não significa perfeição no sentido absoluto. Jó afirma que ele é tam (27.5), mas ele também admite suas fraquezas humanas (9.1ss; 13.26). Jó mantém a integridade básica do seu caráter. Tudo faz parte de uma mesma disposição. Os olhos e o coração estão focados no que é íntegro (cf. Mt 6.22; At 2.46). O coração de Jó não está dividido (Sl 12.2). A vontade de Jó pertence a DEUS e ele não abre mão disso (2.9,10; 27.5). Além de ser sincero (perfeito/íntegro), também lemos que Jó era reto e temente a DEUS; e desviava-se do mal. Não havia falta em Jó. Ele preenchia todos os requisitos dos seus dias de um homem exemplar. Na narrativa, essas qualidades em Jó não constituem a avaliação de homens, mas sim, a do próprio DEUS” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon:Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp.27-28).
VOCABULÁRIO
Ente: O que existe, o que é; ser, coisa, objeto. Ser humano; pessoa, indivíduo.
Perspicaz: Que tem agudeza de ESPÍRITO; sagaz, inteligente.
Ardil: Ação que se vale de astúcia, manha, sagacidade; ardileza.
Apoteótico: Que lembra apoteose; glorificante.
PARA REFLETIR - A respeito de “Jó e a Realidade de Satanás”, responda:
Como o Livro de Jó mostra Satanás? O Livro de Jó não procura provar a origem de Satanás, mas o mostra como um ser real.
Além de ser um ente espiritual, de que o Diabo é dotado? Além do fato de ser um ente espiritual, o Diabo é dotado também de personalidade.
Como o prólogo do Livro de Jó apresenta Satanás? O prólogo do Livro de Jó apresenta Satanás como um ser capaz de agir contra o ser humano (Jó 1.12; 2.6).
Além de infligir dor e sofrimento, o que o Diabo faz? O Diabo é capaz de infligir dor e sofrimento, mas não só isso. Ele também acusa e tenta.
Como DEUS se mantém ao longo de quase todo o Livro de Jó? Em quase todo o livro, DEUS se mantém em silêncio e oculto, mesmo o leitor tendo consciência que Ele está lá e que o seu silêncio fala alto.
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 83, p. 37. Comentários extras de livros A Doutrina dos Anjos - Silva, Severino Pedro da - CPADObservemos aqui alguns pontos importantes sobre isso e depois façamos um julgamento do significado do pensamento:
Comparados com a existência humana e animal, os anjos podem se dizer incorpóreos, mas apenas no sentidode que não têm uma organização mortal. As Escrituras dão a entender que os anjos têm uma corporificação. DEUS é ESPÍRITO, mas quando CRISTO se dirigiu aos judeus, Ele disse do Pai: "...Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu parecer" (Jo 5.37). É essencial que um espírito tenha forma localizada, determinada e espiritual (Jó 4.15,16).
Isso parece dar a entender que os anjos são revestidos de corpos espirituais, como os que nos são prometidos. Portanto, talvez se possa entender que, apesar de os anjos serem espíritos, possuindo corpos espirituais, nem todos os espíritos são anjos. Os judeus, por exemplo, faziam essa distinção. Em Atos 23.9 diz: "...nenhum mal achamos neste homem, e se algum espírito ou anjo lhe falou, não resistamos a DEUS". Por conseguinte, os demônios já não devem ser concebidos da mesma maneira ou ordem. Eles não possuem corpos de ordem alguma. Eles são espíritos e, como tais, não pertencem portanto, à categoria e ordem angelical. Talvez que num passado remoto, tenham pertencido a tal ordem angelical, mas à semelhança de seu príncipe (Satanás), foram rebaixados para uma categoria inferior, isto é, perderam seu primitivo estado de configuração. O Reino dos Anjos maus
Satanás
"E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na Terra, e os seus anjos foram lançados com ele" (Ap 12.9). No estudo da Angelologia não só as Escrituras focalizam os anjos do bem que, segundo se diz, se movimentam neste vasto reino de luz, mas elas também de igual modo, nos informam sobre o vasto reino de seres tenebrosos, isto é, o mundo dos espíritos malignos, que se opõem tanto a DEUS como à sua obra. Eles são chamados tanto no Antigo como no Novo Testamento, por vários nomes e títulos que representam suas disposições hostis a DEUS e aos homens. Um destes seres é Satanás que iremos observar à luz de cada contexto. Vejamos!
Diabo.Esse nome, que no grego é "diabollos", significa "acusador", aparece no grego da Septuaginta passado para o Novo Testamento, para indicar Satanás, o arquimaligno poder espiritual do grande inimigo de todo o bem. Tanto nosso Senhor JESUS" CRISTO como os escritores do Novo Testamento, usaram este nome empregado à pessoa de Satanás por 38 vezes.
SatanásÉ uma palavra de origem hebraica que é "sãtan". No Antigo Testamento, a palavra "satanás" ou seu equivalente é usada como nome próprio somente em três livros, a saber: 1 Crônicas 21.1; Jó 1.6,7,8,9,12; 2.1,2,3,4,6,7, etc; Zacarias 3.1 e ss. Em Apocalipse, porém, ele é sempre chamado o "Dragão".
O vocábulo grego aqui usado, "dragão", que no original é "draken", significa "serpente", "crocodilo" ou "leviatã" (Jó 41.1). O doutor R. N. Champlin, Ph. D., nos informa que os antigos cananeus, conforme a descrição existente nos tabletes de Ras Shamra, tinham uma terrível serpente de sete cabeças. O leviatã (Is 27.1) era considerado uma horrível e "rápida serpente". No presente estudo, porém, está em foco "...a antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo". Na mitologia grega esta figura sombria já era bastante conhecida, e em alguns lugares é a conhecida "serpente sedutora, mãe das trevas, que é um cão de fogo horroroso". Foi este terrível ser que, personificado numa serpente, enganou a pobre mulher (Gn 3.1 e ss; 2 Co 11.3; 1 Tm 2.14; Ap 12.9).
O doutor Matthew Pool, eminente comentador da antiguidade, diz que o artigo definido em Gênesis 3.1, é enfático para exemplificar o significado do pensamento, e por isso se refere a uma "serpente especial". E, no hebraico é: "hannachash". Esta serpente, ou essa serpente, indicando que não era uma serpente qualquer, ou um simples animal, mas uma personificação do próprio Satanás.
Em sete livros do Antigo Testamento e em dezenove do Novo, encontramos esta horrível serpente chamada o Diabo. Ocorre apenas uma vez no plural na Edição Revista e Corrigida (Dt 32.17):"...Sacrifícios ofereceram aos diabos". Seu nome é a transliteração do vocábulo grego da Septuaginta (LXX) "diabollos", expressão usada no singular, que significa "acusador" ou "caluniador" dependendo apenas do contexto (Ap 12.10); é aplicado nas Escrituras, exclusivamente a Satanás.
Ele é assim chamado em virtude de suas disposições hostis...opondo-se a DEUS e aos homens. No sentido profundo da palavra, significa "caluniador" ou "difamador", porque tanto calunia a DEUS (Gn 3.2), como aos homens (Jó 1.9;Ap 12.10). Ele, além de ser acusador dos irmãos, é também a "serpente sedutora", que primeiramente usou sua sabedoria pervertida para arrastar uma terça parte dos poderes angelicais para dentro de sua órbita (Ap 12.4). Em João 6.70, ele tem o sentido de um traidor.
A causa de sua queda. A causa principal da queda deste terrível ser, foi "orgulho", mas o ponto marcante no momento fatal, foi a"violência" Só DEUS conhece e pode explicar a contento a origem do mal, e é ele que diz quando teve início o primeiro pecado na vida deste anjo das trevas: "...se encheu o teu interior de violência, (ouça agora!) e pecaste!" (Ez 28.16b). A partir deste momento ele faz cinco declarações oponentes contra a pessoa de DEUS. Vejamos:
"...eu subirei ao céu" (Is 14.13). Nisto, que é o primeiro aspecto do pecado de Satanás, ele se propunha aparentemente a fazer sua habitação como ele mesmo declarou "...acima das estrelas (anjos) de DEUS". Isto visava, não somente a uma oposição a DEUS mas também a JESUS que, segundo nos é dito em Efésios 1.20,21, DEUS ressuscitou a seu Filho, "...e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio...".
"...exaltarei o meu trono" (Is 14.13). Em Ezequiel 28.2, diz que ele queria se "assentar sobre a cadeira de DEUS" e depois equiparar seu coração "...como se fora o coração de DEUS" (Ez 28.6b). Era uma aspiração completamente errada, pois DEUS lhe diz: "...tu és homem, e não DEUS" (Ez 28.9). O leitor deve observar cuidadosamente cada detalhe e depois ver como as Escrituras são proféticas e se combinam entre si! Todas as declarações e ofensas deste inimigo, visavam também à pessoa de nosso Senhor JESUS CRISTO; ele queria por meio da força, se assentar no trono de DEUS. Lugar este, reservado para seu amado Filho (cf. Ap 3.21; 12.5).
"...no monte da congregação [angelical?] me assentarei" (Is 14.13). Os eruditos divergem um pouco no que diz respeito aos dois vocábulos usados aqui: monte e congregação. O doutor L. S. Chafer, acha que, "o monte" é uma frase que evidentemente se refere ao lugar do governo divino na Terra (Is 2.1-4), e a referência à "congregação" é claramente a Israel. Para nós esta maneira de interpretação é bastante lógica, mas não se coaduna com a natureza do pensamento aqui esboçado, visto que, na possível data deste acontecimento, Israel nem sequer existia.
A maneira mais lógica de interpretar o texto deve ser, segundo o significado do pensamento: que o monte refere-se ao alto e sublime lugar da habitação de DEUS no Terceiro Céu (Ap 21.10) e a congregação sem dúvida, à assembleia dos seres angelicais (cf. Ec 3.15; Hb 8.5; 9.23; 12.22,23; Jd v.6).
"...subirei acima das mais altas nuvens" (Is 14.14a). O doutor F. C. Jennings acha que o significado desta arrogante declaração provavelmente se descobrirá no uso da palavra nuvens. Das mais de 150 referências às nuvens na Bíblia, 100 se relacionam com a presença e a glória divina. Portanto, com esta sua arrogância Satanás está procurando assegurar-se de algo que pertence a DEUS somente. A glória de se assentar sobre uma nuvem. O Pai tem reservado exclusivamente para seu Filho e não para ele, o tentador (cf. Dn 7.13;Mt 24.30; At 1.9; 1 Ts 4.17; Ap 1.7; 14.14, etc).
"...serei semelhante ao Altíssimo "(Is 14.14b). Esta, foi a quinta e última declaração arrogante do grande inimigo de DEUS. Ela teria também, como já tivemos ocasião de ver nas outras declarações, a santidade e a posição elevada do Filho de DEUS, que disse "ser igual ao Pai" (Jo 5.18). DEUS agora responde. Vejamos no tópico seguinte deste argumento:
A resposta divina; tudo no passado: "fazia", "punha", "assolava", "deixava", "destruíste", "mataste", "era", "foste", "estavas", "tu eras", etc. (Is 14.16,17; Ez 28.13-15). Esse terrível ser foi criado aparentemente, um dos querubins (Ez 28.14), e ungido para uma posição de grande autoridade, talvez sobre a primitiva criação de DEUS, que incluía o Éden Mineral. (Cf. Gn 2.10-12; Ez 28.11-15), mas tornou-se em um grande dragão vermelho após a queda.
O quadro de Apocalipse 12.3, o descreve como tendo "sete cabeças e dez chifres". Isto pode ser já uma antecipação do que lemos em 13.2 do mesmo livro citado, onde o dragão deu à Besta, e aos dez reis escatológicos, seu poder, e seu trono, e grande poderio; é evidente, portanto, que a Besta e os dez reis, serão agentes do próprio Satanás durante o tempo sombrio da Grande Tribulação.
No capítulo 12 do Apocalipse, João descreve duas revoltas de Satanás: uma passada, outra futura. A primeira, deve estar em consonância com sua queda original, e a segunda, se dará durante o período da Grande Tribulação. Observemos, pois:
a) Em 12.4, João o descreve apresentando seu baixo caráter, isto é, ele o viu usando sua "cauda" para derribar com ela seus sequazes, e os lançou sobre a Terra. Assim, esta seção, apresenta um "segundo quadro" da revolta original de Satanás quando se rebelou contra DEUS, porém, segundo se depreende, com as mesmas características do passado (Is 14.12 e ss; Ez 28.2 e ss). A causa de sua queda (pecado), foi a "violência" ocasionada pelo "orgulho" (Ez 28.15,16), quando ele disse em "seu coração": "Eu Subirei", então o pecado teve início!
Mas como "um abismo chama outro abismo" (Sl 42.7), ele queria se assentar "sobre a cadeira de DEUS" (Ez 28.2), e ser "semelhante ao Altíssimo" (Is 14.14). Chegou até a dizer: "Eu sou DEUS" (Ez 28.2); seu desejo mortífero, era como ele mesmo disse: estabelecer seu trono na região setentrional (região norte) do céu (Is 14.13), mas foi frustrado o seu plano e ele com "grande ira" abriu uma "cisão" no exército celeste e, conquistou a "terça parte" dos anjos. Possivelmente, essa revolta original teve lugar na "região norte do céu" onde existe um "vazio" (cf. Jó 26.7 e Hb 8.5 e 9.23).
b) O outro quadro (escatológico), João o descreve como tendo lugar durante o tempo da angústia. Na primeira revolta, ele conseguiu conquistar os anjos "que não guardaram o seu principado" (Jd 1.6), e os lançou no "espaço" (Ef 6.12). Nesta segunda investida, ele desejava reconquistar "seu lugar nos céus" (Ap 12.8), mas novamente é frustrado em seu plano e ele com "grande ira" usou novamente a sua "cauda". Esta é a parte mais perigosa do dragão, é como um grande cometa neste monstro (cf. Dn 8.10).
Assim Isaías 9.15 assemelha o profeta mentiroso a uma cauda, o poder e influência maligna de Satanás como mentiroso e enganador são semelhantemente descritos. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, isso também aponta seu "baixo caráter" (Dt 28.13; Is 9.15), sua influência daninha - "derribou um terço das estrelas do céu". Multidões que brilhavam no ordenado firmamento de DEUS se tornam meteoritos carbonizados por causa do dragão. Estas forças angelicais da maldade, agem atualmente na Terra e no espaço; porém, segundo se depreende de textos e contextos, durante o tempo sombrio da Grande Tribulação, eles passarão a agir diretamente na Terra e no mar (Ap 12.12 e ss).
O Dragão e seus nomes
O grande inimigo de DEUS é visto por toda a Bíblia, e nos escritos judaicos, só em conexão com o mal. Os 25 (alguns acham que existem 40) nomes que lhe são atribuídos, representam em si mesmos, a personificação da maldade sempre em caráter supremo. Vejamos:
Diabo (Ap 12.9). Satanás (Ap 20.2). Dragão (Ap 12.3). O príncipe deste mundo (Jo 12.31). O príncipe das potestades do ar (Ef 2.2). O príncipe dos demônios (Mt 12.24). O rei dos terrores (Jó 18.14). O deus deste século (2 Co 4.4). De "ave do céu" no sentido enigmático (Mt 13.4,19). O tentador (Mt 4.3). O inimigo (Mt 13.39). O adversário (1Pe 5.8). O anjo do abismo (Ap 9.11). A antiga serpente (Ap12.9). Apoliom (Ap 9.11). Abadom (Ap 9.11). Estrela da manhã (Is 14.12). Esta palavra chegou até nós através da Vulgata Latina que traduziu o hebraico "hêbêl" (LXX -"heõsphoros") em Isaías 14.12 por "Lúcifer", literalmente este vocábulo significa "aquele que brilha" ou o "resplandecente". Então a ARA traduziu por a "estrela da manhã". A referência é aplicada ao rei de Babilônia e da inferência a Satanás (Is 14.12; Ez 28.13). O pai da mentira (Jo 8.44). O homicida (Jo 8.44). A mortalha (Is 14.19). O espanto (Ez 28.19). Belial (2 Co 6.15). Beelzebu (Mt 12.24). Querubim ungido (Ez 28.14). Querubim protetor (Ez 28.16). Estes dois títulos ele perdeu automaticamente após sua queda: observe a sentença: "tu eras" e não "tu és", como se ele ainda fosse (Ez 28.14). Porta-se com leão rugidor (1 Pe 5.8). O anjo de luz (2 Co 11.14). O aferidor (Ez 28.12), etc.
O substantivo "diabollos" (formado de dia, "através de", e ballõs, "jogar") significa "jogar por cima ou através de". Então segue-se o significado de cada pensamento: "dividir", "semear contenda", "acusar", "fazer acusações", "caluniar", "informar", "rejeitar", "descrever".
Em Apocalipse 2.13, fala-se dele como contendo um trono no qual exerce poder, como se fora rei. Em seu centro de atividade nos mundos espirituais, ele é reconhecido como "potestade", "príncipe e hoste", isto é, chefe dos anjos maus.
Alguns comentaristas opinam que o personagem de Ezequiel 28 não é o próprio Satanás, e sim, o rei de Tiro. Literalmente falando: o monarca Itobal II.
Mas as evidências mostram que, não é Itobal II que aqui está em foco, e sim, o próprio Satanás. Vejamos:
Literalmente falando, nunca este monarca (Itobal II), de Tiro esteve no Éden, Jardim de DEUS. Este monarca viveu no VI século a.C, e evidentemente, ele não podia estar no Éden mais de 3400 anos atrás. E além disso, parece que o "Éden, Jardim de DEUS" mencionado em Ezequiel 28.13, era formoso por sua beleza mineral, ao passo que o de Adão, por sua beleza vegetal (cf. Gn 2.8-12; Ez 28.13-16). Na presente era ele é "príncipe das potestades (anjos do ar) (Ef 2.2); Seu trono, pode ser armado tanto na Terra (Ap 2.13), como no espaço (Ef 2.2; 6.12; Ap 12.7); ele exerce suas atividades em três esferas do Universo: na Terra (Ap 12.12), no espaço (Ef 2.2; Ap 12.7); e também no Mar (Ap 12.12 e 13.1). Seus agentes podem ser tanto humanos como anjos, dependendo do contexto!
Em Apocalipse 20.2-7, fala-se dele como sendo aprisionado, durante mil anos. Ele então, conforme descreve ali o texto, será agrilhoado por expressa ordem de DEUS, e lançado no abismo; ali ficará durante todo o governo de CRISTO na Terra, e só depois será solto da sua prisão (Ap 20.7). O texto em foco claramente diz: "E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão". Dois pontos importantes devem ser aqui observados:
Primeiro: Muitos eruditos têm dificuldades em aceitar a prisão de Satanás no sentido literal; mas nós temos na Bíblia outras passagens falando de "...espíritos em prisão" (1 Pe 3.19; 2 Pe 2.4; Jd 1.6; Ap 9.2,3,14). As algemas que o agrilhoarão são de fabricação divina. Não há, pois, razão para recusar o sentido literal da "cadeia" e "prisão" de Satanás, pois a palavra grega usada para cadeia, "hálu-sis", é a mesma usada nas passagens de Atos 12.7; 28.20; 2Timóteo 1.16 (Nestle). Em todas estas passagens a significação é literal.
Segundo: Devemos observar que, além da chave e da corrente, haverá também alguma "espécie de selo" posto sobre ele, impedindo-o de encontrar espaço para qualquer movimento ou ação maléfica de sua pessoa. Este selo posto sobre Satanás o colocará como uma "múmia", o qual como "sombra" apenas em seu sentimento perverso se revolverá ao redor da prisão. Ele não comparecerá diante do Grande Trono Branco; talvez os seus sim (cf. 1 Co 6.3; Jd v.6; Ap20.12). JESUS disse em seu imortal ensino: "Já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.11).Destino final de Satanásapós passar mil anos de prisão, depois "importa que seja solto, por um pouco de tempo", e como tentador, "...sairá" pelo mundo inteiro tentando, os convertidos da Era Milenar, alguns deles se tornarão suas presas. Assim, ele formará um grande exército composto de anjos maus e homens pecadores, e seguirão em direção ao arraial dos santos e da cidade amada (Ap 20.7-9). No sentido profundo, a derrota das forças do mal é um ato divino. Eles terão (o diabo e seus súditos) armas suficientemente poderosas para aquela batalha final. Mas DEUS mandará fogo destruidor dos céus, que os devorará) E a seguir vem a sentença divina sobre o grande inimigo: "E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre..." Este, será portanto, seu destino final!
O Diabo em relação ao mundo
"Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo" (Jo 12.31). Este vocábulo "mundo" ou seu equivalente, tem tanto no Antigo como no Novo Testamento, diversos significados e diferentes aplicações. Por exemplo: Em o Novo Testamento, a palavra ocorre porcerca de 187 vezes; destas, 41 vezes, querem dizer tempo e 14, um distrito habitado. Os lexicógrafos, porém, fazem distinção em cada significado do pensamento, tais como:
Primeiro:(Referindo-se à pessoa humana); "...DEUS amou o mundo" (Jo 3.16); "...quando ele vier, convencerá o mundo" (Jo 16.8a), "...o mundo não te conheceu" (Jo 17.25); "...e todo o mundo seja condenável diante de DEUS" (Rm 3.19b) e outras citações similares.
Segundo:(Referindo-se ao mundo físico): "...pela fé entendemos que os mundos pela palavra de DEUS foram criados" (Hb 11.3a); "...estando eu com eles no mundo" (Jo 17.12); "...Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu CRISTO" (Ap 11.15) e outras citações similares.
Terceiro:(Referindo-se ao mundo espiritual das trevas): "...Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele" (1 Jo 2.15b); "...Sabemos que somos de DEUS,e que todo o mundo está no maligno" (1 Jo 5.19); "...Já não falarei muito convosco; porque se aproxima o príncipe deste mundo" (Jo 14.30 e ss) e outras citações similares. Ora, isso significa que, existem três mundos: o de DEUS (físico); o dos homens (humano) e o do Diabo (das trevas). Das 187 vezes que esta palavra ocorre no Novo Testamento, CRISTO empregou o termo mais do que todos os outros juntos. A palavra aparece 68 vezes no Evangelho de João e 23 vezes na sua primeira Epístola. CRISTO usou a palavra "mundo" 41 vezes em seu Sermão do Cenáculo e 19 vezes em sua Oração sacerdotal.
Ora, em cada passagem do Evangelho de João, das 68 vezes onde a palavra ocorre, cerca de 50 vezes refere-se a um sistema de "ordens" onde, segundo se diz, Satanás exerce autoridade como se fora rei. JESUS por três vezes se refere a ele como "príncipe deste mundo". Também o reconheceu como tal, na tentação do deserto (Lc 4.5-7), onde Satanás lhe ofereceu "...todos os reinos do mundo", com a condição de que JESUS se prostrasse e o adorasse. Porém as Escrituras no que diz respeito a essa autoridade de Satanás, limita-o quanto ao "tempo e ao espaço". Vejamos:
Apenas: "...o príncipe 'deste' mundo" (Jo 14.30); "...o deus 'deste' século" (2 Co 4.4); "...Ai dos que habitam na Terra e no mar; porque o Diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que tem 'pouco' tempo" (Ap 12.12b, etc.) Isto significa que seu governo e autoridade um dia terminarão, e só continuará existindo o governo e autoridade divina. Eis a razão por que João escreve: "O mundo passa..." (1 Jo 2.17). É evidente também que com ele passará aquilo que nele é "aparente".
O Diabo possui um reino organizado
Este vasto reino das trevas centraliza sua estratégia contra a humanidade. Exitem algumas razões teológicas óbvias por que isto acontece assim. Partindo do sutil ataque a Adão e sua mulher onde sua forma sedutora aparece em cada detalhe. Observemos isso:
A tentação ocasionou o pecado. Essa tentação é também vista na face da sedução. A sedução é sempre querida e determinada por um inimigo que deseja o mal. Eva declara ter sido seduzida pela serpente maldita: ela então declara: "...A serpente me enganou" (Gn 3.13; 1 Tm 2.14). Primeiro a serpente fala para despertar o diálogo e depois vai induzindo à tentação por condições preliminares:
O primeiro passo -dado pela serpente. Primeiro ela lembra o fruto dizendo: "É assim que DEUS disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?". A pergunta lançou a mulher no campo da dúvida quanto ao amor de DEUS e sua justiça, ampliando a proibição única e reduzindo as extensas permissões.
O segundo passo dado pela mulher. A mulher replicou e debateu com o caluniador. Ela demonstrou haver compreendido as palavras de seu Criador em Gênesis 2.16,17; mesmo assim, ela foi enganada pela insinuante e sombria serpente (Gn 3.13; 2 Co 11.3; 1 Tm 2.14).
O terceiro passo dado pela mulher. Ela falsificou um pouco a palavra de DEUS, quando deixou de lado ("todas") e ("livremente"), substituindo-as com a frase "nem nele tocareis". Porém quanto a isso, ela não pecou, pois até então, não existia nenhuma lei que proibisse tal expressão, e, se a lei não existe também não existe a transgressão (Rm 4.15). A mulher também abrandou as palavras "certamente morrerás", para "que não morrais".
O quarto passo dado pela serpente. Este consistiu em uma aberta negação do castigo devido ao pecado, e de acusar DEUS de haver proferido mentira (DEUS disse "certamente morrereis" - ela então modificou: "para que não morrais"). Também paralela a esta havia outra acusação. O caluniador acusou DEUS de egoísmo, inveja e a firme resolução de degradar suas criaturas e dominá-las, quando usa as expressões: "Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como DEUS, sabendo o bem e o mal".
O quinto passo dado pela mulher. Ela creu nas palavras do tentador. Ela viu que a árvore era boa, e cedeu à guisa de uma nova conquista (2 Co 11.3; 1 Tm 2.14). Ela bem podia ter resistido à sombria serpente "firme na fé". E, evidentemente ela teria fugido para seu reino de trevas (Tg 4.7).
O sexto passo dado pela mulher. Obedecendo à voz do tentador, ela "tomou do seu fruto, e comeu" (Gn 3.6). A mulher cedeu, sendo enganada, e assim caiu em transgressão.
O sétimo passo dado pela mulher. Ela agora segundo a narrativa, assume a "posição de tentadora". Ela "deu também a seu marido, e ele comeu com ela" (Gn 3.6). Adão porém, desobedeceu de olhos abertos. Ele não foi enganado (1 Tm 2.14); ele bem podia tê-lo recusado e ter procurado ajuda para si e para sua mulher. Isto é, perdão para ela e proteção para si mesmo. Ele, cabeça da raça, evitaria tamanha catástrofe sobre a humanidade (Rm 5.12,16 e ss).
Mas o objetivo de Satanás não terminou aí. A Bíblia diz que ele continua "enganando todo o mundo" (Ap 12.9; 20.3,8,10). E além disso, ele tem um reino organizado, onde seus agentes (os anjos maus) executam suas disposições hostis contra DEUS e os homens. Estes seres espirituais também são muito estruturados, organizados e disciplinados. Ganhamos discernimento do fato pela menção desses inimigos que servem sob o controle de Satanás em vários dos elementos doutrinários das Escrituras.
No primeiro grupo sob suas ordens está o grupo dos comandantes chamados de principados ou príncipes. Eu 'creio como já tivemos ocasião de expor em outras notas que há diferentes níveis de autoridade entre esses príncipes. Somos esclarecidos quanto à sua operação e poder no incidente em Daniel 10.12-21, entre o mensageiro angélico de DEUS enviado a falar a Daniel e o príncipe da Pérsia. Quando o mensageiro angelical finalmente chegou depois de um atraso de três semanas (21 dias), explicou que seu atraso fora devido à oposição do príncipe da Pérsia. Só depois que Miguel, o Arcanjo, veio lutar contra este príncipe opositor, o especial mensageiro da corte divina pôde completar sua viagem em missão até Daniel. Isto nos leva a entender que, a oração de Daniel subiu e DEUS mandou a resposta imediatamente, mas foi interceptada no espaço por agentes de Satanás. Então foi necessário uma intervenção direta de Miguel, pois em qualquer circunstâncias é sempre ele que triunfa! A Queda do Mundo Angelical
"Porque, se DEUS não perdoou aos anjos que pecaram, mas havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pe 2.4). Sumariamente houve duas grandes quedas: a dos anjos e a do homem (Gn 3.1 e ss; 2 Pe 2.4; Jd 1.6). Os anjos foram criados com a responsabilidade da determinação. Este foi o ideal divino representado por eles na criação. A possibilidade do mal não estava neles de maneira nenhuma como necessidade.
Afirmar que DEUS poderia ter evitado a sua queda uma vez que tinha poder para fazê-lo, é dispor a vontade divina no governo contra a vontade divina na criação; contra a vontade divina representada na criação dos anjos. Eles foram feitos como deviam ter sido.
O pecado dos anjos. Para a imaginação humana, o presente assunto é difícil de ser elucidado, a não ser aquilo que se pode depreender dos textos e contextos que focalizam o significado do pensamento.
Billy Graham observa que a questão importante, porém, não é "Quando foram criados os anjos", mas "Quando caíram os anjos?" O Doutor Gerhart, citando SANTO Agostinho, em seu Institutes, I, 670, diz: "Embora os anjos quando criados despertassem para a consciência em estado de santidade e sem tentação alguma por solicitação externa, não obstante, receberam a incumbência de querer e fazer aquilo que faz parte da santidade. Como no caso do homem, Adão, parece que os anjos passaram por um período de prova.
"O amor de DEUS por eles era o do Criador por sua criatura; mas eles tinham aquela liberdade de ação que é natural à responsabilidade angélica. Essa liberdade foi concedida ao primeiro homem mas com esta exceção importante: já havia em existência um reino do mal com suas solicitações externas e forçosas para o mal. Os anjos não foram desafiados por tal influência externa quando começaram a sua existência consciente. A multidão de anjos que pecaram sob a influência do primeiro anjo pecador fica imediatamente eliminada do problema. Eles caíram, cada um individualmente, mas pela força das influências que surgiram depois que experimentaram seu estado de santidade".
Quanto ao primeiro pecado cometido pelo primeiro anjo, seria bom notar que o aspecto metafísico da origem do mal é um problema em que os teólogos encontram certos pontos difíceis de entender e, com referência a ele, apenas certos aspectos dedutivos podem ser captados pela mente finita.
Mas segundo se depreende, há uma imaginação a ser seguida: Sob as condições existentes ali, qualquer caminho pelo qual o pecado avança era inexistente. Agressividade contra DEUS era a única direção na qual tal ser poderia pecar. E, sem dúvida alguma, ela viria por meio do orgulho. Sobre esta verdade óbvia Hooker escreveu o que segue: "Parece, portanto, que não havia outro caminho para os anjos pecarem, a não ser pelo reflexo do seu entendimento de si mesmos; tomados de admiração de sua própria sublimidade e honra, a lembrança de sua subordinação a DEUS e sua dependência dele ficou afogada em sua presunção; consequentemente, a adoração, o amor e a imitação de DEUS, não puderam continuar existindo". Devemos ter em mente três pontos importantes no que diz respeito ao pecado original destes seres espirituais:
A maioria dos eruditos supõem que o pecado original dos anjos foi terem seguido a Satanás, em sua revolta quando tentou derrubar a DEUS no passado (Is 14.12 e ss; Ez 28.2 e ss; Ap 2.4,7-9). Nesta interpretação não existe previsão de tempo e espaço; foi na eternidade.
Os anjos dividem-se em dois grupos
Os anjos decaídos se dividem em dois grupos distintos: O primeiro grupo é composto daqueles que aderiram a Satanás quando se rebelou contra DEUS (Is 14.12 e ss; Ez 28.2 e ss); esses anjos estão sob a esfera de seu domínio e consequentemente, não estão aprisionados (Ef 2.2; 6.12; Ap 12.7). Muitos e importantes textos paulinos falam dessas organizações do mundo angelical, usando as palavras: "autoridade", "potestades", "tronos", "principados" no sentido invisível específico de entes invisíveis. São tão numerosos que tornam o poder de Satanás muito extenso. Paulo diz em Colossenses 2.15, que nosso Senhor triunfou sobre estas hostes por meio de sua morte e ressurreição. Veja: "E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo"; quando se faz necessário para distinção do significado do pensamento, a Bíblia distingue os anjos maus dos anjos bons da seguinte forma: "potestades do ar" (anjos decaídos) e "potestades nos céus" (anjos bons). Isto é muito interessante! (Ef 2.2; 3.10). Os tais anjos maus, são agentes maléficos e anjos guerreiros da ordem dos "principados".
O segundo grupo, prende-se aqueles anjos mais ferozes. Esses seres não pecaram por serem induzidos ou tentados, mas voluntariamente. Vejamos: "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até o juízo daquele dia" (Jd v.6). O autor sagrado e outras fontes paralelas, dizem que algumas ordens angelicais caíram. Eles abandonaram o seu estado original. O lugar de honra, de bem-estar e do domínio que eles possuíam nos lugares celestiais, nas esferas espirituais da existência. Antes, tais anjos contavam com o favor divino, pois eram espiritualmente puros e tinham um poder inconcebível. Mas caíram. Isso sucedeu propositadamente. Fizeram uma louca escolha e má decisão. A sua má escolha pode-se ver em inferência nas palavras de Elifaz, o Tamanita, o amigo de Jó,"...e nos seus anjos encontra loucura" (Jó 4.18b). Esses não estão presentemente a serviço de Satanás, e sim, aprisionados por expressa ordem de DEUS, em cadeias eternas, na escuridão exterior, esperando pelo julgamento do grande dia.
Só unicamente durante a Grande Tribulação, durante o toque da 5ª trombeta, eles ficarão por cinco meses sob o domínio total de Satanás, depois, certamente, voltarão a ser aprisionados e evidentemente comparecerão a Juízo (1 Co 6.3; 2 Pe 2.4; Jd 1.6; Ap 20.12). Em Apocalipse 20.12 na palavra "grandes" e (anjos) e "pequenos" (homens) fica subentendido isso.
Em 1Pedro 3.19, fala-se de "espíritos em prisão", os quais na época do dilúvio ouviram uma espécie de "evangelho da justiça", pregado por Noé, mas que não ouviram o "evangelho da graça de DEUS" (1 Pe 3.20 e 1Pe 4.6). Os poderosos de Assur (Assíria) com todo o seu ajuntamento (sete nações) também deviam estar ali, pois foram colocados "no mais interior da cova" (Ez 32.22 e ss). O lugar habitado por esses espíritos rebeldes, é chamado de "região tenebrosa e melancólica, onde se passa uma experiência consciente, porém triste e inativa" (2 Sm 22.6; Sl 9.17).
Existe uma tradição entre os judeus que diz: "Originalmente, o poço do abismo era reputado como o lugar que abrigava 'os espíritos em prisão'; mas ali viviam apenas como sombras a vaguearem ao redor".
Alguns eruditos pensam que esses "espíritos" das passagens de Pedro (1 Pe 3.19; 4.6) são anjos caídos, que são seres espirituais. O termo grego "pneuma" pode significar qualquer tipo de "espírito", ou a porção não-material do homem. Mas isso se prende, segundo se diz, na literatura judaica-helenista, que até advogavam a restauração de anjos caídos. Mas tanto o texto como o contexto de ambas as passagens, dizem respeito aos "espíritos humanos desencorporados", e, especialmente, àqueles que foram rebeldes nos dias de Noé. Portanto, não devem ser anjos que estão em foco nestas passagens. Os Demônios
Sua existência
Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam na existência dos demônios. São outros seres espirituais do mundo tenebroso. No Antigo Testamento há referência aos demônios sob o nome "sã'ir" (Lv 17.7; 2 Cr 11.15) ou "shêdh" e seu equivalente (Dt 32.17; Sl 106.37). O primeiro termo, "sã'ir" significa cabeludo, e aponta para o demônio como sátiro. O Senhor JESUS em vários de seus elementos doutrinários, falou da existência deles. Os profetas do Antigo Testamento e os escritores do Novo, comprovam a mesma realidade (Lv 17.7; Sl 106.37; Mt 4.22; 8.16,28,33; 12.22; Marc 1.32; 5.15,16,18; Lc 6.18; 9.39; Atos 8.7; 16.16; 1 Co 10.20; Tg 2.19; Ap 16.14).
O significado do termo. Entre os gregos, a partir de Pitágoras (500 a.C.) tinha vários significados a palavra "demônios"; às vezes era considerado um deus, ou uma divindade no sentido geral; o gênio ou a fortuna. A alma de alguém que pertenceu à Idade de Ouro e que se tornara agora em divindade tutelar. Um deus de categoria inferior. A etimologia da Palavra "daimõn" se deriva de "doiomai", que traz a ideia de "dividir", "partilhar". Pode haver alguma conexão com a ideia do deus dos mortos como sendo aquele que dividia os cadáveres, etc.
Sócrates, segundo Platão, tinha um espírito como seu mensageiro, que ele reputava como sendo um demônio. Dissuadia-o, mas nunca o aconselhava. Filo pensava que demônios tinham a mesma natureza que os anjos, só que os anjos se conservavam a certa distância da Terra e eram empregados de DEUS como mensageiros. Evidentemente, Filo conservou isso do pensamento grego. Já F. Josefo empregava demônio, "daimonia", especialmente só para espíritos malignos.
Sua origem. Os demônios têm quádrupla origem nas interpretações bíblicas e judaicas:
Primeiro: espíritos da natureza, remanescentes da chamada concepção animista do mundo. A Bíblia só menciona os espíritos maus que povoam de preferência as regiões e lugares mal afamados, como os desertos, ruínas, e cemitérios (comparáveis a certos "djinns" árabes); isso faz que sua natureza não se coadune com nenhuma outra natureza do mundo angelical: santo ou decaído.
Segundo: divindades pagãs rebaixadas ao nível de demônios, como Beelzebu ou como deuses do helenismo, que Paulo e os pais da Igreja comparam aos demônios.
Terceiro: espíritos maus de Satanás que, segundo esta interpretação, teriam sidos rebaixados de anjos para demônios.
Quarto: anjos caídos num grande cataclismo, em Gênesis 1.2. Na passagem de Isaías 34.11-15, menciona-se uma espécie de sátiros peludos: ("bodes"), em companhia de "lillit": (demônios femininos da noite) mochos, dragões, ou ouriços e corvos (Is 13.20 e ss) para pintar a desolação na qual DEUS mergulhou a Babilônia. Mas isso, pelo menos não indica claramente a origem primeira dos demônios. Positivamente falando, só se conhece dos demônios, aquilo que é depreendido dos textos sagrados. Alguns comentadores os identificam com os anjos caídos, e por cuja razão fica esclarecido sua origem. Porém, outros defendem que apesar deles serem "espíritos", contudo, passagens como Atos 23.8,9, nos levam a entender que não são anjos. Para aqueles que defendem sua origem em Gênesis 1.1,2, deve-se ter em mente que, lendo Gn 1.8 e Gn 2.1-3, cai por terra ahipótese da queda dos anjos em Gênesis 1.1,2; e também dos anjos terem sido os primitivos habitantes da Terra (2 Pe 2.4; Jd 1.6). A palavra "habitação" ou "domicílio" (Edicão Revista e Atualizada), não se refere à Terra quando se prende ao campo metafísico, e, sim, aos céus (Dt 26.15; 1 Rs 8.39,43,49; 2 Cr 5.2; Ap 14.4,8). Portanto, a origem dos demônios, fica quase que envolvida no mistério do mal (Dt 29.29). Porém isto não afasta a possibilidade de sua existência e realidade.
Sua natureza. Do princípio ao fim, as Escrituras comprovam a realidade do mundo dos espíritos, que tanto podem ser maus como bons. Os espíritos malignos têm influência sobre os homens, e procuram ocupar os seus corpos (cf. Mt 12.43,44; Mc 5.8). No que diz respeito à sua natureza são imundos (o que significa que tornam o indivíduo incapaz de entrar em contato com DEUS, com o culto ao Senhor e com a adoração). Algumas vezes obstinados; com frequência são maldosos e violentos, e também perniciosos. O vocábulo grego que traduz seu nome, "daimõn", sempre se refere a seres espirituais hostis a DEUS e aos homens. Sua inspiração sempre se limita a atos vis.
As passagens de Mateus 8.28,34; Marcos 5.2-13; Lucas 8.26-33 ilustram o significado do pensamento. Ali, os demônios usaram a voz do homem e o homem, tão identificado com a poderosa presença interior que lhe enchia o ser, falou por si mesmo diante da autoridade suprema do Filho de DEUS e pelos demônios que o dominavam, incapaz de distinguir entre a sua própria personalidade e a personalidade e influência dos demônios.
Seu caráter. São seres imundos por natureza, violentos: nenhuma força humana os pode amansar (Mc 5.4). Seus lugares prediletos são os despenhadeiros, cemitérios, desertos, barrancos, etc. Infestam também os lugares sombrios da Terra ( Sl 68.6; Mc 5.5,13; Lc 11.4). Segundo a crença antiga, os sepulcros eram esconderijos de espíritos maus e os endemoninhados tinham uma tendência natural de ocupar esses lugares, uma vez que fossem expelidos da sociedade. Existem várias categorias entre eles; há uma casta semelhante a serpentes que se rastejam pelo chão (Marc 9.20), há uma outra casta que são "mudos e surdos" (Marc 9.25). Certamente eram tão maus e obstinados, que DEUS lhes tirou o direito de ouvirem e falarem.
Há uma espécie "semelhante a rãs" (Ap. 16.13). Os de tal aparência, infestam os lugares "úmidos e enlameados" como poços, lagos e rios (Mt 8.32; Ap 9.2,3; 16.13). Essa espécie procura destruir suas vítimas pelo processo de afogamento (Marc 9.25). Mas também são seres rebeldes e revoltados, capazes de incitar à guerra. Em Apocalipse 16.13,14, encontramos o caráter destas hordas do mal! Veja o que descreve João:
"E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios,que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do DEUS Todo-poderoso". Três pontos importantes devem ser anotados aqui e cada um com significação especial.
Definição escatológica:"...três espíritos imundos, semelhantes a rãs" (Ap 16.13). Esse elemento, envolve uma certa aparência daquilo que foi visto no Egito, em sua segunda praga: a das rãs (Ex 8.1 e ss). Vemos apenas três espíritos, mas demoníacos; eles explicam as grandes hordas de "rãs naturais", como equivalentes. A rã é um animal imundo conforme a lei cerimonial; é sinal de maldade!
A rã era um animal imundo. Portanto, estes três espíritos imundos que, são retratados aqui como sendo "espíritos de demônios", tal como suas fontes originais: o dragão e as suas duas Bestas, exemplificam sumariamente, o caráter dos espíritos imundos denominados demônios.
Os demônios são seres reais. Nisso se dá o fato de poderem ser contados (Lc 8.3); não gostam de andar só, mas em bandos e, às vezes, muitas companhias (Marc 16.9; Lc 11.26). Eles mesmos disseram: "Legião é o meu nome, porque somos muitos" (Marc 5.9b). Eles têm personalidade: falam, gritam, etc (Mt 8.31; Lc 8.28). Eles conhecem o Senhor JESUS e reconhecem a sua autoridade suprema (Mt 8.31,32), este fato nos faz lembrar a interessante passagem de Tiago 2.19: "...também os demônios creem, e estremecem". Eles reconheceram que JESUS era realmente aquilo que dizia ser (Marc 1.24; 3.11); mas isso quando aplicado na crença demoníaca não se define como reverenciando o caráter da santidade divina, mas, sim, eles reconheceram seu supremo poder pessoal. Por isso estremecem ! Rogaram a JESUS que os não enviassem para fora daquela província (Mc 5.10) que segundo o contexto de Lucas 8.31, isso queria dizer: não irem para o abismo. Têm pavor espantoso ao nome JESUS, pois para eles, quer dizer autoridade em grau supremo (Marc 16.17); são seres corrompedores da sã doutrina (1 Tm 4.1); seu líder espiritual é "um príncipe chamado Belzebu" (Lc 11.15).
Tornam as pessoas possessas. Mas isso não quer dizer que todas as perturbações psicossomáticas ou mentais sejam perturbações demoníacas. Há doenças que são meramente patológicas e psicossomáticas e, em algumas das vezes, por falta de discernimento e maturidade divina, se atribui a um demônio como seu equivalente. JESUS curou uma "...mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos" (Lc 13.11) que não era endemoninhada por três razões:
a) JESUS se dirigiu à mulher e não ao demônio como sempre fez em outras oportunidades (Mt 17.18; Mc 5.8, etc).
b) JESUS "...pôs as mãos sobre ela..." (v 13). O que nunca fez durante seu ministério terreno com endemoninhado algum. Uma única vez após curar um jovem endemoninhado, JESUS "...tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou" (Marc 9.27b). Mas no versículo 26 da mesma seção diz: "E ele (o demônio), clamando, e agitando-o com violência, saiu..." Isto, portanto, mostra que o moço já tinha sido liberto.
c) JESUS disse: "...esta filha de Abraão..." (Lc 13.16). Isto é, ela não era uma pecadora, e sim, uma crente conforme o padrão divino (Gl 3.7,9,29). Ora, segundo nos é dito e tem sido presenciado por nós na prática, quando o indivíduo se torna escravo do demônio, isso atinge sua vida e seus atos e mente.O doutor Nevius diz que existem cinco aspectos ou fases nas relações dos demônios com os homens. Mais na frente num trecho de seu livro: "Possessão Demoníaca e Temas Conexos" ele descreve estes aspectos. Vejamos:
Primeiro: Tentação, na forma de sugestão espiritual. Essa misteriosa influência, vinda de um mundo invisível, à qual tanto incrédulos como crentes estão continuamente expostos, é referida muitas vezes na Bíblia, especialmente no Novo Testamento (Ef 6.11,12; 1 Jo 4.1).
Segundo: Obsessão, que alguns consideram como a primeira fase da possessão demoníaca. Trata-se de domínio demoníaco que é resultado da entrega voluntária e habitual à tentação ou às tendências pecaminosas (Ef 4.17-19). Nesse caso, embora os indivíduos já estejam sob um horrendo domínio demoníaco, contudo são perfeitamente livres, seguem os ditames de suas próprias vontades, e retêm suas próprias personalidades.
Terceiro: Crise ou transição, a fase caracterizada por uma luta em torno da posse, quando o indivíduo resiste, algumas vezes é bem sucedido (Mt 15.22-28; Tg 4.7).
Quarto: Possessão, que com referência à pessoa, pode ser designada como sujeição e subserviência, e, com referência ao demônio, treinamento e desenvolvimento. Uma das principais características dessas fases é a adição de uma nova personalidade. Somente às pessoas que chegaram a essa fase é que se aplica, apropriadamente, o termo "possessão" (Marc 9.17-27).
Quinto: Capacidade demoníaca, quando a pessoa já desenvolveu capacidades para ser usada, e se dispõe para isso. Já é escravo do demônio, treinado, acostumado, voluntário - na linguagem moderna, um "médium desenvolvido". Os demônios, em harmonia com sua natureza e seu caráter, estão continuamente ocupados em sua obra de subjugar homens para o serviço de Satanás, e de propagar tanto as enfermidades como a contaminação espiritual (1Tm 4.1). Seu destino final: O Lago de Fogo.
Belzebu
"Mas alguns deles diziam: ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos demônios" (Lc 11.15). Belzebu, príncipe dos demônios, é também um dos nomes de Satanás, mas, restritamente falando, o vocábulo significa "senhor das moscas" (2 Rs 1.2,3 e 6.16); mas aí aparece sob a forma substantiva indeclinável "ba'al zebüb": senhor deus de Ecrom. No sentido profundo, Bee zeboul deriva-se de ba'al zibbül, do Hebraico pós AT"zebel",'esterco', 'estrumes.' Portanto, um nome, completamente desprezível. Os arameus, porém, o concebiam como sendo "o senhor da inimizade". No Novo Testamento, esta palavra ocorre 7 vezes com o sentido de um demônio principal. No Antigo Testamento, Belzebu é apresentado como sendo um deus filisteu que, segundo se diz, trouxe também influência no reino de Israel (cf. 2 Rs 1.2 e ss).
No Novo Testamento ele aparece como sendo "o príncipe dos demônios", cuja realidade os judeus conheciam. A sede do seu governo, centraliza-se na esfera onde habitam os demônios. Paulo fala em Efésios 6.12, em "príncipes" (plural); talvez ele seja um dos tais: sendo um elevado poder espiritual, é denominado chefe destas hostes demoníacas "semelhantes a rãs", que são espíritos raquíticos que se vão "secando" e pousando nos lugares imundos da Terra como fazem as moscas (Marc 9.18; Ap 16.13,14).
No Antigo Testamento, são chamados de demônios todos os deuses de Canaã. De igual modo são chamados ídolos no Novo Testamento (1 Co 10.14-21), por cuja razão Baal, sendo um ídolo principal, foi incorporado no Novo Testamento como nome profético de Belzebu. Na concepção dos judeus desviados, o poder desse personagem podia ser invocado na cura da pessoa humana (2 Rs 1.3; Marc 3.22; Lc 11.15).
Belial
"E que concórdia há entre CRISTO e Belial?..." (2 Co 6.15a). Esse vocábulo "Belial", é também um dos nomes de Satanás, mas em sua aplicação profética; o nome em hebraico é "beli ya'al", que significa "senhor da noite", enquanto que no campo moral, traz a idéia de "sem valor". Assim filhos de Belial seriam, pois, "homens levianos, de baixo caráter".
Nos escritos de Qunrã, Belial aparece com o nome do espírito maligno. DEUS criou dois espíritos, segundo este conceito, o espírito da luz e o espírito ou anjo (o mensageiro) das trevas (Belial), sendo que os dois exercem seu poderno presente. Belial é o anjo da malevolência, que vive no coração dos seus seguidores, os "filhos das trevas". A Septuaginta (LXX) traduz a palavra "belial" como "inutilidade", "ímpio", "transgressor", "peste", etc. "Mas na literatura judaica pós-bíblica belial (em grego, "beliar") é o nome de um personagem, precisamente o Anticristo ou a encarnação do mal." Outros rabinos atribuem-lhe o significado: "mundo dos mortos" (1 Sm 22.5; Sl 18.4), ou seja, local donde não se pode voltar, ou ainda como no contexto do argumento: "senhor da noite".
