4º Trimestre de 2020
A lição de hoje encontra-se em: João 3.1-7,16-18.
Olá, prezado(a) professor(a),
Na aula desta semana seus alunos aprenderão sobre um encontro muito especial registrado no evangelho de João. Nicodemos foi encontrar-se com Jesus à noite quando todos já estavam dormindo, pois temia ser visto por seus companheiros de Sinédrio. O Sinédrio era um conselho formado apenas por homens judeus que conheciam muito bem a Lei de Moisés e exerciam forte influência no Templo. Desse encontro podemos aprender várias lições que são de muita valia e que revelam a natureza da nova vida debaixo da graça.
Depois de elogiar o Mestre e demonstrar profunda admiração pelos seus ensinamentos, Nicodemos fica fascinado ao saber a respeito do “novo nascimento”. Como poderia um homem depois de velho tornar ao ventre de sua mãe e nascer novamente? Mas Jesus pacientemente explica a Nicodemos que quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus (Jo 3.5). O novo nascimento é resultado da ação do Espírito Santo na vida de quem se abre para receber Jesus como Salvador e Senhor. A conversa continua e Nicodemos permanece resistente ao fato de que existe uma nova natureza gerada pelo Espírito. É por meio dessa nova natureza que Deus se identifica conosco e nos tornamos seus filhos por adoção (cf. Rm 8.14-16).
Na doutrina da salvação, o novo nascimento é sinônimo de regeneração. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 1576):
(1) A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa (Rm 12.2; Ef 4.23,24), efetuadas por Deus e o Espírito Santo (3.6; Tt 3.5). Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio Deus é outorgada ao crente (3.16; 2 Pe 1.4; 1 Jo 5.11), e este se torna um filho de Deus (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2 Co 5.17; Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo Deus ‘em verdadeira justiça e santidade’ (Ef 4.24).
(2) A regeneração é necessária porque, à parte de Cristo, todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a Deus e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12; 1 Co 2.14).
(3) A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para Deus (Mt 3.2) e coloca a sua fé pessoal em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador (ver 1.12 nota).
(4) A regeneração envolve mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a Jesus Cristo (2 Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado (ver 8.36 nota; Rm 6.14-23), e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a Deus e de seguir a direção do Espírito (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1 Jo 2.29), ama aos demais crentes (1 Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1 Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo (1 Jo 2.15,16).
Vale ressaltar que a transformação na vida daquele que recebe a ação do Espírito, mediante o conhecimento da verdade, se mostra através do Fruto do Espírito. É apropriado que os aspectos da natureza guiada pelo Espírito se revelem à medida que o crente se aproxima do exercício espiritual e das práticas de devoção pessoal como: oração, jejum, leitura e observação da Palavra de Deus. Tais práticas edificam a comunhão com Deus e fortalecem a maturidade cristã.
Com estas afirmativas é possível compreender que o relacionamento com Deus não pode se limitar a fazer parte de uma religião. Se assim fosse, Nicodemos teria uma profunda compreensão do que Jesus havia lhe falado, afinal de contas, ele era “mestre em Israel”. Entretanto, podemos aprender com o exemplo de Nicodemos que fazer parte da igreja não faz dos seus alunos servos de Deus. Aproveite a oportunidade e converse com eles sobre a satisfação de fazer parte da Igreja do Senhor. Explique o quanto é proveitoso estar na presença de Deus na fase em que eles estão vivendo.
Tenha uma boa aula!