Trinta e duas nações assinam declaração afirmando que “não existe direito ao aborto,” mas a declaração coloca o feminismo na frente dos bebês

 Julio Severo

Os Estados Unidos, Brasil, Egito, Hungria, Indonésia e Uganda em 23 de outubro de 2020 co-patrocinaram uma declaração internacional pró-vida não obrigatória, em uma repreensão aos órgãos de direitos humanos da ONU que têm buscado aumentar o acesso ao aborto.


A declaração foi assinada por 32 países no total, representando mais de 1,6 bilhão de pessoas, e foi intitulada “
Declaração de Consenso de Genebra.”

“Não existe direito internacional ao aborto,” disse o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

A declaração afirma que os países signatários “enfatizam que ‘em nenhum caso o aborto deve ser promovido como método de planejamento familiar’” e que “a criança… precisa de salvaguardas e cuidados especiais… antes e depois do nascimento.” Afirma também que os Estados não têm obrigação de financiar ou facilitar o aborto.

Pompeo disse em seus comentários: “Sob a liderança do presidente Trump, os Estados Unidos defendem a dignidade da vida humana em todos os lugares e sempre. Ele faz isso como nenhum outro presidente na história. Montamos também uma defesa sem precedentes dos bebês em gestação no exterior… Hoje, estamos dando o próximo passo, ao assinar a Declaração de Consenso de Genebra. Em sua essência, a Declaração protege a saúde da mulher, defende os bebês em gestação e reitera a importância vital da família como a base da sociedade.”

Em setembro de 2020, Trump disse à Assembleia Geral da ONU: “Os Estados Unidos sempre serão líderes em direitos humanos” e acrescentou: “Meu governo está promovendo a liberdade religiosa, oportunidade para as mulheres, a descriminalização da homossexualidade, o combate ao tráfico de pessoas e a proteção dos bebês em gestação.”

Trump colocou a liberdade religiosa em primeiro lugar. Mas em um decisão equivocada, o governo Trump concedeu sua maior condecoração de liberdade religiosa a um feiticeiro esquerdista brasileiro que persegue evangélicos conservadores, inclusive evangélicos negros, no Brasil. Foi uma das condecorações mais absurdas que já vi, mesmo depois de anos testemunhando muitos absurdos do governo esquerdista de Obama.

E Trump colocou a descriminalização da homossexualidade na frente da proteção dos bebês em gestação. Colocar a descriminalização da homossexualidade em um discurso conservador é por si só um absurdo, mas colocá-la na frente da proteção de bebês em gestação é um absurdo maior. É de se admirar que ativistas gays digam que Trump é o presidente mais pró-homossexualismo da história dos Estados Unidos? Mesmo assim, seus apoiadores evangélicos relutam em criticar isso.

Essa não é a única polêmica. Trump também acredita que bebês em gestação vítimas de estupro não merecem proteção legal.

Embora a Declaração de Consenso de Genebra apresente uma defesa pró-vida contra o aborto, ela nunca chamou o aborto de assassinato. Ela disse:

“Reafirmamos que não existe direito internacional ao aborto, nem qualquer obrigação internacional por parte dos Estados de financiar ou facilitar o aborto, de acordo com o consenso internacional de longa data de que cada nação tem o direito soberano de implementar programas e atividades de acordo com suas leis e políticas.”

O assassinato é sempre incompatível com o direito à vida. Se o aborto tivesse sido mencionado claramente como assassinato, as nações entenderiam que “programas e atividades de acordo com suas leis e políticas” nunca tolerariam qualquer assassinato, inclusive o aborto.

Além disso, em tom feminista, o documento colocou as mulheres e seus direitos na frente da família, chegando a dizer:

“Melhorar e garantir o acesso à saúde e ganhos de desenvolvimento para as mulheres, inclusive saúde sexual e reprodutiva.”

“Saúde sexual e reprodutiva” é um jargão da ONU para a agenda feminista, homossexualista e até mesmo do aborto. Então, como pode um documento pró-vida condenar o aborto e ao mesmo tempo usar um de seus jargões da ONU?

