Patrick J. Buchanan
Essa turba que se separou da manifestação de Donald Trump em 6 de janeiro para invadir o Congresso provou ser uma grande sorte para a esquerda.
A morte de um policial do Congresso dos EUA possibilitou a esquerda — que passou o verão depois da morte de George Floyd criticando duramente e batendo em “policiais racistas” e gritando: “Tire as verbas da polícia!” — se posicionar como lutadores aliados dos policiais.
Os esquerdistas que nos imploraram para compreender as queixas dos desordeiros, saqueadores e incendiários no verão passado tornaram-se repentinamente convertidos à igreja da lei e da ordem.
Brigas que toleraram a destruição de estátuas e monumentos a Columbus, Washington, Jefferson e Jackson como uma limpeza necessária da “odiosa” história americana se declararam enojados porque os adeptos de Trump profanariam o templo da democracia.
Se tivesse sido Antifa ou BLM realizando a invasão, nenhuma estátua teria ficado de pé no Salão de Estátuas do Congressso, e teríamos sido informados de que foram os escravos que, afinal, construíram o edifício do Congresso.
A mídia está exibindo imagens intermináveis da multidão saqueando dentro do Congresso. Objetivo: plantar indelevelmente na mente do público a ficção de que essa foi uma obra deliberada de Donald Trump e seu povo, e que nossas elites são os verdadeiros adversários do protesto violento.
De fato, para proteger os EUA de levantes de direita nas capitais dos estados, este fim de semana viu a implantação generalizada da Guarda Nacional.
O domingo seria o dia em que a violência assassina da direita se manifestaria.
O que aconteceu? Como o jornal The Washington Post informou na segunda-feira:
“Autoridades em cidades de costa a costa mobilizaram uma defesa de estilo militar de complexos de capitólios estaduais no domingo, lançando Humvees, arame farpado e milhares de soldados da Guarda Nacional vestidos com capacetes de campo de batalha para se defender contra um possível ataque de manifestantes instigados pelas infundadas reivindicações do presidente americano.
“O ataque nunca aconteceu. Apesar dos avisos do FBI e dos alardes de grupos armados de extrema direita, as forças de segurança em todos os casos superaram os grupos dispersos de manifestantes e não houve relatos de violência.”
Em antecipação à posse de quarta-feira, 25.000 guardas nacionais foram destacados em e ao redor da capital dos EUA para se defender contra multidões de direita ou supostos assassinos. Três ou quatro vezes mais tropas estão aqui na capital dos EUA do que tropas dos EUA no Afeganistão, Iraque e Síria combinados.
Agora, um grama de prevenção vale um quilo de cura. E é melhor muita segurança do que não o suficiente. Mas mesmo com a revolta de 6 de janeiro, armar nossa capital como se os confederados de Stonewall Jackson marchassem pela Manassas Road e capturassem Abe Lincoln depois da derrota da União em Bull Run parece um pouco excessivo.
No entanto, quarta-feira é um dia histórico. Trump deixará a Casa Branca, e o poder nacional e a responsabilidade passarão para o Partido Democrata.
‘’Os democratas estão assumindo o controle da Câmara do Deputados, do Senado e da Casa Branca. Praticamente todos os principais meios de comunicação estarão do lado deles. Eles serão recebidos em uma cidade que nunca elegeu um prefeito republicano e não tem republicanos no conselho municipal, uma cidade que votou em Joe Biden por 18-1 sobre Trump. Os 30.000 republicanos registrados na capital dos EUA estão em número 12-1 em relação aos democratas.
As burocracias do governo americanos são tão profundamente democráticas quanto o “estado profundo” que atormentou Trump por quatro anos. O gabinete ministerial de Biden é o mais racial e etnicamente diverso de todos os tempos; a maioria de seus membros são mulheres e pessoas de cor. Os remanescentes do governo Obama dominam a equipe de segurança nacional.
A maioria das principais cidades dos EUA — Nova Iorque, Chicago, Los Angeles, Atlanta, D.C., Baltimore, Detroit, St. Louis — são administradas por democratas esquerdistas e, coincidentemente, todas experimentaram surtos de tiroteios e assassinatos em 2020.
Embora os números sobre os perpetradores dr crimes raramente sejam denunciados, parece que muitos dos crimes violentos e letais não foram obra de policiais desonestos ou de supremacistas brancos usando chapéus do MAGA.
Outros problemas Trump não conseguiu resolver — a pandemia que agora mata de 3.000 a 4.000 americanos por dia, o fracasso em colocar vacinas nos braços de milhões de americanos — são agora os problemas de Joe.
Xingar Trump não vai mais funcionar.
Isso também é problema da farra de Joe agora.
Traduzido por Julio Severo do original em inglês do WND (WorldNetDaily): D.C.: Now, the left owns it all
Fonte: www.juliosevero.com