ição 12, Quando DEUS se Revela ao Homem Revistas Lições Bíblicas Adultos, CPAD, 4° trimestre 2020 Tema: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó Comentarista: José Gonçalves.

  


Comentarista: José Gonçalves.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana - SP - Tel Esposa - 19-98448-2187
  
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Lição 12, Quando DEUS se Revela ao Homem
 
 
TEXTO ÁUREO
“Então, o SENHOR respondeu a Jó desde a tempestade [...].” (Jó 40.6)
 
 
VERDADE PRÁTICA
Mesmo transcendente, e distinto de sua criação, DEUS se revela ao homem mortal.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jó 38.1 DEUS se revela a Jó do meio de um redemoinho
Terça - Jó 38.3,4 As inquirições de DEUS a Jó
Quarta - Jó 39.1,2 DEUS pergunta a Jó a respeito da natureza dos animais
Quinta - Jó 40.6,7 DEUS ordena a Jó que se cinja como homem
Sexta - Jó 40.8-10 O homem pode ser vestir de majestade e glória?
Sábado - Jó 41.1,2 Pode alguém discutir com o Todo-Poderoso?

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jó 38.1-4; 39.1-6; 40.15-18,24; 41.1-3
Jó 38
1 - Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho e disse: 2 - Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? 3 - Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me.
4 - Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.
Jó 39
1 - Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas? 2 - Contarás os meses que cumprem ou sabes o tempo do seu parto? 3 - Elas encurvam-se, para terem seus filhos, e lançam de si as suas dores. 4 - Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas. 5- Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo, 6 - ao qual dei o ermo por casa e a terra salgada, por moradas?
Jó 40
15 - Contempla agora o beemote, que eu fiz contigo, que come erva como o boi. 16 - Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder, nos músculos do seu ventre. 17 - Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos da suas coxas estão entretecidos. 18 - Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro.
24 - Podê-lo-iam, porventura, caçar à vista de seus olhos, ou com laços lhe furar o nariz?
Jó 41
1 - Poderás pescar com anzol o leviatã ou ligarás a sua língua com a corda? 2 - Podes pôr uma corda no seu nariz ou com um espinho furarás a sua queixada? 3 - Porventura, multiplicará as suas suplicações para contigo? Ou brandamente te falará?
 
 
Resumo da Lição 12, Quando DEUS se Revela ao Homem
I – A REVELAÇÃO DE UM DEUS PESSOAL

1. O DEUS que tem voz.
2. A poderosa manifestação de DEUS.
3. O DEUS que está presente.
II – A REVELAÇÃO DE UM DEUS SÁBIO
1. Na mecânica celeste.
2. Na dinâmica da vida.
3. Na necessidade de se conhecer melhor a DEUS.
III – A REVELAÇÃO DE UM DEUS PODEROSO E JUSTO
1. O Behemot e o Leviatã.
2. Justiça e graça.
 
 
COMENTÁRIOS DIVERSOS
BEP - CPAD
38.1 DEPOIS DISTO, O SENHOR RESPONDEU A JÓ. Agora foi o próprio DEUS quem se dirigiu a Jó. DEUS revelou a ignorância de Jó quanto ao propósito divino em tudo quanto estava acontecendo. Jó ficou perplexo ao perceber quão pouco os seres humanos realmente sabem e conhecem a respeito do Todo-poderoso. Por outro lado, vemos primeiramente na resposta de DEUS a Jó, sua presença, misericórdia e amor para com ele. (1) A oração constante de Jó, e seu mais profundo anseio para achar a DEUS, foram por fim atendidos (ver 23.3; 29.2), confirmando que tudo continuava bem entre ele e seu Senhor. (2) A resposta do Senhor ao seu servo Jó mostra que chegará o dia em que DEUS responderá a todos quantos o invocam com sinceridade e perseverança; mesmo que nossas orações partam de um coração confuso, duvidoso, frustrado ou revoltado, DEUS por fim responderá com sua presença, seu consolo e palavra. (3) O aspecto mais importante em nossa comunhão com DEUS não é a compreensão racional de todos os caminhos de DEUS mas, sim, a experiência e realidade da sua divina presença e a certeza de que tudo está bem entre nós e Ele. Estando nós em comunhão com DEUS, poderemos suportar qualquer provação que tivermos de enfrentar.
38.3 CINGE OS TEUS LOMBOS COMO HOMEM. As palavras que DEUS falou a Jó são extraordinárias pelo que enunciam e pelo que não enunciam. (1) É surpreendente que ninguém jamais explicou a Jó por que ele sofria. Ele nunca soube que seu sofrimento abrangia assuntos tão relevantes como a integridade e justificação da obra divina redentora entre a caída raça humana (ver 1.8,9). O silêncio de DEUS nesse assunto indica que a razão do sofrimento de Jó não era o assunto mais importante em jogo. (2) Tampouco DEUS não fez menção das impensadas e extremadas palavras de Jó nos seus discursos. DEUS não o repreendeu duramente, nem levou em conta a sua precipitação. DEUS compreendia o sofrimento de Jó e usou de compaixão quanto às suas palavras e sentimentos.
38.4 QUANDO EU FUNDAVA A TERRA. As palavras de DEUS no livro de Jó versam totalmente sobre o mundo natural, i.e., a criação e a natureza. DEUS descreve o enigma e a complexidade do universo, e revela que seu método de governar o mundo ultrapassa em muito a nossa capacidade de entender. DEUS queria que Jó soubesse que sua atividade no âmbito da natureza é análoga ao seu governo na esfera moral e espiritual do universo, e que nesta vida o homem não terá uma compreensão total dos caminhos de DEUS. Mas o livro de Jó realmente revela que quando finalmente a verdade completa for conhecida, ver-se-á que os caminhos e atos de DEUS são retos e justos.
38.4 FAZE-MO SABER, SE TENS INTELIGÊNCIA. DEUS repreendeu Jó por falar sem conhecimento (v. 2) e humilhou aquele seu servo sofredor, levando-o a reconhecer que o raciocínio humano não pode rivalizar com o de DEUS, infinito e eterno (cf. 40.1-5). Sem rejeitar as declarações de Jó quanto à sua própria integridade, DEUS contestou a suposição de Jó que DEUS não estaria governando o mundo com justiça (e.g., caps. 21; 24). Mesmo assim, DEUS a seguir afirmou que Jó nos seus diálogos com os conselheiros tinha falado corretamente a respeito dEle (42.7). Noutras palavras, DEUS considerou o erro de julgamento de Jó como oriundo da falta de conhecimento, e não de um fracasso na fé, nem falta de amor sincero por seu Senhor.

39.1 SABES TU O TEMPO...? DEUS continuou a interrogar Jó com perguntas que este não sabia responder. Ao fazer assim, DEUS demonstrou a Jó que era uma insensatez ele querer argumentar com DEUS. Jó humilhou-se e ficou em silêncio, porém foi reconfortado com a certeza da coisa mais importante DEUS não o abandonara. O Senhor estava ali, face a face.
39.2 CONTARÁS OS MESES? Se DEUS podia levar Jó a reconhecer suas próprias limitações humanas quanto à compreensão dos caminhos de DEUS no mundo, também podia persuadi-lo que Ele é justo e misericordioso, mesmo que Jó não compreendesse a maneira de DEUS operar na sua vida.
 
