NOSSOS FILHOS E AS DROGAS: O QUE A BÍBLIA TEM A DIZER? - Parte 2 (INFLUÊNCIA DOS AMIGOS)

 


2. A Influência dos Amigos


Muitos pais querem justificar o mau comportamento de seus filhos alegando que eles sofreram ou sofrem más influências de amigos.
Creio que em parte o problema pode ser explicado com esse argumento, mas nunca justificado. Por que esses amigos conseguiram influenciar seus filhos? Por que seus filhos estavam tão vulneráveis às influências ruins?

Novamente podemos considerar a necessidade da presença e da atenção dos pais na educação dos filhos. É verdade que os pais precisam ser muito mais que amigos de seus filhos, mas nunca menos que amigos. Alguns tentam resolver a questão tentando impor uma redoma, um campo de força ao redor dos filhos, como se conseguissem isolá-los de qualquer influência externa. Embora certos limites sempre devam ser impostos, nem tudo será possível resolver com proibições. Primeiro, porque não somos onipresentes e não conseguiremos controlar e vigiar nossos filhos o tempo todo. Segundo, porque eles terão a percepção de que nós somos o bloqueio para que conheçam o mundo. Eles não precisam ser impedidos de caminhar com as próprias pernas, devem ser tão somente dirigidos, e algumas vezes, freados. Como pais, não podemos querer que a flecha fique na aljava o resto da vida (Sl 127), ao contrário. Fatalmente nossos filhos caminharão para a independência e nossa missão é apontar Cristo como o alvo, a despeito de tantos alvos que o mundo apresenta.
Se prender não adianta, o negócio, então é bem prepará-los. “Amigos” ganham espaço quando encontram um coração desarmado, vazio de conteúdo. Temos um poodle em casa e não há o que faça o bichinho comer a não ser quando estamos por perto. Quando passamos o dia todo fora, tomamos o cuidado de deixar o pote de comida cheio, mas não adianta nada. Ao voltarmos, o pote está do mesmo jeito. Ele só se alimenta com nossa presença em casa. Instintivamente, nosso cachorrinho (e creio que o seu também) fez uma relação entre o alimento e a comunhão com seus donos. Se não estamos em casa, ele passa fome. Muitos adolescentes experimentam a mesma sensação ante seus amigos. Estão vulneráveis, pois não receberam o verdadeiro alimento, fruto da comunhão familiar.
Certa vez Jesus falou do problema que se torna um coração vazio (Mt 12.43-45). Mesmo que o mal seja retirado dele, voltará em potência ainda maior se aquela vida não for ocupada devidamente com o que é reto, justo e bom (Fp 4.8).

Em vez de corações vazios, que tal ter sua casa cheia? Ter filhos adolescentes é uma ótima oportunidade de influenciar os amigos deles também. Se você os considera uma influência negativa, você pode ser a influência positiva que falta em suas vidas. Você não tem ideia de como os lares estão bagunçados em nossos dias. Moro em um condomínio de casas e fico admirado de como muitas crianças ficam abandonadas, andando por aí o dia todo. De vez em quando pergunto para as amigas de minhas filhas a respeito de seus pais, e quase sempre a resposta é: “moro com minha vó”, “meus pais trabalham o dia todo”, “a empregada é quem cuida de mim”. Esses dias minha filha caçula me contou sobre uma colega da escola que chama a babá de mãe. Ter um filho adolescente é a oportunidade de abençoar os amigos de seus filhos, revelando-lhes o Reino de Deus. Se você abrir sua casa, eles poderão ver que existe um modelo diferente de lar, diferente daquele que têm sofrido. Por isso, procure conhecê-los, tratá-los com carinho, acolhê-los na medida do possível. Tenha em casa um ambiente acolhedor: bons filmes, jogos de tabuleiro, momentos devocionais e muita comida! Estrategicamente é a melhor saída: influenciar aqueles que influenciam seus filhos. 

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