Betel Adultos – 2 Trimestre 2021 – 27-06-2021 – Lição 13 – O Deus Uno e Trino

 


24/06/2021

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém”. 2 Coríntios 13.13

TEXTOS DE REFERÊNCIA

JOÃO 10.30 

30 Eu e o Pai somos um. 

JOÃO 14.10,11 

10 Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. 

11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras. 

JOÃO 15.26

26 Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Apresentar a Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. 
  • Citar o agir de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. 
  • Mostrar as distinções e unidade da Trindade.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos e irmãs, Paz do Senhor.

Terminaremos o trimestre estudando sobre um assunto de extrema importância para a vida cristã, conhecido como a Doutrina da Trindade.

Não temos um nome específico para esta doutrina, pois, na Teologia, ela se divide em três, a saber, Teologia (estudo de Deus); Cristologia (estudo de Cristo) e Pneumatologia (estudo do Espírito Santo).

É fundamental deixar claro para os alunos que a palavra trindade não é bíblica, ou seja, não está contida em nenhum lugar na Escritura Sagrada, porém, o conceito é.

Tal conceito é um mistério para a mente finita dos seres humanos, pois, não conseguimos compreender como um Deus pode se manifestar de três formas diferentes.

A Doutrina da Trindade não ensina que existem três deuses, nem tampouco que existem e pessoas, mas sim, que existe um único Deus que se manifestou aos seres humanos de três maneiras.

Tertuliano, um dos pais da Igreja, foi o primeiro a escrever sobre este conceito em seu livro “Adversus Praxeas”, que é traduzido como “Contra Praxeas”, um cristão que não concordava com o ensino bíblico de que o Senhor é triúno. Tertuliano utilizou o termo latino “trinitas”.

Antes disso, só há o registo do termo grego “Τριας” nos escritos de Teófilo de Antioquia.

Quando nos deparamos com textos bíblicos que mencionam a existência do Pai, Filho e Espírito Santo, não temos nenhuma dúvida a respeito da importância da Doutrina da Trindade (2 Co 13.13; Mt 28.19,20; 1 Pe 1.1,2).

teólogo americano Norman Champlim nos traz um rico comentário sobre este assunto.

“É verdade, naturalmente, que o termo “trindade” não se acha no NT, e nem em qualquer documento há uma definição clara de “trindade”. Contudo, o “conceito” da “trindade” é algo que se  faz necessário pelo aspecto “total” da divindade, segundo esta é exposta nas páginas do N.T. O vocábulo “trindade” evidentemente foi pela primeira vez usado por Tertuliano, na última década do século 11d.C., mas não encontrou lugar na teologia formal da Igreja até o século IV d.C. Essa doutrina recebeu ampla expressão, pela primeira vez, em resultado da obra de pais capadócios da Igreja (meados do século IV  d.C.  e mais tarde), a  saber, Basílio, Gregório de Nissa e  Gregório Nazianzeno. Eles formularam as ideias de distinção hipostática e de unidade substancial; mas algumas de suas explicações são claramente triteístas, e não trinitárias, o que  se verifica sempre quando alguém tenta explanar o que está em foco. A doutrina da trindade recebeu declaração formal na carta sinodal do concílio realizado em Constantinopla, em 382d.C. (preservado por Teodoreto, História Eclesiástica,v.9). Ainda antes, tal como no credo de Nicéia, em 325 d.C ; e nos escritos dos pais da Igreja Inácio, Irineu, Tertuliano e Orígenes, podem ser encontradas fórmulas trinitárias. O conceito da trindade, pois, é quase tão antigo como o “cânon” do próprio NT, tendo surgido na história eclesiástica quase tão prontamente quanto qualquer teologia formal. Tertuliano falava de “uma substância, três pessoas”. Após o século IV d.C., a posição trinitária se tornou o padrão da Igreja, ainda que, periodicamente, tivesse sofrido ataques e negações. Os principais desses ataques foram o monoteísmo hebreu, o arianismo, o sabelianismo, o socinianismo e  o unitarismo. Somente muitas décadas de reflexão desenvolveram esse pensamento. Tal “reflexão”, porém, foi frutífera, deixando transparecer certas verdades que a Igreja primitiva não possuía e  nem descreveu de modo formal. Crentes individuais têm negado, duvidado ou ignorado essa verdade, a qual não deve tornar-se base de nossa comunhão uns com os outros. É crente o  indivíduo que reconhece a Jesus Cristo como Salvador (Col.  2: 19). Um homem pode fazer  isso  sem mostrar-se sofisticado em sua teologia ao ponto de formular um conceito trinitário”. O conceito trinitário repousa sobre duas premissas: I.   O monoteísmo é uma verdade; 2.  A divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo também é uma verdade. Portanto, temos um único Deus, mas três pessoas divinas. Contudo, não podemos interpretar isso em termos de triteísmo, porquanto isso seria uma forma de triteísmo que contradiz o monoteísmo das Escrituras”.

