Lição 13, Quando DEUS Restaura o Justo

  


 
Revistas Lições Bíblicas Adultos, CPAD, 4° trimestre 2020
Tema: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó Comentarista: José Gonçalves.
Comentarista: José Gonçalves.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana - SP - Tel Esposa - 19-98448-2187
  
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Lição 13, Quando DEUS Restaura o Justo
Escrita - https://ebdnatv.blogspot.com/2020/12/escrita-licao-13-quando-deus-restaura-o.html
Slides - https://ebdnatv.blogspot.com/2020/12/slides-licao-13-quando-deus-restaura-o.html 
 
 
TEXTO ÁUREO
“E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.”  (Jó 42.10)
 
VERDADE PRÁTICA
A restauração do ser humano acontece em razão do amor e da misericórdia de DEUS, e não como consequência do esforço pessoal, piedade ou atos de bondade.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jó 42.2 DEUS tudo pode e seus planos serão plenamente executados
Terça - Jó 42.5 A beleza de uma experiência pessoal com DEUS
Quarta - Jó 42.7,8 A repreensão de DEUS aos amigos de Jó
Quinta - Jó 42.9 Os amigos de Jó obedecem a ordenança de DEUS
Sexta - Jó 42.10 DEUS restaura a sorte de Jó e lhe devolve tudo em dobro
Sábado - Jó 42.12 O último estado de Jó foi melhor que o primeiro
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jó 42.1-17
1 - Então, respondeu Jó ao SENHOR e disse: 2 - Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido. 3 - Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia. 4 - Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me. 5 - Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. 6 - Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.7 - Sucedeu, pois, que, acabando o SENHOR de dizer a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. 8 - Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó. 9 - Então, foram Elifaz, o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, e fizeram como o SENHOR lhes dissera; e o SENHOR aceitou a face de Jó.10 - E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. 11 - Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro 12 - E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas. 13 - Também teve sete filhos e três filhas. 14 - E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque. 15 - E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos. 16 - E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração. 17- Então, morreu Jó, velho e farto de dias.


Resumo da Lição 13, Quando DEUS Restaura o Justo
I – A HUMILHAÇÃO DE JÓ
1. O Jó humilhado.
2. Reverência e submissão.
3. Uma experiência viva com DEUS.
II – A INTERCESSÃO DE JÓ
1. A ira de DEUS.
2. O pecado dos amigos de Jó.
3. A oração de Jó.
III – A RESTAURAÇÃO DE JÓ
1. Restauração moral e espiritual.
2. Restauração social e material.
 
 
INTRODUÇÃO
DEUS se manifesta a Jó. DEUS fala com Jó. Jó reconehce seus erros e se arrepende e pede perdão. Ao orar por seus amigos Jó tem virado por DEUS seu cativeiro. O SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. 
Jó permaneceu fiel a DEUS e Satanás foi humilhado e derrotado. O Senhor, pela sua graça, amor e misericórdia restaurou Jó.
I – A HUMILHAÇÃO DE JÓ

1. O Jó humilhado.
Os capítulos 38, 39 e 40 revelam DEUS em sua onisciência, onipresença e onipotência e também sua sapiência em preservá-la. Com isso Jó reconheceu sua incapacidade de compreender a dinâmica da Criação e reconheceu que suas reclamações não tinham razão, já que DEUS esteve sempre presente com ele e cuidando dele. Jó percebeu que não tinha como fazer e cuidar de tudo como DEUS faz e ainda que nem mesmo poddia dominar uma criatura de DEUS. Jó humilhado reconehece DEUS presente em sua vida.
2. Reverência e submissão.
Jó reconhece o poderio de DEUS. “Bem sei eu que tudo podes” (Jó 42.2). Jó reconhece que nada é impossível a DEUS. Haveria coisa alguma difícil ao Senhor? ... Gênesis 18:14a Porque para Deus nada é impossível. Lucas 1:37
DEUS afirmou que Jó não tinha conheciento sobre Ele. “Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho?" Jó reconhece que falou do que não entendia "Por isso, falei do que não entendia” (Jó 42.3; cf. 38.2).
Jó está repetindo o que DEUS lhe havia falado no capítulo 38. Jó reconhece não haver injustiça alguma nas ações de DEUS. Ele admite que agiu com presunção, pois não conhecia os sábios propósitos divinos.
3. Uma experiência viva com DEUS.
DEUS aparece a Jó e fala com ele. Um encontro pessoal com DEUS pode mudar completamente um ser humano, veja o caso de Paulo - E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. Atos 9:5,6
Jó agora passa a ter uma posição de total submissão a DEUS, perdoa seus amigos e reconhece DEUS como santo, justo e poderoso.
Jó agora se dirige a DEUS como falando diretamente a DEUS, na presença de DEUS e não falando sobre DEUS..“Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos” (Jó 42.3). Jó agora é íntimo de DEUS. É mudança radical.Nada como uma experiência pessoal com DEUS. Adoração é intimidade. é diálogo - falamos e escutamos DEUS falar conosco.
II – A INTERCESSÃO DE JÓ
1. A ira de DEUS.
DEUS se ira com heresias. DEUS fala com Elifaz, o temanita: “A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó.” (Jó 42.7).
vemos que DEUS não se irou com Eliú, talvez devido a sua pouca idade e também porque le não falou coisas erradas sobre DEUS, somente sobre Jó.
os amigos de Jó associaram o seu sofrimento a algum pecado cometido por ele sem arrependimento do mesmo. Jó havia se humilhado dinate de DEUS e também não compreendia o que estava acontecendo, mas não seguiu a teologia de seus amigos, esperou em DEUS uma resposta. Talvez Jó sofria de orgulho (teologia do merecimento) e falta de bom senso (pensando que DEUS o queria matar e que estava distante). DEUS não lhe imputou pecado por isto devido a seu te´rível sofrimento e porque via sua fidelidade e paciência perseverarem, esperando por um redentor.
2. O pecado dos amigos de Jó.
Os amigos de Jó exaltaram a justiça de DEUS, mas limitaram seu poder soberano, presença, amor e misericórdia - sua graça. A teologia dos amigos de Jó entendia que todo sofrimento deveria ser uma consequência de um juízo divino como resposta a um pecado praticado e naõ arrependido. Na verdade DEUS se aproveita do sofrimento humano e consequente busca por DEUS nesta hora, ara se revelar ao homem. É uma manifestação de seu amor e graça e não uma forma de punição (Jó 1.8-12). Paulo corrobora esse princípio quando diz que nos foi concedida a graça de padecermos por CRISTO e não apenas de crermos nele (Fp 1.29). Os amigos de Jó pecaram por não reconhecerem o que acontecia a seu redor e perceberem que haviam muitos ímpios que viviam confortavelmente enquanto muitos justos sofriam no dia a dia. Pecaram por atribuir a DEUS o sofrimento humano, tais como perder os bens, filhos e ainda doenças os atingirem. DEUS é amor. De DEUS  só vem boas coisas, seus pensamentos são de paz e amor para conosco. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação. Tiago 1:17; Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Jeremias 29:11
DEUS escolhe a intercessão de Jó e a aceita pelos seus amigos (para ser perdoado precisa perdoar - "Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas". Mateus 6:15).
3. A oração de Jó.
DEUS dirige-se aos amigos de Jó e aconselha-os irem ao patriarca para que este interceda por eles (Jó 42.7,8).
Fica bem evidente que uma teologia errada conduz para uma crença igualmente equivocada. Também fica evidente que DEUS se ira com doutrinas erradas. Por isso mesmo temos insistido no afastamento dos crentes salvos, da doutrina calvinista que leva o crnete a blasfemar contra o ESPÍRITO SANTO e a se desviar totalemnte da doutrina bíblica da justificação pela Fé. Não adiantou aos amigos de Jó defenderem DEUS de forma enérgica quanto a sua soberania, pois erraram no principal, em sua presença, amor, misericórdia e poder de transformar caos em glória. Está claro que o sofrimento imposto por Stanás a Jó não veio como uma punição por algum pecado seu, mas DEUS usou tudo aquilo como provação para bênçãos bem maiores na vida de Jó. Conheceu pessoalmente a DEUS e recebeu em dobro o que dantes possuía. Glória a DEUS. Jó foi aprovado de novo pelo Criador, pois continuava íntegro e com seu caráter reto, conforme sua humilhação demonstrou.
III – A RESTAURAÇÃO DE JÓ
1. Restauração moral e espiritual.
A restauração de Jó acontece primeiramente nas dimensões moral e espiritual. Convém destacar que as bênçãos recebidas por ele devem ser vistas como uma restauração e não retribuição. Não há uma teologia da retribuição no Livro de Jó, onde o ímpio é sempre punido e o justo sempre recompensado. A mensagem de Jó é diametralmente oposta a esse princípio. A lição moral e espiritual do livro é que DEUS abençoa os homens porque os ama e não porque estão envolvidos numa troca de favores em que prevalece uma barganha espiritual.
2. Restauração social e material.
A restauração de Jó também aconteceu nas dimensões social e material (Jó 42.11). As calamidades que sobrevieram sobre ele, especialmente, suas feridas físicas e emocionais, o expulsaram do convívio social. Ele suportou sozinho o que pensavam ser um julgamento de DEUS. Mas agora todos veem a graça divina derramada de forma abundante sobre ele. Era, portanto, a hora de voltar ao convívio social e desfrutar de tudo o que o Senhor lhe deu, pois “o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).
A restauração que o Senhor JESUS faz na vida do ser humano leva em conta todas as dimensões da vida. Ele restaura a vida espiritual, moral, social, material, trazendo dignidade ao homem que teve, por meio da graça divina, a imagem de DEUS restaurada.
CONCLUSÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre. Aprendemos que nem sempre os ímpios são punidos e nem sempre os justos são recompensados. Mas DEUS julga os perversos e abençoa os justos, pois todos fazem parte de um universo governado por leis e princípios morais. Todavia, isso não é tudo. DEUS é soberano e pode atuar fora das linhas que habitualmente acreditamos que Ele opere. Assim, podemos aprender que DEUS não nos prova porque deseja nos punir, mas porque nos ama. Ele deseja demonstrar ao seu adversário, o Diabo, que os homens podem servi-lo sinceramente, sem uma relação de troca. Jó provou que o Diabo estava errado e que DEUS esteve sempre certo.
 
 
 
LIÇÕES ANTIGAS SOBRE O ASSUNTO
 
Comentários Pr Henrique
Lição 13- Com DEUS Sempre Haverá Um Final Feliz = 30/03/2003
 
Texto Áureo:
“E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).
O SENHOR ACRESCENTOU A JÓ OUTRO TANTO EM DOBRO A TUDO QUANTO DANTES POSSUÍA. A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de DEUS para todos os crentes fiéis. (1) Cumpriu-se o propósito divino restaurador, concernente ao sofrimento de Jó. DEUS permitira que Jó sofresse, por motivos que ele não compreendia. DEUS nunca permite que o crente sofra sem um propósito espiritual, embora talvez ele não compreenda por que. Nesses casos o crente deve confiar em DEUS, sabendo que Ele, na sua perfeita justiça, fará o que é sempre melhor para nós e para seu reino. (2) Jó reconciliou-se com DEUS, passando a ter uma vida abundantemente abençoada. Isto revela que por maiores que forem as aflições ou dores que os fiéis tenham que passar, DEUS, no momento certo, estenderá a mão para ajudar os que perseverarem, concedendo-lhes cura e restauração totais. "Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso" (Tg 5.11). (3) Todos que permanecerem fiéis a DEUS, nas provações e aflições desta vida, chegarão por fim àquele estado de delícia e bem-aventurança na presença de DEUS, por toda a eternidade (ver 2 Tm 4.7,8; 1 Pe 5.10; Ap 21; 22.1-5).
Verdade Prática:
DEUS não se limita a provar o justo. Restaurando-o, Ele o conduz à perfeição espiritual. 
A provação é como um teste para condecoração de um soldado no exército de DEUS; quanto mais batalhas, mais vitórias e conseqüentemente maior grau de conhecimento de DEUS e de gozo no ESPÍRITO SANTO, através da união com CRISTO. 

