LIÇÕES BÍBLICAS – 1º TRIMESTRE/2021 O Verdadeiro Pentecostalismo – a Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito
Lição 1 – A Pessoa do Espírito Santo.
Lição 2 – A Atuação do Espírito Santo no Plano da Redenção.
Lição 3 – O Batismo no Espírito Santo.
Lição 4 – A Atualidade dos Dons Espirituais.
Lição 5 – Fruto do Espírito: o Eu Crucificado.
Lição 6 – Santificação: Comprometidos com a Ética do Espírito.
Lição 7 – Cultuando a Deus com Liberdade e Reverência.
Lição 8 – Comprometidos com a Palavra de Deus.
Lição 9 – Vivendo o Fervor Espiritual.
Lição 10 – O Senhor Jesus Cura Hoje.
Lição 11 – Compromissados com a Evangelização.
Lição 12 – A Urgência do Discipulado.
Lição 13 – Voltados os olhos para a Bendita Esperança.
CAPA DA REVISTA
A capa da revista mostra-nos uma pomba em movimento sobre a Bíblia Sagrada. A Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus. A pomba é um dos símbolos do Espírito Santo, pois foi em forma corpórea como de uma pomba que o Espírito Santo desceu sobre Jesus (Mt.3:16; Mc.1:10; Lc.3:22). A pomba em movimento é precisamente o que representa o “movimento pentecostal”, o “movimento do Espírito Santo” enquanto Jesus não vem para arrebatar a Sua Igreja. A Bíblia sendo foleada pela movimentação da pomba simboliza que jamais o movimento pentecostal deve estar dissociado das Escrituras Sagradas. Sem atentar para os ditames que a Palavra de Deus exara, não há verdadeiro pentecostalismo.
O VERDADEIRO PENTECOSTALISMO
Pentecostalismo é um movimento cristão que dá ênfase especial numa experiência direta e pessoal de Deus através do Batismo no Espírito Santo. O verdadeiro pentecostalismo está fundamentado sobre duas colunas vitais: A Palavra (a Bíblia Sagrada) e o Poder de Deus pela ação do Espírito Santo. Assim era a Igreja no seu princípio. A história do movimento pentecostal mundial é, até os dias de hoje, a história da busca do revestimento de poder e dos dons espirituais por parte daqueles que, crendo na Palavra de Deus, dão atenção aos ensinos e relatos bíblicos relativos à igreja primitiva.
O Espírito Santo tem sido derramado sobre aqueles que, em vez de se iniciarem em controvérsias teológico-filosóficas a respeito da operação do Espírito de Deus, têm prestado atenção ao texto bíblico e têm seguido os mesmos passos dos discípulos da igreja primitiva, orando e buscando o dom do Espírito Santo. Onde tem havido busca do revestimento do poder e dos dons espirituais, o Senhor tem cumprido a Sua Palavra e batizado crentes no Espírito Santo e concedido dons espirituais. Este é o caminho para que se tenha o “respeito ao verdadeiro Pentecostes”, pois, quem presta atenção e leva em conta o que dizem as Escrituras, sabe que o Senhor disse que “…se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lc.11:13).
A ORIGEM DO PENTECOSTES CRISTÃO
A origem do movimento pentecostal está no coração de Deus. Ele proclamou isso através do profeta Joel:
“Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne”(Atos 2:16,17).
Esta declaração profética cumpriu-se no dia da festa de Pentecostes, justamente cinquenta dias após a Ressurreição de Cristo. Neste dia de festa, Deus encheu os primeiros discípulos do Espírito Santo, a fim de que testificassem do poder de Jesus.
O PONTO DE PARTIDA
O poderoso derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, inaugurou o movimento pentecostal (At.2:1-47). Como nos explica a própria Bíblia, a lei, com todas as suas cerimônias, ritos e prescrições, tinha uma finalidade educativa, pedagógica, pois servia de “sombra” das coisas que estavam para vir (Cl.2:16,17; Hb.10:1), tudo tendo sido escrito para nosso ensino (Rm.15:4). Assim, a festa judaica de Pentecostes é uma figura, um símbolo, um tipo do derramamento do Espírito Santo e, por isso mesmo, este derramamento se iniciou num dia de Pentecostes, para que, através do que está escrito sobre esta festa judaica, entendêssemos o significado desta operação espiritual, que é fundamental para a nossa vida cristã.