40.15 BEEMOTE. Muitos comentaristas identificam o beemote com o hipopótamo; já o leviatã (cap. 41) é geralmente identificado com o crocodilo gigante ou um rinoceronte gigante. Através dessas ilustrações, DEUS ressalta que se Jó não podia domar os grandes animais do mundo, não tinha condições de questionar e de instruir o DEUS que criara esses animais (41.10). Jó precisava submeter-se, confiante, ao governo de DEUS sobre o universo, e sobre os eventos da humanidade e da vida dos seus seguidores. Precisava confiar em DEUS e manter a sua fé nEle tanto nos sofrimentos e aflições da vida, como na época de bênçãos.

Leviatã  - Dicionário Bíblico Wycliffe - Uma coisa é descobrir o significado literal do termo Leviatã (veja Animais, V, 7), e outra muito diferente é determinar o seu uso em sentido figurado ou simbólico. Na mitologia dos povos mediterrâneos, parece haver uma referência bastante difundida a um grande monstro capaz de devorar em grande escala. Essa criatura de muitas cabeças também tinha as feições de uma serpente. Semelhante ao leviatã do Salmo 74.14 é o cananeu Lotà de sete cabeças, de Ras-Shamra, ou da literatura ugarítica de aprox. 1700-1400 a.C. (ANET, pp. 137ss.).
Embora Jó 41.1 e o Salmo 104.26 pareçam não ter qualquer importância simbólica, é possível que o Salmo 74.14 e, certamente Isaías 27.1, estejam realmente ligando o leviatã com as forças do mal (ou até mesmo especialmente com Satanás) que serão sem dúvida destruídas pelo poder de DEUS no dia do Juízo Final. As palavras de Isaías (“o leviatã, a serpente veloz... que está no mar”) trazem à mente uma fraseologia semelhante à do épico ugarítico Baal. “Quando tiveres matado Lotã, a veloz serpente, e colocado um fim na traiçoeira serpente, o poderoso ser com sete cabeças” (Charles F. Pfeiffer, “Lotan/Leviathan from Ugarit to Patmos”, Bulletin oftke Near East Archa- eological Society, VIII [1965], 4). O profeta do AT estava se referindo a uma imagem poética conhecida por seu povo, da mesma forma que os autores cristãos fazem alusão à mitologia greco-romana sem encorajar a crença nas divindades pagãs.
O NT reflete a figura do leviatã em Apocalipse 12.9, onde Satanás é chamado de “grande dragão” e “a antiga serpente” (Veja Animais, II.11. ״Dragão).
Bibliografia, Nicolas K. Kiessling, “Antece- dent of the Medieval Dragon in Sacred History”, JBL, LXXXIX (1970), 167-177. Howard Wallace, “Leviathan and the Beast in Revelation”, BA, XI (1948), 61-68. H. F. V.
 

42.1 ENTÃO, RESPONDEU JÓ AO SENHOR. A última resposta de Jó a DEUS foi de absoluta humildade e submissão à sua revelação. Confessou (1) que DEUS faz tudo bem; (2) que em tudo que DEUS permite acontecer, Ele procede com sabedoria e propósito; e, portanto, (3) até o sofrimento dos justos tem sentido e propósito divinos.
42.3 FALEI DO QUE NÃO ENTENDIA. Jó reconheceu que os caminhos de DEUS estão além da compreensão humana e que por falta de entendimento seu, ele declarara que eram injustos. (1) Note que Jó, no seu sofrimento e nas suas orações, não pecou contra DEUS. Mesmo assim, sua falta de entendimento e suas queixas contra DEUS quase o levaram ao orgulho e à crença de que DEUS, em certo sentido, não era perfeitamente bom. Agora, com a manifestação e revelação do seu Senhor (cf. v. 5), sua perspectiva mudou completamente. (2) Jó reconheceu o seu erro, e agora estava disposto a obedecer e servir a DEUS, não importando o que viesse a acontecer-lhe. Temeria e amaria a DEUS por causa dEle mesmo, com ou sem saúde, independente de qualquer vantagem pessoal. (3) Jó, ao submeter-se totalmente a DEUS com fé, esperança e amor, mesmo ainda sofrendo, sem saber o por quê de tudo, comprovou que a acusação de Satanás era falsa (1.9-11) e assim vindicou o poder de DEUS para redimir a raça humana e reconciliá-la consigo mesmo (ver 1.8,9).
 