No Novo Testamento, este personagem era conhecido. Paulo, diz ser ele um "antagonista" de CRISTO que, queria arrogar para si uma "comunhão paralela" com seus santos (2 Co 6.15); precisamente, ele ali é retratado como "um espírito de baixo caráter, infiltrador de vilania" (Jz 19.22-26). Os dois homens que acusaram Nabote, eram filhos de Belial (1 Rs 21.10,13). Aplica-se também este capítulo aos duzentos guerreiros de Davi (1 Sm 30.22); mas anteriormente, eles já tinham zombado de Saul (1 Sm 10.27). A arma mortal usada por Belial, parece ser o "desprezo".
A forma Belial aparece somente em alguns poucos manuscritos posteriores e nos manuscritos gregos. Não obstante, "Belial" é o texto grego original neste ponto, conforme lemos em P. 46, BCPL. Nos MSS latinos, da Vulgata, etc, Belial é a forma hebraica, ao passo que Beliar é a forma grega. O intercâmbio entre o ("L") e o ("R") é bastante comum em qualquer idioma, podendo ser ilustrado na língua portuguesa, em vários países, onde o mesmo intercâmbio tem lugar. Talvez fosse mais fácil para os gregos pronunciarem a palavra com o "R" final do que o "L" final ou talvez tudo, pensam alguns, não tivesse passado de um desenvolvimento ao acaso no emprego dessa palavra.
"...que concórdia há entre CRISTO e Belial?" Nenhuma!
Os Terafíns
"Porque os terafíns têm falado vaidade..." (Zc 10.2a). Além da presente citação, o vocábulo "terafim" ocorre nas seguintes passagens: Gênesis 31.19,30,32,34; 35.4, período patriarcal; Juízes 17.3,4,5; 18.14,17,18,20, período dos juízes; 1 Samuel 19.13,16; 2 Reis 23.24, período da monarquia e Oséias 3.4; Zacarias 10.2, período pós-exílio. A palavra tem sua origem na palavra hebraica "rãphã" que significa curar e seu cognato "tãrãph" que quer dizer descompor, trazendo o nosso sentido de "descompostos".
Quando estes seres são mencionados em contextos israelitas são quase sempre condenados (1 Sm 15.23; 2 Rs 23.24) ou indiretamente (Jz 17.6; Zc 10.2). Seu emprego, segundo se depreende, é mais comumente associado com a adivinhação: note-se o uso na estola sacerdotal e terafins na religião idólatra de Mica (Jz 17.5 e ss).
Os terafins, apesar de alguns comentaristas os terem identificado como sendo seres espirituais, as Escrituras, pelo menos não ensinam assim. Eles são portanto, seres inanimados. Houve, contudo, outros ídolos, que poderiam chamar-se de "deusinhos domésticos" e eles devem, portanto, ser identificados como sendo os tais terafins. A Arqueologia tem trazido duas importantes revelações sobre tais seres:
Primeiro: Por que Labão, o arameu (Gn 31.19 e ss) teria ficado tão ansioso acerca de seus deuses? "Na Lei (de Nuzu) a possessão de tais ídolos, pelo marido da mulher, assegurava-lhe a sucessão da propriedade de seu sogro".Evidentemente foi esta a causa da pressa de Labão quando não pôde recuperar os terafins assegurar os direitos de seus filhos mediante um novo acordo com Jacó (Gn 31.48-55).
Segundo: As escavações na Palestina nos revelam grande número de estatuetas de mulheres nuas e outras, o que nos faz crer terem sido esses "deuses domésticos" adorados por muito tempo pelos israelitas. Fica, portanto, esclarecido que os terafins não são seres vivos, mas uma espécie de imagem, que ora são chamados: "...de imagens" (Jz 17.5; 18.14); "...de fantasmas" (Ez 21.21 e ss) invocando o verbo "rephã" como o sufixo "im". No que diz respeito à sua forma exata, há no Antigo Testamento indicações sobre seu tamanho. Os ídolos (heb. terafins), que Raquel furtara de seu pai Labão, devem ter tido pequenas dimensões, pois ela os pôde esconder sob a sela de um camelo (Gn 31.19,34).
Já os terafins que Mical, filha de Saul, colocou na cama para fazer crer que era Davi seu marido (1 Sm 19.11-14), devem ter tido dimensões maiores. Portanto, seja como for, os terafins não são seres animados, vivos de uma ordem criada e, sim, fabricados. Os comentadores apenas acham dificuldades em conciliarem a passagem de Ezequiel 21.21, que diz: "...aguçará as suas frechas, consultará os terafins, atentando nas entranhas" e Zacarias 10.2, que diz: "Porque os terafins têm falado vaidade... etc". Ora. estes dois textos nos levam a entender que se trata de seres vivos e não mortos, mas isso não anula as outras passagens mais abundantes, tais como: Gênesis 31.19,30,32,34,35; 35.4; Juízes 17.3,4,5; 18.14,17,20; 1 Samuel 19.13,16: 2 Reis 23.24; Oséias 3.4 e outros contextos similares.
Àluz da Bíblia quem são eles?
Com efeito, os anjos e os demônios maus sempre estiveram ativos no mundo desde o raiar da História da Humanidade; mas, quando tiveram oportunidade, tornaram-se mais ativos de vez em quando.
A presença do Senhor da glória no mundo, o seu Criador e Aquele contra o qual eles se rebelaram no passado, como já tivemos ocasião de ver em uma outra secção deste livro, parece que despertou uma manifestação de oposição até então desconhecida. Até o próprio Satanás, depois de tentar por três vezes o Filho de DEUS para que se tornasse independente do Pai, cuja vontade Ele veio realizar, esperando assim levá-lo a participar da mentira, abandonou o Salvador apenas nestas condições: "E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo" (Lc 4.13).
O combate final aconteceu na Cruz onde foi esmagada a cabeça daquele que, segundo a predição, teve permissão de ferir "o calcanhar" do Salvador prometido (Gn 3.15). Devemos, portanto, ter em mente que o mundo espiritual, especialmente o mundo das trevas, aumentará seu potencial assustadoramente.
Um aumento semelhante de atividade dos demônios foi predito para o final desta dispensação e na Grande Tribulação; isso se dará em grau supremo (2 Ts 2.2; Ap 9.1 e ss). Tudo isso alcançará a sua consumação suprema quando Satanás e seus sequazes forem expulsos dos lugares siderais que agora ocupam e ficarem confinados à Terra. Então será pronunciado o destino da terra e do mar e uma alegria será ouvida no Céu (Ap 12.12).
Em nossos dias todos sabem que uma onda negra de encantamentos, magias e espiritismo em todas formas tem invadido o mundo. Nos dias do poderoso caçador, em oposição à face do Senhor, Ninrode, já se começou a sentir-se esta influência daninha entre a humanidade. Babilônia nasceu quando Ninrode (cujo nome significa "nós nos revoltaremos"), que foi o primeiro "poder mundial", edificou a cidade na Planície de Sinear, com o objetivo de construir seu império (Gn 10.8-10).
A expressão referente a Ninrode "este começou a ser poderoso na terra" define, provavelmente, o estabelecimento de um primeiro Estado organizado autocraticamente. Babel, conhecida popularmente como Babilônia, e cuja existência histórica é indubitavelmente comprovada, foi o centro do poder autocrático de Ninrode. A imposição do seu poder sobre outros povos cujos membros devem ter afluído à Babilônia, quer livremente, quer como escravos, 139 originou o episódio referente à torre de Babel, símbolo do primeiro centro de ocultismo mundial. O autor sagrado (Moisés) dá uma explicação popular do nome Babel, que é a capital das cidades com torres: o nome Babel com sentido de confusão está aproximado, em razão da raiz "balai", que significa "confundir". Na realidade Babel, etimologicamente vindo do acádico, significa "porta de DEUS" "Bâb-ili" (Babilônia provém do plural "bâb-ilâni", porta dos deuses).
A esposa deste monarca rebelde chamava-se Semíra-mis, figura bastante conhecida na história secular, uma prostituta. "Quando seu marido foi assassinado, ela assumiu a posição de imperatriz do governo. Para manter-se no poder... ela criou um mito ao redor da figura do seu marido, Ninrode, atribuindo-lhe o nome de Zoroastrita, que quer dizer "A semente da mulher". A partir daí, tudo quanto está ligado direta ou indiretamente a Babilônia e seus derivados, é sempre ligado ao ocultismo, magia, espiritismo, etc.
Lendo o livro do profeta Daniel, já percebemos como estes poderes do mundo invisível predominavam. As palavras "...magos, astrólogos, encantadores e caldeus" já eram proeminentes (cf. Dn 2.2 e ss). De acordo com o professor de línguas semíticas, estas palavras traziam em si os seguintes resultados:
Os magos. Esta primeira classe, traduzida por "magos", significa os escribas sagrados - uma ordem de sábios que tinham a seu cargo os escritos sacros, que vieram passando de mão em mão desde o tempo da Torre de Babel.
Algumas literaturas, das mais primitivas que se conhecem na terra, eram constituídas desses livros de magia, astrologia, feitiçaria, etc (Cf. At 19.19).
Os encantadores. A outra palavra é "encantador", e significa murmurador de palavras - de onde vem "esconjurar", "exorcismar". Eram encantadores que usavam fórmulas mágicas, atuadas por espíritos médiuns. Simão, o mágico, de Samaria, e Elimas, o "encantador", da Ilha de Pafos, pertenciam a essa classe (cf. At 8.9; 13.8). Esses "escravos da iniquidade" usavam até cantarolas, em som baixo, e o profeta Isaías informa que neste momento os espíritos se apresentavam falando fraco de "debaixo da terra" (Is 29.4).
Os feiticeiros. Este terceiro grupo é dos denominados "feiticeiros"; eram dados à magia negra. A mesma palavra emprega-se a respeito dos encantadores egípcios Janes e Jambres que resistiram a Moisés na corte de Faraó (Êx 7.11; 2 Tm 3.8). Por magia negra, reproduziram vários milagres operados por Moisés naquele país. Só depois é que DEUS capacitou Moisés para realizar milagres que eles não puderam reproduzir e assim fracassaram diante do supremo poder pessoal de DEUS (Êx 8.28,29).
Os caldeus. A última palavra, "caldeus", denominava a casta sacerdotal deles todos; onde se vê a palavra "caldeu" (menos a exceção dos nascidos na Caldeia) pode-se traduzir igualmente por "astrólogo". Vários lingüistas de renome concordam unanimemente neste ponto, a saber, que os caldeus estudavam o dia do nascimento de uma pessoa, indagando até a hora, então lançavam o horóscopo do seu destino. A prática foi levada para Roma, onde os Césares consultavam os águres (peritos em magia negra, espiritismo e astrologia).
Nos dias de JESUS na terra, a prática tinha se desenvolvido em toda a Ásia Menor (hoje, atual porção da Turquia Asiática) e, atualmente, tem-se proliferado no mundo inteiro. Com efeito, esta linha da atividade demoníaca se vê no mais Ismo da raça humana, que a Bíblia chama de posse de "espíritos familiares". Atualmente, tem sido apropriadamente chamado de espiritismo. É demonismo na Bíblia que os condena (cf. Lv 20.6-27; Dt 18.11-14; Is 8.19, etc).
A apostasia nos últimos tempos
"Mas o ESPÍRITO expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios" (2 Tm 4.1).
Na passagem em foco, Paulo diz que "nos últimos tempos apostatarão alguns da fé..." Esta expressão no grego do Novo Testamento significa "levar à revolta", "desviar"; quando usado o verbo "aphistemi", na voz transitiva, significa "afastar-se", "retirar-se", "apostatar", etc. Este verbo significa rejeitar uma posição anterior, aderindo a posição diferente e contraditória à primeira; perder a primeira fé, repelindo-a em favor de outra crença; Paulo afirma que isso pode se dar, motivado por espíritos malignos cuja atividade consiste em enganar aos homens, desviando-lhes a atenção para longe de CRISTO.
Era uma ideia muito comum, no judaísmo, que por detrás das práticas idólatras havia espíritos enganadores, que prejudicavam os homens, no relacionamento com o verdadeiro DEUS e a verdadeira adoração.
Esta deve ser uma das razões por que, na atualidade, já existe, tantas fórmulas de engano. De acordo com o dr. C. Larkin (em O Mundo Espiritual), uma condenação incondicional de DEUS repousa sobre o espiritismo. Sua isca, através da qual ele atrai os que estão à sua disposição, é o interesse natural que a mente humana tem naquilo que está além da presente esfera da vida; especialmente este interesse se reanima quando alguém da família morre.
Um sinal dos tempos. Nos últimos dias este sistema antigo tem-se reanimado sob o disfarce de investigação e sob o patrocínio dos homens da ciência falsa (cf. 1 Tm 6.20). Um afastamento especial da fé foi predito para os últimos dias da Igreja na terra, como bem podemos detectar nas palavras do ESPÍRITO SANTO que foram escritas por Paulo: "O ESPÍRITO expressamente diz...". O grego nesta passagem diz "lego", que significa "falar", "dizer", "afirmar", etc. Este verbo é a palavra cognata de "retor", que significa "orador", aquele que discursa em público. O ESPÍRITO falava claramente, com autoridade, à maneira de um orador. Não podia haver dúvidas quanto ao que Ele queria dizer. O afastamento da verdade revelada sem dúvida se apresentará de múltiplas maneiras. As doutrinas dos demônios com suas seduções, também foram determinadas para o mesmo período. A abolição do casamento que foi mencionada nada é que a destruição daquilo que DEUS ordenou solenemente. Além de tudo isto, a verdade que existe por trás da adoração aos ídolos encontra-se declarada em 1 Coríntios 10.19-20: "Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa?
Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a DEUS. E não quero que sejais participantes com os demônios".
A questão. A questão ainda levantada, direcionada a possessão demoníaca, ainda hoje prevalece. Evidentemente, respondemos que sim! Mas isso se prende a uma manifestação demoníaca dentro (ou processada) na esfera humana aqui na terra.
Seres rebaixados
As Escrituras nos levam a entender que os demônios já pertenceram a classe angelical no passado. Porém, tudo indica que, na punição imposta pelo Criador, tiveram sua posição rebaixada para uma segunda categoria. Eles são "espíritos", mas não são "anjos" (At 23.9). Por esta razão, eles não são portadores de corpos na ordem espiritual, e seu maior anseio (desejo ardente) é a possessão de um corpo. Eles sempre têm em si tal tendência. Eles são constantemente encontrados assim. Especialmente no Novo Testamento. "E os demônios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permite-nos que entremos naquela manada de porcos. E ele lhes disse: Ide. E, saindo eles, se introduziram na manada dos porcos..." (Mt 8.31-32a). Está evidente que eles não estão agora menos inclinados do que antes a entrar em um corpo e dominá-lo. A influência demoníaca, tal como a atividade de Satanás no presente século, tem duas motivações:
a) Atrapalhar o propósito de DEUS para com a humanidade;
b) Estender a autoridade de Satanás onde for possível.
Sua motivação foi sugerida no que ficou demonstrado no seu conhecimento da autoridade e divindade de CRISTO, como pelo que sabem sobre o seu destino eterno. As passagens abaixo são importantes em relação a isso, para que o leitor tenha maior compreensão do significado do pensamento: "E, tendo chegado à outra banda, à província dos gergesenos (gadarenos), saíram-lhe ao encontro (de JESUS) dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho. E eis que clamaram, dizendo: que temos nós contigo, JESUS Filho de DEUS? Vieste aqui (do céu?) atormentar-nos antes de tempo?" (Mt 8.28,29). "E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo: Ah! que temos contigo, JESUS nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o SANTO de DEUS" (Marc 1.23-24).
"Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: conheço a JESUS, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois?" (Atos 19.15). Nossa opinião de que os Discos Voadores não sejam armas de DEUS, prende-se ao fato de que jamais suas aparições ou visitações trouxeram benefícios ou ajuda a qualquer pessoa ou até mesmo a objetos por eles visitados. Seus resultados visíveis em pessoas, objetos, animais, água, floresta, solo, ar, etc, sempre têm produzido efeitos nocivos; daí vem a dedução de que não sejam agentes de DEUS como são os anjos bons, cuja missão e natureza é: "...espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação" (Hb 1.14b), e, sim, agentes do Dragão Vermelho que, durante o reinado sombrio do Anticristo, serão utilizados em suas conquistas. Das mais de 140 formas que já foram presenciadas por testemunhas em todo o mundo, todas elas, sem exceção, inspiram "cisma" e "extremo terror".
O Anticristo, o homem do pecado, sabe que DEUS dispõe de uma força angelical de combate (Sl 68.17; Ap 12.7), a qual será colocada à disposição de seu Ungido, e até nisso ele procurará a imitar CRISTO, o Ungido do Senhor, e, segundo vaticínio de passagens escatológicas, o que ele fará ali já existem prenúncios na atualidade. Portanto, não é em vão que a Bíblia nos adverte, quando diz: "...já o mistério da injustiça opera" (2 Ts 2.7). Com efeito, esta figura sombria (o Anticristo) contará com o apoio de forças sobrenaturais do mundo exterior. Dele está escrito: "...até fogo faz descer do céu à terra" (Ap 13.13).
Necessariamente, portanto, seus agentes são "...as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais". Prova disto é que o maior e mais frequente campo de aterragem destes Objetos Voadores não Identificados tem sido na Europa Ocidental; especialmente, dentro dos limites do Antigo Império Romano.
De acordo com testemunhos verídicos, alguns seres vivos (homens, animais, etc), que foram visitados pelos tais Discos Voadores, sofreram os seguintes efeitos negativos: cegueira, mudez, insanidade mental, ferimentos, deformidades, etc. Exatamente os mesmos que são causados pelos demônios, quando escravizam as pessoas: cegueira (Mt 12.22), mudez (Mt 9.32-33), insanidade mental (Lc 8.26-35), ferimento (Marc 9.18), deformidade (Lc 13.11-17), etc. Há, portanto, uma solene realidade neste campo conjuntivo de passagens bíblicas. Especialmente, aquelas que dizem respeito ao fim desta presente Era e a introdução do mundo vindouro. Representa a intrusão de espíritos decaídos no mundo sensível. Tal intrusão é natural uma vez que Satanás é aquele que colocou o mundo no atual estado.
O juízo destes seres
"Porque, se DEUS não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pd 2.4). E, no contexto de Judas, versículo 6, lemos: "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia". As expressões de Pedro e Judas: "...até ao juízo daquele grande dia", ou seu equivalente, determinam o grande dia em que DEUS há de julgar as suas criaturas. Aquele dia é o dia mais importante de todos. É o dia decisivo da sorte eterna! Temos aqui uma expressão rabínica que indica o julgamento final.
Alguns estudiosos da Bíblia têm afirmado que as passagens de 1 Pedro 3.18,19 e 4.6, respectivamente, referem-se, de relance, a estes seres espirituais do mundo tenebroso: os anjos e os demônios. "São 'espíritos' que formam o contingente do exército oposto - que são seres espirituais'. O termo grego "pneuma" é, então, usado por eles aqui livremente para indicar qualquer tipo de "espírito", como a "alma humana", a porção imaterial do homem, os "espíritos angelicais", "os espíritos demoníacos", ou mesmo o "ESPÍRITO SANTO". No texto em foco, sendo generalizado por eles, não há, então, distinção mediante uma consideração do vocábulo, à parte do contexto.
Aqueles que aqui identificam os "espíritos em prisão" como anjos caídos esperando pelo "juízo daquele grande dia", provavelmente fazem-no por causa da observação que, em algumas histórias da descida de nosso Senhor, na literatura judaica-helenista, está em foco a restauração de anjos caídos, e, presumivelmente, pois a história de Pedro poderia estar descrevendo tal coisa. Mas estes textos em parte alguma indicam redenção de anjos, ou de demônios, e introduzir tal pensamento aqui é algo fora de lugar, mesmo que pudesse demonstrar que esse é um dos resultados positivos dos sofrimentos de CRISTO. Já tivemos ocasião de afirmar, em outras notas expositivas deste livro, que, invocando 2 Pedro 2.4, jamais haverá redenção da parte de DEUS e nem da parte de ninguém para os anjos decaídos. O texto procura provar que os sofrimentos de CRISTO tiveram tais resultados positivos, a fim de convencer aos crentes que o bem pode advir do sofrimento de CRISTO e se o nosso é baseado nEle, podemos então ter confiança.
O pensamento que a descida de CRISTO ao Hades foi boa, de algum modo, não deve ter sido ruim, para aliviar o sofrimento humano, seria um argumento mais lógico do que dizer que isso teria sido destinado aos anjos caídos. As passagens, portanto, de 1Pedro 3.18 e ss; 1Pe 4.6 afastam totalmente a possibilidade de que tais seres sejam "os anjos caídos".
CRISTO pregou aos "mortos" (4.6), isto é, aos "espíritos humanos desencorporados", chamados "mortos" por terem deixado seus corpos mortais. O termo "mortos" na presente secção, jamais poderia ser aplicado a anjos caídos. Portanto, sem sombra de dúvida, estes seres estão, de fato, "reservados para o juízo".
Nas passagens de1 Coríntios 6.3, 2 Pedro 2.4, Judas, versículo 6, e Apocalipse 20.12, deixam-nos transparecer que haverá "um julgamento final" para os seres espirituais do mundo tenebroso. Paulo afirma isso por amor de seu argumento: "Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?" (1 Co 6.3). Enquanto que Pedro e Judas, respectivamente, afirmam que uma parte aguarda este julgamento "...em prisões eternas até o juízo daquele grande dia" (2 Pe 2.4; Jd v.6). Com efeito, os anjos que aqui estão em foco para julgamento, não devem ser entendidos como sendo os anjos bons, e sim, os anjos maus que, num passado distante, aderiram à revolta de Satanás.
No que diz respeito ao julgamento dos demônios, algumas passagens bíblicas nos traduzem tal pensamento. Em Mateus (Mt 8.29; 2 Tm 4.1, etc.) e em outras passagens similares, inferem talvez essa possibilidade. Os tais, quando se defrontaram com JESUS, perceberam ser Ele aquele que um dia havia de prendê-los: "...JESUS Filho de DEUS? Vieste aqui (na terra) atormentar-nos antes (do juízo?) de tempo?" (Mt 8.29b). Acreditamos que em Apocalipse 20.12 fica subentendido no expressivo: "...vi os mortos, grandes (os anjos e demônios) e pequenos (os homens), que estavam diante do trono...", o julgamento dos tais espíritos. Só unicamente o Diabo não comparecerá ali! (Jo 16.11).
Nossa luta
O Apóstolo Paulo, e outros escritores do Novo Testamento, afirma que vivemos num mundo espiritual em que se movimentam milhões de seres hostis tanto a DEUS como a seus santos.
Em vários de seus elementos doutrinários, Paulo nos adverte, dizendo que estamos em meio a uma grande tempestade que se arma, a fim de intensificar a batalha entre o bem e o mal. Ele via através do ESPÍRITO SANTO que o firmamento se enegrecia, e já se podia ouvir o choque de exércitos hostis, ante a aproximação dos exércitos divinos em defesa do Céu.
Então Paulo conclama as forças de DEUS a se posicionarem para tal batalha: "Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais... portanto tomai toda a armadura de DEUS, para que possais resistir..." (Ef 6.12,13a). A oposição dos poderes das trevas à vontade e às forças divinas é presenciada desde o Antigo Testamento. Daniel, um profeta do cativeiro babilónico, descreve isso em seu livro: "Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia" (Dn 10.13). Devemos ter presente nesta secção quatro pontos importantes:
a) Esse "príncipe" opositor do mensageiro celeste não era sim- plesmente o rei da Pérsia ou qualquer outro oficial na terra, porque o anjo não pôde vencê-lo sem o auxílio do Arcanjo Miguel, o anjo guerreiro da vasta expansão celestial (1 Ts 4.16; Jd 1.9; Ap 12.7).
b) Como DEUS tem anjos a seu dispor, também, Satanás os tem (Mt 25.41; Ap 12.7). Seu exército de combate é o que Paulo chama de "...forças espirituais da maldade...". No grego, temos, portanto, a palavra "penumatikos", acompanhada de "mal", o que dá a entender "seres espirituais malignos". O que fica entendido é que esses seres são tão numerosos que tornam o poder de Satanás muito extenso.
c) Os filhos de DEUS, na presente era, têm de lutar, não contra a "carne e o sangue", isto é, forças visíveis, mas contra as hostes de anjos e demônios iníquos que infestama atmosfera terrestre e parte da celestial. Esses elevados poderes das trevas são chefiados por Satanás.
d) Não se pode vencer tais seres invisíveis com armas humanas (2 Co 10.4). Essas forças são forças espirituais, são forças do mal, que só podem ser enfrentadas por uma força superior, o ESPÍRITO de DEUS; fora disso, tudo fracassa!
Daniel teve a resposta de sua oração "interceptada" por um destes poderes, por "vinte e um dias" (Dn 10.2), embora ela tivesse saído de DEUS "desde o primeiro dia" (Dn 10.12). Essa deve ser uma das demoras em que muitas de nossas orações parecem que não estão sendo atendidas (cf. Hc 2.3; Lc 22.41,45; Ap 6.10,11, etc). Já no fim dc capítulo dez de seu livro, Daniel recebe uma extraordinária revelação de como tanto os anjos quanto os seres humanos estão profundamente envolvidos numa só luta, pelejando lado a lado contra os mesmos inimigos. Além disso, as hostes celestes precisam do apoio de DEUS para as suas grandes conquistas. Tudo isso nos revela que, além de mensageiros, os anjos são patronos e guardiões de comunidades e nações aqui na terra. Já vimos o anjo Gabriel com uma solicitude especial para com Daniel. Notamos, também, os vigilantes que se ocupam com a disciplina e com o bem-estar do monarca Nabucodonosor (Dn 4.13). Miguel, como já tivemos ocasião de explicar em outras secções deste livro, aparece como o anjo guardião de Israel, como nação (Dn 12.1).
Mas há também, no sentido inverso, aqueles que são chamados de "o príncipe do reino da Pérsia" e outro, que segundo se afirma é "...o príncipe da Grécia" (Dn 10.13,20). Neste conflito espiritual, Paulo recomenda a não se negligenciar na oração. Então ele diz: "Orando em todo o tempo!..." (Ef 6.18a). "Orando sem cessar" (1 Ts 5.17). Através desta oração incessante, os anjos virão ao nosso socorro! O mensageiro disse a Daniel "...é por causa das palavras (de oração) que eu vim" (Dn 10.12b). O Apóstolo Paulo, entretanto, nos adverte que essas fortalezas espirituais só poderão ser destruídas, se estivermos "...em CRISTO" porque Ele é aquele que tem todo poder, nos céus e na terra (Mt 28.18; Ef 1.19-23). Tal expressão aponta para aquele poder espiritual que nos é dado mediante a "comunhão mística com JESUS e os santos", tal comunhão denota o expressivo "em CRISTO".
Este expressivo "em CRISTO" é empregado 164 vezes nas epístolas de Paulo, servindo de "nota chave" de sua teologia. O cristianismo bíblico não repousa meramente sobre preceitos, ritos ou cerimônias formais. Mas é basicamente uma questão de comunhão com a Trindade Divina, em cuja proteção estamos abrigados. Era costume entre os romanos e gregos, depois de se terem revestido de suas armaduras, comerem juntos e precederem o ataque com uma súplica feita aos deuses, pedindo sucesso.
Paulo, então, passa aqui, também, a lembrar estes exemplos a seus leitores, pois somente assim, afirma ele: "...estareis firmes contra as astutas ciladas do diabo".
O Diabo é o líder supremo do reino das trevas, bem como de seus poderes inúmeros e potentíssimos. Ele é a essência mesma do mal. Seus aliados são mencionados no versículo 12 de Efésios6. Sua depravação é consumada, e mostra-se extremamente inteligente em sua perversidade.
Por toda parte o Novo Testamento dá a entender que ele tem "personalidade", sendo identificado como um ser real, não se utilizando de seu nome como mera figura simbólica para as formas mais concentradas da maldade. Seu nome expressa exatamente aquilo que ele é: "acusador", "caluniador". Suas atividades, relativas ao crente, consistem em atacá-lo, procurando destruir-lhe a alma, através de acusações falsas e tentações.
A história da humanidade, porém, mostra-nos como DEUS, o Bem supremo, conquista a lealdade dos homens e de outros seres racionais, protegendo-os das garras de Satanás, e como seres morais finalmente aprendem, por experiência própria, que o caminho de DEUS é melhor que o caminho de Satanás, escolhendo o bem por vontade própria. É assim que os homens vêm a compartilhar da natureza essencial de DEUS e não apenas preferi-lo.
Entre os principais esquemas do mal que o Diabo usa, destaca-se o "esquema do erro" que, como teia de aranha bem tecida, procura cauterizar a mente daquele que está procurando se afastar do erro. O império de Satanás é governado com uma norma fixa, e sua guerra é levada a efeito com um sistema estratégico que procura tirar vantagem de cada oportunidade de ataque. As múltiplas combinações do erro, as várias artes da sedução e da tentação, as variadas formas de engano da injustiça, constituem as "ciladas do diabo". A Bíblia, entretanto, nos apresenta vários métodos em que, através dos quais, nossa vitória estará assegurada: através "...do sangue do Cordeiro" (Ap 12.11a), "...da nossa fé" (1 Jo 5.4b), "...do testemunho de CRISTO" (Ap 12.11), "...pelo novo nascimento" (Jo 3.7b; 1 Jo 5.4), "...de DEUS mesmo" (Rm 8.37). É Ele, portanto, que "...sempre nos faz triunfar em CRISTO" (2 Co 2.14!).
Nossa vitória
Somente "em CRISTO" e "por CRISTO", é que nossa vitória estará assegurada! CRISTO nos faz triunfar, porque Ele é vitorioso em tudo quanto é e faz. Ele é "o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu...''' (Ap 5.5). CRISTO é vencedor por vários motivos:
Primeiro, através de seu ofício real;
Segundo, através de sua descendência real como filho de Davi segundo a carne (Rm 1.3);
Terceiro, através do seu supremo poder pessoal, inerente, na qualidade de Leão da tribo de Judá (Ap 5.5);
Quarto, através do equilíbrio de seu caráter;
Quinto, através de sua missão terrena, que foi completada, incluindo a expiação. Essa grande vitória de CRISTO é abrangente e universal.
Nossa vitória através de CRISTO, não se prende à luta física, pois, necessariamente, se assim fosse, seria então fracasso e não vitória. Um dos maiores e mais habilidosos vultos do passado foi Alexandre Magno. Ele conquistou pela força e brutalidade o Império Medo-persa, e reinou com grande poder (Dn 8.3,4). Alexandre foi, de fato, um guerreiro habilidoso dentro do contexto humano, porém, tudo quanto fez e conquistou foi derramando sangue (dos outros) e pela sua ferina espada.
Ele foi, portanto, a antítese (oposição entre palavras ou ideias) do verdadeiro CRISTO, que tudo quanto fez e conquistou foi derramando o seu próprio sangue, e manifestando seu grande amor. Há, portanto, um negativismo da parte de Alexandre e um positivismo da parte de CRISTO à luz de cada contexto, quando os dois são confrontados: o primeiro exemplifica o homem carnal; o segundo, porém, exemplifica a confiança total em DEUS. Observemos, portanto, o caráter negativo de Alexandre e o caráter positivo de CRISTO: "JESUS e Alexandre morreram aos trinta e três anos. Um deles viveu para si mesmo, o outro por mim e por você. O grego morreu num trono; o judeu morreu numa cruz. A vida de um foi triunfante (aparentemente); a do outro, uma derrota (aparentemente). Um deles comandou imensos exércitos armados, o outro teve apenas um pequeno grupo, desarmado. Um derramou o sangue alheio sem piedade, o outro derramou o seu próprio sangue, e o derramou por amor ao mundo. Alexandre conquistou o mundo em vida; JESUS perdeu a sua vida para ganhar vida para seus seguidores. Um morreu na Babilônia, o outro morreu no Calvário. Um conquistou tudo para si, e o outro a si mesmo se deu. Alexandre, enquanto viveu, conquistou todos os tronos; JESUS, na morte e na vida, conquistou o Trono de Glória. Um deles sendo servo se fez DEUS; o outro sendo DEUS se fez servo (Fl 2.6,7). Um deles ganhou um grande nome: Alexandre! O outro 'um nome que é sobre todo o nome:JESUS!' (Fl2.9). Um deles viveu para se gloriar; o outro para abençoar. Quando o grego morreu, seu trono, conquistado pela espada, ruiu para sempre. JESUS, quando morreu, ganhou o trono que permanece para sempre (Sl 93.2).
"O grego fez de todos escravos; o judeu a todos (que o aceitaram ou aceitam) liberta da escravidão do pecado (Jo 8.32,36). Um deles construiu um trono forrado de sangue; o outro edificou o seu com amor. Um deles veio da terra: é terreno! (1 Co 15.47). O outro veio do Céu: é celestial! (1 Co 15.47-49). O grego morreu para sempre; o judeu para sempre vive! Perde tudo aquele que só recebe, e tudo ganha aquele que sempre dá!".
Rendição total
Para que tenhamos vitória total em nossas vidas, precisamos nos esvaziar de tudo o que se opõe à vontade expressa de CRISTO. Devemos também renunciar a tudo o que impede de vivermos mais perto de DEUS. JESUS disse: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo... e siga-me" (Lc 9.23b). Para se alcançar tal objetivo, se faz necessária a mortificação da velha natureza. Nas palavras de Paulo, ele delineia a oposição da "velha natureza" com a "nova natureza" regenerada por CRISTO. A experiência do Apóstolo atende a questão vital, isto é, como pode a velha natureza ser domada pela nova.
Vamos seguir seus passos na passagem de Romanos 7.15-24: "Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois (eu, Saulo) não faço o que (eu, Paulo) prefiro, e, sim, o que (eu, Paulo) detesto. Ora, se (eu, Saulo) faço o que (eu, Paulo) não quero, consinto com a lei (ou vontade de DEUS para mim), que é boa. Nesse caso, quem faz isto já não sou eu (Paulo), mas o pecado (Saulo) que habita em mim. Porque eu sei que em mim (Saulo), isto é, na minha carne, não habita bem nenhum; pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque (eu, Saulo) não faço o bem que (eu, Paulo) prefiro, mas o mal que (eu, Paulo) não quero, esse (eu, Saulo) faço. Mas, se (eu, Saulo) faço o que (eu, Paulo) não quero, já não sou (eu, Paulo) quem o faz, e, sim, o pecado (Saulo) que habita em mim. Então, (eu, Paulo) ao querer o bem, encontro a lei de que o mal (Saulo) reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior (eu, Paulo), tenho prazer na lei de DEUS; mas vejo nos meus membros outra lei (Saulo) que, guerreando com a lei da minha mente (o Paulo que tem prazer na lei de DEUS), me faz prisioneiro da lei do pecado (Saulo) que está em meus membros. Desventurado homem (cristão) que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte".
Vejamos agora que o "eu" desamparado e derrotado está em evidência em caso, e o "eu" suficiente e vitorioso pelo ESPÍRITO SANTO está em evidência no outro. Mas essa suficiente vitória dar-se apenas "por JESUS CRISTO, nosso Senhor!" O Lugar de Satanás e dos Demônios na Teologia Cristã
Existe um lugar legítimo para a demonologia na teologia cristã? Existe uma base legítima para incluir o demonismo nas confissões de fé da Igreja? Certamente, "crer no" diabo não é linguagem apropriada para o credo cristão. Neste, a fé em DEUS e o repúdio ao diabo e a todas as forças que servem a causa da iniquidade devem ser bastante claros. Mas que tipo de ênfase devemos dar, na confissão cristã, e esse repúdio de Satanás?
O poeta Howard Nemerov declarou: "Hesito muito em falar do Diabo para ninguém pensar que o estotrtn-vocan-do."66 Karl Barth deixou claro que só daria uma olhadela rápida e penetrante na área da demonologia. A olhada deve ser "rápida" para não dar valor e atenção desnecessários ao demonismo.67 Para Barth, a teologia devia ser dominada pela graça de DEUS revelada em CRISTO. Mas a olhada tem de ser "penetrante" pois o demonismo não deve ser tratado levianamente.
Infelizmente, nos movimentos pentecostais e carismáticos, os ministérios de guerra espiritual e de libertação abundam, dedicando atenção deliberada ao âmbito do demonismo. Muitos defensores de semelhantes ministérios vão nitidamente além do lugar legítimo que a mensagem bíblica atribui ao demonismo. Parece que nesses ministérios há certo fascínio com o âmbito dos demônios, e o resultado é que muito mais atenção é prestada a eles do que a Bíblia pode apoiar.
Realmente, certa glória e legitimidade são concedidas ao diabo em tais ministérios. O diabo é frequentemente referido como o elemento exclusivo (ou pelo menos, dominante) em toda a oposição aos propósitos redentores de DEUS para a humanidade. A totalidade da atividade divina na redenção é reduzida à destruição do diabo de modo que a soteriologia, a cristologia, a pneumatologia e todas as demais áreas da teologia são debatidas quase exclusivamente à luz da luta contra os demônios! Sem o diabo, semelhante pregação e teologia seriam reduzidas a uma casca vazia! Em semelhante contexto, a demonologia concorre muito bem com DEUS e com todas as demais áreas da teologia, e exige e conseguiu atenção igual, ou até mesmo maior. R.Gruelich sustenta que o novelista Frank Peretti tem dado seu apoio literário a semelhante distorção teológica, pois considera que o mundo e o destino humano estão dominados pelos resultados da guerra contra os demônios.68
Em semelhante contexto, a demonologia recebe glória e relevância teológica muito além dos limites estabelecidos pela Bíblia. Nessa visão, acredita-se que o horizonte do mundo cristão esteja cheio de ataques de demônios. A forma grotesca dessa crença acha-se na suposição de que os demônios podem possuir e dominar cristãos desobedientes. Para harmonizar tal suposição com o ensino bíblico de que os cristãos pertencem a CRISTO e que são dirigidos primariamente pelo ESPÍRITO de DEUS (Rm 8.9-17), uma dicotomia antibíblica é estabelecida entre o corpo e a alma de modo que DEUS acaba dominando a alma ao passo que os demônios controlam o corpo.69 Mas a Bíblia ensina que uma lealdade tão radicalmente dividida é uma impossibilidade para a pessoa de fé genuína (Mt 7.15-20; 1 Co 10.21; Tg 3.11-12; 1 Jo 4.19-20).
A glorificação dos demônios no mundo cristão tem seu paralelo numa tendência semelhante na cultura. A humanidade sempre sentiu certo fascínio pelas coisas sinistras e demoníacas. Maxilmilian Rudwin declarou, por exemplo, que a figura de Satanás "avulta-se amplamente na literatura". Acrescenta: "Seria realmente triste a situação da literatura sem o diabo." 70 A história das práticas ocultistas tem se alimentado do fascínio que a humanidade sente pelos demônios. E até mesmo a ascensão do pensamento científico moderno tem servido quase nada para reduzir tal fascínio.
Na segunda metade do século XX, registrou-se um renovado interesse pelos demônios e pelo ocultismo. A indústria do cinema de terror ficou cada vez mais fascinada pelos demônios e pelos consequentes lucros financeiros. Filmes tais como O Exorcista e Poltergeist buscam ressaltar a incapacidade da ciência e da Igreja em lidar com os espíritos, malignos. Apresentam histórias nas quais elementos demoníacos, muitas vezes confundidos com as almas dos entes queridos, dominam o fluxo dos eventos. Em tais conjecturas, a graça de DEUS está ausente, ou mostra-se débil. Até mesmo o final "feliz" surpreende mais que as vitórias demoníacas que lhe antecederam.
Por certo, semelhante fascínio pelo demonismo não é saudável nem bíblico. A fixação que os discípulos de JESUS sentiram com a sua autoridade sobre os demônios foi corrigida. O Senhor os exortou a se regozijarem" antes de mais nada pelo fato de haverem sido escolhidos pessoalmente por DEUS (Lc 10.17-20).
A oposição de Satanás ao Evangelho somente pode ser entendida à luz do próprio Evangelho. A verdadeira profundidade do mal somente há de ser compreendida à luz da profundidade da graça de DEUS à qual o mal se opõe, procurando destruí-la. A verdadeira tragédia das trevas apenas pode ser entendida no contexto das glórias da luz divina. A ênfase do Novo Testamento, portanto, recai sobre a glória de DEUS e a vida com DEUS, e não sobre as tentativas do inimigo de se opor a elas.
Entre os cristãos, a tendência de enfatizar o papel de Satanás tem até mesmo levado a uma legitimização de seu papel de oponente de DEUS, como se o adversário tivesse o direito legal sobre pessoas e governos. Enfim, como se a sua posição de "deus da presente era" devesse ser respeitada até mesmo pelo Altíssimo!
De modo contrário àquilo que alguns pensam, não há em Judas 9 nenhum respeito por Satanás quando o anjo hesitou em lançar contra ele acusação caluniadora. O arcanjo Miguel refreou qualquer acusação baseada na sua própria autoridade, mas disse: "O Senhor te repreenda". Isso significa que qualquer rejeição das reivindicações enganosas de Satanás somente poderá vir da autoridade de DEUS e da sua graça, e não da sabedoria ou autoridade que geramos em nós mesmos.
Na realidade, uma noção dos direitos satânicos era apoiada pela teoria do resgate na Expiação, defendida por certos teólogos latinos antigos e medievais, no Ocidente; e por Orígenes, no Oriente. Essa teoria supunha que Satanás tinha o direito de governar e oprimir a humanidade por causa da rebelião humana contra DEUS. CRISTO, então, foi enviado para pagar a Satanás um resgate pela libertação da raça humana.
A teoria do resgate, porém, elimina desde o início qualquer oposição real entre DEUS e Satanás. Fica pressuposta a aceitação por DEUS da posição e do papel de Satanás, e a disposição divina de se entender com o adversário segundo as condições impostas por este. A Satanás é concedido ter sua própria posição legítima à parte do plano redentor de DEUS, posição esta que DEUS precisa respeitar no seu esforço de redimir a humanidade!
Em contraste com a teoria do resgate há o ensino bíblico de que a posição e a atuação de Satanás baseiam-se numa mentira (Jo 8.44). Não há nenhuma legitimidade que DEUS deva reconhecer, e com que Ele deva se conformar! O triunfo da graça divina sobre as forças das trevas não concede a elas nenhuma posição legítima e digna de respeito, e declara que Satanás, como o "deus deste século," tem uma posição ilegítima que lhe foi concedida pela cegueira e rebelião da própria humanidade (2 Co 4.4). Realmente, um "pagamento" foi feito por CRISTO na cruz, não a Satanás, mas a DEUS, em favor da humanidade. 71
Nossa resposta mais sábia às reivindicações falsas e enganosas de Satanás é negá-las; e devemos fazê-lo somente através da "olhadela" rápida e penetrante que o teólogo Karl Barth lhes deu na luz maior da graça e verdade de DEUS. Parecer haver, contudo, uma pressuposição oculta entre muitos participantes dos ministérios de libertação no sentido de que Satanás somente pode ser derrotado por aqueles que melhor o conhecem. Noutras palavras: quanto mais mistérios pudermos desvendar a respeito dos demônios, tanto mais poderemos controlá-los e derrotá-los. Nesses casos, entende-se que a libertação é o resultado de um conhecimento secreto (gnõsis) que pessoas fora do movimento da libertação não possuem. Especulações muito complexas são feitas a respeito da organização e das características dos demônios e de como se relacionam com os governos humanos e as vidas individuais. Práticas primorosas de "amarrar" as potências demoníacas podem ser usadas contra elas, uma vez compreendidas as suas verdadeiras posições e funções no mundo.
Por outro lado, ao lermos a Bíblia, percebemos como é notável a total ausência de semelhantes especulações e práticas. A Bíblia encoraja-nos a resistir às forças enganadoras das trevas, e não estudá-las e amarrá-las.72 Nenhum esforço é feito na Bíblia para levar-nos a conhecer melhor o diabo. O enfoque exclusivo recai em conhecer melhor a DEUS, resistindo, ao mesmo tempo, quaisquer tentativas de Satanás de obter a nossa atenção. Submeter-se a DEUS e resistir ao diabo é o conselho que Tiago nos deu (Tg 4.7).
Certamente não devemos ignorar a existência do diabo. Mas qualquer atenção que a ele prestarmos não deve passar de nossa negação quanto as suas reivindicações à luz do enfoque sobre as reivindicações divinas. A Bíblia não especula, nem dá muitas informações a respeito de Satanás e dos demônios. Não existe aí muita coisa para satisfazer a nossa curiosidade. Há indícios de haver ocorrido uma queda de Satanás e dos demônios (Jd 6; Ap 12.7-9).
Alguns especulam que o Antigo Testamento descreve a queda de Satanás em Isaías 14.12-20, mas o significado desse trecho não fica bem claro, e talvez não passe de uma repreensão poética ao "rei de Babilônia" (14-4). O "quando" e "como" dessa queda não é definido explicitamente em nenhum lugar. A verdade é que o propósito da Bíblia ao tratar de Satanás e dos demônios visa à redenção do homem, e não a especulação teológica. O enfoque recai em afirmar o propósito redentor de DEUS, e o seu poder em repudiar as obras e as reivindicações de Satanás. Não existe nenhuma ênfase em obtermos conhecimentos profundos a respeito de Satanás para o derrotarmos.
Precisamos de muito discernimento para derrotar o que realmente pertence ao reino das trevas, pois o próprio Satanás pode disfarçar-se em anjo de luz (2 Co 11.14). O orgulho, a idolatria, o preconceito e as fobias mais prejudiciais podem aparecer na forma de religiosidade e patriotismo, por exemplo, e serem defendidos como doutrinas e práticas nobres. A escravidão e o racismo têm sido defendidos por pessoas que alegam estar apoiando as mais nobres causas religiosas e patrióticas. Semelhantes pecados só servem para apoiar o reino das trevas. Será necessário sempre esquadrinharmos o nosso próprio coração para negar as obras do diabo e reafirmar a renovação do ESPÍRITO na Igreja.
O testemunho das Escrituras oferece-nos fontes específicas de orientação para discernirmos as forças do mal e da opressão. Há um critério cristológico e uma base no ESPÍRITO de DEUS para o discernimento do mal. Por exemplo: já que DEUS criou a humanidade à sua imagem, e reivindicou o direito à raça humana mediante o nascimento, morte e ressurreição de CRISTO, qualquer tentativa de desumanizar uma pessoa contradiz o amor divino, e serve aos propósitos das forças das trevas. Já que o ESPÍRITO ungiu a CRISTO para pregar as boas novas aos pobres, aos cegos, e aos presos (Lc 4.18), isso significa que as estruturas e as forças que encorajam a pobreza, a doença e o crime servem ao reino do mal. Já que Satanás deixa as mentes dos ímpios cegas diante do Evangelho (2 Co 4-4), as coisas que desencorajam nosso testemunho evangélico (em palavras e ações) diante dos necessitados hão de promover as ações de Satanás.
O demonismo ajuda-nos a reconhecer que a resistência humana a DEUS tem relevância ulterior. Colocada no horizonte da vitória escatológica do Reino de DEUS sobre as forças das trevas, a obediência e a desobediência a DEUS, no presente tempo, são questões bastante graves. Com cada decisão na vida cristã, os crentes devem optar em favor do Reino de DEUS e postar-se contra o reino das trevas. Buscar o Reinode DEUS e a sua justiça é o desafio constante do cristão. Às vezes, as escolhas poderão parecer difíceis e ambíguas. Mas a gravidade da escolha da obediência e a necessidade do consolo e do perdão divinos em meio as nossas opções nunca deverão ser subestimadas. O papel desempenhado pelo demonismo na teologia e no testemunho cristãos indica a gravidade das nossas escolhas.
Perguntas do Estudo
Considere as interpretações de Origines, de Tomás de Aquino (n.r. 17), de Martinho Lutero (n.r. 21), dos Cabalistas (n.r. 38), de Ireneu (n.r. 40), e de Paul Tillich (n.r. 25) acerca da natureza ou do papel dos anjos. Por que essas opiniões são problemáticas? Como suas dificuldades hermenêuticas poderão ser resolvidas ou evitadas?
Tendo por base sua própria pesquisa cuidadosa de Co-lossenses 1.15-18, considere o lugar apropriado dos anjos.
Aliste algumas das crenças comuns na sua comunidade e igreja a respeito dos anjos. Como você corrigiria ou confirmaria cada crença alistada?
Anjos são servos. Como seu exemplo deve afetar a nossa motivação em servir a DEUS?
O que os anjos podem e querem fazer por nós hoje, segundo demonstra a Bíblia?
O que, segundo a Bíblia, não podemos esperar que os anjos façam por nós hoje?
A demonologia remove-nos dos verdadeiros problemas e males da vida? Explique como ela poderia fazê-lo? Por que é relevante repudiar o diabo e as suas obras quando resistimos às forças do mal na vida?
Como a abordagem do Antigo Testamento à demonologia difere dos conceitos pagãos antigos dos espíritos malignos? Considere-a em relação à soberania de DEUS. Em particular, a soberania divina significa que não há oposição real entre DEUS e Satanás no Antigo Testamento?
Qual verdade se pode achar no fato de a derrota das forças das trevas ter sido revelada no Novo Testamento somente após a revelação de CRISTO como a encarnação da graça e da verdade?
10. Descreva a vitória de CRISTO sobre as forças das trevas. Essa verdade desempenha algum papel na proclamação apostólica do Evangelho? Explique.
Descreva os problemas com o dualismo e o monismo filosóficos. Qual o equilíbrio bíblico entre a soberania de DEUS e a oposição de Satanás contra os propósitos de DEUS?
A demonologia elimina a responsabilidade humana? Por quê?
Os cristãos podem ser possuídos por demônios?
Os discernimentos humanos e científicos dos nossos problemas têm algum lugar legítimo entre os crentes?
São legítimas as reivindicações e acusações de Satanás? Devem ser concedidos a ele direitos legítimos como deus desta era? Como a teoria do resgate tem apresentado incorretamente as reivindicações e direitos de Satanás?
