Teologia Sistemática - aula 6

 


6) A ASSEIDADE DO ESPÍRITO SANTO

  • Também chamada de sua independência, é aquela virtude segundo o qual Deus.
  • Existe por si próprio;
  • Não foi causado;
  • Não é dependente de outro ser fora de si;
  • É um ser absoluto e puro;
  • Autossuficiente, assim como são o Pai e o Filho;
  • É diferente da criatura, pois é o Criador. Ele é, enquanto a criatura existe;
  • Ele é chamado Deus (At 5.3-4);
  • Seu nome está ligado ao de Deus e ao de Cristo (Mt 10.20; At 16.7; Rm 8.9);
  • Ele faz parte da Santa Trindade (Mt 28.19; II Cor 13.13; I Jo 5.7; Ef 4.4-6);
  • Ele é chamado Senhor (II Cor 3.18).

 

7) A EXISTÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO

A natureza e os atributos do Espírito Santo caracterizam-no como o ‘Espírito Eterno’, não tendo princípio e nem fim de existência (Hb 9.14). Como vemos na declaração divina de Gn 1.27, na criação do homem toda a Trindade esteve envolvida. “Façamos o homem conforme à Nossa imagem, conforme à Nossa semelhança”. Bem diferente da criação dos outros animais e elementos da natureza, quando Deus somente ordenou, haja.


8) O ESPÍRITO SANTO NÃO SE CONFUNDE COM O PAI E FILHO

Ao investigarmos a doutrina da deidade do Santo Espírito, devemos observar que o Novo Testamento ensina a unicidade da divindade (1 Co 8.4; Tg 2.19) e também revela a distinção de pessoas na divindade. O Pai é Deus (Mt 11.25; João 17.3; Rm 15.6; Ef 4.6), o Filho é Deus (João 1.1,18; 20.28; Rm 9.5; Hb 1.8; Cl 2.9; Fp 2.6; 1 Jo 5.20), o Espírito Santo é Deus (At 5.3,4; 1 Co 2.10,11; Ef 2.22).

 

“O Espírito Santo não se confunde nem com o Pai, nem com o Filho (Jo 15.26; 16.13-15; Mt 3.16,17; 1 Co 13.13). As três pessoas não se confundem umas com as outras”.

 

Pai, o Filho e o Espírito Santo são claramente distinguidos um dos outros na Bíblia (João 15.26; 16.13-15; Mt 3.16,17; 1 Co 13.13), de tal forma que as três pessoas não se confundem umas com as outras.

 

9) ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS DO ESPÍRITO SANTO

A Bíblia confere atributos e características ao Espírito Santo que indicam que Ele é Deus, já que se trata de qualidades exclusivas que as escrituras atribuem à Deus.

  • O Espírito Santo é onisciente (I Co 2.10,11);
  • O Espírito Santo é onipresente (Sl 139.7-10.);
  • Espírito Santo é onipotente (Lc 1.35,37; 1 Co 12.11).

 

10) ATRIBUTOS HUMANOS DO ESPÍRITO SANTO

  • Ele fala (At 13.2; Ap 2.7, 11, 17, 29; 3.6, 13, 22);
  • Ele testifica (Jo 15.23);
  • Ele intercede (Rm 8.26-27);
  • Ele guia e conduz (Rm 8.14 cf At 16.6-7);
  • Ele ensina (Jo 14.26; 16.12-14; Ne 9.20);
  • Ele clama (Gl 4.6);
  • Ele dá testemunho (Jo 15.26);
  • Ele chama homens e os comissiona (At 13.2; 20.28);
  • Ele conhece as profundezas de Deus e no-la revela (I Co 2.10-11; Rm 8.27);
  • Ele ouve (Jo 16.13) - “...mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir”.

 

11) A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

  • O Espírito Santo tem conhecimento, habilidade para examinar, sentir e ensinar (Rm 8.27; I Co 2.10,11,13, Ef 4.30);
  • O Espírito Santo tem emoções (Ef 4.30), sente tem alegria, ciúmes (Tg 4.5). O ciúme ocorre quando há o adultério moral, espiritual (idolatria), econômico (amor ao dinheiro) e político (paixão e esperanças políticas mais acentuadas em relação ao programa humano que ao Reino de Deus);
  • O Espírito Santo é bom (Ne 9.20), ama (Rm 15.30) e se entristece (Sl 10.33; Is 63.10-11; Ef 4.30) quando mentimos (At 5.3), blasfemamos (Mt 12.31-32) ou resistimos (At 7.51; I Ts 5.19);
  • Espírito Santo tem vontade, empregada na habilidade para escolher (At 16.6-11; 1 Co 12.11) e repartir os dons liberalmente (1 Co 12.11).

 

12) ENSINAMENTOS ERRADOS ACERCA DO ESPÍRITO SANTO.