Leitura Diária:
Segunda Sl 34.19 O Senhor nos livra das aflições
Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas.
MUITAS SÃO AS AFLIÇÕES DO JUSTO. No AT DEUS promete bênçãos e prosperidade a quem obedece à sua Lei. Mesmo assim, de par com esta promessa está a realidade que Muitas são as aflições do justo (ver Hb 11.33-38; 12.5-10). (1) Crer em DEUS e viver em retidão não nos isenta de problemas e sofrimentos nesta vida. Pelo contrário, a dedicação a DEUS amiúde nos traz provações e sofrimentos (ver Mt 5.10). Está dito da parte de DEUS que por muitas tribulações devemos entrar no seu Reino (At 14.22; cf. 1 Co 15.19; 2 Tm 3.12). O sofrimento dos justos é atenuado pela revelação que o Senhor quer nos livrar de toda as nossas aflições. Uma vez cumprido o seu propósito ao permitir a aflição, Ele passa a nos livrar dela, ou pela intervenção sobrenatural direta nesta vida (cf. Hb 11.33-35) ou pela morte triunfante e o ingresso na vida futura (cf. Hb 11.35-37)


Terça Jo 16.33 O Senhor nos dá bom ânimo nas aflições
Tenho-vos dito isso, para que nem mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.
Por que somos mais do que vencedores? Porque se CRISTO venceu a morte, o inferno e Satanás; então todos aqueles que estão em CRISTO são mais do que vencedores, pois, temos que vencer um inimigo que já foi vencido pelo nosso Senhor e Mestre, JESUS CRISTO, nosso salvador.

Quarta 2 Co 1.5 O Senhor nos consola nas aflições
Porque, como as aflições de CRISTO são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de CRISTO.
AFLIÇÕES... CONSOLAÇÃO. Do começo ao fim desta epístola, Paulo ressalta que a vida cristã envolve sofrimento (que deve ser considerado como uma participação ou comunhão com CRISTO no sofrimento) e a consolação de CRISTO. Nesta era, portanto, CRISTO sofre com seu povo e em favor do seu povo, devido à tragédia do pecado no mundo (cf. Mt 25.42-45; Rm 8.22-26). Nosso sofrimento não é primeiramente motivado por desobediência, mas constantemente causado por Satanás, pelo mundo e pelos falsos crentes, à medida que participamos da causa de CRISTO.

Quinta Cl 1.24 O Senhor nos faz regozijar nas aflições 
Regozijo-me, agora, no que padeço por vós e na minha carne cumpro o resto das aflições de CRISTO, pelo seu corpo, que é a igreja;
NO QUE PADEÇO POR VÓS. Paulo retrata CRISTO ainda sofrendo, não em prol da nossa redenção, mas na comunhão com o seu povo, enquanto este evangeliza os perdidos (cf. At 9.4). Paulo se regozija porque lhe é permitido participar dos sofrimentos de CRISTO (Fp 1.29; 3.10; cf. 2 Co 1.4,5; 4.7; 11.23).

Sexta 2 Tm 2.3 O Senhor nos faz suportar as aflições
Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de JESUS CRISTO.
SOFRE... AFLIÇÕES. O ministro do evangelho que permanecer leal a CRISTO e ao evangelho, será conclamado a suportar adversidades (cf. 1.8; 2.9; 2 Co 11.23-29). Como o soldado, o crente precisa estar disposto a enfrentar dificuldades e sofrimentos, e a lutar espiritualmente com total dedicação ao seu Senhor (Ef 6.10-18). Como faz o atleta, o crente precisa estar disposto à renúncia, e a viver uma vida cristã de rígida disciplina (v. 5). Como o agricultor, deve assumir o compromisso de trabalhar arduamente, e isso em horários prolongados (v. 6).

Sábado 1 Pe 4.13 Alegrando-nos nas aflições
mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de CRISTO, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.
ALEGRAI-VOS... DE SERDES PARTICIPANTES DAS AFLIÇÕES DE CRISTO. É um princípio do reino de DEUS que o sofrimento pela causa de CRISTO faz aumentar a medida da alegria que o crente desfruta no Senhor (ver Mt 5.10-12; At 5.41; 16.25; Rm 5.3; Cl 1.24; Hb 10.34). Daí, não se deve invejar os que sofrem pouco ou nada pelo Senhor.
 
Leitura Bíblica em Classe: JÓ 42.10-17
10E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.11Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro.12E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze 
mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.13Também teve sete filhos e três filhas.14E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque.15E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos.16E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração.17Então, morreu Jó, velho e farto de dias.
O SENHOR ACRESCENTOU A JÓ OUTRO TANTO EM DOBRO A TUDO QUANTO DANTES POSSUÍA. A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de DEUS para todos os crentes fiéis. (1) Cumpriu-se o propósito divino restaurador, concernente ao sofrimento de Jó. DEUS permitira que Jó sofresse, por motivos que ele não compreendia. DEUS nunca permite que o crente sofra sem um propósito espiritual, embora talvez ele não compreenda por que. Nesses casos o crente deve confiar em DEUS, sabendo que Ele, na sua perfeita justiça, fará o que é sempre melhor 
para nós e para seu reino. (2) Jó reconciliou-se com DEUS, passando a ter uma vida abundantemente abençoada. Isto revela que por maiores que forem as aflições ou dores que os fiéis tenham que passar, DEUS, no momento certo, estenderá a mão para ajudar os que perseverarem, concedendo-lhes cura e restauração totais. "Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso" (Tg 5.11). 
(3) Todos que permanecerem fiéis a DEUS, nas provações e aflições desta vida, chegarão por fim àquele estado de delícia e bem-aventurança na presença de DEUS, por toda a eternidade (ver 2 Tm 4.7,8; 1 Pe 5.10; Ap 21; 22.1-5

Objetivos - Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:

1- Identificar as esferas em que Jó foi restaurado.
Restauração espiritual.  Restauração material. Restauração social de Jó. Restauração doméstica de Jó. 
Restauração histórica de Jó. 
2- Descrever de que forma Jó recebeu novamente riqueza. 
Através do povo usado por DEUS.
Comentários:
INTRODUÇÃO
Afirmou um inditoso crítico literário, certa vez, que dois são os defeitos do Livro de Jó. O primeiro é que o antagonista da história – Satanás – sai de cena ainda no prólogo. E o segundo é que, diferentemente dos dramas gregos, romanos e ingleses, a história de Jó tem um final feliz. Não obstante, acrescenta o crítico, o Livro de Jó é o mais belo poema de todos os tempos.
I. A PROFUNDA HUMILHAÇÃO DE JÓ
Com profunda e singular humilhação, o melhor dos homens daquela época, ouviu dois pronunciamentos que, judiciosamente, apontaram-lhe as falhas:.
1. A confissão de Jó. O reconhecimento de seu erro de julgamento e de visão espiritual trouxe-lhe a restauração, pois, é humilhando-se que se recebe exaltação por parte de DEUS.
2. Ouvindo e vendo a DEUS. A sensível e quase inaudível voz de DEUS só pode ser ouvida nas horas de profunda humilhação e total entrega de todo o ser a DEUS e à sua vontade. Jó agora pode se levantar como gigante perante seu inimigo e dizer: SOU MAIS DO QUE VENCEDOR POR AQUELE QUE ME AMOU.
II. INTERCESSÃO E RESTAURAÇÃO
O Senhor dirige-se, neste momento, aos três amigos de Jó, e gravemente os repreende:

1. O sacerdócio de Jó. 
Sacerdote quer dizer oferecer sacrifícios em favor de alguém; aquele realmente era um sacrifício de lábios que reconheciam o poder e a autoridade de DEUS e ao mesmo tempo admitia o perdão aos amigos que tanto o ofenderam, sacerdócio implica em amor de DEUS, amor perdoador.
2. A restauração na intercessão. 
Quando Jó obedeceu a DEUS e conseguiu perdoar seus amigos, orando por eles, seus coração estava pronto para receber a restauração de DEUS, pois, é perdoando que se é perdoado, é amando que se é amado, é intercedendo pelos outros que somos lembrados nas orações de todos.
III. A RESTAURAÇÃO DE JÓ
Eis que o Senhor põe-se a virar o cativeiro de Jó; restaura-o integralmente. Se tudo ele perdera por completo, e de uma só vez, de forma duplicada o Senhor lhe retribui.
1. Restauração espiritual. Ver a DEUS não significa ver o corpo material de DEUS e sim ter visão acertada sobre DEUS, pois nenhum homem viu DEUS no sentido literal. Jó agora sabia em quem tinha crido. Era reconhecer DEUS em seus caminhos e senti-lo agindo a seu favor.
2. Restauração material. Seus bens materiais foram restituídos, não como um passe de mágica, mas o povo restituiu seus bens ofertando-lhe, cada um com o que possuía a mais, DEUS tocou no povo para que o povo fosse instrumento de DEUS na bênção de Jó.
3. Restauração social de Jó. Os amigos agora compreendiam que Jó era homem justo e íntegro e que se desviava do mal, também seus três amigos receberam a oração restauradora de DEUS através do próprio Jó.
4. Restauração doméstica de Jó. Se a Bíblia não revela outra esposa para Jó, então podemos concluir que sua esposa tenha sido renovada tanto corporalmente como espiritualmente para que o amor físico e sentimental lhe aflorasse novamente por seu esposo Jó e assim lhe concedesse mais 10 filhos, sendo que entre esses havia tres filhas que se tornariam as mais belas donzelas de toda aquela região.
5. Restauração histórica de Jó. Aquele que acabaria seus dias na derrota material, espiritual, sentimental e corporal, agora é novamente reconhecido nas ruas, praças e cidades como o homem justo, digno de respeito e admiração por parte de todos os homens, pois ali estava um homem paciente, um homem que passou pelas mais duras provas que um ser humano podia passar, mas perseverou na fé e na confiança de que seu redentor por fim se levantaria e sua vitória foi devido a isso mesmo.
CONCLUSÃO
É a derrota final de Satanás na vida de Jó. Irmãos como vai sua luta? DEUS nos revela através desse maravilhoso estudo trimestral que por mais árduas provas que passarmos ELE não nos abandonará, não nos desamparará. Vamos aprender com o justo e temente Jó a sermos pacientes na tribulação para alcançarmos a vida eterna em CRISTO JESUS, nosso Senhor.
Lições CPAD Jovens e Adultos LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - JOVENS E ADULTOS
 
1º Trimestre de 2003 - Título: O sofrimento dos justos e o seu propósito - Comentarista: Claudionor de Andrade
 Lição 13: Com DEUS, sempre haverá um final feliz - Data: 30 de Março de 2003
 
TEXTO ÁUREO
“E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).
 
VERDADE PRÁTICA
DEUS não se limita a provar o justo. Restaurando-o, Ele o conduz à perfeição espiritual.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Sl 34.19 O Senhor nos livra das aflições
Terça — Jo 16.33 O Senhor nos dá bom ânimo nas aflições
 Quarta — 2Co 1.5 O Senhor nos consola nas aflições
Quinta — Cl 1.24 O Senhor nos faz regozijar nas aflições
Sexta — 2Tm 2.3 O Senhor nos faz suportar as aflições
Sábado — 1Pe 4.13 Alegrando-nos nas aflições
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jó 42.10-17.
10 — E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. 11 — Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro. 12 — E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas. 13 — Também teve sete filhos e três filhas. 14 — E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque. 15 — E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos. 16 — E, depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração. 17 — Então, morreu Jó, velho e farto de dias.
 