Os entendimentos humanos e científicos dos nossos problemas têm algum lugar legítimo entre os crentes?
Existe o fascínio com o demonismo na Igreja e na cultura? O que está errado com isso? Qual o verdadeiro lugar da demonologia na teologia cristã? Quem é Satanás
Lúcifer. Este termo é usado em Isaías 14.12, significando “estrela da manhã”, “o filho da alva”. E uma alusão ao domínio que Satanás exerce neste mundo, especialmente através de intermediários. Literalmente, seu nome significa “o Brilhante” ou “Estrela da Manhã”. E descrito como “o selo da perfeição”, isto é, padrão de perfeição. E também descrito antes da sua queda, como “cheio de sabedoria e formosura”, o mais belo e sábio de todas as criaturas (Ez 28.11-17).
Lúcifer é chamado também de “querubim da guarda ungido”. Como já sabemos, os querubins são seres angélicos de elevada categoria. Lúcifer era o líder dos seres angélicos e, evidentemente, os guiava em louvor e júbilo a DEUS.
Satanás. Forma grega derivada do aramaico — hb. satan —, significa “adversário”. Esse termo é utilizado pela primeira vez no Antigo Testamento em alusão a um anjo de Jeová em Números 22.22. E utilizado, também, em referência a homens (I Sm 29.4; SI 38.20; 71.13; SI 109.4,6,20). Relacionado com Satanás, o Adversário, o termo aparece, mais de quinze vezes no Antigo Testamento, sendo que, em Zacarias 3.1, o termo satanás é acrescido da expressão descritiva da sua natureza: “para se lhe opor”.
O termo “adversário”, no Novo Testamento, sempre é usado para se referir a Satanás, o adversário de DEUS e de JESUS (Mt 4.10; Mc 1. 13; 4.15; Lc 4.8; 22.3; Jo 13.27); do povo de DEUS (Lc 22.31; At 5.3; Rm 16.20; I Co 5.5; 7.5; 2 Co 2.10; I I.I4; 12.7; I Ts 2.18; 5.15; Ap 2.9,13,24; 3.9); e do gênero humano (Lc 13.16; At 26.18; I Ts 2.18; Ap 12.9; 20.7,8).
Diabo. Termo oriundo de diabolos (gr.), denota “acusador”, “caluniador”. Este termo encontra-se somente no Novo Testamento por 36 vezes.
Segundo a Bíblia Sagrada, o Diabo é a personificação do mal e inimigo de DEUS. Ele é descrito como o Tentador (Mt 4.3), o grande mentiroso (Jo 8.44) o deus deste século (2 Co 4.4), que tem permissão condicionada por DEUS para reinar até ao Juízo Final quando será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.7-10).
No satamsmo, ele é o mestre absoluto do mal, objeto de adoração, a quem são oferecidos os sacrifícios. Como sendo a personificação do mal, a ele é jurada lealdade e o serviço é prestado. Na bruxaria, principalmente na chamada magia negra, é o princípio do mal. E alguns bruxos firmam pactos com ele, considerando-se seus servos, que se dedicam a realizar seus propósitos malignos.
O que todo crente deve saber, em síntese, sobre o Inimigo é o que está escrito em I Pedro 5.8: “O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”.
Serpente. Uma referência a Gênesis 3.1,14 (cf. 2 Co 11.3; Ap 12.9; 20.2).
Belzebu ou Baalzebu. Termo que significa “senhor das moscas”, uma referência ao deus de Ecrom (2 Rs 1.1-6,16). Em Mateus 12.24-29, verifica-se a aplicação do termo ao príncipe ou chefe dos demônios (cf. Mt 10.25; Lc II.15).
Dragão. Ele é chamado de Dragão em Apocalipse 12.3, em comparação à sua astúcia, malignidade e voracidade. Em Apocalipse 12.9, o Dragão é referido como a antiga serpente, por causa da sua astúcia, aliada à sua natureza destruidora.
Tentador.Tentzr significa literalmente mcitar á prática do pecado, provar ou testar (Mt 4.3; I Ts 3.5). O mesmo verbo é também empregado para DEUS em relação ao homem, no sentido de provar (Gn 22.1).
Satanás também é chamado de Príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11), Príncipe das potestades do ar (Ef 2.2), Maligno (Mt 13.19; I Jo 2.13), deus deste século (2 Co 4.4), Anjo de luz (2 Co 11.14), Apolíon (“destruidor”, Ap 9.11).
Origem de Satanás
No comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal, encontramos a seguinte explicação quanto ao texto de Ezequiel 28.4-17, alusivo, segundo os exegetas, a Satanás:
No devido contexto, a profecia de Ezequiel contra o “rei” de Tiro parece conter uma referência velada a Satanás como o verdadeiro governante de Tiro e como o deus deste mundo (2 Co 4.4; l Jo 5.19). O rei é descrito como um visitante que estava no jardim do Eden (v. 13), que fora um anjo, “querubim ungido” (v. 14), e uma criatura pe feita em todos os seus caminhos, até que nela se achou iniqüidade (v. 15). Por causa do seu orgulho pecaminoso (v. I 7), foi precipitado do “monte de DEUS” (vv. 16,17; cf. Is 14.13-15).
Vejamos o relato análogo de Isaías 14.12-14:
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, flho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei
ao céu; acima ias estrelas de DEUS exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
Billy Graham afirmou:
Quando o anjo Lúcifer se rebelou contra DEUS e suas obras, alguns calculam que cerca de um terço das hostes angélicas do universo se teriam unido a ele na rebelião...
Assim, a maior catástrofe da história da criação universal foi a desobediência a DEUS por parte de Lúcifer, e a conseqüente queda de talvez um terço dos anjos que se juntaram a ele na sua maldade... Assim, a guerra que começou no céu continua na terra e verá o seu clímax no Armagedom...16
Desde sua queda, num remoto e misterioso passado, Lúcifer, em lugar de anjo de luz, tornou-se o anjo das trevas e do mal. Sabemos entretanto que pode enganosamente transfigurar-se em um anjo de luz (2 CoII.I4). O seu ódio pela humanidade cresce a cada dia. Satanás é um ser inteligente, um ente inteiramente hostil, inimigo declarado de DEUS e dos homens. A Bíblia inteira o apresenta resistindo a DEUS e perturbando a paz das nações, com guerras, destruição e miséria.
Satanás é mencionado 177 vezes na Bíblia Sagrada, de diferentes maneiras.
A EXISTÊNCIA DO DlABO
O Antigo Testamento. Os primórdios do livro de Gênesis mostra Satanás atuando ardilosamente através da serpente para provocar a Queda do homem, um episódio pecaminoso e funesto que veio afetar toda a descendencia de Adão — a raça humana.
No reinado de Davi, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar o povo, isto é, a fazer o censo de Israel (I Cr 21.I). Por essa desobediência, DEUS feriu a Israel, mediante uma peste, em que “caíram de Israel setenta mil homens” (I Cr 21.14). Essa rebeldia deliberada de Davi ocorreu após suas grandes vitórias e realizações (I Cr 14-20), pois Satanás, o enganador, conseguiu penetrar numa brecha em sua vida (I Cr 21.7,8; I Tm 3.6).
No Salmo 106.36,37, vemos que por trás de práticas religiosas idolátricas estão os demônios.
Vemos em Zacarias, cap. 3, a realidade de satanás ao acusar o sumo sacerdote Josué e opor-se à nação de Israel. No texto em apreço, Josué, como representante de Israel, não podia resistir a Satanás. Josué, na qualidade de sumo sacerdote, trajava-se de vestes malcheirosas e imundas, símbolos do pecado. Por isso, o Senhor (Anjo do Senhor) resistiu a Satanás e o repreendeu; Ele havia escolhido Israel para cumprir os seus propósitos.
Evidências de Satanás do Novo Testamento. Dezenove dos 27 livros do Novo Testamento mencionam Satanás por algum dos seus nomes. Dos oito restantes, quatro deles mencionam os demônios, que são seus agentes.
Evidências emanadas de JESUS CRISTO. Nos Evangelhos, das 29 referências a Satanás, em 25 delas é CRISTO quem o menciona como sendo uma pessoa. Por exemplo, no relato da tentação de JESUS temos o seu testemunho da realidade da pessoa do Inimigo (Mt 4.1-11; Mc I.9-I3; Lc 4.I-I3).
CRISTO triunfou para sempre sobre Satanás (Lc 11.21; Hb 2.14,15), e o crente, pela fé em CRISTO, triunfa da mesma forma, resistindo e nulificando suas investidas com as armas que CRISTO nos proporciona (Ef 6.I0-I8;Tg 4.7; I Pe 5.9-10; Rm 16.20).
Reconhecer a realidade de Satanás, levar a sério a sua oposição, ficar atento à sua estratégia, levar em conta a guerra contínua com ele não ê cair num conceito dualista de dois deuses, um hom e outro mau, guerreando um contra o outro. Satanás ê uma criatura sobre-humana, mas não é divino; ele tem muito conhecimento e poder, mas não é onisciente nem onipotente e nem onipresente; ele ê um rebelde derrotado e não tem mais poder além daquele que DEUS lhe permite exercer e está destinado ao lago do fogo (Ap 20. IO).1'
A NATUREZA DE SATANÁS
Satanás é homicida, mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44); ele é um pecador obstinado (I Jo 3.8) e um audaz adversário, o arquiinimigo de DEUS e dos homens (I Pe 5.8).
Sua personalidade. Dizer que Satanás é apenas fruto da imaginação, uma ficção, mitologia ou qualquer coisa da mente humana é ignorância dos fatos. Sabemos que fatos são provas e contra fatos não há argumentos.
Os assassinatos bárbaros e outros crimes hediondos que vemos nos jornais, são normais? Naturais? Pais que estupram as próprias filhas e algumas, na mais tenra infância! Olhe para o mundo à sua volta e veja os fatos! Para o Diabo é muito melhor que acreditem que ele não existe.
Uma evidência incontestável de personalidade é ter alguém intelecto, emoção e vontade. A Palavra de DEUS demonstra que Satanás possui essas características. Seu intelecto é óbvio no seu esquema para enganar (2 Cr 11.3) e em sua comunicação através da fala para enganar outras pessoas (Lc 4.I-I2).
Seu caráter. Satanás é presunçoso (Mt 4.4,5', orgulhoso T Tm 3.6; Ez 28.17), poderoso (Ef 2.2), maligno (Jó 2.4; Lc 8.13; I Pe 5.8; 2 Co 4.4; I Jo 5.19), enganador (Ef 6.11), feroz e cruel (I Pe 5.8). Ele é a causa primária do pecado e é muito astuto (Ap 12.7-11; 2 Co 2.11; Ef 6.11,12; 2 Co 11.14; Jo 8.44; I Jo 3.8; Gn 3.1-5).
Algo de suas perversas atividades. Perturbar a obra de DEUS (I Ts 2.18), opor-se ao Evangelho (Mt 13.19; 2 Co 4.4), dominar, cegar, enganar e destruir o ser humano (Lc 22.3; 2 Co 4.4; Ap 20.7,8; I Tm 3.7), afligir e tentar os santos de DEUS (I Ts 3.5).
O mundo está alienado de DEUS e controlado por Satanás (Jo 12.31; 2 Co 4.4; Ef6.I0-I2; I Jo 5.19). "
Ele luta para arruinar a Igreja porque ele sabe que se o sal da terra perder seu sabor, o homem torna-se sua vítima.
Suas atividades são restritas. O poder de Satanás é limitado. Aqueles que crêem em CRISTO, e vivem em comunhão com Ele, são vencedores do Inimigo (Jo 12.31). O crente deve estar sempre submisso a DEUS e revestido do escudo da fé para assim resistir ao Diabo, e este fugirá (Tg 4.7; I Pe 5.8,9).
Satanás somente pode tentar (Mt 4.1), afligir (I Ts 3.5), matar (Jó 2.6), e tocar no crente com a permissão de DEUS. “E disse o Senhor a Satanás: eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão” (Jó I.12). DEUS permitiu o mal vir sobre Jó; porém, fixou um limite até onde Satanás podia ir, e tirou-lhe o poder de morte quanto a pessoa de Jó.
Quando a Bíblia Sagrada declara que Satanás é o príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.II) e que ele é o deus deste século (2 Co 4.4), ela não quer dizer que Satanás é o dono absoluto do mundo, pelo seu próprio poder e querer, porque “do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam” (SI 24.1). Toda autoridade no céu e na terra pertence a DEUS, o Criador, o qual delegou-a ao seu Filho umgêmto JESUS CRISTO (Mt 28.18).
O que a Palavra de DEUS ensina é que Satanás está no controle do mundo ímpio, das instituições e pessoas que estão completamente alienadas de DEUS. Esse poder e influência exercidos por Satanás são limitados e temporários (Ap 12.12; 20.10).
Sua atuação. O Inimigo age também nos círculos religiosos mais elevados como “um anjo de luz” (2 Co 11.14). A Bíblia fala de sua presença no ajuntamento dos anjos (Jó 1.6). Essa sua atividade maléfica no meio religioso está implícita, por exemplo, nas expressões “doutrina de demônios” (ITm 4.1), “sinagoga de Satanás” (Ap 2.9) e “ministros de justiça” (2 Co II. 15).
A Bíblia nos adverte a não ignorarmos os ardis de Satanás (2 Co 2.11), isto é, as suas maquinações, os seus desígnios perversos, os seus propósitos, os seus planos funestos.
Daí a necessidade de redobrarmos a nossa vigilância com relação às suas sutilezas em relação ao mundanismo (2 Co 4.4), à mentira (Gn 3.4,5; 2Ts 2.9), à vacilação (Mt 6.24; 2 Co 6.14,15); ao ceticismo (Rm 14.23); às trevas (Rm
; à depressão (At 10.38; Lc 13.16), à procrastinação (At 24.25; Ex 8.8); e à transigência com o mal (Ap 2.20).
Final de sua maldita história. DEUS decretou sua derrota (Gn 3.14,15). JESUS, como DEUS, demonstrou o seu poder e a sua autoridade sobre Satanás ao derrotá-lo, desarmá-lo e despojá-lo de seu poder (Lc 11.22; I Jo 3.8; Cl 2.15). Durante a Grande Tribulação será lançado da esfera celeste à Terra (Ap 12.7-9); durante o Milênio será aprisionado no abismo (Ap 20.1-3), sendo solto por um período curto (Ap 20.7,8), e depois de mil anos será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.10). Dessa maneira, segundo a Palavra de DEUS, ocorrerá o expurgo final do mal.
Os ANJOS CAÍDOS
Os anjos foram criados perfeitos, sem pecado e, como o homem, dotados de livre escolha. Satanás, na sua rebelião inicial contra DEUS sublevou uma terça parte deles (Ap 12.4). Uma multidão de anjos participou da rebelião de Satanás contra DEUS, tendo abandonado o seu estado original de graça, como servos de DEUS, e assim perderam o direito à sua elevada e privilegiada posição celestial.
Os principais pecados que cometeram foram, como já vimos, orgulho, exaltação, rebeldia, desafio e levante contra DEUS. “DEUS não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo” (2 Pe 2.4).
Também, em Judas v.6 está escrito: “e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia”. Como resultado de sua queda, além de terem sido “reservados para o juízo”, têm sua parte juntamente com Lúcifer no “fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
Ao afirmar que existe um mundo espiritual invisível, que consiste nas hostes de anjos ministradores, no meio do povo de DEUS, e a serviço desse povo (Gn 32.1,2; SI 91.11; 34.7; Is 63.9), a Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD) traz o oportuno comentário sobre 2 Reis 6.15-17:
Não somente DEUS está a favor do seu povo (Rm 8.31\ como também exércitos dos seus anjos estão disponíveis, prontos para defender o crente e o reino de DEUS (v.37; SI 34.7).
Todos os que crêem na Bíblia devem orar continuamente para DEUS livrá- los da cegueira espiritual e abrir os olhos dos seus corações para verem mais claramente a realidade espiritual do remo de DEUS (cf. Lc 24.31; Ef 1.18-21) e suas hostes celestiais (Hb I.I4).
Os espíritos ministradores de DEUS não estão distantes, mas, sim, bem perto (Gn 32.1,2), observando os atos e a fé dos filhos de DEUS e agindo em favor deles (At 7.55-60; I Co 4.9; Ef 3.10; I Tm 5.21).
A verdadeira batalha no remo de DEUS não é contra a carne e o sangue. E uma batalha espiritual “contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12; cf. Ap 12.7-9).
Há um relacionamento de causa e efeito nas batalhas espirituais; o resultado das batalhas espirituais é determinado parcialmente pela fé e oração dos santos (vv. 16-20; Ef 6.18,19).
Há anjos decaídos que estão algemados no Inferno (2 Pe 2.4; Jd v.6); os demais estão soltos, como agentes e emissários de Satanás, sob o seu domínio e controle (Ef 2.2; Ap 12.7). Com relação aos anjos caídos que estão soltos, N. Lawrence Olson, disse; “Ocupam posições de autoridade sobre as nações e os povos (Dn 10.13,20)”.19
Transcreveremos na íntegra o comentário de Daniel 10.13 da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD);
Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me; e eu fiquei ali com os reis da Pérsia. Enquanto Daniel orava e jejuava, estava sendo travada uma batalha espiritual de grande magnitude.
O “príncipe da Pérsia” estava impedindo que Daniel recebesse do anjo a mensagem de DEUS. Por causa desse conflito, Daniel teve que esperar vinte e um dias para receber a revelação. Esse “príncipe da Pérsia” não era um potentado humano, mas um anjo satânico. Só foi derrotado quando Miguel\ o príncipe de Israel (v.2l), chegou para ajudar o anjo. Os poderes satânicos queriam impedir o recebimento da revelação, mas o príncipe angelical de Israel (12.1) demonstrou sua superioridade (f. Ap 12.7-12).
Esse incidente nos dá um vislumbre das batalhas invisíveis que são travadas na esfera espiritual a nosso favor. Note que DEUS já tinha respondido a oração de Daniel, mas que a ação satânica atrasou a resposta da mensagem por vinte e um dias. Visto que o crente sabe que Satanás sempre quer impedir nossas orações (2 Co 2.1l), deve perseverar na oração Çcf. Lc 18.1-8; ver Ef 6.11,12).
A seguir, leiamos Daniel 10.20 e o respectivo comentário da fonte acima citada:
E disse: Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Há demônios poderosos designados para atuar sobre as nações do mundo a fim de se oporem às forças de DEUS e promoverem a iniqüidade e a incredulidade entre os habitantes da terra.
Que existe um reino tenebroso, diabólico, organizado no mundo espiritual influenciando as nações e os povos para o mal em todos os sentidos, está patente na Bíblia. O que compete a cada crente é resistir sob o poder vencedor do sangue de JESUS aos ataques do inimigo, equipado com cada peça da armadura de DEUS e o poder do ESPÍRITO SANTO na batalha espiritual.
O fato da Queda. Por sete vezes em Gênesis I, o texto relata que tudo o que DEUS havia feito era bom. No versículo 31 está escrito que “E viu DEUS tudo quanto tinha feito; e eis que era muito bom”. Isso certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando eles foram originalmente criados. Nesse particular, o consenso de destacados mestres é que Ezequiel 28.15 refere-se a Satanás antes da sua queda.
A época de sua queda. Não está revelado na Bíblia o tempo definido da queda dos anjos. Ela deve ter ocorrido antes da criação do homem, já que Satanás entrou no jardim personificado em serpente e induzindo Eva a pecar (Gn 3).
O resultado da queda dos anjos. Todos eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e conduta (Ef 6.11,12; Ap 12.9). Parte deles foram na ocasião lançados no inferno, onde estão acorrentados até o dia do julgamento (2 Pe 2.4). Os demais permanecem em liberdade e agem em oposição à obra dos anjos bons (Ap 12.7-9; Dn 10.12,13,20,21;).
Os males decorrentes da queda dos anjos afetou a criação original. A terra, por exemplo, foi amaldiçoada com o pecado de Adão (Gn 3.17-19). A criação está gemendo por causa dos males terríves oriundos da queda (Rm 8.19-22). A criação tornou-se sujeita ao sofrimento e a múmeras outros males por causa do pecado humano.
Os anjos decaídos, como poderes das trevas são os governantes espirituais deste mundo de trevas e maldade (I Jo 5.19; Ef 2.2,3; 6.12,16; I Pe 5.8,9).
A luta incessante do Diabo contra os santos e contra a obra de DEUS ocorre de diferentes maneiras: Através de pessoas ímpias (2 Rs 6.13-16); por meio de diferentes tipos de tribulações e tentações, perseguições e outros obstáculos à pregação do evangelho, etc. Tanto Satanás como seus agentes do mal não podem ultrapassar os limites traçados pela permissão divina. JESUS disse que “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela igreja ” (Mt 16.18). A palavra “inferno”, na Bíblia Sagrada, aparece no Antigo Testamento como skecl (hb.) e em o Novo Testamento hades (gr.), bem como na Septuagmta, a versão grega do Antigo Testamento, existente nos dias de CRISTO e nos primeiros tempos da igreja. Ambas significam “mundo invisível”, isto é, “o lugar para onde vão os espíritos dos mortos”. Essas palavras nunca são usadas em alusão ao lugar final da habitação desses espíritos, e nem para significar a sepultura, cuja palavra no hebraico é queber.
Olson ensina que além da Bíblia Sagrada, os escritos patrísticos e outras fontes religiosas confiáveis são unânimes em afirmar que o Hades ou Sheol é o lugar para onde vão após a morte os espíritos dos falecidos, no Antigo Testamento, quer dos justos, quer dos injustos (Is 14.9; Lc 16.23). O eminente autor afirmou:
A razão da grande confusão reinante sobre este estudo e mesmo entre as heresias é porque às vezes as palavras gregas e hebraicas referentes ao assunto foram mal traduzidas, por exemplo, “Hades”, que às vezes é confundida com o Lago de Fogo; “queber”, que somente tem a ver com cadáver, confundem com “inferno” que é lugar de espirito; “Abussos” (nogrego), que é tradução do hebraico “Abaddon”, é o “abismo”, mas lugar este diferente do Hades.'0
Citando o erudito Dr. Seiss, Olson prossegue o seu comentário da forma seguinte:
Abaddon e o Abismo parecem ser a morada de demônios, uma espécie de abismo ainda mais profundo do que o Hades... O termo “tártaro” (“tartarus”, no grego), traduzido para “inferno” na Versão Brasileira e em Almeida, em 2 Pe 2.4, que versa sobre anjos decaídos serem lançados nos “abismos” ÍARA) de escuridão, provavelmente refere-se a este mesmo Abussos ou Abismo.21
Ainda segundo o teólogo em apreço, o Lago de Fogo é referido pela palavra hebraica tofete (Is 30.33; Jr 7.31,32) e pela grega geena (Mt 5.22,29,30; 10.28; 23.15,33). Este último termo refere-se literalmente ao Vale de Hinom, um local fora de Jerusalém utilizado como lixeira da cidade, onde se queimavam os cadáveres de criminosos e de animais.
Ali sempre havia fogo aceso, e, por esta razão, esse vale era citado como simbolo da Lago de Fogo que arde eternamente. Um fato também esclarecedor é que no Vale de Hinom, os israelitas quando desviados queimavam seus filhos em sacrifício a Moloque, o deus pagão dos amonitas, fenícios e cananeus.
Uma vez sabendo-se que os anjos maus que estão em liberdade, como agentes de Satanás, habitam no elevadíssimo espaço sideral (Ef 2.2; 6.12), vejamos o seu destino após o grande julgamento do Trono Branco. Para essa explicação, recorremos mais uma vez a Olson que nos diz:
Uma vez que o Hades é lançado no Lago de Fogo, e que os anjos decaídos serão julgados no grande dia de julgamento, concluímos que o Abismo também será lançado no Lago de Fogo; formando desta maneira um só Inferno eterno. O texto de Mt 25.41 confirma este pensamento porque vemos os homens e os anjos sofrendo juntos.—
Quem são os demônios
Esta parte da Angelogia que trata dos demônios é denominada demonologia. A Palavra de DEUS trata sumariamente desses seres infernais. Eles podem estar em todo lugar, pois são numerosos e altamente organizados. Por serem reais, podem ser contados (Lc 8.2,30). Satanás é o comandante deles.
Satanás, com um exército inumerável desses seres invisíveis procura se infiltrar nos lares, escolas, instituições, igrejas, governos, empresas, culturas de nações, etc., com o objetivo de enganar, corromper, envilecer, desmoralizar, insensibilizar, desumanizar, brutalizar o ser humano, que é o seu maior alvo de destruição, tentando fazer com que ele não se achegue ao seu Criador, e Redentor, o DEUS único, bondoso e eterno.
Questões como estas são constantemente apresentadas: O que leva uma pessoa ao suicídio? Por que alguém, aparentemente sem motivos, extermina todos os seus parentes mais próximos de uma forma bárbara e tenebrosa? Por que tantos crentes não abandonam os prazeres efêmeros e pecaminosos da carne e se dedicam ao Senhor e à sua obra?
Porque tantas pessoas não sentem desejo mcontido e constante de ler a Bíblia Sagrada? Qual o verdadeiro motivo que leva um homem e uma mulher casados optarem por separação judicial ou através do divórcio? O que está por trás milhões de crianças abandonadas em todo o mundo, sem a assistência e o carinho de seus pais?
Os demônios não são culpados de todas as coisas ruins que assolam a humanidade, porém, eles estão por trás da maioria das desgraças e flagelos que se abatem sobre os seres humanos.
Modismos enganosos. E repulsivo e estarrecedor que em alguns segmentos pen- tecostais, mormente entre os denominados neopentecoastais, estejam ocorrendo
há algum tempo distorções e aberrações doutrinárias com destaque na área do demomsmo. Em grande parte elementos que lidam com libertação de endemo- ninhados divulgam mais a atuação dos demônios do que a Palavra de DEUS. Um alerta ao crente sobre isso acha-se em Apocalipse 2.24.
E deveras oportuna a explicação de Stanley Horton sobre essa questão:
... ao lermos a Bíblia, percebemos como é notável a total ausência de semelhantes especulações e práticas. A Bíblia encoraja-nos a resistir as forças enganadoras das trevas, e não estudá-las e amarrá-las. Nenhum esforço éfeito na Bíblia para levar-nos a conhecer melhor o Diabo. O enfoque exclusivo recaí em conhecer melhor a DEUS, resistindo, ao mesmo tempo, quaisquer tentativas de Satanás de obter a nossa atenção. Submeter-se a DEUS e resistir ao Diabo ê o conselho que Tiago nos deu (Tg 4.1).
Quando JESUS comissionou os discípulos para realizarem a missão evangeli- zadora, Ele lhes outorgou autoridade e poder sobre todos os demônios (Lc 9.1; 10.19) e sobre toda enfermidade e todo mal (Mt 10.1).
O Antigo Testamento faz referência aos demônios (Lv 17.7; 2 Cr II.15; Dt 32.17; SI 106.37). O Novo Testamento menciona repetidas vezes a palavra “demônio”, significando espírito maligno.
Belzebu é o príncipe dos demônios (Mc 3.22). A Bíblia Sagrada silencia sobre a origem dos demônios. Por certo, como explica Antonio Gilberto, “isto faz parte do mistério que envolve a origem do mal (Dt 29.29; I Co 4.5; Ap 2.29)”.23 Alguns entendem que os demônios são anjos caídos que pecaram juntamente com Satanás. Os religiosos fariseus, bem como os escribas diferençavam entre anjo e espírito (At 23.8,9).
O historiador judeu Flávio Josefo asseverou que nas escolas teológicas judaicas dos fariseus, principalmente, era ensinado que os demônios, capazes de possuir e de controlar um corpo vivo, são espíritos de mortos partidos deste mundo, especialmente aqueles de caráter vil e de natureza perversa.24
No Novo Testamento, além dos Evangelhos, há referências aos demônios. Em I Coríntios 10.19-21, o apóstolo Paulo discorre sobre as práticas tenebrosas dos gentios incrédulos, adorando a demônios representados por ídolos, em suas reuniões devotadas à idolatria. Ele adverte à igreja sobre a infiltração de tal satanismo nas reuniões de Ceia do Senhor. Ver também no Novo Testamento, os textos de Mt 4.24; 8.16; Mc 1.32-34; Lc 4.41; 6.18; 7.21; 8.2, 27-33; 9.1; 10.17; At 16.16-18; 19.16; I Tm 4.1; Tg 2.19; Ap 9.20; 16.14. Ver amda, no Antigo Testamento: 2 Cr 18.21; Is 8.19; Os 4.12; 5.4; Zc 13.2.
Diferenças entre demônios e anjos caídos. N. Laurence Olson discorre sobre uma das diferenças entre demônios e anjos decaídos:
... os primeiros são espíritos desencarnados, isto é, sem corpo; enquanto os outros [anjos] possuem um corpo espiritual (Lc 20.35,36). E evidente que os demônios não possuem corpos porque estão constantemente procurando entrar nos corpos dos homens afim de usá-los como se fossem seus (Mc 9.25; Mt 12.43-45). Em Mt 8.31 notamos que eles (os demônios) aposssaram-se até dos corpos dos porcos.25
Os demônios estão sob a autoridade de Satanás (Mt 12.24b; Ef 6.12). Eles sabem quem é JESUS (Mc 1.24), conhecem o seu destino final (Mt 8.29), conhecem, a verdade fundamental do monoteísmo bíblico (Tg 2.19) e também possuem um sistema doutrinário atraente, permissivo, maligno, enganador (I Tm 4.1-2).
Os demônios são a força motriz promotora da idolatria; daí, adorar falsos deuses é praticamente o mesmo que adorar demônios. “Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a DEUS. E não quero que sejais participantes com os demônios” (I Co 10.19,20).
Grande parte da atvidade destruidora de Satanás é delegada a inumeráveis demônios. Eles podem habitar no corpo dos incrédulos (Mt 1.32,34,39; 3.11,15; 6.7.13; 16.17; Lc 4.41; 8.29,30). São capazes de falar através das vozes das pessoas que eles possuem (At 19.15; 16.17,18; Mc 1,26; At 8.1).
Nestes últimos tempos que precedem a volta de JESUS, os demônios desenvolvem intensa atividade na propagação do ocultismo, da imoralidade, da violência e da crueldade. Eles atacarão de muitas maneiras, através de muitos métodos e meios, a Palavra de DEUS e a sã doutrina (Mt 7.22,23; 24.24; 2 Co 11.14,15; I Tm 4.1). Uma mtensa e maior atividade dos demônios acontecerá nos dias do predomínio do Anticristo e seus seguidores (2 Ts 2.9-11; Ap 13.2-8; 16.13,14). Essa ação maligna e destruidora em todas as camadas, atividades e instituições da sociedade já ocorre encobertamente nos dias atuais. “Porque já o mistério da injustiça opera” (2 Ts 2.7).
DEUS revelou ao apóstolo João, conforme lemos em Apocalipse 9.1-3, o que acontecerá por ocasião da Grande Tnbulação, quando for tocada a quinta trombeta:
E o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; efoi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como a fumaça de uma grande fornalha e, com a fumaça do poço, escureceu-se o sol e o ar. E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; efoi-lhes dado poder como o poder que têm os escorpiões da terra.
Esses seres infernais podem ser uma espécie desconhecida de agentes demoníacos sob Satanás para aqueles tempos de juízo divino sobre a humanidade impenitente, que recusando sempre o convite de DEUS para a salvação, encheu a medida de seus pecados (cf. I Ts 2.16; Gn 15.16; }o I2.39.4CT.
Orlando S. Bover chama a atenção para um detalhe, no mínimo curioso, ao lembrar que os gafanhotos (insetos) não têm rei (Pv 30.27), mas esses de Apocalipse 9 “tinham sobre si rei” (v. II). São de Bover estas palavras:
O nosso Rei se ebama JESUS, isto é, Salvador. Mas o rei sobre esses demônios, na forma de gafanhotos, chama-se em hebreu Ahadom (“destruição” ' e em grego, Apoliom (“destruição”). Esse rei ficará obcecado com seu desejo de levar seus exércitos para destruírem o mundo.26
N. Lawrence Olson, por sua vez, acredita tratar-se de uma horda inumerável de demônios encarnados semelhantes a gafanhotos, infernais e aterradores. A Bíblia — a revelação divina — não desce a detalhes sobre esses seres misteriosos. Devemos silenciar onde a Bíblia assim o faz.
JESUS e os demônios. Em seu ministério terreno, JESUS sempre desfez e anulou o poder de Satanás e o demonismo, pois Ele veio ao mundo para desfazer as suas obras. “Quem comete pecado é do Diabo, porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o filho de DEUS se manifestou: para desfazer as obras do Diabo” (I Jo 3.8).
JESUS derrotou Satanás, no deserto, ao ser por ele tentado; também o venceu ao expulsar os demônios e, de modo pleno, através da sua morte e ressurreição (Jo 12.31; 16. II; Cl 2.15; Hb 2.14). Ele aniquilou o domínio de Satanás.
Possessão demoníaca. Esse fato horroroso ocorre quando um ou mais demônios ocupam e habitam o corpo de uma pessoa, exercendo controle e influência diretos sobre ela, com prejuízo para suas funções mentais, emocionais, nervosas e físicas. Samuel Costa — psicólogo clínico e professor de teologia no Rio de Janeiro —, ao tratar do transtorno de transe e possessão demoníaca, de uma pessoa, afirma, referindo-se ao Código Internacional das Doenças (CID-IO), que há no endenoninhado uma perda temporária tanto do senso de identidade pessoal quanto da consciência plena do ambiente em que ela se encontra.
Segundo Costa, em alguns casos, a pessoa age como se fosse outra personalidade, espírito, divindade ou “força”. Tomando por base o espírito do homem, o autor afirma:
transe é o estado de mediumdade que algumas pessoas apresentam quando incorporam algum “espírito”ou “entidade”.
Sérglas, citado por Isaías Paim, discorre que “na clínica observa-se que a possessão é acompanhada do sentimento de desdobramento da personalidade e se manifesta em sua forma típica no delírio de possessão demoníaca. Nesses casos, o enfermo não só escuta a voz do demônio e sofre as suas injúrias, como o traz consigo; ele se tornou a sua morada, ê seu escravo e deve obedecer a sua vontade, executa os atos que ele determina; não tem domínio nem mesmo sobre os seus pensamentos. Somente o demônio fala, age, pensa, sem que o possuído possa se opor à sua poderosa influência ”.
Costa presta uma grande contribuição para melhor compreensão do assunto de possessão demoníaca, ao fazer menção de trecho do livro Cape- lania Hospitalar Cristã, de autoria de Damy Ferreira e Liswaldo Mario Ziti, Capelães do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher na UNICAMP, quando os mesmos discorrem sobre algumas características de uma possessão demoníaca:
Quando o endemoninhado ouve na oração o nome de JESUS, geralmente ele fala; quando está incorporado na pessoa, fala usando a terceira pessoa. Ex.: incorporado numa mulher,o demônio pode dizer: “ela ê minha”. Ele nunca fala como se fosse a própria pessoa; o tom de voz é modificado. Não aparece a voz da pessoa; a pessoa adquire força excepcional; nenhum remédio, nem mesmo fortes injeções conseguem debelar o mal; geralmente, quando o Diabo saí, a pessoa não fca debilitada; tudo parece normal e ela nem fca sabendo o que aconteceur''
JESUS mostra em Lucas 13.II, que certas enfermidades são efeito direto da ação ou opressão de demônios. No caso da mulher paralítica, mencionada no texto de Lucas 13.10-16, que ocorreu dentro de uma sinagoga, o seu sofrimento provinha de um espírito, ou seja, de um emissário de Satanás.
As pessoas que se envolvem com espiritismo, magia, feitiçaria, estão lidando com espíritos malignos, ficando abertas à possessão demoníaca (At 13.6-10; 19.19; G1 5.20; Ap 9.20,21). Os judeus estavam terminantemente proibidos por DEUS, sob pena de morte, de se comunicarem com os espíritos familiares (Lv 20.6,27; Dt 18.10,11; Is 8.19).
No caso do rei Saul e a feiticeira de En-Dor (I Sm 28.6-25), o que ocorreu na realidade foi uma sessão espírita na qual atuou um espírito demoníaco familiar, personificando e fingindo ser o profeta Samuel, o qual havia morrido cerca de dois anos antes. Quem falava não era Samuel, mas o demônio que conhecia Saul, como conhecera o próprio Samuel, bem como sua história anterior.
JESUS ensinou que é impossível aos mortos comunicarem-se com os vivos aqui nesta terra. Há um abismo intransponível entre as duas partes do Hades (Lc 16.26-31).
JESUS investiu seus discípulos de autoridade divina para a expulsão de todo tipo de demônio (Lc 9.1), mas os discípulos precisavam de fé em DEUS para terem êxito nesta missão (Mt 17.18-21; Mc 9.25-29). Oração e jejum dos discípulos podem ser também um requisito para a expulsão de demônios, como revela o último versículo das duas passagens supra mencionados.
Há casos em que há necessidade da fé de outras pessoas para que ocorra a libertação de alguém (Mc 9.23,24; cf. Mc 6.6,7).
JESUS faz um solene alerta àquelas pessoas antes possessas por espíritos malignos e que receberam a libertação:
Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele; e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem épior do que o primeiro (Lc l 1.24-26 cf. Mt 12.43.45).
O fato de uma pessoa ter sido liberta pelo poder de DEUS, de espírito maligno, não a torna sempre imune aos ataques de Satanás. O espírito imundo (demônio) tendo sido expulso, fará tudo para retornar à mesma pessoa que antes ele possuía (Lc 11.24b,25), mas Ele não poderá retornar, se essa pessoa estiver integralmente ocupada pelo ESPÍRITO SANTO (I Co 6.19; 2 Co 6.16).
O crente e os demônios. Nenhum crente verdadeiro, em quem habita o ESPÍRITO SANTO, pode ficar endemoninhado. O ESPÍRITO e os demônios nunca poderão habitar no mesmo corpo (Jo 14.23; I Co 6.19; Tg 3.11,12).
As Sagradas Escrituras ensinam que um crente fiel, sendo templo de DEUS e do ESPÍRITO SANTO não pode ser habitado por demônios:
E que concórdia há entre CRISTO e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?
E que consenso tem o templo de DEUS com os ídolos? Porque vós sois o templo do DEUS vivente, como DEUS disse: Neles habitarei e entre eles andarei; eu serei o seu DEUS, e eles serão o meu povo (2 Co 6.15,16).
O nosso ser inteiro, como diz a Escritura é templo do ESPÍRITO SANTO. Assim sendo, o templo do nosso ser não deve admitir ser habitado por admitir ídolos. “E que consenso tem o templo de DEUS com os ídolos? Porque vós sois o templo do DEUS vivente” (2 Co 6.16). Referimo-nos aqui aos ídolos no coração, dos quais falou o profeta Ezequiel (14.3-7) e também o apóstolo João (I Jo 5.20).
crente vivendo em comunhão com CRISTO, recebe dEle poder e autoridade sobre os espíritos malignos, mesmo os de maior poder do mal: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum”. (Lc 10.19).
Uma comparação desta passagem com a de Salmos 91.13 ensina-nos que palavras “serpentes” e “escorpiões” referem-se aos mais poderosos e perigosos poderes do mal.Tudo isso está sujeito à autoridade de um crente, desde que a sua espiritualidade seja genuína e sua vida esteja de acordo com a Palavra de DEUS.
Conclusão
Anjos de DEUS são “espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb I.14). Estão continuamente conosco, guardando-nos, encorajando-nos e ajudando-nos. Agradeçamos a DEUS pelo seu amor e solicitude, inclusive pelo no ministério dos seus anjos a nosso favor. “Se DEUS é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31, 37-39)
Ao estudarmos este assunto das Escrituras, podemos conhecer melhor nosso Inimigo, sabermos também dos recursos do arsenal de DEUS que estão a nossa disposição e que o DEUS forte fortalece o seu povo e os livra e os guarda das, e nas tribulações.
Não podemos suplantar as distorções sobre a Angelologia fugindo delas; a igreja deve conhecer a verdade bíblica sobre este assunto para explorar o real valor dos anjos de DEUS e sua missão entre nós. Infelizmente, a igreja não tem valorizado devidamente a Angelologia. É, pois, muito raro ouvirmos um sermão bíblico, não-especulativo, e sim, expositivo, sobre o assunto. E os bons livros auxiliares a respeito são poucos. Tudo isso dificulta o estudo e a devida compreensão do assunto.
Esperamos que este capítulo sobre o assunto contribua para a continuação do seu estudo, resultando em um maior esclarecimento da doutrina em consideração.
Questionário
Onde podemos encontrar informações sobre os anjos?
Qual é o perigo da fascinação pelos anjos?
Quem são os anjos?
Assinale a alternativa errada:
Os saduceus acreditavam em anjos.
Os saduceus não acreditavam em anjos.
Os saduceus não só acreditavam nos anjos como também na ressurreição.
Os saduceus só acreditavam nos anjos, e não na ressurreição.
Nenhuma das anteriores.
Qual é o título da mais brilhante especulação sobre os anjos já escrita, e que é o seu autor?
De acordo com Lewis Sperry Chafer, os anjos são mencionados mais de cem vezes no Antigo Testamento, e mais de 160, no Novo. Cite pelo menos dez passagens de cada Testamento em que os seres angelicais aparecem.
Quando os anjos foram criados?
Quais são as categorias angelicais mencionadas nas Escrituras?
O que a Palavra de DEUS diz sobre arcanjos? Existe uma classe específica de arcanjos? Quantos arcanjos existem? Qual é o nome de cada um deles, segundo as Escrituras?
Faça um comentário sobre querubins e serafins. Defina essas duas categorias, relacionando as suas possíveis semelhanças e principalmente as suas diferenças.
Cite pelo menos três designações específicas dos anjos, incluindo para cada uma delas referências bíblicas.
A expressão bíblica “anjo do Senhor” refere-se a quem, na maioria das suas ocorrências? Explique a sua resposta.
Na Bíblia há referências a anjos da guarda? Por quê?
Qual é a diferença entre Lúcifer e Satanás?
O Diabo é um ser real? Se o é, mencione pelo menos três passagens bíblicas que confirmem a sua existência.
Qual é a abrangência da atuação de Satanás e seus agentes?
Quem são os anjos caídos? Onde e como surgiram?
A passagem de Apocalipse 12.4 refere-se ao passado ou ao futuro? Responda a pergunta fazendo uma análise desse texto à luz do contexto.
Quem são os demônios? Qual é a sua origem?
Os demônios podem influenciar nossos pensamentos e emoções? Como? Um servo de DEUS pode ficar endemoninhado, ou a influência que sofre é tão-somente externa? Satanás diante de DEUS; Satanás Recebe a Permissão para Atormentar Jó. Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Jó 1. 6-12
Jó não era apenas muito rico e importante, mas também muito sábio e bom, e tinha importância tanto no céu como na terra, a ponto de se poder crer que a montanha de sua prosperidade era tão sólida que não poderia ser movida; mas aqui temos nuvens espessas concentrando-se sobre a sua cabeça, carregadas com uma tempestade horrível. Nunca deveremos nos considerar a salvo de tempestades enquanto estivermos neste mundo inferior. Antes que nos seja dito como esses transtornos o surpreenderam e se apossaram dele aqui neste mundo visível, nos foi contado como foram planejados no mundo espiritual, pois o diabo, tendo uma grande inimizade por Jó devido à sua manifesta devoção, pediu e obteve a permissão para atormentá-lo. Alguns pensam que de forma alguma diminui a credibilidade da história de Jó, de um modo geral, considerar que esta discussão entre DEUS e Satanás, nestes versículos, seja parabólica, assim como a de Micaías (1 Rs 22.19ss) e uma alegoria planejada para representar a maldade do diabo contra os homens bons e o controle e limitação divinos sob os quais ela se encontra; e alguns interpretam deste modo. Mas quer este diálogo tenha sido literal ou não, ele indica algo muito importante: que os acontecimentos desta terra estão sujeitos às deliberações do mundo espiritual. Esse mundo é misterioso para nós, mas estamos muito expostos a ele. Agora temos aqui:
I
Satanás entre os filhos de DEUS (v. 6), um inimigo (esse é o significado de Satanás) de DEUS, dos homens, e de todo o bem: ele forçou a sua entrada em uma congregação dos filhos de DEUS que veio para se apresentar diante do Senhor. Isso significa: 1. Uma reunião dos SANTOs na terra. Adeptos da religião, na era patriarcal, eram chamados de “Os filhos de DEUS” (Gn 6.2); eles promoviam então assembléias religiosas em épocas determinadas para a sua realização. O Rei vinha para encontrar os seus convidados; os olhos de DEUS estavam sobre todos os presentes. Mas havia uma serpente no paraíso, um Satanás entre os filhos de DEUS; quando eles se reuniram, o inimigo se posicionou entre eles para confundi-los e perturbá-los, e procurou se colocar ao lado direito deles para se lhes opor. O Senhor te repreenda, Satanás! Ou: 2. Uma reunião dos anjos no céu. Eles são os filhos de DEUS, Jó 38.7. Eles vieram prestar contas das suas atividades na terra e receber novas instruções. Satanás era originalmente um deles; Mas como caíste, Ó Lúcifer! Ele não fará mais parte dessa congregação, porém ainda assim está aqui representado, como se comparecesse entre eles, ou como se fosse intimado a comparecer como um criminoso ou alguém que é tolerado momentaneamente, embora não passe de um intruso.
II
Seu interrogatório, como ele veio até ali (v. 7): O Senhor disse a Satanás: De onde vens? Ele sabia muito bem de onde o inimigo vinha, e com qual intenção ali chegou, que assim como os anjos bons vinham para fazer o bem, ele vinha em busca de uma autorização para fazer o mal; mas ao chamá-lo para prestar contas, lhe mostraria que ele estava sob controle e autoridade. De onde vens? O precioso e bendito Senhor faz essa pergunta: 1. Como se estivesse desejando saber o que o trouxe ali. Está Saul entre os profetas? Satanás entre os filhos de DEUS? Sim, pois ele se transforma em um anjo de luz (2 Co 11.13,14), e pareceria um deles. Note que é provável que um homem possa ser um filho do diabo e ainda assim ser encontrado nas reuniões dos filhos de DEUS neste mundo, e lá passar despercebido aos homens, mas ainda assim será identificado pelo DEUS que tudo vê. Amigo, como entraste aqui? Ou: 2. Como se estivesse indagando o que ele andara fazendo antes que entrasse ali. Talvez essa mesma pergunta tenha sido feita ao restante daqueles que se apresentaram perante o Senhor, “De onde vieste?” Devemos prestar contas a DEUS de todos os lugares que freqüentarmos e de todos os caminhos que percorrermos.
III
O relato que ele faz de si mesmo e do passeio que havia feito. Eu venho (diz ele) de passear por aqui e por ali na terra. 1. Ele não podia fingir que havia estado fazendo qualquer bem, não podia prestar contas de si tal como os filhos de DEUS, que se apresentaram diante do Senhor, que haviam cumprido as suas ordens, servindo aos interesses do seu reino, e ajudando os herdeiros da salvação. 2. Ele não admitiria que estivera praticando qualquer mal, que estivera atraindo os homens para longe da fidelidade a DEUS, ludibriando e destruindo almas; não. Não cometi maldade, Provérbios 30.20. Teu servo não foi a lugar nenhum. Ao dizer que havia andado por aqui e por ali na terra, ele declarava que havia se conservado dentro dos limites a ele designados, e não os havia ultrapassado; pois o dragão foi jogado na terra (Ap 12.9) e ainda não foi confinado ao seu local de tormento. Enquanto estamos nesta terra estamos dentro do seu alcance. E o inimigo penetra com tamanha sutileza, rapidez e determinação em todos os cantos desta terra, que não podemos estar a salvo de suas tentações em lugar nenhum, pelas nossas próprias forças ou recursos. 3. Ainda assim, ele parece dar algumas demonstrações de seu próprio caráter. (1) Talvez isso seja dito de uma forma orgulhosa, e com um ar de arrogância, com se fosse realmente o soberano deste mundo, como se os reinos deste mundo e as suas glórias fossem dele (Lc 4.6), e agora tivesse andado no circuito de seu próprio território. (2) Talvez isto tenha sido dito com irritação e descontentamento. Ele havia andado para lá e para cá, e não pode encontrar descanso; era um fugitivo e um nômade como Caim na terra de Node. (3) Outra possibilidade é que tenha sido dito cuidadosamente: “Eu tenho trabalhado arduamente, indo para lá e para cá”, ou (como alguns interpretam) “procurando em toda parte na terra”, realmente em busca de uma oportunidade para fazer o mal. Ele caminha até os limites permitidos buscando a quem possa destruir. Cabe a nós, portanto, sermos sensatos e vigilantes.
