Ariovaldo Ramos e seus socialistas favoritos

 Julio Severo

Em post publicado nos primeiros dias de dezembro de 2020, Ariovaldo Ramos, pastor que já foi diretor da Visão Mundial no Brasil, dirigiu uma mensagem específica aos líderes, dizendo:

Líderes: Haveria: New Deal sem Roosevelt; revolução russa sem Lenin;
resistência britânica aos nazis sem Churchil; revolução cubana sem Fidel;
movimento dos direitos civis sem Martin Luther King Jr; revolução chinesa sem Mao;
resiliência indiana sem Gandhi; governo popular sem Lula? Gente segue gente!



Nesse simples comentário, Ariovaldo expôs seu próprio socialismo ao apresentar vários tipos de socialistas.

O presidente americano Franklin Delano Roosevelt lançou o New Deal, pacote de políticas socialistas. Contra a vontade dos conservadores, Roosevelt envolveu os EUA na 2 Grande Guerra exclusivamente para usá-la como pretexto para criar a ONU e dar aos EUA o papel de império militar mundial. Para Ariovaldo Ramos, o New Deal de Roosevelt foi fundamental para avançar o socialismo nos EUA.

A revolução de Lênin encharcou a Rússia de comunismo e sangue. Para Ariovaldo Ramos, a revolução de Lênin foi fundamental para avançar o comunismo na Rússia.

Churchill não era socialista. A inclusão dele, e de Gandhi, numa lista de socialistas só pode ser uma estratégia filosófica para dar a aparência de que a lista é equilibrada.

A revolução de Fidel Castro, apoiada por uma maioria esmagadora de cubanos católicos, derramou muito sangue e até hoje corta a liberdade de pensamento e religião do povo cubano. Para Ariovaldo Ramos, a revolução de Fidel foi fundamental para avançar o comunismo em Cuba.

Martin Luther King Jr. era adepto do Social Gospel (Evangelho Social). Para uma comparação do que significa esse “evangelho,” o missionário presbiteriano americano Richard Shaull, também adepto do Evangelho Social, fundou no Brasil a Teologia da Missão Integral (TMI) na década de 1950. Shaull atuava especialmente na Igreja Presbiteriana do Brasil. Para Ariovaldo Ramos, o Evangelho Social de Martin Luther King Jr. foi fundamental para avançar o socialismo (“direitos civis”) nos EUA.

A revolução comunista de Mao Tsé-Tung matou milhões de chineses. Para Ariovaldo Ramos, a revolução de Mao foi fundamental para avançar o comunismo na China.

E por último, Ariovaldo cita Lula, querendo dizer que governo popular sem Lula é impossível. Embora ele tenha colocado Lula em último lugar, todos sabem da militância pró-Lula de Ariovaldo.

No passado, muitos pastores (especialmente calvinistas) defendiam Ariovaldo dizendo que o que ele promovia não era o socialismo, mas a Teologia da Missão Integral. O pastor calvinista Renato Vargens chamou Ariovaldo de “defensor da fé” em 2009.

Durante a gestão de Augustus Nicodemus como chanceler da Universidade Mackenzie, a maior instituição calvinista do Brasil, a capela dessa universidade era usada por Ariovaldo para reuniões semanais. A confusão era tanta que atingiu alguns assembleianos, como o escritor Gutierres Siqueira, que baseado em suas conexões calvinistas alegou que a TMI não tinha conexão marxista.

Por que seria de estranhar ver Ariovaldo Ramos, um grande promotor da TMI, elogiando sangrentos revolucionários comunistas?

Os elogios são recíprocos. Recentemente, um marxista ateu assumido louvou Ariovaldo Ramos.

Ariovaldo optou por ser instrumento de uma ideologia assassina. Ao misturar o Evangelho a essa ideologia, ele só mostra que está disposto a usar qualquer coisa como palanque para essa ideologia. Ele tornou-se assim útil para o socialismo, mas inútil para o Evangelho.

Fonte: www.juliosevero.com