PONTO DE CONTATO
Com base no verso dez do capítulo 42, conversar com os alunos sobre o valor da intercessão. Intercessor é aquele que intervém a favor de outro. Faça-os lembrar que DEUS está pronto a ouvir a oração do crente como diz a Bíblia em Tiago 5.16, “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Além disso, nós somos responsáveis por nosso próximo perante DEUS e, se não fizermos nossa parte, Ele nos cobrará tal como fez com Caim ao indagar: “Onde está o teu irmão?”. Deixe bem claro que JESUS é o único intercessor capaz de conduzir o homem a DEUS e é por causa de seu sacrifício na cruz que DEUS nos atende.
 
OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Identificar as esferas em que Jó foi restaurado.
Descrever de que forma Jó recebeu novamente riqueza.
 
SÍNTESE TEXTUAL
Há quem afirme ser o livro de Jó um poema. Para nós, cristãos, Jó é parte do Livro-texto, a Bíblia Sagrada, que governa nossa conduta diária como regra de fé e prática. Neste livro particularmente, podemos observar o sofrimento e restauração do servo de DEUS. Vemos, também, a confirmação do que nos diz a Palavra em outra passagem: “Mas DEUS não nos deixará tentar além do que podemos suportar; antes, com a tentação, dará também o escape”. Não devemos, diante da prova, dar ouvidos às vozes do mundo, mas, confiar inteiramente na graça provedora do Senhor e, ao fim, exclamar como Jó no capítulo 19.25, “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra”.
 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Como tornar as aulas expositivas interessantes? Nem sempre o professor tem a oportunidade de variar os métodos de ensino. Há falta de recursos em todos os sentidos: em relação ao espaço físico, à falta de materiais didáticos e até de tempo suficiente para desenvolver a aula de forma dinâmica. Portanto, em algumas situações a aula expositiva deve ser estimulada.
A aula expositiva, se for ministrada por um professor que saiba falar de forma interessante, pode estimular a imaginação e o pensamento dos alunos.
O professor deve se expressar de modo criativo, sem dar voltas no assunto, ser aberto a perguntas e à participação dos alunos em sala de aula. Deve usar casos práticos e histórias que levem seus estudantes a analisarem hipóteses e tirar conclusões. De vez em quando deixe de dar alguma resposta a fim de que seus alunos sejam estimulados a refletir e pesquisar sobre a pergunta.
Também é muito importante saber quando parar para que os alunos não se cansem da aula. Utilize nas paradas exercícios variados relacionados à lição.
 
 
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Afirmou um inditoso crítico literário, certa vez, que dois são os defeitos do Livro de Jó. O primeiro é que o antagonista da história — Satanás — sai de cena ainda no prólogo. E o segundo é que, diferentemente dos dramas gregos, romanos e ingleses, a história de Jó tem um final feliz. Não obstante, acrescenta o crítico, o Livro de Jó é o mais belo poema de todos os tempos.
O que os críticos seculares classificam de defeito, nós chamamos de perfeição. Pois, de uma forma magistral, o autor sagrado pôde conduzir o drama de Jó sem a presença do adversário. E se ele o concluiu com final feliz, é porque se manteve com absoluta fidelidade aos fatos. Se os gregos, romanos e ingleses não se afeitam aos finais felizes, os que servimos a DEUS sabemos que, apesar das intempéries, sempre haverá um final surpreendentemente feliz àqueles que confiam nas promessas do Pai Celeste.
I. A PROFUNDA HUMILHAÇÃO DE JÓ
 Com profunda e singular humilhação, o melhor dos homens daquela época, ouviu dois pronunciamentos que, judiciosamente, apontaram-lhe as falhas: o discurso de Eliú e o monólogo do Todo-Poderoso. Jó, em momento algum, se exaspera. Agora tem ele certeza de estar sendo provado; na economia divina sempre é possível melhorar o que já é perfeito (Dt 18.13; Pv 4.18; Mt 5.48; Ef 4.13).
1. A confissão de Jó. O que resta, agora, ao patriarca? Não obstante ser tido como um dos três homens mais perfeitos de todos os tempos, confessa Jó a sua falta, e reconhece a sua pequenez diante da imensidade de DEUS: “Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.6). Ver Ezequiel 14.20.
Que diria você ao ouvir tal confissão de um homem cuja integridade era reconhecida e avalizada até pelo próprio Senhor? Sim, era Jó um homem perfeito. Mas, diante de DEUS, quão imperfeitas são as nossas perfeições. Diante daquele que é infinito em suas perfeições, o perfeito sempre poderá se aperfeiçoar; o bom sempre poderá melhorar (Fp 3.12; Cl 1.28). Jó o sabia muito bem.
2. Ouvindo e vendo a DEUS. Jó teve de se calar para compreender a natureza de seu sofrimento; e, perfeitamente, compreendeu-a. Infelizmente, muitos não logram o mesmo entendimento, pois ainda não aprenderam a ouvir a DEUS (Hb 3.7,8). Oram, mas não lhe ouvem a resposta (Is 42.20). Com os seus murmúrios, acabam por encobrir a voz de DEUS (Sl 106.25).
Primeiro, ouviu Jó a voz de DEUS; depois, seus olhos passaram a vê-lo (Jó 42.6). Até este momento, a fé que o patriarca professava em DEUS, conquanto sublime e singularíssima, era apenas intelectual. Mas, agora, que os seus olhos veem o Todo-Poderoso, começa a ter um conhecimento experimental do Senhor.
Como é a sua fé? Intelectual? Ou experimental? O Senhor deseja que você o conheça integralmente (Os 6.1-3).
II. INTERCESSÃO E RESTAURAÇÃO
O Senhor dirige-se, neste momento, aos três amigos de Jó, e gravemente os repreende:
“A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete bezerros e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura; porque vós não falastes de mim o que era reto como o meu servo Jó” (42.7,8).
Desta advertência de DEUS, podemos ver alguns fatos bastante interessantes quanto à atuação de Jó. Em primeiro lugar, teria ele de agir como sacerdote.
1. O sacerdócio de Jó. Mesmo em frangalhos, e mesmo não passando de ruínas, deveria Jó, naquele momento, atuar como sacerdote daqueles que muito o feriram com suas palavras. Que incrível semelhança com o Senhor JESUS CRISTO! Nosso Salvador, embora tenha sido retratado pelo profeta como alguém desprovido de parecer e formosura, intercedeu por nós pecadores (Is 53.2,3,12). Se este retrato que o profeta revela do Senhor parece forte, o que diremos da pintura que do mesmo Salvador faz Davi: “Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo” (Sl 22.6)?
No auge da angústia, Jó fez-se mui semelhante ao Senhor JESUS. Mas quão distante achava-se ele da glória exterior do sacerdócio araônico! Caber-lhe-ia, pois, orar por seus amigos, e por eles oferecer os sacrifícios prescritos pelo Senhor.
Tem você orado por seus amigos? Tem jejuado por eles? Mesmos se estes o ferirem, não deixe de apresentá-los diante do Senhor, a fim de que sejam salvos.
2. A restauração na intercessão. Muitos crentes não são restaurados, porque, embora orem muito por si mesmos, não intercedem diante de DEUS pelos outros. Tinha Jó um amor tão altruísta e de tal forma sacrificial que, ao invés de orar por si, pôs-se a clamar em favor de seus amigos. “E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10).
Mesmo em dificuldades, e ainda que no mais ardente crisol, ore por seus parentes, amigos e por quantos o cercam. Pois o seu cativeiro começará a ser virado exatamente neste momento. Não podemos subestimar a força da oração intercessória. Enquanto você ora por seus amigos, haverá milhares de irmãos intercedendo por você.
III. A RESTAURAÇÃO DE JÓ
Eis que o Senhor põe-se a virar o cativeiro de Jó; restaura-o integralmente. Se tudo ele perdera por completo, e de uma só vez, de forma duplicada o Senhor lhe retribui.
1. Restauração espiritual. Jó se humilha, reconhece a sua pequenez, e mostra haver experimentado um grande conhecimento espiritual: “Então, respondeu Jó ao SENHOR e disse: Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos (planos) pode ser impedido. Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso, falei do que não entendia; coisas que para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu ensina-me. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. Por isso, me abomino de me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.1-6).
2. Restauração material. O Senhor acrescentou duplicadamente a Jó em relação a tudo quanto dantes possuía (Jó 42.10).
3. Restauração social de Jó. Os que desprezaram a Jó, estando este na angústia, agora presenteiam-no como se fora ele um príncipe: “Então, vieram a ele todos os seus irmãos e todas as suas irmãs e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e cada um, um pendente de ouro” (Jó 42.11).
4. Restauração doméstica de Jó. Embora a Bíblia não o revele, a esposa de Jó veio, evidentemente, a se converter ao Senhor, fazendo-se partícipe de toda a ventura do esposo. Eis os filhos que ela lhe deu à luz: “Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira, Jemima, e o nome da outra, Quezia, e o nome da terceira, Quéren-Hapuque” (Jó 42.13,14). Informa o autor sagrado terem sido estas filhas de Jó as mulheres mais formosas de toda a terra.
5. Restauração histórica de Jó. O homem que fora tão caluniado por Satanás, tão incompreendido pela esposa e tão acusado pelos amigos, entra agora para uma exclusivíssima galeria; é posto entre os três mais piedosos homens de todos os tempos: “Ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça” (Ez 14.20). Pode haver maior honra do que esta?
CONCLUSÃO
 Conforte-se na história de Jó! Se as suas angústias são grandes, maiores ser-lhe-ão as consolações. De toda essa provação, sairá alguém bem melhor. Sua história também terá um final feliz.
Querido irmão, não nos esqueça em suas orações: “Orando também juntamente por nós, para que DEUS nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de CRISTO” (Cl 4.3).
A DEUS toda a glória! Aleluia!
 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
 Subsídio Teológico
 “O Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de DEUS para todos os crentes fiéis. (1) Cumpriu-se o propósito divino restaurador, concernente ao sofrimento de Jó. DEUS permitira que Jó sofresse, por motivos que ele não compreendia. DEUS nunca permite que o crente sofra sem um propósito espiritual, embora talvez ele não compreenda por quê. Nesses casos o crente deve confiar em DEUS, sabendo que Ele, na sua perfeita justiça, fará sempre o que é melhor para nós e para seu reino. (2) Jó reconciliou-se com DEUS, passando a ter uma vida abundantemente abençoada. Isto revela que por maiores que sejam as aflições ou dores que os fiéis tenham que passar, DEUS, no momento certo, estenderá a mão para ajudar os que perseverarem, concedendo-lhes cura e restauração totais. (3) Todos os que permanecerem fiéis a DEUS, nas provações e aflições desta vida, chegarão por fim àquele estado de refrigério e bem-aventurança na presença de DEUS, por toda a eternidade.” (Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p.811).
 
GLOSSÁRIO
 Altruísta: Pessoa que considera como fim da conduta humana o interesse do próximo.
Exasperar: Irritar-se, tornar-se áspero.
Frangalho: Coisa imprestável; pessoa desprezível.
Intempéries: Rigor de variação das condições atmosféricas.
Inditoso: Aquele que é infeliz, mal-aventurado.
Magistral: Perfeito, completo, exemplar.
Opróbrio: Afronta infamante, desonra.
Holocausto: Sacrifício levítico que consistia na queima completa da vítima sobre o altar.
Sacerdócio araônico: Divina investidura conferida a Arão e a seus filhos com o objetivo de: interceder por Israel diante de DEUS; presidir o ministério levítico; e, entrar no SANTO dos Santos, uma vez por ano, para fazer a expiação pelos pecados do povo. (Êx 28; Hb 5.4).
 