Então, como “melhorar” a “saúde sexual e reprodutiva” das mulheres? Sob “saúde sexual e reprodutiva,” meninas recebem muita educação sexual imoral e controle de natalidade em todo o mundo, resultando em atividade sexual abundante, com muitas meninas concluindo que não há necessidade de casamento. Sob “saúde sexual e reprodutiva,” meninas são levadas ao feminismo, não ao casamento e à família. E o documento propõe aumentar tudo isso?

O documento foi assinado por Pompeo e Alex Azar, ministro da Saúde dos EUA. Se o aborto é uma questão de direitos humanos e assassinato, por que um ministro de saúde assinou um documento pró-vida? Afinal, o aborto é realmente um crime ou uma questão de saúde? Se é uma questão de saúde, conclui-se que as feministas pró-aborto estão certas porque elas conseguiram enquadrar o aborto como uma questão de saúde.

O documento pró-vida nunca deveria ser assinado pelo ministro da Saúde. Deveria ser assinado pelo ministro da Justiça, pois o aborto não é uma questão de saúde, mas sim criminal e legal.

Entre sete itens importantes, a declaração colocou a família em sexto lugar. O aborto foi colocado em terceiro lugar. Os outros itens foram dedicados ao avanço das mulheres — quando claramente deveria ter dedicado ao avanço dos direitos dos bebês em gestação.

O documento menciona mulheres 13 vezes, família 7 vezes e crianças 2 vezes. Aliás, o primeiro item do documento “pró-vida” diz:

“Garantir o pleno gozo de todos os direitos humanos e oportunidades iguais para as mulheres em todos os níveis da vida política, econômica e pública.”

Esse é o cumprimento de um sonho ou pesadelo feminista. Na visão desse documento, que representa a visão feminista, se os homens podem ser generais, as mulheres têm igual direito a ser generais e ocupar qualquer outro cargo masculino.

Enquanto em um documento feminista não há espaço para palavras pró-vida, em um documento pró-vida deveria haver muitas palavras feministas?

Então, em um documento pró-vida, que deveria se dedicar totalmente à defesa da vida em gestação, há uma defesa feminista.

A Declaração de Consenso de Genebra é muito mais feminista do que pró-vida.

Os documentos feministas abordam não apenas o aborto, mas também o avanço das mulheres. Em contraste, um documento pró-vida aborda o aborto sem mencionar assassinato e promove questões feministas colocando a família em segundo lugar. Essa é uma vitória feminista entre ativistas pró-vida. A Declaração de Consenso de Genebra também não mostrou nenhuma importância para o papel de autoridade que Deus deu aos homens na família e na sociedade.

NSSM 200, um documento preparado pela CIA em 1974 para um governo republicano, tinha diretrizes e planos para o governo dos EUA implementar em todo o mundo para reduzir a população de várias nações, inclusive o Brasil, com o objetivo de aumentar a influência dos EUA. Um desses planos era fazer com que a ONU e as nações promovessem o avanço das mulheres para reduzir famílias e filhos.

Para as mulheres, seu avanço nos empregos masculinos reduz suas chances de formar famílias e ter muitos filhos.

Para os homens, seu avanço na homossexualidade reduz igualmente suas chances de formar famílias e ter muitos filhos. Aliás, quando as mulheres ocupam empregos e papéis masculinos, o único papel que resta aos homens é… ser “mulheres.”

Portanto, embora a Declaração de Consenso de Genebra condene o aborto sem dizer que é assassinato, ela contém muitas menções suspeitas de avanço da mulher, o que contribui para o controle populacional e seu efeito natural mais cedo ou mais tarde: o aborto.

Com informações da LifeNews, Ministério da Saúde dos EUA e UPI.

Versão em inglês deste artigo: Thirty-Two Nations Sign Statement Declaring There is “No Right to Abortion,” But the Statement Puts Feminism Before Babies

Fonte: www.juliosevero.com