Como as classes de EBD não são homogêneas, ou seja, não são compostas de pessoas com um nível de conhecimento equilibrado, é importante esclarecermos que triteísmo é um conceito errôneo que ensina que existem 3 deuses.

Champlim termina seu o raciocínio lembrando o que Tomás de Aquino disse:

“Algumas doutrinas cristãs transcendem à  razão e à percepção dos sentidos estão sujeitas à apreensão exclusiva da fé.  O  fato  de que a  mente humana não é capaz de entender uma doutrina não significa  que tal doutrina não seja veraz. Por conseguinte, afirmamos a verdade da ideia trinitariana, porquanto certas passagens do  NT, quando consideradas em seu conjunto, exigem essa ideia, ainda que as nossas explicações a  respeito fiquem muito aquém de nos satisfazer plenamente”. 

O escritor aos hebreus nos mostra como aconteceu as manifestações de Deus ao longo da história.

“Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo”. (Hb 1.1,2 – ARC) 

O Pai se revelou aos hebreus no A.T. através de visões, sonhos, profecias e de outras formas e, no N.T. se revelou através de Jesus, o Cristo que, revelou que o Pai enviaria outra “pessoa” em seu lugar, conhecido como Espírito Santo.

1 – O DEUS PAI

O conceito de Deus como pai é antigo e é uma forma do Senhor demonstrar aos seres humanos que, assim como um pai ama seu filho de uma forma inexplicável, Ele também ama, porém, com uma intensidade e pureza incomparáveis.

Existem algumas referências bíblicas importantes para a palavra pai, de acordo com Champlim.

“1.    Pai,  no sentido  imediato  (Gên.  19:31;  44:19).  2.  um  ancestral próximo ou remoto (I Reis 15.11; II Reis 14:3; Núm.  18:2; Sal. 45:16);3. o fundador de uma tribo ou nação (Gên. 10:21; 17:4,5); 4. o iniciador de alguma profissão ou arte (Gên. 4:20); 5. o iniciador de uma fé, ou o principal exemplo da mesma (Rom. 4:1), como Abraão, o pai dos fiéis;6. o criador (Jó. 38:28).  Deus é o criador dos homens e dos anjos, e também  é o  Pai  deles,  segundo  se  vê  em  Isa.  63:16.  Efé.  3:14,15; também é o criador das estrelas, o «pai das luzes» conforme se lê em Tia. 1:17); 7. um benfeitor (Jó. 29:16; Isa. 22:21); 8. o Messias, como o eterno benfeitor e cabeça da raça espiritual, o Pai eterno (Isa. 9:6); 9. algum  grande mestre  (I  Sam.  10:12),  ou  líder espiritual (II  Reis 2:12; 5:13); 10. um primeiro-ministro, ou conselheiro-mor (Gên. 45:8). 11. um relacionamento íntimo, que chegue a corromper, é o pai de alguns (Jó 17:14)”.

O profeta Isaías faz menção de Deus como pai, conforme a citação acima.

“Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão nos não conhece, e Israel não nos reconhece. Tu, ó SENHOR, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome”. (Is 63.16 – ARC)

Se analisarmos o significado de pai como sendo o criador, Deus seria o criador de Adão e Eva, que foram as únicas pessoas geradas através de “suas mãos”, porém, o conceito de Deus como pai é mais abrangente, pois, se não fossem Adão e Eva, não existiram outros seres humanos.

Sendo assim, de forma simples, o Senhor Deus todo poderoso é o pai de todos os seres humanos.

Vale a pena lembrar aos alunos (as) que apesar de Deus ser chamado de pai por muitos, só são filhos aqueles que reconhecem Jesus como salvador, conforme explicado pelo apóstolo João em duas passagens bíblicas.

“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus”. (Jo 1.12,13 – ARC) 

Aqueles que nasceram da água (Palavra de Deus) e do Espírito (novo nascimento em Cristo) são filhos espirituais de Deus.

“Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele”. (1 Jo 3.1 – ARC)

O apóstolo Paulo nos ensina que só existe um Deus e um único caminho para nos achegarmos a Ele.

“Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem.” (1 Tm 2.5 – ARC) 

Ainda que as diversas religiões tenham seus conceitos sobre a existência de vários deuses, como é o caso do panteísmo, a Bíblia nos mostra que só existe um Deus e que só Ele deve ser adorado como tal.