Não é coincidência que o derramamento do Espírito Santo tenha se iniciado no dia de Pentecostes. Em primeiro lugar é importante salientar que estamos diante do "ano aceitável do Senhor" (Lc.4:19), ou seja, o tempo em que haveria a pregação do evangelho. Este ano se iniciou com a morte de Jesus Cristo no Calvário, que nos abriu um novo e vivo caminho para o Pai (Hb.10:20), episódio que, por inaugurar este ano do Senhor, nada mais é que a Páscoa (1Co.5:7). Tanto assim é que, no dia seguinte ao sábado da Páscoa, era oferecido um molho das primícias da colheita ao sacerdote (Lv.3:10), que seria movido perante o Senhor, primícias estas que eram figuras do Primogênito dentre os mortos, Aquele que ressuscitou no primeiro dia da semana, Cristo Jesus (1Co.15:20,23; Cl.1:18).
Em seguida, cinquenta dias depois, vinha o Pentecostes, a festa que indicava o início da colheita no ano, ou seja, a ocasião que demonstra o início da salvação da humanidade através da Igreja, o início do movimento do Espírito Santo, baseado no sacrifício de Cristo, com poder e eficácia, em prol da colheita das almas para o reino celestial, algo que perdurará até a festa da colheita final, que se dará com a terceira festa, a festa das trombetas ou festa dos tabernáculos, que representava a volta de Cristo, o arrebatamento da Igreja.
Assim, a descida do Espírito Santo somente poderia ocorrer, mesmo, na festa das primícias, na festa das semanas, que indica o início da colheita, o início da manifestação plena do Espírito Santo no meio da humanidade com vistas à salvação das almas. Era o começo do Movimento Pentecostal, e o Espírito Santo sempre esteve relacionado com o mover, como vemos desde a Sua primeira aparição no texto sagrado (Gn.1:2).
A Festa de Pentecostes, que tipificava o derramamento do Espírito Santo, era comemorada cinquenta dias depois da Festa das Primícias, uma prefiguração da ressurreição de Cristo. Nesse dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Em um determinado momento o Espírito Santo veio sobre eles acompanhada de um SOM a ser ouvido, uma VISÃO a ser vista e um MILAGRE A SER EXPERIMENTADO.
- O SOM que veio do céu e encheu toda a casa era como de um vento impetuoso.
- A VISÃO assumiu a forma de línguas como de fogo, distribuídas entre os discípulos que pousou uma sobre cada um deles. Para aqueles que vivenciaram esse fenômeno naquela época, o aparecimento de línguas como que de fogo, que se distribuíam sobre cada um, simbolizava a purificação individual de cada pessoa (At.2:3).
- No MILAGRE EXPERIMENTADO no dia de Pentecostes, os discípulos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas (Atos 2:4).
Até então, o Espírito de Deus havia estado com os discípulos, mas agora ele passa a habitar dentro deles (João 14:17). O texto de Atos 2:4 marca um ponto crítico na relação entre o Espírito e a humanidade. No Antigo Testamento, o Espírito era derramado sobre as pessoas, mas não habitava dentro delas de forma permanente (Sl.51:11). A partir do Pentecostes, o Espírito de Deus passou a habitar nos salvos em caráter permanente - Ele veio para ficar (João 14:16).
Em Pentecostes, o Espírito Santo não apenas veio habitar com os cristãos, mas os encheu. O Espírito de Deus vem habitar em nós a partir do momento em que somos salvos, mas a fim de sermos cheios do Espírito precisamos estudar a Palavra, dedicar tempo à meditação e oração e viver em obediência ao Senhor.
