ESCOLA DOMINICAL CPAD JOVENS - Lição 12

 


A oração de Paulo pelos efésios
21 de Março de 2021


TEXTO DO DIA
“Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 3.14).

SÍNTESE
A oração de Paulo pelos cristãos em Éfeso é um marco de ousadia, intimidade e fé para com Deus. Seus efeitos, ainda hoje, têm uma total influência nos crentes que formam o Corpo de Cristo.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA — Sl 118.5
O Senhor responde ao nosso clamor

TERÇA — Mt 21.22
Deus atende ao pedido dos seus filhos

QUARTA — Sl 89.15
Os que andam na presença do Senhor são felizes

QUINTA — At 4.31
O Espírito Santo promove a ousadia nos cristãos

SEXTA — Fp 4.13
Deus nos fortalece

SÁBADO — Gl 5.25
Devemos andar no Espírito

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

APRESENTAR a ousada oração de Paulo aos cristãos em Éfeso;
PERCEBER o poder do amor de Cristo para a Igreja.

INTERAÇÃO
Querido(a) professor(a), você é uma bênção, pois é o instrumento divino para que jovens sejam alcançados pelo ensino diligente e comprometido da Palavra de Deus. Mas, como anda a sua rotina como aluno? Você tem separado um “tempinho” para também aprender? Esse aprendizado é o que chamamos de “formação docente”. Esse processo é vital na vida do professor: É a instrumentalização do docente acerca dos saberes necessários à sua prática. Desde abordagens didáticas e metodológicas até temas teológicos e questões cotidianas da vida dos jovens. Mas como essa formação acontece? São diversas as possibilidades: Um livro bem lido e refletido; vídeos com dicas e pré-aulas; reuniões pedagógicas; cursos, seminários, palestras e conferências de Escola Dominical; além de uma série de subsídios encontrados nos mais diversos locais, tanto físicos quanto virtuais.

Professor(a), invista no seu chamado! Fortaleça a sua formação e ofereça sempre o seu melhor no ministério do ensino delegado por Deus a você.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), hoje continuaremos com a orientação pedagógica da aula anterior. Seus alunos oraram buscando uma direção para as suas vidas e escreveram suas percepções e entregaram as anotações a você que as colocou em um envelope. Guarde esse envelope por muito tempo. É muito importante que o ele seja lacrado e que ninguém saiba o que está escrito, com exceção do próprio jovem que escreveu.
Com o passar do tempo, sempre os lembre desse momento e organize orações em prol desses propósitos, além de capacitações e também experiências práticas a fim de despertar neles a vontade de comprometer-se ainda mais com o Reino. Pode ser em retiros e cultos especiais, por exemplo. Finalmente, depois de um tempo definido por você, reúna-os, relembre o momento do propósito e devolva os papéis. Após uma reflexão e oração, permita-os que, se desejarem, revelem o que escreveram e testemunhem as suas experiências. Será um momento muito especial.

TEXTO BÍBLICO

Efésios 3.14-21.
14 — Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
15 — Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,
16 — Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
17 — Para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor,
18 — Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade
19 — E conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
20 — Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera.
21 — A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém!

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO
Paulo, na prisão em Roma (provavelmente, levando-se em conta as informações que temos), sente a necessidade de escrever à igreja em Éfeso. Os cristãos nessa cidade passavam por um momento de fortalecimento e as boas notícias chegaram até o apóstolo que buscou escrever-lhes uma carta. Em meio as suas letras, reflexões e apontamentos, Paulo foi impelido a fazer uma das orações mais ousadas da Bíblia Sagrada. É essa a oração que estudaremos nessa semana.

I. UMA ORAÇÃO OUSADA

1. O cuidado para com a igreja.
A Carta escrita por pelo apóstolo à igreja em Éfeso revela o grande cuidado e amor que esse homem de Deus tinha pelas suas ovelhas. Paulo estivera anos antes nessa cidade e havia deixado ali uma igreja que se destacava. O conteúdo da Carta é para a igreja em Éfeso, mas também se esperava que ela chegasse até as outras igrejas da região, como Laodiceia, por exemplo. Uma coisa é certa, essa Carta também chegou até você e a mim, glória a Deus. A oração que estamos estudando é um dos conteúdos dessa Carta e expressa o sentimento profundo de comprometimento com a continuidade e o êxito daquela igreja, mas também é uma oração que se estende para todos os cristãos. Quando Paulo ora pelos crentes em Éfeso, ele ora também por mim e por vocês, pois o foco dele não repousava na cidade geográfica, mas sim na amplitude espiritual da obra de Deus.

