Lição 1, A Ascensão de Salomão e a Construção do Templo

Lições Bíblicas - 3º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos

Tema: O Plano de DEUS para Israel em meio à Infidelidade da Nação, As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel
Comentário: Pr. Claiton Pommerening
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Henrique
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
 
 
 
 
Lição 1, A Ascensão de Salomão e a Construção do Templo
 
 
 
 
TEXTO ÁUREO
“E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a Casa do Senhor.”  (1 Rs 8.11)
 

VERDADE PRÁTICA
O pedido de sabedoria feito por Salomão a DEUS aponta para a maturidade espiritual que DEUS deseja para seus filhos.
 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Tg 1.5 DEUS concede sabedoria àqueles que pedem
Terça - Pv 2.6 A sabedoria provém do Senhor
Quarta - Sl 37.30 O homem justo profere palavras sábias
Quinta - Cl 4.5-6 Falar com sabedoria produz melhores relacionamentos
Sexta - Tg 4.6 DEUS não compactua com os orgulhosos
Sábado - Pv 29.23 A pessoa que se afasta do orgulho será honrada
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Reis 4.29-34;6.1,11-14
1 Reis 4
29 - E deu DEUS a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que está na praia do mar. 30 - E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. 31 - E era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu nome por todas as nações em redor. 32 - E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. 33 - Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais, e das aves, e dos répteis, e dos peixes. 34 - E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria.
1 Reis 6
1 - E sucedeu que, no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de zive (este é o mês segundo), Salomão começou a edificar a Casa do Senhor. 11 - Então, veio a palavra do Senhor a Salomão, dizendo: 12 - Quanto a esta casa que tu edificas, se andares nos meus estatutos, e fizeres os meus juízos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, a qual falei a Davi, teu pai; 13 - e habitarei no meio dos filhos de Israel e não desampararei o meu povo de Israel. 14 - Assim edificou Salomão aquela casa e a aperfeiçoou.
 
 
BEP - CPAD - 1 Rs 4.29-34 E DEU DEUS A SALOMÃO SABEDORIA.
A sabedoria de Salomão envolvia um vasto acervo de entendimento e discernimento a respeito da vida e das suas responsabilidades como rei (cf. 3.9). Escreveu 3.000 provérbios (v. 32), muitos dos quais foram preservados no livro de Provérbios. (1) Como é que Salomão, detendo tanta sabedoria divina, acabou desviando-se do Senhor, e servindo a outros deuses? É evidente que ter sabedoria e viver com sabedoria são dois casos diferentes. A maior falha de Salomão é que ele não aplicava a sabedoria espiritual em todas as áreas da sua vida. Embora ele fosse o homem mais sábio da sua época, não viveu tão sabiamente como outros fiéis servos de DEUS. (2) Salomão arruinou-se espiritualmente, porque de início teve muitas mulheres estrangeiras (11.1-8). Dois fatores estão implícitos aqui: (a) Fez isto objetivando alianças políticas e militares, deixando assim de confiar no Senhor para manter o reino livre de ameaças estrangeiras. (b) Sem dúvida, foi-lhe difícil resistir à cobiça carnal pelas mulheres, que também foi uma falha de caráter do seu pai Davi.
 
BEP - CPAD - 1 Rs 6.1 NO ANO DE QUATROCENTOS E OITENTA.
Este versículo é fundamental para o cálculo da data do êxodo de Israel, ao sair do Egito. Salomão começou a edificar a casa do Senhor cerca de 966 a.C. Esta data vem da combinação de dados bíblicos com os registros cronológicos assírios. O êxodo ocorreu 480 anos antes da data supra, portanto, em cerca de 1446 a.C. (cf. At 13.19,20).
BEP - CPAD - 1 Rs6.2 A CASA QUE... EDIFICOU AO SENHOR.
O templo, que abrigava a arca do concerto (Êx 25.16), simbolizava a presença e a pessoa de DEUS entre seu povo. O templo refletia a verdade que DEUS desejava habitar entre o seu povo (Lv 26.12; cf.Jo 14.21-23). Era um sinal e testemunho visível do seu relacionamento pactual com o seu povo (Êx 29.45,46), e foi edificado a fim de que o nome de DEUS habitasse ali (5.5; 8.16; 9.3). O nome de DEUS é "santo" (Lv 20.3; 1 Cr 16.10,35; Ez 39.7). Por conseguinte, DEUS queria ser conhecido e adorado por Israel como o SANTO e o Santificador do seu povo (Êx 29.43-46; Ez 37.26-28).
BEP - CPAD - 1 Rs6.12 SE ANDARES NOS MEUS ESTATUTOS.
Os livros de 1 e 2 Reis registram a trágica história da recusa contínua do povo de DEUS para satisfazer essa condição (2.3,4; 3.14).
 