Na Índia, um país com mais de 1 bilhão de habitantes, existem milhões de deuses, que vão desde o rato até homens, porém, nenhum deles pode receber este nome.

Os hebreus recitam o “Shemá Israel”, em forma de oração e declaração de fé (Dt 6.4).

Shemá Israel (em hebraico שמע ישראל; “Ouça Israel”) são as duas primeiras palavras da seção da Torá que constitui a profissão de fé central do monoteísmo judaico (Devarim / Deuteronômio 6:4-9) no qual se diz שְׁמַע יִשְׂרָאֵל יְהוָה אֱלֹהֵינוּ יְהוָה אֶחָד: (Shemá Yisrael Adonai Elohênu Adonai Echad – Ouve Israel, ADO-NAI nosso Deus ADO-NAI é Um).

1.1 – O Criador

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O Senhor é o criador de tudo e de todos, conforme estudamos em outras lições e, de acordo com o que a Bíblia nos mostra.

“No princípio, criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz. E houve luz”. (Gn 1.1-3 – ARC)

Somente aquele que é antes de todas as coisas têm o poder de criar do nada, como aconteceu na criação do Planeta Terra e de todo o universo.

teólogo brasileiro Adalberto Alves de Souza nos traz um rico comentário sobre este assunto.

“O título sugere que tudo quanto existe foi chamado à vida num determinado ponto da eternidade e, o verbo “criar”, literalmente falando, significa chamar algo à existência a partir do ‘Ex-nihilo’ — do ‘Nada’. A palavra “criar” quer dizer fazer do nada; sem nenhum material preexistente, isto é nenhuma substância física existia e tudo veio a existir. (Ne 9.6); (Cl 1.16-17); (He 11.3). O vocábulo BARAH (criar) é reservado a Deus em vista de sua ação criadora, Ele criou o mundo do nada, trouxe o mundo a partir do Ex-Nihilo. O imperativo da potente palavra divina chamando o mundo a existência a partir do nada. (Gn 1.1-7)” Deus criou todas as coisas”, no v.7, Ele organiza sua obra. Deus, criador de todas as coisas, usa o verbo Asah (fazer) para revelar sua primazia. Pegou a terra e fez o primeiro ser homem, Adam (Adão). Este vem do solo (argila, pó, terra vermelha) para representar a humanidade. Tornar-se-á o nome próprio do primeiro Ser Humano (ishi), homem – Adão, que é criado por Deus e têm sua principal missão refletir-lhe a glória e a majestade. O homem passou a ser, então, a obra prima das mãos de Deus. Ser racional composto de corpo, alma e espírito (1Ts 5.23), feito um pouco menor que os anjos, coroado de glória e majestade (Hb 2.6-7).”

O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos demonstra que não existem desculpas para aqueles que rejeitam a existência de Deus, pois, a natureza declara tal coisa.

“Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu”. (Rm 1.19-21 – ARC) 

Algumas pessoas insistem em desassociar Deus da ciência, porém, isto não é possível, pois, foi o Senhor quem criou o universo, objeto de estudo da ciência.

Maria Mitchell (1818-1889), primeira astrônoma norte-americana e primeira mulher a ser nomeada para a Academia Americana de Artes e Ciências escreveu uma célebre frase: “As investigações científicas revelam novas maneiras com as quais Deus trabalha e nos trazem revelações mais profundas do totalmente desconhecido”. 

Louis Pasteur (1822-1895), um dos fundadores da microbiologia, criador da pasteurização disse o seguinte: “Quanto mais eu estudo a natureza, mais me maravilho com a obra do Criador.” 

A distância entre o Sol, a Lua e a Terra foram calculadas de forma milimétrica, pois, se houvesse uma pequena variação nesta, a vida na Terra seria inviável.

A Terra se move ao redor do Sol, dando uma volta completa ao longo de um ano. Este movimento não segue um círculo, mas uma órbita elíptica na qual viaja a uma velocidade aproximada de 107 200 quilômetros por hora.

Esta órbita tem um comprimento de 150 milhões de quilômetros em relação ao Sol; basta manter o planeta a uma distância segura e neutralizar a atração gravitacional da estrela rei.

Se a Terra estivesse mais próxima do Sol, não haveria condições adequadas para o desenvolvimento da vida como é conhecida hoje.

Foi o criador do universo o responsável por colocá-los em seus devidos lugares, assim, como colocou limites nos mares.

Quando Salomão escreveu o livro de Provérbios, nos deu uma dimensão interessante sobre o poder criador de Deus.