2. De joelhos é melhor.
Paulo está preso em Roma e sente-se movido a dirigir-se aos cristãos, falar-lhes e, impondo-lhes as mãos, orar. Mas ele está preso! Como fazer? A resposta é simples! O apóstolo é um homem espiritual, maduro e com uma fé inabalável. O seu corpo era físico e limitado, mas o Espírito que nele habitava era onipresente e onipotente. Os sentimentos de Paulo nos abraçam até hoje, a Carta do apóstolo fala conosco até os dias atuais, a oração desse homem de fé é instrumento da bênção de Deus na vida dos cristãos enquanto estiverem confessando a Cristo, crendo em Deus e, dirigidos pelo Espírito, fazendo a diferença em um mundo que clama.
Aos judeus de então, não era costumeiro a oração de joelhos. Quando oravam, ficavam de pé e erguiam as mãos. Paulo, inundado pelo desejo de pedir algo tão único e precioso para os cristãos, jogou-se ao chão e de joelhos clamou. Não podia ir fisicamente até Éfeso, mas de joelhos podia subir até o trono da graça de Deus e pedir com ousadia: Pai, fortalece-os no Espírito, habite Cristo nos corações, permita-lhes conhecer o incompreensível e enche-os da Tua plenitude!

3. A ousadia de Paulo.
A ousadia presente na oração de Paulo nos impressiona: Ele pede algo que é impossível de ser mensurado com exatidão. Podemos ter uma ideia do alcance das petições, mas jamais conseguiremos um retrato fiel de quão profundas e significativas são essas solicitações. A maturidade do apóstolo o leva a ousar e pedir que os cristãos vivam experiências que vão muito além do limitado entendimento humano.
Que possamos, assim como Paulo, não nos conformarmos quanto ao que vivemos e sabemos acerca de Deus. Precisamos, movidos por tal ousadia, ansiar por ir muito além de modo que as nossas experiências já não sejam mais suficientes: Devemos almejar cada vez mais a presença do Santo Espírito de Deus em nossas vidas! (Sl 16.11; 73.26-28; 89.15).
O apóstolo estava preso, mas livre no espírito! Seu corpo físico estava limitado ao cárcere, mas suas orações ousadas iam longe em uma verdadeira revolução na forma do relacionamento dos homens com a vida espiritual: Não bastava ouvir falar acerca de Deus, era necessário experimentá-lo de forma intensa e progressiva.
De joelhos, as limitações, frustrações e temores se dissolviam e Paulo sentia-se infinitamente mais forte, porque nele operava o Espírito Santo. E o mesmo Espírito que estava em Paulo, fortalece a igreja e opera em cada um de nós.

II. O PRIMEIRO PEDIDO DE PAULO (v.16)
 
1. Fortalecidos pelo Espírito.
O apóstolo Paulo pede que Deus fortaleça os cristãos com poder no seu homem interior. Esse fortalecimento alcançará nossas mentes, sentimentos, propósitos, desejos, enfim, em todas as questões que se relacionam ao ser humano integral. É o seu interior que move e faz de alguém o que é. Quando não estamos fortalecidos, perdemos a nossa essência cristã e passamos a agir dentro de uma conduta mundana e ditada pelos padrões pecaminosos. Além disso, enfraquecidos, nós estamos sujeitos às mais duras frustrações e derrotas frente aos desafios cotidianos. Muitas pessoas desanimam, pois têm uma visão meramente humana e limitada de seus problemas e lutas. As forças humanas não são suficientes para vencer os desafios que temos pela frente, pois as lutas vão muito além de nossas possibilidades falíveis e limitadas (Sl 59.17).
Paulo pede para que, pelo Espírito Santo, sejamos fortalecidos em nosso homem interior. As fraquezas e limitações humanas nos fazem desanimar, mas o Espírito nos fortalece e nos coloca de pé. É nesse fortalecimento que nossas vidas mudam e conseguimos as forças tão necessárias para reagirmos às influências mundanas. Enfim, é Deus que nos fortalece para enfrentarmos os desafios da vida (Fp 4.13).

Esse poder que opera dentro dos cristãos é fruto da ação do Espírito Santo de Deus e acontece mediante a interiorização das verdades que ouvimos e permitimos que sejam refletidas e absorvidas por nossas mentes. Trata-se da interiorização das verdades essenciais da Palavra de Deus em nossas vidas.

2. O amor de Cristo.
Duas figuras de linguagem são utilizadas na referência ao que o amor de Cristo deve representar ao modo de vida do cristão: Arraigados e fundados (Ef 3.17). O amor de Cristo deve estar arraigado em nossas vidas como as profundas raízes de uma alta árvore e fundado como os mais fortes alicerces de um edifício. É o amor que nos sustenta e nos permite fazer coisas que vão além do entendimento. Por amor, um pai abre mão do alimento para ver o filho saciado. Por amor, Cristo doou-se na cruz do calvário para que todos nós pudéssemos ter vida (2Co 8.9). Quando somos movidos pelo amor de Cristo, todas as áreas de nossas vidas são impulsionadas a partir desse amor. Desde as ações mais simples até as decisões mais complexas, todas são mobilizadas e desenvolvidas a partir de uma base de sustentação chamada “o amor de Cristo em nós” (Cl 3.17: Jo 15.13; Rm 8.38,39).