 
OBJETIVO GERAL - Expor a necessidade de permanecer em comunhão com DEUS.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Evidenciar as virtudes de Salomão;
Destacar o comportamento orgulhoso de Salomão no fim de sua vida;
Apontar os feitos de Salomão.
 
 
PONTO CENTRAL - O que pedimos ao Senhor deve ser refletido em toda a nossa vida.
 
Resumo da Lição 1, A Ascensão de Salomão e a Construção do Templo
I – A SABEDORIA DE SALOMÃO
1. A virtude de Salomão.
2. O sábio pede sabedoria.
3. A sabedoria na prática de vida.
II – A CONSOLIDAÇÃO DO PODER
1. A glória do reino de Salomão.
2. O orgulho precede a ruína.
III – A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
1. O nobre propósito de Salomão.
2. O templo do ESPÍRITO SANTO.
3. A glória do Senhor.
 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS LIVROS COM ACRÉSCIMOS DO Pr. HENRIQUE
 
 
INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE
 
DEUS fez Aliança com Davi -
ALIANÇA DE DEUS COM DAVI - "Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então, farei levantar depois de ti a tua semente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens e com açoites de filhos de homens. Mas a minha benignidade se não apartará dele, como a tirei de Saul, a quem tirei de diante de ti. Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre" (2 Samuel 7:12-16)
 
 
QUEM ESCREVEU 1 REIS E 2 REIS?

1 Reis e 2 Reis nos parece que foram escritos por Isaías e Jeremias.
2Cr 32:32 Ora, o restante dos atos de Ezequias, e as suas boas obras, eis que estão escritos na visão do profeta Isaías, filho de Amós, no livro dos reis de Judá e de Israel
Isaías viveu na época dos reis Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de Judá.
No Talmude judaico diz que Jeremias escreveu o restante do livro de Reis.
Basta ver exemplo na semelhança entre o final de Reis e final de Jeremias.
 
Abrangência: Desde reinado de Salomão até cativeiro na Babilônia.
 
O que havia de mais importante em Israel, mais precisamente, em Jerusalém, e era cobiçado por todos os reinos a sua volta, era o templo. O que era mais importante no templo era a Arca da Aliança, símbolo da presença de DEUS e de maior valor monetário.
 
No tempo de Salomão já não havia dentro da Arca o Vaso contendo o Maná e nem tampouco a Vara de Arão que floresceu. 
A Arca continha três objetos quando saiu do Monte Horebe - que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; Hebreus 9:4
Na arca, nada havia, senão só as duas tábuas de pedra que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito. 1 Reis 8:9
Na arca, não havia senão somente as duas tábuas que Moisés tinha posto junto a Horebe, quando o Senhor fez concerto com os filhos de Israel, saindo eles do Egito. 2 Crônicas 5:10
 
No tempo de JESUS aqui na Terra nem mesmo a Arca da Aliança estava no templo.
O que aconteceu com a Arca da Aliança é uma pergunta que tem fascinado teólogos, estudantes da Bíblia e arqueologistas por vários séculos. No décimo oitavo ano do seu reino, Josias, o rei de Judá, ordenou que aqueles que zelavam pela Arca da Aliança a retornassem ao templo em Jerusalém (2 Crônicas 35:1-6; veja também 2 Reis 23:21-23). Essa é a última vez que a Arca da Aliança é mencionada nas Escrituras.
Apocalipse 11:19 menciona a Arca como estando no céu: "Abriu-se, então, o santuário de DEUS, que se acha no céu, e foi vista a arca da Aliança no seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada."
No fim das contas, apenas DEUS realmente sabe onde a Arca está.
 
 
7 Blocos das Lições do Trimestre:
Monarquia Unida, Divisão do Reino, Ministério profético de Elias, Ministério profético de Elizeu, Reinado de Joás, Queda do Reino do Norte e Reino de Judá.
 
 
Provavelmente Salomão começou a reinar com 18 anos e reinou 40 anos em Jerusalém.
 