IV
A pergunta que DEUS lhe faz a respeito de Jó (v. 8): Observaste tu a meu servo Jó? É como quando nos encontramos com alguém que esteve em um lugar distante, onde temos um amigo a quem muito amamos, e ficamos desejosos de dizer: “Estiveste em tal lugar; diga-me, acaso viste lá o meu amigo?” Observe: 1. A maneira tão honrosa que o Senhor DEUS utiliza para se referir a Jó: Ele é meu servo. Os homens bons são servos de DEUS, e Ele fica feliz por se considerar reverenciado nas cerimônias religiosas deles, e eles lhe são por nome e por louvor (Jr 13.11) e uma coroa de glória, Isaías 62.3. “Aquele é o meu servo Jó; não há ninguém como ele, ninguém que Eu valorize como ele dentre todos os príncipes e soberanos da terra; alguém tão SANTO como ele é, vale por todos eles: não há ninguém como ele em probidade e seriedade de devoção; muitos agem bem, mas ele excede a todos eles; não pode ser encontrada uma fé tão grande, não, nem mesmo em Israel”. Desse modo CRISTO, muito tempo depois, elogiou o centurião e a mulher de Canaã, que eram ambos, como Jó, estranhos àquela comunidade. Os SANTOs se gloriam em DEUS – Quem é como tu, entre os DEUSes? E Ele se agrada em gloriar-se neles – Quem é como Israel entre os povos? Da mesma forma aqui, não há ninguém como Jó, ninguém na terra, esse caos de imperfeição. Aqueles que vivem no céu realmente o excedem muito em brilho; aqueles que são menores naquele reino são maiores do que Jó; mas na terra não há ninguém igual a ele. Não há ninguém como ele nessa terra; assim, alguns bons homens são a glória das suas nações. 2. Com que detalhes o Senhor DEUS descreve o bom caráter de Jó: Observaste meu servo Jó? Ele visa, com isso: (1) Agravar a apostasia e a miséria daquele ESPÍRITO iníquo: “Quão diferente dele és tu!” Note que a santidade e a felicidade dos SANTOs são a vergonha e o tormento do diabo e de seus filhos. (2) Responder à ostentação do aparente domínio que o diabo tem nesta terra. “Estive passeando por aqui e por ali”, diz ele, “e é tudo meu; toda carne corrompeu o seu caminho; eles todos se sentam tranqüilos, e em descanso, em seus pecados”, Zacarias 1.10,11. Mas, é como se o Senhor DEUS estivesse dizendo: Nem todos se corromperam; Jó é meu servo fiel. Satanás pode se gabar, mas não triunfará. (3) Antecipar as suas acusações, como se tivesse dito: “Satanás, Eu conheço a tua missão; vieste falar contra Jó; mas será que o observaste? O caráter inquestionável dele não te desmente?” Note que DEUS conhece toda a maldade, malícia, e os instrumentos do diabo que são empregados contra os seus servos; e temos um Advogado pronto para comparecer em juízo a nosso favor, até mesmo antes que sejamos acusados.
V
A vil insinuação do diabo contra Jó, em resposta ao elogio que DEUS tecera a respeito dele. Ele não podia negar que Jó temia a DEUS; entretanto, insinuou que ele era um interesseiro em sua religião, e, conseqüentemente, um hipócrita (v. 9): Porventura, teme Jó a DEUS debalde? Observe: 1. Como o diabo ficava descontente ao ouvir Jó ser exaltado, ainda que fosse o próprio DEUS a exaltá-lo. São como o diabo, aqueles que não suportam que alguém, senão eles, seja elogiado, e invejam a justa reputação que outros têm, tal como Saul (1 Sm 18.5, e passagens paralelas) e os fariseus, Mateus 21.15. 2. Quão perturbado o diabo ficou em busca de algo para acusar Jó; ele não podia acusá-lo de qualquer coisa que fosse ruim, e por isso o acusou de ter segundas intenções ao fazer o bem. Se fosse verdade a metade daquilo de que os seus amigos irritados o acusaram no calor da discussão (Jó 15.4, 22.5), Satanás teria, sem dúvida, apresentado isto contra ele agora; mas não havia nada a alegar contra aquele homem de DEUS. E então: 3. Veja com que astúcia ele o acusava de ser hipócrita, não afirmando que ele fosse assim, mas apenas perguntando: “Não é ele assim?” Este é um método comum que os difamadores, murmuradores e caluniadores adotam para, por meio de perguntas, insinuar aquilo que eles ainda não têm nenhuma razão para pensar que seja verdade. Note que não é de estranhar que aqueles que são aprovados e aceitos por DEUS sejam injustamente criticados pelo diabo e pelos seus agentes; se eles são por outro lado irrepreensíveis é fácil acusá-los de hipocrisia, como Satanás acusou Jó, e eles não têm nenhuma maneira de inocentar-se, a não ser esperar pacientemente pelo julgamento de DEUS. Como não há nada que devamos temer mais do que sermos hipócritas, da mesma forma não há nada que devamos temer menos do que sermos chamados e acusados sem razão. 4. Quão injustamente o diabo o acusou de ser um interesseiro, um mercenário, para provar que ele era um hipócrita. Era uma grande verdade que Jó não temia a DEUS inutilmente; ele ganhou muito através disso, pois a religiosidade é um grande benefício: mas dizer que ele não teria temido a DEUS se não houvesse conseguido nada através disso, era uma calúnia, como os fatos demonstraram. Os amigos de Jó acusavam-no de hipocrisia porque ele estava extremamente aflito; e Satanás o acusou porque ele prosperou muito. Para esses não é algo difícil caluniar, pois buscam constantemente uma oportunidade para fazê-lo. Ter sempre em vista a recompensa eterna pela nossa obediência não é ser interesseiro, nem mercenário; mas visar ganhos materiais em nossa religião, tornando-a subserviente a eles, é idolatria espiritual, é adorar mais a criatura do que o Criador, e é provável que termine em uma apostasia fatal. Os homens não podem servir a DEUS e a mamom por muito tempo.
VI
A queixa que Satanás fez com respeito à prosperidade de Jó, v.10. Observe: 1. O que DEUS havia feito por Jó. Ele o havia protegido, feito uma cerca ao seu redor, para a defesa da sua pessoa, da sua família, e de todas as suas posses. Note que as pessoas escolhidas por DEUS são postas sob a sua proteção especial, elas e tudo o que lhes pertence; a graça divina cria uma cerca em torno de sua vida espiritual, e a providência divina também se mantém ao redor da sua vida secular e carnal; desse modo elas estão seguras e tranqüilas. O precioso e bendito Senhor havia tornado Jó um homem próspero, não em ociosidade ou injustiça (o diabo não poderia acusá-lo disso), mas no caminho de uma diligência honesta: “A obra de suas mãos abençoaste”. Sem essa bênção, mesmo que as mãos sejam muito fortes, e muito hábeis, o trabalho não prosperará; mas, com isso, o seu patrimônio aumentou admiravelmente na terra. A graça do Senhor enriquece: até mesmo Satanás reconhece isso. 2. Como o diabo observou esta realidade, e de que maneira tentou utilizá-la contra Jó. O diabo fala disso com desgosto. Em outras palavras, “Vejo que tens posto uma sebe ao redor dele, à sua volta”; é como se o inimigo estivesse rodeando o homem de DEUS para ver se descobriria uma única brecha, através da qual poderia adentrar para fazer-lhe mal; mas ele ficou decepcionado: era uma cerca completamente fechada. O diabo percebeu isso e ficou aflito, e argumentou contra Jó que a única razão pela qual ele servia a DEUS era o favorecimento que recebia. Era como se o inimigo estivesse dizendo: “Um homem não merece nenhum elogio por ser leal a uma autoridade que o privilegia, e por servir a um Senhor que o recompensa tão bem”.
VII
A prova da hipocrisia e do “mercenarismo” da devoção de Jó, que Satanás se compromete a fornecer se puder ter, pelo menos, a permissão para despojá-lo de sua riqueza. “Vamos colocar esta situação”, diz ele (v. 11); “torna-o pobre, desaprova-o, torna a tua mão contra ele, e então verás onde estará a sua religião; toca no que é dele, e então aparecerá o que ele realmente é. Veja se não blasfemará de Ti na tua face! Se não for assim, que em mim não se creia, e sim que eu seja designado como mentiroso e falso delator. Que eu pereça se ele não blasfemar de Ti”; assim alguns completam a imprecação que o próprio diabo modestamente ocultou, mas que os blasfemadores profanos da nossa época manifestam abertamente de uma forma insolente e audaciosa. Observe: 1. O quão maliciosamente o diabo fala da aflição com a qual desejava que Jó pudesse ser testado: “Toca-lhe em tudo quanto tem, começa por ele, apenas ameaça torná-lo pobre; um pequeno sofrimento mudará a sua conduta”. 2. O quão malignamente ele fala do abalo que isso provocaria em Jó: “Ele não apenas permitirá que desmorone a sua devoção, mas a transformará em um desafio declarado – não somente pensará mal de Ti, mas até mesmo blasfemará de Ti na tua face”. A palavra traduzida como maldição é barac, a mesma que comumente e originalmente significa abençoar; mas amaldiçoar a DEUS é algo tão ímpio que a linguagem sagrada não aceitaria tal palavra: mas onde o sentido o exigir, ela deve ser entendida assim, em sua forma literal 1 Reis 21.10,13, onde a palavra é empregada com respeito ao crime imputado a Nabote, que blasfemou contra DEUS e contra o Rei. Assim sendo: (1) É provável que Satanás acreditasse que se Jó fosse empobrecido, renunciaria à sua religião e, portanto abandonaria a sua profissão de fé, e nesse caso (como um culto cavalheiro observou na sua obra Mount of Spirits) Satanás teria completado o seu próprio império universal entre os filhos dos homens. DEUS declarou que Jó era o melhor homem então vivo: entretanto, se Satanás pudesse provar que aquele homem era um hipócrita, concluir-se-ia que DEUS não possuía um servo fiel entre os homens e que não havia no mundo algo como uma devoção verdadeira e sincera, que a religião era um logro completo, e que Satanás era rei de facto – de fato, sobre toda a humanidade. Mas neste episódio ficou claro que DEUS conhece aqueles que são seus, e não se engana a respeito de nenhum deles. (2) Todavia, se Jó conservasse a sua devoção, Satanás teria a satisfação de vê-lo extremamente atormentado. Ele odeia os homens bons, e se deleita nas aflições destes, tanto quanto DEUS tem prazer na prosperidade deles.
VIII
A permissão que DEUS concedeu a Satanás para afligir Jó como um teste da sua sinceridade. Satanás desejava que DEUS fizesse isso: Estende tua mão agora. DEUS autorizou-o a fazê-lo (v. 12): “Tudo quanto tem está na tua mão; torna o teste tão severo quanto puderes; faça a ele o teu pior”. Agora: 1. É de admirar que DEUS concedesse a Satanás uma autorização tal como essa, que entregasse a alma dessa pomba na mão do inimigo, um cordeiro como esse para um leão como aquele; mas Ele o fez para a sua própria glória, para a honra de Jó, para a explicação da Providência, para o encorajamento do seu povo aflito em todas as eras, e para criar um caso que, sendo julgado, poderia ser um precedente útil. Ele permitiu que Jó fosse testado, assim como permitiu que Pedro fosse peneirado, mas tomou os cuidados necessários para que a sua fé não lhe faltasse (Lc 22.32) e que a prova desta fosse encontrada em louvor, honra e glória, 1 Pedro 1.7. Mas, 2. É um grande consolo que DEUS tenha o diabo preso, e em uma grande corrente, Apocalipse 20.1. Ele não podia atormentar Jó sem a permissão que pediu e obteve de DEUS, e não mais do que aquilo que tinha obtido: “Somente contra ele não estendas a tua mão; não interfira no corpo dele, mas apenas em suas posses”. É um poder limitado o que o diabo possui; ele não tem poder para perverter os homens senão o que eles próprios lhe conferem, nem poder para afligi-los a não ser o que lhe é concedido de cima.
IX
A partida de Satanás dessa reunião dos filhos de DEUS. Antes que eles se dispersassem, Satanás saiu (como Caim, Gênesis 4.16) da presença do Senhor; ele não se deteve por mais tempo na presença do Rei (como Doegue, 1 Samuel 21.7) do que o necessário para que tivesse concluído o seu intento maligno. Ele saiu: 1. Contente por ter alcançado o seu objetivo, e orgulhoso da permissão que recebera para fazer mal a um homem bom; e, 2. Decidido a não perder tempo, e colocar rapidamente o seu projeto em prática. Ele saia agora, não para ir de um lado para o outro, perambulando pela terra, mas com um rumo certo: lançar-se sobre o pobre Jó, que está cuidadosamente prosseguindo no caminho do seu dever, e nada sabe do assunto. Não temos conhecimento daquilo que ocorre entre os bons e os maus ESPÍRITOs com respeito a nós. Bibliografia.Donald G. Barnhouse, The Inuisible War, Grand Rapíds. Zondervan, 1965.Lewis S Chafer, Satan, Chicago. Moody, 1942.Werner Foerster e Gerhard von Rad, “Diabolos”, TDNT, II, 72-81.F. C. Jennings, Satan. His Person, Work, Place and Destiny, Nova York.A C. Gaebelein, s.d. MerrillF. Unger, Biblical Demonology, 2a ed., Wheaton, III.. Van Kampen Press, 1963, especialmente as pp. 182-208.F. E. H. - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPADMatthew Henry (Exaustivo) AT e NT - CPAD http://www.apazdosenhor.org.br/
Tema: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó Comentarista: José Gonçalves.
Comentarista: José Gonçalves.
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Vídeo da Lição 3, Jó e a Realidade de Satanás, comp-57min, 3Tr20, Pr Henrique, EBD NA TV
https://www.youtube.com/watch?v=1OxIpGL3xP4&t=3s Lição 3, Jó e a Realidade de Satanás Ajudahttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1%E2%80%93heresias-sutilsatanasfimtempos.htmEstude as lições sobre - LIÇÕES BÍBLICAS - 1º trimestre de 2019 - Título: Batalha Espiritual - O povo de DEUS e a guerra contra as potestades do mal. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/estudos2.htmhttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao3-bet-1tr19-A%20Natureza%20dos%20Dem%C3%B4nios,%20Agentes%20da%20Maldade%20no%20Mundo%20Espiritual.html TEXTO ÁUREO
“E vindo um dia em que os filhos de DEUS vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.” (Jó 1.6) VERDADE PRÁTICA
Segundo as Escrituras, Satanás é um ser real, portador de personalidade e só o venceremos com as armas espirituais. LEITURA DIÁRIA
Segunda: Jó 1.6O Diabo se apresenta diante de DEUS
Terça: Jó 1.7,8 Satanás e o testemunho de DEUS a respeito de Jó
Quarta: Jó 1.9,10 Só é possível servir a DEUS na bonança?
Quinta: Jó 1.11 A acusação do Diabo a Jó diante de DEUS
Sexta: Jó 1.12 DEUS impõe limites a Satanás
Sábado: Jó 2.4,5 O Diabo pede permisão para tocar na saúde de Jó LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jó 1.6-12; 2.4,5
Jó 1
6 - E vindo um dia em que os filhos de DEUS vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. 7 - Então, o SENHOR disse a Satanás: De onde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela. 8 - E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a DEUS, e desviando-se do mal. 9 - Então, respondeu Satanás ao SENHOR e disse: Porventura, teme Jó a DEUS debalde? 10 - Porventura, não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentado na terra. 11- Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face! 12- E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.
Jó 2
4 - Então, Satanás respondeu ao SENHOR e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. 5 - Estende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema de ti na tua face! Jó 1.6-121.8 OBSERVASTE TU A MEU SERVO JÓ? A essa altura, o livro apresenta o conflito entre DEUS e o seu grande adversário, Satanás. DEUS aqui repta Satanás a observar em Jó o triunfo da graça e salvação divinas. Na vida deste seu servo fiel, DEUS demonstrou que seu plano de redimir a raça humana, do pecado e do mal, é exeqüível.
1.9 PORVENTURA, TEME JÓ A DEUS DEBALDE? Satanás reagiu ante a declaração de DEUS, de ser Jó um homem piedoso, e passou a acusar tanto a Jó quanto a DEUS.(1) Satanás questionou os motivos de Jó e, portanto, a veracidade da sua retidão, afirmando que o amor que Jó tinha a DEUS era realmente egoísta e que ele adorava a DEUS somente porque tirava proveito disso. Satanás deixou claro que o amor que Jó tinha a DEUS não era sincero.(2) Satanás insinuou, ainda, que DEUS era ingênuo, que se deixara enganar, e que obtivera a devoção de Jó mediante a concessão de bênçãos e suborno (vv. 10,11). Satanás concluiu que DEUS tinha falhado no seu propósito de reconciliar a raça humana consigo mesmo. Se DEUS deixasse de proteger Jó, e de lhe conceder riquezas, saúde e felicidade, ele (Jó) blasfemaria dEle na sua face! (v. 11).
1.10 CERCASTE. (1) Posto que Satanás vem para roubar, matar e destruir (cf. Jo 10.10), DEUS coloca uma cerca de proteção em volta dos seus, para abrigá-los dos ataques de Satanás. Essa "cerca" é qual "muro de fogo" espiritual, de proteção para os fiéis de DEUS, de modo que Satanás não possa atingi-los. "E eu, diz o SENHOR, serei para ela [Jerusalém] um muro de fogo em redor" (Zc 2.5). (2) Todos os crentes que fielmente procuram amar a DEUS e seguir a direção do ESPÍRITO SANTO têm o direito de pedir e de esperar que DEUS mantenha esse muro de proteção ao seu redor e de suas respectivas famílias.
1.11 TOCA-LHE EM TUDO QUANTO TEM, E VERÁS SE NÃO BLASFEMA DE TI NA TUA FACE! Nos versísulos 6-12 estão propostas as perguntas principais do livro. É possível o povo de DEUS amá-lo e servi-lo por causa daquilo que Ele é, e não apenas por causa das suas dádivas? O justo pode manter sua fé em DEUS e seu amor por Ele em meio a tragédias incompreensíveis e sofrimentos imerecidos?
1.12 SOMENTE CONTRA ELE NÃO ESTENDAS A TUA MÃO. DEUS permitiu a Satanás destruir os bens e a família de Jó; porém, Ele fixou um limite até onde Satanás podia ir e não lhe concedeu o poder de morte sobre Jó. Satanás lançou tempestades e pessoas violentas contra Jó (vv. 13-19).
OBJETIVO GERAL - Destacar que Satanás não é um ser autoexistente, mas criado; e que sua ação não se sobrepõe a soberania de DEUS.
Resumo da Lição 3, Jó e a Realidade de SatanásI – O LIVRO DE JÓ E A NATUREZA DE SATANÁS
1. Um ser espiritual.2. Um ser criado.3. Um ser dotado de personalidade.II – O LIVRO DE JÓ E AS OBRAS DE SATANÁS
1. Dor e sofrimento.2. Acusar.3. Tentar.III – O LIVRO DE JÓ E O OCASO DE SATANÁS
1. Queda e ruína de Satanás.2. Jó e o testemunho de DEUS. INTRODUÇÃO
O Diabo existe, é um ser espiritual, criado, dotado de persoanlidade, sendo nosso mais perigoso inimigo. Foi Satanás que destruiu a vida de Jó e de sua família. Embora Jó nada soubesse, como a maioria das pessoas de hoje em dia, Satanás está por detrás de tudo o que é mal neste mundo. Satanás interfere em todos os sentidos da vida humana. Provoca dor, sofrimento, tenta para o mal e acusa-nos diante de DEUS. Satanás conhece a cada um de nós por nome e por obras. Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; 1 Pedro 5:8
I – O LIVRO DE JÓ E A NATUREZA DE SATANÁS
1. Um ser espiritual.
SatanásÉ uma palavra de origem hebraica que é "sãtan". No Antigo Testamento, a palavra "satanás" ou seu equivalente é usada como nome próprio somente em três livros, a saber: 1 Crônicas 21.1; Jó 1.6,7,8,9,12; 2.1,2,3,4,6,7, etc; Zacarias 3.1 e ss. Em Apocalipse, porém, ele é sempre chamado o "Dragão".
O vocábulo grego aqui usado, "dragão", que no original é "draken", significa "serpente", "crocodilo" ou "leviatã" (Jó 41.1). O doutor R. N. Champlin, Ph. D., nos informa que os antigos cananeus, conforme a descrição existente nos tabletes de Ras Shamra, tinham uma terrível serpente de sete cabeças. O leviatã (Is 27.1) era considerado uma horrível e "rápida serpente". No presente estudo, porém, está em foco "...a antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo". Na mitologia grega esta figura sombria já era bastante conhecida, e em alguns lugares é a conhecida "serpente sedutora, mãe das trevas, que é um cão de fogo horroroso". Foi este terrível ser que, personificado numa serpente, enganou a pobre mulher (Gn 3.1 e ss; 2 Co 11.3; 1 Tm 2.14; Ap 12.9).
O doutor Matthew Pool, eminente comentador da antiguidade, diz que o artigo definido em Gênesis 3.1, é enfático para exemplificar o significado do pensamento, e por isso se refere a uma "serpente especial". E, no hebraico é: "hannachash". Esta serpente, ou essa serpente, indicando que não era uma serpente qualquer, ou um simples animal, mas uma personificação do próprio Satanás.
Em sete livros do Antigo Testamento e em dezenove do Novo, encontramos esta horrível serpente chamada o Diabo. Ocorre apenas uma vez no plural na Edição Revista e Corrigida (Dt 32.17):"...Sacrifícios ofereceram aos diabos". Seu nome é a transliteração do vocábulo grego da Septuaginta (LXX) "diabollos", expressão usada no singular, que significa "acusador" ou "caluniador" dependendo apenas do contexto (Ap 12.10); é aplicado nas Escrituras, exclusivamente a Satanás.
Ele é assim chamado em virtude de suas disposições hostis...opondo-se a DEUS e aos homens. No sentido profundo da palavra, significa "caluniador" ou "difamador", porque tanto calunia a DEUS (Gn 3.2), como aos homens (Jó 1.9;Ap 12.10). Ele, além de ser acusador dos irmãos, é também a "serpente sedutora", que primeiramente usou sua sabedoria pervertida para arrastar uma terça parte dos poderes angelicais para dentro de sua órbita (Ap 12.4). Em João 6.70, ele tem o sentido de um traidor. O Livro de Jó não procura provar a origem do Diabo, mas o revela como um ser real. O livro destaca algumas características da natureza de Satanás que nos permitem conhecê-lo melhor. Em primeiro lugar, conforme o livro apresenta, o Diabo é um ser espiritual e encontra-se na mesma categoria dos anjos, representada no texto pela expressão “os filhos de DEUS” (Jó 1.6). Os anjos são seres espirituais que não pertencem à dimensão natural, mas à sobrenatural. Isso explica, por exemplo, a capacidade da rápida locomoção do Diabo quando rodeava a Terra e passeava por ela (Jó 1.7).
2. Um ser criado.
Não há, na revelação bíblica, a preocupação em provar que DEUS existe. Isso pode ser notado no primeiro versículo da Bíblia: “No princípio criou DEUS os céus e a terra” (Gn 1.1). Tal declaração denota que não há nas Santas Escrituras a intenção de persuadir o leitor a crer na existência do Todo-Poderoso.
A existência dEle é um fato consumado, uma verdade primária, que não necessita de comprovação. DEUS transcende à existência. Segundo PaulTillich, pastor luterano, teólogo e pensador cristão, “DEUS está além de todas as causas finitas”. O conhecimento da sua existência pode vir da intuição, da razão, porém as Escrituras Sagradas são a sua única fonte confiável.
Intuição. Todo ser humano é religioso por natureza. O homem tem anseio pelas coisas de DEUS e sente o desejo de buscá-lo. Há tribos que não usam roupas nem sabem edificar uma casa; outras, sequer têm conhecimento suficiente para acender um fogo. Entretanto, nenhuma há que não possua crenças num ser superior. Por mais primitivo que seja o seu culto, e estranho o seu conceito de divindade, há um denominador comum: o anseio e a busca de DEUS.
A religiosidade humana é um fato universal e incontestável. Agostinho de Hi- pona declarou: “O DEUS! tu nos fizeste para ti mesmo, e a nossa alma não achará repouso, até que volte a ti” (Confissões I.I). E disse o salmista, inspirado pelo ESPÍRITO: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó DEUS! A minha alma tem sede de DEUS, do DEUS vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de DEUS?” (Sm 42.1,2).
Como se vê, a crença universal na existência de DEUS explica-se pela intuição. O conhecimento acerca dEle é intuitivo — este termo significa “relação direta (sem intermediário) com um objeto qualquer”.6 E um conhecimento direto ou uma relação direta com o objeto; percepção natural, algo inato, inerente ao ser da pessoa. E a Palavra de DEUS atesta essa crença intuitiva, em Romanos 1.19,21; 2.14,15:
Porquanto o que de DEUS se pode conhecer neles se manifesta, porque DEUS lho manifestou... porquanto, tendo conhecido a DEUS, não o glorificaram como DEUS, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os.
Razão. Os teólogos estão divididos quanto à possibilidade de a razão poder provar a existência de DEUS. Os argumentos fundamentados na razão são mais conceitos filosóficos do que teológicos. Segundo Strong, cada argumento isolado apresenta os seus senões; ou seja, não é conclusivo — juntos se completam.7 Por outro lado, outros, como Wayne Grudem, acreditam que tais argumentos provam ser irracional negar a existência de DEUS:
São de fato tentativas de analisar as evidências, especialmente as evidências da natureza, de modos extremamente cuidadosos e logicamente precisos, a fim de convencer as pessoas de que não é racional rejeitar a idéia de que DEUS existe.8
Razão é a faculdade humana de observar a ordem do Universo e aplicá-la a seus pensamentos e atitudes. Aristóteles desconhecia o conceito judaico-cristão de criação. No entanto, nas suas observações chegou à conclusão de que DEUS existe. Seu argumento para provar a existência de DEUS está no movimento dos seres, na ordem existente no mundo, nos graus de perfeição e na experiência psicológica.
Pela lógica, qualquer movimento supõe uma força externa atuando sobre o ser, o que Aristóteles chamou de “motor”. Cada motor recebe o movimento de outro; e assim por diante. O motor que é imóvel — que não pode ser movido por outro — seria o primeiro, isto é, a Perfeição Absoluta, DEUS. Ele é o princípio da causa primeira.
A idéia aristotélica foi retomada, na Idade Média, por Tomás de Aquino, que a empregou na explanação das Cinco Vias (em sua obra Summa Contra Gentiles), com o objetivo de “provar”, de forma racional, a existência de DEUS. Essa parte da citada obra tornou-se conhecida como o argumento cosmológico e o argumento teleológico. No entanto, alguns, como Alister E. McGrath, afirmam que não há nela indícios de que a intenção fosse provar a existência de DEUS, haja vista a fé de Tomás de Aquino firmar-se na revelação, e não nessas cinco vias.
Nesse argumento tomista, “DEUS é conhecido a partir do exterior. Olhamos para o mundo e descobrimos a necessidade lógica da existência de um ser superior”, afirmou Paul Tillich, que o considerou uma análise, e não um argumento:
(são verdadeiros não enquanto argumentos, mas enquanto análise) (...)
Na doutrina dos argumentos; em favor da existência de DEUS, encontramos provavelmente a melhor análise da finidade da realidade aparecida nos escritos do passado.
Eis as cinco vias:
Experiência do movimento. Todas as coisas nesse mundo se encontram em constante movimento, e nenhum movimento é feito pela sua própria força. Tudo o que se move, movimenta-se pela ação de outra força. Logo, para todo movimento existe uma causa anterior. Assim, é natural aceitar a existência de uma primeira e única causa que deu origem à gigantesca cadeia de causalidade do Universo. Tal causa primária e única é o próprio DEUS. Vemos aqui o argumento cosmológico, reformulado séculos depois.
Subordinação das causas. E a relação de causa e efeito, conhecida como argumento etiológico. Etiologia é “pesquisa ou determinação das causas de um fenômeno”. E a causa primeira e original, comum a todos os efeitos, é DEUS.
Contingência dos seres. Os seres humanos são contingentes; não estão no mundo por necessidade. Assim, por que estamos aqui, e qual a causa de nossa existência? Sem a existência de um primeiro Ser os seres contingentes também deixariam de existir. E o tal Ser é DEUS.
Graduação das pe feições transcendentais. E o argumento axiológico. A axiologia é a teoria dos valores. Haja vista o termo grego axioma, originalmente, “dignidade” ou “valor”. Os valores morais, como a bondade, a verdade e a nobreza, têm uma origem e uma causa. Por isso, deve haver uma bondade, uma verdade e uma nobreza em si mesmas — Bondade Absoluta, Verdade Absoluta e Nobreza Absoluta, bem como um Ser supremo (DEUS), no qual estejam todos esses valores.
Ordenação a um fim. E o argumento teleológico. Teleologia “é a parte da filosofia natural que explica os fins das coisas”,14 conhecido, também, por argumento do desígnio, uma vez que a inegável ordem, a harmonia e o planejamento do Universo constituem-se provas irrefutáveis de um propósito inteligente.
Tomás de Aqumo acreditava ser possível o homem conhecer a DEUS pela razão, tendo por base exclusiva a natureza.
Argumentos que confirmam a existência de DEUS
O termo “argumento”, em si, significa “qualquer razão, prova, demonstração, mdício, motivo capaz de captar o assentimento e de induzir à persuasão ou à convicção”. Os argumentos abaixo são explicações racionais e filosóficas que confirmam a existência de DEUS fora da esfera teológica e têm por objetivo convencer as pessoas de que não é racional negar a existência de DEUS.
Cosmológico. Este argumento apresenta a evidência de que DEUS existe e é a primeira causa. Como o mundo não se explica por si mesmo, esse argumento “assume, basicamente, que a existência do Universo é algo que precisa ser explicado”,10 considerando que cada efeito deve ter uma causa (e depende dela) para a sua existência. Haja vista a natureza não poder produzir a si mesma. A validade dessas verdades pode convergir para a dedução conclusiva de que “o Universo é causado por uma criação direta de uma causa eterna e auto-existente”.
Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és DEUS fSl 90.2).
E: Tu, Senhor, no princípio, fundaste a terra, e os céus são ohra de tuas mãos
(Hb 1.10).
Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é DEUS
(Hb 3.4).
Teleológico. Este pode ser incluído na categoria do argumento cosmológico; é a quinta via de Tomás de Aquino. A palavra grega é telos, “fim”, “propósito”, pois trata dos fins, do desígnio, do propósito racional. A ordem e o planejamento do Universo deixam evidente o seu propósito. Com isso, faz-se necessária a existência de uma mente inteligente e infinita, responsável por esse desígnio.
Aquele que fez o ouvido, não ouvirá? E o que formou o olho, não verá? Aquele que arpúi as nações, não castigará? E o que dá ao homem o conhecimento, não saberá?
(Sl 94.9,10).
Ontológico. Ontologia é o ramo da filosofia que trata da investigação teórica dos caracteres fundamentais do ser. Christian F. von Wolff dividiu a metafísica em quatro partes: ontologia, psicologia, cosmologia racional e teologia. O termo grego on/ontos significa “ser”; “refere-se àquilo que possui uma existência real e substancial. Eqüivale a substância ou essência”.
Paul Tillich chama DEUS de “Ser em e de si mesmo” na parte dois de sua Teologia Sistemática. Isso tem implicação com o verbo “ser”, em hebraico, de onde vem o tetragrama YHWH — Yahveh ou Yahweh. O significado desse verbo, em Êxodo 3.14, “EU SOU O QUE SOU” (ou, na Septuaginta, ego eimi ho on, “Eu Sou o Ser” ou “Eu Sou Aquele Que É”) revela DEUS como um Ser que tem existência própria; existe por si mesmo.
DEUS é, pois, o imutável, o que causa todas as coisas; é auto-existente, aquEle que é, e que era, e que há de vir, o Eterno: “Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo” (Jo 5.26).
Esse argumento “infere a existência de DEUS a partir da natureza do pensamento”. Anselmo de Cantuária, em sua obra Proslogion, publicada em 1078, considera o Senhor como “aquEle a respeito de quem não se concebe nada maior”. E a idéia do Ser mais perfeito, pois há na mente humana esse pensamento. Como poderia tal idéia chegar ali se não existisse o tal Ser? Se é apenas uma idéia sem existência real, não seria o Ser mais perfeito.
Segundo Paul Tillich, ainda, Anselmo “queria encontrar DEUS no próprio pensamento. Achava que antes do pensamento sair para o mundo deveria estar perto de DEUS”.
Moral ou antropológico. Esta formulação veio de Immanuel Kant; baseia-se no fato de existir no homem uma consciência que estabelece a distinção entre o bem e o mal, dando a ele senso de responsabilidade e de razão existencial (Rm 2.14,15). O fato de existir essa lei moral, per se, torna evidente a existência de um Legislador ou Promulgador Supremo, a quem todos os humanos hão de prestar contas. O homem é um ser moral, responsável pelos seus atos diante de DEUS (Ec 12.14).
Outro fator importante desse argumento é que nem sempre os bons são recompensados, e os maus, punidos. Assim, o mundo se tornaria um caos sem
a existência de um justo e supremo Juiz. Nesse caso, o argumento em apreço é válido para mostrar que a nossa própria natureza moral nos obriga a crer num DEUS pessoal.
O testemunho da natureza. O testemunho da natureza não apresenta a divindade com os mesmos detalhes das Escrituras. Contudo, é suficiente para mostrar com clareza a existência do Criador, o seu poder e a sua sabedoria.
Os céus manifestam a glória de DEUS e o frmamento anuncia a obra das suas mãos.
Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes em toda a extensão da terra, e as suas palavras, até aofm do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol (Sl 19.1-4).
A natureza é uma prova irrefutável da existência do Criador, assim como um relógio e um automóvel pressupõem um idealizador. E claro que os tais não vieram à existência do nada ou por acaso. Alguém planejou e pensou em todos os detalhes, para obter um bom funcionamento tanto do relógio como do automóvel.
Isso se aplica também ao Universo: Alguém sábio e perfeito planejou-o e o trouxe à existência. A ordem natural das coisas testifica contra a insensatez dos ateus; e o Novo Testamento mostra que a própria criação exige do raciocínio humano a existência do Criador.
Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis (Rm 1.20).
DEUS se revelou a si mesmo ao seu povo. Essa revelação é a sua Palavra, manifestada no Senhor JESUS CRISTO (Jo 1.18). Tudo o que sabemos dEle é o que Ele mesmo revelou na sua santa Palavra. Daí ter dito: “EU SOU O QUE SOU” (Ex 3.14). Mesmo assim, as Escrituras mostram, até nos seus detalhes, que a criação, em si, torna o ateu indesculpável ou inescusável diante de DEUS. Diabo(Gr. diabolos, “caluniador”, “falso acusador”). Idêntico a Satanás, Adversário, Ele é uma vez chamado de kategor, “acusador", em Apocalipse 12.10, e é chamado de Belzebú (q.v.) em Mateus 12.27.
O diabo é um ser criado, pessoal, sobre-humano, maligno, um anjo caído, sem uma forma material corpórea. Ele é representado nas Escrituras como tendo sido o mais elevado de todos os arcanjos antes de sua queda.
Embora não seja popular hoje em dia acreditar na personalidade do diabo, as Escrituras ensinam tanto sua realidade como sua personalidade. A Bíblia credita a Satanás os atributos, obras e nomes de um ser pessoal. É dito que ele “engana todo o mundo” (Ap 12.9), envolvendo o intelecto; ele avança com “grande ira" (Ap 12.12), mostrando emoção; ele “peleja” ou “guerreia” (Ap 12.17), fazendo, assim, as obras de uma pessoa. Além disso, ele possuí vários nomes que descrevem o seu caráter. “Satanás”, “Diabo”, “antiga serpente”, “acusador” (Ap 12.9,10; 20.2).
Além das Escrituras, o argumento mais forte para ele ser uma pessoa real é que a nega çSo da sua existência destruiría nossa crença na Divindade de CRISTO: “... se Ele [isto é, CRISTO] não fosse tentado externam ente pelo mal... se aquelas sugestões malignas de transformar as pedras em pàes... não viessem até Ele de uma inteligência viva... externa a Ele mesmo, então elas deveriam vir de dentro; e, sendo este o caso, Ele mesmo precisaria de um Salvador ao invés de sê-lo” (F. C. Jennings, Satan, p. 5).
Em 1 Pedro 5.8, Satanás é mencionado como o nosso “adversário”. Ele pode e realmente se transforma em um anjo de luz (2 Co 11.14). Pelo menos algumas formas de enfermidades são causadas pelo diabo, pois Paulo disse que o seu “espinho na carne” (2 Co 12.7) era um “mensageiro de Satanás” (veja também Lc 13.16; Jó 2.7).
O diabo assumiu a forma de uma serpente para tentar Eva (Gn 3.1). Ele engana e tenta os homens para que pequem (Ef 6.11; 1 Tm 3.7; Mt 4.1ss).
Satanás foi um anjo criado que aparentemente foi incluído entre os filhos de DEUS (Jó 1.6). Sua habitação original era no céu como o “querubim ungido para proteger” (Ez 28.14,16). A menção do príncipe de Tiro em Ezequiel 28.2ss. parece fazer referência a Satanás, pois é dito que ele esteve no Éden (v. 13), e “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti” (v. 15). Este texto não parece se referir meramente ao príncipe terreno de Tiro, mas ao diabo que habitava nele. Há alguns que não vêem isto como uma referência a Satanás.
O diabo caiu do seu estado elevado pelo pecado do orgulho, e por procurar usurpar o trono de DEUS. JESUS viu Satanás caindo do céu como um raio (Lc 10.18; cf. Is 14.12-14). Ele é agora chamado de “o príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2), e “o príncipe deste mundo” (Jo 14.30). Alguns pensam que antes de seu poder ser derrotado peia morte e ressurreição de CRISTO, Satanás enganava as nações, mas, agora, antes da segunda vinda de CRISTO, ele está limitado quanto a enganar as nações, embora não quanto a tentar as pessoas; e que no final desta era ele será solto para enganar as nações mais uma vez (Ap 20.2,7,8; cf. Mt 12.26-29). Outros interpretam que na futura Era Milenar Satanás será amarrado como se lhe fosse retirada toda a atividade contra DEUS, e que hoje ele não está apenas tentando as pessoas, mas também enganando as nações, seduzindo-as a uma total independência de DEUS (2 Co 4.4; 11.3).
Satanás é o “pai da mentira”, um “homicida” e o pai, mentor ou mestre espiritual dos homens ímpios (Jo 8.44). Porém, por mais iníquo que seja, ele ainda deve se curvar diante da soberania de DEUS (Jó 1.10).
O diabo não é onisciente, nem onipresente e nem onipotente. Então, ele aparentemente depende de seus seguidores, os malignos anjos caídos (demônios) que estão sujeitos a ele, para ser seus agentes para tentar os homens e habitar naqueles que são possuídos pelos demônios (Mc 1.23-27,32,34; 3.11,12 etc,). Ele é chamado de “o acusador de nossos irmãos” (Ap 12.10; cf. Jó 1).
Ele já está julgado por DEUS e aguarda o seu destino no juízo fmal (Ap 20.10; Mt 25.41). Aparentemente não há nenhuma evidência bíblica para a crença comum de que o diabo esteja agora no inferno, presidindo sobre as torturas dos amaldiçoados. Em 2 Pedro 2.4 Pedro declara que DEUS lançou os anjos pecadores no inferno e os entregou às cadeias da escuridão, reservando-os para o Juízo, mas este é diferente do lago de fogo e enxofre (cf. 2 Pe 3.7).
Veja Acusador; Adversário; Anticristo; Belial; Enganador; Demonologia; O Maligno; Lúcifer; Satanás.
Satanás é um ser criado. Mesmo sendo um anjo, dotado de natureza espiritual, ele não é autoexistente. Ao contrário de DEUS, que criou todas as coisas, o anjo que se tornou Satanás teve uma origem. Nem sempre o Diabo foi Diabo. Ele fora um anjo bom como os demais. Assim, ele é uma criatura, não o Criador. Por isso, o livro revela que Satanás tem suas ações limitadas por DEUS. Ele pode fazer muitas coisas, mas não tudo (Jó 1.12; 2.7). Como ele não é autoexistente e, semelhante às outras criaturas que povoam o universo, não é um ser incriado, o Diabo é uma criatura limitada.
3. Um ser dotado de personalidade.
1. Dor e sofrimento.
2. Acusar.
3. Tentar.
Significado de Ocaso
substantivo masculino Pôr do sol; momento do dia em que o sol não mais aparece no horizonte; período do dia anterior à noite: sempre preferi o ocaso ao nascer do sol .Poente; no horizonte, o lado em que o sol se põe, desaparece.[Figurado] Final; momento em que algo termina ou chega ao seu limite: o ocaso de sua vida está próximo.[Figurado] Decadência; diminuição de poder, de influência que provoca ruína.Etimologia (origem da palavra ocaso). Do latim occasus.a.um.
Sinônimos de Ocaso
Ocaso é sinônimo de: crepúsculo, lusco-fusco, decadência, ruína, poente, descrédito, desprestígio, final, fim, término, oeste, ocidente
Antônimos de Ocaso
Ocaso é o contrário de: início, começo, evolução, restabelecimento, crescimento, prosperidade 1. Queda e ruína de Satanás.
2. Jó e o testemunho de DEUS.
Satanás é um ser espiritual, é um ser criado, é também um ser dotado de personalidade. Satanás impõe ao ser humano dor e sofrimento. Satanás é o acusador dos salvos. Satanás é o responsável pela tentação para conduzir o ser humano ao pecado. O livrode Jó nos revela a queda e ruína de Satanás. Jó, o homem mais paciente do AT dá testemunho de fidelidade e submissão a DEUS. Lembre-se: Existe a.C. e d.C. - JESUS levou sobre Ele nossos pecados, doenças, enfermidades (Is 53) e maldições (Gl 3.13).
Nunca abandonou seu marido, nem na dor, nem na pobreza, nem na doença - Ponto para ela.
Teve filhos melhores com seu marido - Ponto para ela
Ficou duas vezes mais rica - Ponto para ela
Se desesperou e quem não se desesperaria por perder tudo o que tinha e seus dez filhos num mesmo dia? Começou a achar que o DEUS de Jó não era o DEUS verdadeiro. - Até eu pensaria. Só alguém como Jó para não se desesperar - era o homem mais paciente do mundo.
Desejar que Jó morresse para ficar livre daquele sofrimento até o próprio Jó desejou. Ninguém, sendo tentado, diga: De DEUS sou tentado; porque DEUS não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
Tiago 1:13 Assim, Satanás usou de seu conhecimento e perspicácia para atacar Jó.O Diabo é capaz de infligir dor e sofrimento, mas não só isso. Ele também acusa. Lc 10.19 Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum.
Filhos de DEUS (Hebraico) (anjos) (Strong Português)
בן ben
1) filho, neto, criança, membro de um grupo
1a) filho, menino
filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de DEUS [para anjos]
povo (de uma nação) (pl.)
referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
um membro de uma associação, ordem, classe Satanás (Hebraico) (Strong Português)
שטן satan
1) adversário, alguém que se opõe
1a) adversário (em geral - pessoal ou nacional)
2) adversário sobre-humano
2a) Satã (como nome próprio) Satanás (Grego) (Strong Português)
σατανας Satanas
1) adversário (alguém que se opõe a outro em propósito ou ação), nome dado
1a) ao príncipe dos ESPÍRITOs maus, o adversário inveterado de DEUS e CRISTO
1a1) incita à apostasia de DEUS e ao pecado
1a2) engana os homens pela sua astúcia
1a3) diz-se que os adoradores de ídolos estão sob seu controle
1a4) pelos seus demônios, é capaz de possuir pessoas e infligi-las com enfermidades
1a5) é derrotado com a ajuda de DEUS
1a6) na volta de CRISTO do céu, ele será preso com cadeias por mil anos, mas quando os mil anos terminarem, ele andará sobre a terra ainda com mais poder, mas logo após será entregue à condenação eterna
Diabo (Grego) (Strong Português)
διαβολος diabolos
1) dado à calúnia, difamador, que acusa com falsidade
1a) caluniador, que faz falsas acusações, que faz comentários maliciosos
2) metaph. aplicado à pessoas que, por opor-se à causa de DEUS, podem ser descritas como agindo da parte do demônio ou tomando o seu partido Satanás, o príncipe dos demônios, o autor de toda a maldade, que persegue pessoas de bem, criando inimizade entre a humanidade e DEUS, instigando ao pecado, afligindo os seres humanos com enfermidades por meio de demônios que tomam possessão dos seus corpos, obedecendo às suas ordens. Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em CRISTO JESUS, que não andam segundo a carne, mas segundo o ESPÍRITO. Porque a lei do ESPÍRITO de vida, em CRISTO JESUS, me livrou da lei do pecado e da morte. Romanos 8:1,2 Lição revista antiga 1º Semestre de 2003 - O sofrimento dos justos e o seu propósito - Pr. Claudionor de Andrade Lição 6 - O Lugar Do Diabo Na Provação De Jó - 09/02/2003 Texto Áureo:Hb 2.14 14 E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo,
PARTICIPAM DA CARNE E DO SANGUE. Porque aqueles que JESUS veio redimir são carne e sangue (i.e., são humanos), Ele também teve que tomar sobre si a natureza humana, pois somente como ser humano genuíno Ele teria as qualificações para redimir a raça humana do poder de Satanás. CRISTO morreu para destruir o poder de Satanás sobre aqueles que crêem (cf. 1 Jo 3.8) e, para livrá-los do temor da morte (Ap 1.18), ao prometer-lhes a vida eterna com DEUS (Jo 17.3; Ap 21-22).
Verdade Prática:Não podemos viver como se a nossa vida estivesse nas mãos do Diabo. Somente DEUS tem o absoluto comando de todas as coisas.Cl 1.16 porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele.17 E ele é antes de todas sas coisas, e todas as coisas subsistem por ele.1.16 NELE FORAM CRIADAS TODAS AS COISAS. Paulo afirma a atividade criadora de CRISTO. (1) Todas as coisas, tanto as materiais quanto as espirituais, devem sua existência à obra de CRISTO como comparecerem agente ativo na criação (Jo 1.3; Hb 1.2). (2) Todas as coisas subsistem e são sustentadas por Ele (v. 17; Hb 1.3)
Leitura Diária: Segunda Ef 4.27 Não devemos dar lugar ao Diabo 27 Não deis lugar ao diabo.
Dar lugar ao Diabo quer dizer se conformar com o sistema mundano, é secularizar-se, é deixar a bíblia e se encher de revistas, TV e outras sujeiras, como as páginas eróticas da internet.
Terça 1 Tm 3.6 A soberba é o pecado do Diabo6 neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
A soberba tem haver com vontade de ser grande, de assumir o lugar de DEUS, é receber elogios e adoração das pessoas, é se comportar como se você fosse mais importante que todos.
Quarta Hb 2.14 CRISTO veio aniquilar o império do Diabo14 E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas,
para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo,
PARTICIPAM DA CARNE E DO SANGUE. Porque aqueles que JESUS veio redimir são carne e sangue (i.e., são humanos), Ele também teve que tomar sobre si a natureza humana, pois somente como ser humano genuíno Ele teria as qualificações para redimir a raça humana do poder de Satanás. CRISTO morreu para destruir o poder de Satanás sobre aqueles que crêem (cf. 1 Jo 3.8) e, para livrá-los do temor da morte (Ap 1.18), ao prometer-lhes a vida eterna com DEUS (Jo 17.3; Ap 21-22).
Quinta Tg 4.7 O Diabo tem de ser resistido7 Sujeitai-vos, pois, a DEUS; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
Sexta 1 Pe 5.8 O Diabo anda como leão8 Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão,
buscando a quem possa tragar;
O DIABO, VOSSO ADVERSÁRIO. Quando o homem pecou, Satanás passou a ser o dominador do mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11). Ele domina o mundo inteiro (1 Jo 5.19), percorre a terra e comanda uma hoste de ESPÍRITOs malignos, através dos quais ele escraviza e mantém cativos os que estão sem CRISTO (Ef 2.2). Somente o crente em CRISTO está liberto do seu poder. Mesmo assim, como leão rugente, ele é uma ameaça aos crentes (Sl 22.13; Ez 22.25), e procura destruí-los, especialmente por meio do sofrimento (vv. 8-10). Ele destruirá espiritualmente todo aquele que abandona a proteção de DEUS. Através da nossa fé no sangue de CRISTO (Ap 12.11), da nossa luta espiritual no ESPÍRITO (Ef 6.11-18) e nossas orações a DEUS (Mt 6.13), estamos plenamente equipados para derrotar as astutas ciladas de Satanás (Ef 6.11), resistir-lhe e ficar firmes na fé (v. 9). Maior é o que está em vós do que o que está no mundo (1 Jo 4.4)
Sábado Ap 20.10 O Diabo será lançado no lago de fogo
10 E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso
profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.
O DIABO... LANÇADO NO LAGO DE FOGO. O poder de Satanás acabará então, pois DEUS o lançará no lago de fogo para todo o sempre (ver Is 14.9-17). Ali, ele não reinará, sendo sempre atormentado, dia e noite, eternamente.