3. Como compreender perfeitamente?
Temos condições de compreender perfeitamente todas as dimensões do amor de Cristo e conhecê-Lo em toda a sua essência? Será que podemos ter em nossas vidas toda a plenitude de Deus?
Tais propostas se mostram por demais “inatingíveis” para nossas vidas, não é mesmo? O que Paulo tinha em mente quando as dirigiu como petições ao Senhor? Essas são experiências que precisamos buscar, pois são para todos nós, cristãos. Mas somente as alcançaremos se buscarmos uma total dependência do Espírito Santo (Gl 5.25).

CONCLUSÃO
Nesta lição pudemos aprender uma valiosa verdade: É o amor de Deus que impulsiona a Igreja em sua missão diária levar a todos os povos o “ide” do Mestre Amado e manifestar o Reino de Deus na dimensão presente. Enquanto vivemos essa verdade, é desenvolvida a nossa confiança acerca do que o Espírito de Deus faz por meio de nós, que vai muito além do que podemos imaginar. Isso permite que todos os que são alcançados pela mensagem, tenham a oportunidade de sentir o desejo de salvação, a sede pela vida eterna e a certeza da restauração em Cristo Jesus. A

ESTANTE DO PROFESSOR
SOUZA, Estevam Ângelo de. Guia Básico de Oração: Como Orar com Eficácia no seu Dia a Dia. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

HORA DA REVISÃO

1. Onde estava Paulo quando fez a sua oração pelos cristãos em Éfeso?
Estava preso em Roma.

2. Em que posição os judeus oravam e como essa informação é relevante para o nosso estudo?
Os judeus oravam de pé. O fato de Paulo se colocar de joelhos demonstra a profundidade de suas intenções e anseios para com os cristãos.

3. O que acontece quando não somos fortalecidos pelo Espírito Santo?
Perdemos a nossa essência cristã e passamos a agir dentro de uma conduta mundana e ditada pelos padrões pecaminosos.

4. Quais as palavras que Paulo utiliza como referência à relação do crente para com o amor de Cristo?
Arraigados e fundados.

5. O que nos leva a afirmar que o poder de Deus que em nós opera tem um caráter condicional?
A operação desse poder está sempre condicionada ao grau de presença, do poder e da graça do Espírito Santo de Deus em nosso interior.

SUBSÍDIO I
“O pastor sabia das necessidades de Timóteo, e orava por ele, intercedendo por sua firmeza e vitória espiritual, antes as lutas que enfrentava como um jovem obreiro, ainda sem a experiência necessária para saber conduzir-se em situações de maior desafio à liderança. Ele passa a expressar seu cuidado, dizendo que orava sem cessar, ‘noite e dia’ (2Tm 1.3). Será que nos dias presentes os pastores mais antigos oram pelos mais novos com verdadeiro amor? Sem dúvida, nos dias de hoje, faz-se necessário ainda mais esse cuidado com os novos obreiros do Senhor. Devemos seguir o exemplo de Paulo, que tendo enviado Timóteo para supervisionara igreja em Éfeso, não deixou seu ‘filho na fé’ (1Tm 1.2) entregue a si mesmo, nas pesadas tarefas que havia de desenvolver. Lembremos que, para uma carta chegar às mãos de um destinatário, aquela época, muitos dias ou até meses levariam para chegar ao destino. Paulo conclui essa parte da sua segunda carta a Timóteo fazendo referência ao ‘dom de Deus’, que nele existia, pela imposição de mãos do seu mentor espiritual. ‘Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos’ (2Tm 1.6). Esse ‘dom’ (gr. Charisma) era sem dúvida o ‘dom’ para o ministério. A imposição de mãos sempre foi um ritual de grande valor na vida ministerial da igreja cristã” (LIMA, Elinaldo Renovato de. As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. pp.84-86)


SUBSÍDIO II
“‘[Oro] a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento’ (3.17-19). A nossa compreensão dessa oração depende de como interpretamos a expressão ‘em amor’. Devemos estar arraigados e fundados no amor de Cristo por nós? Devemos estar arraigados e fundados no amor por Cristo? Ou quem sabe devemos estar arraigados e fundados no amor de uns pelos outros? A gramática não nos fornece a resposta, portanto precisamos nos referir ao contexto. E aqui o contexto parece ser decisivo. Toda a passagem é uma exploração da igreja como um mistério, no qual os crentes judeus e gentios são unidos como iguais. Como membros de uma pátria agora, nós precisamos desenvolver relacionamentos arraigados e fundados no amor. Somente assim teremos poder ‘com todos os santos’ para sentir aquilo que não pode realmente ser compreendido intelectualmente: o amor que Cristo tem por nós. É vital que compreendamos este ponto. O amor de Cristo é muito largo, longo, alto e profundo para que o compreendamos. Apesar disso, esse amor pode ser conhecido experimentalmente” (RICHARDS, Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. p.424).

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