Governo de Joe Biden está promovendo na ONU aborto até no dia do nascimento

 Grace Melton Washington, DC

Para ver a diferença entre uma chamada “política externa feminista” e uma política externa que é verdadeiramente “pró-mulheres,” basta olhar para a Comissão da ONU sobre a Condição da Mulher (CCM), um evento anual que continua nesta semana.



O governo Biden está aproveitando a ocasião para elevar o aborto em sua política externa. A vice-presidente Kamala Harris se tornou a primeira vice-presidente dos EUA a se dirigir à CCM e prometeu que os EUA estão “revitalizando nossa parceria com a ONU Mulheres.” Essa é a entidade da ONU que vem liderando o avanço do aborto e da educação sexual polêmica para crianças em países que não querem isso.

As mulheres nesses países estão, com razão, horrorizadas com o colonialismo cultural que a ONU e as nações doadoras — especialmente os Estados Unidos e os países da Europa Ocidental — exercem sobre o mundo em desenvolvimento. Repetidamente, eles se apresentam para articular os problemas reais que afetam suas famílias e comunidades, rejeitando a imposição do aborto como uma cura para todos os problemas que eles enfrentam.

No entanto, Linda Thomas-Greenfield, recentemente confirmada para o cargo de embaixadora dos EUA na ONU, prometeu que é “uma prioridade pessoal” para ela “ser uma líder” na questão do acesso das mulheres a “uma grande variedade de serviços de saúde reprodutiva,” que é um código da ONU que inclui o aborto.

Sob a liderança da Sra. Thomas-Greenfield, a delegação dos EUA à CCM está negociando um documento final. Se adotado, é provável que inclua várias referências à linguagem controversa de “saúde e direitos sexuais e reprodutivos.” Os países que preferem ver uma linguagem protegendo os bebês em gestação ou simplesmente deixar o tópico sensível do aborto fora de seu documento de consenso, terão de ser ousados para se opor a isso.

Há uma diferença crítica entre uma política externa feminista que prioriza os direitos sexuais e reprodutivos e uma política externa verdadeiramente pró-mulher que defende a dignidade e a igualdade de todos os indivíduos — e com isso alcança melhores resultados para mulheres e homens.

A Lei de Mulheres, Paz e Segurança de 2017 é um bom exemplo da liderança americana no empoderamento das mulheres que respeita as diversas necessidades e talentos das mulheres, sem reduzi-los a consumidores de serviços de saúde sexual e reprodutiva.

Mas a reunião anual da CCM dedica atenção excessiva ao aborto sob a rubrica de saúde sexual e reprodutiva, perpetuando o mito de que a igualdade das mulheres depende de um direito irrestrito de acabar com a vida de seus filhos e filhas em gestação.

Essa não é a primeira demonstração do governo Biden de sua intenção de desfazer as políticas pró-vida do governo Trump. Seguindo a ordem executiva de reverter as proteções pró-vida nos EUA e no exterior, o governo Biden declarou: “É a política dos EUA apoiar os direitos e a saúde sexual e reprodutiva de mulheres e meninas nos EUA e internacionalmente,” em um adendo à Revisão Periódica Universal dos EUA feita pelo Conselho de Direitos Humanos.

Compare isso com o governo Trump enviando ao Conselho de Direitos Humanos da ONU uma declaração que afirmou o compromisso dos EUA de apoiar programas de saúde e serviços de salvamento de vidas como o maior doador bilateral mundial para programas de saúde globais, respeitando “o direito soberano das nações de fazer as suas próprias leis para proteger os bebês em gestação” e rejeitando “qualquer interpretação dos direitos humanos internacionais para exigir que qualquer Estado forneça acesso ao aborto.”

Não há direito internacional ao aborto nos tratados de direitos humanos, não importa o quão criativa e persistentemente os defensores do aborto interpretem esses documentos em suas tentativas de criar um. Mas, entre as centenas de recomendações que os EUA receberam de outros países durante a Revisão Periódica Universal, havia vários apelos de governos progressistas para promover o aborto no âmbito dos direitos humanos.

A Holanda exortou especificamente os EUA a “revogar a Emenda Helms e a Política de Proteção à Vida na Assistência à Saúde Global e, nesse ínterim, permitir que a ajuda externa dos Estados Unidos seja usada… para aborto seguro…” Como se em resposta, democratas na Câmara dos Deputados comemoraram o Dia Internacional da Mulher, reintroduzindo legislação que permite o financiamento do aborto no exterior com dinheiro dos americanos que pagam impostos, revogando a Emenda Helms.

O próximo Fórum de Igualdade de Geração, organizado pela ONU Mulheres em conjunto com os governos do México e da França, tem destaque na CCM deste ano. Eventos sobre tópicos como “Autonomia Corporal e Direitos e Saúde Sexual e Reprodutiva para Igualdade de Geração” e “Geração Direitos e Saúde Sexual e Reprodutiva! Garantindo o acesso universal à saúde e direitos sexuais e reprodutivos” demonstra a centralidade da agenda do aborto para a promoção da igualdade de gênero da ONU.

Infelizmente, a busca pela igualdade de gênero na ONU foi corrompida pela promoção do aborto, dos direitos sexuais e até mesmo da teoria radical de gênero. Os EUA deveriam contrariar essa tendência e defender uma verdadeira agenda pró-mulher que respeite as mulheres como iguais em dignidade e com direito de exercer seus direitos humanos autênticos, e deixar o aborto de fora.

Nota de LifeNews: Grace atua como Associada Sênior para Questões Sociais na ONU na Heritage Foundation.

Traduzido por Julio Severo do original em inglês de LifeNews: Joe Biden’s Administration is Promoting Abortions Up to Birth at the United Nations

Fonte: www.juliosevero.com