Lição 13 - Quando Deus Restaura o Justo

 

4º Trimestre de 2020

ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A HUMILHAÇÃO DE JÓ
II – A INTERCESSÃO DE JÓ
III – A RESTAURAÇÃO DE JÓ 
CONCLUSÃO

OBJETIVO GERAL
Mostrar o grande amor de Deus evidenciado na prosperidade de seus filhos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I – Sublinhar a atitude humilde de Jó em receber a repreensão divina pelos equívocos cometidos;
II – Destacar a espiritualidade de Jó demonstrada na intercessão pelos seus amigos;
III – Comentar sobre o último estado de Jó e suas implicações positivas para o entendimento do livro.

PONTO CENTRAL
Deus restaura o ser humano por causa de seu amor e misericórdia.

Vejamos o que o comentarista da lição, pastor José Gonçalves, discorre sobre A Restauração de Jó

E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro. E, assim, abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas. Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque. E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos. E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração. Então, morreu Jó, velho e farto de dias. (Jó 42.10-17)

E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (42.10). Depois que Jó intercedeu pelos seus amigos, o seu cativeiro chegou ao fim. A bênção de Deus foi derramada abundantemente sobre ele. A bênção vai da prosperidade à longevidade, e ele, então, passa a ter tudo em dobro. O seu drama terminou, e as suas lições ficaram para as gerações futuras.  

Uma excelente exposição sobre as lições deixadas por Jó foi feita por David Atkinson (2010). No seu excelente comentário sobre o livro de Jó, Atkinson conclui com o que denomina de “amarrando cabos” (Atkinson, 2010, p. 203). Atkinson destaca oito pontos que considera importantes no livro de Jó. Aqui será feita uma síntese desses destaques de Atkinson, porque, sem dúvidas, eles ajudarão na compreensão das lições deixadas por esse livro fenomenal.  

Em primeiro lugar, deve ser destacado que a mensagem de Jó é bem clara — existem coisas entre o céu e a terra que estamos longe de imaginar. Nesse aspecto, Jó é envolvido no propósito divino mesmo sem ter consciência disso. Há, portanto, incertezas, quebra-cabeças e ambiguidades na vida de fé que devemos deixar como parte dos mistérios de Deus. “As coisas encobertas são para o Senhor, nosso Deus” (Dt 29.29). Devemos aceitar o fato de que Deus tem os seus mistérios e, então, receber o dom dado por Ele para mantermo-nos de pé em tempos de incertezas. Jó, portanto, é um gigante da fé nesse aspecto. Isso serve de exemplo para humilharmo-nos diante do Senhor e pedir a Ele que aumente nossa fé e que nos prepare para momentos como esse. 

Em segundo lugar, há uma advertência no livro de Jó contra a superficialidade de nossa pregação, em especial quando se trata de pregarmos a verdade. Por todo o livro de Jó, pode-se observar a insensibilidade dos amigos dele quando mostram grande determinação em fazer com que Jó aceite aquilo que eles tinham como sendo certo. Nesse aspecto, ninguém será ajudado por simplesmente querermos que aceite nosso ponto de vista, mesmo sem saber se ele, de fato, revela a verdade. Deveríamos, portanto, aprender do episódio das cinzas o seguinte: que é preciso escutar o outro ou simplesmente de estar com ele. 

Em terceiro lugar, ficou patente na mensagem de Jó que o povo de Deus também sofre e passa por revezes. Nesse aspecto, as pessoas boas e piedosas também sofrem! Coisas ruins acontecem com pessoas boas. Isso deveria servir de exemplo para não se julgar alguém pelas desventuras que as circunstâncias impõem a ele. No universo da fé, a bênção também advém da dor. Nesse aspecto, o sofrimento cura mesmo quando tudo à sua volta demonstra o contrário. No sofrimento de Jó, o seu corpo, mente, espírito, relações, emoções e vontade estão envolvidos. Nada fica de fora, já que todas estão interligadas. Quando se ajuda alguém, deve ser observado que não é uma parte daquela pessoa que está sendo ajudada, mas o seu ser integral. Para algumas pessoas, o maior sofrimento vem por conta da sua fé, pois o crente sempre espera uma resposta de Deus, que fica em silêncio às vezes. Nesse aspecto, Jó mostra que a convicção moral pode fortalecer-se em meio à adversidade. É exatamente isso que é corroborado pelo apóstolo Paulo em Romanos 5.3-4. 