COMO SURGIU O TERMO “PENTECOSTALISMO”
O termo "pentecostalismo" vem da palavra "Pentecostes"(nome atribuído no Antigo Testamento a uma das três principais festas do povo Judeu: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos), haja vista ter sido na Festa de Pentecostes que os discípulos de Jesus receberam a virtude do Espírito (cf. Atos 2). Os Pentecostais creem no batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a Sua vontade, e na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a Sua soberana vontade. Isto é pentecostalismo. Todavia, este termo é do início do século XX, quando houve o derramamento do Espírito Santo nos Estados Unidos da América, semelhante à manifestação de Atos dois. O Pentecostalismo iniciado na Rua Azusa, em Los Angeles, deu-se no ano de 1906. E, como resultado de sua consistência e seriedade, tem-se mantido por todo esse tempo e com certeza continuará até a volta do Senhor Jesus. Os desvios e abusos que eventualmente têm surgido não podem descaracterizar aquilo que nasceu no coração de Deus, que é reavivar o seu povo para uma obra do fim.
O NEOPENTECOSTALISMO
O pentecostalismo é um movimento bíblico, e suas doutrinas também são. Um culto legitimamente pentecostal não ignora 1Coríntios 14; antes, oferece um culto racional a Deus, com ordem e decência. Portanto, está com razão aqueles que não aceitam a palavra “neopentecostalismo”, que vem sendo utilizada por estudiosos da religiosidade nos últimos anos, para identificar os movimentos e denominações que têm surgido a partir da década de 1970 e que se constituem, hoje, no ramo que mais cresce entre os chamados “evangélicos”, pelo menos nos países sul-americanos. Não se pode ter um “novo Pentecostes”, ou seja, uma “nova doutrina pentecostal”, ou ainda, para se usar de expressão tão em moda naqueles segmentos referidos, de uma “nova unção”.
A doutrina pentecostal não é uma “inovação”, nem uma “novidade”, mas é algo que está presente na Igreja desde o seu primeiro dia de manifestação ao mundo, ou seja, o dia de Pentecostes, pois é algo que está na Palavra de Deus e, sabemos todos, que esta Palavra não muda nem jamais mudará (Sl.33:11; Mt.24:35; Lc.21:33; 1Pd.1:23,25). Por isso, seria correto falarmos em “neoigrejas pentecostais”, mas não em “igrejas neopentecostais”. Sal grosso, fita vermelha, oração por copo d'água, manto de prosperidade, "batismo no Espírito Santo" para glorificar ídolos, falsas línguas, falsos dons... Não há base bíblica para isso. Tudo isso é fruto dos manipuladores da Palavra da Verdade.
O verdadeiro Pentecostalismo é bíblico, e seus frutos são excelentes. Contudo, sempre há aqueles que dizem o que a Bíblia não diz e mancham o nome de todo um povo. Afastemo-nos, pois, dos falsos ensinos e não larguemos a Palavra de Deus. Busquemos o batismo no Espírito Santo e os dons espirituais, para sermos testemunhas eficazes de Jesus até os confins da Terra!
CONCLUSÃO
Ser “pentecostal” nada mais é que crer que a realidade vivida pela Igreja nos dias apostólicos tem de ser a mesma realidade vivida pela Igreja no presente e até que o Senhor Jesus venha buscar a Sua Igreja. O “pentecostal” entende que não há qualquer mudança na operação de Deus através da Igreja de Cristo Jesus nos dias dos apóstolos e nos dias de hoje. Deus não muda e, portanto, não há por que entendermos que a ação divina através da Igreja seja diversa daquela que se encontra descrita na Bíblia Sagrada. Para tanto, torna-se necessário, e é o que faremos neste trimestre letivo, estudar como se dá a atuação divina através da Igreja segundo as Escrituras, para que esta mesma realidade descrita na Bíblia seja desfrutada e experimentada pelos que se dizem servos do Senhor Jesus nestes dias tão difíceis em que está tão próxima a volta de Jesus.
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Luciano de Paula Lourenço http://luloure.blogspot.com/