 
LICÃO ANTIGA
 
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - JOVENS E ADULTOS - 1º Trimestre de 2003
Título: O sofrimento dos justos e o seu propósito - Comentarista: Claudionor de Andrade
 Lição 12: A teologia que mais pergunta que responde - Data: 23 de Março de 2003
TEXTO ÁUREO
“Porque a loucura de DEUS é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de DEUS é mais forte do que os homens” (1Co 1.25).
VERDADE PRÁTIC
Os planos de DEUS, embora pareçam ilógicos e até loucos, não podem ser desprezados: cada um deles tem um grandioso e insondável propósito.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jó 38.1-20.
 1 — Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho e disse: 2 — Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? 3 — Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me. 4 — Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. 5 — Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? 6 — Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, 7 — quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de DEUS rejubilavam? 8 — Ou quem encerrou o mar com portas, quando trasbordou e saiu da madre, 9 — quando eu pus as nuvens por sua vestidura e, a escuridão, por envolvedouro? 10 — Quando passei sobre ele o meu decreto, e lhe pus portas e ferrolhos, 11 — e disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas? 12 — Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada ou mostraste à alva o seu lugar, 13 — para que agarrasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela? 14 — Tudo se modela como o barro sob o selo e se põe como vestes; 15 — e dos ímpios se desvia a sua luz, e o braço altivo se quebranta. 16 — Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo? 17 — Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte? 18 — Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isto. 19 — Onde está o caminho da morada da luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar, 20 — para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da sua casa?
PONTO DE CONTATO
Converse com seus alunos sobre a forma como DEUS aproxima-se de Jó no verso 3 do capítulo 38. Note que antes de argui-lo, DEUS o anima elevando sua autoestima embora seus quatro amigos o desencorajassem trazendo-lhe à memória, insistentemente, supostos pecados. Veja outros exemplos bíblicos onde DEUS, antes de dirigir-se às pessoas, determinava que se colocassem de pé. A autocomiseração não Lhe agrada. Quem confia em DEUS mantém a cabeça erguida, ainda que o adversário lhe faça veemente oposição. Esclareça que autoestima elevada, para o cristão, não é sinônimo de arrogância mas sim de confiança.
OBJETIVOS - Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Definir, de acordo com a lição, o que é a teologia de DEUS.
Identificar o método usado por DEUS ao dirigir-se a Jó.
SÍNTESE TEXTUAL
Após ouvir os discursos enfadonhos de seus quatro amigos, Jó, agora, é visitado pelo próprio DEUS. Sem demandas, sem forças, sem argumentos espera ele apenas que a justiça divina o alcance. Utilizando o método da arguição, DEUS o interpela trazendo-lhe à memória Sua eterna sabedoria e poder. Através de perguntas o induziu a vê-Lo de forma ampla e profunda resgatando-lhe a dignidade e a visão espiritual obscurecida pelo sofrimento.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Como podemos constatar através desta lição, o método de perguntas e respostas ou arguição vem sendo utilizado desde os primórdios da humanidade. DEUS mesmo o utilizou nos últimos episódios da história de Jó, quando estava prestes a “virar” seu cativeiro. Arguir não é tão fácil como se imagina, pois quem o faz espera que a pessoa arguida sempre apresente boa e precisa argumentação. Ou seja, não é o mesmo que simplesmente responder a uma pergunta, mas denota explicar, justificar, argumentar sobre as questões propostas.
Este método é muito eficiente, e sua eficácia reside no fato de que as perguntas são sempre desafiadoras. Segundo o professor Antônio Tadeu Aires, “a mente, neste caso, não apenas recebe informações, mas analisa e pondera. Existe um processo de reflexão, análise e avaliação que ocorre no cérebro do aluno enquanto ele recebe a pergunta, medita nas implicações e verbaliza a resposta”
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O discurso de Eliú, qual arroio que se avoluma num grande e incontrolável rio, deságua em DEUS que, em sua imensidade, dirigir-se-á a Jó, a partir de agora, não através de um mensageiro humano, mas pessoalmente. Não foi o que pedira o patriarca no auge de sua angústia? (Jó 10.2)
Jó vira-se constrangido a sofrer as teologias de Elifaz, Bildade e Zofar. Calado, suportara o longo e persuasivo discurso do jovem teólogo Eliú. A partir deste momento, ouvirá a DEUS. Não quer o paciente homem de Uz apresentar suas demandas ante o Todo-Poderoso? Então, que o faça!
Assim também nós. Provados, enfileiramos diante do Senhor virtudes e predicados; apresentamos-lhe a excelência de nossa justiça; exibimos-lhe a correção de nossa crença. E, resguardados pela razão, supomos não ser DEUS razoável. Por que permitira Ele viéssemos a sofrer de tal maneira? Ao abrir sua Palavra, contudo, redescobrimos o óbvio: DEUS sempre tem razão mesmo quando parece nada razoável.
É o que constatará o patriarca Jó nesta lição.
I. DEUS APARECE A JÓ
Depois do discurso de Eliú, eis que o Senhor, de um redemoinho, aparece a Jó (38.1). Esperava ele ver o Senhor, naquele momento? Justamente quando não tinha mais argumentos? Se diante de Eliú, não tinha o patriarca mais discurso, como se haverá, agora, ante o Todo-Poderoso DEUS?
1. Jó se prepara para ouvir a DEUS. Estas são as primeiras palavras que o Senhor dirige ao patriarca: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me” (Jó 38.2,3).
Em primeiro lugar, deveria Jó saber que nada sabia, embora pensasse tudo entender. Até este instante, agira presumidamente, armando-se de palavras que não retratavam, necessariamente, o verdadeiro conhecimento divino. Não interviesse o Senhor na vida do patriarca, tornar-se-ia ele tão especulativo quanto Elifaz, tão imaginoso como Bildade e tão incoerente quanto Zofar. Por conseguinte, eis a oportunidade de Jó firmar-se, de vez, no legítimo conselho de DEUS.
Ato contínuo, ordenou-lhe o Senhor cingisse os lombos, a fim de que lhe ouvisse as palavras. Entretanto, como levantar-se e cingir-se se não passava de ruínas? DEUS, porém, não o via assim. Via-o como alguém feito à sua imagem e conforme à sua semelhança.
DEUS não nos quer acabrunhados, como se já não nos restasse esperança alguma. Mesmo na hora da morte, insta-nos a que, em atitude de fé, repousemos em CRISTO JESUS (At 7.60). Não fique prostrado! Levante-se! Firme-se na Palavra de DEUS: “Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti” (Is 60.1).
II. QUANDO AS PERGUNTAS SÃO MAIS IMPORTANTES DO QUE AS RESPOSTAS
Já devidamente aprumado, e já convenientemente cingido, prepara-se Jó para ouvir a DEUS. Não espera você uma resposta de DEUS? Às vezes, porém, Ele mais pergunta que responde.
1. A teologia da pergunta. Você não se surpreendeu quando, pela primeira vez, seu filho pôs-se a crivá-lo de perguntas? Certamente, ele lhe encarreirou todas aquelas perguntas, algumas até embaraçosas, porque buscava entender o Universo. Mas, o que faria você, se o próprio Criador do Universo começasse, de repente, a enfileirar-lhe as perguntas que só Ele é capaz de responder? Se você sentiu-se acuado diante das indagações de seu filho, como se haverá ante as perguntas do Pai Celeste?
Esta é teologia de DEUS! Uma teologia que, às vezes, mais indaga que responde. Se Jó procurava respostas, encontra agora perguntas; mas, nestas: a luz de que tanto necessitava. A iluminação divina nem sempre se acha na resposta (Gn 3.9; 1Rs 19.13; Lc 18.40-43).
2. As perguntas de DEUS. Falta-nos espaço para alinharmos, aqui, todas as perguntas que o Senhor DEUS fez a Jó. E este, que julgava ter respostas, emudece diante das perguntas do DEUS que responde:
a) Sobre a criação da terra: “Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos e de DEUS rejubilavam?” (Jó 38.4-7).
b) Sobre os animais: “Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas? Contarás os meses que cumprem ou sabes o tempo do seu parto? Elas encurvam-se, para terem seus filhos, e lançam de si as suas dores. Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas. Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo, ao qual dei ao ermo por casa e a terra salgada, por moradas?” (Jó 39.1-6).
c) Sobre a soberania divina: “Porventura, o contender contra o Todo-Poderoso é ensinar? Quem assim argúi a DEUS, que responda a estas coisas” (Jó 40.2).
d) Sobre a justiça divina: “Porventura, também farás tu vão o meu juízo ou me condenarás, para te justificares? Ou tens braço como DEUS, ou podes trovejar com voz como a sua?” (Jó 40.8,9).
O que poderá Jó responder ao Todo-Poderoso?
III. QUANDO AS RESPOSTAS HUMANAS SE CALAM
Diante das perguntas que lhe faz o Senhor, o paciente patriarca se cala. Em seu silêncio, porém, Jó vai se convencendo da sublimidade da justiça divina e da transitoriedade da humana. Não sabia ele ser o Todo-Poderoso justo e excelso? Teoricamente, sim; experimentalmente, não.
1. Jó se humilha diante do Senhor. Não mais podendo resistir a divina sabedoria, Jó humilha-se diante do Supremo DEUS: “Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho na minha boca. Uma vez tenho falado e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei” (Jó 40.4,5).
Tem você se humilhado diante do Senhor? Tem se curvado ante a sua excelsa face? Atentemos a esta exortação de Pedro: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de DEUS, para que, a seu tempo, vos exalte” (1Pe 5.6).
2. Do natural ao sobrenatural. DEUS usou o método indutivo Para conduzir a seu servo Jó a um conhecimento mais profundo. Fez-lhe perguntas acerca da natureza, a fim de que ele, ouvindo-as e maravilhando-se, viesse a pisar o terreno do espiritual. É o que constataremos na lição do próximo domingo. 
CONCLUSÃO
Nem sempre teremos as nossas perguntas respondidas. Todavia, nosso Pai Celeste, através daquela pedagogia que somente Ele possui, conduzir-nos-á a compreender as maravilhas de sua Palavra.
Até mesmo nas perguntas de DEUS, encontramos as respostas de que tanto carecemos. Aleluia! Atentando ao que lhe perguntou o Senhor, começou Jó a encaminhar-se para a completa restauração.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Teológico
“Quem é este DEUS do universo, que se inclina para interromper a eternidade com a gloriosa aurora de sua história?
Quem é este DEUS de glória, cuja simples presença pode nos:
Preencher o vazio…Curar ao que está enfermo…Perdoar o pecador…Libertar o amargurado…Dar propósitos aos sem objetivos…Ajudar aos que estão sem socorro…Dar coragem àqueles que temem…Dar força aos que estão fracos…Transmitir realidade aos religiosos…Dar esperança aos insensíveis…
Quem é esse DEUS? Quem é esse a quem podemos conhecer?
A gloriosa aurora da história de DEUS começa com a atordoante — embora profundamente simples — afirmação de que, no princípio, Ele criou tudo o que existe (Gn 1.1), o que significa que no princípio, Ele já estava lá. Ele é eterno” (A História de DEUS. CPAD, XX — prólogo).
GLOSSÁRIO
Acabrunhado: Abatido, enfraquecido, quebrantado, prostrado.
Arguição: Situação em que os litigantes apresentam razões de fato ou de direito produzidas em juízo.
Auge: O ponto mais elevado; culminância, apogeu.
Cerva: A fêmea do cervo.
Cingir: Prender ou ligar em volta.
Cordel: Corda muito delgada.
Crivar: Furarem muitos pontos.
Ermo: Lugar sem habitantes.
Lombo: dorso, costas.
Persuasivo: Que convence ou induz.
Presumidamente: Visto antecipadamente,
Óbvio: Que está evidente, diante dos olhos, de fácil compreensão.
Razoável: Ponderado, sensato.
Resguardado: Abrigado, guardado cuidadosamente.
Transitoriedade: Passageiro, de pouca duração.
Razão: Faculdade que tem o ser humano de julgar e ponderar ideias universais. Raciocínio, juízo. É a capacidade de se estabelecer relações lógicas. Ela não pode contrapor à Palavra de DEUS (Rm 12.1,2).
Método Indutivo: Meio de aprendizagem em que, de fatos particulares, se tira uma conclusão genérica. Através da indução, chega-se a uma verdade universal ou uma proposição geral com base no conhecimento de certo número de dados singulares ou de proposições de menor generalidade.
 
