Lição 08 - O drama do suicídio

 O drama do suicídio

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Sobre o drama do suicídio

A palavra suicídio deriva do latim, sui (si mesmo) e caederes (ação de matar), sendo utilizada pela primeira vez em 1737 pelo abade Desfointaines. Essa palavra foi incorporada posteriormente pela comunidade científica no século XIX, buscando-se explicações psiquiátricas e sociológicas para o tema (Moron, 1987).

Segundo Venco e Barreto (2010), a visão do suicídio ganhou novas concepções ao longo dos anos. Desde a Grécia Antiga, já era um tema discutido, sendo considerado como morte voluntária e não como um ato condenável caso existissem boas razões para executá-lo. Kalina e Kovadloff citados por Kovács (1992, p. 169), afirmam que, na Antiguidade greco-romana, "os suicidas não tinham direito a uma sepultura regular, e suas mãos eram enterradas separadamente".

Já na Europa, no século XVII, o ato era considerado um crime e, se a tentativa de suicídio falhasse, o sobrevivente poderia ser encarcerado (Venco & Barreto, 2010).

Discussões sobre a aceitação do ato do suicídio são recorrentes em diferentes períodos e sociedades, e estão diretamente interligadas à cultura, à visão moral, o que dificulta um consenso geral. Atualmente, o suicídio se insere no campo dos transtornos mentais, é um tema relacionado a psicopatologias, investigam-se suas verdadeiras causas e a prevenção, associando-as a fatores biológicos e psicológicos (Venco & Barreto, 2010).

Segundo Cassorla (1991, p. 20), "Não existe uma causa para o suicídio. Trata-se de um evento que ocorre como culminância de uma série de fatores que vão se acumulando na biografia do indivíduo". A história do suicídio ganha vozes múltiplas e diversas explicações de ordem psicológica, sociológica, filosófica, biológica e, principalmente, espiritual, multiplicidade que confere ao fenômeno a devida complexidade.

Para a Psicologia, o suicídio pode ser compreendido como resultado de uma intensa dor psíquica, um ato inserido no campo da psicopatologia. A palavra patologia derivada do grego pathos, que significa "sofrimento", mas também se relaciona às palavras "paixão" e "passividade". Desse modo, uma tentativa de suicídio pode ser compreendida e pensada com base nessa mescla de palavras: sofrimento, paixão, passividade, sendo extremamente fundamental considerar a singularidade do ato e seus efeitos no psiquismo.

Ao analisar o suicídio sob a ótica da psicopatologia, esse pode ser considerado como uma saída para uma crise, para um intenso sofrimento, em que sentimentos ambivalentes, de desamparo estão presentes na vida do sujeito.

Muitas pessoas com as quais Jesus se encontrou em sua caminhada de amor, homens, mulheres e até mesmo crianças, talvez já não tivessem mais esperança de vida em seus corações. Sem dignidade alguma e humilhados social e moralmente, eles talvez pensassem em, com as próprias mãos, acabar com todo o sofrimento que a cada dia definhava a vontade de viver.

Eram pecadores, leprosos, prostitutas, endemoniados, surdos, cegos, atrofiados de corpo e alma, pobres e ricos, sábios ou incrédulos. Porém, diante de todos esses dolorosos encontros de Jesus que nos narram os evangelhos é possível perceber algo bem em comum e primordial próprio da pessoa de Nosso Senhor: a valorização da essência da vida e o seu resinificado.

Contemplar como Ele tinha um olhar atento e totalmente voltado para o outro, fraco e excluído, é algo extraordinário. O zelo e a preocupação em resgatar a vida de cada um, reinserindo-os na sociedade, na comunidade e em suas famílias, tudo isso com a máxima sabedoria e o cuidado de curar antes o caos interior e depois as feridas expostas ao preconceito, hipocrisias e julgamentos.

Depressão, abandono, solidão, vazios, medos, síndromes e vícios, os atuais males da alma são os que mais afetam as pessoas que da mesma forma têm sentimentos de desânimo e falta de sentido de vida. Jesus é o mesmo de ontem, hoje e amanhã, e por isso é possível testemunhar encontros pessoais entre Ele e os que trazem sua cruz exposta ou não.

Somente o próprio Senhor da vida, que deu sua vida por todos, tem a capacidade de alcançar o mais profundo das almas isoladas, silenciosas e atormentadas, realizando, assim, um processo libertador e curador do peso esmagador do sofrimento. Dando vigor ao que não tem.

Encontrar com o Criador do dom da vida, o grande gerador e promovedor da dignidade humana e da paz dos verdadeiros filhos de Deus, cumula de graças sobrenaturais aqueles que estão fragilizados. Movido pela misericórdia e pelo Espírito de amor, enche-os de coragem, de esperança e de fortaleza para vencer as batalhas de cada dia! Um suporte gratuito d’Aquele que sabe que tão preciosa é a vida de cada um.

Vale alertar que a pessoa de Jesus também está presente em nossos irmãos, familiares, amigos e profissionais. Palavras, escuta, oração, tratamento e cuidados são de grande auxilio principalmente nos momentos de tristeza, pensamentos negativos, baixa autoestima ou de angustia.

O verdadeiro sentido do existir passa pela partilha de vida de cada um, pois somente juntos é possível alcançar a gratidão e valorizar com alegria, amor e louvor este grande milagre chamado vida!

Uma semana abençoada para todos os irmãos na Graça e na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 4º Trimestre de 2020, ano 30 nº 117 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Adultos – Professor – A importância da Palavra de Deus para o bem estar do ser humano – Pr. Isaqueu Mendes de Freitas.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora CPAD – 2005 – Comentário Bíblico Beacon.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -  William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.