Em quarto lugar, há uma grande diferença entre uma crença, que Pascal chamou de “o Deus dos filósofos”, e a fé no Deus vivo que se deu a conhecer. Os amigos de Jó reduziram as suas crenças em Deus numa simples categoria lógica e tentaram enquadrar Jó dentro dela. Esse entendimento, evidentemente, era distorcido e foi reduzido a uma mera lógica natural. Essa fé via o Senhor apenas como o “Shaddai”, o Todo-Poderoso, em vez de “Jeová”, o Deus do pacto. Isso serve de exemplo para apegarmo-nos àquilo que Deus diz, de fato, na sua Palavra em vez de dar crédito a uma lógica distorcida. Só se conhece a Deus naquilo que Ele quis que o conhecêssemos. Para o cristianismo, a revelação máxima de Deus completou-se em Jesus Cristo. 

Em quinto lugar, fica o exemplo da perseverança de Jó. Ele permaneceu firme e conscientemente convicto da sua inocência mesmo em meio à adversidade. A voz da consciência, educada como deve ser pelo Espírito de Deus (que, por suposto, estava presente quando o Senhor interrogava a Jó), não deve ser ignorada. Da mesma forma que não ajudamos quando ignoramos as necessidades do outro, também não nos ajudamos quando ignoramos a voz de nossa consciência.  

Em sexto lugar, a lei do “olho por olho e dente por dente”, que é centrada na culpa, deve ser entendida no contexto da lei do amor, tomando a graça como ponto de partida. Não há dúvida de que há lugar para um julgamento divino, visto habitarmos em um universo moral. Todavia, essa doutrina pode ser usada erroneamente e, em vez de restaurar o caído, acaba bloqueando o caminho da graça. No livro de Jó, observa-se que Deus ultrapassa a lei do “olho por olho e dente por dente” ao conceder a Jó o dom da sua doce presença. Da mesma maneira, a doutrina da graça transfere as questões de teodiceia da busca por causas passadas para a esperança de uma redenção futura. As questões de teodiceia de Jó permanecem sem resposta, porém são colocadas em um contexto mais amplo e mais pessoal, no qual não precisam mais ser formuladas.

Em sétimo lugar, o mais importante do livro de Jó não são os seus sermões ou a teologia apresentada, nem tampouco a crença ortodoxa, nem sequer o caráter reto de Jó. Ainda que tudo isso seja importante, é apenas o reflexo de algo muito maior: o caminhar em comunhão com Deus neste mundo e o poder desfrutar da sua presença. Isso é ilustrado pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12, quando, mesmo através do sofrimento, que lhe causava um espinho na carne, ele desfrutava de profunda comunhão com Deus. 

Em oitavo lugar, o livro de Jó transmite-nos uma mensagem de alento mesmo em meio ao maior e mais intenso sofrimento. Mesmo que não se saiba quando o sofrimento acabará, fica a mensagem que o Senhor transformará nossas feridas em louvor. Deus não prometeu neste mundo uma vida livre de sofrimento — “No mundo tereis aflições” (Jo 16.33) —, nem tampouco que conheceremos todos os segredos de Deus. Entretanto, Ele prometeu-nos a sua graça. Alguns experimentarão cura e restauração nesta vida, enquanto a recompensa de outros será nos novos céus e nova terra, onde não haverá mais dor, nem lágrimas, nem tampouco a morte (ver Ap 21.1-4). Todavia, há graça aqui e agora para todos nós!

Texto extraído da obra “A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: O Sofrimento e a Restauração de Jó”.

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Setor de Educação Cristã 

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Videoaula - pastor José Gonçalves

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