 
Questionário de Pr. Henrique 
Texto Áureo:
1- Quando é que DEUS virou o cativeiro de Jó?
(     ) Quando Chorava     (     ) Quando orava por seus amigos     (     ) Quando discutia com seus amigos
2- Quanto DEUS acrescentou a Jó em tudo quanto dantes possuía?
(     ) Deu-lhe o mesmo que possuía antes     (      ) O dobro     (     ) O triplo
Verdade Prática
3- Depois de provar o justo, a que DEUS o conduz?
(     ) À Perfeição Espiritual     (     ) À Imaturidade Espiritual     (     ) À afeição Espiritual
Introdução
4- Quais os dois grandes defeitos do livro de Jó segundo certo crítico literário?
(     ) É longo e  Poético     (     ) Satanás sai de cena em seu início e Jó tem um final feliz     (     ) Satanás vence e Jó perde
5- Qual o final da história de todos os que confiam nas promessas do Pai Celeste?
(     ) Final surpreendentemente feliz     (     ) Final de provações e tribulações     (     ) Final sem amigos e sem família
Tópico I - A Profunda Humilhação de Jó:
6- De quem Jó ouviu pronunciamentos judiciosos apontando-lhe suas falhas?
(     ) De Abraão e de Eliú     (     ) De DEUS e de Elifaz     (     ) De DEUS e de Eliú
7- O que sempre é possível melhorar na economia divina?
(     ) O que é perfeito     (      ) O que é imperfeito     (      ) O que é incorrigível
8- O que confessa ser ele próprio, um dos tres homens mais perfeitos do universo?
(     ) Um deus     (     ) Um extra-terrestre     (     ) Perfeito     (     ) Pequenez diante de DEUS e seus arrependimento
9- Como são nossas perfeições diante de DEUS?
(     ) Tesouros de sabedoria     (     ) Imperfeitas      (     ) Gloriosas
10- Para compreender a natureza de seu sofrimento o que Jó teve que fazer?
(     ) Reclamar     (     ) Se calar     (     ) Falar muito     (     ) Discutir com DEUS
11- Pelo que, muitas vezes, a voz de DEUS é encoberta aos nossos ouvidos?
(     ) Pelos nossos louvores     (     ) Pelos nossos Murmúrios     (     ) Pelos nossos gemidos
12- Depois que Jó se calou e ouviu a Voz de DEUS, o que aconteceu?
(      ) Passou a ter medo de DEUS     (     ) Passou a se esconder de DEUS      (     ) Passou a ver DEUS
13- Até agora o conhecimento de Jó era apenas intelectual, mas depois de ouvi-lo e vê-Lo, como se tornou seu conhecimento?
(     ) Experimental      (      ) Expressivo     (      ) Existencial      (      ) Exclusivo
14- Como DEUS quer que o conheçamos?
(      ) Integralmente     (      ) Irracionalmente     (      ) Intelectualmente      (      ) Socialmente
Tópico II - Intercessão e Restauração:
15- A ira de DEUS se acendeu contra quem?
(     ) Elifaz, Bildade e Eliú     (      ) Jó e seus três amigos     (     ) Jó e seus quatro amigos     (    ) Elifaz, Bildade e Zofar
16- De quem DEUS ouviria a oração intercessória para que não destruísse aqueles que DELE não falaram o que era reto?
(     ) De Moisés     (     ) De Eliú     (      ) De Jó      (      ) Dos Anjos
17- Quem prefigura Jó, que em situação de doença e fraqueza ora por seus acusadores?
(      ) José do Egito     (     ) Isaque      (     ) Isaías     (      ) JESUS
18- Complete de acordo com a profecia de Davi a respeito do Messias, no Salmo 22.6:
"Mas eu sou _____________, e não _________________, opróbrio dos homens e desprezado do _____________."
19- Nossas orações intercessórias a favor de nossos amigos e também em favor de nossos inimigos têem muito valor diante de DEUS, portanto responda à embaraçosa pergunta a seguir, sem engano algum:
Você está orando pelos outros e em favor de seus amigos e inimigos?
(     ) Sim     (      ) Não     (     ) De vez em quando     (     ) Uma vez na vida, outra na morte     (     ) Tenho sido negligente
20- Por que muitos crentes não têem sido restaurados?
(      ) Porque se esquecem de orar pelos outros     (       ) Porque ninguém ora por eles     (      ) Porque não chora quando ora
21- O que acontecerá quando nós nos dispusermos a orar pelos outros?
(      ) Ninguém se lembrará de nós     (     ) Milhares de irmãos orarão por nós     (     ) Seremos deixados só com nossos problemas
Tópico III - A Restauração de Jó:
22- Em sua restauração espiritual, Jó reconhece que falou muitas coisas que:
(     ) Compreendia muito bem     (     ) Não compreendia     (     ) Não queria compreender
23- Em sua restauração social, quem ofertou a Jó consolo e presentes?
(     ) Os príncipes dos países vizinhos     (     ) Os seus inimigos     (     ) Parentes e amigos
24- Em sua restauração doméstica, Jó teve 10 filhos e entre eles três lindas filhas, cite seus nomes:
(     ) Jemima, Quezia e Quéren-Hapuque     (     ) Jamilina, Quezia e Quéren-Hapuque     (     ) Jemima, Quezia e Karen
25- Em sua restauração histórica, em que posição DEUS coloca Jó?
(     ) Em ultimo lugar     (     ) Entre os quatro homens mais piedosos     (     ) Entre os três homens mais piedosos
26- De quais maneiras Jó foi restaurado? Coloque "V" para Verdadeiro e "F" para Falso:
(     ) Restauração Espiritual     (     ) Restauração Marital     (     ) Restauração Material     
(     ) Restauração De terras     (     ) Restauração Social      (     ) Restauração histórica
(     ) Restauração da fidelidade     (     ) Restauração da confiança em DEUS     (     ) Restauração Doméstica
Conclusão:
27- Complete:
Devemos nos confortar na história de Jó, pois, se as angústias são ____________________, maiores serão serão nossas __________________.
 
AGRADEÇO A TODOS QUE ESTIVERAM CONOSCO NESSE TRIMESTRE, ORANDO POR NOSSO MINISTÉRIO QUE DEUS NOS CONFIOU. QUE DEUS ABENÇOE A TODOS EM NOME DE JESUS CRISTO, SEU FILHO AMADO E QUE O ESPÍRITO SANTO ESTEJA REVELANDO A TODOS OS INSONDÁVEIS MISTÉRIOS DE DEUS. 
SOMENTE DEUS, ATRAVES DE NOSSO QUERIDO AMIGO E COMPANHEIRO , O ESPÍRITO SANTO, PODE TRAZER A NÓS SABEDORIA PARA QUE PROSSIGAMOS NESSA JORNADA RUMO AO AUTOR E CONSUMADOR DE NOSSA FÉ: JESUS CRISTO, NOSSO SENHOR
 
Fontes consultadas e alguns comentários inseridos:
1- CD Da CPAD, Revista e Bíblia BEP, Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
2- Livro Jó - Claudionor De Andrade - CPAD - www.cpad.com.br 
3- Introdução e Comentários de Francis I.Andersen - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - S.Paulo - SP
2º Impressão 05/1996  -  http://www.vidanova.com.br/ 
 