 
COMENTÁRIOS DE Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT - CPAD
DEUS Responde do Redemoinho
Jó 38. 1-3

Observemos aqui: 1. Quem fala – é o Senhor, Jeová, não um anjo criado, mas o próprio Verbo eterno, a segunda pessoa da bendita Trindade, pois é por Ele que os mundos foram criados, e Ele não é outro; é o Filho de DEUS. Aqui, fala a mesma pessoa que, posteriormente, falou do monte Sinai. Aqui, Ele começa com a criação do mundo, ali, com a redenção de Israel do Egito, e de ambas podemos deduzir a necessidade da nossa submissão a Ele. Eliú tinha dito: DEUS fala aos homens, e “ninguém atenta para isso” (Jó 33.14); mas eles não puderam deixar de perceber isto, e temos a palavra mui firme dos profetas (2 Pe 1.19). 2. Quando DEUS falou: “Depois disto”. Depois que todos eles tinham falado, e ainda assim não tinham atingido o seu objetivo, então foi o momento de DEUS (cujo juízo é de acordo com a verdade) se interpor. Quando não sabemos quem está com a razão, e talvez tenhamos dúvidas se nós mesmos podemos estar, isto pode nos satisfazer: o dia do Senhor está perto, no vale da Decisão (Jl 3.14). Jó tinha silenciado seus três amigos, mas não pôde convencê-los da sua integridade. Eliú tinha silenciado Jó, mas não conseguiu levá-lo a reconhecer que tinha se comportado mal nesta contenda. Mas agora, DEUS vem, e faz as duas coisas, convence Jó, primeiramente, de suas palavras imprudentes, e o faz clamar, Peccavi – Agi mal; e, tendo humilhado Jó, DEUS o honra, convencendo seus três amigos de que tinham sido injustos com ele. Estas duas coisas DEUS fará, mais cedo ou mais tarde, pelo seu povo: Ele lhes mostrará os seus erros, para que possam se envergonhar deles, e mostrará aos outros as suas justiças, e a exibirá como a luz, para que possam se envergonhar de suas censuras injustas a eles. 3. Como DEUS falou: “De um redemoinho”, da nuvem que se revolvia, que chamou a atenção de Eliú (Jó 37.1,2,9). Um redemoinho antecedeu a visão de Ezequiel (Ez 1.4) e a de Elias (1 Rs 19.11). Está escrito que DEUS tem o seu caminho no redemoinho ou na tormenta (Na 1.3), e, para mostrar que até o mesmo o vento da tempestade cumpre a sua palavra, aqui o redemoinho se torna o veículo da Palavra. Isto mostra como é poderosa a voz de DEUS, que não se perdia, mas era perfeitamente audível, mesmo em meio ao ruído de um redemoinho. Assim DEUS pretendia assombrar Jó, e exigir a sua atenção. Às vezes, DEUS responde ao seu próprio povo com terríveis correções, de um redemoinho, mas sempre em justiça. 4. A quem DEUS falou: Ele “respondeu a Jó”, dirigiu suas palavras a ele, para convencê-lo do que havia de errado, antes de inocentá-lo das injustas calúnias que haviam sido lançadas sobre Ele. Somente DEUS pode, eficazmente, convencer do pecado, e serão humilhados os que Ele deseja exaltar. Os que desejam ouvir a DEUS, como Jó, certamente o ouvirão, no final. 5. O que DEUS disse. Podemos conjeturar que Eliú, ou alguma outra pessoa do auditório, tenha escrito literalmente o que foi dito de dentro do redemoinho, pois lemos (Ap 10.4) que, depois que os trovões se manifestaram, João estava preparado para escrever; ou, se estas palavras não foram escritas naquela ocasião, embora o escritor do livro fosse inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, temos certeza de que temos aqui um relato muito fiel e exato do que foi dito. “O ESPÍRITO SANTO (diz CRISTO)... vos fará lembrar”, como Ele fez aqui, “de tudo quanto vos tenho dito”. O prefácio é muito penetrante. (1) DEUS o acusa de ignorância e arrogância no que ele tinha dito (v. 2): “Quem é este”, quem é este que fala desta maneira? É Jó? Como? Um homem? Aquela criatura fraca, tola, desprezível – pretenderá me recomendar o que devo fazer, ou discutir comigo pelo que já fiz? É Jó? Como? Meu servo, Jó, um “homem sincero, reto e temente a DEUS?” Ele poderá chegar ao ponto de se esquecer de si mesmo e agir como se não fosse ele mesmo? “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” Que mostre o seu rosto, se ousar, e sustente o que disse. Observe que escurecer o conselho da sabedoria de DEUS com a nossa tolice é uma grande afronta e provocação a DEUS. A respeito dos conselhos de DEUS, devemos reconhecer que não temos conhecimento. Eles são de uma profundeza insondável para nós; nós estamos completamente fora do nosso elemento, fora do nosso objetivo, quando temos a pretensão de explicá-los. Mas nós somos muito propensos a falar deles como se os entendêssemos, com uma grande dose de minúcias e ousadia, mas, ai de nós! Nós conseguimos apenas escurecê-los, em lugar de explicá-los. Nós confundimos e desconcertamos, a nós mesmos, e uns aos outros, quando discutimos a ordem dos decretos de DEUS, e os desígnios, e as razões, e os métodos das operações da sua providência e graça. Uma fé humilde e uma obediência sincera terão uma visão mais ampla e melhor do segredo do Senhor, do que toda a filosofia das escolas e as investigações da assim chamada ciência. Esta primeira mensagem que DEUS proferiu é ainda mais digna de nota porque Jó, no seu arrependimento, a recorda, como aquilo que o silenciou e humilhou (Jó 42.3). Isto ele repetiu como a flecha que o atingiu profundamente: “Eu sou o tolo que escureceu o conselho”. Havia alguma base para aplicar esta mensagem a Eliú, como se DEUS se referisse a ele, pois ele falou por último, e estava falando quando começou o redemoinho; mas Jó a aplicou a si mesmo, como nos convém fazer, quando ouvimos repreensões leais, e não (como fazem muitos) destiná-las a outras pessoas. (2) Ele o desafia a apresentar provas do seu conhecimento que servissem para justificar as suas investigações nos conselhos divinos (v. 3): “Agora cinge os teus lombos como homem, prepara-te para o encontro; Eu te exigirei, e te proporei algumas perguntas, e responde-me, se puderes, antes que Eu responda às tuas”. Aqueles que pedem que DEUS se explique devem esperar ser discipulados e chamados para se explicar, para que possam perceber a sua ignorância e arrogância. Aqui, DEUS lembra Jó do que havia dito: “Chama, pois, e eu responderei” (Jó 13.22). Agora, segue-se o cumprimento de suas palavras.
 