Leitura Bíblica Em Classe: JÓ 6.1-10
1 Então, Jó respondeu e disse:2 Oh! Se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança! 3 Porque, na verdade, mais pesada seria do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido inconsideradas. 4 Porque as flechas do Todo-poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu ESPÍRITO; os terrores de DEUS se armam contra mim. 5 Porventura, zurrará o jumento montês junto à relva? Ou berrará o boi junto ao seu pasto? 6 Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo? 7 A minha alma recusa tocar em vossas palavras, pois são como a minha comida fastienta. 8 Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que DEUS me desse o que espero! 9 E que DEUS quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão, e acabasse comigo! 10 Isto ainda seria a minha consolação e me refrigeraria no meu tormento, não me poupando ele; porque não repulsei as palavras do SANTO. A discussão entre Jó e seus amigos, a despeito da sua forma poética artificial, tem a livre estrutura de um diálogo vivo. Há poucos padrões de debate formal, e pouca resposta direta àquilo que acaba de ser dito. Esta incoerência não somente injeta o realismo na composição artística do versículo; além disto, serve a um propósito dramático. O impacto emocional dos discursos é mais importante do que sua validez racional. O abismo entre Jó e seus colegas é maior do que parece, porque são extensas suas concordâncias teológicas formais. Concordam completamente entre si na verdade suprema de que DEUS é soberano. Em parte alguma de todo o livro isto é questionado. Mesmo assim, o pensamento de Jó está num nível diferente do deles, ainda que tenha a mesma expressão formal quando se trata do caráter de DEUS no Seu modo de lidar com os homens ou, mais exatamente, com Jó.Para sermos generosos com Elifaz, suponhamos que sua repreensão fosse gentil, e não zombeteira. Mesmo assim, Jó é magoado por ela. Sua resposta é uma tremenda explosão emocional. Defende a si mesmo poderosamente, protestando contra a insinuação do seu amigo de que deva haver, nalguma parte da sua vida, alguma falha que precisa de correção. Jó insiste que suas palavras desenfreadas são plenamente justificadas (6.2-7). Ainda deseja morrer (6.8-10); sua esperança de que seus amigos lhe dessem refrigério foi desfeita, deixando-o ainda mais desesperado (6.11-23). Desafia-os a serem diretos nas suas acusações (6.24-30). Depois, volta para o tema da sorte infeliz do homem. A esperança pelo alívio re- quer mais forças do que qualquer homem possui para suportar firmemente. A única saída é a morte, e quanto mais cedo melhor (7.1-10). Visto que este remédio acha-se exclusivamente nas mãos de DEUS, Jó volta-se para Ele com maior paixão (7.11-21). Nas suas palavras de encerramento, olha para dentro do abismo da dúvida, a pior tortura para a pessoa que ama a DEUS - precisa ter alguma medida de compreensão dos caminhos de DEUS para proteger sua mente contra o pensamento de que DEUS não é justo.2, 3. Jó não se acalma de forma alguma com a repreensão de Elifaz. Este advertira a Jó contra as consequências fatais de ira (ka'as, 5.2). Jó não somente confessa: minhas palavras foram precipitadas; insiste que seu comportamento é justificado pelo peso infinito da sua miséria. Usa a figura familiar da areia dos mares para aquilo que é incomensurável.4. Jó está aterrorizado. A palavra empregada no v. 4c, que não é a mesma para o verbo em 7.14, descreve a armadura de DEUS colocada em ordem de batalha contra ele. Esta figura de DEUS como um arqueiro (montado num carro) provavelmente remonte até às guerras da Idade de Bronze Média. Aqui, é uma figura literária. É a aparente inimizade de seu DEUS que envenena seu ESPÍRITO, como uma chuva terrível de flechas.Dhorme argumentou em prol do envenenamento das pontas das flechas, baseado nas evidências clássicas, mas Tur Sinai rejeitou a idéia como sendo desconhecida no mundo bíblico, de modo que nada mais do que a comparação das pontas das flechas com dentes de serpentes esteja talvez envolvida. Pope (pág. 50) aceitou a referência às flechas envenenadas como sendo autênticas, porém sem paralelo. Desde então, Dahood aduziu mais exemplos bíblicos.5. 6. As perguntas são retóricas. Isto é feito freqüentemente no discurso sapiencial a fim de ressaltar algum absurdo. Há, freqüentemente, um significado oculto como na fileira de perguntas enigmáticas em Amos 3.3-8. A comparação entre a conduta humana e o comportamento dos animais freqüentemente é feita em tais provérbios. Aquele que cuida dos animais sabe interpretar os seus sons; não fica simplesmente nervoso. Jó também tem o direito de zurrar como o jumento montês que está com fome, e de mugir como um boi faminto.As perguntas no v. 6 zombam do discurso de Elifaz como sendo insípido, como a comida sem sabor que pode causar náusea se não for temperada. Como muitas máximas antigas, o significado era lembrado depois da referência ter sido esquecida. Até mesmo na antiguidade os estudiosos não sabiam a quais aumentos Jó estava se referindo. A expressão familiar clara do ovo vem dos rabinos, e ainda tem muitos apoiadores. Seu concorrente mais próximo, "a viscosidade do beldroega," remonta a versões antigas, mas o vegetal exato cujo suco (ou exudaçao) está em mente não foi identificado.Porque a palavra "viscosidade" na sua única outra ocorrência, em l Samuel 21.13, parece referir-se ao muco da boca ou do nariz de um louco, Tur Sinai (ad. loc.) sugeriu "a saliva dos sonhos." Isto não tem muita relevância, a não ser em antecipação do tema dos pesadelos que se destaca na parte posterior deste discurso. O presente contexto exige algo que se come, presumidamente familiar, a despeito de haver pouca atestação do nome. Pope argumenta em prol dalgum tipo de queijo fresco. A. R. Miliard equiparou o heb.himwt comhilimitu nas Tábuas de Alalaque, que apóia o argumento em prol de um vegetal comestível, mas ainda não identifica a espécie.7. Aqui a consideração é resumida. Mais uma vez, os pormenores causam dificuldade, especialmente na segunda linha. O uso da NEB de "garganta" ao invés de alma ou "apetite" é uma melhoria, mas sua proposta de "e meus intestinos roncam com um som que ecoa" para o v. 7b demonstra que ainda estamos longe da concordância quanto ao significado. O efeito geral dos w. 5-7, no entanto, fica claro, embora seja difícil achar sua conexão com os w. 2-4. Visto que Jó está preocupado com DEUS, e não com Elifaz, não é certo que estas observações são um ataque contra o discurso recente do seu amigo, conforme comumente se supõe, embora seja este o conteúdo dos w. 14-30, e o tema de "paladar" reapareça no fim.8. 9. A esta altura Jó ora mais obviamente. Foi encorajado a confiar seus problemas a DEUS (5.8). Jó tem um só desejo, já expresso no cap. 3. É morrer. Se DEUS realmente fosse compassivo, o esmagaria imediatamente (v. 9a). Ele poderia fazer isto com tão pouco esforço quanto um tecelão cortaria um fio. O poder exclusivo de DEUS sobre a vida e a morte é tão completamente reconhecido que a idéia do suicídio como um remédio para os males da vida nunca entra no livro de Jó, em contrapartida com o antigo pessimista e o estóico posterior.O fato de que Jó fala acerca de DEUS na terceira pessoa não deve dar a impressão errada. Realmente, está orando, e não falando a Elifaz. Semelhante convenção é comum ao dirigir-se com respeito a um superior.10. O texto é difícil, e nenhuma solução está à vista. A ARA fez bem em reter uma tradução razoavelmente literal. Jó não foi acusado de negar as palavras do SANTO, a não ser que sentiu na preleção de Elifaz uma sugestão de que Jó deve dalguma maneira estar em falta. Se for assim, já está insistindo, conforme fará até o fim, que não tem consciência de qualquer falta, e a linha é uma preparação para o desafio no v. 24. Nestas condições. DEUS deve à Jó a libertação da sua agonia como uma homenagem à sua fidelidade. Infelizmente, o significado da raiz sid ("exultar") é desconhecido. IntroduçãoSatanás se apresenta, acusa Jó e é derotado pela lealdade de Jó.
I. O DIABO INTROMETE-SE NAS REGIÕES CELESTES
Não temos como saber se o encontro entre DEUS e Satanás foi no céu, ou na terra ou mesmo no Sheol, na parte dos Justos, ou seja, lugar dos que foram justificados por sua fé em um messias que viria mais tarde para redimir a raça humana do pecado.
De qualquer forma vimos, através do livro de Jó a ação maligna de Satanás em tentar denegrir a imagem do servo de DEUS perante ELE, no intuito de destruir sua vida e seu testemunho perante os povos de sua época.Hoje sabemos que Satanás age nas regiões celestes usando seus demônios (anjos caídos, expulsos juntamente com Satanás, do céu). Seu intuito é impedir a vinda do Salvador para arrebatar a Igreja, é persuadir aos servos de DEUS ao pecado, é enganar as nações com falsas promessas, é matar, roubar e destruir, e coisas dessa extirpe.Ef 6.12 porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.HOSTES ESPIRITUAIS DA MALDADE. O cristão trava um conflito espiritual contra Satanás e uma multidão de ESPÍRITOs malignos (ver Mt 4.10). (1) Os poderes das trevas são os governantes espirituais do mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 2 Co 4.4; 1 Jo 5.19), que incitam os ímpios (2.2), se opõem à vontade de DEUS (Gn 3.1-7; Dn 10.12,13; Mt 13.38,39) e constantemente atacam os crentes (v. 12; 1 Pe 5.8). (2) É uma vasta multidão (Ap 12.4,7), altamente organizada em forma de império do mal, tendo categorias e ordens (2.2; Jo 14.30)
1. Satanás calunia Jó diante de DEUS. Em duas ocasiões distintas, imiscui-se o Diabo no céu para desafiar a DEUS quanto à fidelidade, à retidão e à postura de Jó (1.6; 2.1). SATANÁS. Antes da morte e da ressurreição de CRISTO, Satanás tinha acesso vez por outra à presença de DEUS, quando então questionava a sinceridade e retidão dos fiéis (ver 1.6-12; 2.1-6; 38.7; Ap 12.10). Por outro lado, a Bíblia não declara em nenhum lugar que Satanás tem acesso direto a DEUS na nova aliança (ver Mt 4.10), embora ele continue acusando os crentes. O crente pode eliminar essas acusações por meio do sangue de CRISTO, de uma boa consciência e da Palavra de DEUS (cf. Mt 4.3-11; Tg 4.7; Ap 12.11). Nossa confiança é reforçada pelo fato de
termos como nosso Advogado perante o Pai o Senhor JESUS CRISTO (1 Jo 2.1), que está à sua destra, intercedendo por nós (Hb 7.25).1.8 OBSERVASTE TU A MEU SERVO JÓ? A essa altura, o livro apresenta o conflito entre DEUS e o seu grande adversário, Satanás. DEUS aqui repta Satanás a observar em Jó o triunfo da graça e salvação divinas. Na vida deste seu servo fiel, DEUS demonstrou que seu plano de redimir a raça humana, do pecado e do mal, é exeqüível.
1.9 PORVENTURA, TEME JÓ A DEUS DEBALDE? Satanás reagiu ante a declaração de DEUS, de ser Jó um homem piedoso, e passou a acusar tanto a Jó quanto a DEUS. (1) Satanás questionou os motivos de Jó e, portanto, a veracidade da sua retidão, afirmando que o amor que
Jó tinha a DEUS era realmente egoísta e que ele adorava a DEUS somente porque tirava proveito disso. Satanás deixou claro que o amor que Jó tinha a DEUS não era sincero. (2) Satanás insinuou, ainda, que DEUS era ingênuo, que se deixara enganar, e que obtivera a devoção de Jó
mediante a concessão de bênçãos e suborno (vv. 10,11). Satanás concluiu que DEUS tinha falhado no seu propósito de reconciliar a raça humana consigo mesmo. Se DEUS deixasse de proteger Jó, e de lhe conceder riquezas, saúde e felicidade, ele (Jó) blasfemaria dEle na sua face! (v. 11).1.10 CERCASTE. Posto que Satanás vem para roubar, matar e destruir (cf. Jo 10.10), DEUS coloca uma cerca de proteção em volta dos seus, para abrigá-los dos ataques de Satanás. Essa "cerca" é qual "muro de fogo" espiritual, de proteção para os fiéis de DEUS, de modo que Satanás não possa atingi-los. "E eu, diz o SENHOR, serei para ela [Jerusalém] um muro de fogo em redor" (Zc 2.5). (2) Todos os crentes que fielmente procuram amar a DEUS e seguir a direção do ESPÍRITO SANTO têm o direito de pedir e de esperar que DEUS mantenha esse muro de proteção ao seu redor e de suas respectivas famílias.
1.11 TOCA-LHE EM TUDO QUANTO TEM, E VERÁS SE NÃO BLASFEMA DE TI NA TUA FACE! Nos versículos 6-12 estão propostas as perguntas principais do livro. É possível o povo de DEUS amá-lo e servi-lo por causa daquilo que Ele é, e não apenas por causa das suas dádivas? O justo pode manter sua fé em DEUS e seu amor por Ele em meio a tragédias incompreensíveis e sofrimentos imerecidos?
1.12 SOMENTE CONTRA ELE NÃO ESTENDAS A TUA MÃO. DEUS permitiu a Satanás destruir os bens e a família de Jó; porém, Ele fixou um limite até onde Satanás podia ir e não lhe concedeu o poder de morte sobre Jó. Satanás lançou tempestades e pessoas violentas contra Jó (vv. 13-19).
2. Jó envergonha o adversário. Acredito que, desde o dilúvio, não havia o tentador ainda se deparado com alguém tão íntegro e reto quanto Jó. Sempre DEUS levanta alguém que seja diferente dos outros homens e portanto maleável e humilde o bastante para que possa usá-lo.Satanás sempre esteve na expectativa de quem seria o Messias prometido em Gn 3; seria Abel? Seria Enoque? Seria Noé? Seria Sem? Seria Jó? Imagine quando Davi matou o gigante Golias, que havia dito que aquele que vencesse aquela batalha se tornaria escravo de Israel juntamente com todos os filisteus!!!! Até mesmo quando o Messias chegou ficou na dúvida e ainda comemorou sua vitória quando o matou na cruz do calvário, não sabia ele que DEUS havia lhe armado uma "sataneira" (armadilha para se pegar satanás) para que JESUS CRISTO se tornasse o vencedor nessa batalha por nossas almas. Mt 8.29 E eis que gritaram, dizendo: Que temos nós contigo, Filho de DEUS? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?Cl 3.14 e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz;
VITÓRIA SOBRE O SOFRIMENTO PESSOAL.Se você está sob provações e aflições, que deve fazer para triunfar sobre tal situação?
(1) Primeiro: examinar as várias razões por que o ser humano sofre (ver seção 1, supra) e ver em que sentido o sofrimento concerne a você. Uma vez identificada a razão específica, você deve proceder conforme o contido em
“É nosso dever”.
(2) Creia que DEUS se importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas circunstâncias (ver Rm 8.36; 2Co 1.8-10; Tg 5.11; 1Pe 5.7). O sofrimento nunca deve fazer você concluir que
DEUS não lhe ama, nem rejeitá-lo como seu Senhor e Salvador.
(3) Recorra a DEUS em oração sincera e busque a sua face. Espere nEle até que liberte você da sua aflição (ver Sl 27.8-14; 40.1-3; 130).
(4) Confie que DEUS lhe dará a graça para suportar a aflição até chegar o livramento (1Co 10.13; 2Co 12.7-10). Convém lembrar de que sempre “somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37; Jo 16.33). A fé cristã não consiste na remoção de fraquezas e sofrimento, mas na manifestação do poder divino através da
fraqueza humana (ver 2Co 4.7).
(5) Leia a Palavra de DEUS, principalmente os salmos de conforto em tempos de lutas (e.g., Sl 11; 16; 23; 27; 40; 46; 61; 91; 121; 125; 138).
(6) Busque revelação e discernimento da parte de DEUS referente à sua situação específica — mediante a oração, as
Escrituras, a iluminação do ESPÍRITO SANTO ou o conselho de um SANTO e experiente irmão.
(7) Se o seu sofrimento é de natureza física, atente para os passos expostos no estudo da palavra de DEUS sobre A CURA DIVINA.
(8) No sofrimento, lembre-se da predição de CRISTO, de que você terá aflições na sua vida como crente (Jo 16.33). Aguarde com alegria aquele ditoso tempo quando “DEUS limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais
morte, nem pranto, nem clamor” (Ap 21.4).
II. JÓ TIRA SATANÁS DE CENA
Somente até o capítulo três se menciona algo a respeito de Satanás e mesmo assim não é Jó que se aporta a ele aqui. O inimigo de nossas almas é um derrotado e nós só temos que aprender a vencer alguém que já está vencido.O inimigo deve ser vigiado, mas não exaltado como se faz em algumas denominações por aí que até o entrevistam e lhe dão muito mais poder do que realmente tem. Façamos como JESUS: Mc 1.25 Mas JESUS o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele.Lc 4.35 Mas JESUS o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele. E o demônio, tendo-o lançado por terra no meio do povo, saiu dele sem lhe fazer mal algum.
III. A ATITUDE DE JÓ NÃO ERA DUALISTAJó não tinha duas caras, seu testemunho era impecável. Irrepreensível diante de uma geração corrupta e imoral.
Muitos são os crentes que, inconscientemente, professam o dualismo. Fl 2.15 para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de DEUS inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;GERAÇÃO CORROMPIDA E PERVERSA. JESUS e os apóstolos enfatizaram que o mundo em que vivemos é uma "geração incrédula e perversa" (Mt 17.17; cf. 12.39; At 2.40). O povo deste mundo tem mentalidade errada, valores distorcidos, critérios imorais de vida e rejeitam as normas e padrões da Palavra de DEUS. Os filhos de DEUS devem separar-se do mundo e ser inculpáveis, puros de coração e irrepreensíveis, a fim de proclamarem ao mundo perdido a gloriosa redenção em CRISTO (Cf. 1 Jo 2.15).
1. DEUS é único. O abismo entre Jó e seus colegas é maior do que parece, porque são extensas suas discordâncias teológicas formais. Concordam completamente entre si na verdade suprema de que DEUS é soberano. Em parte alguma de todo o livro isto é questionado. Mesmo assim, o pensamento de Jó está num nível diferente do deles, ainda que tenha a mesma expressão formal quando se trata do caráter de DEUS no Seu modo de lidar com os homens ou, mais exatamente, com Jó.A esta altura Jó ora mais obviamente. Foi encorajado a confiar seus problemas a DEUS (5.8). Jó tem um só desejo, já expresso no cap. 3. É morrer. Se DEUS realmente fosse compassivo, o esmagaria imediatamente (v. 9a). Ele poderia fazer isto com tão pouco esforço quanto um tecelão cortaria um fio. O poder exclusivo de DEUS sobre a vida e a morte é tão completamente reconhecido que a idéia do suicídio como um remédio para os males da vida nunca entra no livro de Jó, em contrapartida com o antigo pessimista e o estóico posterior.O fato de que Jó fala acerca de DEUS na terceira pessoa não deve dar a impressão errada. Realmente, está orando, e não falando a Elifaz. Semelhante convenção é comum ao dirigir-se com respeito a um superior.Jd 1.25 ao único DEUS, Salvador nosso, por JESUS CRISTO, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém!Mt 16.13 Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar ao outro ou se há de chegar a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a DEUS e a Mamom.
Mt 6.24 Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a DEUS e a Mamom.
AS RIQUEZAS. No original é Mamom, um termo aramaico significando dinheiro ou outros bens terrenos valiosos. JESUS deixou bem claro que uma pessoa não pode ao mesmo tempo servir a DEUS e às riquezas.(1) Servir à riqueza é dar-lhe um valor tão alto que: (a) colocamos nela nossa confiança e fé; (b) esperamos da parte dela nossa segurança máxima e felicidade; (c) confiamos que ela garantirá o nosso futuro; e (d) a buscamos mais do que o reino de DEUS e sua justiça. (2) Acumular riquezas é um trabalho tão envolvente, que logo passa a controlar a mente e a vida da pessoa, até que a glória de DEUS deixa de ter a primazia em nosso ser (Lc 16.13).
Mt 4.10 Então, disse-lhe JESUS: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu DEUS, adorarás e só a ele servirás.Satanás (do gr. satan, que significa adversário), foi antes um elevado anjo, criado perfeito e bom. Foi designado como ministro junto ao trono de DEUS, porém num certo tempo, antes de o mundo existir, rebelou-se e tornou-se o principal adversário de DEUS e dos homens (Ez 28.12-15). (1) Satanás na sua rebelião contra DEUS arrastou consigo uma grande multidão de anjos das ordens inferiores (Ap 12.4) que talvez possam ser identificados (após sua queda) com os demônios ou ESPÍRITOs malignos. Satanás e muitos desses anjos inferiores decaídos foram banidos para a terra e sua atmosfera circundante, onde operam limitados segundo a vontade permissiva de DEUS. (2) Satanás, também chamado a serpente , provocou a queda da raça humana (Gn 3.1-6; ver 1 Jo 5.19). (3) O império do mal sobre o qual Satanás reina (12.26) é altamente organizado e exerce autoridade sobre as regiões do mundo inferior, os anjos caídos (25.41; Ap 12.7), os homens perdidos (vv. 8,9; Jo 12.31; Ef 2.2) e o mundo em geral (Lc 4.5,6; 2 Co 4.4; ver 1 Jo 5.19). Satanás não é onipresente, onipotente, nem onisciente; por isso a maior parte da sua atividade é delegada a seus inumeráveis demônios (8.28; Ap 16.13, 14; ver Jó 1.12). (4) JESUS veio à terra a fim de destruir as obras de Satanás (1 Jo 3.8), de estabelecer o reino de DEUS e de livrar o homem do domínio de Satanás (12.28; Lc 4.19; 13.16; At 26.18). CRISTO, pela sua morte e ressurreição,
derrotou Satanás e ganhou a vitória final de DEUS sobre ele (Hb 2.14). (5) No fim da presente era, Satanás será confinado ao abismo durante mil anos (Ap 20.1-3). Depois disso será solto, após o que fará uma derradeira tentativa de derrotar a DEUS, seguindo-se sua ruína final, que será o seu
lançamento no lago de fogo (Ap 20.7-10). (6) Satanás atualmente guerreia contra DEUS e seu povo (Ef 6.11-18), procurando desviar os fiéis da sua lealdade a CRISTO (2 Co 11.3) e fazê-los pecar e viver segundo o sistema do mundo (cf. 2 Co 11.3; 1 Tm 5.15; 1 Jo 5.19). O cristão deve sempre orar por livramento do poder de Satanás (6.13), para manter-se alerta contra seus ardis e tentações (Ef 6.11), e resistir-lhe no combate espiritual, permanecendo firme na fé (Ef 6.10-18; 1 Pe 5.8,9)
2. A luta contra o Diabo. Ef 6.12 porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade,
nos lugares celestiais.
O REINO DE DEUS (BEP - CPAD)
Mt 12.28: “Mas, se eu expulso os demônios pelo ESPÍRITO de DEUS, é conseguintemente chegado a vós o Reino de DEUS.”
A NATUREZA DO REINO.O reino de DEUS (ou dos céus), no presente, significa DEUS intervindo e predominando no mundo, para manifestar seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio de Satanás e a condição atual deste mundo. Trata-se de algo além da salvação ou da igreja; é DEUS revelando-se com poder na execução de
todas as suas obras.
(1) O reino é antes de tudo uma demonstração do poder divino em ação. DEUS inicia seu domínio espiritual na terra, nos corações do seu povo e no meio deste (Jo 14.23; 20.22). Ele entra no mundo com poder (Is 64.1; Mc 9.1; 1Co 4.20). Não se trata de poder no sentido material ou político, e sim, espiritual. O reino não é uma teocracia relígio-política; ele não está vinculado ao domínio social ou político sobre as nações ou reinos deste mundo (Jo 18.36). DEUS não pretende atualmente redimir e reformar o mundo através de ativismo social ou político, da força, ou de ação violenta (26.52; ver Jo 18.36). O mundo, durante a presente era, continuará inimigo de DEUS e do seu povo (Jo 15.19; Rm 12.1,2; Tg 4.4; 1Jo 2.15-17; 4.4). O governo de DEUS mediante o juízo direto e à força só ocorrerá no fim desta era (Ap 19.11-21).
(2) Quando DEUS se manifesta com poder sobre o mundo, este entra em crise. O império do diabo fica totalmente alarmado (12.28,29; Mc 1.23,24), e todos encaram a decisão de submeter-se ou não ao governo de DEUS (3.1,2; 4.17; Mc 1.14,15). A condição necessária e fundamental para se entrar no reino de DEUS é: “Arrependei-vos e crede no
evangelho” (Mc 1.15).(3) O fato de DEUS irromper no mundo com poder, abrange: (a) seu poder divino sobre o governo e domínio de Satanás (12.28; Jo 18.36); a chegada do reino é o começo da destruição do domínio de Satanás (Jo 12.31;
16.11) e do livramento da humanidade das forças demoníacas (Mc 1.34,39; 3.14,15; At 26.18) e do pecado (Rm 6); (b) poder para operar milagres e curar os enfermos (4.23; 9.35; At 4.30; 8.7); (c) a pregação do evangelho, que produz a convicção do pecado, da justiça e do juízo (11.5; Jo 16.8-11; At 4.33); (d) a salvação e a santificação daqueles que se arrependem e crêem no evangelho (ver Jo 3.3; 17.17; At 2.38-40; 2Co 6.14-18); e (e) o batismo no ESPÍRITO SANTO, com poder, para testemunhar de CRISTO (ver At 1.8; 2.4). (4) Uma evidência máxima de que a pessoa está vivendo o reino de DEUS é viver uma vida de “justiça, e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO” (Rm 14.17).(5) O reino de DEUS tem um aspecto tanto presente como futuro. É uma realidade presente no mundo hoje (Mc 1.15; Lc 18.16,17; Cl 1.13; Hb 12.28), mas o governo e o poder de DEUS não predominam plenamente em todos e em tudo. A obra e a influência de Satanás e dos homens maus continuarão até o fim desta era (1Tm 4.1; 2Tm 3.1-5; Ap 19.19 — 20.10). A manifestação futura da glória de DEUS e do seu poder e reino ocorrerá quando JESUS voltar para julgar o mundo (24.30; Lc 21.27; Ap 19.11-20; 20.1-6). O estabelecimento total do reino virá, quando CRISTO finalmente triunfar sobre todo o mal e oposição e entregar o reino a DEUS Pai (1Co 15.24-28; Ap 20.7-21.8; ver também Mc 1.15).
O PAPEL DO CRENTE NO REINO.O NT contém abundante ensino sobre a missão do crente no reino de DEUS, na sua presente manifestação.
(1) É responsabilidade do crente buscar incessantemente o reino de DEUS, em todas as suas manifestações, tendo fome e sede pela presença e pelo poder de DEUS, tanto na sua vida como no meio da sua comunidade cristã
(ver 5.10; 6.33).
(2) Em 11.12, JESUS revela novos fatos sobre a natureza dos membros do reino. Ali Ele disse que somente quem se esforça apodera-se do reino de DEUS. Os tais, movidos por DEUS, resolvem romper com as práticas pecaminosas e imorais do mundo e seguem a CRISTO, a sua Palavra e seus justos caminhos. Não importando o preço a pagar,
esses, resolutamente, buscam o reino com todo o seu poder. Noutras palavras, pertencer ao reino de DEUS e desfrutar de todas as suas bênçãos requer esforço sincero e constante — um combate de fé, aliado a uma forte
vontade de resistir a Satanás, ao pecado e à sociedade perversa em que vivemos. (3) Não conhecerão o reino de DEUS aqueles que raramente oram, que transigem com o mundo, que negligenciam a Palavra e que têm pouca fome espiritual. É para crentes como José (Gn 39.9), Natã (2Sm 12.7), Elias (1Rs 18.21), Daniel e seus três amigos (Dn 1.8; 3.16-18), Mardoqueu (Et 3.4,5), Pedro e João (At 4.19,20), Estevão (At 6.8; 7.51) e
Paulo (Fp 3.13,14); inclusive mulheres como Débora (Jz 4.9), Rute (Rt 1.16-18), Ester (Et 4.16), Maria (Lc 1.26-35), Ana (Lc 2.36-38) e Lídia (At 16.14,15,40).
CONCLUSÃO
Muitos são os crentes que, embora acreditem no DEUS Único e Verdadeiro, na prática são
dualistas. Muitos estão tão comprometidos com o mundo que já não sabem mais a diferença entre o certo e o errado, entre o SANTO e o profano; são crentes nominais não discernindo os tempos e as estações que DEUS colocou como advertência para a volta de seu filho JESUS CRISTO.
PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS (BEP - CPAD)
Mc 3.27 “Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não manietar
o valente; e, então, roubará a sua casa”.
Um dos destaques principais do Evangelho segundo Marcos é o propósito firme de JESUS: derrotar Satanás e suas hostes demoníacas. Em 3.27, isto é descrito como “manietar o valente” (i.e., Satanás) e, “roubará a sua casa” (i.e., libertar os escravos de Satanás). O poder de JESUS sobre Satanás fica claramente demonstrado na expulsão de demônios (gr. daimonion) ou ESPÍRITOs malignos.
OS DEMÔNIOS. (1) O NT menciona muitas vezes pessoas sofrendo de opressão ou influência maligna de Satanás, devido a um ESPÍRITO maligno que neles habita; menciona também o conflito de JESUS com os demônios. O Evangelho segundo Marcos, e.g., descreve muitos desses casos: 1.23-27, 32, 34, 39; 3.10-12, 15; 5.1-20; 6.7, 13; 7.25-30; 9.17-29; 16.17.
(2) Os demônios são seres espirituais com personalidade e inteligência. Como súditos de Satanás, inimigos de DEUS e dos seres humanos (Mt 12.43-45), são malignos, destrutivos e estão sob a autoridade de Satanás (ver Mt 4.10).
(3) Os demônios são a força motriz que está por trás da idolatria, de modo que adorar falsos DEUSes é praticamente o mesmo que adorar demônios (ver 1Co 10.20 ).
(4) O NT mostra que o mundo está alienado de DEUS e controlado por Satanás (ver Jo 12.31; 2Co 4.4; Ef 6.10-12). Os demônios são parte das potestades malignas; o cristão tem de lutar continuamente contra eles (ver Ef 6.12).
(5) Os demônios podem habitar no corpo dos incrédulos, e, constantemente, o fazem (ver Mc 5.15; Lc 4.41; 8.27,28; At 16.18) e falam através das vozes dessas pessoas. Escravizam tais indivíduos e os induzem à iniqüidade, à
imoralidade e à destruição.
(6) Os demônios podem causar doenças físicas (Mt 9.32,33; 12.22; 17.14-18; Mc 9.17-27; Lc 13.11,16), embora nem todas as doenças e enfermidades procedam de ESPÍRITOs maus (Mt 4.24; Lc 5.12,13).
(7) Aqueles que se envolvem com espiritismo e magia (i.e., feitiçaria) estão lidando com ESPÍRITOs malignos, o que facilmente leva à possessão demoníaca (cf. At 13.8-10; 19.19; Gl 5.20; Ap 9.20,21).
(8) Os ESPÍRITOs malignos estarão grandemente ativos nos últimos dias desta era, na difusão do ocultismo, imoralidade, violência e crueldade; atacarão a Palavra de DEUS e a sã doutrina (Mt 24.24; 2Co 11.14,15; 1Tm 4.1). O maior surto de atividade demoníaca ocorrerá através do AntiCRISTO e seus seguidores (2Ts 2.9;
Ap 13.2-8; 16.13,14).
JESUS E OS DEMÔNIOS. (1) Nos seus milagres, JESUS freqüentemente ataca o poder de Satanás e o demonismo (e.g., Mc 1.25,26, 34, 39; 3.10,11; 5.1-20; 9.17-29; cf. Lc 13.11,12,16). Um dos seus propósitos ao vir à terra foi subjugar Satanás e libertar seus escravos (Mt 12.29; Mc 1.27; Lc 4.18).
(2) JESUS derrotou Satanás, em parte pela expulsão de demônios e, de modo pleno, através da sua morte e ressurreição (Jo 12.31; 16.17; Cl 2.15; Hb 2.14). Deste modo, Ele aniquilou o domínio de Satanás e restaurou o poder do reino de DEUS.
(3) O inferno (gr. Gehenna), o lugar de tormento, está preparado para o diabo e seus demônios (Mt 8.29; 25.41). Exemplos do termo Gehenna no grego: Mc 9.43,45,47; Mt 10.28; 18.9.
O CRENTE E OS DEMÔNIOS. (1) As Escrituras ensinam que nenhum verdadeiro crente, em quem habita o ESPÍRITO SANTO, pode ficar endemoninhado; i.e.: o ESPÍRITO e os demônios nunca poderão habitar no mesmo corpo (ver 2Co 6.15,16). Os demônios podem, no entanto, influenciar os pensamentos, emoções e atos dos crentes que não obedecem aos ditames do ESPÍRITO SANTO (Mt 16.23; 2Co 11.3,14).
(2) JESUS prometeu aos genuínos crentes autoridade sobre o poder de Satanás e das suas hostes. Ao nos depararmos com eles, devemos aniquilar o poder que querem exercer sobre nós e sobre outras pessoas, confrontando-os sem trégua pelo poder do ESPÍRITO SANTO (ver Lc 4.14-19). Desta maneira, podemos nos livrar dos poderes das trevas.
(3) Segundo a parábola em Mc 3.27, o conflito espiritual contra Satanás envolve três aspectos: (a) declarar guerra contra Satanás segundo o propósito de DEUS (ver Lc 4.14-19); (b) ir onde Satanás está (qualquer lugar onde ele tem uma fortaleza), atacá-lo e vencê-lo pela oração e pela proclamação da Palavra, e destruir suas armas de engano e tentação demoníacos (cf. Lc 11.20-22); (c) apoderar-se de bens ou posses, i.e., libertando os cativos do inimigo e
entregando-os a DEUS para que recebam perdão e santificação mediante a fé em CRISTO (Lc 11.22; At 26.18).
(4) Seguem-se os passos que cada um deve observar nesta luta contra o mal: (a) Reconhecer que não estamos num conflito contra a carne e o sangue, mas contra forças espirituais do mal (Ef 6.12). (b) Viver diante de DEUS uma vida
fervorosamente dedicada à sua verdade e justiça (Rm 12.1,2; Ef 6.14). (c) Crer que o poder de Satanás pode ser aniquilado seja onde for o seu domínio (At 26.18; Ef 6.16; 1Ts 5.8) e reconhecer que o crente tem armas espirituais
poderosas dadas por DEUS para a destruição das fortalezas de Satanás (2Co 10.3-5). (d) Proclamar o evangelho do reino, na plenitude do ESPÍRITO SANTO (Mt 4.23; Lc 1.15-17; At 1.8; 2.4; 8.12; Rm 1.16; Ef 6.15). (e) Confrontar Satanás e o seu poder de modo direto, pela fé no nome de JESUS (At 16.16-18), ao usar a Palavra de DEUS (Ef 6.17), ao orar no ESPÍRITO (At 6.4; Ef 6.18), ao jejuar (ver Mt 6.16; Mc 9.29) e ao expulsar demônios (ver Mt 10.1; 12.28; 17.17-21; Mc 16.17; Lc 10.17; At 5.16; 8.7; 16.18; 19.12). (f) Orar, principalmente, para que o ESPÍRITO SANTO convença os perdidos, no tocante ao pecado, à justiça e ao juízo vindouro (Jo 16.7-11). (g) Orar, com desejo sincero, pelas manifestações do ESPÍRITO, mediante os dons de curar, de línguas, de milagres e de maravilhas (At 4.29-33; 10.38; 1Co 12.7-11).
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - JOVENS E ADULTOS - 1º Trimestre de 2003
Questionário da Revista1. O que fazia Satanás nas regiões celestes de acordo com o livro de Jó?
2. Por que Jó não menciona uma única vez o adversário?
3. O que é Dualismo?
4. Por que o Dualismo é uma falsa doutrina?
5. Quem deve lutar contra o Diabo? DEUS ou nós?
Fontes consultadas e alguns comentários inseridos:1- CD Da CPAD, Revista e BEP www.cpad.com.br 2- Livro Jó - Claudionor De Andrade - CPAD - www.cpad.com.br 3- Introdução e Comentários de Francis I.Andersen - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - S.Paulo - SP2º Impressão 05/1996 - http://www.vidanova.com.br/ SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 3 - 4 TRIMESTRE DE 2020 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Explicitar que o Livro de Jó não procura explicar a origem de Satanás, mas que seus atributos revelam quem ele é;
Afirmar que as obras do Diabo são visíveis e que o Livro de Jó revela sua natureza maligna;
Sublinhar o ocaso do Diabo, isto é, seus intentos sobre Jó não foram alcançados.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Uma das coisas mais perigosas é uma ideia que revela determinado extremo. Acerca de Satanás há pelo menos duas. A primeira tende a negar sua existência. A segunda, supervaloriza a ação maligna como se Satanás fosse uma entidade onipotente. O Livro de Jó revela a realidade do Diabo. É o livro mais claro em relação ao assunto do Antigo Testamento. Entretanto, de maneira equilibrada, podemos aprender que o Diabo tem determinada ação no mundo, mas ele não é maior que DEUS, nem muito menos exerce ação autônoma. O livro mostra com clareza que o Diabo está submetido a DEUS. Essa compreensão é alentadora, pois não podemos ignorar a sua ação, mas também não devemos supervalorizá-la porque maior é DEUS que que nos salvou.
PONTO CENTRAL - O Diabo é um ser espiritual, mas não é autoexistente. SÍNTESE DO TÓPICO I - O Diabo é um ser espiritual criado e dotado de personalidade.
SÍNTESE DO TÓPICO II - No Livro de Jó, as obras de Satanás são representadas pela dor, sofrimento, acusação e tentação.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O Livro de Jó mostra indiretamente o ocaso do Diabo, e, ao mesmo tempo diretamente, o testemunho de DEUS a respeito de Jó. despertamento espiritual.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Sugerimos que você inicie este tópico fazendo indagações acerca da natureza do Diabo. Pergunte aos alunos o que eles acham acerca das características de Satanás: É um ser espiritual? É um ser criado ou incriado? É dotado de personalidade? São perguntas importantes que devem levá-los à compreensão de como a Bíblia revela a natureza do Diabo. Por isso, após ouvir atentamente as respostas dos alunos, desenvolva o tópico levando em consideração que a palavra Satanás significa “adversário”. Nas palavras de Myer Pearlman, essa palavra descreve a intenção persistente de o Diabo obstruir os propósitos de DEUS. É uma oposição que se revelou nas seguidas tentativas de impedir o plano divino de cumprir a atividade predita em Gênesis 3.15: a vinda do Messias.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP2
“Satanás [...] ressalta que Jó tem sido recompensado de todas as formas possíveis – Porventura, não o cercaste tu de bens a ele? (10). Ele e sua família eram protegidos de todo e qualquer tipo de perigo, e Satanás conclui: A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está aumentando. Um sucesso incomum aparece em tudo que Jó realiza. Essa prosperidade, cobra Satanás, é a recompensa de DEUS pela fidelidade de Jó.
Depois de acusar a DEUS de comprar a lealdade de Jó, Satanás o desafia dizendo que uma reversão na condição próspera de Jó redundaria em sua deserção: Mas estende a tua mão [...] e verás se não blasfema de ti em tua face (11). Isto é, ele renunciaria completa e abertamente a DEUS e sua forma piedosa de vida.
DEUS não abandona Jó nas mãos de Satanás, mas Ele dá permissão para testar a disposição de Jó em permanecer leal e devoto: Eis que tudo quanto tem está na tua mão (12). Observe, no entanto, que existe um limite para o teste: Somente contra ele não estendas a tua mão. Com tal autorização, Satanás age rapidamente para cumprir o seu propósito, confiante no sucesso de seu empreendimento” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon:Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.29).
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP3
“O termo hebraico (tam) usado na afirmação, este era homem sincero (perfeito, ou ‘íntegro’, ARA), é de grande interesse para os teólogos da santidade. O significado principal da raiz é plenitude de caráter. No caso de Jó, não significa perfeição no sentido absoluto. Jó afirma que ele é tam (27.5), mas ele também admite suas fraquezas humanas (9.1ss; 13.26). Jó mantém a integridade básica do seu caráter. Tudo faz parte de uma mesma disposição. Os olhos e o coração estão focados no que é íntegro (cf. Mt 6.22; At 2.46). O coração de Jó não está dividido (Sl 12.2). A vontade de Jó pertence a DEUS e ele não abre mão disso (2.9,10; 27.5). Além de ser sincero (perfeito/íntegro), também lemos que Jó era reto e temente a DEUS; e desviava-se do mal. Não havia falta em Jó. Ele preenchia todos os requisitos dos seus dias de um homem exemplar. Na narrativa, essas qualidades em Jó não constituem a avaliação de homens, mas sim, a do próprio DEUS” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon:Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp.27-28).
VOCABULÁRIO
Ente: O que existe, o que é; ser, coisa, objeto. Ser humano; pessoa, indivíduo.
Perspicaz: Que tem agudeza de ESPÍRITO; sagaz, inteligente.
Ardil: Ação que se vale de astúcia, manha, sagacidade; ardileza.
Apoteótico: Que lembra apoteose; glorificante.
PARA REFLETIR - A respeito de “Jó e a Realidade de Satanás”, responda:
Como o Livro de Jó mostra Satanás? O Livro de Jó não procura provar a origem de Satanás, mas o mostra como um ser real.
Além de ser um ente espiritual, de que o Diabo é dotado? Além do fato de ser um ente espiritual, o Diabo é dotado também de personalidade.
Como o prólogo do Livro de Jó apresenta Satanás? O prólogo do Livro de Jó apresenta Satanás como um ser capaz de agir contra o ser humano (Jó 1.12; 2.6).
Além de infligir dor e sofrimento, o que o Diabo faz? O Diabo é capaz de infligir dor e sofrimento, mas não só isso. Ele também acusa e tenta.
Como DEUS se mantém ao longo de quase todo o Livro de Jó? Em quase todo o livro, DEUS se mantém em silêncio e oculto, mesmo o leitor tendo consciência que Ele está lá e que o seu silêncio fala alto.
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 83, p. 37. Comentários extras de livros A Doutrina dos Anjos - Silva, Severino Pedro da - CPADObservemos aqui alguns pontos importantes sobre isso e depois façamos um julgamento do significado do pensamento:
Comparados com a existência humana e animal, os anjos podem se dizer incorpóreos, mas apenas no sentidode que não têm uma organização mortal. As Escrituras dão a entender que os anjos têm uma corporificação. DEUS é ESPÍRITO, mas quando CRISTO se dirigiu aos judeus, Ele disse do Pai: "...Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu parecer" (Jo 5.37). É essencial que um espírito tenha forma localizada, determinada e espiritual (Jó 4.15,16).
Isso parece dar a entender que os anjos são revestidos de corpos espirituais, como os que nos são prometidos. Portanto, talvez se possa entender que, apesar de os anjos serem espíritos, possuindo corpos espirituais, nem todos os espíritos são anjos. Os judeus, por exemplo, faziam essa distinção. Em Atos 23.9 diz: "...nenhum mal achamos neste homem, e se algum espírito ou anjo lhe falou, não resistamos a DEUS". Por conseguinte, os demônios já não devem ser concebidos da mesma maneira ou ordem. Eles não possuem corpos de ordem alguma. Eles são espíritos e, como tais, não pertencem portanto, à categoria e ordem angelical. Talvez que num passado remoto, tenham pertencido a tal ordem angelical, mas à semelhança de seu príncipe (Satanás), foram rebaixados para uma categoria inferior, isto é, perderam seu primitivo estado de configuração. O Reino dos Anjos maus
Satanás
"E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na Terra, e os seus anjos foram lançados com ele" (Ap 12.9). No estudo da Angelologia não só as Escrituras focalizam os anjos do bem que, segundo se diz, se movimentam neste vasto reino de luz, mas elas também de igual modo, nos informam sobre o vasto reino de seres tenebrosos, isto é, o mundo dos espíritos malignos, que se opõem tanto a DEUS como à sua obra. Eles são chamados tanto no Antigo como no Novo Testamento, por vários nomes e títulos que representam suas disposições hostis a DEUS e aos homens. Um destes seres é Satanás que iremos observar à luz de cada contexto. Vejamos!
Diabo.Esse nome, que no grego é "diabollos", significa "acusador", aparece no grego da Septuaginta passado para o Novo Testamento, para indicar Satanás, o arquimaligno poder espiritual do grande inimigo de todo o bem. Tanto nosso Senhor JESUS" CRISTO como os escritores do Novo Testamento, usaram este nome empregado à pessoa de Satanás por 38 vezes.
SatanásÉ uma palavra de origem hebraica que é "sãtan". No Antigo Testamento, a palavra "satanás" ou seu equivalente é usada como nome próprio somente em três livros, a saber: 1 Crônicas 21.1; Jó 1.6,7,8,9,12; 2.1,2,3,4,6,7, etc; Zacarias 3.1 e ss. Em Apocalipse, porém, ele é sempre chamado o "Dragão".
O vocábulo grego aqui usado, "dragão", que no original é "draken", significa "serpente", "crocodilo" ou "leviatã" (Jó 41.1). O doutor R. N. Champlin, Ph. D., nos informa que os antigos cananeus, conforme a descrição existente nos tabletes de Ras Shamra, tinham uma terrível serpente de sete cabeças. O leviatã (Is 27.1) era considerado uma horrível e "rápida serpente". No presente estudo, porém, está em foco "...a antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo". Na mitologia grega esta figura sombria já era bastante conhecida, e em alguns lugares é a conhecida "serpente sedutora, mãe das trevas, que é um cão de fogo horroroso". Foi este terrível ser que, personificado numa serpente, enganou a pobre mulher (Gn 3.1 e ss; 2 Co 11.3; 1 Tm 2.14; Ap 12.9).
O doutor Matthew Pool, eminente comentador da antiguidade, diz que o artigo definido em Gênesis 3.1, é enfático para exemplificar o significado do pensamento, e por isso se refere a uma "serpente especial". E, no hebraico é: "hannachash". Esta serpente, ou essa serpente, indicando que não era uma serpente qualquer, ou um simples animal, mas uma personificação do próprio Satanás.
Em sete livros do Antigo Testamento e em dezenove do Novo, encontramos esta horrível serpente chamada o Diabo. Ocorre apenas uma vez no plural na Edição Revista e Corrigida (Dt 32.17):"...Sacrifícios ofereceram aos diabos". Seu nome é a transliteração do vocábulo grego da Septuaginta (LXX) "diabollos", expressão usada no singular, que significa "acusador" ou "caluniador" dependendo apenas do contexto (Ap 12.10); é aplicado nas Escrituras, exclusivamente a Satanás.
Ele é assim chamado em virtude de suas disposições hostis...opondo-se a DEUS e aos homens. No sentido profundo da palavra, significa "caluniador" ou "difamador", porque tanto calunia a DEUS (Gn 3.2), como aos homens (Jó 1.9;Ap 12.10). Ele, além de ser acusador dos irmãos, é também a "serpente sedutora", que primeiramente usou sua sabedoria pervertida para arrastar uma terça parte dos poderes angelicais para dentro de sua órbita (Ap 12.4). Em João 6.70, ele tem o sentido de um traidor.
A causa de sua queda. A causa principal da queda deste terrível ser, foi "orgulho", mas o ponto marcante no momento fatal, foi a"violência" Só DEUS conhece e pode explicar a contento a origem do mal, e é ele que diz quando teve início o primeiro pecado na vida deste anjo das trevas: "...se encheu o teu interior de violência, (ouça agora!) e pecaste!" (Ez 28.16b). A partir deste momento ele faz cinco declarações oponentes contra a pessoa de DEUS. Vejamos:
"...eu subirei ao céu" (Is 14.13). Nisto, que é o primeiro aspecto do pecado de Satanás, ele se propunha aparentemente a fazer sua habitação como ele mesmo declarou "...acima das estrelas (anjos) de DEUS". Isto visava, não somente a uma oposição a DEUS mas também a JESUS que, segundo nos é dito em Efésios 1.20,21, DEUS ressuscitou a seu Filho, "...e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio...".
"...exaltarei o meu trono" (Is 14.13). Em Ezequiel 28.2, diz que ele queria se "assentar sobre a cadeira de DEUS" e depois equiparar seu coração "...como se fora o coração de DEUS" (Ez 28.6b). Era uma aspiração completamente errada, pois DEUS lhe diz: "...tu és homem, e não DEUS" (Ez 28.9). O leitor deve observar cuidadosamente cada detalhe e depois ver como as Escrituras são proféticas e se combinam entre si! Todas as declarações e ofensas deste inimigo, visavam também à pessoa de nosso Senhor JESUS CRISTO; ele queria por meio da força, se assentar no trono de DEUS. Lugar este, reservado para seu amado Filho (cf. Ap 3.21; 12.5).
"...no monte da congregação [angelical?] me assentarei" (Is 14.13). Os eruditos divergem um pouco no que diz respeito aos dois vocábulos usados aqui: monte e congregação. O doutor L. S. Chafer, acha que, "o monte" é uma frase que evidentemente se refere ao lugar do governo divino na Terra (Is 2.1-4), e a referência à "congregação" é claramente a Israel. Para nós esta maneira de interpretação é bastante lógica, mas não se coaduna com a natureza do pensamento aqui esboçado, visto que, na possível data deste acontecimento, Israel nem sequer existia.
A maneira mais lógica de interpretar o texto deve ser, segundo o significado do pensamento: que o monte refere-se ao alto e sublime lugar da habitação de DEUS no Terceiro Céu (Ap 21.10) e a congregação sem dúvida, à assembleia dos seres angelicais (cf. Ec 3.15; Hb 8.5; 9.23; 12.22,23; Jd v.6).
"...subirei acima das mais altas nuvens" (Is 14.14a). O doutor F. C. Jennings acha que o significado desta arrogante declaração provavelmente se descobrirá no uso da palavra nuvens. Das mais de 150 referências às nuvens na Bíblia, 100 se relacionam com a presença e a glória divina. Portanto, com esta sua arrogância Satanás está procurando assegurar-se de algo que pertence a DEUS somente. A glória de se assentar sobre uma nuvem. O Pai tem reservado exclusivamente para seu Filho e não para ele, o tentador (cf. Dn 7.13;Mt 24.30; At 1.9; 1 Ts 4.17; Ap 1.7; 14.14, etc).
"...serei semelhante ao Altíssimo "(Is 14.14b). Esta, foi a quinta e última declaração arrogante do grande inimigo de DEUS. Ela teria também, como já tivemos ocasião de ver nas outras declarações, a santidade e a posição elevada do Filho de DEUS, que disse "ser igual ao Pai" (Jo 5.18). DEUS agora responde. Vejamos no tópico seguinte deste argumento:
A resposta divina; tudo no passado: "fazia", "punha", "assolava", "deixava", "destruíste", "mataste", "era", "foste", "estavas", "tu eras", etc. (Is 14.16,17; Ez 28.13-15). Esse terrível ser foi criado aparentemente, um dos querubins (Ez 28.14), e ungido para uma posição de grande autoridade, talvez sobre a primitiva criação de DEUS, que incluía o Éden Mineral. (Cf. Gn 2.10-12; Ez 28.11-15), mas tornou-se em um grande dragão vermelho após a queda.
O quadro de Apocalipse 12.3, o descreve como tendo "sete cabeças e dez chifres". Isto pode ser já uma antecipação do que lemos em 13.2 do mesmo livro citado, onde o dragão deu à Besta, e aos dez reis escatológicos, seu poder, e seu trono, e grande poderio; é evidente, portanto, que a Besta e os dez reis, serão agentes do próprio Satanás durante o tempo sombrio da Grande Tribulação.