COMENTÁRIOS EXTRAS DE LIVROS
A confissão Humilde de Jó - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Jó 42. 1-6
As palavras de Jó se justificando estavam terminadas, Jó 31.40. Depois disso ele não disse mais nada neste sentido. As palavras de Jó julgando e condenando a si mesmo começaram, Jó 40.4,5. Aqui ele continua com palavras no mesmo sentido. Embora a sua paciência não tenha tido a sua operação perfeita, o seu arrependimento pela sua impaciência teve. Ele está aqui totalmente humilhado pela sua loucura e palavras impensadas, e isso lhe foi perdoado. Os homens bons verão e reconhecerão finalmente as suas falhas, embora seja difícil levá-los a fazer isto. Então, quando DEUS havia dito a ele tudo a respeito da sua própria grandeza e poder manifestados nas criaturas, Jó respondeu ao Senhor (v. 1), não por meio de contradição (ele tinha prometido que não responderia mais, Jó 40.5), mas por meio da submissão; e assim todos nós devemos responder os chamados de DEUS.
I
Ele concorda com a verdade do poder ilimitado de DEUS, seu conhecimento e seu domínio, para provar qual era o alcance das palavras de DEUS do meio do vento forte, v. 2. As paixões e as práticas corruptas surgem ou de alguns princípios corruptos ou da negligência e descrédito dos princípios da verdade; portanto, o verdadeiro arrependimento começa no reconhecimento da verdade, 2 Timóteo 2.25. Jó aqui reconhece o seu juízo convencido da grandeza, glória e perfeição de DEUS, e disto se seguiria a convicção da sua consciência a respeito da sua própria loucura ao se dirigir a Ele de forma irreverente. 1. Ele reconhece que DEUS pode fazer todas as coisas. O que pode ser demasiado difícil para aquele que fez o beemote e o leviatã, e que controla a ambos como bem quer? Ele sabia disso antes, e havia falado muito bem sobre o assunto, mas agora soube disso na prática. DEUS havia falado uma vez, e então ele ouviu duas vezes, que o poder pertence a DEUS; portanto, é a maior loucura e presunção imaginável contender com Ele. “Tu podes fazer todas as coisas; portanto, podes me levantar desta condição baixa, algo de que eu com tanta freqüência insensatamente perdi as esperanças, considerando-a impossível: Mas agora creio que és capaz de fazer isto.” 2. Não há pensamento que possa ser ocultado dele, isto é: (1) Não é possível impedir que Ele conheça todos os nossos pensamentos; Ele conhece todos. Nenhum pensamento impaciente, contrariado e incrédulo está em nossas mentes em qualquer tempo, sem que DEUS seja uma testemunha dele. É em vão competir com Ele; não podemos esconder dele os nossos conselhos e projetos, e, se Ele é capaz de descobri-los, também é capaz de derrotá-los. (2) Não é possível impedir a execução de nenhum pensamento dele. Tudo o que o Senhor quis, Ele fez. Jó havia dito isto com toda a sua paixão, em meio a uma queixa (Jó 23.13): O que a sua alma quer, isso fará. Agora ele diz, com prazer e satisfação, que os conselhos de DEUS permanecerão. Se os pensamentos de DEUS a nosso respeito forem bons, para nos dar um fim esperado, Ele não poderá ser impedido de realizar os seus propósitos misericordiosos, a despeito de quaisquer dificuldades que possam parecer ficar no caminho.
II
Ele reconhece ser culpado daquilo que DEUS o havia acusado no início de suas palavras, v. 3. “Senhor, a primeira palavra que disseste foi, Quem é aquele que sem conhecimento encobre o conselho? Não há mais necessidade; esta palavra me convenceu. Eu reconheço que sou o homem que foi muito louco. Esta palavra atingiu a minha consciência, e colocou o meu pecado em ordem diante de mim. É algo muito simples para ser negado, e muito ruim para ser desculpado. Eu encobri o conselho sem conhecimento. Equivocadamente ignorei os conselhos e os propósitos de DEUS ao me afligir; portanto, discuti com DEUS, e insisti muito na minha própria justificação: Por isso, falei do que não entendia,” isto é, “Expressei um juízo sobre as dispensações da Providência, embora eu desconhecesse totalmente as suas razões.” Aqui: 1. Ele reconhece ser ignorante sobre os conselhos divinos; e assim somos todos nós. Os juízos de DEUS são um grande abismo que não podemos esquadrinhar, muito menos descobrir as suas fontes. Nós vemos o que DEUS faz, mas não sabemos por que o faz, o que Ele visa, nem o que Ele conseguirá com isso. Estas são coisas maravilhosas para nós, que estão fora da nossa vista para descobrir, fora do nosso alcance para alterar, e fora da nossa jurisdição para julgar. Estas são coisas que não conhecemos; está muito acima da nossa capacidade expressar um veredicto sobre elas. O motivo de discutirmos com a Providência é que não a entendemos; e devemos ficar satisfeitos por estarmos no escuro sobre isso, até que o mistério de DEUS esteja concluído. 2. Ele reconhece ser imprudente e presunçoso ao querer falar daquilo que não entendia, e censurar aquilo que não podia julgar. Aquele que responde a uma questão antes de ouvi-la, está cometendo uma loucura e passando por uma vergonha. Enganamos a nós mesmos, como também a causa que tentamos determinar, enquanto não formos juízes competentes para tanto.
III
Ele não replicará, mas fará súplicas ao seu Juiz, como tinha dito, Jó 9.15. “Escuta-me, pois, e eu falarei (v. 4), não falarei como queixoso ou réu (Jó 13.22), mas como um humilde suplicante; não como um que prometerá ensinar e ordenar, mas como um que deseja aprender e que está disposto a receber ordens. Senhor, não me faças mais perguntas difíceis, pois não sou capaz de te responder nenhuma das mil que fizeste; mas dai-me licença para pedir instrução a Ti, e não me negues isto, não me repreendas por causa da minha loucura e sensação de auto-suficiência,” (leia Tg 1.5). Agora ele é levado a fazer a oração que Eliú lhe ensinou: Aquilo que eu não vejo, ensina-me.
IV
Ele se coloca na posição de um penitente, e com isso segue um princípio certo. No verdadeiro arrependimento deve haver não só a convicção do pecado, mas a contrição e a tristeza piedosa por causa dele, uma contrição que é segundo DEUS, 2 Coríntios 7.9. Assim foi a contrição de Jó pelos seus pecados.
1. Jó tinha a DEUS em vista em seu arrependimento, pensou muito nele, e seguiu isto como o seu princípio (v. 5): “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi a Ti, muitas vezes, através das palavras dos que me ensinaram quando eu era jovem, e dos meus amigos agora nos últimos tempos. Conheci algo da tua grandeza, e poder, e domínio soberano; mas, no entanto, não fui trazido, pelo que ouvi, para me submeter a ti como deveria. As noções que eu tinha destas coisas me serviu apenas para comentar, e não teve uma influência devida sobre a minha mente. Mas agora Tu, pela revelação imediata, te revelastes a mim em tua gloriosa majestade; agora te vêem os meus olhos; agora sinto o poder das verdades de que antes tinha apenas uma noção, e por isso agora me arrependo, e retiro o que disse em minha insensatez.” Observe: (1) É uma grande misericórdia ter uma boa educação, e conhecer as coisas de DEUS pelo ensino da sua palavra e dos seus ministros. A fé vem pelo ouvir, e então é mais provável que ela nos alcance quando ouvimos atentamente, com toda a dedicação possível. (2) Quando o entendimento é iluminado pelo ESPÍRITO da graça, o nosso conhecimento das coisas divinas excede ao que tínhamos antes, assim como pela demonstração ocular o conhecimento excede aquele que recebemos pelo relato e pela reputação comum. Pelos ensinamentos dos homens DEUS nos revela o seu Filho; mas pelos ensinamentos do seu ESPÍRITO Ele revela o seu Filho em nós (Gl 1.16), e assim nos transforma na sua própria imagem, 2 Coríntios 3.18. (3) DEUS às vezes se agrada em se manifestar mais plenamente ao seu povo através das repreensões da sua palavra e da sua providência. “Agora que fui afligido, agora que fui informado dos meus defeitos, agora te vêem os meus olhos...” A vara e a correção dão sabedoria. Bem-aventurado é o homem a quem Tu castigas e ensinas.
2. Jó tinha a si mesmo em vista em seu arrependimento, pensou severamente a respeito de si mesmo, e com isso expressou a tristeza que sentia pelos seus pecados (v. 6): Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza. Observe: (1) Convém a nós que sejamos profundamente humilhados pelos pecados dos quais somos convencidos, e que não descansemos em um desprazer meramente superficial contra nós mesmos por causa deles. Até mesmo as pessoas boas, que não têm perversidades grosseiras das quais precisem se arrepender, devem ser grandemente afligidas na alma pelas operações e quebrantamentos do orgulho, da paixão, da impaciência e do descontentamento, e de todas as suas palavras precipitadas e impensadas; por estas coisas devemos ser afligidos no coração e ficar amargurados. Até que o inimigo seja efetivamente humilhado, a paz será insegura. (2) As expressões exteriores de contrição piedosa convém muito bem aos penitentes; Jó se arrependeu no pó e na cinza. Estas, sem uma mudança interior, se tornam apenas uma tentativa de zombar de DEUS; mas, onde elas procedem de uma contrição sincera da alma, os pecadores dão glória a DEUS por elas, se mostram envergonhados, e podem ser instrumentos para levar outros ao arrependimento. As aflições de Jó levaram-no às cinzas (Jó 2.8, ele assentou-se no meio das cinzas), mas agora os seus pecados também o levaram para lá. Os verdadeiros penitentes choram por causa dos seus pecados tão vigorosamente quanto choravam por quaisquer aflições externas, e estão em amargura como estariam pela perda de um filho único de um primogênito, pois eles são levados a ver mais males em seus pecados do que em seus sofrimentos. (3) A auto-aversão é sempre a companhia do verdadeiro arrependimento. Ezequiel 6.9, E terão nojo de si mesmos, por causa das maldades que fizeram. Devemos não só ficar com raiva de nós mesmos pela injustiça e pelos danos que através do pecado fizemos para as nossas próprias almas, mas devemos aborrecer a nós mesmos, como tendo, pelo pecado, nos tornado abomináveis ao DEUS que é puro e santo, que não pode suportar olhar para a iniqüidade. Se o pecado for verdadeiramente uma abominação para nós, o pecado em nós mesmos será, especialmente, uma abominação; quanto mais perto estiver de nós, mais abominável será. (4) Quanto mais virmos da glória e majestade de DEUS, e quanto mais virmos da maldade e ódio do pecado e de nós mesmos por causa do pecado, mais desprezaremos e aborreceremos a nós mesmos por causa dele. Agora os meus olhos vêem que DEUS é aquele a quem ofendemos. Cuspi no brilho desta majestade através do meu pecado intencional, e em meu interior desprezei o carinho da misericórdia. Agora vejo que DEUS justo e santo Ele é, em cuja ira incorri; por isso eu abomino a mim mesmo. Ai de mim, que vou perecendo (leia Isaías 6.5). DEUS tinha desafiado Jó a olhar para os homens soberbos e abatê-los. Mas Jó diz: Eu não posso querer fazê-lo; tenho o suficiente para humilhar o meu próprio coração soberbo, para abatê-lo e rebaixá-lo. Deixemos que DEUS governe o mundo, e cuidemos para que, na força da sua graça, possamos governar bem tanto a nós mesmos como aos nossos corações.
A Justificação de Jó Feita por DEUS
Jó 42. 7-9