A Ignorância do Homem Sobre a Criação Animal; Descrição da Cabra Montês, da Corça, do Jumento Montês e do Unicórnio
Jó 39. 1-12

Aqui, DEUS mostra a Jó como ele conhecia pouco as criaturas indomadas que corriam pelos desertos e viviam soltas, mas que estão sob o cuidado da Providência divina, como, por exemplo:
I
As cabras monteses e as corças. O que é digno de nota, a respeito delas, é a maneira como têm os seus filhotes, e como os criam. Pois, assim como cada indivíduo é alimentado, também cada espécie de animais é preservada, pelos cuidados da Providência divina. Observe aqui: 1. A respeito da gestação dos seus filhotes: (1) O homem é completamente ignorante a respeito da época em que elas dão à luz (vv. 1,2). Teremos a pretensão de dizer o que há no ventre da Providência, ou o que um dia trará à luz, nós, que não sabemos o tempo de gestação de uma corça ou de uma cabra montês? (2) Embora elas gerem seus filhotes com grande dificuldade e sofrimento, e não tenham nenhuma ajuda dos homens, pela boa providência de DEUS, os seus filhotes são gerados em segurança, e seus sofrimentos esquecidos (v. 3). Alguns pensam que aqui há a sugestão (Sl 29.9) de que DEUS, pelo trovão, ajuda as corças a parir. Deve-se observar, para a consolação das mulheres em trabalho de parto, que DEUS ajuda até mesmo as corças a parir seus filhotes; e Ele, então, não socorrerá muito mais, e não ajudará muito mais no parto, às que são suas filhas, em concerto com Ele? 2. A respeito do crescimento dos filhotes (v. 4): Eles têm boa aparência: embora nasçam em sofrimentos, depois que suas mães os amamentaram por algum tempo, eles se alimentam nos campos de trigo e não são um fardo para elas, o que é um exemplo para que os filhos, depois de crescidos, não fiquem sempre dependendo de seus pais e suplicando-lhes, mas que se esforcem para obter o seu próprio sustento e retribuir a seus pais.
II
O jumento montês, uma criatura que aparece freqüentemente nas Escrituras, que alguns dizem ser indomável. Diz-se que o homem nasce como o jumentinho montês, igualmente difícil de ser governado. Duas coisas a Providência destinou ao jumento montês: 1. Uma liberdade ilimitada (v. 5): “Quem despediu livre o jumento montês?” Ele concedeu uma disposição para isto, e, portanto, uma dispensação para isto. O jumento domado é arreado para trabalhar, o jumento montês não tem arreios. Observe que a liberdade do serviço, e a liberdade para correr à vontade, não são mais do que os privilégios de um jumento montês. É lamentável que qualquer dos filhos dos homens cobice esta liberdade ou se valorize nela. É melhor trabalhar e servir para alguma coisa, do que passear e não servir para nada. Mas se, entre os homens, a Providência der a liberdade a alguns e permitir que vivam de uma forma sossegada, ao passo que outros são destinados à servidão, não devemos nos espantar: assim é também entre as criaturas selvagens. 2. Uma morada aberta (v. 6): “Ao qual dei o ermo por casa”, onde ele tem espaço suficiente para percorrer os seus caminhos e sorver o vento, conforme o seu desejo, como está escrito que a jumenta montês faz (Jr 2.24), como se tivesse que viver do ar, pois é a terra estéril que é a sua morada. Observe que o jumento domado, que trabalha, e é útil para o homem, tem o estábulo de seu senhor, para onde vai, em busca de abrigo e comida, e vive em uma terra frutífera: mas o jumento montês, que tem a sua liberdade, deve viver em uma terra estéril. “Se alguém não quiser trabalhar, não coma também”. O que quiser, comerá o trabalho de suas mãos, e terá o suficiente para dar àquele que tem necessidade. Jacó, o pastor, tem guisado vermelho de sobra, quando Esaú, um esportista, está prestes a perecer de fome. Uma descrição adicional da liberdade e do sustento do jumento montês temos nos versículos 7 e 8. (1) Ele não tem dono, e não será sujeito a ninguém: “Ri-se do arruído da cidade”. Se tentarem tomá-lo, e para isto o cercarem com uma multidão, logo ele se livrará deles, e os gritos do exator não serão nada, para ele. Ele se ri dos que vivem no tumulto e na agitação das cidades (segundo o Bispo Patrick), julgando-se mais feliz no deserto; e a opinião é o critério de medida das coisas. (2) Não tendo dono, não tem quem o alimente, nem é feita nenhuma provisão para ele, mas ele deve cuidar do seu próprio sustento. Nos montes está o seu pasto, e é um pasto vazio, ali ele busca, aqui e ali, algo verde, que possa encontrar e arrancar; ao passo que os jumentos que trabalham têm verdura em abundância, sem que tenham que buscá-la. Da característica indomável desta criatura, além de outras, podemos deduzir como é inadequado que nós legislemos à Providência, nós, que não podemos legislar nem mesmo a um jumentinho montês.
III
O unicórnio (rhem), uma criatura forte (Nm 23.22), uma criatura imponente e soberba (Sl 112.10). Ele é capaz de servir, mas não está disposto a fazê-lo; e aqui, DEUS desafia Jó a forçá-lo; Jó esperava que tudo fosse exatamente como ele desejava. Uma vez que pretendes (diz DEUS) trazer todas as coisas sob o seu domínio, começa com o unicórnio, e tenta dominá-lo. Agora que os teus bois e jumentos se foram, tenta ver se o unicórnio está disposto a te servir, no lugar deles (v. 9), e se ele ficará satisfeito com a provisão que costumavas fazer para eles: “Ficará na tua cavalariça?” Não. 1. Não podes domá-lo, nem amarrá-lo ao rego com uma corda, para que puxe o arado (v. 10). Há criaturas dispostas a servir o homem, que parecem ter prazer em servi-lo, e ter amor por seus senhores; mas há aquelas que nunca serão levadas a servi-lo, o que é o resultado do pecado. O homem se rebelou da sua sujeição ao seu Criador, e é, com razão, punido com a revolta das criaturas inferiores, da sua sujeição a ele; mas, como um exemplo da boa vontade de DEUS para com o homem, há algumas que ainda lhe são úteis. Embora o touro selvagem (que, pensam alguns, é o que o unicórnio significa aqui) não o sirva, nem se submeta à sua mão no arado, há bois domados que o farão, e outros animais que não são ferae naturae – de natureza selvagem, de quem o homem pode ter a propriedade, a quem ele sustenta, e a cujo serviço ele tem direito. “Senhor, que é o homem, para que o conheças?” 2. Não ousas confiar nele; embora a sua força seja grande, não deixarás a ele o teu trabalho, como fazes com os teus jumentos e bois, que uma criança pequena pode conduzir, deixando a eles todo o esforço. Nunca confiarás no touro selvagem, provavelmente, para vir à tua colheita, e muito menos para percorrê-la, para levar para casa as tuas sementes e recolhê-las na tua eira (vv. 11,12). E, como ele não servirá no cultivo do trigo, não é tão bem alimentado como o boi domado, cuja boca não devia ser atada, quando trilhasse; mas, ele não puxará o arado, porque aquele que o criou jamais o destinou para isto. Uma disposição para o trabalho é uma dádiva de DEUS, da mesma maneira como é uma habilidade para isto; e é uma grande misericórdia se, onde DEUS der a força para o serviço, Ele der também um coração, é por isto que devemos orar, e sobre isto devemos raciocinar, o que os animais não podem fazer; pois, da mesma maneira como entre os animais, também entre os homens, poderão ser considerados selvagens e abandonados aos desertos os que não desejarem se esforçar nem fazer o bem.
 
