A tricotomia humana e o destino final de cada um de nós

 

Por Eliseu Antonio Gomes

Você sabe quem você é?

Embora pareça ridícula e um tanto quanto sem razão, esta pergunta é importantíssima. Muitas pessoas ainda não sabem respondê-la na íntegra ou não analisaram o quanto é uma questão importante.

Você se esforça para ser bom pai ou mãe, ou ótimo filho e estudante exemplar? É visto como um vizinho popular e bom cidadão? É considerado o funcionário modelo na empresa? Ainda que as respostas sejam todas positivas, não representam a sua pessoa integralmente.  

Por causa da vida moderna, que nos empurra para uma rotina agitada, possuímos o afã de dar cabo de todas as obrigações e problemas o mais rápido possível. E então esquecemos do principal: cuidar nós mesmos e saber como alcançar estabilidade ao terminar nossa jornada terrestre.

Logicamente, ao olhar no espelho encontramos nosso reflexo. Mas a imagem reproduzida nunca será capaz de mostrar a criatura humana em suas três dimensões, não veremos o temperamento, a inclinação moral, a tendência comportamental, a introjeção de humor atrás do semblante do indivíduo reservado. Apenas o estado corpóreo é refletido, a força vital e as emoções jamais serão capturadas à parte das expressões corporais. 

É comum querer cuidar bem do nosso lado exterior. Manter corte de cabelo bem alinhado, vestir roupas elegantes e bonitas, usar a fragrância de perfume mais agradável etc. Cuidamos bem da constituição física e deveríamos dar trato de qualidade similar ao nosso lado interno, que é igualmente importante.

Você e eu não somos apenas um corpo físico

Quando Deus criou o homem, além do corpo deu-lhe alma e espírito. A constituição tríplice não deve ser entendida como partes independentes entre si e sim como a expressão representativa do ser humano como um todo. Temos um corpo composto da matéria, e o lado incorpóreo que agrega uma alma e um espírito.

O que é a alma?

A alma que pecar essa morrerá – Ezequiel 18.4.

Órgão muscular, o coração está dentro da nossa caixa torácica, sua função é receber e bombear nosso sangue da cabeça aos pés. Portanto, descrever o coração como o centro emocional do ser humano é apenas uma licença poética, nada mais. 

Em muitos trechos bíblicos, o coração é apresentado como sinônimo da alma, é mostrado como centro da volição, a sede da vida intelectual, o lugar que reside nossas emoções.

A alma diz respeito ao indivíduo, é referência da vida pessoal. Quando está submetida ao Espírito de Deus, guerreia contra a tendência da natureza pecaminosa, que insiste em pecar: Jeremias 31.25; 1 Pedro 2.11.

Sobre a alma, Jesus Cristo disse que de dentro do coração do homem procede muitas coisas más. Essas coisas são capazes de contaminar o ser humano perante Deus. Mateus 15.19.20.

O que é o espírito?

O espírito é a fonte da vida humana: Gênesis 1.3,6, 14, 20, 24, 26; e, 2.7.

O espírito humano está relacionado aos aspectos mais elevados do homem, é o canal de comunhão com o Espírito de Deus, o meio que o Criador usa para se comunicar conosco.

O espírito humano diferencia o homem do restante da criação. Há grande diferença entre o ser humano e os seres vivos irracionais, componentes químicos e geológicos do ambiente. Quando as criaturas foram criadas, Deus disse “haja” e passaram a existir. Porém, quanto à Humanidade, Deus disse: “Façamos o homem”, apanhou barro e o modelou dando a forma que havia imaginado antes; depois, soprou-lhe nas narinas o fôlego de vida - o espírito - e o homem passou a ser alma vivente.

O espírito recebe influencias, pode ser edificado e corrompido (1 Coríntios 10 23-33; 2 Coríntios 7.1). Quando a alma domina com as paixões más, o espírito sofre, passa a ser vítima desses sentimentos maus e apetites terrenos. Se a origem da influência é o Espírito de Deus, o caráter humano se estrutura de forma sadia e plausível. Mas se for influenciado pela alma decaída, então, a configuração do caráter humano recebe formato ruim e doentio (Mateus 5.3; Isaias 57.16; Gênesis 41.8).

O corpo

Invólucro do espírito e da alma, é uma matéria limitada. Depois de gerado, desde o útero entra em um processo irreversível de envelhecimento que só termina com a morte física. É finito, nesta forma que o conhecemos. Adoece, apodrece, acaba.

Mas, quem receber a Jesus Cristo no seu coração, e depois passar para o além-túmulo, no futuro a sua matéria será transformada de corruptível em incorruptível e de simples pó ganhará característica glorificada. 

Para onde você vai após a morte? 

A alma e o espírito são eternos. Após a morte física, aguardarão o Dia do Julgamento Final (Eclesiastes 11.9; Mateus 25.31-46; Hebreus 9.27). Neste julgamento, os atos de todas as almas, de todos os tempos, passarão pelo parecer do Senhor Jesus Cristo e dependendo da sentença recebida partirão para um dos dois destinos eternos que Deus criou para a Humanidade. São: Céu e Inferno. 

As Escrituras Sagradas dizem que o Céu é o local onde está o trono de Deus, é lugar duradouro, morada e pátria dos crentes fiéis, preparado para os salvos viverem felizes eternamente (Salmo 11.4; João 14.2,3; Filipenses 3.20; 1 Pedro 1.4 e Apocalipse 14.13). Para receber a salvação temos que reconhecer a Jesus como nosso único Salvador, enquanto ainda estamos nesta vida física do corpo. Sobre à ida ao Inferno, as Escrituras afirmam que é o ambiente onde muitos prantearão e rangerão os dentes, é o destino preparado para o diabo e seus anjos, uma região de vergonha e horror, onde o fogo nunca se apagará. Veja: Daniel 12.2; Hebreus 6.2,8.

Não é a religião ou ideologia ou filosofia humana que salvará alguém do castigo e tormento interminável no porvir. A maneira de escapar do sofrimento infinito é aceitar, pela fé, a Palavra de Deus, que afirma que só Jesus Cristo é o nosso único Senhor e Salvador. 

O apóstolo Pedro, considerado pelos católicos como o primeiro Papa, disse sobre a salvação: "Em nenhum outro há salvação, pois também debaixo do Céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4.12). O apóstolo Paulo concordou: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Romanos 10.13); "Porque há um só Deus, e um só mediador' (intercessor) 'entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual se deu a si mesmo em resgate de todos..." – 1 Timóteo 2.5, 6 - parênteses meus.

Conclusão

É muito importante ter com exatidão as características e conceitos que as páginas das Escrituras Sagradas declaram sobre o ser humano. Saber com clareza qual é a definição bíblica de quem somos e para onde iremos na existência além-túmulo é o primeiro passo para escapar da condenação eterna.  

Tendo a plena consciência de que somos um espírito com uma alma - ambos eternos - dentro de uma estrutura mortal, poderemos traçar planos melhores e metas definidas que nos levarão ao futuro feliz.

Sabendo que nos apresentaremos diante de Jesus Cristo, que agirá como o Juiz Justo para todas as pessoas, resta-nos tomar a atitude certa.

E.A.Ghttps://belverede.blogspot.com

Nota do Editor: artigo originalmente denominado Identidade Espiritual 2, autoria de Eliseu Antonio Gomes, postado neste blog em 25 de julho de 2007. Postagem atual contém texto expandido e adaptado.