 
1 e 2 Reis - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Estes dois livros eram originalmente um único livro on rolo em hebraico. A divisão em dois volumes no texto hebraico apareceu primeiro nos manuscritos de meados do século XV, e então na Bíblia de Daniel Bomberg impressa em hebraico em 1516-17 d.C. Porém, uma vez que os textos gregos exigiam duas vezes mais espaço que os hebraicos (no qual as vogais só foram introduzidas depois de 600 d.C.), a tradução do livro de Reis ao grego para a LXX havia precipitado, séculos antes, uma divisão pela qual passou-se a utilizar dois rolos ao invés de um. Os livros de Samuel e Reis, nas Bíblias em grego e latim, são considerados uma história contínua em quatro volumes. Em alguns textos gregos, porém, o final do reinado de Davi (1 Rs 2.11) ou o início do reinado de Salomão (1 Rs 2.46a) marcam a divisão entre os livros de Samuel e Reis. A divisão entre 1 e 2 Reis parece ser bastante artificial.
Embora Josefo considerasse os livros de Samuel e Reis como dois volumes, os judeus alexandrinos os consideravam como livros “de reinos” (basileion) formando quatro livros. A Vulgata Latina os identificou como livros de “reis”, apresentando para este relato histórico a atual designação como 1 e 2 Samuel, e 1 e 2 Reis.
Cronologicamente, os eventos de 1 e 2 Reis abrangem um período de mais de quatro séculos, começando com o reinado de Salomão, em aprox. 971 a.C., até a libertação de Joaquim do cativeiro babilônico, em aprox. 562 a.C. Além de oferecer um estudo contínuo da dinastia davídica, ele também narra os desenvolvimentos contemporâneos no Reino do Norte a partir de seu início, em 931 a.C., até a queda de Samaria em, 722 a.C.
 
Fontes para a Escrita
Este volume foi obviamente escrito por um autor que usou fontes histéricas. Os documentos citados nominalmente são: o “Livro da História de Salomão” (1 Rs 11.41), o “Livro das Crônicas dos Reis de Judá” (1 Rs 14.29) e o “Livro das Crônicas dos Reis de Israel” (1 Rs 14.19). Além disso, Isaías 36-39 muito provavelmente forneceu a fonte para o relato das relações judaico-assírias nos dias de Ezequias e Senaqueribe. Pode bem ser que profetas que viviam na área fronteiriça dos Reinos do Norte e do Sul durante os quatro séculos que se seguiram à morte de Salomão, mantivessem registros que estavam disponíveis ao autor, que fez a composição final pouco depois da queda de Jerusalém.
 
Autor
Cremos que Isaías iniciou e Jeremias terminou (Obs.: Pr. Henrique).
A tradição talmúdica (Baba Bathra 15a) afirma que Jeremias foi o autor. A habilidade literária e a perspectiva profética, refletida por todos estes livros, favorecem grandemente a autoria de Jeremias, com o capítulo final provavelmente acrescentado por um morador da Babilônia após a libertação de Joaquim em 562 a.C.
A influência de Deuteronômio, também refletida por todos estes livros, foi usada por alguns estudiosos do AT como a base para atribuir a autoria final aos deuteronomistas que estavam ativos por volta de 550 a.C. Esta teoria presume que o livro de Deuteronômio foi escrito durante a época de Josias. No entanto, se Moisés escreveu Deuteronômio, sua influência como o maior de todos os profetas iria naturalmente permear a subseqüente história de Israel, começando com Josué e continuando pelos livros de Juizes, Samuel e Reis.
 
Esboço
I. O Reino Unido sob Salomão, 1 Reis 1.1- 11.43
A. Salomão estabelecido como rei. 1.1-4.34
B. Templo construído e dedicado, 5.1- 9.25
C. Relações internacionais, 9.26-10.29
D. Apostasia e morte, 11.1-43
II. Tensão e Guerra após a Divisão, 1 Reis 12.1-16.28
A. Roboão e Jeroboão, 12.1-14.31
B. Abias, Asa e os reis do norte, 15.1-16.28
III. A Era da Aliança, 1 Reis 16.29; 2 Reis 8.29
A. Os Reis Acabe e Josafá e o profeta Elias, 16.29-22.53
B. Elias, Eliseu e os reis aliados, 2 Reis 1.1-8.29
IV. A Dinastia de Jeú e os Desenvolvimentos Contemporâneos, 2 Reis 9.1-15.12
A. Revolta de Jeú e remoção do baalismo, 9.1-10.31
B. A reforma de Joás e a ascensão da Síria, 10.32-13.9
C. Israel emerge como o reino mais forte, 13.10-15.12
V. A Era do Domínio Assírio, 2 Reis 15.13-21.26
A. O declínio e queda de Samaria, 15.13-17.41
B. A ameaça de Ezequias, rei de Judá, 18.1- 20.21
C. Os reinados ímpios de Manassés e Amom, 21.1-26
VI. O Declínio e Queda de Judá, 2 Reis 22.1-25.30
A. Reavivamento sob Josias, 22.1- 23.30 (E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal. 2 Reis 23:25).
B. Conquista pela Babilônia, 23.31-25.26
C. Cativeiro e libertação de Joaquim, 25.27-30
 