 
A Descrição do Beemote
Jó 40. 15-24

DEUS, para dar outra prova do seu próprio poder e para negar as pretensões de Jó, conclui o seu discurso com a descrição de dois animais grandes e poderosos, que excedem o homem em tamanho e força; um ele chama de beemote, e o outro de leviatã. Nestes versículos temos o primeiro descrito. “Contempla agora o beemote, e considera se és capaz de contender com quem fez este animal e que lhe deu toda a força que ele possui, e se não é sábio da tua parte antes se sujeitar a Ele e fazer a tua paz com Ele.” O termo beemote significa animais em geral, mas aqui deve ser entendido como uma referência a alguma espécie em particular. Alguns o entendem como sendo um touro; outros acham que é um animal anfíbio, bem conhecido (eles dizem) no Egito, chamado de cavalo do rio (hipopótamo), vivendo entre os peixes no rio Nilo, mas saindo para se alimentar na terra. Mas eu confesso não ver nenhuma razão para deixar a opinião antiga e mais aceita, de uma forma geral, de que o elefante esteja sendo descrito aqui. Ele é uma criatura muito forte e imponente, de estatura muito elevada acima de qualquer outro, apresentando também uma extraordinária sagacidade. A sua reputação é tão elevada no reino animal, que dificilmente podemos supor que ele deva ser omitido entre tantos animais de quatro patas que conhecemos na história natural (caps. 38 e 39). Observe:
I
A descrição do beemote apresentada aqui.
1. Seu corpo é muito forte e bem constituído. Sua força está em seus lombos, v. 16. Seus ossos, comparados aos das outras criaturas, são como barras de ferro, v. 18. A sua espinha é tão forte que, embora a sua calda não seja grande, ele a move como um cedro, com uma força grandiosa, v. 17. Alguns entendem isto como sendo a tromba do elefante, pois a palavra significa qualquer extremidade, na qual haja realmente uma força extraordinária. O elefante é tão forte em suas costas e lombos, e nos nervos das suas coxas, que ele pode carregar uma grande torre de madeira, e um grande número de guerreiros dentro desta torre. Nenhum animal de qualquer espécie se aproxima do elefante em se tratando da força do corpo, e este é o ponto principal em que se insiste nesta descrição.
2. Ele se alimenta dos produtos da terra e não caça outros animais: Ele come erva como o boi (v. 15), os montes lhe produzem pasto (v. 20), e os animais do campo não tremem diante dele nem fogem dele, como de um leão, mas brincam ao seu redor, sabendo que não correm perigo com ele. Isto pode nos dar motivos: (1) Para reconhecer a bondade de DEUS ao ordenar que uma criatura de um porte tão grande, que exige tanta comida, não se alimente de carne (porque então multidões deveriam morrer para mantê-lo vivo), mas se satisfaça com a erva do campo, para evitar a elevada destruição de vidas que isto ocasionaria. (2) Para encorajar aqueles que desejem viver de ervas e frutos, sem ingerir carne, de acordo com a instituição original da alimentação do homem, Gênesis 1.29. Até mesmo a força de um elefante, como a de um cavalo e a de um boi, pode ser sustentada sem carne; e por que não a força de um homem? Embora usemos a liberdade que DEUS nos permitiu, não estejamos entre os comilões, aqueles que se banqueteiam, sem limites, com a carne, Provérbios 23.20. (3) Para recomendar uma vida quieta e pacífica. Quem não preferiria, como o elefante, ter os vizinhos tranqüilos e satisfeitos a seu respeito, do que, como o leão, ter a todos eles com medo de si mesmo?
3. Ele se deita debaixo das árvores que fazem sombra (v. 21), que então o cobrem com a sua sombra (v. 22), onde ele tem um ar livre e aberto para respirar, enquanto os leões, que vivem da caça, quando querem repousar, são obrigados a se retirar para uma cova fechada e escura, para viverem ali, e para morarem no seu esconderijo, Jó 38.40. Aqueles que são um terror para os outros só podem ser às vezes um terror para si mesmos também; mas serão tranqüilos aqueles que deixarem os outros tranqüilos ao seu redor; a cana e os pântanos, e os salgueiros do ribeiro, embora sejam uma fortificação muito fraca e insignificante, são suficientes para a defesa e segurança daqueles que, portanto, não temem nenhum dano, porque não planejam causar nenhum dano aos outros.
4. Que ele é um bebedor muito grande e ganancioso, não de vinho ou bebida forte (ser ganancioso disto é peculiar ao homem, que por sua embriaguez faz de si mesmo um animal), mas de água pura. (1) O seu tamanho é prodigioso; portanto, ele deve ter o devido suprimento, v. 23. Ele bebe tanto, que se poderia pensar que seria capaz de beber um rio, se lhe dessem tempo para isso, e não o apressassem. Ou, quando ele bebe, não se apressa, como aqueles que bebem com medo; ele é confiante quanto à sua própria força e segurança, e, por esta razão, não tem pressa quando bebe, não tem mais pressa do que o necessário. (2) O seu olhar antecipa mais do que ele pode absorver; pois, quando está com muita sede, tendo ficado muito tempo sem água, ele anseia poder beber o Jordão em sua boca, e até o absorve com os seus olhos, v. 24. Assim como um homem cobiçoso lança o seu olhar sobre a riqueza deste mundo, que ele almeja, também é dito que este grande animal se lança, e suga até mesmo um rio com os seus olhos. (3) O seu nariz tem em si força suficiente para ambos; pois, quando ele sai gananciosamente para beber, perfura laços e redes que talvez sejam colocados nas águas para apanhar peixes. Ele não faz caso das dificuldades que se apresentam em seu caminho, tão grande é a sua força e tão ávido o seu apetite.
II
O uso que deve ser feito desta descrição. Já tivemos um vislumbre deste animal que é como um monte, deste animal demasiadamente grande, que é aqui colocado diante de nós, não meramente como uma exibição (como às vezes ocorre em nosso país) para satisfazer a nossa curiosidade e para nos divertir, mas como um argumento para nos humilharmos diante do grande DEUS; porque: 1. Ele idealizou e fez este grande animal, que é tão temerosamente e extraordinariamente feito; ele é a obra das suas mãos, o invento da sua sabedoria, o produto do seu poder; ele é “o beemote que eu fiz”, v. 15. Qualquer que seja a força que esta, ou qualquer outra criatura tenha, ela é proveniente de DEUS, que, portanto, deve ser reconhecido como aquele que tem todo o poder originalmente e infinitamente em Si mesmo, e um braço com o qual não podemos nem devemos tentar competir. Este animal é aqui chamado de a obra-prima, em sua espécie, dos caminhos de DEUS (v. 19), um exemplo eminente do poder e da sabedoria do Criador. Aqueles que lêem com atenção os relatos apresentados pelos historiadores sobre os elefantes descobrirão que as suas capacidades chegam mais perto das da razão do que as capacidades de qualquer outra criatura bruta; portanto, ele é adequadamente chamado de a obra-prima dos caminhos de DEUS; na parte inferior da criação, nenhuma criatura abaixo do homem é preferível a ele. 2. Ele o fez com o homem, assim como fez outros animais quadrúpedes, no mesmo dia em que fez o homem (Gn 1.25,26), enquanto que os peixes e as aves foram feitos no dia anterior; ele o fez para viver e para se mover sobre a mesma terra, no mesmo elemento; portanto, é dito que o homem e o animal são conjuntamente conservados pela Providência divina como concidadãos, Salmo 36.6. “Ele é o beemote, que eu fiz contigo; eu fiz este animal bem como a ti, e ele não contende comigo; por que então contendes tu? Por que deves exigir favores peculiares pelo fato de Eu ter feito a ti (Jó 10.9), quando fiz o beemote igualmente contigo? Eu fiz as árvores bem como este animal; portanto, posso com muita facilidade controlar, como quiser, tanto a ti como a este animal, e farei isto quer o rejeites, quer o aceites. Eu o fiz contigo, para que possas considerá-lo e assim aprender.” Não precisamos ir longe para conseguirmos provas e exemplos do poder grandioso e do domínio soberano de DEUS; eles estão bem perto de nós, estão conosco, estão debaixo dos nossos olhos onde quer que estejamos. 3. Aquele que o fez, pode provê-lo da sua espada (v. 19), isto é, a mesma mão que o fez, apesar do seu grande tamanho e força, pode desfazê-lo outra vez quando quiser e matar um elefante tão facilmente quanto um verme ou uma mosca, sem nenhuma dificuldade, e sem a imputação de desperdício ou de injustiça. DEUS, que deu a todas as criaturas a sua existência, pode tirar a existência que Ele mesmo deu; porque, não pode Ele fazer o que quiser aos que lhe pertencem? E ele pode fazer isto; Aquele que tem poder para criar com uma palavra, sem dúvida tem poder para destruir com uma palavra, e pode, pela palavra, reduzir tão facilmente a criatura a nada da mesma forma que, no princípio, Ele mesmo, pela palavra, fez com que ela surgisse do nada. O beemote talvez tenha aqui o objetivo (bem como o leviatã depois) de representar aqueles tiranos e opressores soberbos a quem DEUS tinha, exatamente agora, desafiado Jó a abater e humilhar. Eles se consideram tão bem fortalecidos contra os juízos de DEUS quanto o elefante com seus ossos de bronze e ferro; mas aquele que fez a alma do homem conhece todos os caminhos para ela, e pode fazer a espada da justiça, a sua ira, se aproximar dela, e tocá-la na parte mais tenra e sensível. Aquele que formou o motor, e monta as suas partes, sabe como desmontá-lo. Ai daquele que luta com o seu Criador, pois aquele que o fez tem, portanto, poder para torná-lo infeliz, e não o tornará feliz a menos que deseje ser governado por Ele.
 