No capítulo 12 do Apocalipse, João descreve duas revoltas de Satanás: uma passada, outra futura. A primeira, deve estar em consonância com sua queda original, e a segunda, se dará durante o período da Grande Tribulação. Observemos, pois:
a) Em 12.4, João o descreve apresentando seu baixo caráter, isto é, ele o viu usando sua "cauda" para derribar com ela seus sequazes, e os lançou sobre a Terra. Assim, esta seção, apresenta um "segundo quadro" da revolta original de Satanás quando se rebelou contra DEUS, porém, segundo se depreende, com as mesmas características do passado (Is 14.12 e ss; Ez 28.2 e ss). A causa de sua queda (pecado), foi a "violência" ocasionada pelo "orgulho" (Ez 28.15,16), quando ele disse em "seu coração": "Eu Subirei", então o pecado teve início!
Mas como "um abismo chama outro abismo" (Sl 42.7), ele queria se assentar "sobre a cadeira de DEUS" (Ez 28.2), e ser "semelhante ao Altíssimo" (Is 14.14). Chegou até a dizer: "Eu sou DEUS" (Ez 28.2); seu desejo mortífero, era como ele mesmo disse: estabelecer seu trono na região setentrional (região norte) do céu (Is 14.13), mas foi frustrado o seu plano e ele com "grande ira" abriu uma "cisão" no exército celeste e, conquistou a "terça parte" dos anjos. Possivelmente, essa revolta original teve lugar na "região norte do céu" onde existe um "vazio" (cf. Jó 26.7 e Hb 8.5 e 9.23).
b) O outro quadro (escatológico), João o descreve como tendo lugar durante o tempo da angústia. Na primeira revolta, ele conseguiu conquistar os anjos "que não guardaram o seu principado" (Jd 1.6), e os lançou no "espaço" (Ef 6.12). Nesta segunda investida, ele desejava reconquistar "seu lugar nos céus" (Ap 12.8), mas novamente é frustrado em seu plano e ele com "grande ira" usou novamente a sua "cauda". Esta é a parte mais perigosa do dragão, é como um grande cometa neste monstro (cf. Dn 8.10).
Assim Isaías 9.15 assemelha o profeta mentiroso a uma cauda, o poder e influência maligna de Satanás como mentiroso e enganador são semelhantemente descritos. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, isso também aponta seu "baixo caráter" (Dt 28.13; Is 9.15), sua influência daninha - "derribou um terço das estrelas do céu". Multidões que brilhavam no ordenado firmamento de DEUS se tornam meteoritos carbonizados por causa do dragão. Estas forças angelicais da maldade, agem atualmente na Terra e no espaço; porém, segundo se depreende de textos e contextos, durante o tempo sombrio da Grande Tribulação, eles passarão a agir diretamente na Terra e no mar (Ap 12.12 e ss).
O Dragão e seus nomes
O grande inimigo de DEUS é visto por toda a Bíblia, e nos escritos judaicos, só em conexão com o mal. Os 25 (alguns acham que existem 40) nomes que lhe são atribuídos, representam em si mesmos, a personificação da maldade sempre em caráter supremo. Vejamos:
Diabo (Ap 12.9). Satanás (Ap 20.2). Dragão (Ap 12.3). O príncipe deste mundo (Jo 12.31). O príncipe das potestades do ar (Ef 2.2). O príncipe dos demônios (Mt 12.24). O rei dos terrores (Jó 18.14). O deus deste século (2 Co 4.4). De "ave do céu" no sentido enigmático (Mt 13.4,19). O tentador (Mt 4.3). O inimigo (Mt 13.39). O adversário (1Pe 5.8). O anjo do abismo (Ap 9.11). A antiga serpente (Ap12.9). Apoliom (Ap 9.11). Abadom (Ap 9.11). Estrela da manhã (Is 14.12). Esta palavra chegou até nós através da Vulgata Latina que traduziu o hebraico "hêbêl" (LXX -"heõsphoros") em Isaías 14.12 por "Lúcifer", literalmente este vocábulo significa "aquele que brilha" ou o "resplandecente". Então a ARA traduziu por a "estrela da manhã". A referência é aplicada ao rei de Babilônia e da inferência a Satanás (Is 14.12; Ez 28.13). O pai da mentira (Jo 8.44). O homicida (Jo 8.44). A mortalha (Is 14.19). O espanto (Ez 28.19). Belial (2 Co 6.15). Beelzebu (Mt 12.24). Querubim ungido (Ez 28.14). Querubim protetor (Ez 28.16). Estes dois títulos ele perdeu automaticamente após sua queda: observe a sentença: "tu eras" e não "tu és", como se ele ainda fosse (Ez 28.14). Porta-se com leão rugidor (1 Pe 5.8). O anjo de luz (2 Co 11.14). O aferidor (Ez 28.12), etc.
O substantivo "diabollos" (formado de dia, "através de", e ballõs, "jogar") significa "jogar por cima ou através de". Então segue-se o significado de cada pensamento: "dividir", "semear contenda", "acusar", "fazer acusações", "caluniar", "informar", "rejeitar", "descrever".
Em Apocalipse 2.13, fala-se dele como contendo um trono no qual exerce poder, como se fora rei. Em seu centro de atividade nos mundos espirituais, ele é reconhecido como "potestade", "príncipe e hoste", isto é, chefe dos anjos maus.
Alguns comentaristas opinam que o personagem de Ezequiel 28 não é o próprio Satanás, e sim, o rei de Tiro. Literalmente falando: o monarca Itobal II.
Mas as evidências mostram que, não é Itobal II que aqui está em foco, e sim, o próprio Satanás. Vejamos:
Literalmente falando, nunca este monarca (Itobal II), de Tiro esteve no Éden, Jardim de DEUS. Este monarca viveu no VI século a.C, e evidentemente, ele não podia estar no Éden mais de 3400 anos atrás. E além disso, parece que o "Éden, Jardim de DEUS" mencionado em Ezequiel 28.13, era formoso por sua beleza mineral, ao passo que o de Adão, por sua beleza vegetal (cf. Gn 2.8-12; Ez 28.13-16). Na presente era ele é "príncipe das potestades (anjos do ar) (Ef 2.2); Seu trono, pode ser armado tanto na Terra (Ap 2.13), como no espaço (Ef 2.2; 6.12; Ap 12.7); ele exerce suas atividades em três esferas do Universo: na Terra (Ap 12.12), no espaço (Ef 2.2; Ap 12.7); e também no Mar (Ap 12.12 e 13.1). Seus agentes podem ser tanto humanos como anjos, dependendo do contexto!
Em Apocalipse 20.2-7, fala-se dele como sendo aprisionado, durante mil anos. Ele então, conforme descreve ali o texto, será agrilhoado por expressa ordem de DEUS, e lançado no abismo; ali ficará durante todo o governo de CRISTO na Terra, e só depois será solto da sua prisão (Ap 20.7). O texto em foco claramente diz: "E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão". Dois pontos importantes devem ser aqui observados:
Primeiro: Muitos eruditos têm dificuldades em aceitar a prisão de Satanás no sentido literal; mas nós temos na Bíblia outras passagens falando de "...espíritos em prisão" (1 Pe 3.19; 2 Pe 2.4; Jd 1.6; Ap 9.2,3,14). As algemas que o agrilhoarão são de fabricação divina. Não há, pois, razão para recusar o sentido literal da "cadeia" e "prisão" de Satanás, pois a palavra grega usada para cadeia, "hálu-sis", é a mesma usada nas passagens de Atos 12.7; 28.20; 2Timóteo 1.16 (Nestle). Em todas estas passagens a significação é literal.
Segundo: Devemos observar que, além da chave e da corrente, haverá também alguma "espécie de selo" posto sobre ele, impedindo-o de encontrar espaço para qualquer movimento ou ação maléfica de sua pessoa. Este selo posto sobre Satanás o colocará como uma "múmia", o qual como "sombra" apenas em seu sentimento perverso se revolverá ao redor da prisão. Ele não comparecerá diante do Grande Trono Branco; talvez os seus sim (cf. 1 Co 6.3; Jd v.6; Ap20.12). JESUS disse em seu imortal ensino: "Já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.11).Destino final de Satanásapós passar mil anos de prisão, depois "importa que seja solto, por um pouco de tempo", e como tentador, "...sairá" pelo mundo inteiro tentando, os convertidos da Era Milenar, alguns deles se tornarão suas presas. Assim, ele formará um grande exército composto de anjos maus e homens pecadores, e seguirão em direção ao arraial dos santos e da cidade amada (Ap 20.7-9). No sentido profundo, a derrota das forças do mal é um ato divino. Eles terão (o diabo e seus súditos) armas suficientemente poderosas para aquela batalha final. Mas DEUS mandará fogo destruidor dos céus, que os devorará) E a seguir vem a sentença divina sobre o grande inimigo: "E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre..." Este, será portanto, seu destino final!
O Diabo em relação ao mundo
"Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo" (Jo 12.31). Este vocábulo "mundo" ou seu equivalente, tem tanto no Antigo como no Novo Testamento, diversos significados e diferentes aplicações. Por exemplo: Em o Novo Testamento, a palavra ocorre porcerca de 187 vezes; destas, 41 vezes, querem dizer tempo e 14, um distrito habitado. Os lexicógrafos, porém, fazem distinção em cada significado do pensamento, tais como:
Primeiro:(Referindo-se à pessoa humana); "...DEUS amou o mundo" (Jo 3.16); "...quando ele vier, convencerá o mundo" (Jo 16.8a), "...o mundo não te conheceu" (Jo 17.25); "...e todo o mundo seja condenável diante de DEUS" (Rm 3.19b) e outras citações similares.
Segundo:(Referindo-se ao mundo físico): "...pela fé entendemos que os mundos pela palavra de DEUS foram criados" (Hb 11.3a); "...estando eu com eles no mundo" (Jo 17.12); "...Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu CRISTO" (Ap 11.15) e outras citações similares.
Terceiro:(Referindo-se ao mundo espiritual das trevas): "...Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele" (1 Jo 2.15b); "...Sabemos que somos de DEUS,e que todo o mundo está no maligno" (1 Jo 5.19); "...Já não falarei muito convosco; porque se aproxima o príncipe deste mundo" (Jo 14.30 e ss) e outras citações similares. Ora, isso significa que, existem três mundos: o de DEUS (físico); o dos homens (humano) e o do Diabo (das trevas). Das 187 vezes que esta palavra ocorre no Novo Testamento, CRISTO empregou o termo mais do que todos os outros juntos. A palavra aparece 68 vezes no Evangelho de João e 23 vezes na sua primeira Epístola. CRISTO usou a palavra "mundo" 41 vezes em seu Sermão do Cenáculo e 19 vezes em sua Oração sacerdotal.
Ora, em cada passagem do Evangelho de João, das 68 vezes onde a palavra ocorre, cerca de 50 vezes refere-se a um sistema de "ordens" onde, segundo se diz, Satanás exerce autoridade como se fora rei. JESUS por três vezes se refere a ele como "príncipe deste mundo". Também o reconheceu como tal, na tentação do deserto (Lc 4.5-7), onde Satanás lhe ofereceu "...todos os reinos do mundo", com a condição de que JESUS se prostrasse e o adorasse. Porém as Escrituras no que diz respeito a essa autoridade de Satanás, limita-o quanto ao "tempo e ao espaço". Vejamos:
Apenas: "...o príncipe 'deste' mundo" (Jo 14.30); "...o deus 'deste' século" (2 Co 4.4); "...Ai dos que habitam na Terra e no mar; porque o Diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que tem 'pouco' tempo" (Ap 12.12b, etc.) Isto significa que seu governo e autoridade um dia terminarão, e só continuará existindo o governo e autoridade divina. Eis a razão por que João escreve: "O mundo passa..." (1 Jo 2.17). É evidente também que com ele passará aquilo que nele é "aparente".
O Diabo possui um reino organizado
Este vasto reino das trevas centraliza sua estratégia contra a humanidade. Exitem algumas razões teológicas óbvias por que isto acontece assim. Partindo do sutil ataque a Adão e sua mulher onde sua forma sedutora aparece em cada detalhe. Observemos isso:
A tentação ocasionou o pecado. Essa tentação é também vista na face da sedução. A sedução é sempre querida e determinada por um inimigo que deseja o mal. Eva declara ter sido seduzida pela serpente maldita: ela então declara: "...A serpente me enganou" (Gn 3.13; 1 Tm 2.14). Primeiro a serpente fala para despertar o diálogo e depois vai induzindo à tentação por condições preliminares:
O primeiro passo -dado pela serpente. Primeiro ela lembra o fruto dizendo: "É assim que DEUS disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?". A pergunta lançou a mulher no campo da dúvida quanto ao amor de DEUS e sua justiça, ampliando a proibição única e reduzindo as extensas permissões.
O segundo passo dado pela mulher. A mulher replicou e debateu com o caluniador. Ela demonstrou haver compreendido as palavras de seu Criador em Gênesis 2.16,17; mesmo assim, ela foi enganada pela insinuante e sombria serpente (Gn 3.13; 2 Co 11.3; 1 Tm 2.14).
O terceiro passo dado pela mulher. Ela falsificou um pouco a palavra de DEUS, quando deixou de lado ("todas") e ("livremente"), substituindo-as com a frase "nem nele tocareis". Porém quanto a isso, ela não pecou, pois até então, não existia nenhuma lei que proibisse tal expressão, e, se a lei não existe também não existe a transgressão (Rm 4.15). A mulher também abrandou as palavras "certamente morrerás", para "que não morrais".
O quarto passo dado pela serpente. Este consistiu em uma aberta negação do castigo devido ao pecado, e de acusar DEUS de haver proferido mentira (DEUS disse "certamente morrereis" - ela então modificou: "para que não morrais"). Também paralela a esta havia outra acusação. O caluniador acusou DEUS de egoísmo, inveja e a firme resolução de degradar suas criaturas e dominá-las, quando usa as expressões: "Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como DEUS, sabendo o bem e o mal".
O quinto passo dado pela mulher. Ela creu nas palavras do tentador. Ela viu que a árvore era boa, e cedeu à guisa de uma nova conquista (2 Co 11.3; 1 Tm 2.14). Ela bem podia ter resistido à sombria serpente "firme na fé". E, evidentemente ela teria fugido para seu reino de trevas (Tg 4.7).
O sexto passo dado pela mulher. Obedecendo à voz do tentador, ela "tomou do seu fruto, e comeu" (Gn 3.6). A mulher cedeu, sendo enganada, e assim caiu em transgressão.
O sétimo passo dado pela mulher. Ela agora segundo a narrativa, assume a "posição de tentadora". Ela "deu também a seu marido, e ele comeu com ela" (Gn 3.6). Adão porém, desobedeceu de olhos abertos. Ele não foi enganado (1 Tm 2.14); ele bem podia tê-lo recusado e ter procurado ajuda para si e para sua mulher. Isto é, perdão para ela e proteção para si mesmo. Ele, cabeça da raça, evitaria tamanha catástrofe sobre a humanidade (Rm 5.12,16 e ss).
Mas o objetivo de Satanás não terminou aí. A Bíblia diz que ele continua "enganando todo o mundo" (Ap 12.9; 20.3,8,10). E além disso, ele tem um reino organizado, onde seus agentes (os anjos maus) executam suas disposições hostis contra DEUS e os homens. Estes seres espirituais também são muito estruturados, organizados e disciplinados. Ganhamos discernimento do fato pela menção desses inimigos que servem sob o controle de Satanás em vários dos elementos doutrinários das Escrituras.
No primeiro grupo sob suas ordens está o grupo dos comandantes chamados de principados ou príncipes. Eu 'creio como já tivemos ocasião de expor em outras notas que há diferentes níveis de autoridade entre esses príncipes. Somos esclarecidos quanto à sua operação e poder no incidente em Daniel 10.12-21, entre o mensageiro angélico de DEUS enviado a falar a Daniel e o príncipe da Pérsia. Quando o mensageiro angelical finalmente chegou depois de um atraso de três semanas (21 dias), explicou que seu atraso fora devido à oposição do príncipe da Pérsia. Só depois que Miguel, o Arcanjo, veio lutar contra este príncipe opositor, o especial mensageiro da corte divina pôde completar sua viagem em missão até Daniel. Isto nos leva a entender que, a oração de Daniel subiu e DEUS mandou a resposta imediatamente, mas foi interceptada no espaço por agentes de Satanás. Então foi necessário uma intervenção direta de Miguel, pois em qualquer circunstâncias é sempre ele que triunfa! A Queda do Mundo Angelical
"Porque, se DEUS não perdoou aos anjos que pecaram, mas havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pe 2.4). Sumariamente houve duas grandes quedas: a dos anjos e a do homem (Gn 3.1 e ss; 2 Pe 2.4; Jd 1.6). Os anjos foram criados com a responsabilidade da determinação. Este foi o ideal divino representado por eles na criação. A possibilidade do mal não estava neles de maneira nenhuma como necessidade.
Afirmar que DEUS poderia ter evitado a sua queda uma vez que tinha poder para fazê-lo, é dispor a vontade divina no governo contra a vontade divina na criação; contra a vontade divina representada na criação dos anjos. Eles foram feitos como deviam ter sido.
O pecado dos anjos. Para a imaginação humana, o presente assunto é difícil de ser elucidado, a não ser aquilo que se pode depreender dos textos e contextos que focalizam o significado do pensamento.
Billy Graham observa que a questão importante, porém, não é "Quando foram criados os anjos", mas "Quando caíram os anjos?" O Doutor Gerhart, citando SANTO Agostinho, em seu Institutes, I, 670, diz: "Embora os anjos quando criados despertassem para a consciência em estado de santidade e sem tentação alguma por solicitação externa, não obstante, receberam a incumbência de querer e fazer aquilo que faz parte da santidade. Como no caso do homem, Adão, parece que os anjos passaram por um período de prova.
"O amor de DEUS por eles era o do Criador por sua criatura; mas eles tinham aquela liberdade de ação que é natural à responsabilidade angélica. Essa liberdade foi concedida ao primeiro homem mas com esta exceção importante: já havia em existência um reino do mal com suas solicitações externas e forçosas para o mal. Os anjos não foram desafiados por tal influência externa quando começaram a sua existência consciente. A multidão de anjos que pecaram sob a influência do primeiro anjo pecador fica imediatamente eliminada do problema. Eles caíram, cada um individualmente, mas pela força das influências que surgiram depois que experimentaram seu estado de santidade".
Quanto ao primeiro pecado cometido pelo primeiro anjo, seria bom notar que o aspecto metafísico da origem do mal é um problema em que os teólogos encontram certos pontos difíceis de entender e, com referência a ele, apenas certos aspectos dedutivos podem ser captados pela mente finita.
Mas segundo se depreende, há uma imaginação a ser seguida: Sob as condições existentes ali, qualquer caminho pelo qual o pecado avança era inexistente. Agressividade contra DEUS era a única direção na qual tal ser poderia pecar. E, sem dúvida alguma, ela viria por meio do orgulho. Sobre esta verdade óbvia Hooker escreveu o que segue: "Parece, portanto, que não havia outro caminho para os anjos pecarem, a não ser pelo reflexo do seu entendimento de si mesmos; tomados de admiração de sua própria sublimidade e honra, a lembrança de sua subordinação a DEUS e sua dependência dele ficou afogada em sua presunção; consequentemente, a adoração, o amor e a imitação de DEUS, não puderam continuar existindo". Devemos ter em mente três pontos importantes no que diz respeito ao pecado original destes seres espirituais:
A maioria dos eruditos supõem que o pecado original dos anjos foi terem seguido a Satanás, em sua revolta quando tentou derrubar a DEUS no passado (Is 14.12 e ss; Ez 28.2 e ss; Ap 2.4,7-9). Nesta interpretação não existe previsão de tempo e espaço; foi na eternidade.
Os anjos dividem-se em dois grupos
Os anjos decaídos se dividem em dois grupos distintos: O primeiro grupo é composto daqueles que aderiram a Satanás quando se rebelou contra DEUS (Is 14.12 e ss; Ez 28.2 e ss); esses anjos estão sob a esfera de seu domínio e consequentemente, não estão aprisionados (Ef 2.2; 6.12; Ap 12.7). Muitos e importantes textos paulinos falam dessas organizações do mundo angelical, usando as palavras: "autoridade", "potestades", "tronos", "principados" no sentido invisível específico de entes invisíveis. São tão numerosos que tornam o poder de Satanás muito extenso. Paulo diz em Colossenses 2.15, que nosso Senhor triunfou sobre estas hostes por meio de sua morte e ressurreição. Veja: "E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo"; quando se faz necessário para distinção do significado do pensamento, a Bíblia distingue os anjos maus dos anjos bons da seguinte forma: "potestades do ar" (anjos decaídos) e "potestades nos céus" (anjos bons). Isto é muito interessante! (Ef 2.2; 3.10). Os tais anjos maus, são agentes maléficos e anjos guerreiros da ordem dos "principados".
O segundo grupo, prende-se aqueles anjos mais ferozes. Esses seres não pecaram por serem induzidos ou tentados, mas voluntariamente. Vejamos: "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até o juízo daquele dia" (Jd v.6). O autor sagrado e outras fontes paralelas, dizem que algumas ordens angelicais caíram. Eles abandonaram o seu estado original. O lugar de honra, de bem-estar e do domínio que eles possuíam nos lugares celestiais, nas esferas espirituais da existência. Antes, tais anjos contavam com o favor divino, pois eram espiritualmente puros e tinham um poder inconcebível. Mas caíram. Isso sucedeu propositadamente. Fizeram uma louca escolha e má decisão. A sua má escolha pode-se ver em inferência nas palavras de Elifaz, o Tamanita, o amigo de Jó,"...e nos seus anjos encontra loucura" (Jó 4.18b). Esses não estão presentemente a serviço de Satanás, e sim, aprisionados por expressa ordem de DEUS, em cadeias eternas, na escuridão exterior, esperando pelo julgamento do grande dia.
Só unicamente durante a Grande Tribulação, durante o toque da 5ª trombeta, eles ficarão por cinco meses sob o domínio total de Satanás, depois, certamente, voltarão a ser aprisionados e evidentemente comparecerão a Juízo (1 Co 6.3; 2 Pe 2.4; Jd 1.6; Ap 20.12). Em Apocalipse 20.12 na palavra "grandes" e (anjos) e "pequenos" (homens) fica subentendido isso.
Em 1Pedro 3.19, fala-se de "espíritos em prisão", os quais na época do dilúvio ouviram uma espécie de "evangelho da justiça", pregado por Noé, mas que não ouviram o "evangelho da graça de DEUS" (1 Pe 3.20 e 1Pe 4.6). Os poderosos de Assur (Assíria) com todo o seu ajuntamento (sete nações) também deviam estar ali, pois foram colocados "no mais interior da cova" (Ez 32.22 e ss). O lugar habitado por esses espíritos rebeldes, é chamado de "região tenebrosa e melancólica, onde se passa uma experiência consciente, porém triste e inativa" (2 Sm 22.6; Sl 9.17).
Existe uma tradição entre os judeus que diz: "Originalmente, o poço do abismo era reputado como o lugar que abrigava 'os espíritos em prisão'; mas ali viviam apenas como sombras a vaguearem ao redor".
Alguns eruditos pensam que esses "espíritos" das passagens de Pedro (1 Pe 3.19; 4.6) são anjos caídos, que são seres espirituais. O termo grego "pneuma" pode significar qualquer tipo de "espírito", ou a porção não-material do homem. Mas isso se prende, segundo se diz, na literatura judaica-helenista, que até advogavam a restauração de anjos caídos. Mas tanto o texto como o contexto de ambas as passagens, dizem respeito aos "espíritos humanos desencorporados", e, especialmente, àqueles que foram rebeldes nos dias de Noé. Portanto, não devem ser anjos que estão em foco nestas passagens. Os Demônios
Sua existência
Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam na existência dos demônios. São outros seres espirituais do mundo tenebroso. No Antigo Testamento há referência aos demônios sob o nome "sã'ir" (Lv 17.7; 2 Cr 11.15) ou "shêdh" e seu equivalente (Dt 32.17; Sl 106.37). O primeiro termo, "sã'ir" significa cabeludo, e aponta para o demônio como sátiro. O Senhor JESUS em vários de seus elementos doutrinários, falou da existência deles. Os profetas do Antigo Testamento e os escritores do Novo, comprovam a mesma realidade (Lv 17.7; Sl 106.37; Mt 4.22; 8.16,28,33; 12.22; Marc 1.32; 5.15,16,18; Lc 6.18; 9.39; Atos 8.7; 16.16; 1 Co 10.20; Tg 2.19; Ap 16.14).
O significado do termo. Entre os gregos, a partir de Pitágoras (500 a.C.) tinha vários significados a palavra "demônios"; às vezes era considerado um deus, ou uma divindade no sentido geral; o gênio ou a fortuna. A alma de alguém que pertenceu à Idade de Ouro e que se tornara agora em divindade tutelar. Um deus de categoria inferior. A etimologia da Palavra "daimõn" se deriva de "doiomai", que traz a ideia de "dividir", "partilhar". Pode haver alguma conexão com a ideia do deus dos mortos como sendo aquele que dividia os cadáveres, etc.
Sócrates, segundo Platão, tinha um espírito como seu mensageiro, que ele reputava como sendo um demônio. Dissuadia-o, mas nunca o aconselhava. Filo pensava que demônios tinham a mesma natureza que os anjos, só que os anjos se conservavam a certa distância da Terra e eram empregados de DEUS como mensageiros. Evidentemente, Filo conservou isso do pensamento grego. Já F. Josefo empregava demônio, "daimonia", especialmente só para espíritos malignos.
Sua origem. Os demônios têm quádrupla origem nas interpretações bíblicas e judaicas:
Primeiro: espíritos da natureza, remanescentes da chamada concepção animista do mundo. A Bíblia só menciona os espíritos maus que povoam de preferência as regiões e lugares mal afamados, como os desertos, ruínas, e cemitérios (comparáveis a certos "djinns" árabes); isso faz que sua natureza não se coadune com nenhuma outra natureza do mundo angelical: santo ou decaído.
Segundo: divindades pagãs rebaixadas ao nível de demônios, como Beelzebu ou como deuses do helenismo, que Paulo e os pais da Igreja comparam aos demônios.
Terceiro: espíritos maus de Satanás que, segundo esta interpretação, teriam sidos rebaixados de anjos para demônios.
Quarto: anjos caídos num grande cataclismo, em Gênesis 1.2. Na passagem de Isaías 34.11-15, menciona-se uma espécie de sátiros peludos: ("bodes"), em companhia de "lillit": (demônios femininos da noite) mochos, dragões, ou ouriços e corvos (Is 13.20 e ss) para pintar a desolação na qual DEUS mergulhou a Babilônia. Mas isso, pelo menos não indica claramente a origem primeira dos demônios. Positivamente falando, só se conhece dos demônios, aquilo que é depreendido dos textos sagrados. Alguns comentadores os identificam com os anjos caídos, e por cuja razão fica esclarecido sua origem. Porém, outros defendem que apesar deles serem "espíritos", contudo, passagens como Atos 23.8,9, nos levam a entender que não são anjos. Para aqueles que defendem sua origem em Gênesis 1.1,2, deve-se ter em mente que, lendo Gn 1.8 e Gn 2.1-3, cai por terra ahipótese da queda dos anjos em Gênesis 1.1,2; e também dos anjos terem sido os primitivos habitantes da Terra (2 Pe 2.4; Jd 1.6). A palavra "habitação" ou "domicílio" (Edicão Revista e Atualizada), não se refere à Terra quando se prende ao campo metafísico, e, sim, aos céus (Dt 26.15; 1 Rs 8.39,43,49; 2 Cr 5.2; Ap 14.4,8). Portanto, a origem dos demônios, fica quase que envolvida no mistério do mal (Dt 29.29). Porém isto não afasta a possibilidade de sua existência e realidade.
Sua natureza. Do princípio ao fim, as Escrituras comprovam a realidade do mundo dos espíritos, que tanto podem ser maus como bons. Os espíritos malignos têm influência sobre os homens, e procuram ocupar os seus corpos (cf. Mt 12.43,44; Mc 5.8). No que diz respeito à sua natureza são imundos (o que significa que tornam o indivíduo incapaz de entrar em contato com DEUS, com o culto ao Senhor e com a adoração). Algumas vezes obstinados; com frequência são maldosos e violentos, e também perniciosos. O vocábulo grego que traduz seu nome, "daimõn", sempre se refere a seres espirituais hostis a DEUS e aos homens. Sua inspiração sempre se limita a atos vis.
As passagens de Mateus 8.28,34; Marcos 5.2-13; Lucas 8.26-33 ilustram o significado do pensamento. Ali, os demônios usaram a voz do homem e o homem, tão identificado com a poderosa presença interior que lhe enchia o ser, falou por si mesmo diante da autoridade suprema do Filho de DEUS e pelos demônios que o dominavam, incapaz de distinguir entre a sua própria personalidade e a personalidade e influência dos demônios.
Seu caráter. São seres imundos por natureza, violentos: nenhuma força humana os pode amansar (Mc 5.4). Seus lugares prediletos são os despenhadeiros, cemitérios, desertos, barrancos, etc. Infestam também os lugares sombrios da Terra ( Sl 68.6; Mc 5.5,13; Lc 11.4). Segundo a crença antiga, os sepulcros eram esconderijos de espíritos maus e os endemoninhados tinham uma tendência natural de ocupar esses lugares, uma vez que fossem expelidos da sociedade. Existem várias categorias entre eles; há uma casta semelhante a serpentes que se rastejam pelo chão (Marc 9.20), há uma outra casta que são "mudos e surdos" (Marc 9.25). Certamente eram tão maus e obstinados, que DEUS lhes tirou o direito de ouvirem e falarem.
Há uma espécie "semelhante a rãs" (Ap. 16.13). Os de tal aparência, infestam os lugares "úmidos e enlameados" como poços, lagos e rios (Mt 8.32; Ap 9.2,3; 16.13). Essa espécie procura destruir suas vítimas pelo processo de afogamento (Marc 9.25). Mas também são seres rebeldes e revoltados, capazes de incitar à guerra. Em Apocalipse 16.13,14, encontramos o caráter destas hordas do mal! Veja o que descreve João:
"E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios,que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do DEUS Todo-poderoso". Três pontos importantes devem ser anotados aqui e cada um com significação especial.
Definição escatológica:"...três espíritos imundos, semelhantes a rãs" (Ap 16.13). Esse elemento, envolve uma certa aparência daquilo que foi visto no Egito, em sua segunda praga: a das rãs (Ex 8.1 e ss). Vemos apenas três espíritos, mas demoníacos; eles explicam as grandes hordas de "rãs naturais", como equivalentes. A rã é um animal imundo conforme a lei cerimonial; é sinal de maldade!
A rã era um animal imundo. Portanto, estes três espíritos imundos que, são retratados aqui como sendo "espíritos de demônios", tal como suas fontes originais: o dragão e as suas duas Bestas, exemplificam sumariamente, o caráter dos espíritos imundos denominados demônios.
Os demônios são seres reais. Nisso se dá o fato de poderem ser contados (Lc 8.3); não gostam de andar só, mas em bandos e, às vezes, muitas companhias (Marc 16.9; Lc 11.26). Eles mesmos disseram: "Legião é o meu nome, porque somos muitos" (Marc 5.9b). Eles têm personalidade: falam, gritam, etc (Mt 8.31; Lc 8.28). Eles conhecem o Senhor JESUS e reconhecem a sua autoridade suprema (Mt 8.31,32), este fato nos faz lembrar a interessante passagem de Tiago 2.19: "...também os demônios creem, e estremecem". Eles reconheceram que JESUS era realmente aquilo que dizia ser (Marc 1.24; 3.11); mas isso quando aplicado na crença demoníaca não se define como reverenciando o caráter da santidade divina, mas, sim, eles reconheceram seu supremo poder pessoal. Por isso estremecem ! Rogaram a JESUS que os não enviassem para fora daquela província (Mc 5.10) que segundo o contexto de Lucas 8.31, isso queria dizer: não irem para o abismo. Têm pavor espantoso ao nome JESUS, pois para eles, quer dizer autoridade em grau supremo (Marc 16.17); são seres corrompedores da sã doutrina (1 Tm 4.1); seu líder espiritual é "um príncipe chamado Belzebu" (Lc 11.15).
Tornam as pessoas possessas. Mas isso não quer dizer que todas as perturbações psicossomáticas ou mentais sejam perturbações demoníacas. Há doenças que são meramente patológicas e psicossomáticas e, em algumas das vezes, por falta de discernimento e maturidade divina, se atribui a um demônio como seu equivalente. JESUS curou uma "...mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos" (Lc 13.11) que não era endemoninhada por três razões:
a) JESUS se dirigiu à mulher e não ao demônio como sempre fez em outras oportunidades (Mt 17.18; Mc 5.8, etc).
b) JESUS "...pôs as mãos sobre ela..." (v 13). O que nunca fez durante seu ministério terreno com endemoninhado algum. Uma única vez após curar um jovem endemoninhado, JESUS "...tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou" (Marc 9.27b). Mas no versículo 26 da mesma seção diz: "E ele (o demônio), clamando, e agitando-o com violência, saiu..." Isto, portanto, mostra que o moço já tinha sido liberto.
c) JESUS disse: "...esta filha de Abraão..." (Lc 13.16). Isto é, ela não era uma pecadora, e sim, uma crente conforme o padrão divino (Gl 3.7,9,29). Ora, segundo nos é dito e tem sido presenciado por nós na prática, quando o indivíduo se torna escravo do demônio, isso atinge sua vida e seus atos e mente.O doutor Nevius diz que existem cinco aspectos ou fases nas relações dos demônios com os homens. Mais na frente num trecho de seu livro: "Possessão Demoníaca e Temas Conexos" ele descreve estes aspectos. Vejamos:
Primeiro: Tentação, na forma de sugestão espiritual. Essa misteriosa influência, vinda de um mundo invisível, à qual tanto incrédulos como crentes estão continuamente expostos, é referida muitas vezes na Bíblia, especialmente no Novo Testamento (Ef 6.11,12; 1 Jo 4.1).
Segundo: Obsessão, que alguns consideram como a primeira fase da possessão demoníaca. Trata-se de domínio demoníaco que é resultado da entrega voluntária e habitual à tentação ou às tendências pecaminosas (Ef 4.17-19). Nesse caso, embora os indivíduos já estejam sob um horrendo domínio demoníaco, contudo são perfeitamente livres, seguem os ditames de suas próprias vontades, e retêm suas próprias personalidades.
Terceiro: Crise ou transição, a fase caracterizada por uma luta em torno da posse, quando o indivíduo resiste, algumas vezes é bem sucedido (Mt 15.22-28; Tg 4.7).
Quarto: Possessão, que com referência à pessoa, pode ser designada como sujeição e subserviência, e, com referência ao demônio, treinamento e desenvolvimento. Uma das principais características dessas fases é a adição de uma nova personalidade. Somente às pessoas que chegaram a essa fase é que se aplica, apropriadamente, o termo "possessão" (Marc 9.17-27).
Quinto: Capacidade demoníaca, quando a pessoa já desenvolveu capacidades para ser usada, e se dispõe para isso. Já é escravo do demônio, treinado, acostumado, voluntário - na linguagem moderna, um "médium desenvolvido". Os demônios, em harmonia com sua natureza e seu caráter, estão continuamente ocupados em sua obra de subjugar homens para o serviço de Satanás, e de propagar tanto as enfermidades como a contaminação espiritual (1Tm 4.1). Seu destino final: O Lago de Fogo.
Belzebu
"Mas alguns deles diziam: ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos demônios" (Lc 11.15). Belzebu, príncipe dos demônios, é também um dos nomes de Satanás, mas, restritamente falando, o vocábulo significa "senhor das moscas" (2 Rs 1.2,3 e 6.16); mas aí aparece sob a forma substantiva indeclinável "ba'al zebüb": senhor deus de Ecrom. No sentido profundo, Bee zeboul deriva-se de ba'al zibbül, do Hebraico pós AT"zebel",'esterco', 'estrumes.' Portanto, um nome, completamente desprezível. Os arameus, porém, o concebiam como sendo "o senhor da inimizade". No Novo Testamento, esta palavra ocorre 7 vezes com o sentido de um demônio principal. No Antigo Testamento, Belzebu é apresentado como sendo um deus filisteu que, segundo se diz, trouxe também influência no reino de Israel (cf. 2 Rs 1.2 e ss).
No Novo Testamento ele aparece como sendo "o príncipe dos demônios", cuja realidade os judeus conheciam. A sede do seu governo, centraliza-se na esfera onde habitam os demônios. Paulo fala em Efésios 6.12, em "príncipes" (plural); talvez ele seja um dos tais: sendo um elevado poder espiritual, é denominado chefe destas hostes demoníacas "semelhantes a rãs", que são espíritos raquíticos que se vão "secando" e pousando nos lugares imundos da Terra como fazem as moscas (Marc 9.18; Ap 16.13,14).
No Antigo Testamento, são chamados de demônios todos os deuses de Canaã. De igual modo são chamados ídolos no Novo Testamento (1 Co 10.14-21), por cuja razão Baal, sendo um ídolo principal, foi incorporado no Novo Testamento como nome profético de Belzebu. Na concepção dos judeus desviados, o poder desse personagem podia ser invocado na cura da pessoa humana (2 Rs 1.3; Marc 3.22; Lc 11.15).
Belial
"E que concórdia há entre CRISTO e Belial?..." (2 Co 6.15a). Esse vocábulo "Belial", é também um dos nomes de Satanás, mas em sua aplicação profética; o nome em hebraico é "beli ya'al", que significa "senhor da noite", enquanto que no campo moral, traz a idéia de "sem valor". Assim filhos de Belial seriam, pois, "homens levianos, de baixo caráter".
Nos escritos de Qunrã, Belial aparece com o nome do espírito maligno. DEUS criou dois espíritos, segundo este conceito, o espírito da luz e o espírito ou anjo (o mensageiro) das trevas (Belial), sendo que os dois exercem seu poderno presente. Belial é o anjo da malevolência, que vive no coração dos seus seguidores, os "filhos das trevas". A Septuaginta (LXX) traduz a palavra "belial" como "inutilidade", "ímpio", "transgressor", "peste", etc. "Mas na literatura judaica pós-bíblica belial (em grego, "beliar") é o nome de um personagem, precisamente o Anticristo ou a encarnação do mal." Outros rabinos atribuem-lhe o significado: "mundo dos mortos" (1 Sm 22.5; Sl 18.4), ou seja, local donde não se pode voltar, ou ainda como no contexto do argumento: "senhor da noite".
No Novo Testamento, este personagem era conhecido. Paulo, diz ser ele um "antagonista" de CRISTO que, queria arrogar para si uma "comunhão paralela" com seus santos (2 Co 6.15); precisamente, ele ali é retratado como "um espírito de baixo caráter, infiltrador de vilania" (Jz 19.22-26). Os dois homens que acusaram Nabote, eram filhos de Belial (1 Rs 21.10,13). Aplica-se também este capítulo aos duzentos guerreiros de Davi (1 Sm 30.22); mas anteriormente, eles já tinham zombado de Saul (1 Sm 10.27). A arma mortal usada por Belial, parece ser o "desprezo".
A forma Belial aparece somente em alguns poucos manuscritos posteriores e nos manuscritos gregos. Não obstante, "Belial" é o texto grego original neste ponto, conforme lemos em P. 46, BCPL. Nos MSS latinos, da Vulgata, etc, Belial é a forma hebraica, ao passo que Beliar é a forma grega. O intercâmbio entre o ("L") e o ("R") é bastante comum em qualquer idioma, podendo ser ilustrado na língua portuguesa, em vários países, onde o mesmo intercâmbio tem lugar. Talvez fosse mais fácil para os gregos pronunciarem a palavra com o "R" final do que o "L" final ou talvez tudo, pensam alguns, não tivesse passado de um desenvolvimento ao acaso no emprego dessa palavra.
"...que concórdia há entre CRISTO e Belial?" Nenhuma!
Os Terafíns
"Porque os terafíns têm falado vaidade..." (Zc 10.2a). Além da presente citação, o vocábulo "terafim" ocorre nas seguintes passagens: Gênesis 31.19,30,32,34; 35.4, período patriarcal; Juízes 17.3,4,5; 18.14,17,18,20, período dos juízes; 1 Samuel 19.13,16; 2 Reis 23.24, período da monarquia e Oséias 3.4; Zacarias 10.2, período pós-exílio. A palavra tem sua origem na palavra hebraica "rãphã" que significa curar e seu cognato "tãrãph" que quer dizer descompor, trazendo o nosso sentido de "descompostos".
Quando estes seres são mencionados em contextos israelitas são quase sempre condenados (1 Sm 15.23; 2 Rs 23.24) ou indiretamente (Jz 17.6; Zc 10.2). Seu emprego, segundo se depreende, é mais comumente associado com a adivinhação: note-se o uso na estola sacerdotal e terafins na religião idólatra de Mica (Jz 17.5 e ss).
Os terafins, apesar de alguns comentaristas os terem identificado como sendo seres espirituais, as Escrituras, pelo menos não ensinam assim. Eles são portanto, seres inanimados. Houve, contudo, outros ídolos, que poderiam chamar-se de "deusinhos domésticos" e eles devem, portanto, ser identificados como sendo os tais terafins. A Arqueologia tem trazido duas importantes revelações sobre tais seres:
Primeiro: Por que Labão, o arameu (Gn 31.19 e ss) teria ficado tão ansioso acerca de seus deuses? "Na Lei (de Nuzu) a possessão de tais ídolos, pelo marido da mulher, assegurava-lhe a sucessão da propriedade de seu sogro".Evidentemente foi esta a causa da pressa de Labão quando não pôde recuperar os terafins assegurar os direitos de seus filhos mediante um novo acordo com Jacó (Gn 31.48-55).
Segundo: As escavações na Palestina nos revelam grande número de estatuetas de mulheres nuas e outras, o que nos faz crer terem sido esses "deuses domésticos" adorados por muito tempo pelos israelitas. Fica, portanto, esclarecido que os terafins não são seres vivos, mas uma espécie de imagem, que ora são chamados: "...de imagens" (Jz 17.5; 18.14); "...de fantasmas" (Ez 21.21 e ss) invocando o verbo "rephã" como o sufixo "im". No que diz respeito à sua forma exata, há no Antigo Testamento indicações sobre seu tamanho. Os ídolos (heb. terafins), que Raquel furtara de seu pai Labão, devem ter tido pequenas dimensões, pois ela os pôde esconder sob a sela de um camelo (Gn 31.19,34).
Já os terafins que Mical, filha de Saul, colocou na cama para fazer crer que era Davi seu marido (1 Sm 19.11-14), devem ter tido dimensões maiores. Portanto, seja como for, os terafins não são seres animados, vivos de uma ordem criada e, sim, fabricados. Os comentadores apenas acham dificuldades em conciliarem a passagem de Ezequiel 21.21, que diz: "...aguçará as suas frechas, consultará os terafins, atentando nas entranhas" e Zacarias 10.2, que diz: "Porque os terafins têm falado vaidade... etc". Ora. estes dois textos nos levam a entender que se trata de seres vivos e não mortos, mas isso não anula as outras passagens mais abundantes, tais como: Gênesis 31.19,30,32,34,35; 35.4; Juízes 17.3,4,5; 18.14,17,20; 1 Samuel 19.13,16: 2 Reis 23.24; Oséias 3.4 e outros contextos similares.
Àluz da Bíblia quem são eles?
Com efeito, os anjos e os demônios maus sempre estiveram ativos no mundo desde o raiar da História da Humanidade; mas, quando tiveram oportunidade, tornaram-se mais ativos de vez em quando.
A presença do Senhor da glória no mundo, o seu Criador e Aquele contra o qual eles se rebelaram no passado, como já tivemos ocasião de ver em uma outra secção deste livro, parece que despertou uma manifestação de oposição até então desconhecida. Até o próprio Satanás, depois de tentar por três vezes o Filho de DEUS para que se tornasse independente do Pai, cuja vontade Ele veio realizar, esperando assim levá-lo a participar da mentira, abandonou o Salvador apenas nestas condições: "E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo" (Lc 4.13).
O combate final aconteceu na Cruz onde foi esmagada a cabeça daquele que, segundo a predição, teve permissão de ferir "o calcanhar" do Salvador prometido (Gn 3.15). Devemos, portanto, ter em mente que o mundo espiritual, especialmente o mundo das trevas, aumentará seu potencial assustadoramente.
Um aumento semelhante de atividade dos demônios foi predito para o final desta dispensação e na Grande Tribulação; isso se dará em grau supremo (2 Ts 2.2; Ap 9.1 e ss). Tudo isso alcançará a sua consumação suprema quando Satanás e seus sequazes forem expulsos dos lugares siderais que agora ocupam e ficarem confinados à Terra. Então será pronunciado o destino da terra e do mar e uma alegria será ouvida no Céu (Ap 12.12).
Em nossos dias todos sabem que uma onda negra de encantamentos, magias e espiritismo em todas formas tem invadido o mundo. Nos dias do poderoso caçador, em oposição à face do Senhor, Ninrode, já se começou a sentir-se esta influência daninha entre a humanidade. Babilônia nasceu quando Ninrode (cujo nome significa "nós nos revoltaremos"), que foi o primeiro "poder mundial", edificou a cidade na Planície de Sinear, com o objetivo de construir seu império (Gn 10.8-10).
A expressão referente a Ninrode "este começou a ser poderoso na terra" define, provavelmente, o estabelecimento de um primeiro Estado organizado autocraticamente. Babel, conhecida popularmente como Babilônia, e cuja existência histórica é indubitavelmente comprovada, foi o centro do poder autocrático de Ninrode. A imposição do seu poder sobre outros povos cujos membros devem ter afluído à Babilônia, quer livremente, quer como escravos, 139 originou o episódio referente à torre de Babel, símbolo do primeiro centro de ocultismo mundial. O autor sagrado (Moisés) dá uma explicação popular do nome Babel, que é a capital das cidades com torres: o nome Babel com sentido de confusão está aproximado, em razão da raiz "balai", que significa "confundir". Na realidade Babel, etimologicamente vindo do acádico, significa "porta de DEUS" "Bâb-ili" (Babilônia provém do plural "bâb-ilâni", porta dos deuses).
A esposa deste monarca rebelde chamava-se Semíra-mis, figura bastante conhecida na história secular, uma prostituta. "Quando seu marido foi assassinado, ela assumiu a posição de imperatriz do governo. Para manter-se no poder... ela criou um mito ao redor da figura do seu marido, Ninrode, atribuindo-lhe o nome de Zoroastrita, que quer dizer "A semente da mulher". A partir daí, tudo quanto está ligado direta ou indiretamente a Babilônia e seus derivados, é sempre ligado ao ocultismo, magia, espiritismo, etc.
Lendo o livro do profeta Daniel, já percebemos como estes poderes do mundo invisível predominavam. As palavras "...magos, astrólogos, encantadores e caldeus" já eram proeminentes (cf. Dn 2.2 e ss). De acordo com o professor de línguas semíticas, estas palavras traziam em si os seguintes resultados:
Os magos. Esta primeira classe, traduzida por "magos", significa os escribas sagrados - uma ordem de sábios que tinham a seu cargo os escritos sacros, que vieram passando de mão em mão desde o tempo da Torre de Babel.
Algumas literaturas, das mais primitivas que se conhecem na terra, eram constituídas desses livros de magia, astrologia, feitiçaria, etc (Cf. At 19.19).
Os encantadores. A outra palavra é "encantador", e significa murmurador de palavras - de onde vem "esconjurar", "exorcismar". Eram encantadores que usavam fórmulas mágicas, atuadas por espíritos médiuns. Simão, o mágico, de Samaria, e Elimas, o "encantador", da Ilha de Pafos, pertenciam a essa classe (cf. At 8.9; 13.8). Esses "escravos da iniquidade" usavam até cantarolas, em som baixo, e o profeta Isaías informa que neste momento os espíritos se apresentavam falando fraco de "debaixo da terra" (Is 29.4).
Os feiticeiros. Este terceiro grupo é dos denominados "feiticeiros"; eram dados à magia negra. A mesma palavra emprega-se a respeito dos encantadores egípcios Janes e Jambres que resistiram a Moisés na corte de Faraó (Êx 7.11; 2 Tm 3.8). Por magia negra, reproduziram vários milagres operados por Moisés naquele país. Só depois é que DEUS capacitou Moisés para realizar milagres que eles não puderam reproduzir e assim fracassaram diante do supremo poder pessoal de DEUS (Êx 8.28,29).
Os caldeus. A última palavra, "caldeus", denominava a casta sacerdotal deles todos; onde se vê a palavra "caldeu" (menos a exceção dos nascidos na Caldeia) pode-se traduzir igualmente por "astrólogo". Vários lingüistas de renome concordam unanimemente neste ponto, a saber, que os caldeus estudavam o dia do nascimento de uma pessoa, indagando até a hora, então lançavam o horóscopo do seu destino. A prática foi levada para Roma, onde os Césares consultavam os águres (peritos em magia negra, espiritismo e astrologia).
Nos dias de JESUS na terra, a prática tinha se desenvolvido em toda a Ásia Menor (hoje, atual porção da Turquia Asiática) e, atualmente, tem-se proliferado no mundo inteiro. Com efeito, esta linha da atividade demoníaca se vê no mais Ismo da raça humana, que a Bíblia chama de posse de "espíritos familiares". Atualmente, tem sido apropriadamente chamado de espiritismo. É demonismo na Bíblia que os condena (cf. Lv 20.6-27; Dt 18.11-14; Is 8.19, etc).
A apostasia nos últimos tempos
"Mas o ESPÍRITO expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios" (2 Tm 4.1).
Na passagem em foco, Paulo diz que "nos últimos tempos apostatarão alguns da fé..." Esta expressão no grego do Novo Testamento significa "levar à revolta", "desviar"; quando usado o verbo "aphistemi", na voz transitiva, significa "afastar-se", "retirar-se", "apostatar", etc. Este verbo significa rejeitar uma posição anterior, aderindo a posição diferente e contraditória à primeira; perder a primeira fé, repelindo-a em favor de outra crença; Paulo afirma que isso pode se dar, motivado por espíritos malignos cuja atividade consiste em enganar aos homens, desviando-lhes a atenção para longe de CRISTO.
Era uma ideia muito comum, no judaísmo, que por detrás das práticas idólatras havia espíritos enganadores, que prejudicavam os homens, no relacionamento com o verdadeiro DEUS e a verdadeira adoração.