Tema
A admoestação à fidelidade à aliança é o tema destes dois livros de Reis. A fidelidade de sna aliança com DEUS era essencial para o bem-estar de Israel como uma nação. O autor avaliou cada governante por sua conformidade à lei mosaica. Conquistas seculares extraordinárias dos reis eram frequentemente minimizadas ou omitidas, ao passo que a responsabilidade pela aliança com o Senhor era enfatizada. Começando com os reinados de Davi e Salomão, quando Israel alcançou a eminência de fama e riqueza internacional - um período nunca sobrepujado desde então - o autor procura dar a razão da divisão e do declínio do reino, que terminou com a queda de Jerusalém.
Por todos estes séculos de declínio, profeta após profeta veio lembrar aos reis e cidadãos do seu fracasso em amar e servir a DEUS de todo o coração, e os advertiu sobre o juízo de DEUS por causa de sua injustiça social. A destruição de Jerusalém com seu Templo reduzido a cinzas foi seguida do cativeiro de Israel, que foi o maior juízo sobre o povo de DEUS nos tempos do AT. Desta maneira, a primeira nação de Israel foi extinta.
 
Dificuldades nos Livros
Os problemas de correlacionar os dados estatísticos apresentados nos livros de Reis são muitos. Um avanço acentuado no estudo que oferece uma solução para muitas das dificuldades cronológicas é o livro de E. R. Thiele (cf. bibliografia). Om entendimento adequado dos sistemas de datação usados nos reinos do norte e do sul em várias épocas, e da questão de co-regências, tomou possível dar a razão da maioria dos problemas nos relatos bíblicos. Fontes seculares das listas epônimas assírias, abrangendo a história daquele império de 893 a 666 a.C., e o cânon grego de Ptolomeu, informando sobre os reinados de reis babilônios a partir de 747 a.C. até o período greco-romano, fornece uma base de comparação e correlação. Tábuas lidas e publicadas por Donald J. Wiseman têm fornecido informações mais específicas para datar os reis caldeus no período entre 626 e 566 a.C. Conseqüentemente, as datas para a queda de Samaria em 722 a.C. e a queda de Jerusalém em 586 a.C. são aceitas como datas fixadas com uma variação aproximada de um ano. O ano 931 a.C. como a data para a divisão do reino após a morte de Salomão tem um excelente apoio histórico, de acordo com E. R. Thiele, embora as datas sugeridas por vários estudiosos variem de 937 a 922 a.C.
(1 e 2 Reis - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD).
 
 
1 e 2 Reis - CHARLES G. MARTIN -  (Comentário da Bíblia NVI - FFBruce)
INTRODUÇÃO