Jó, proferindo suas palavras, havia se queixado muito das censuras dos seus amigos e por eles o terem maltratado, e tinha apelado a DEUS como Juiz entre ele e eles, ficando aborrecido pelo fato do juízo não ter sido feito imediatamente, por ocasião do seu apelo. Enquanto DEUS estava interrogando minuciosamente a Jó do meio do vento forte, poderia se pensar que só ele estava errado, e que a causa certamente seria contrária a ele; mas aqui, para nossa grande surpresa, nos deparamos com o oposto, sendo a sentença definitiva dada em favor de Jó. Portanto, não julguemos nada antes do tempo. Aqueles que são verdadeiramente justos diante de DEUS podem ter a sua justiça encoberta e escondida por aflições grandes e incomuns, pelas censuras severas dos homens, pelas suas próprias fraquezas e paixões insensatas, pelas repreensões veementes da palavra e da consciência, e pela profunda humilhação do nosso próprio espírito sob o senso dos terrores de DEUS; contudo, no devido tempo, todas estas nuvens se dissiparão, e DEUS fará sobressair a justiça dos justos como a luz, e o juízo destes como o meio-dia, Salmo 37.6. Ele esclareceu a justiça de Jó aqui, pelo fato de, como um homem honesto, ter permanecido firme e não desistido. Aqui temos:
I
O juízo proferido contra os três amigos de Jó, devido à controvérsia entre eles e Jó. Eliú não é censurado aqui, pois ele se distinguiu dos demais no andamento da disputa, e agiu, não como um partidário, mas como um moderador; e a moderação terá o seu louvor da parte de DEUS, esteja ela com os homens ou não. No juízo aqui expresso, Jó é exaltado e os seus três amigos são mortificados. Enquanto estávamos examinando os discursos dos dois lados, não conseguimos discernir a questão do julgamento; portanto, não ousamos determinar quem estava certo; pensamos que ambos tinham do seu lado algo da verdade, mas não conseguimos achar uma solução entre eles; nem queremos, de modo algum, ter que dar a sentença decisiva sobre o caso, para que não venhamos a cometer alguma injustiça. Mas ainda bem que o juízo pertence ao Senhor, e temos a certeza de que o seu juízo é segundo a verdade; ao juízo nos submeteremos, e aceitaremos as suas decisões. Agora, no juízo aqui apresentado:
1. Jó é grandemente exaltado e sai honrado. Ele era apenas um contra três, um mendigo agora contra três príncipes; contudo, tendo a DEUS do seu lado, ele não precisava temer o resultado, embora milhares se colocassem contra ele. Observe aqui: (1) Quando DEUS se manifestou em favor dele: Acabando o Senhor de dizer a Jó aquelas palavras... (v. 7). Depois de tê-lo convencido e de humilhá-lo, e de tê-lo levado ao arrependimento pelo que ele havia dito de errado, então o precioso e bendito Senhor o reconheceu no que ele havia dito bem, o consolou, e colocou honra sobre ele; mas não até então; pois não estamos prontos para a aprovação de DEUS até que nos julguemos e nos condenemos; mas então Jó assim pleiteou a sua causa, porque aquele que dilacerou nos curará, aquele que feriu nos atará. O Consolador convencerá, João 16.8. Veja através de que método devemos esperar a aceitação divina; nós devemos primeiro ser humilhados sob as repreensões divinas. Depois que DEUS, falando estas palavras, tinha causado um certo sofrimento, Ele se voltou e teve compaixão, de acordo com a multidão das suas misericórdias; pois Ele não contenderá para sempre, mas debaterá em justa medida, e impedirá o seu vento turbulento no dia em que enviar o seu vento oriental. Agora que Jó tinha humilhado a si mesmo, DEUS o exaltou. Os verdadeiros penitentes acharão favor em DEUS, e aquilo que disseram e fizeram de errado não será mais mencionado contra eles. DEUS fica satisfeito conosco quando somos levados a abominar a nós mesmos devido aos pecados que praticamos. (2) Como DEUS se manifestou a Jó. É tido como certo que todas as ofensas de Jó são perdoadas; porque se ele for dignificado, como entendemos que é aqui, sem dúvida será justificado. Jó havia às vezes afirmado, com grande segurança, que DEUS o livraria no final, e que ele não seria envergonhado em relação à sua esperança. [1] DEUS se refere a ele, por diversas vezes, como o seu servo Jó, sim, quatro vezes em dois versículos; e Ele parece sentir prazer em chamá-lo assim, como antes das suas aflições (Jó 1.8): “Observaste tu a meu servo Jó? Embora Jó seja pobre e desprezado, ele é meu servo. Ele é tão caro para mim quanto quando estava em prosperidade. Embora ele tenha os seus defeitos, e seja sujeito às mesmas paixões que os outros, embora ele tenha contendido comigo, tenha se ocupado na tentativa de anular o meu juízo, e tenha obscurecido o conselho através de palavras sem conhecimento, ele vê o seu erro e se retrata; portanto, ele ainda é o meu servo Jó.” Se nós ainda mantivermos firme a integridade e a fidelidade de servos de DEUS, como fez Jó, embora possamos por algum tempo ser privados do crédito e do conforto da comunhão com o precioso e bendito Senhor, seremos restaurados a ela no final, assim como ele foi. O diabo havia prometido provar que Jó era um hipócrita, e os seus três amigos o haviam condenado como um homem iníquo; mas DEUS reconhecerá aqueles a quem Ele aceitar, e não permitirá que eles sejam destruídos pela malícia do inferno ou da terra. Se DEUS disser, “Bem está, servo bom e fiel”, não importará se alguém disser o contrário. [2] DEUS reconhece que Jó tinha falado, a seu respeito, aquilo que era reto, mais do que os seus antagonistas. Ele havia dado um relato muito melhor e muito mais verdadeiro da Providência divina do que eles. Eles tinham feito uma injustiça a DEUS ao considerarem a prosperidade como uma marca da verdadeira igreja, e a aflição como uma indicação certa da ira de DEUS; mas Jó havia agido bem ao afirmar que o amor e o ódio de DEUS devem ser julgados pelo que está nos homens, e não pelo que está diante deles, Eclesiastes 9.1. Observe, em primeiro lugar, que fazem a maior justiça a DEUS e à sua providência aqueles que têm em vista as recompensas e os castigos do outro mundo mais do que os deste mundo, e com a perspectiva de que estes resolvam as dificuldades da administração atual. Jó havia situado algumas coisas como estando reservadas para o juízo futuro, e para o estado futuro, mais do que os seus amigos; portanto, ele falou a respeito de DEUS aquilo que era reto, agindo muito melhor do que os seus amigos. Em segundo lugar, embora Jó tivesse falado algumas coisas erradas, e até mesmo a respeito de DEUS, com quem ele se tornou ousado demais, ele é elogiado por aquilo que falou corretamente. Devemos não só não rejeitar aquilo que é verdadeiro e bom, mas, acima de tudo, não negar o louvor que é devido ao precioso e bendito Senhor, embora apareça neste louvor uma mistura de fragilidade e imperfeição humana. Em terceiro lugar, Jó estava certo, e seus amigos estavam errados; no entanto, ele estava sofrendo e eles estavam sossegados – uma clara evidência de que não devemos julgar os homens e os seus sentimentos considerando apenas a sua aparência exterior e os seus recursos financeiros. Somente Aquele que vê os corações dos homens é capaz de julgar a cada um de um modo infalível. [3] DEUS proferirá a sua palavra a favor de Jó que, apesar de todas as injustiças que os seus amigos lhe tinham feito, continua sendo um homem tão bom, e de um espírito tão humilde, terno, e perdoador que se disporá a orar prontamente por eles, e usará o seu prestígio no céu a favor deles: “O meu servo Jó orará por vós. Eu sei que ele orará. Eu o perdoei, e ele tem a consolação do perdão; portanto, ele vos perdoará.” [4] DEUS constitui Jó como o sacerdote da sua congregação, e promete aceitar tanto a sua pessoa como a sua mediação a favor dos seus amigos. “Ide ao meu servo Jó e oferecei holocaustos; eu os aceitarei por causa dele.” DEUS torna reis e sacerdotes, para Si mesmo, aqueles a quem Ele lava dos pecados que praticaram. Os verdadeiros penitentes não só acharão favor como suplicantes por si mesmos, como também serão aceitos como intercessores a favor dos outros. Foi uma grande honra que DEUS assim colocou sobre Jó, ao designá-lo para oferecer sacrifícios pelos seus amigos, como ele anteriormente costumava fazer pelos seus próprios filhos, Jó 1.5. E este também foi um feliz presságio da sua restauração à sua prosperidade. De fato, este foi um bom passo nessa direção, o fato de que ele foi, deste modo, restaurado ao sacerdócio. Assim ele se tornou um tipo de CRISTO; somente através de JESUS CRISTO é que nós nos tornamos aceitáveis a DEUS. As nossas ofertas também só são aceitas através do precioso e bendito Salvador; veja 1 Pedro 2.5. “Ide ao meu servo Jó”; ou “Ide ao meu servo JESUS” (de quem por algum tempo DEUS Pai escondeu o seu rosto), “colocai os vossos sacrifícios em sua mão, pedi que Ele seja o vosso Advogado, pois através dele eu aceitarei; mas, fora dele, deveis esperar ser tratados conforme a vossa loucura.” E, assim como Jó orou e ofereceu holocausto por aqueles que tinham afligido e ferido o seu espírito, também CRISTO orou e morreu pelos seus perseguidores, e vive sempre intercedendo pelos transgressores.
2. Os amigos de Jó são grandemente mortificados, e saem em desgraça. Eles eram homens bons e pertenciam a DEUS, e por isso Ele não deixaria que eles permanecessem em seu erro, assim como Jó; mas, tendo-o humilhado falando do meio do vento forte, ele toma outra direção para humilhá-los. Jó, que era muito querido para o Senhor, foi repreendido primeiro, mas os demais na vez deles. Quando eles ouviram Jó sendo repreendido, é provável que tenham se iludido com uma noção de que eles estavam certos e que Jó estava completamente errado; mas DEUS logo os censurou, e os fez saber o contrário. Na maioria das disputas e controvérsias há algo errado em ambos os lados, seja nos méritos da causa ou na administração, se não em ambos; e convém que ambos os lados sejam informados disso, e que sejam levados a enxergar os seus erros. DEUS se dirigiu dessa forma a Elifaz, não só como o mais velho, mas como o líder no ataque feito a Jó. Agora: (1) DEUS lhes diz claramente que eles não haviam falado a respeito dele aquilo que era reto, como Jó, isto é, eles haviam censurado e condenado Jó usando uma falsa hipótese, tinham representado a DEUS lutando contra Jó como um inimigo, quando na verdade Ele só estava provando-o como um amigo; e isto não era certo. Não falam bem de DEUS aqueles que representam os castigos paternais dos seus próprios filhos como punições judiciais e que os excluem do seu favor por conta delas. Note que é uma coisa perigosa julgar severamente a condição espiritual e eterna dos outros, pois fazendo isto podemos talvez condenar aqueles a quem DEUS aceitou, o que é uma grande ofensa a Ele; quando os seus pequeninos são ofendidos, Ele toma para Si as ofensas, e todas as injustiças cometidas contra eles. (2) Ele lhes assegura que estava irado com eles: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos. DEUS fica muito irado com aqueles que desprezam e censuram a seus irmãos, que triunfam sobre eles, e que os julgam severamente, seja pelas suas calamidades ou pelas suas fraquezas. Embora eles fossem homens sábios e bons, quando disseram coisas erradas DEUS ficou irado com eles, e fez com que soubessem que estava irado. (3) Ele exige deles um sacrifício, para fazer a expiação pelo que haviam dito de errado. Cada um deles deveria trazer sete bezerros e sete carneiros para serem oferecidos a DEUS em holocausto; ao que parece, antes da lei de Moisés, todos os sacrifícios, mesmo os expiatórios, eram totalmente queimados, e assim os holocaustos eram chamados de ofertas queimadas. Eles achavam que tinham falado maravilhosamente bem, e que DEUS era devedor a eles por defenderem a sua causa e que mereciam uma boa recompensa por isso; mas eles são informados de que, ao contrário, Ele está insatisfeito com eles, exige deles um sacrifício, e ameaça que, do contrário, os tratará segundo a loucura que expressaram. DEUS com freqüência fica irado com algumas coisas que estão em nós, e das quais nos orgulhamos; Ele também enxerga muitos erros naquilo que achamos que foi bem feito. (4) O Senhor os manda procurar Jó, e pedir que ele ofereça os seus sacrifícios, e que ore por eles; caso contrário, eles não seriam aceitos. Através disso DEUS pretendia: [1] Humilhá-los e abatê-los. Eles se achavam os únicos favoritos do Céu, e que Jó não era o objeto de nenhuma consideração por parte do Senhor; mas DEUS os fez entender que Jó tinha um privilégio melhor do que eles ali, e que estava em melhor posição do que eles para ser aceito por DEUS. Pode chegar o dia em que aqueles que desprezam e censuram o povo de DEUS cortejarão o favor deles, e saberão que DEUS os ama, Apocalipse 3.9. As virgens loucas suplicarão pelo óleo das prudentes. [2] Obrigá-los a fazer a sua paz com Jó, como a condição para fazerem a sua paz com DEUS. Se o teu irmão tem algo contra ti (como Jó, que tinha muitas coisas contra eles), primeiro reconcilia-te com teu irmão e então vem e oferece a tua oferta. A reparação deve ser feita primeiro pela injustiça cometida, segundo a natureza que a coisa exigir, antes de podermos esperar obter de DEUS o perdão dos pecados. Veja como DEUS advogou totalmente a causa do seu servo Jó, e se ocupou nela. DEUS não se reconciliará com aqueles que ofenderam a Jó até que eles tenham pedido primeiro o seu perdão e ele tenha se reconciliado com eles. Jó e seus amigos haviam divergido em suas opiniões a respeito de muitas coisas, e tinham estado excessivamente entusiasmados em suas reflexões uns sobre os outros; mas agora eles deveriam reatar a amizade. Para esse fim, eles não deveriam discutir a questão novamente e tentar dar a ela um novo direcionamento (isto poderia não ter fim), mas deveriam entrar em acordo, oferecendo um sacrifício e uma oração, e isto deveria reconciliá-los; eles deveriam se unir em afeto e devoção mesmo não podendo compartilhar os mesmos sentimentos. Aqueles que divergem em juízos sobre as questões menores devem ser, contudo, um em CRISTO, o Grande Sacrifício, e se encontrar no mesmo trono da graça; por isso, deveriam amar e suportar uns aos outros. Mais uma vez, observe que quando DEUS estava indignado com os amigos de Jó, Ele mesmo providenciou que eles fizessem a sua paz com ele. Os nossos questionamentos a DEUS sempre começam por nossa parte; mas a reconciliação começa por parte dele.
II
A concordância dos amigos de Jó neste juízo proferido, v. 9. Eles eram homens bons, e, assim que entenderam qual era o pensamento do Senhor, fizeram como Ele ordenara, e rapidamente e sem contestação, embora fosse contra a natureza humana cortejar aquele a quem eles haviam condenado. Observe que aqueles que querem se reconciliar com DEUS devem usar cuidadosamente os meios e métodos prescritos para a reconciliação. A paz com DEUS deve ser feita somente da sua própria maneira e nos seus próprios termos, e eles jamais parecerão difíceis para aqueles que sabem valorizar o privilégio, mas ficarão contentes quaisquer que forem os termos, mesmo que sempre pareçam humilhantes. Todos os amigos de Jó haviam se juntado para acusar a Jó, e agora eles se juntaram para pedir o seu perdão. Aqueles que pecaram juntos devem se arrepender juntos. Aqueles que apelam para DEUS, como Jó e seus amigos tinham feito com freqüência, devem resolver aceitar a sua decisão, quer esta seja agradável ou desagradável para as suas próprias mentes. E aqueles que conscientemente observam os mandamentos de DEUS não precisam duvidar do seu favor: O Senhor também aceitou a Jó e aos seus amigos em resposta à sua oração. Não é dito, Ele os aceitou (embora isto seja deduzido), mas, E o Senhor aceitou a face de Jó, e os favoreceu; assim Ele nos aceitou no Amado, Efésios 1.6; Mateus 3.17. Jó não insultou os seus amigos por ocasião do testemunho que DEUS tinha dado a seu respeito, nem pela submissão que eles foram obrigados a apresentar a ele; mas, sendo DEUS misericordiosamente reconciliado com Jó, ele facilmente se reconciliou com eles, e então DEUS o aceitou. É isto que devemos visar em todas as nossas orações e serviços a DEUS: sermos aceitos pelo Senhor; o ápice da nossa ambição não deve ser receber o louvor dos homens, mas, sim, agradar a DEUS.
 