Esta deve ser uma das razões por que, na atualidade, já existe, tantas fórmulas de engano. De acordo com o dr. C. Larkin (em O Mundo Espiritual), uma condenação incondicional de DEUS repousa sobre o espiritismo. Sua isca, através da qual ele atrai os que estão à sua disposição, é o interesse natural que a mente humana tem naquilo que está além da presente esfera da vida; especialmente este interesse se reanima quando alguém da família morre.
Um sinal dos tempos. Nos últimos dias este sistema antigo tem-se reanimado sob o disfarce de investigação e sob o patrocínio dos homens da ciência falsa (cf. 1 Tm 6.20). Um afastamento especial da fé foi predito para os últimos dias da Igreja na terra, como bem podemos detectar nas palavras do ESPÍRITO SANTO que foram escritas por Paulo: "O ESPÍRITO expressamente diz...". O grego nesta passagem diz "lego", que significa "falar", "dizer", "afirmar", etc. Este verbo é a palavra cognata de "retor", que significa "orador", aquele que discursa em público. O ESPÍRITO falava claramente, com autoridade, à maneira de um orador. Não podia haver dúvidas quanto ao que Ele queria dizer. O afastamento da verdade revelada sem dúvida se apresentará de múltiplas maneiras. As doutrinas dos demônios com suas seduções, também foram determinadas para o mesmo período. A abolição do casamento que foi mencionada nada é que a destruição daquilo que DEUS ordenou solenemente. Além de tudo isto, a verdade que existe por trás da adoração aos ídolos encontra-se declarada em 1 Coríntios 10.19-20: "Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa?
Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a DEUS. E não quero que sejais participantes com os demônios".
A questão. A questão ainda levantada, direcionada a possessão demoníaca, ainda hoje prevalece. Evidentemente, respondemos que sim! Mas isso se prende a uma manifestação demoníaca dentro (ou processada) na esfera humana aqui na terra.
Seres rebaixados
As Escrituras nos levam a entender que os demônios já pertenceram a classe angelical no passado. Porém, tudo indica que, na punição imposta pelo Criador, tiveram sua posição rebaixada para uma segunda categoria. Eles são "espíritos", mas não são "anjos" (At 23.9). Por esta razão, eles não são portadores de corpos na ordem espiritual, e seu maior anseio (desejo ardente) é a possessão de um corpo. Eles sempre têm em si tal tendência. Eles são constantemente encontrados assim. Especialmente no Novo Testamento. "E os demônios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permite-nos que entremos naquela manada de porcos. E ele lhes disse: Ide. E, saindo eles, se introduziram na manada dos porcos..." (Mt 8.31-32a). Está evidente que eles não estão agora menos inclinados do que antes a entrar em um corpo e dominá-lo. A influência demoníaca, tal como a atividade de Satanás no presente século, tem duas motivações:
a) Atrapalhar o propósito de DEUS para com a humanidade;
b) Estender a autoridade de Satanás onde for possível.
Sua motivação foi sugerida no que ficou demonstrado no seu conhecimento da autoridade e divindade de CRISTO, como pelo que sabem sobre o seu destino eterno. As passagens abaixo são importantes em relação a isso, para que o leitor tenha maior compreensão do significado do pensamento: "E, tendo chegado à outra banda, à província dos gergesenos (gadarenos), saíram-lhe ao encontro (de JESUS) dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho. E eis que clamaram, dizendo: que temos nós contigo, JESUS Filho de DEUS? Vieste aqui (do céu?) atormentar-nos antes de tempo?" (Mt 8.28,29). "E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo: Ah! que temos contigo, JESUS nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o SANTO de DEUS" (Marc 1.23-24).
"Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: conheço a JESUS, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois?" (Atos 19.15). Nossa opinião de que os Discos Voadores não sejam armas de DEUS, prende-se ao fato de que jamais suas aparições ou visitações trouxeram benefícios ou ajuda a qualquer pessoa ou até mesmo a objetos por eles visitados. Seus resultados visíveis em pessoas, objetos, animais, água, floresta, solo, ar, etc, sempre têm produzido efeitos nocivos; daí vem a dedução de que não sejam agentes de DEUS como são os anjos bons, cuja missão e natureza é: "...espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação" (Hb 1.14b), e, sim, agentes do Dragão Vermelho que, durante o reinado sombrio do Anticristo, serão utilizados em suas conquistas. Das mais de 140 formas que já foram presenciadas por testemunhas em todo o mundo, todas elas, sem exceção, inspiram "cisma" e "extremo terror".
O Anticristo, o homem do pecado, sabe que DEUS dispõe de uma força angelical de combate (Sl 68.17; Ap 12.7), a qual será colocada à disposição de seu Ungido, e até nisso ele procurará a imitar CRISTO, o Ungido do Senhor, e, segundo vaticínio de passagens escatológicas, o que ele fará ali já existem prenúncios na atualidade. Portanto, não é em vão que a Bíblia nos adverte, quando diz: "...já o mistério da injustiça opera" (2 Ts 2.7). Com efeito, esta figura sombria (o Anticristo) contará com o apoio de forças sobrenaturais do mundo exterior. Dele está escrito: "...até fogo faz descer do céu à terra" (Ap 13.13).
Necessariamente, portanto, seus agentes são "...as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais". Prova disto é que o maior e mais frequente campo de aterragem destes Objetos Voadores não Identificados tem sido na Europa Ocidental; especialmente, dentro dos limites do Antigo Império Romano.
De acordo com testemunhos verídicos, alguns seres vivos (homens, animais, etc), que foram visitados pelos tais Discos Voadores, sofreram os seguintes efeitos negativos: cegueira, mudez, insanidade mental, ferimentos, deformidades, etc. Exatamente os mesmos que são causados pelos demônios, quando escravizam as pessoas: cegueira (Mt 12.22), mudez (Mt 9.32-33), insanidade mental (Lc 8.26-35), ferimento (Marc 9.18), deformidade (Lc 13.11-17), etc. Há, portanto, uma solene realidade neste campo conjuntivo de passagens bíblicas. Especialmente, aquelas que dizem respeito ao fim desta presente Era e a introdução do mundo vindouro. Representa a intrusão de espíritos decaídos no mundo sensível. Tal intrusão é natural uma vez que Satanás é aquele que colocou o mundo no atual estado.
O juízo destes seres
"Porque, se DEUS não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pd 2.4). E, no contexto de Judas, versículo 6, lemos: "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia". As expressões de Pedro e Judas: "...até ao juízo daquele grande dia", ou seu equivalente, determinam o grande dia em que DEUS há de julgar as suas criaturas. Aquele dia é o dia mais importante de todos. É o dia decisivo da sorte eterna! Temos aqui uma expressão rabínica que indica o julgamento final.
Alguns estudiosos da Bíblia têm afirmado que as passagens de 1 Pedro 3.18,19 e 4.6, respectivamente, referem-se, de relance, a estes seres espirituais do mundo tenebroso: os anjos e os demônios. "São 'espíritos' que formam o contingente do exército oposto - que são seres espirituais'. O termo grego "pneuma" é, então, usado por eles aqui livremente para indicar qualquer tipo de "espírito", como a "alma humana", a porção imaterial do homem, os "espíritos angelicais", "os espíritos demoníacos", ou mesmo o "ESPÍRITO SANTO". No texto em foco, sendo generalizado por eles, não há, então, distinção mediante uma consideração do vocábulo, à parte do contexto.
Aqueles que aqui identificam os "espíritos em prisão" como anjos caídos esperando pelo "juízo daquele grande dia", provavelmente fazem-no por causa da observação que, em algumas histórias da descida de nosso Senhor, na literatura judaica-helenista, está em foco a restauração de anjos caídos, e, presumivelmente, pois a história de Pedro poderia estar descrevendo tal coisa. Mas estes textos em parte alguma indicam redenção de anjos, ou de demônios, e introduzir tal pensamento aqui é algo fora de lugar, mesmo que pudesse demonstrar que esse é um dos resultados positivos dos sofrimentos de CRISTO. Já tivemos ocasião de afirmar, em outras notas expositivas deste livro, que, invocando 2 Pedro 2.4, jamais haverá redenção da parte de DEUS e nem da parte de ninguém para os anjos decaídos. O texto procura provar que os sofrimentos de CRISTO tiveram tais resultados positivos, a fim de convencer aos crentes que o bem pode advir do sofrimento de CRISTO e se o nosso é baseado nEle, podemos então ter confiança.
O pensamento que a descida de CRISTO ao Hades foi boa, de algum modo, não deve ter sido ruim, para aliviar o sofrimento humano, seria um argumento mais lógico do que dizer que isso teria sido destinado aos anjos caídos. As passagens, portanto, de 1Pedro 3.18 e ss; 1Pe 4.6 afastam totalmente a possibilidade de que tais seres sejam "os anjos caídos".
CRISTO pregou aos "mortos" (4.6), isto é, aos "espíritos humanos desencorporados", chamados "mortos" por terem deixado seus corpos mortais. O termo "mortos" na presente secção, jamais poderia ser aplicado a anjos caídos. Portanto, sem sombra de dúvida, estes seres estão, de fato, "reservados para o juízo".
Nas passagens de1 Coríntios 6.3, 2 Pedro 2.4, Judas, versículo 6, e Apocalipse 20.12, deixam-nos transparecer que haverá "um julgamento final" para os seres espirituais do mundo tenebroso. Paulo afirma isso por amor de seu argumento: "Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?" (1 Co 6.3). Enquanto que Pedro e Judas, respectivamente, afirmam que uma parte aguarda este julgamento "...em prisões eternas até o juízo daquele grande dia" (2 Pe 2.4; Jd v.6). Com efeito, os anjos que aqui estão em foco para julgamento, não devem ser entendidos como sendo os anjos bons, e sim, os anjos maus que, num passado distante, aderiram à revolta de Satanás.
No que diz respeito ao julgamento dos demônios, algumas passagens bíblicas nos traduzem tal pensamento. Em Mateus (Mt 8.29; 2 Tm 4.1, etc.) e em outras passagens similares, inferem talvez essa possibilidade. Os tais, quando se defrontaram com JESUS, perceberam ser Ele aquele que um dia havia de prendê-los: "...JESUS Filho de DEUS? Vieste aqui (na terra) atormentar-nos antes (do juízo?) de tempo?" (Mt 8.29b). Acreditamos que em Apocalipse 20.12 fica subentendido no expressivo: "...vi os mortos, grandes (os anjos e demônios) e pequenos (os homens), que estavam diante do trono...", o julgamento dos tais espíritos. Só unicamente o Diabo não comparecerá ali! (Jo 16.11).
Nossa luta
O Apóstolo Paulo, e outros escritores do Novo Testamento, afirma que vivemos num mundo espiritual em que se movimentam milhões de seres hostis tanto a DEUS como a seus santos.
Em vários de seus elementos doutrinários, Paulo nos adverte, dizendo que estamos em meio a uma grande tempestade que se arma, a fim de intensificar a batalha entre o bem e o mal. Ele via através do ESPÍRITO SANTO que o firmamento se enegrecia, e já se podia ouvir o choque de exércitos hostis, ante a aproximação dos exércitos divinos em defesa do Céu.
Então Paulo conclama as forças de DEUS a se posicionarem para tal batalha: "Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais... portanto tomai toda a armadura de DEUS, para que possais resistir..." (Ef 6.12,13a). A oposição dos poderes das trevas à vontade e às forças divinas é presenciada desde o Antigo Testamento. Daniel, um profeta do cativeiro babilónico, descreve isso em seu livro: "Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia" (Dn 10.13). Devemos ter presente nesta secção quatro pontos importantes:
a) Esse "príncipe" opositor do mensageiro celeste não era sim- plesmente o rei da Pérsia ou qualquer outro oficial na terra, porque o anjo não pôde vencê-lo sem o auxílio do Arcanjo Miguel, o anjo guerreiro da vasta expansão celestial (1 Ts 4.16; Jd 1.9; Ap 12.7).
b) Como DEUS tem anjos a seu dispor, também, Satanás os tem (Mt 25.41; Ap 12.7). Seu exército de combate é o que Paulo chama de "...forças espirituais da maldade...". No grego, temos, portanto, a palavra "penumatikos", acompanhada de "mal", o que dá a entender "seres espirituais malignos". O que fica entendido é que esses seres são tão numerosos que tornam o poder de Satanás muito extenso.
c) Os filhos de DEUS, na presente era, têm de lutar, não contra a "carne e o sangue", isto é, forças visíveis, mas contra as hostes de anjos e demônios iníquos que infestama atmosfera terrestre e parte da celestial. Esses elevados poderes das trevas são chefiados por Satanás.
d) Não se pode vencer tais seres invisíveis com armas humanas (2 Co 10.4). Essas forças são forças espirituais, são forças do mal, que só podem ser enfrentadas por uma força superior, o ESPÍRITO de DEUS; fora disso, tudo fracassa!
Daniel teve a resposta de sua oração "interceptada" por um destes poderes, por "vinte e um dias" (Dn 10.2), embora ela tivesse saído de DEUS "desde o primeiro dia" (Dn 10.12). Essa deve ser uma das demoras em que muitas de nossas orações parecem que não estão sendo atendidas (cf. Hc 2.3; Lc 22.41,45; Ap 6.10,11, etc). Já no fim dc capítulo dez de seu livro, Daniel recebe uma extraordinária revelação de como tanto os anjos quanto os seres humanos estão profundamente envolvidos numa só luta, pelejando lado a lado contra os mesmos inimigos. Além disso, as hostes celestes precisam do apoio de DEUS para as suas grandes conquistas. Tudo isso nos revela que, além de mensageiros, os anjos são patronos e guardiões de comunidades e nações aqui na terra. Já vimos o anjo Gabriel com uma solicitude especial para com Daniel. Notamos, também, os vigilantes que se ocupam com a disciplina e com o bem-estar do monarca Nabucodonosor (Dn 4.13). Miguel, como já tivemos ocasião de explicar em outras secções deste livro, aparece como o anjo guardião de Israel, como nação (Dn 12.1).
Mas há também, no sentido inverso, aqueles que são chamados de "o príncipe do reino da Pérsia" e outro, que segundo se afirma é "...o príncipe da Grécia" (Dn 10.13,20). Neste conflito espiritual, Paulo recomenda a não se negligenciar na oração. Então ele diz: "Orando em todo o tempo!..." (Ef 6.18a). "Orando sem cessar" (1 Ts 5.17). Através desta oração incessante, os anjos virão ao nosso socorro! O mensageiro disse a Daniel "...é por causa das palavras (de oração) que eu vim" (Dn 10.12b). O Apóstolo Paulo, entretanto, nos adverte que essas fortalezas espirituais só poderão ser destruídas, se estivermos "...em CRISTO" porque Ele é aquele que tem todo poder, nos céus e na terra (Mt 28.18; Ef 1.19-23). Tal expressão aponta para aquele poder espiritual que nos é dado mediante a "comunhão mística com JESUS e os santos", tal comunhão denota o expressivo "em CRISTO".
Este expressivo "em CRISTO" é empregado 164 vezes nas epístolas de Paulo, servindo de "nota chave" de sua teologia. O cristianismo bíblico não repousa meramente sobre preceitos, ritos ou cerimônias formais. Mas é basicamente uma questão de comunhão com a Trindade Divina, em cuja proteção estamos abrigados. Era costume entre os romanos e gregos, depois de se terem revestido de suas armaduras, comerem juntos e precederem o ataque com uma súplica feita aos deuses, pedindo sucesso.
Paulo, então, passa aqui, também, a lembrar estes exemplos a seus leitores, pois somente assim, afirma ele: "...estareis firmes contra as astutas ciladas do diabo".
O Diabo é o líder supremo do reino das trevas, bem como de seus poderes inúmeros e potentíssimos. Ele é a essência mesma do mal. Seus aliados são mencionados no versículo 12 de Efésios6. Sua depravação é consumada, e mostra-se extremamente inteligente em sua perversidade.
Por toda parte o Novo Testamento dá a entender que ele tem "personalidade", sendo identificado como um ser real, não se utilizando de seu nome como mera figura simbólica para as formas mais concentradas da maldade. Seu nome expressa exatamente aquilo que ele é: "acusador", "caluniador". Suas atividades, relativas ao crente, consistem em atacá-lo, procurando destruir-lhe a alma, através de acusações falsas e tentações.
A história da humanidade, porém, mostra-nos como DEUS, o Bem supremo, conquista a lealdade dos homens e de outros seres racionais, protegendo-os das garras de Satanás, e como seres morais finalmente aprendem, por experiência própria, que o caminho de DEUS é melhor que o caminho de Satanás, escolhendo o bem por vontade própria. É assim que os homens vêm a compartilhar da natureza essencial de DEUS e não apenas preferi-lo.
Entre os principais esquemas do mal que o Diabo usa, destaca-se o "esquema do erro" que, como teia de aranha bem tecida, procura cauterizar a mente daquele que está procurando se afastar do erro. O império de Satanás é governado com uma norma fixa, e sua guerra é levada a efeito com um sistema estratégico que procura tirar vantagem de cada oportunidade de ataque. As múltiplas combinações do erro, as várias artes da sedução e da tentação, as variadas formas de engano da injustiça, constituem as "ciladas do diabo". A Bíblia, entretanto, nos apresenta vários métodos em que, através dos quais, nossa vitória estará assegurada: através "...do sangue do Cordeiro" (Ap 12.11a), "...da nossa fé" (1 Jo 5.4b), "...do testemunho de CRISTO" (Ap 12.11), "...pelo novo nascimento" (Jo 3.7b; 1 Jo 5.4), "...de DEUS mesmo" (Rm 8.37). É Ele, portanto, que "...sempre nos faz triunfar em CRISTO" (2 Co 2.14!).
Nossa vitória
Somente "em CRISTO" e "por CRISTO", é que nossa vitória estará assegurada! CRISTO nos faz triunfar, porque Ele é vitorioso em tudo quanto é e faz. Ele é "o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu...''' (Ap 5.5). CRISTO é vencedor por vários motivos:
Primeiro, através de seu ofício real;
Segundo, através de sua descendência real como filho de Davi segundo a carne (Rm 1.3);
Terceiro, através do seu supremo poder pessoal, inerente, na qualidade de Leão da tribo de Judá (Ap 5.5);
Quarto, através do equilíbrio de seu caráter;
Quinto, através de sua missão terrena, que foi completada, incluindo a expiação. Essa grande vitória de CRISTO é abrangente e universal.
Nossa vitória através de CRISTO, não se prende à luta física, pois, necessariamente, se assim fosse, seria então fracasso e não vitória. Um dos maiores e mais habilidosos vultos do passado foi Alexandre Magno. Ele conquistou pela força e brutalidade o Império Medo-persa, e reinou com grande poder (Dn 8.3,4). Alexandre foi, de fato, um guerreiro habilidoso dentro do contexto humano, porém, tudo quanto fez e conquistou foi derramando sangue (dos outros) e pela sua ferina espada.
Ele foi, portanto, a antítese (oposição entre palavras ou ideias) do verdadeiro CRISTO, que tudo quanto fez e conquistou foi derramando o seu próprio sangue, e manifestando seu grande amor. Há, portanto, um negativismo da parte de Alexandre e um positivismo da parte de CRISTO à luz de cada contexto, quando os dois são confrontados: o primeiro exemplifica o homem carnal; o segundo, porém, exemplifica a confiança total em DEUS. Observemos, portanto, o caráter negativo de Alexandre e o caráter positivo de CRISTO: "JESUS e Alexandre morreram aos trinta e três anos. Um deles viveu para si mesmo, o outro por mim e por você. O grego morreu num trono; o judeu morreu numa cruz. A vida de um foi triunfante (aparentemente); a do outro, uma derrota (aparentemente). Um deles comandou imensos exércitos armados, o outro teve apenas um pequeno grupo, desarmado. Um derramou o sangue alheio sem piedade, o outro derramou o seu próprio sangue, e o derramou por amor ao mundo. Alexandre conquistou o mundo em vida; JESUS perdeu a sua vida para ganhar vida para seus seguidores. Um morreu na Babilônia, o outro morreu no Calvário. Um conquistou tudo para si, e o outro a si mesmo se deu. Alexandre, enquanto viveu, conquistou todos os tronos; JESUS, na morte e na vida, conquistou o Trono de Glória. Um deles sendo servo se fez DEUS; o outro sendo DEUS se fez servo (Fl 2.6,7). Um deles ganhou um grande nome: Alexandre! O outro 'um nome que é sobre todo o nome:JESUS!' (Fl2.9). Um deles viveu para se gloriar; o outro para abençoar. Quando o grego morreu, seu trono, conquistado pela espada, ruiu para sempre. JESUS, quando morreu, ganhou o trono que permanece para sempre (Sl 93.2).
"O grego fez de todos escravos; o judeu a todos (que o aceitaram ou aceitam) liberta da escravidão do pecado (Jo 8.32,36). Um deles construiu um trono forrado de sangue; o outro edificou o seu com amor. Um deles veio da terra: é terreno! (1 Co 15.47). O outro veio do Céu: é celestial! (1 Co 15.47-49). O grego morreu para sempre; o judeu para sempre vive! Perde tudo aquele que só recebe, e tudo ganha aquele que sempre dá!".
Rendição total
Para que tenhamos vitória total em nossas vidas, precisamos nos esvaziar de tudo o que se opõe à vontade expressa de CRISTO. Devemos também renunciar a tudo o que impede de vivermos mais perto de DEUS. JESUS disse: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo... e siga-me" (Lc 9.23b). Para se alcançar tal objetivo, se faz necessária a mortificação da velha natureza. Nas palavras de Paulo, ele delineia a oposição da "velha natureza" com a "nova natureza" regenerada por CRISTO. A experiência do Apóstolo atende a questão vital, isto é, como pode a velha natureza ser domada pela nova.
Vamos seguir seus passos na passagem de Romanos 7.15-24: "Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois (eu, Saulo) não faço o que (eu, Paulo) prefiro, e, sim, o que (eu, Paulo) detesto. Ora, se (eu, Saulo) faço o que (eu, Paulo) não quero, consinto com a lei (ou vontade de DEUS para mim), que é boa. Nesse caso, quem faz isto já não sou eu (Paulo), mas o pecado (Saulo) que habita em mim. Porque eu sei que em mim (Saulo), isto é, na minha carne, não habita bem nenhum; pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque (eu, Saulo) não faço o bem que (eu, Paulo) prefiro, mas o mal que (eu, Paulo) não quero, esse (eu, Saulo) faço. Mas, se (eu, Saulo) faço o que (eu, Paulo) não quero, já não sou (eu, Paulo) quem o faz, e, sim, o pecado (Saulo) que habita em mim. Então, (eu, Paulo) ao querer o bem, encontro a lei de que o mal (Saulo) reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior (eu, Paulo), tenho prazer na lei de DEUS; mas vejo nos meus membros outra lei (Saulo) que, guerreando com a lei da minha mente (o Paulo que tem prazer na lei de DEUS), me faz prisioneiro da lei do pecado (Saulo) que está em meus membros. Desventurado homem (cristão) que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte".
Vejamos agora que o "eu" desamparado e derrotado está em evidência em caso, e o "eu" suficiente e vitorioso pelo ESPÍRITO SANTO está em evidência no outro. Mas essa suficiente vitória dar-se apenas "por JESUS CRISTO, nosso Senhor!" O Lugar de Satanás e dos Demônios na Teologia Cristã
Existe um lugar legítimo para a demonologia na teologia cristã? Existe uma base legítima para incluir o demonismo nas confissões de fé da Igreja? Certamente, "crer no" diabo não é linguagem apropriada para o credo cristão. Neste, a fé em DEUS e o repúdio ao diabo e a todas as forças que servem a causa da iniquidade devem ser bastante claros. Mas que tipo de ênfase devemos dar, na confissão cristã, e esse repúdio de Satanás?
O poeta Howard Nemerov declarou: "Hesito muito em falar do Diabo para ninguém pensar que o estotrtn-vocan-do."66 Karl Barth deixou claro que só daria uma olhadela rápida e penetrante na área da demonologia. A olhada deve ser "rápida" para não dar valor e atenção desnecessários ao demonismo.67 Para Barth, a teologia devia ser dominada pela graça de DEUS revelada em CRISTO. Mas a olhada tem de ser "penetrante" pois o demonismo não deve ser tratado levianamente.
Infelizmente, nos movimentos pentecostais e carismáticos, os ministérios de guerra espiritual e de libertação abundam, dedicando atenção deliberada ao âmbito do demonismo. Muitos defensores de semelhantes ministérios vão nitidamente além do lugar legítimo que a mensagem bíblica atribui ao demonismo. Parece que nesses ministérios há certo fascínio com o âmbito dos demônios, e o resultado é que muito mais atenção é prestada a eles do que a Bíblia pode apoiar.
Realmente, certa glória e legitimidade são concedidas ao diabo em tais ministérios. O diabo é frequentemente referido como o elemento exclusivo (ou pelo menos, dominante) em toda a oposição aos propósitos redentores de DEUS para a humanidade. A totalidade da atividade divina na redenção é reduzida à destruição do diabo de modo que a soteriologia, a cristologia, a pneumatologia e todas as demais áreas da teologia são debatidas quase exclusivamente à luz da luta contra os demônios! Sem o diabo, semelhante pregação e teologia seriam reduzidas a uma casca vazia! Em semelhante contexto, a demonologia concorre muito bem com DEUS e com todas as demais áreas da teologia, e exige e conseguiu atenção igual, ou até mesmo maior. R.Gruelich sustenta que o novelista Frank Peretti tem dado seu apoio literário a semelhante distorção teológica, pois considera que o mundo e o destino humano estão dominados pelos resultados da guerra contra os demônios.68
Em semelhante contexto, a demonologia recebe glória e relevância teológica muito além dos limites estabelecidos pela Bíblia. Nessa visão, acredita-se que o horizonte do mundo cristão esteja cheio de ataques de demônios. A forma grotesca dessa crença acha-se na suposição de que os demônios podem possuir e dominar cristãos desobedientes. Para harmonizar tal suposição com o ensino bíblico de que os cristãos pertencem a CRISTO e que são dirigidos primariamente pelo ESPÍRITO de DEUS (Rm 8.9-17), uma dicotomia antibíblica é estabelecida entre o corpo e a alma de modo que DEUS acaba dominando a alma ao passo que os demônios controlam o corpo.69 Mas a Bíblia ensina que uma lealdade tão radicalmente dividida é uma impossibilidade para a pessoa de fé genuína (Mt 7.15-20; 1 Co 10.21; Tg 3.11-12; 1 Jo 4.19-20).
A glorificação dos demônios no mundo cristão tem seu paralelo numa tendência semelhante na cultura. A humanidade sempre sentiu certo fascínio pelas coisas sinistras e demoníacas. Maxilmilian Rudwin declarou, por exemplo, que a figura de Satanás "avulta-se amplamente na literatura". Acrescenta: "Seria realmente triste a situação da literatura sem o diabo." 70 A história das práticas ocultistas tem se alimentado do fascínio que a humanidade sente pelos demônios. E até mesmo a ascensão do pensamento científico moderno tem servido quase nada para reduzir tal fascínio.
Na segunda metade do século XX, registrou-se um renovado interesse pelos demônios e pelo ocultismo. A indústria do cinema de terror ficou cada vez mais fascinada pelos demônios e pelos consequentes lucros financeiros. Filmes tais como O Exorcista e Poltergeist buscam ressaltar a incapacidade da ciência e da Igreja em lidar com os espíritos, malignos. Apresentam histórias nas quais elementos demoníacos, muitas vezes confundidos com as almas dos entes queridos, dominam o fluxo dos eventos. Em tais conjecturas, a graça de DEUS está ausente, ou mostra-se débil. Até mesmo o final "feliz" surpreende mais que as vitórias demoníacas que lhe antecederam.
Por certo, semelhante fascínio pelo demonismo não é saudável nem bíblico. A fixação que os discípulos de JESUS sentiram com a sua autoridade sobre os demônios foi corrigida. O Senhor os exortou a se regozijarem" antes de mais nada pelo fato de haverem sido escolhidos pessoalmente por DEUS (Lc 10.17-20).
A oposição de Satanás ao Evangelho somente pode ser entendida à luz do próprio Evangelho. A verdadeira profundidade do mal somente há de ser compreendida à luz da profundidade da graça de DEUS à qual o mal se opõe, procurando destruí-la. A verdadeira tragédia das trevas apenas pode ser entendida no contexto das glórias da luz divina. A ênfase do Novo Testamento, portanto, recai sobre a glória de DEUS e a vida com DEUS, e não sobre as tentativas do inimigo de se opor a elas.
Entre os cristãos, a tendência de enfatizar o papel de Satanás tem até mesmo levado a uma legitimização de seu papel de oponente de DEUS, como se o adversário tivesse o direito legal sobre pessoas e governos. Enfim, como se a sua posição de "deus da presente era" devesse ser respeitada até mesmo pelo Altíssimo!
De modo contrário àquilo que alguns pensam, não há em Judas 9 nenhum respeito por Satanás quando o anjo hesitou em lançar contra ele acusação caluniadora. O arcanjo Miguel refreou qualquer acusação baseada na sua própria autoridade, mas disse: "O Senhor te repreenda". Isso significa que qualquer rejeição das reivindicações enganosas de Satanás somente poderá vir da autoridade de DEUS e da sua graça, e não da sabedoria ou autoridade que geramos em nós mesmos.
Na realidade, uma noção dos direitos satânicos era apoiada pela teoria do resgate na Expiação, defendida por certos teólogos latinos antigos e medievais, no Ocidente; e por Orígenes, no Oriente. Essa teoria supunha que Satanás tinha o direito de governar e oprimir a humanidade por causa da rebelião humana contra DEUS. CRISTO, então, foi enviado para pagar a Satanás um resgate pela libertação da raça humana.
A teoria do resgate, porém, elimina desde o início qualquer oposição real entre DEUS e Satanás. Fica pressuposta a aceitação por DEUS da posição e do papel de Satanás, e a disposição divina de se entender com o adversário segundo as condições impostas por este. A Satanás é concedido ter sua própria posição legítima à parte do plano redentor de DEUS, posição esta que DEUS precisa respeitar no seu esforço de redimir a humanidade!
Em contraste com a teoria do resgate há o ensino bíblico de que a posição e a atuação de Satanás baseiam-se numa mentira (Jo 8.44). Não há nenhuma legitimidade que DEUS deva reconhecer, e com que Ele deva se conformar! O triunfo da graça divina sobre as forças das trevas não concede a elas nenhuma posição legítima e digna de respeito, e declara que Satanás, como o "deus deste século," tem uma posição ilegítima que lhe foi concedida pela cegueira e rebelião da própria humanidade (2 Co 4.4). Realmente, um "pagamento" foi feito por CRISTO na cruz, não a Satanás, mas a DEUS, em favor da humanidade. 71
Nossa resposta mais sábia às reivindicações falsas e enganosas de Satanás é negá-las; e devemos fazê-lo somente através da "olhadela" rápida e penetrante que o teólogo Karl Barth lhes deu na luz maior da graça e verdade de DEUS. Parecer haver, contudo, uma pressuposição oculta entre muitos participantes dos ministérios de libertação no sentido de que Satanás somente pode ser derrotado por aqueles que melhor o conhecem. Noutras palavras: quanto mais mistérios pudermos desvendar a respeito dos demônios, tanto mais poderemos controlá-los e derrotá-los. Nesses casos, entende-se que a libertação é o resultado de um conhecimento secreto (gnõsis) que pessoas fora do movimento da libertação não possuem. Especulações muito complexas são feitas a respeito da organização e das características dos demônios e de como se relacionam com os governos humanos e as vidas individuais. Práticas primorosas de "amarrar" as potências demoníacas podem ser usadas contra elas, uma vez compreendidas as suas verdadeiras posições e funções no mundo.
Por outro lado, ao lermos a Bíblia, percebemos como é notável a total ausência de semelhantes especulações e práticas. A Bíblia encoraja-nos a resistir às forças enganadoras das trevas, e não estudá-las e amarrá-las.72 Nenhum esforço é feito na Bíblia para levar-nos a conhecer melhor o diabo. O enfoque exclusivo recai em conhecer melhor a DEUS, resistindo, ao mesmo tempo, quaisquer tentativas de Satanás de obter a nossa atenção. Submeter-se a DEUS e resistir ao diabo é o conselho que Tiago nos deu (Tg 4.7).
Certamente não devemos ignorar a existência do diabo. Mas qualquer atenção que a ele prestarmos não deve passar de nossa negação quanto as suas reivindicações à luz do enfoque sobre as reivindicações divinas. A Bíblia não especula, nem dá muitas informações a respeito de Satanás e dos demônios. Não existe aí muita coisa para satisfazer a nossa curiosidade. Há indícios de haver ocorrido uma queda de Satanás e dos demônios (Jd 6; Ap 12.7-9).
Alguns especulam que o Antigo Testamento descreve a queda de Satanás em Isaías 14.12-20, mas o significado desse trecho não fica bem claro, e talvez não passe de uma repreensão poética ao "rei de Babilônia" (14-4). O "quando" e "como" dessa queda não é definido explicitamente em nenhum lugar. A verdade é que o propósito da Bíblia ao tratar de Satanás e dos demônios visa à redenção do homem, e não a especulação teológica. O enfoque recai em afirmar o propósito redentor de DEUS, e o seu poder em repudiar as obras e as reivindicações de Satanás. Não existe nenhuma ênfase em obtermos conhecimentos profundos a respeito de Satanás para o derrotarmos.
Precisamos de muito discernimento para derrotar o que realmente pertence ao reino das trevas, pois o próprio Satanás pode disfarçar-se em anjo de luz (2 Co 11.14). O orgulho, a idolatria, o preconceito e as fobias mais prejudiciais podem aparecer na forma de religiosidade e patriotismo, por exemplo, e serem defendidos como doutrinas e práticas nobres. A escravidão e o racismo têm sido defendidos por pessoas que alegam estar apoiando as mais nobres causas religiosas e patrióticas. Semelhantes pecados só servem para apoiar o reino das trevas. Será necessário sempre esquadrinharmos o nosso próprio coração para negar as obras do diabo e reafirmar a renovação do ESPÍRITO na Igreja.
O testemunho das Escrituras oferece-nos fontes específicas de orientação para discernirmos as forças do mal e da opressão. Há um critério cristológico e uma base no ESPÍRITO de DEUS para o discernimento do mal. Por exemplo: já que DEUS criou a humanidade à sua imagem, e reivindicou o direito à raça humana mediante o nascimento, morte e ressurreição de CRISTO, qualquer tentativa de desumanizar uma pessoa contradiz o amor divino, e serve aos propósitos das forças das trevas. Já que o ESPÍRITO ungiu a CRISTO para pregar as boas novas aos pobres, aos cegos, e aos presos (Lc 4.18), isso significa que as estruturas e as forças que encorajam a pobreza, a doença e o crime servem ao reino do mal. Já que Satanás deixa as mentes dos ímpios cegas diante do Evangelho (2 Co 4-4), as coisas que desencorajam nosso testemunho evangélico (em palavras e ações) diante dos necessitados hão de promover as ações de Satanás.
O demonismo ajuda-nos a reconhecer que a resistência humana a DEUS tem relevância ulterior. Colocada no horizonte da vitória escatológica do Reino de DEUS sobre as forças das trevas, a obediência e a desobediência a DEUS, no presente tempo, são questões bastante graves. Com cada decisão na vida cristã, os crentes devem optar em favor do Reino de DEUS e postar-se contra o reino das trevas. Buscar o Reinode DEUS e a sua justiça é o desafio constante do cristão. Às vezes, as escolhas poderão parecer difíceis e ambíguas. Mas a gravidade da escolha da obediência e a necessidade do consolo e do perdão divinos em meio as nossas opções nunca deverão ser subestimadas. O papel desempenhado pelo demonismo na teologia e no testemunho cristãos indica a gravidade das nossas escolhas.
Perguntas do Estudo
Considere as interpretações de Origines, de Tomás de Aquino (n.r. 17), de Martinho Lutero (n.r. 21), dos Cabalistas (n.r. 38), de Ireneu (n.r. 40), e de Paul Tillich (n.r. 25) acerca da natureza ou do papel dos anjos. Por que essas opiniões são problemáticas? Como suas dificuldades hermenêuticas poderão ser resolvidas ou evitadas?
Tendo por base sua própria pesquisa cuidadosa de Co-lossenses 1.15-18, considere o lugar apropriado dos anjos.
Aliste algumas das crenças comuns na sua comunidade e igreja a respeito dos anjos. Como você corrigiria ou confirmaria cada crença alistada?
Anjos são servos. Como seu exemplo deve afetar a nossa motivação em servir a DEUS?
O que os anjos podem e querem fazer por nós hoje, segundo demonstra a Bíblia?
O que, segundo a Bíblia, não podemos esperar que os anjos façam por nós hoje?
A demonologia remove-nos dos verdadeiros problemas e males da vida? Explique como ela poderia fazê-lo? Por que é relevante repudiar o diabo e as suas obras quando resistimos às forças do mal na vida?
Como a abordagem do Antigo Testamento à demonologia difere dos conceitos pagãos antigos dos espíritos malignos? Considere-a em relação à soberania de DEUS. Em particular, a soberania divina significa que não há oposição real entre DEUS e Satanás no Antigo Testamento?
Qual verdade se pode achar no fato de a derrota das forças das trevas ter sido revelada no Novo Testamento somente após a revelação de CRISTO como a encarnação da graça e da verdade?
10. Descreva a vitória de CRISTO sobre as forças das trevas. Essa verdade desempenha algum papel na proclamação apostólica do Evangelho? Explique.
Descreva os problemas com o dualismo e o monismo filosóficos. Qual o equilíbrio bíblico entre a soberania de DEUS e a oposição de Satanás contra os propósitos de DEUS?
A demonologia elimina a responsabilidade humana? Por quê?
Os cristãos podem ser possuídos por demônios?
Os discernimentos humanos e científicos dos nossos problemas têm algum lugar legítimo entre os crentes?
São legítimas as reivindicações e acusações de Satanás? Devem ser concedidos a ele direitos legítimos como deus desta era? Como a teoria do resgate tem apresentado incorretamente as reivindicações e direitos de Satanás?
Os entendimentos humanos e científicos dos nossos problemas têm algum lugar legítimo entre os crentes?
Existe o fascínio com o demonismo na Igreja e na cultura? O que está errado com isso? Qual o verdadeiro lugar da demonologia na teologia cristã? Quem é Satanás
Lúcifer. Este termo é usado em Isaías 14.12, significando “estrela da manhã”, “o filho da alva”. E uma alusão ao domínio que Satanás exerce neste mundo, especialmente através de intermediários. Literalmente, seu nome significa “o Brilhante” ou “Estrela da Manhã”. E descrito como “o selo da perfeição”, isto é, padrão de perfeição. E também descrito antes da sua queda, como “cheio de sabedoria e formosura”, o mais belo e sábio de todas as criaturas (Ez 28.11-17).
Lúcifer é chamado também de “querubim da guarda ungido”. Como já sabemos, os querubins são seres angélicos de elevada categoria. Lúcifer era o líder dos seres angélicos e, evidentemente, os guiava em louvor e júbilo a DEUS.
Satanás. Forma grega derivada do aramaico — hb. satan —, significa “adversário”. Esse termo é utilizado pela primeira vez no Antigo Testamento em alusão a um anjo de Jeová em Números 22.22. E utilizado, também, em referência a homens (I Sm 29.4; SI 38.20; 71.13; SI 109.4,6,20). Relacionado com Satanás, o Adversário, o termo aparece, mais de quinze vezes no Antigo Testamento, sendo que, em Zacarias 3.1, o termo satanás é acrescido da expressão descritiva da sua natureza: “para se lhe opor”.
O termo “adversário”, no Novo Testamento, sempre é usado para se referir a Satanás, o adversário de DEUS e de JESUS (Mt 4.10; Mc 1. 13; 4.15; Lc 4.8; 22.3; Jo 13.27); do povo de DEUS (Lc 22.31; At 5.3; Rm 16.20; I Co 5.5; 7.5; 2 Co 2.10; I I.I4; 12.7; I Ts 2.18; 5.15; Ap 2.9,13,24; 3.9); e do gênero humano (Lc 13.16; At 26.18; I Ts 2.18; Ap 12.9; 20.7,8).
Diabo. Termo oriundo de diabolos (gr.), denota “acusador”, “caluniador”. Este termo encontra-se somente no Novo Testamento por 36 vezes.
Segundo a Bíblia Sagrada, o Diabo é a personificação do mal e inimigo de DEUS. Ele é descrito como o Tentador (Mt 4.3), o grande mentiroso (Jo 8.44) o deus deste século (2 Co 4.4), que tem permissão condicionada por DEUS para reinar até ao Juízo Final quando será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.7-10).
No satamsmo, ele é o mestre absoluto do mal, objeto de adoração, a quem são oferecidos os sacrifícios. Como sendo a personificação do mal, a ele é jurada lealdade e o serviço é prestado. Na bruxaria, principalmente na chamada magia negra, é o princípio do mal. E alguns bruxos firmam pactos com ele, considerando-se seus servos, que se dedicam a realizar seus propósitos malignos.
O que todo crente deve saber, em síntese, sobre o Inimigo é o que está escrito em I Pedro 5.8: “O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”.
Serpente. Uma referência a Gênesis 3.1,14 (cf. 2 Co 11.3; Ap 12.9; 20.2).
Belzebu ou Baalzebu. Termo que significa “senhor das moscas”, uma referência ao deus de Ecrom (2 Rs 1.1-6,16). Em Mateus 12.24-29, verifica-se a aplicação do termo ao príncipe ou chefe dos demônios (cf. Mt 10.25; Lc II.15).
Dragão. Ele é chamado de Dragão em Apocalipse 12.3, em comparação à sua astúcia, malignidade e voracidade. Em Apocalipse 12.9, o Dragão é referido como a antiga serpente, por causa da sua astúcia, aliada à sua natureza destruidora.
Tentador.Tentzr significa literalmente mcitar á prática do pecado, provar ou testar (Mt 4.3; I Ts 3.5). O mesmo verbo é também empregado para DEUS em relação ao homem, no sentido de provar (Gn 22.1).
Satanás também é chamado de Príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.11), Príncipe das potestades do ar (Ef 2.2), Maligno (Mt 13.19; I Jo 2.13), deus deste século (2 Co 4.4), Anjo de luz (2 Co 11.14), Apolíon (“destruidor”, Ap 9.11).
Origem de Satanás
No comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal, encontramos a seguinte explicação quanto ao texto de Ezequiel 28.4-17, alusivo, segundo os exegetas, a Satanás:
No devido contexto, a profecia de Ezequiel contra o “rei” de Tiro parece conter uma referência velada a Satanás como o verdadeiro governante de Tiro e como o deus deste mundo (2 Co 4.4; l Jo 5.19). O rei é descrito como um visitante que estava no jardim do Eden (v. 13), que fora um anjo, “querubim ungido” (v. 14), e uma criatura pe feita em todos os seus caminhos, até que nela se achou iniqüidade (v. 15). Por causa do seu orgulho pecaminoso (v. I 7), foi precipitado do “monte de DEUS” (vv. 16,17; cf. Is 14.13-15).
Vejamos o relato análogo de Isaías 14.12-14:
Como caíste do céu, ó estrela da manhã, flho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei
ao céu; acima ias estrelas de DEUS exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
Billy Graham afirmou:
Quando o anjo Lúcifer se rebelou contra DEUS e suas obras, alguns calculam que cerca de um terço das hostes angélicas do universo se teriam unido a ele na rebelião...
Assim, a maior catástrofe da história da criação universal foi a desobediência a DEUS por parte de Lúcifer, e a conseqüente queda de talvez um terço dos anjos que se juntaram a ele na sua maldade... Assim, a guerra que começou no céu continua na terra e verá o seu clímax no Armagedom...16
Desde sua queda, num remoto e misterioso passado, Lúcifer, em lugar de anjo de luz, tornou-se o anjo das trevas e do mal. Sabemos entretanto que pode enganosamente transfigurar-se em um anjo de luz (2 CoII.I4). O seu ódio pela humanidade cresce a cada dia. Satanás é um ser inteligente, um ente inteiramente hostil, inimigo declarado de DEUS e dos homens. A Bíblia inteira o apresenta resistindo a DEUS e perturbando a paz das nações, com guerras, destruição e miséria.
Satanás é mencionado 177 vezes na Bíblia Sagrada, de diferentes maneiras.
A EXISTÊNCIA DO DlABO
O Antigo Testamento. Os primórdios do livro de Gênesis mostra Satanás atuando ardilosamente através da serpente para provocar a Queda do homem, um episódio pecaminoso e funesto que veio afetar toda a descendencia de Adão — a raça humana.
No reinado de Davi, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar o povo, isto é, a fazer o censo de Israel (I Cr 21.I). Por essa desobediência, DEUS feriu a Israel, mediante uma peste, em que “caíram de Israel setenta mil homens” (I Cr 21.14). Essa rebeldia deliberada de Davi ocorreu após suas grandes vitórias e realizações (I Cr 14-20), pois Satanás, o enganador, conseguiu penetrar numa brecha em sua vida (I Cr 21.7,8; I Tm 3.6).
No Salmo 106.36,37, vemos que por trás de práticas religiosas idolátricas estão os demônios.
Vemos em Zacarias, cap. 3, a realidade de satanás ao acusar o sumo sacerdote Josué e opor-se à nação de Israel. No texto em apreço, Josué, como representante de Israel, não podia resistir a Satanás. Josué, na qualidade de sumo sacerdote, trajava-se de vestes malcheirosas e imundas, símbolos do pecado. Por isso, o Senhor (Anjo do Senhor) resistiu a Satanás e o repreendeu; Ele havia escolhido Israel para cumprir os seus propósitos.
Evidências de Satanás do Novo Testamento. Dezenove dos 27 livros do Novo Testamento mencionam Satanás por algum dos seus nomes. Dos oito restantes, quatro deles mencionam os demônios, que são seus agentes.
Evidências emanadas de JESUS CRISTO. Nos Evangelhos, das 29 referências a Satanás, em 25 delas é CRISTO quem o menciona como sendo uma pessoa. Por exemplo, no relato da tentação de JESUS temos o seu testemunho da realidade da pessoa do Inimigo (Mt 4.1-11; Mc I.9-I3; Lc 4.I-I3).
CRISTO triunfou para sempre sobre Satanás (Lc 11.21; Hb 2.14,15), e o crente, pela fé em CRISTO, triunfa da mesma forma, resistindo e nulificando suas investidas com as armas que CRISTO nos proporciona (Ef 6.I0-I8;Tg 4.7; I Pe 5.9-10; Rm 16.20).
Reconhecer a realidade de Satanás, levar a sério a sua oposição, ficar atento à sua estratégia, levar em conta a guerra contínua com ele não ê cair num conceito dualista de dois deuses, um hom e outro mau, guerreando um contra o outro. Satanás ê uma criatura sobre-humana, mas não é divino; ele tem muito conhecimento e poder, mas não é onisciente nem onipotente e nem onipresente; ele ê um rebelde derrotado e não tem mais poder além daquele que DEUS lhe permite exercer e está destinado ao lago do fogo (Ap 20. IO).1'
A NATUREZA DE SATANÁS
Satanás é homicida, mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44); ele é um pecador obstinado (I Jo 3.8) e um audaz adversário, o arquiinimigo de DEUS e dos homens (I Pe 5.8).
Sua personalidade. Dizer que Satanás é apenas fruto da imaginação, uma ficção, mitologia ou qualquer coisa da mente humana é ignorância dos fatos. Sabemos que fatos são provas e contra fatos não há argumentos.
Os assassinatos bárbaros e outros crimes hediondos que vemos nos jornais, são normais? Naturais? Pais que estupram as próprias filhas e algumas, na mais tenra infância! Olhe para o mundo à sua volta e veja os fatos! Para o Diabo é muito melhor que acreditem que ele não existe.
Uma evidência incontestável de personalidade é ter alguém intelecto, emoção e vontade. A Palavra de DEUS demonstra que Satanás possui essas características. Seu intelecto é óbvio no seu esquema para enganar (2 Cr 11.3) e em sua comunicação através da fala para enganar outras pessoas (Lc 4.I-I2).
Seu caráter. Satanás é presunçoso (Mt 4.4,5', orgulhoso T Tm 3.6; Ez 28.17), poderoso (Ef 2.2), maligno (Jó 2.4; Lc 8.13; I Pe 5.8; 2 Co 4.4; I Jo 5.19), enganador (Ef 6.11), feroz e cruel (I Pe 5.8). Ele é a causa primária do pecado e é muito astuto (Ap 12.7-11; 2 Co 2.11; Ef 6.11,12; 2 Co 11.14; Jo 8.44; I Jo 3.8; Gn 3.1-5).
Algo de suas perversas atividades. Perturbar a obra de DEUS (I Ts 2.18), opor-se ao Evangelho (Mt 13.19; 2 Co 4.4), dominar, cegar, enganar e destruir o ser humano (Lc 22.3; 2 Co 4.4; Ap 20.7,8; I Tm 3.7), afligir e tentar os santos de DEUS (I Ts 3.5).
O mundo está alienado de DEUS e controlado por Satanás (Jo 12.31; 2 Co 4.4; Ef6.I0-I2; I Jo 5.19). "
Ele luta para arruinar a Igreja porque ele sabe que se o sal da terra perder seu sabor, o homem torna-se sua vítima.
Suas atividades são restritas. O poder de Satanás é limitado. Aqueles que crêem em CRISTO, e vivem em comunhão com Ele, são vencedores do Inimigo (Jo 12.31). O crente deve estar sempre submisso a DEUS e revestido do escudo da fé para assim resistir ao Diabo, e este fugirá (Tg 4.7; I Pe 5.8,9).
Satanás somente pode tentar (Mt 4.1), afligir (I Ts 3.5), matar (Jó 2.6), e tocar no crente com a permissão de DEUS. “E disse o Senhor a Satanás: eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão” (Jó I.12). DEUS permitiu o mal vir sobre Jó; porém, fixou um limite até onde Satanás podia ir, e tirou-lhe o poder de morte quanto a pessoa de Jó.