“O SENHOR me possuiu no princípio de seus caminhos e antes de suas obras mais antigas. Desde a eternidade, fui ungida; desde o princípio, antes do começo da terra. Antes de haver abismos, fui gerada; e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros, eu fui gerada. Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando compassava ao redor a face do abismo; quando firmava as nuvens de cima, quando fortificava as fontes do abismo; quando punha ao mar o seu termo, para que as águas não trespassassem o seu mando; quando compunha os fundamentos da terra, então, eu estava com ele e era seu aluno; e era cada dia as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo” (Pv 8.22-30 – ARC)

1.2 – O Sustentador

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De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, existem vários sentidos para o verbo sustentar.

  1. Segurar por baixo. = SUPORTAR, SUSTER. 
  1. Auxiliar; amparar. 
  1. Impedir que alguma coisa caia. 
  1. Fazer frente a; resistir a. 
  1. Conservar; manter. 
  1. Alimentar; dar o necessário para viver a. 
  1. Instruir, edificar (o espírito). 
  1. Estimular. 
  1. Perpetuar. 
  1. Fortificar; defender. 
  1. Opor-se a. 
  1. Pelejar a favor de; defender com argumentos. 
  1. Afirmar com empenho. 
  1. Resistir. 
  1. Manter-se. 
  1. Prolongar (som ou voz).

A associação desta palavra com o Senhor é explicada na carta aos hebreus.

“O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas; feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles”. (Hb 1.3,4 – ARC) 

O grego original diz aqui, literalmente, suportando tudo pela palavra de seu poder. É usado o particípio presente, o que indica uma ação contínua. O poder de Cristo é o poder sustentador e controlador contínuo. Isso pode ser confrontado como  trecho de  Col.   1: 17,que diz, “Nele tudo subsiste”, que expressa algo da mesma coisa que diz o presente versículo. Filo  descreve o Logos divino como o “timoneiro e  piloto de tudo”; e essa ideia certamente é incluída aqui. Assim, na criação, ele se faz presente-com todos, em todas as suas modificações e  transformações, através dos ‘aeons’ (Weiss,inloc.). Filo também chamava o “Logos” de o “amarra” do universo. Essa ideia pode ser comparada com Heb. 2:10; Rom.8:32; 11:36; I Cor.  8:6; Efé.  1:10 e Col.1:16. 

Champlim nos traz um rico comentário sobre Deus como sustentador.

“Grego, sunesteken (desunistemi), constituir, compor. A ideia que temos aqui é que o universo é mantido como um sistema ordeiro (a palavra sistema deriva-se do vocábulo grego aqui empregado), por seu poder. A unidade e a ordem, no universo, são, vistas como algo  que não  se alicerça sobre forças mecânicas impessoais, mas sobre a inteligência do Logos eterno. Portanto, apesar de  que  as leis naturais governam o sistema dos universos, contudo, tais leis são apenas expressões de sua inteligência e poder, como realizações de seu próprio ser sustentador e organizador. Por conseguinte, todas as coisas têm, uma relação vital com ele, sobretudo os homens, os quais, por isso mesmo, não podem adorara meros anjos. Cristo, portanto, deve ser reputado o Cabeça (ver Co12: 19), pois somente ele pode ser tal coisa. Nele “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”, esse é o pensamento deste versículo, aplicado aos homens. Podemo-nos aproximar do “Deus invisível”, mas não através das incontáveis esferas de “aeons”, e, sim, através do próprio Cristo, o qual se conserva próximo de nós, sendo o poder doador de vida que sustenta a existência de nossos próprios seres. No dizer de Robertson (in loc.),Cristo é a força controladora e unificadora da natureza. A filosofia gnóstica, que diz que a matéria é má e foi criada por algum ‘aeon’ remoto, fica assim eliminada. O Filho do amor de Deus é o criador e o sustentador do universo, que  não é mau”. 

Além de criador, o Senhor é o responsável por fazer com que todas as leis que conhecemos e as que ainda não conhecemos, sejam cumpridas, com o objetivo de “manter a engrenagem” funcionando.

Quando observamos o funcionamento de um relógio automático, compreendemos que TODAS as engrenagens funcionam em conjunto para que o sistema (o todo) funcione adequadamente.

O Senhor pode ser comparado àquele que criou o relógio, bem como ao que dá manutenção para garantir que tudo funcionará como deve.

É interessante mencionarmos que o relógio automático precisa do movimento do braço para manter-se em funcionamento, porém, o universo não precisa de nenhum homem, pois quem o sustenta é o Senhor.

Através do link abaixo você poderá auxiliar os alunos (as) a compreender a associação mencionada.

https://www.youtube.com/watch?v=luhe4w0Fo60

1.3 – O Provedor

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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