A Descrição do Leviatã
Jó 41. 1-10
Se este leviatã é uma baleia ou um crocodilo, é uma grande disputa entre os estudiosos, e algo que eu não prometerei determinar; algumas das particularidades concordam mais facilmente com um, outras com o outro; ambos são muito fortes e ferozes, e o poder do Criador se manifesta neles. O engenhoso Sir Richard Blackmore, embora admita a opinião mais aceita a respeito do beemote, de que deva ser o elefante, concorda com a noção do leviatã do estudioso Bochart, de que é o crocodilo, que era muito bem conhecido no rio do Egito. Eu confesso que o que me inclina antes a entendê-lo como sendo a baleia, não é só porque ela é maior e um animal mais nobre, mas porque, na história da Criação, há uma expressa observação dela como não há de nenhuma outra espécie de animal (Gn 1.21: DEUS criou as grandes baleias); ao que parece, as baleias eram bem conhecidas naquelas regiões no tempo de Moisés, que viveu um pouco depois de Jó, mas a criação das baleias era, de um modo geral, considerada como a prova mais ilustre da divindade e do poder eterno do Criador. E podemos conjecturar que esta foi a razão (pois, do contrário, isso parece inexplicável) de Moisés mencionar ali tão particularmente a criação das baleias, porque DEUS tinha recentemente enfatizado o tamanho e a força desta criatura mais do que de qualquer outra, como a prova do seu poder; e o leviatã é mencionado aqui como um habitante do mar (v. 31), algo que o crocodilo não é. O Salmo 104.25,26 menciona que este leviatã está no mar, que é tão vasto e espaçoso. Aqui, nestes versículos:
I
É mostrado que Jó era incapaz de dominar o leviatã. 1. Que ele não poderia apanhá-lo, como um pequeno peixe, pescando com um anzol, vv. 1,2. Ele não tinha uma isca com a qual poderia enganá-lo, nenhum um anzol com que apanhá-lo, nenhuma linha de pesca com que puxá-lo para fora da água, nem um espinho para atravessar as suas guelras, e também não seria capaz de levá-lo para casa. 2. Que ele não poderia fazê-lo seu prisioneiro, nem forçá-lo a pedir clemência, ou a render-se incondicionalmente, vv. 3,4. “Ele conhece a sua própria força muito bem para multiplicar as súplicas a ti, e para fazer concertos contigo para ser teu escravo sob a condição de que poupes a sua vida.” 3. Que ele não poderia atraí-lo para uma jaula, e mantê-lo ali como um passarinho para as crianças brincarem com ele, v. 5. Há criaturas tão pequenas, tão fracas, quanto são fáceis de serem dominadas, e vencidas; mas o leviatã não é uma destas; ele é feito para ser o terror, não o divertimento e a distração, da humanidade. 4. Que ele não poderia servi-lo em sua mesa; ele e seus companheiros não poderiam fazer um banquete dele; a sua carne é forte demais para servir como comida; e, mesmo que não fosse, ele não seria apanhado facilmente. 5. Que eles não poderiam se enriquecer com o despojo dele: Eles o repartirão entre os negociantes, os ossos para um, o óleo para outro? Se puderem apanhá-lo, eles repartirão; mas é provável que a arte da pesca de baleias não fosse aperfeiçoada na época, como tem sido em nossos dias. 6. Que eles não poderiam destruí-lo, não poderiam encher a sua cabeça de arpões de pescadores, v. 7. Aquele animal estava fora do alcance dos seus instrumentos de matança, ou, se o tocassem, não poderiam tocá-lo em seu ponto vital. 7. Que não adiantava tentar fazer isso: Eis que a sua esperança falhará, v. 9. Se os homens quiserem agarrá-lo, verão que ele é tão terrível que a própria visão dele os horrorizará, e fará com que até mesmo um homem corpulento esteja pronto para desmaiar: Não será abatido alguém só de olhar para ele? E isto não deterá os perseguidores em sua tentativa? É dito a Jó que coloque a sua mão sobre ele por sua própria conta e risco, v. 8. “Toca nele se ousares; lembra-te da peleja, como és incapaz de conseguir tal força, e o que, portanto, é provável que seja o problema da peleja, e não faças mais nada, mas desista da tentativa.” É bom nos lembrarmos da peleja antes de nos envolvermos em uma guerra, e tirarmos a armadura a tempo se previrmos que não adiantará nada vesti-la. Jó é aqui admoestado a não continuar em sua controvérsia com DEUS, mas a fazer a sua paz com Ele. Jó é lembrado de que certamente sucumbirá na peleja caso se proponha a executá-la. Veja Isaías 27.4,5.
II
Com isso, ele infere quão incapaz ele era para contender com o Todo-Poderoso. Ninguém é tão feroz, ninguém é tão imprudente, que ouse mexer com o leviatã (v. 10), sendo sabido que ele certamente será demasiadamente duro com eles; e quem, então, seria capaz de se levantar diante do Senhor para impedir e impugnar as suas ações, ou para desafiar o poder da sua ira? Se as criaturas inferiores que são postas debaixo dos pés do homem, e sobre as quais ele tem domínio, nos deixam admirados, como deve ser terrível a majestade do nosso grandioso e bendito Senhor, que tem um domínio soberano sobre nós e contra quem o homem tem se rebelado há tanto tempo! Quem pode ficar diante dele quando Ele está irado?
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 12 - 4º TRIMESTRE DE 2020
OBJETIVO GERAL - Mostrar que DEUS se revelou ao homem para mostrar-lhe seus propósitos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Ensinar que DEUS se revela aos homens;
Pontuar que a criação expressa a glória de DEUS;
Acentuar que nossa justiça jamais se sobreporá a divina.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Já se perguntou o quanto DEUS é grande, infinito, e que não cabe em nossa imaginação? E nós, seres pequenos, tão limitados e injustos? Como é possível um ser tão santo, justo e infinito relacionar-se com outros seres tão contrários à sua própria natureza?
Na lição de hoje veremos o quanto esse DEUS tão grande se revela e relaciona com seres tão pequenos. Em CRISTO JESUS, nós temos o privilégio de adentrarmos confiantemente à presença dEle. O caminho do trono divino está aberto a todo o crente por meio do Filho de DEUS, JESUS CRISTO. É um privilégio e um maravilhoso presente desfrutarmos da presença de DEUS.