Quando a Bíblia Sagrada declara que Satanás é o príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; 16.II) e que ele é o deus deste século (2 Co 4.4), ela não quer dizer que Satanás é o dono absoluto do mundo, pelo seu próprio poder e querer, porque “do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam” (SI 24.1). Toda autoridade no céu e na terra pertence a DEUS, o Criador, o qual delegou-a ao seu Filho umgêmto JESUS CRISTO (Mt 28.18).
O que a Palavra de DEUS ensina é que Satanás está no controle do mundo ímpio, das instituições e pessoas que estão completamente alienadas de DEUS. Esse poder e influência exercidos por Satanás são limitados e temporários (Ap 12.12; 20.10).
Sua atuação. O Inimigo age também nos círculos religiosos mais elevados como “um anjo de luz” (2 Co 11.14). A Bíblia fala de sua presença no ajuntamento dos anjos (Jó 1.6). Essa sua atividade maléfica no meio religioso está implícita, por exemplo, nas expressões “doutrina de demônios” (ITm 4.1), “sinagoga de Satanás” (Ap 2.9) e “ministros de justiça” (2 Co II. 15).
A Bíblia nos adverte a não ignorarmos os ardis de Satanás (2 Co 2.11), isto é, as suas maquinações, os seus desígnios perversos, os seus propósitos, os seus planos funestos.
Daí a necessidade de redobrarmos a nossa vigilância com relação às suas sutilezas em relação ao mundanismo (2 Co 4.4), à mentira (Gn 3.4,5; 2Ts 2.9), à vacilação (Mt 6.24; 2 Co 6.14,15); ao ceticismo (Rm 14.23); às trevas (Rm
; à depressão (At 10.38; Lc 13.16), à procrastinação (At 24.25; Ex 8.8); e à transigência com o mal (Ap 2.20).
Final de sua maldita história. DEUS decretou sua derrota (Gn 3.14,15). JESUS, como DEUS, demonstrou o seu poder e a sua autoridade sobre Satanás ao derrotá-lo, desarmá-lo e despojá-lo de seu poder (Lc 11.22; I Jo 3.8; Cl 2.15). Durante a Grande Tribulação será lançado da esfera celeste à Terra (Ap 12.7-9); durante o Milênio será aprisionado no abismo (Ap 20.1-3), sendo solto por um período curto (Ap 20.7,8), e depois de mil anos será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.10). Dessa maneira, segundo a Palavra de DEUS, ocorrerá o expurgo final do mal.
Os ANJOS CAÍDOS
Os anjos foram criados perfeitos, sem pecado e, como o homem, dotados de livre escolha. Satanás, na sua rebelião inicial contra DEUS sublevou uma terça parte deles (Ap 12.4). Uma multidão de anjos participou da rebelião de Satanás contra DEUS, tendo abandonado o seu estado original de graça, como servos de DEUS, e assim perderam o direito à sua elevada e privilegiada posição celestial.
Os principais pecados que cometeram foram, como já vimos, orgulho, exaltação, rebeldia, desafio e levante contra DEUS. “DEUS não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo” (2 Pe 2.4).
Também, em Judas v.6 está escrito: “e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia”. Como resultado de sua queda, além de terem sido “reservados para o juízo”, têm sua parte juntamente com Lúcifer no “fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
Ao afirmar que existe um mundo espiritual invisível, que consiste nas hostes de anjos ministradores, no meio do povo de DEUS, e a serviço desse povo (Gn 32.1,2; SI 91.11; 34.7; Is 63.9), a Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD) traz o oportuno comentário sobre 2 Reis 6.15-17:
Não somente DEUS está a favor do seu povo (Rm 8.31\ como também exércitos dos seus anjos estão disponíveis, prontos para defender o crente e o reino de DEUS (v.37; SI 34.7).
Todos os que crêem na Bíblia devem orar continuamente para DEUS livrá- los da cegueira espiritual e abrir os olhos dos seus corações para verem mais claramente a realidade espiritual do remo de DEUS (cf. Lc 24.31; Ef 1.18-21) e suas hostes celestiais (Hb I.I4).
Os espíritos ministradores de DEUS não estão distantes, mas, sim, bem perto (Gn 32.1,2), observando os atos e a fé dos filhos de DEUS e agindo em favor deles (At 7.55-60; I Co 4.9; Ef 3.10; I Tm 5.21).
A verdadeira batalha no remo de DEUS não é contra a carne e o sangue. E uma batalha espiritual “contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12; cf. Ap 12.7-9).
Há um relacionamento de causa e efeito nas batalhas espirituais; o resultado das batalhas espirituais é determinado parcialmente pela fé e oração dos santos (vv. 16-20; Ef 6.18,19).
Há anjos decaídos que estão algemados no Inferno (2 Pe 2.4; Jd v.6); os demais estão soltos, como agentes e emissários de Satanás, sob o seu domínio e controle (Ef 2.2; Ap 12.7). Com relação aos anjos caídos que estão soltos, N. Lawrence Olson, disse; “Ocupam posições de autoridade sobre as nações e os povos (Dn 10.13,20)”.19
Transcreveremos na íntegra o comentário de Daniel 10.13 da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD);
Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me; e eu fiquei ali com os reis da Pérsia. Enquanto Daniel orava e jejuava, estava sendo travada uma batalha espiritual de grande magnitude.
O “príncipe da Pérsia” estava impedindo que Daniel recebesse do anjo a mensagem de DEUS. Por causa desse conflito, Daniel teve que esperar vinte e um dias para receber a revelação. Esse “príncipe da Pérsia” não era um potentado humano, mas um anjo satânico. Só foi derrotado quando Miguel\ o príncipe de Israel (v.2l), chegou para ajudar o anjo. Os poderes satânicos queriam impedir o recebimento da revelação, mas o príncipe angelical de Israel (12.1) demonstrou sua superioridade (f. Ap 12.7-12).
Esse incidente nos dá um vislumbre das batalhas invisíveis que são travadas na esfera espiritual a nosso favor. Note que DEUS já tinha respondido a oração de Daniel, mas que a ação satânica atrasou a resposta da mensagem por vinte e um dias. Visto que o crente sabe que Satanás sempre quer impedir nossas orações (2 Co 2.1l), deve perseverar na oração Çcf. Lc 18.1-8; ver Ef 6.11,12).
A seguir, leiamos Daniel 10.20 e o respectivo comentário da fonte acima citada:
E disse: Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Há demônios poderosos designados para atuar sobre as nações do mundo a fim de se oporem às forças de DEUS e promoverem a iniqüidade e a incredulidade entre os habitantes da terra.
Que existe um reino tenebroso, diabólico, organizado no mundo espiritual influenciando as nações e os povos para o mal em todos os sentidos, está patente na Bíblia. O que compete a cada crente é resistir sob o poder vencedor do sangue de JESUS aos ataques do inimigo, equipado com cada peça da armadura de DEUS e o poder do ESPÍRITO SANTO na batalha espiritual.
O fato da Queda. Por sete vezes em Gênesis I, o texto relata que tudo o que DEUS havia feito era bom. No versículo 31 está escrito que “E viu DEUS tudo quanto tinha feito; e eis que era muito bom”. Isso certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando eles foram originalmente criados. Nesse particular, o consenso de destacados mestres é que Ezequiel 28.15 refere-se a Satanás antes da sua queda.
A época de sua queda. Não está revelado na Bíblia o tempo definido da queda dos anjos. Ela deve ter ocorrido antes da criação do homem, já que Satanás entrou no jardim personificado em serpente e induzindo Eva a pecar (Gn 3).
O resultado da queda dos anjos. Todos eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e conduta (Ef 6.11,12; Ap 12.9). Parte deles foram na ocasião lançados no inferno, onde estão acorrentados até o dia do julgamento (2 Pe 2.4). Os demais permanecem em liberdade e agem em oposição à obra dos anjos bons (Ap 12.7-9; Dn 10.12,13,20,21;).
Os males decorrentes da queda dos anjos afetou a criação original. A terra, por exemplo, foi amaldiçoada com o pecado de Adão (Gn 3.17-19). A criação está gemendo por causa dos males terríves oriundos da queda (Rm 8.19-22). A criação tornou-se sujeita ao sofrimento e a múmeras outros males por causa do pecado humano.
Os anjos decaídos, como poderes das trevas são os governantes espirituais deste mundo de trevas e maldade (I Jo 5.19; Ef 2.2,3; 6.12,16; I Pe 5.8,9).
A luta incessante do Diabo contra os santos e contra a obra de DEUS ocorre de diferentes maneiras: Através de pessoas ímpias (2 Rs 6.13-16); por meio de diferentes tipos de tribulações e tentações, perseguições e outros obstáculos à pregação do evangelho, etc. Tanto Satanás como seus agentes do mal não podem ultrapassar os limites traçados pela permissão divina. JESUS disse que “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela igreja ” (Mt 16.18). A palavra “inferno”, na Bíblia Sagrada, aparece no Antigo Testamento como skecl (hb.) e em o Novo Testamento hades (gr.), bem como na Septuagmta, a versão grega do Antigo Testamento, existente nos dias de CRISTO e nos primeiros tempos da igreja. Ambas significam “mundo invisível”, isto é, “o lugar para onde vão os espíritos dos mortos”. Essas palavras nunca são usadas em alusão ao lugar final da habitação desses espíritos, e nem para significar a sepultura, cuja palavra no hebraico é queber.
Olson ensina que além da Bíblia Sagrada, os escritos patrísticos e outras fontes religiosas confiáveis são unânimes em afirmar que o Hades ou Sheol é o lugar para onde vão após a morte os espíritos dos falecidos, no Antigo Testamento, quer dos justos, quer dos injustos (Is 14.9; Lc 16.23). O eminente autor afirmou:
A razão da grande confusão reinante sobre este estudo e mesmo entre as heresias é porque às vezes as palavras gregas e hebraicas referentes ao assunto foram mal traduzidas, por exemplo, “Hades”, que às vezes é confundida com o Lago de Fogo; “queber”, que somente tem a ver com cadáver, confundem com “inferno” que é lugar de espirito; “Abussos” (nogrego), que é tradução do hebraico “Abaddon”, é o “abismo”, mas lugar este diferente do Hades.'0
Citando o erudito Dr. Seiss, Olson prossegue o seu comentário da forma seguinte:
Abaddon e o Abismo parecem ser a morada de demônios, uma espécie de abismo ainda mais profundo do que o Hades... O termo “tártaro” (“tartarus”, no grego), traduzido para “inferno” na Versão Brasileira e em Almeida, em 2 Pe 2.4, que versa sobre anjos decaídos serem lançados nos “abismos” ÍARA) de escuridão, provavelmente refere-se a este mesmo Abussos ou Abismo.21
Ainda segundo o teólogo em apreço, o Lago de Fogo é referido pela palavra hebraica tofete (Is 30.33; Jr 7.31,32) e pela grega geena (Mt 5.22,29,30; 10.28; 23.15,33). Este último termo refere-se literalmente ao Vale de Hinom, um local fora de Jerusalém utilizado como lixeira da cidade, onde se queimavam os cadáveres de criminosos e de animais.
Ali sempre havia fogo aceso, e, por esta razão, esse vale era citado como simbolo da Lago de Fogo que arde eternamente. Um fato também esclarecedor é que no Vale de Hinom, os israelitas quando desviados queimavam seus filhos em sacrifício a Moloque, o deus pagão dos amonitas, fenícios e cananeus.
Uma vez sabendo-se que os anjos maus que estão em liberdade, como agentes de Satanás, habitam no elevadíssimo espaço sideral (Ef 2.2; 6.12), vejamos o seu destino após o grande julgamento do Trono Branco. Para essa explicação, recorremos mais uma vez a Olson que nos diz:
Uma vez que o Hades é lançado no Lago de Fogo, e que os anjos decaídos serão julgados no grande dia de julgamento, concluímos que o Abismo também será lançado no Lago de Fogo; formando desta maneira um só Inferno eterno. O texto de Mt 25.41 confirma este pensamento porque vemos os homens e os anjos sofrendo juntos.—
Quem são os demônios
Esta parte da Angelogia que trata dos demônios é denominada demonologia. A Palavra de DEUS trata sumariamente desses seres infernais. Eles podem estar em todo lugar, pois são numerosos e altamente organizados. Por serem reais, podem ser contados (Lc 8.2,30). Satanás é o comandante deles.
Satanás, com um exército inumerável desses seres invisíveis procura se infiltrar nos lares, escolas, instituições, igrejas, governos, empresas, culturas de nações, etc., com o objetivo de enganar, corromper, envilecer, desmoralizar, insensibilizar, desumanizar, brutalizar o ser humano, que é o seu maior alvo de destruição, tentando fazer com que ele não se achegue ao seu Criador, e Redentor, o DEUS único, bondoso e eterno.
Questões como estas são constantemente apresentadas: O que leva uma pessoa ao suicídio? Por que alguém, aparentemente sem motivos, extermina todos os seus parentes mais próximos de uma forma bárbara e tenebrosa? Por que tantos crentes não abandonam os prazeres efêmeros e pecaminosos da carne e se dedicam ao Senhor e à sua obra?
Porque tantas pessoas não sentem desejo mcontido e constante de ler a Bíblia Sagrada? Qual o verdadeiro motivo que leva um homem e uma mulher casados optarem por separação judicial ou através do divórcio? O que está por trás milhões de crianças abandonadas em todo o mundo, sem a assistência e o carinho de seus pais?
Os demônios não são culpados de todas as coisas ruins que assolam a humanidade, porém, eles estão por trás da maioria das desgraças e flagelos que se abatem sobre os seres humanos.
Modismos enganosos. E repulsivo e estarrecedor que em alguns segmentos pen- tecostais, mormente entre os denominados neopentecoastais, estejam ocorrendo
há algum tempo distorções e aberrações doutrinárias com destaque na área do demomsmo. Em grande parte elementos que lidam com libertação de endemo- ninhados divulgam mais a atuação dos demônios do que a Palavra de DEUS. Um alerta ao crente sobre isso acha-se em Apocalipse 2.24.
E deveras oportuna a explicação de Stanley Horton sobre essa questão:
... ao lermos a Bíblia, percebemos como é notável a total ausência de semelhantes especulações e práticas. A Bíblia encoraja-nos a resistir as forças enganadoras das trevas, e não estudá-las e amarrá-las. Nenhum esforço éfeito na Bíblia para levar-nos a conhecer melhor o Diabo. O enfoque exclusivo recaí em conhecer melhor a DEUS, resistindo, ao mesmo tempo, quaisquer tentativas de Satanás de obter a nossa atenção. Submeter-se a DEUS e resistir ao Diabo ê o conselho que Tiago nos deu (Tg 4.1).
Quando JESUS comissionou os discípulos para realizarem a missão evangeli- zadora, Ele lhes outorgou autoridade e poder sobre todos os demônios (Lc 9.1; 10.19) e sobre toda enfermidade e todo mal (Mt 10.1).
O Antigo Testamento faz referência aos demônios (Lv 17.7; 2 Cr II.15; Dt 32.17; SI 106.37). O Novo Testamento menciona repetidas vezes a palavra “demônio”, significando espírito maligno.
Belzebu é o príncipe dos demônios (Mc 3.22). A Bíblia Sagrada silencia sobre a origem dos demônios. Por certo, como explica Antonio Gilberto, “isto faz parte do mistério que envolve a origem do mal (Dt 29.29; I Co 4.5; Ap 2.29)”.23 Alguns entendem que os demônios são anjos caídos que pecaram juntamente com Satanás. Os religiosos fariseus, bem como os escribas diferençavam entre anjo e espírito (At 23.8,9).
O historiador judeu Flávio Josefo asseverou que nas escolas teológicas judaicas dos fariseus, principalmente, era ensinado que os demônios, capazes de possuir e de controlar um corpo vivo, são espíritos de mortos partidos deste mundo, especialmente aqueles de caráter vil e de natureza perversa.24
No Novo Testamento, além dos Evangelhos, há referências aos demônios. Em I Coríntios 10.19-21, o apóstolo Paulo discorre sobre as práticas tenebrosas dos gentios incrédulos, adorando a demônios representados por ídolos, em suas reuniões devotadas à idolatria. Ele adverte à igreja sobre a infiltração de tal satanismo nas reuniões de Ceia do Senhor. Ver também no Novo Testamento, os textos de Mt 4.24; 8.16; Mc 1.32-34; Lc 4.41; 6.18; 7.21; 8.2, 27-33; 9.1; 10.17; At 16.16-18; 19.16; I Tm 4.1; Tg 2.19; Ap 9.20; 16.14. Ver amda, no Antigo Testamento: 2 Cr 18.21; Is 8.19; Os 4.12; 5.4; Zc 13.2.
Diferenças entre demônios e anjos caídos. N. Laurence Olson discorre sobre uma das diferenças entre demônios e anjos decaídos:
... os primeiros são espíritos desencarnados, isto é, sem corpo; enquanto os outros [anjos] possuem um corpo espiritual (Lc 20.35,36). E evidente que os demônios não possuem corpos porque estão constantemente procurando entrar nos corpos dos homens afim de usá-los como se fossem seus (Mc 9.25; Mt 12.43-45). Em Mt 8.31 notamos que eles (os demônios) aposssaram-se até dos corpos dos porcos.25
Os demônios estão sob a autoridade de Satanás (Mt 12.24b; Ef 6.12). Eles sabem quem é JESUS (Mc 1.24), conhecem o seu destino final (Mt 8.29), conhecem, a verdade fundamental do monoteísmo bíblico (Tg 2.19) e também possuem um sistema doutrinário atraente, permissivo, maligno, enganador (I Tm 4.1-2).
Os demônios são a força motriz promotora da idolatria; daí, adorar falsos deuses é praticamente o mesmo que adorar demônios. “Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a DEUS. E não quero que sejais participantes com os demônios” (I Co 10.19,20).
Grande parte da atvidade destruidora de Satanás é delegada a inumeráveis demônios. Eles podem habitar no corpo dos incrédulos (Mt 1.32,34,39; 3.11,15; 6.7.13; 16.17; Lc 4.41; 8.29,30). São capazes de falar através das vozes das pessoas que eles possuem (At 19.15; 16.17,18; Mc 1,26; At 8.1).
Nestes últimos tempos que precedem a volta de JESUS, os demônios desenvolvem intensa atividade na propagação do ocultismo, da imoralidade, da violência e da crueldade. Eles atacarão de muitas maneiras, através de muitos métodos e meios, a Palavra de DEUS e a sã doutrina (Mt 7.22,23; 24.24; 2 Co 11.14,15; I Tm 4.1). Uma mtensa e maior atividade dos demônios acontecerá nos dias do predomínio do Anticristo e seus seguidores (2 Ts 2.9-11; Ap 13.2-8; 16.13,14). Essa ação maligna e destruidora em todas as camadas, atividades e instituições da sociedade já ocorre encobertamente nos dias atuais. “Porque já o mistério da injustiça opera” (2 Ts 2.7).
DEUS revelou ao apóstolo João, conforme lemos em Apocalipse 9.1-3, o que acontecerá por ocasião da Grande Tnbulação, quando for tocada a quinta trombeta:
E o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; efoi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como a fumaça de uma grande fornalha e, com a fumaça do poço, escureceu-se o sol e o ar. E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; efoi-lhes dado poder como o poder que têm os escorpiões da terra.
Esses seres infernais podem ser uma espécie desconhecida de agentes demoníacos sob Satanás para aqueles tempos de juízo divino sobre a humanidade impenitente, que recusando sempre o convite de DEUS para a salvação, encheu a medida de seus pecados (cf. I Ts 2.16; Gn 15.16; }o I2.39.4CT.
Orlando S. Bover chama a atenção para um detalhe, no mínimo curioso, ao lembrar que os gafanhotos (insetos) não têm rei (Pv 30.27), mas esses de Apocalipse 9 “tinham sobre si rei” (v. II). São de Bover estas palavras:
O nosso Rei se ebama JESUS, isto é, Salvador. Mas o rei sobre esses demônios, na forma de gafanhotos, chama-se em hebreu Ahadom (“destruição” ' e em grego, Apoliom (“destruição”). Esse rei ficará obcecado com seu desejo de levar seus exércitos para destruírem o mundo.26
N. Lawrence Olson, por sua vez, acredita tratar-se de uma horda inumerável de demônios encarnados semelhantes a gafanhotos, infernais e aterradores. A Bíblia — a revelação divina — não desce a detalhes sobre esses seres misteriosos. Devemos silenciar onde a Bíblia assim o faz.
JESUS e os demônios. Em seu ministério terreno, JESUS sempre desfez e anulou o poder de Satanás e o demonismo, pois Ele veio ao mundo para desfazer as suas obras. “Quem comete pecado é do Diabo, porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o filho de DEUS se manifestou: para desfazer as obras do Diabo” (I Jo 3.8).
JESUS derrotou Satanás, no deserto, ao ser por ele tentado; também o venceu ao expulsar os demônios e, de modo pleno, através da sua morte e ressurreição (Jo 12.31; 16. II; Cl 2.15; Hb 2.14). Ele aniquilou o domínio de Satanás.
Possessão demoníaca. Esse fato horroroso ocorre quando um ou mais demônios ocupam e habitam o corpo de uma pessoa, exercendo controle e influência diretos sobre ela, com prejuízo para suas funções mentais, emocionais, nervosas e físicas. Samuel Costa — psicólogo clínico e professor de teologia no Rio de Janeiro —, ao tratar do transtorno de transe e possessão demoníaca, de uma pessoa, afirma, referindo-se ao Código Internacional das Doenças (CID-IO), que há no endenoninhado uma perda temporária tanto do senso de identidade pessoal quanto da consciência plena do ambiente em que ela se encontra.
Segundo Costa, em alguns casos, a pessoa age como se fosse outra personalidade, espírito, divindade ou “força”. Tomando por base o espírito do homem, o autor afirma:
transe é o estado de mediumdade que algumas pessoas apresentam quando incorporam algum “espírito”ou “entidade”.
Sérglas, citado por Isaías Paim, discorre que “na clínica observa-se que a possessão é acompanhada do sentimento de desdobramento da personalidade e se manifesta em sua forma típica no delírio de possessão demoníaca. Nesses casos, o enfermo não só escuta a voz do demônio e sofre as suas injúrias, como o traz consigo; ele se tornou a sua morada, ê seu escravo e deve obedecer a sua vontade, executa os atos que ele determina; não tem domínio nem mesmo sobre os seus pensamentos. Somente o demônio fala, age, pensa, sem que o possuído possa se opor à sua poderosa influência ”.
Costa presta uma grande contribuição para melhor compreensão do assunto de possessão demoníaca, ao fazer menção de trecho do livro Cape- lania Hospitalar Cristã, de autoria de Damy Ferreira e Liswaldo Mario Ziti, Capelães do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher na UNICAMP, quando os mesmos discorrem sobre algumas características de uma possessão demoníaca:
Quando o endemoninhado ouve na oração o nome de JESUS, geralmente ele fala; quando está incorporado na pessoa, fala usando a terceira pessoa. Ex.: incorporado numa mulher,o demônio pode dizer: “ela ê minha”. Ele nunca fala como se fosse a própria pessoa; o tom de voz é modificado. Não aparece a voz da pessoa; a pessoa adquire força excepcional; nenhum remédio, nem mesmo fortes injeções conseguem debelar o mal; geralmente, quando o Diabo saí, a pessoa não fca debilitada; tudo parece normal e ela nem fca sabendo o que aconteceur''
JESUS mostra em Lucas 13.II, que certas enfermidades são efeito direto da ação ou opressão de demônios. No caso da mulher paralítica, mencionada no texto de Lucas 13.10-16, que ocorreu dentro de uma sinagoga, o seu sofrimento provinha de um espírito, ou seja, de um emissário de Satanás.
As pessoas que se envolvem com espiritismo, magia, feitiçaria, estão lidando com espíritos malignos, ficando abertas à possessão demoníaca (At 13.6-10; 19.19; G1 5.20; Ap 9.20,21). Os judeus estavam terminantemente proibidos por DEUS, sob pena de morte, de se comunicarem com os espíritos familiares (Lv 20.6,27; Dt 18.10,11; Is 8.19).
No caso do rei Saul e a feiticeira de En-Dor (I Sm 28.6-25), o que ocorreu na realidade foi uma sessão espírita na qual atuou um espírito demoníaco familiar, personificando e fingindo ser o profeta Samuel, o qual havia morrido cerca de dois anos antes. Quem falava não era Samuel, mas o demônio que conhecia Saul, como conhecera o próprio Samuel, bem como sua história anterior.
JESUS ensinou que é impossível aos mortos comunicarem-se com os vivos aqui nesta terra. Há um abismo intransponível entre as duas partes do Hades (Lc 16.26-31).
JESUS investiu seus discípulos de autoridade divina para a expulsão de todo tipo de demônio (Lc 9.1), mas os discípulos precisavam de fé em DEUS para terem êxito nesta missão (Mt 17.18-21; Mc 9.25-29). Oração e jejum dos discípulos podem ser também um requisito para a expulsão de demônios, como revela o último versículo das duas passagens supra mencionados.
Há casos em que há necessidade da fé de outras pessoas para que ocorra a libertação de alguém (Mc 9.23,24; cf. Mc 6.6,7).
JESUS faz um solene alerta àquelas pessoas antes possessas por espíritos malignos e que receberam a libertação:
Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele; e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem épior do que o primeiro (Lc l 1.24-26 cf. Mt 12.43.45).
O fato de uma pessoa ter sido liberta pelo poder de DEUS, de espírito maligno, não a torna sempre imune aos ataques de Satanás. O espírito imundo (demônio) tendo sido expulso, fará tudo para retornar à mesma pessoa que antes ele possuía (Lc 11.24b,25), mas Ele não poderá retornar, se essa pessoa estiver integralmente ocupada pelo ESPÍRITO SANTO (I Co 6.19; 2 Co 6.16).
O crente e os demônios. Nenhum crente verdadeiro, em quem habita o ESPÍRITO SANTO, pode ficar endemoninhado. O ESPÍRITO e os demônios nunca poderão habitar no mesmo corpo (Jo 14.23; I Co 6.19; Tg 3.11,12).
As Sagradas Escrituras ensinam que um crente fiel, sendo templo de DEUS e do ESPÍRITO SANTO não pode ser habitado por demônios:
E que concórdia há entre CRISTO e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?
E que consenso tem o templo de DEUS com os ídolos? Porque vós sois o templo do DEUS vivente, como DEUS disse: Neles habitarei e entre eles andarei; eu serei o seu DEUS, e eles serão o meu povo (2 Co 6.15,16).
O nosso ser inteiro, como diz a Escritura é templo do ESPÍRITO SANTO. Assim sendo, o templo do nosso ser não deve admitir ser habitado por admitir ídolos. “E que consenso tem o templo de DEUS com os ídolos? Porque vós sois o templo do DEUS vivente” (2 Co 6.16). Referimo-nos aqui aos ídolos no coração, dos quais falou o profeta Ezequiel (14.3-7) e também o apóstolo João (I Jo 5.20).
crente vivendo em comunhão com CRISTO, recebe dEle poder e autoridade sobre os espíritos malignos, mesmo os de maior poder do mal: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo, e nada vos fará dano algum”. (Lc 10.19).
Uma comparação desta passagem com a de Salmos 91.13 ensina-nos que palavras “serpentes” e “escorpiões” referem-se aos mais poderosos e perigosos poderes do mal.Tudo isso está sujeito à autoridade de um crente, desde que a sua espiritualidade seja genuína e sua vida esteja de acordo com a Palavra de DEUS.
Conclusão
Anjos de DEUS são “espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb I.14). Estão continuamente conosco, guardando-nos, encorajando-nos e ajudando-nos. Agradeçamos a DEUS pelo seu amor e solicitude, inclusive pelo no ministério dos seus anjos a nosso favor. “Se DEUS é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31, 37-39)
Ao estudarmos este assunto das Escrituras, podemos conhecer melhor nosso Inimigo, sabermos também dos recursos do arsenal de DEUS que estão a nossa disposição e que o DEUS forte fortalece o seu povo e os livra e os guarda das, e nas tribulações.
Não podemos suplantar as distorções sobre a Angelologia fugindo delas; a igreja deve conhecer a verdade bíblica sobre este assunto para explorar o real valor dos anjos de DEUS e sua missão entre nós. Infelizmente, a igreja não tem valorizado devidamente a Angelologia. É, pois, muito raro ouvirmos um sermão bíblico, não-especulativo, e sim, expositivo, sobre o assunto. E os bons livros auxiliares a respeito são poucos. Tudo isso dificulta o estudo e a devida compreensão do assunto.
Esperamos que este capítulo sobre o assunto contribua para a continuação do seu estudo, resultando em um maior esclarecimento da doutrina em consideração.
Questionário
Onde podemos encontrar informações sobre os anjos?
Qual é o perigo da fascinação pelos anjos?
Quem são os anjos?
Assinale a alternativa errada:
Os saduceus acreditavam em anjos.
Os saduceus não acreditavam em anjos.
Os saduceus não só acreditavam nos anjos como também na ressurreição.
Os saduceus só acreditavam nos anjos, e não na ressurreição.
Nenhuma das anteriores.
Qual é o título da mais brilhante especulação sobre os anjos já escrita, e que é o seu autor?
De acordo com Lewis Sperry Chafer, os anjos são mencionados mais de cem vezes no Antigo Testamento, e mais de 160, no Novo. Cite pelo menos dez passagens de cada Testamento em que os seres angelicais aparecem.
Quando os anjos foram criados?
Quais são as categorias angelicais mencionadas nas Escrituras?
O que a Palavra de DEUS diz sobre arcanjos? Existe uma classe específica de arcanjos? Quantos arcanjos existem? Qual é o nome de cada um deles, segundo as Escrituras?
Faça um comentário sobre querubins e serafins. Defina essas duas categorias, relacionando as suas possíveis semelhanças e principalmente as suas diferenças.
Cite pelo menos três designações específicas dos anjos, incluindo para cada uma delas referências bíblicas.
A expressão bíblica “anjo do Senhor” refere-se a quem, na maioria das suas ocorrências? Explique a sua resposta.
Na Bíblia há referências a anjos da guarda? Por quê?
Qual é a diferença entre Lúcifer e Satanás?
O Diabo é um ser real? Se o é, mencione pelo menos três passagens bíblicas que confirmem a sua existência.
Qual é a abrangência da atuação de Satanás e seus agentes?
Quem são os anjos caídos? Onde e como surgiram?
A passagem de Apocalipse 12.4 refere-se ao passado ou ao futuro? Responda a pergunta fazendo uma análise desse texto à luz do contexto.
Quem são os demônios? Qual é a sua origem?
Os demônios podem influenciar nossos pensamentos e emoções? Como? Um servo de DEUS pode ficar endemoninhado, ou a influência que sofre é tão-somente externa? Satanás diante de DEUS; Satanás Recebe a Permissão para Atormentar Jó. Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Jó 1. 6-12
Jó não era apenas muito rico e importante, mas também muito sábio e bom, e tinha importância tanto no céu como na terra, a ponto de se poder crer que a montanha de sua prosperidade era tão sólida que não poderia ser movida; mas aqui temos nuvens espessas concentrando-se sobre a sua cabeça, carregadas com uma tempestade horrível. Nunca deveremos nos considerar a salvo de tempestades enquanto estivermos neste mundo inferior. Antes que nos seja dito como esses transtornos o surpreenderam e se apossaram dele aqui neste mundo visível, nos foi contado como foram planejados no mundo espiritual, pois o diabo, tendo uma grande inimizade por Jó devido à sua manifesta devoção, pediu e obteve a permissão para atormentá-lo. Alguns pensam que de forma alguma diminui a credibilidade da história de Jó, de um modo geral, considerar que esta discussão entre DEUS e Satanás, nestes versículos, seja parabólica, assim como a de Micaías (1 Rs 22.19ss) e uma alegoria planejada para representar a maldade do diabo contra os homens bons e o controle e limitação divinos sob os quais ela se encontra; e alguns interpretam deste modo. Mas quer este diálogo tenha sido literal ou não, ele indica algo muito importante: que os acontecimentos desta terra estão sujeitos às deliberações do mundo espiritual. Esse mundo é misterioso para nós, mas estamos muito expostos a ele. Agora temos aqui:
I
Satanás entre os filhos de DEUS (v. 6), um inimigo (esse é o significado de Satanás) de DEUS, dos homens, e de todo o bem: ele forçou a sua entrada em uma congregação dos filhos de DEUS que veio para se apresentar diante do Senhor. Isso significa: 1. Uma reunião dos SANTOs na terra. Adeptos da religião, na era patriarcal, eram chamados de “Os filhos de DEUS” (Gn 6.2); eles promoviam então assembléias religiosas em épocas determinadas para a sua realização. O Rei vinha para encontrar os seus convidados; os olhos de DEUS estavam sobre todos os presentes. Mas havia uma serpente no paraíso, um Satanás entre os filhos de DEUS; quando eles se reuniram, o inimigo se posicionou entre eles para confundi-los e perturbá-los, e procurou se colocar ao lado direito deles para se lhes opor. O Senhor te repreenda, Satanás! Ou: 2. Uma reunião dos anjos no céu. Eles são os filhos de DEUS, Jó 38.7. Eles vieram prestar contas das suas atividades na terra e receber novas instruções. Satanás era originalmente um deles; Mas como caíste, Ó Lúcifer! Ele não fará mais parte dessa congregação, porém ainda assim está aqui representado, como se comparecesse entre eles, ou como se fosse intimado a comparecer como um criminoso ou alguém que é tolerado momentaneamente, embora não passe de um intruso.
II
Seu interrogatório, como ele veio até ali (v. 7): O Senhor disse a Satanás: De onde vens? Ele sabia muito bem de onde o inimigo vinha, e com qual intenção ali chegou, que assim como os anjos bons vinham para fazer o bem, ele vinha em busca de uma autorização para fazer o mal; mas ao chamá-lo para prestar contas, lhe mostraria que ele estava sob controle e autoridade. De onde vens? O precioso e bendito Senhor faz essa pergunta: 1. Como se estivesse desejando saber o que o trouxe ali. Está Saul entre os profetas? Satanás entre os filhos de DEUS? Sim, pois ele se transforma em um anjo de luz (2 Co 11.13,14), e pareceria um deles. Note que é provável que um homem possa ser um filho do diabo e ainda assim ser encontrado nas reuniões dos filhos de DEUS neste mundo, e lá passar despercebido aos homens, mas ainda assim será identificado pelo DEUS que tudo vê. Amigo, como entraste aqui? Ou: 2. Como se estivesse indagando o que ele andara fazendo antes que entrasse ali. Talvez essa mesma pergunta tenha sido feita ao restante daqueles que se apresentaram perante o Senhor, “De onde vieste?” Devemos prestar contas a DEUS de todos os lugares que freqüentarmos e de todos os caminhos que percorrermos.
III
O relato que ele faz de si mesmo e do passeio que havia feito. Eu venho (diz ele) de passear por aqui e por ali na terra. 1. Ele não podia fingir que havia estado fazendo qualquer bem, não podia prestar contas de si tal como os filhos de DEUS, que se apresentaram diante do Senhor, que haviam cumprido as suas ordens, servindo aos interesses do seu reino, e ajudando os herdeiros da salvação. 2. Ele não admitiria que estivera praticando qualquer mal, que estivera atraindo os homens para longe da fidelidade a DEUS, ludibriando e destruindo almas; não. Não cometi maldade, Provérbios 30.20. Teu servo não foi a lugar nenhum. Ao dizer que havia andado por aqui e por ali na terra, ele declarava que havia se conservado dentro dos limites a ele designados, e não os havia ultrapassado; pois o dragão foi jogado na terra (Ap 12.9) e ainda não foi confinado ao seu local de tormento. Enquanto estamos nesta terra estamos dentro do seu alcance. E o inimigo penetra com tamanha sutileza, rapidez e determinação em todos os cantos desta terra, que não podemos estar a salvo de suas tentações em lugar nenhum, pelas nossas próprias forças ou recursos. 3. Ainda assim, ele parece dar algumas demonstrações de seu próprio caráter. (1) Talvez isso seja dito de uma forma orgulhosa, e com um ar de arrogância, com se fosse realmente o soberano deste mundo, como se os reinos deste mundo e as suas glórias fossem dele (Lc 4.6), e agora tivesse andado no circuito de seu próprio território. (2) Talvez isto tenha sido dito com irritação e descontentamento. Ele havia andado para lá e para cá, e não pode encontrar descanso; era um fugitivo e um nômade como Caim na terra de Node. (3) Outra possibilidade é que tenha sido dito cuidadosamente: “Eu tenho trabalhado arduamente, indo para lá e para cá”, ou (como alguns interpretam) “procurando em toda parte na terra”, realmente em busca de uma oportunidade para fazer o mal. Ele caminha até os limites permitidos buscando a quem possa destruir. Cabe a nós, portanto, sermos sensatos e vigilantes.
IV
A pergunta que DEUS lhe faz a respeito de Jó (v. 8): Observaste tu a meu servo Jó? É como quando nos encontramos com alguém que esteve em um lugar distante, onde temos um amigo a quem muito amamos, e ficamos desejosos de dizer: “Estiveste em tal lugar; diga-me, acaso viste lá o meu amigo?” Observe: 1. A maneira tão honrosa que o Senhor DEUS utiliza para se referir a Jó: Ele é meu servo. Os homens bons são servos de DEUS, e Ele fica feliz por se considerar reverenciado nas cerimônias religiosas deles, e eles lhe são por nome e por louvor (Jr 13.11) e uma coroa de glória, Isaías 62.3. “Aquele é o meu servo Jó; não há ninguém como ele, ninguém que Eu valorize como ele dentre todos os príncipes e soberanos da terra; alguém tão SANTO como ele é, vale por todos eles: não há ninguém como ele em probidade e seriedade de devoção; muitos agem bem, mas ele excede a todos eles; não pode ser encontrada uma fé tão grande, não, nem mesmo em Israel”. Desse modo CRISTO, muito tempo depois, elogiou o centurião e a mulher de Canaã, que eram ambos, como Jó, estranhos àquela comunidade. Os SANTOs se gloriam em DEUS – Quem é como tu, entre os DEUSes? E Ele se agrada em gloriar-se neles – Quem é como Israel entre os povos? Da mesma forma aqui, não há ninguém como Jó, ninguém na terra, esse caos de imperfeição. Aqueles que vivem no céu realmente o excedem muito em brilho; aqueles que são menores naquele reino são maiores do que Jó; mas na terra não há ninguém igual a ele. Não há ninguém como ele nessa terra; assim, alguns bons homens são a glória das suas nações. 2. Com que detalhes o Senhor DEUS descreve o bom caráter de Jó: Observaste meu servo Jó? Ele visa, com isso: (1) Agravar a apostasia e a miséria daquele ESPÍRITO iníquo: “Quão diferente dele és tu!” Note que a santidade e a felicidade dos SANTOs são a vergonha e o tormento do diabo e de seus filhos. (2) Responder à ostentação do aparente domínio que o diabo tem nesta terra. “Estive passeando por aqui e por ali”, diz ele, “e é tudo meu; toda carne corrompeu o seu caminho; eles todos se sentam tranqüilos, e em descanso, em seus pecados”, Zacarias 1.10,11. Mas, é como se o Senhor DEUS estivesse dizendo: Nem todos se corromperam; Jó é meu servo fiel. Satanás pode se gabar, mas não triunfará. (3) Antecipar as suas acusações, como se tivesse dito: “Satanás, Eu conheço a tua missão; vieste falar contra Jó; mas será que o observaste? O caráter inquestionável dele não te desmente?” Note que DEUS conhece toda a maldade, malícia, e os instrumentos do diabo que são empregados contra os seus servos; e temos um Advogado pronto para comparecer em juízo a nosso favor, até mesmo antes que sejamos acusados.
V
A vil insinuação do diabo contra Jó, em resposta ao elogio que DEUS tecera a respeito dele. Ele não podia negar que Jó temia a DEUS; entretanto, insinuou que ele era um interesseiro em sua religião, e, conseqüentemente, um hipócrita (v. 9): Porventura, teme Jó a DEUS debalde? Observe: 1. Como o diabo ficava descontente ao ouvir Jó ser exaltado, ainda que fosse o próprio DEUS a exaltá-lo. São como o diabo, aqueles que não suportam que alguém, senão eles, seja elogiado, e invejam a justa reputação que outros têm, tal como Saul (1 Sm 18.5, e passagens paralelas) e os fariseus, Mateus 21.15. 2. Quão perturbado o diabo ficou em busca de algo para acusar Jó; ele não podia acusá-lo de qualquer coisa que fosse ruim, e por isso o acusou de ter segundas intenções ao fazer o bem. Se fosse verdade a metade daquilo de que os seus amigos irritados o acusaram no calor da discussão (Jó 15.4, 22.5), Satanás teria, sem dúvida, apresentado isto contra ele agora; mas não havia nada a alegar contra aquele homem de DEUS. E então: 3. Veja com que astúcia ele o acusava de ser hipócrita, não afirmando que ele fosse assim, mas apenas perguntando: “Não é ele assim?” Este é um método comum que os difamadores, murmuradores e caluniadores adotam para, por meio de perguntas, insinuar aquilo que eles ainda não têm nenhuma razão para pensar que seja verdade. Note que não é de estranhar que aqueles que são aprovados e aceitos por DEUS sejam injustamente criticados pelo diabo e pelos seus agentes; se eles são por outro lado irrepreensíveis é fácil acusá-los de hipocrisia, como Satanás acusou Jó, e eles não têm nenhuma maneira de inocentar-se, a não ser esperar pacientemente pelo julgamento de DEUS. Como não há nada que devamos temer mais do que sermos hipócritas, da mesma forma não há nada que devamos temer menos do que sermos chamados e acusados sem razão. 4. Quão injustamente o diabo o acusou de ser um interesseiro, um mercenário, para provar que ele era um hipócrita. Era uma grande verdade que Jó não temia a DEUS inutilmente; ele ganhou muito através disso, pois a religiosidade é um grande benefício: mas dizer que ele não teria temido a DEUS se não houvesse conseguido nada através disso, era uma calúnia, como os fatos demonstraram. Os amigos de Jó acusavam-no de hipocrisia porque ele estava extremamente aflito; e Satanás o acusou porque ele prosperou muito. Para esses não é algo difícil caluniar, pois buscam constantemente uma oportunidade para fazê-lo. Ter sempre em vista a recompensa eterna pela nossa obediência não é ser interesseiro, nem mercenário; mas visar ganhos materiais em nossa religião, tornando-a subserviente a eles, é idolatria espiritual, é adorar mais a criatura do que o Criador, e é provável que termine em uma apostasia fatal. Os homens não podem servir a DEUS e a mamom por muito tempo.
VI
A queixa que Satanás fez com respeito à prosperidade de Jó, v.10. Observe: 1. O que DEUS havia feito por Jó. Ele o havia protegido, feito uma cerca ao seu redor, para a defesa da sua pessoa, da sua família, e de todas as suas posses. Note que as pessoas escolhidas por DEUS são postas sob a sua proteção especial, elas e tudo o que lhes pertence; a graça divina cria uma cerca em torno de sua vida espiritual, e a providência divina também se mantém ao redor da sua vida secular e carnal; desse modo elas estão seguras e tranqüilas. O precioso e bendito Senhor havia tornado Jó um homem próspero, não em ociosidade ou injustiça (o diabo não poderia acusá-lo disso), mas no caminho de uma diligência honesta: “A obra de suas mãos abençoaste”. Sem essa bênção, mesmo que as mãos sejam muito fortes, e muito hábeis, o trabalho não prosperará; mas, com isso, o seu patrimônio aumentou admiravelmente na terra. A graça do Senhor enriquece: até mesmo Satanás reconhece isso. 2. Como o diabo observou esta realidade, e de que maneira tentou utilizá-la contra Jó. O diabo fala disso com desgosto. Em outras palavras, “Vejo que tens posto uma sebe ao redor dele, à sua volta”; é como se o inimigo estivesse rodeando o homem de DEUS para ver se descobriria uma única brecha, através da qual poderia adentrar para fazer-lhe mal; mas ele ficou decepcionado: era uma cerca completamente fechada. O diabo percebeu isso e ficou aflito, e argumentou contra Jó que a única razão pela qual ele servia a DEUS era o favorecimento que recebia. Era como se o inimigo estivesse dizendo: “Um homem não merece nenhum elogio por ser leal a uma autoridade que o privilegia, e por servir a um Senhor que o recompensa tão bem”.
VII
A prova da hipocrisia e do “mercenarismo” da devoção de Jó, que Satanás se compromete a fornecer se puder ter, pelo menos, a permissão para despojá-lo de sua riqueza. “Vamos colocar esta situação”, diz ele (v. 11); “torna-o pobre, desaprova-o, torna a tua mão contra ele, e então verás onde estará a sua religião; toca no que é dele, e então aparecerá o que ele realmente é. Veja se não blasfemará de Ti na tua face! Se não for assim, que em mim não se creia, e sim que eu seja designado como mentiroso e falso delator. Que eu pereça se ele não blasfemar de Ti”; assim alguns completam a imprecação que o próprio diabo modestamente ocultou, mas que os blasfemadores profanos da nossa época manifestam abertamente de uma forma insolente e audaciosa. Observe: 1. O quão maliciosamente o diabo fala da aflição com a qual desejava que Jó pudesse ser testado: “Toca-lhe em tudo quanto tem, começa por ele, apenas ameaça torná-lo pobre; um pequeno sofrimento mudará a sua conduta”. 2. O quão malignamente ele fala do abalo que isso provocaria em Jó: “Ele não apenas permitirá que desmorone a sua devoção, mas a transformará em um desafio declarado – não somente pensará mal de Ti, mas até mesmo blasfemará de Ti na tua face”. A palavra traduzida como maldição é barac, a mesma que comumente e originalmente significa abençoar; mas amaldiçoar a DEUS é algo tão ímpio que a linguagem sagrada não aceitaria tal palavra: mas onde o sentido o exigir, ela deve ser entendida assim, em sua forma literal 1 Reis 21.10,13, onde a palavra é empregada com respeito ao crime imputado a Nabote, que blasfemou contra DEUS e contra o Rei. Assim sendo: (1) É provável que Satanás acreditasse que se Jó fosse empobrecido, renunciaria à sua religião e, portanto abandonaria a sua profissão de fé, e nesse caso (como um culto cavalheiro observou na sua obra Mount of Spirits) Satanás teria completado o seu próprio império universal entre os filhos dos homens. DEUS declarou que Jó era o melhor homem então vivo: entretanto, se Satanás pudesse provar que aquele homem era um hipócrita, concluir-se-ia que DEUS não possuía um servo fiel entre os homens e que não havia no mundo algo como uma devoção verdadeira e sincera, que a religião era um logro completo, e que Satanás era rei de facto – de fato, sobre toda a humanidade. Mas neste episódio ficou claro que DEUS conhece aqueles que são seus, e não se engana a respeito de nenhum deles. (2) Todavia, se Jó conservasse a sua devoção, Satanás teria a satisfação de vê-lo extremamente atormentado. Ele odeia os homens bons, e se deleita nas aflições destes, tanto quanto DEUS tem prazer na prosperidade deles.
VIII
A permissão que DEUS concedeu a Satanás para afligir Jó como um teste da sua sinceridade. Satanás desejava que DEUS fizesse isso: Estende tua mão agora. DEUS autorizou-o a fazê-lo (v. 12): “Tudo quanto tem está na tua mão; torna o teste tão severo quanto puderes; faça a ele o teu pior”. Agora: 1. É de admirar que DEUS concedesse a Satanás uma autorização tal como essa, que entregasse a alma dessa pomba na mão do inimigo, um cordeiro como esse para um leão como aquele; mas Ele o fez para a sua própria glória, para a honra de Jó, para a explicação da Providência, para o encorajamento do seu povo aflito em todas as eras, e para criar um caso que, sendo julgado, poderia ser um precedente útil. Ele permitiu que Jó fosse testado, assim como permitiu que Pedro fosse peneirado, mas tomou os cuidados necessários para que a sua fé não lhe faltasse (Lc 22.32) e que a prova desta fosse encontrada em louvor, honra e glória, 1 Pedro 1.7. Mas, 2. É um grande consolo que DEUS tenha o diabo preso, e em uma grande corrente, Apocalipse 20.1. Ele não podia atormentar Jó sem a permissão que pediu e obteve de DEUS, e não mais do que aquilo que tinha obtido: “Somente contra ele não estendas a tua mão; não interfira no corpo dele, mas apenas em suas posses”. É um poder limitado o que o diabo possui; ele não tem poder para perverter os homens senão o que eles próprios lhe conferem, nem poder para afligi-los a não ser o que lhe é concedido de cima.
IX
A partida de Satanás dessa reunião dos filhos de DEUS. Antes que eles se dispersassem, Satanás saiu (como Caim, Gênesis 4.16) da presença do Senhor; ele não se deteve por mais tempo na presença do Rei (como Doegue, 1 Samuel 21.7) do que o necessário para que tivesse concluído o seu intento maligno. Ele saiu: 1. Contente por ter alcançado o seu objetivo, e orgulhoso da permissão que recebera para fazer mal a um homem bom; e, 2. Decidido a não perder tempo, e colocar rapidamente o seu projeto em prática. Ele saia agora, não para ir de um lado para o outro, perambulando pela terra, mas com um rumo certo: lançar-se sobre o pobre Jó, que está cuidadosamente prosseguindo no caminho do seu dever, e nada sabe do assunto. Não temos conhecimento daquilo que ocorre entre os bons e os maus ESPÍRITOs com respeito a nós. Bibliografia.Donald G. Barnhouse, The Inuisible War, Grand Rapíds. Zondervan, 1965.Lewis S Chafer, Satan, Chicago. Moody, 1942.Werner Foerster e Gerhard von Rad, “Diabolos”, TDNT, II, 72-81.F. C. Jennings, Satan. His Person, Work, Place and Destiny, Nova York.A C. Gaebelein, s.d. MerrillF. Unger, Biblical Demonology, 2a ed., Wheaton, III.. Van Kampen Press, 1963, especialmente as pp. 182-208.F. E. H. - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPADMatthew Henry (Exaustivo) AT e NT - CPAD http://www.apazdosenhor.org.br/