Ensinamentos errados acerca do Espírito Santo:

  • O Espírito Santo se funde com o Pai, ou com o Filho. Assim, o Espírito Santo seria ou o Pai ou o Filho, mas não uma “terceira” Pessoa. O texto bíblico para tal afirmação é João 14.18.” Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós“;
  • O Espírito Santo é uma influência impessoal, uma força ou uma energia, um sentimento avivado.

 

13) NOMES E SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

A Bíblia é rica em linguagem simbólica. Essa linguagem serve para ajudar ou atrapalhar a compreensão, dependendo das circunstâncias e das pessoas. Para se compreender os símbolos é necessário interpretá-lo dentro do seu contexto de origem. O símbolo é uma figura, objeto, número ou emblema, cuja imagem representa, de modo sensível, uma verdade moral ou religiosa. No símbolo, um conceito abstrato recebe uma correspondência material e concreta, oferecendo quadros concretos de coisas abstratas:

  • Fogo (Is 4.4; Mt 3.11; Lc 3.16);
  • Vento (Ez 37.7-10; Jo 3.8; At 2.2);
  • Água (Ex 17.6; Ez 36.25-27; 47.1; Jo 3.5; 4.14; 7.38-39);
  • Selo (Ef 1.13; II Tm 2.19; II Cor 1.21-22);
  • Óleo ou azeite (I Sm 10.1; 16.13; Ex 30.25-30; I Rs 17.12-14);
  • Pomba (Lc 3.21-22; Gn 15.9);
  • Penhor (I Cor 1.22; Ef 1.13-14; Gn 24.22; I Jo 1.24);
  • Roupa, revestimento (Sl 132.9; Ez 16.10; Ap 19.8; Lc 24.49).

 

“Os símbolos oferecem quadros concretos de coisas abstratas”.

A Bíblia nos ensina que o Espírito Santo é, dentre as Pessoas da Trindade, aquela que atua diretamente no interior do homem e que zela pela Igreja do Senhor enquanto ela se encontra na dimensão terrena, ou seja, Ele acompanha o cotidiano do cristão.

 

14) O ALTRUÍSMO DOS DONS ESPIRITUAIS

Os dons espirituais são dotações e capacitações sobrenaturais que Jesus, por intermédio do Espírito Santo, outorga à sua Igreja, visando à expansão universal da sua obra e a edificação dos santos. Por intermédio deles, segundo o Espírito, o crente fala, conhece e age sobrenaturalmente.

 

a) Dons que manifestam o poder de Deus (poder).

  • Dom da Fé (1 Co 13.2; Mt 17.20; Mc 11.22-24; Lc 17.6);
  • Dons de Curas (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30). Devido ao plural (dons) nos indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus;
  • Dom de Operação de Milagres (Jo 6.2).

 

b) Dons que manifestam a sabedoria de Deus (revelação, saber).

  • Sabedoria (At 6.10; 15.13-22) e no caso do rei Salomão quando teve de julgar qual das mulheres era a mãe da criança (1 Rs 3.16-28);
  • Conhecimento (At 5.1-10; 1 Co 14.24,25);
  • Discernimento de Espíritos (1 Co 14.29; 1 Jo 4.1).

 

c) Dons que manifestam a mensagem de Deus (inspiração, manifestação verbal).

  • Dom de Profecia (Ef 4.11);
  • Dom de Variedades de Línguas (At 2.4-6; 1 Co 13.1; 1 Co 14.14-16);
  • Interpretação de Línguas (1 Co 14.6, 13, 26).

 

15) PROPÓSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS

Os dons de Deus são dados para serem usados. Nós somos despenseiros da multiforme graça de Deus, e recebemos a ordem para sermos bons despenseiros (1 Pe 4.10):

  • São dons de serviço, cujo propósito primordial é edificar a Igreja (1 Co 14.26; Ef 4.12);
  • São altruístas, a serviço de outras pessoas (1 Co 12.7; 1 Pe 4.10);
  • São importantes para o progresso dos crentes (I Co 14.1-4) para torná-los mais produtivos (1 Co 12.7);
  • Promovem a unidade da Igreja (Ef 4.13, 1 Co 12.25) e a protege de falsas doutrinas (Ef 4.14);
  • Promovem a unidade social, pois a operação dos dons dinamiza a comunhão entre os crentes;
  • Glorificam a Deus (I Pe 4.11);
  • Promove a interdependência entre os membros, para que ninguém se julgue superior ou autossuficiente (1 Co 12.21,22);
  • Para que haja diversidade na realização da Sua obra (1 Co 12.4-6), atendendo a cada necessidade do Corpo de Cristo (Rm 12.4-8; 1 Co 12.17-20). 

“Se os ministros não derem crédito à obra do Espírito Santo, darão pedra em vez de pão ao seu rebanho”.  Abraham Kuiper, teólogo, político e educador holandês. 


Fonte: Apostila Curso Básico de Teologia do SETEM – Seminário Teológico Manancial. Elaboração: Pb. Ailton da Silva
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