A Prosperidade Renovada de Jó; A Morte de Jó
Jó 42. 10-17
Ouvistes qual foi a paciência de Jó (diz o apóstolo, Tiago 5.11) e vistes o fim que o Senhor lhe deu, isto é, qual o fim que o Senhor, no final de tudo, deu às suas aflições. No início deste livro tivemos a paciência de Jó sob as suas aflições, por um exemplo; aqui, na conclusão, para o nosso incentivo a seguirmos este exemplo, temos o resultado feliz das suas aflições e a condição próspera à qual ele foi restaurado depois delas, o que nos confirma que aqueles que perseveram são felizes. Talvez, também, a prosperidade extraordinária com a qual Jó foi coroado depois das suas aflições, tivesse o propósito de ser para nós cristãos uma tipificação e uma ilustração da glória e da felicidade do céu, que as aflições deste tempo presente estão operando a nosso favor, e no que elas resultarão no final; isto será mais do que o dobro de todos os deleites e satisfações que desfrutamos agora, assim como a prosperidade posterior de Jó foi em relação à primeira, embora naquele momento ele fosse o maior de todos os homens do oriente. Aquele que suporta corretamente a tentação, quando é provado, receberá toda a riqueza, e honra, e consolação, da qual temos aqui um relato.
I
DEUS se voltou a ele em caminhos de misericórdia; e seus pensamentos a respeito dele eram pensamentos do bem e não do mal, para lhe dar o fim esperado (ou melhor, inesperado), Jeremias 29.11. As suas aflições começaram na malícia de Satanás, a qual DEUS restringiu; a restauração dele começou na misericórdia de DEUS, à qual Satanás não poderia se opor. A queixa mais angustiante de Jó, e de fato a expressão mais triste de todas as suas queixas, sobre a qual ele colocou a maior ênfase, era de que DEUS se manifestou contra ele. Mas agora DEUS claramente se manifestou em seu favor, e velou sobre ele para edificar e para plantar, assim como havia (pelo menos em sua compreensão) velado sobre ele para arrancar e para derribar, Jeremias 31.28. Isto colocou imediatamente uma nova face sobre estes assuntos, e todas as coisas agora pareciam muito agradáveis e promissoras, na mesma intensidade em que anteriormente pareciam melancólicas e aterrorizantes. 1. DEUS virou o seu cativeiro, isto é, Ele corrigiu as suas injustiças e removeu todas as causas das suas queixas; Ele o soltou das amarras com as quais Satanás o havia amarrado por tanto tempo, e libertou-o das mãos cruéis às quais havia sido entregue. Podemos supor que agora todas as suas dores e inquietações físicas foram curadas tão subitamente e tão completamente que a cura foi quase um milagre: A sua carne se tornou mais macia do que a carne de uma criança, e ele voltou aos dias da sua mocidade; e, além disso, Jó sentiu uma alteração muito grande em sua mente; ela estava calma e tranqüila, e o tumulto estava todo acabado; todos os seus pensamentos inquietantes tinham desaparecido, seus temores estavam todos calados, e as consolações de DEUS eram agora o deleite da sua alma na mesma intensidade que os seus terrores tinham sido o seu fardo. A maré assim mudou, as suas aflições começaram a baixar tão rápido quanto tinham subido, exatamente quando ele estava orando pelos seus amigos, orando sobre o sacrifício que ele ofereceu por eles. A misericórdia não voltou quando ele estava discutindo com os seus amigos; não, embora ele tivesse o direito ao seu lado, mas quando ele estava orando por eles; porque DEUS é melhor servido e agradado com as nossas devoções fervorosas do que com as nossas discussões acaloradas. Quando Jó concluiu o seu arrependimento através deste gesto de perdoar as transgressões dos homens, então DEUS concluiu a sua remissão virando o seu cativeiro. Note que nós estamos realmente cumprindo o nosso dever quando estamos orando pelos nossos amigos, se orarmos da maneira certa, porque nestas orações não só há fé, mas amor. CRISTO nos ensinou a orar com os outros e pelos outros ao nos ensinar a dizer, Nosso Pai; e, ao buscarmos a misericórdia para os outros, podemos achar misericórdia para nós mesmos. O nosso Senhor JESUS tem a sua exaltação e o seu domínio ali, onde Ele vive fazendo as intercessões. Alguns, pela virada do cativeiro de Jó, entendem a restituição que os sabeus e os caldeus fizeram do gado que tinham tirado dele. Se assim foi, DEUS os inclinou, de uma forma maravilhosa, a fazer isso; e com estas coisas Ele começou o mundo outra vez. Provavelmente foi assim; aqueles saqueadores tinham engolido as suas riquezas, mas foram forçados a vomitá-las novamente, Jó 20.15. Mas eu prefiro entender isto de uma forma mais geral, em relação à mudança que estava ocorrendo agora. 2. DEUS dobrou as suas possessões: O Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. É provável que a princípio, de uma maneira ou de outra, o precioso e bendito Senhor tenha sugerido a Jó que era o seu propósito misericordioso, aos poucos, no devido tempo, trazê-lo a um tal grau de prosperidade que ele teria duas vezes mais do que tinha, para o incentivo da sua esperança e para o estímulo do seu esforço, e para que pudesse ser manifestado que o seu maravilhoso crescimento foi um sinal especial do favor de DEUS. Esta atitude pode ser considerada como tendo o objetivo: (1) De compensar as suas perdas. Jó sofreu para a glória de DEUS; portanto, DEUS o compensou com muitas vantagens, e permitiu que ele tivesse privilégios sobre privilégios. DEUS fará tudo para que ninguém tenha nenhuma perda ao servi-lo. (2) De recompensar a sua paciência e a sua confiança em DEUS, algo em que (apesar das operações da corrupção) ele não foi rejeitado, mas ainda permaneceu firme, e é isto que tem uma grande recompensa, um grande galardão, Hebreus 10.35. Os amigos de Jó tinham, com freqüência, manifestado a sua censura severa contra Jó nesta questão: Se fores puro e reto, certamente logo despertará por ti, Jó 8.6. Mas como Ele não desperta por ti, não és reto. “Bem,” diz DEUS, “embora o vosso argumento não seja conclusivo, mesmo através dele demonstrarei a integridade do meu servo Jó; o seu último estado aumentará grandemente, e através disso se manifestará a verdade visto que entendereis que não foi por alguma injustiça em suas mãos que ele sofreu a perda de todas as coisas.” Agora foi manifestado que Jó tinha motivos para bendizer a DEUS por tirar (como ele fez, Jó 1.21), visto que tudo isto lhe trouxe uma retribuição tão boa.
II
Os seus velhos conhecidos, vizinhos e parentes foram muito gentis com ele, v. 11. Eles haviam sido separados dele, e esta não era a menor das aflições do seu estado angustiante; ele se queixou amargamente da falta de bondade deles, Jó 19.13, e versículos seguintes. Mas agora eles o visitaram com todas as expressões possíveis de afeto e respeito. 1. Eles o honraram ao virem para jantar com ele como anteriormente, mas (podemos supor) trazendo particularmente presentes consigo, de modo que ele provavelmente ofereceu o banquete sem ter uma grande despesa. 2. Eles se condoeram dele, e mostraram uma terna preocupação por ele, como convém aos irmãos. Eles se lamentaram por ele quando conversaram sobre todas as calamidades do seu estado aflitivo, e o consolaram quando perceberam as restituições misericordiosas de DEUS para ele. Eles choraram por suas dores, e se alegraram em suas alegrias, e não se mostraram consoladores miseráveis como os seus três amigos, que, a princípio, foram muito presunçosos e intrometidos para servi-lo. Estes homens não eram importantes nem instruídos e eloqüentes como aqueles, mas se mostraram muito mais habilidosos e bondosos ao consolarem Jó. DEUS às vezes escolhe as coisas loucas e fracas do mundo, tanto para a condenação de alguns como para a consolação de outros. 3. Eles fizeram uma coleta entre si para a reparação das suas perdas e para levantá-lo novamente. Eles não acharam suficiente dizer, Fique aquecido, Fique farto, mas lhe deram coisas que seriam úteis para ele, Tiago 2.16. Cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro (alguns mais, é provável, e alguns menos, de acordo com a sua capacidade) e cada um, um pendente de ouro (um ornamento muito usado pelas crianças do oriente), que seria tão bom quanto dinheiro para ele; esta era uma superfluidade que eles podiam bem poupar. A regra é a seguinte: Que a nossa abundância supra a necessidade dos nossos irmãos. Mas por que os parentes de Jó agora, por fim, lhe demonstraram esta bondade? (1) DEUS colocou em seus corações a decisão de fazerem isto; e toda criatura é para nós aquilo que o precioso e bendito Senhor faz com que seja. Jó havia reconhecido a DEUS na separação deles em relação a ele, pelo que DEUS agora o recompensou fazendo com que aquele relacionamento fosse restaurado. (2) Talvez alguns deles tenham se retirado dele porque pensavam que ele fosse um hipócrita; mas, agora que a sua integridade foi manifestada, eles voltaram para ele e para a comunhão que tinham anteriormente. Quando DEUS foi amigável para com Jó, todos eles também quiseram ser amigáveis, Salmo 119.74,79. Pode ser que alguns deles tenham se retirado pelo fato de Jó estar empobrecido, e repleto de chagas, sendo um espetáculo deplorável; mas agora que Jó começava a se recuperar, eles estavam dispostos a renovar a sua amizade com ele. Os amigos-andorinhas, que se vão no inverno, voltarão na primavera, embora a sua amizade seja de pouco valor. (3) Talvez a censura que DEUS tinha proferido a Elifaz e aos outros dois por causa da crueldade deles em relação a Jó, tenha despertado o restante dos seus amigos a retornarem ao cumprimento do seu dever. As repreensões que são feitas aos outros devem servir como admoestações e instruções para nós. 4. Jó orou pelos seus amigos, e então eles se reuniram ao seu redor, vencidos pela bondade dele, e cada um desejava ser beneficiado pelas suas orações. Quanto mais orarmos pelos nossos amigos e parentes, maior será a consolação que poderemos esperar por parte deles.
III
Os seus bens estranhamente aumentaram, pela bênção de DEUS sobre o pouco que os seus amigos lhe deram. Ele recebeu a cortesia deles com gratidão, e não passou por sua cabeça ter os seus bens restituídos pelas contribuições. Jó, por outro lado, não rogou aos seus amigos que arrecadassem dinheiro para ele; ele se inocenta disso (Jó 6.22). Disse-vos eu: dai-me ou oferecei-me da vossa fazenda presentes? Contudo, ele aceitou com gratidão aquilo que eles trouxeram, e não os repreendeu pela falta de amabilidade deles anteriormente, nem lhes perguntou por que não fizeram isso antes. Ele não era tão ganancioso e cativante a ponto de pedir a caridade deles, nem tão orgulhoso e impertinente a ponto de recusá-la quando eles a ofereceram; e, estando calmo, em uma disposição mental tão favorável, DEUS lhe deu aquilo que era muito melhor do que o dinheiro e os pendentes de ouro deles: a sua bênção, v. 12. O Senhor o consolou agora de acordo com os dias em que o havia afligido, e abençoou o seu último estado mais do que o seu início. Observe; 1. A bênção do Senhor enriquece; é Ele que nos dá poder para conseguir riqueza e que nos dá sucesso em empreendimentos honestos. Aqueles, portanto, que querem prosperar devem ter em vista a bênção de DEUS, e nunca devem esperar ser bem sucedidos sem ela, não, nem mesmo trabalhando sob o sol causticante; e aqueles que têm prosperado não devem sacrificar à sua própria rede, mas reconhecer as suas obrigações para com DEUS, pelas bênçãos que têm recebido dele. 2. Esta bênção pode enriquecer muito, e muitas vezes enriquece as pessoas boas. Aqueles que se tornam ricos ganhando pensam que podem se tornar ainda mais ricos poupando; mas, como aqueles que têm pouco devem confiar em DEUS para ganhar muito, assim também aqueles que têm muito devem confiar em DEUS para que possam ganhar mais e até mesmo dobrar o seu patrimônio; de outro modo, eles podem estar semeando muito e colhendo pouco, Ageu 1.6. 3. Os últimos dias de um homem bom às vezes se mostram os seus melhores dias; as suas últimas obras as suas melhores obras; as suas últimas consolações as suas melhores consolações; pois o seu caminho, como o da luz da manhã, brilha cada vez mais até ser dia perfeito. Do homem ímpio é dito, o seu último estado é pior do que o primeiro (Lc 11.26), mas do justo, o seu fim é paz; e às vezes quanto mais perto está, mais clara é a sua visão. A respeito da prosperidade exterior, DEUS às vezes se agrada em fazer o último estado da vida de um bom homem mais confortável do que foi a sua primeira parte, e estranhamente para superar as expectativas do seu povo afligido, que pensava que jamais viveria para ver dias melhores, para que não percamos a esperança mesmo estando nas profundezas da adversidade. Não sabemos que tempos bons podem estar reservados para nós no final dos nossos dias. Non, si male nunc, et olim sic erit – Ainda poderemos estar muito bem, embora agora ocorra o contrário. Jó, em sua aflição, tinha desejado estar como nos meses passados, tão rico quanto tinha sido antes, e ansiava desesperadamente por isso; mas DEUS com freqüência é melhor para nós do que os nossos próprios temores, ou melhor, do que os nossos próprios desejos, porque os bens de Jó lhe foram dobrados; o número do seu gado, suas ovelhas e camelos, seus bois e jumentas, aqui se tornou exatamente o dobro do que era, Jó 1.3. Este é um exemplo impressionante da extensão da providência divina, que alcança até mesmo as coisas que parecem ser minúcias, como o número exato de cabeças de gado de um homem, como também da harmonia da providência, e a referência de um evento para outro; porque todas as obras de cada homem são conhecidas por DEUS, desde o princípio até o fim. As outras possessões de Jó, sem dúvida, foram aumentadas em proporção ao seu gado: terras, dinheiro, servos, etc. De modo que se, antes, ele era o maior de todos os homens do oriente, o que ele era agora?
IV
A sua família foi edificada novamente, e ele teve uma grande consolação em seus filhos, vv. 13-15. A última das suas aflições que são registradas (Jó 1), e a mais angustiante, foi a morte de todos os seus filhos de uma vez. Os seus amigos o repreenderam, lançando-lhe isto em rosto (Jó 8.4); mas DEUS consertou até mesmo esta ruptura ao longo do tempo, possivelmente através da mesma esposa, ou, caso ela tenha morrido, através de outra. 1. O número dos seus filhos foi o mesmo que antes, sete filhos e três filhas. Alguns dão uma razão para que eles não fossem dobrados como foi o seu gado: porque os seus filhos que estavam mortos não estavam perdidos, mas foram para um mundo melhor; portanto, se ele tem apenas o mesmo número que tinha anteriormente, eles podem ser contados como o dobro, pois ele tem dois velos de filhos (por assim dizer) mahanaim – dois exércitos: um no céu, e outro na terra; assim, Jó poderia se considerar rico em ambos. 2. Os nomes de suas filhas são aqui registrados (v. 14), porque, nos seus significados, parecem ter o objetivo de perpetuar a lembrança da grande bondade de DEUS para com Jó na mudança surpreendente desta condição. Ele chamou a primeira de Jemima – O dia (um nome do qual talvez tenha se originado o nome Diana), por causa do brilho da sua prosperidade depois de uma noite escura de aflição. A seguinte, Quézia, um tempero de um cheiro muito perfumado, porque (diz o Bispo Patrick) DEUS tinha curado as suas úlceras, cujo cheiro era repugnante. A terceira Quéren-Hapuque (que significa Abundância restaurada, ou Um chifre de cor), porque (ele diz) DEUS havia enxugado as lágrimas que descoraram o seu rosto, Jó 16.16. A respeito destas filhas somos aqui informados: (1) Que DEUS as adornou com grande beleza, a ponto de não haver mulheres tão formosas quanto as filhas de Jó, v. 15. No Antigo Testamento com freqüência achamos mulheres elogiadas por causa da sua beleza, como Sara, Rebeca, e muitas outras; mas não achamos nenhuma mulher no Novo Testamento cuja beleza seja ao menos notada, não, nem a própria virgem Maria, porque a beleza da santidade é a que é trazida, pelo evangelho, a uma luz resplandecente. (2) Que o pai delas (por permissão do Senhor DEUS) lhes deu grandes fortunas: Ele lhes deu herança entre os seus irmãos, e não as despediu com porções pequenas, como a maioria fazia. É provável que elas tivessem algum mérito pessoal extraordinário, que Jó tinha em vista no favor extraordinário que lhes demonstrou. Talvez elas excedessem os seus irmãos em sabedoria e piedade; portanto, para que elas pudessem continuar em sua família, para serem um arrimo e uma bênção para ela, Jó as tenha tornado co-herdeiras com os seus irmãos.
V
A sua vida foi longa. Não somos informados em nenhuma passagem sobre a idade que Jó tinha quando as suas aflições vieram, mas aqui somos informados que ele viveu 140 anos, de onde alguns conjecturam que ele tinha 70 anos quando passou pelos seus sofrimentos, e que então a sua idade foi dobrada, assim como os seus outros bens. 1. Ele viveu para ter muito do conforto desta vida, porque viu a sua posteridade até a quarta geração, v. 16. Embora o número de seus filhos não tenha sido dobrado, nos filhos dos seus filhos (e estas são as coroas dos anciãos) eles foram mais que dobrados. Assim como determinou para Adão uma outra semente para substituir aquela que foi morta (Gn 4.25), o precioso e bendito Senhor também fez isto a Jó, concedendo-lhe, porém, uma vantagem. DEUS tem meios de restaurar as perdas e compensar os sofrimentos daqueles que perdem os seus filhos; esta era a situação de Jó ao sepultar todos os seus filhos. 2. Ele viveu até ficar satisfeito, pois morreu farto de dias, satisfeito com a vida neste mundo, e disposto a deixá-lo; não impacientemente, como nos dias da sua aflição, mas piedosamente, e assim, como Elifaz o tinha encorajado a ter esperança, ele chegou à sua sepultura como um grande feixe de trigo em sua estação.
 
