ESCOLA DOMINICAL EDITORA BETEL - Lição 10

 


O perigo da crise emocional no exercício do poder
10 Dezembro de 2020


Texto Áureo
"A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra."
                                                                                            Provérbios 29.23

Verdade Aplicada
É imprescindível que cuidemos, também, da nossa saúde emocional e deixemo-nos ser guiados pelo Espírito Santo.
 
Objetivos da Lição
- Comentar sobre a tentação por busca de poder.
- Estudar acerca do perigo da crise emocional.
- Falar sobre a crise emocional e a inversão de valores.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Filipenses 2
5. De  sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 
6. Que, sendo em forma a de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
7. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.
9. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo nome,
10. Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra.

Introdução
Nesta lição, abordaremos sobre a crise emocional gerada no exercício do poder. É preciso cuidado com as constantes investidas do maligno, atenção com a saúde emocional e um viver guiado pelo Espírito Santo em todo o tempo.

1.A tentação por buscar de poder 
 Nossa lição de hoje é sobre uma das grandes tentações humanas: a busca do poder e o desejo de conquistar. Ambos, a qualquer preço e custo, ainda que seja passando por cima da nossa saúde emocional. Antes, porém, permita-me falar sobre a origem do poder e sobre Aquele que o detém plenamente, que é o único que possui o atributo de Onipotência, o Deus criador de todas as coisas.

1.1. Somente Deus é Onipotente. 
O salmista Davi afirma: "Uma coisa disse Deus, duas vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus." [Sl 62.11]. Só o Senhor Deus tem o poder de criar, de preservar a coisa criada, de governar, de salvar, de julgar, de livrar e destruir totalmente. Dizendo isso, estamos afirmando: só Deus é Onipotente. De Deus emana todo o poder e deriva todo tipo de governo. O salmista Davi também afirmou: "Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o reino" [1Cr 29.11].

1.2. O poder absoluto dado a Jesus.
Pessoa humana alguma tem esses atributos. Só Deus possui essas qualificações e essa majestade poderosa! O Senhor Jesus, após ressuscitar, afirmou que recebeu "todo o poder no céu e na terra" [Mt 28.18]. O cristianismo existe pelo poder de Deus. Poder que criou o mundo, poder que prometeu a salvação em Jesus, poder que se fez carne no Verbo de Deus, poder que suporta todas as coisas e é obediente até a morte, e morte de cruz, poder que ressuscita o Filho três dias após a morte, poder que entroniza Jesus, dando-lhe o nome que está acima de todo nome.

1.3. Tentativa de ser como Deus: sugestão de Satanás.
Há uma constatação nos dias hodiernos, que de novo não tem nada: luta pelo poder e domínio sobre as pessoas, muita vaidade e glória humana. O inimigo semeou na mente e no coração do primeiro casal o anseio por independência - "sereis como Deus" [Gn 3.5]. O casal recebeu e abrigou esta maligna semente: ser mais, ter mais, conhecer mais. Mesmo Deus tendo preparado e providenciado para o casal o jardim do Éden, Adão e Eva cederam à tentação. Desde então, a história registra diversos exemplos de busca desenfreada por poder e independência, desencadeando quebra do relacionamento com Deus, conflitos e destruição.

2. O perigo da crise emocional
Em Isaías 14.12-20 e Ezequiel 28.11-19 temos a descrição bíblica do que aconteceu com os reis da Babilônia e de Tiro. Sinto-me na obrigação de dizer que originalmente esses textos proféticos serviram ao propósito de transmitir uma mensagem à sociedade no qual foram produzidos e alertar que este mal quer dominar os que estão no poder.

2.1. A síndrome em torno das lideranças.
Enquanto a Igreja está na terra, irá conviver com aqueles que têm sido dominados pela soberba e o desejo de poder para dominar e possuir. Notar como Judas inicia uma série de exemplos que estaria descrevendo: "Porque se introduziram alguns..." [Jd 4]. Portanto, estavam em ação no ambiente da igreja. O apóstolo João fez menção de um homem que gostava de se colocar em primeiro lugar, ter preeminência [3Jo 9]. Diótrefes vivia ansioso por posição e poder. São pessoas que não atentam para as palavras de Jesus que advertem contra uma postura imprópria de ambição e desejo de domínio [Mc 10.42-45]. O apóstolo Pedro também escreveu sobre a atitude adequada dos que exercem a liderança no rebanho do Senhor [1Pe 5.3].  