PONTO CENTRAL - DEUS se revela ao ser humano.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - DEUS se revela ao homem e se mostra presente diante da angústia.
SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS se revela como sábio na mecânica celeste e na mecânica da vida.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O Behemot e o Leviatã revelam um DEUS poderoso e justo.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Antes de iniciar esta penúltima lição, faça um pequeno resumo do trimestre. Selecione os principais temas estudados neste trimestre e revise-os na classe. Retome, por exemplo, a historicidade de Jó, de sua terra, o seu drama, as críticas implacáveis de seus amigos, as principais repostas de Jó, a resposta de Eliú e a resposta reveladora de DEUS. A ideia é que o aluno tenha uma visão de todo o trimestre e, assim, aproveite o máximo o estudo acerca de como DEUS se revelou ao justo Jó. Você, professor, e professora, tem o desafio de, além de ensinar o conteúdo bíblico, transmiti-lo da maneira mais clara, objetiva e fácil possível. Nesse sentido, o método pedagógico faz toda a diferença.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP2
“A Criação do Mundo – vv. 4-11. Para humilhação de Jó, aqui DEUS lhe mostra a sua ignorância, até mesmo a respeito da terra e do mar. Embora tão próximos, embora tão grandes, ainda assim Jó não era capaz de explicar a sua origem, muito menos do céu, acima, ou do inferno, abaixo, que estão tão distantes, e nem das várias partes da matéria que são tão minúsculas, e menos ainda dos conselhos divinos. A respeito da fundação da terra. Se ele tem uma percepção tão poderosa, como pensa ter, dos conselhos de DEUS, que forneça alguma explicação da terra sobre a qual vive, e que é dada aos filhos dos homens. 1. Que ele diga onde estava, quando este mundo inferior foi criado, e se ele forneceu conselhos para auxiliar naquela maravilhosa obra (v.4) [...] As tuas pretensões são elevadas; podes ter pretensões a isto? Estavas presente quando o mundo foi criado?” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.186).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP3
“DEUS tinha feito a Jó muitas perguntas humilhantes e perturbadoras, no capítulo anterior; agora, neste capítulo: I. Ele exige uma resposta a elas, [40] vv.1,2. II. Jó se submete em um silêncio humilde, vv.3-5. III. DEUS passa a argumentar com ele, para a sua convicção, a respeito da infinita distância e desproporção entre ele e DEUS, mostrando que Jó não era de modo algum páreo para DEUS. O Senhor o desafia (vv.6,7) a competir consigo, se ousar, na questão da justiça (v.8), do poder (v.9), da majestade (v.10), e do domínio sobre a soberba (vv.11-14), e dá um exemplo do seu poder em um determinado animal, aqui chamado de ‘Beemote’, vv.15-24. [...] A descrição aqui apresentada do leviatã, um peixe muito grande, forte e terrível, ou animal marinho, tem o objetivo de convencer Jó ainda mais da sua própria impotência, e da onipotência de DEUS, para que Jó possa ser humilhado pela sua loucura de se fazer tão ousado para com o Senhor. I. Para convencer Jó da sua própria fraqueza, ele é aqui desafiado a dominar e amansar este leviatã, se puder, e se fazer seu senhor (vv.1-9); visto que ele não pode fazer isso, deve reconhecer que é totalmente incapaz de permanecer na presença do grande DEUS, v.10” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.200-01).

VOCABULÁRIO
Design Inteligente: Projeto inteligente, desenhado propositalmente. Traz a ideia de um Ser inteligente que planejou e arquitetou toda a Criação.

PARA REFLETIR - A respeito de “Quando DEUS se Revela ao Homem”, responda:
Como que o Altíssimo se revelou pessoalmente a Jó?Jó estava diante de uma manifestação teofânica de DEUS, e Este falando-lhe do meio de um redemoinho.
Qual propósito o Livro de Jó revela? O grande propósito do Livro de Jó revela que, mesmo quando estamos às escuras, andando somente por fé e não por vista, DEUS está sempre próximo e presente.
Qual o convite que DEUS faz a Jó? DEUS convida Jó a contemplar o universo e vê-lo como funciona.
DEUS censurou Jó com a revelação da mecânica celeste e da vida? A revelação de DEUS sobre a mecânica celeste e da vida não foi uma censura a integridade e sinceridade do patriarca.
O que DEUS deseja mostrar a Jó? DEUS deseja mostrar a Jó o seu erro ao dizer que o Criador não havia sido justo com ele nem com o ímpio.

SUGESTÃO DE LEITURA
DEUS e a Bíblia; Um Ato de DEUS? Doutrina de DEUS

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 83, p. 42. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
 
 
fonte  http://www.apazdosenhor.org.br/