 
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 13 - 4º TRIMESRE DE 2020
OBJETIVO GERAL - Mostrar o grande amor de DEUS evidenciado na prosperidade de seus filhos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Sublinhar a atitude humilde de Jó em receber a repreensão divina pelos equívocos cometidos;
Destacar a espiritualidade de Jó demonstrada na intercessão pelos seus amigos;
Comentar sobre o último estado de Jó e suas implicações positivas para o entendimento do livro.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Chegamos ao encerramento de mais um de trimestre. Essa é uma excelente oportunidade para fazer um diagnóstico de como foi a sua performance de educador ou educadora cristã. Procure avaliar como a sua turma se comportou ao longo do trimestre. Como foi o método usado, a interação e a percepção dos alunos. Isso pode ser feito por meio de perguntas individuais aos alunos. Você pode pesquisar na internet uma série de modelos de avaliação e adaptá-los a fim de que tenha uma amostra em sua classe. O importante é que você não deixe escapar a oportunidade de fazer uma autoavaliação, bem como avaliar toda a classe.
PONTO CENTRAL - DEUS restaura o ser humano por causa de seu amor e misericórdia.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A humilhação de Jó resultou em humildade, reverência, submissão e experiência com DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS fez com que Jó intercedesse pelos seus amigos.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A restauração de Jó se deu nas esferas moral, espiritual, social e material.

SUBSÍDIO DISÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Esta lição fala a respeito da restauração do justo. À medida que você desenvolver o assunto, deixe claro a importância de o crente experimentar pessoalmente a DEUS. Além de conhecermos a Palavra, precisamos também conhecer o DEUS da Palavra. É muito importante que os nossos alunos sejam estimulados a irem além da teoria: experimentar pessoalmente a DEUS. Estimule-os para tal realidade. Se puder, busque biografias do meio pentecostal que destacam lindas experiências que homens e mulheres tiveram com o Senhor. Apresente-as à classe. Nesse sentido, a nossa história é muito rica. Aqui, sugerimos a Coleção Clássicos do Movimento Pentecostal, editada pela CPAD, para lhe auxiliar.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP2
“Mesmo em frangalhos, e mesmo não passando de ruínas, deveria Jó, naquele momento, atuar como sacerdote daqueles que muito o feriram com suas palavras. Que incrível semelhança com o Senhor JESUS CRISTO! Nosso Salvador, embora tenha sido retratado pelo profeta como alguém desprovido de parecer e formosura, intercedeu por nós pecadores (Is 53.2,3,12). Se este retrato que o profeta revela do Senhor parece forte, o que diremos da pintura que do mesmo Salvador faz Davi: ‘Mas eu sou verme, e não homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo’ (Sl 22.6)? No auge da angústia, Jó era mui semelhante ao Senhor JESUS. Mas quão distante achava-se ele da glória exterior do sacerdócio araônico! No entanto, caber-lhe-ia orar por seus amigos, e por seus amigos oferecer os sacrifícios prescritos pelo Senhor” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.191).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP3
“Afirmou um crítico literário, certa vez, que dois são os defeitos do Livro de Jó. O primeiro é que o antagonista da história – Satanás – sai de cena ainda no prólogo. E o segundo é que, diferentemente dos dramas gregos, romanos e ingleses, a história de Jó tem um final feliz. Não obstante, acrescenta o crítico literário, o Livro de Jó é o mais belo poema de todos os tempos. O que os críticos literários seculares classificam como defeito, nós chamamos de perfeição. Pois, de uma forma magistral, o autor sagrado pôde conduzir o drama de Jó sem a presença do adversário. E se o Livro de Jó é concluído com final feliz, é porque se manteve com absoluta fidelidade aos fatos. Se os gregos, romanos e ingleses não se afeitam aos finais felizes, os que servimos a DEUS sabemos que, apesar das intempéries, sempre haverá um final surpreendente venturoso àqueles que confiam nas promessas de DEUS. Conforte-se na história de Jó! Se as suas angústias são grandes, maiores ser-lhe-ão as consolações. De toda essa provação, sairá alguém bem melhor. Em sua história, também haverá um final feliz” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.196-97).
PARA REFLETIR - A respeito de “Quando DEUS Restaura o Justo”, responda:
O que os capítulos 38, 39 e 40, do Livro de Jó, demonstram?
Os capítulos 38, 39 e 40 demonstram como DEUS expôs a Jó sua onipotência na Criação e sua sapiência em preservá-la.
Qual era o conhecimento de Jó acerca de DEUS?
Segundo o teólogo Roy Zuck, Jó possuía um conhecimento de DEUS apenas por tradição, de segunda ou terceira mão; mas agora ele o conhecia por meio de uma experiência pessoal.
De quê Jó arrependeu-se?
Jó humilhou-se pelas suas falas precipitadas que revelaram orgulho e falta de bom senso.
O que o episódio dos amigos de Jó pedindo-lhe intercessão a
DEUS mostra?
Esse episódio mostra que uma teologia errada, evidentemente, conduz para uma crença igualmente errada.
O que Jó suportou sozinho?
Ele suportou sozinho o que pensavam ser um julgamento de DEUS.


SUGESTÃO DE LEITURA
Teologia Bíblica da Oração; A Oração de JESUS; Guia Básico de Oração

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 83, p. 42. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.  http://www.apazdosenhor.org.br/