2.2. O caso de Saul.
A história de Saul está registrada no livro de 1Samuel. Vemos que Saul tinha tudo para ser um homem de sucesso e foi um fracasso. Saul começou bem e terminou mal; suas decisões foram desastrosas e desastradas porque tropeçou nas próprias pernas. Há características interessantes sobre Saul: ele tinha uma boa aparência, era moço, tinha saúde, vigor, força e disposição, era um jovem bem aceito socialmente; além disso Saul tinha ótima condição financeira [1Sm 9.1]. O texto diz que o pai de Saul "era rico e importante" - NTLH. Então, Saul tinha estabilidade financeira, era bonito e rico. Saul também tinha privilégios; o maior foi ter sido escolhido como rei de Israel em resposta ao clamor do povo [1Sm 9.15-17]. E ele foi ungido por Deus. Outra característica: Saul era humilde em seu começo de vida [1Sm 9.21-22].
 
2.3. Características emocionais que fizeram Saul tropeçar.
Notamos no registro bíblico que Saul não soube lidar com alguns aspectos emocionais e psicológicos, além de demonstrar um comprometimento espiritual com a vontade de Deus bem superficial. Sempre que chegava a uma encruzilhada, tomava a direção errada. Vejamos algumas delas: a impaciência e a obediência parcial [1Sm 10.8;13.8-14]. Na batalha dos filisteus, Samuel se ausenta e pede a Saul que espere sete dias para fazer o sacrifício. Pressionado pela desistência de alguns homens de Israel, Saul perde a paciência e oferece o sacrifício antes do tempo, quando Samuel chega, repreende-o e chama de tolo [1Sm 13.13-14]. Juramento insensato. Sem comunhão com Deus e confiando em si mesmo, em plena guerra.

3. A crise emocional e a inversão de valores
Uma liderança mais apegada com o fazer em detrimento do relacionar-se, mais apegada com o ter (poder e posses) em detrimento do ser, viverá crises emocionais das quais gerará empatia e afastamento das revelações de Deus e dos seus propósitos.
 
3.1. As consequências são inevitáveis.
Gálatas 6.7-8 diz "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna". Desta lei ninguém escapa, sendo assim, requer da nossa parte uma constante vigilância quanto ao que estamos semeando.
 
3.2. Os efeitos da crise emocional na liderança geram sequelas.
Simão Pedro ainda precisava ser moldado, pois estava se baseando na sua própria capacidade e determinação na caminhada com o Mestre. Embora não tivesse consciência, ainda esperava a transformação do seu caráter. Sua referência advinha da "soberba da vida" [1Jo 2.16]. O orgulho nunca seria forte o suficiente para capacitá-lo a cumprir seu destino em Cristo. Se não fosse removido, poderia destruí-lo. O orgulho era a mesma falha de caráter encontrada em tantos outros, cujo registro chegou até nós, como alerta para não incorrermos no mesmo erro [Ez 28.11-19]. Note o que Jesus diz a `Pedro: "Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo" [Lc 22.31]. A vitória de Pedro foi seguir o caminho do arrependimento.

3.3. Falta de saúde e equilíbrio emocional prejudica o vocacionado.
"Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia; (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?)" [1Tm 3.4-5]; "Não repreendas asperamente os anciãos, mas admoesta-os como a pais; aos mancebos, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, em toda a pureza. Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas."[1Tm 5.1-3]. Sem equilíbrio e temperança, as credencias do obreiro para nada servirão. Se suas ações em casa não demonstram isto, está reprovado.

CONCLUSÃO 
A relação entre poder e saúde emocional merece atenção especial. A receita contra isso é a dependência da boa, agradável e perfeita vontade de Deus. É pensar com moderação acerca de si mesmo, viver uma vida em paz e não se deixar levar pelo orgulho e pela tentação do poder.


Fonte: Revista Betel  https://marcosandreclubdateologia.blogspot.com/