Os livros de Primeiro e Segundo Reis (3 e 4 Reinados, ou Reinos, na versão grega) apresentam uma narrativa contínua da monarquia hebraica desde o tempo em que Davi comandava um reino rico e extenso até o tempo da sua destruição final. Quatrocentos anos em pouco mais de 50.000 palavras significa uma redução drástica de detalhes. Um empreendimento paralelo na história britânica é a Crônica Anglo-Saxônica, que consiste em uma crônica histórica de cada ano com alguns incidentes contados em mais detalhes. Os livros de Reis adotam um princípio de seleção bem diferente. Embora o autor siga uma certa cronologia e nos mantenha informados acerca do tempo, ele não tenta fazer uma cobertura ano a ano. Em vez disso, escreve “história com um propósito”, e o propósito é apresentar Javé, soberano sobre todos os poderes e sobre toda a história, mostrando o seu caráter por meio da sua maneira de tratar com o seu povo da aliança. Por essa razão, muitas questões politicamente interessantes ou importantes são omitidas, e pessoas e épocas são escolhidas em virtude de sua importância moral ou religiosa. A lição é apresentada explicitamente (lRs 2.4; 3.14; 6.11-13 etc.) em termos que lembram o estilo de Deuteronômio e, implicitamente, à medida que o fracasso progressivo traz declínio progressivo. Esse chamado ponto de vista “deuteronomista” gerou muitos comentários. Aqueles estudiosos que consideram
Deuteronômio um produto do século VII a.C. consideram Reis uma obra editorial moralista que usa tanto material genuinamente histórico quanto material lendário para ilustrar a sua tese. Esse tratamento a priori resulta em comentários como “Dt 17.14-20 deve ter sido escrito com Salomão em mente” (B. A. Anderson, Understanding the OT, 1957, p. 145); “história objetiva obscurecida por racionalização deuteronomista” (Gray, p. 28-9); “eles retrataram as cerimônias da maneira em que eram praticadas em sua própria época” (Montgomery, p. 199). Os estudiosos que aceitam Deuteronômio como um texto substancialmente mosaico e que representa uma parte fundamental da herança israelita, consideram Reis como livros que nos dão um retrato íntegro dos eventos registrados, embora aceitem a intervenção de um editor que selecionou e ordenou o material para destacar a conclusão moral da triste história. Vasta literatura tem sido escrita acerca dessas questões, muito além do que é possível discutir nesta obra. Um comentário breve como este não pode parar a todo momento para dizer “Alguns estudiosos dizem...” quando a diferença é de pressuposições; por isso, devemos afirmar de forma geral que os comentários a seguir são escritos com base no ponto de vista de que o material deuteronomista era parte da herança de Israel, e não uma importação feita por um autor posterior.
 
Autor e fontes
“Editor” é um termo moderno demais e não faz justiça à pessoa que nos deu os livros de Reis. A tradição atribuiu a obra a Jeremias. Alusões aqui e ali sugerem que o livro recebeu a sua forma final no início da época do exílio, mas não há nada certo acerca do seu lugar ou época de origem. Fontes contemporâneas são mencionadas, incluindo:
Os registros históricos de Salomão (lRs 11.41)
Os registros históricos dos reis de Israel (17 referências)
Os registros históricos dos reis de Judá (15 referências)
Os capítulos iniciais dão continuidade ao estilo de Samuel e são aparentemente extraídos da mesma Narrativa da Corte (que termina em lRs 2.46). As seções extensas que tratam de Elias e Eliseu talvez tenham sido extraídas de material oral ou escrito dos círculos dos profetas (certamente os feitos de Eliseu foram colecionados em uma data antiga, 2Rs 8.4). Os capítulos finais podem bem ter vindo da experiência pessoal do autor acerca daqueles dias angustiantes. Algumas das fontes registram eventos “miraculosos” que o autor naturalmente recebe e aceita na sua história dos atos de Javé. Leitores modernos talvez considerem isso além da sua própria experiência, mas precisam deixar o autor contar a sua história e não podem esperar discussões detalhadas de tudo que é incomum. As fontes são usadas de forma bastante seletiva dentro de uma estrutura geral que conta a história de cada rei, um a um. Quando trata do reino dividido, a fórmula relaciona as duas partes: “No ano ‘n’ do rei X de Israel/Judá, Y começou a reinar em Judá/ Israel”. A isso geralmente segue a idade do rei no ano da sua ascensão (ou designação como herdeiro legítimo ou co-regente), o nome de sua mãe, extensão do reinado e uma avaliação de que ele fez o que era certo/errado aos olhos do Senhor.
 
Cronologia
Somente bem no final da história, temos um elo com datação externa (2Rs 24.12). A arqueologia nos forneceu grande quantidade de dados — especialmente inscrições triunfais e listas de reis — que permitem informações cruzadas de datas e também lançam muita luz sobre os costumes, a literatura e a cultura da época. Em geral, pode-se dizer que o trabalho com esse material tem aumentado o respeito pelas fontes do autor, embora permaneçam dificuldades de cronologia. A obra principal a esse respeito, escrita por E. R. Thiele {TheMysterious Numbers of the Hebrew Kings, 2. ed., 1965), esclareceu muita confusão. Thiele compara os registros dos reis e mostra como eles refletem diversos métodos de cálculo do tempo do Antigo Oriente Médio — por exemplo, se o ano de ascensão de um rei era contado ou não como parte do seu reinado — e também o costume da co-regência, que começou com a designação de Salomão por parte de Davi enquanto ele ainda estava vivo. Os detalhes menores de conciliação cronológica eram menos importantes para o autor do que parecem para os técnicos historiadores modernos. O que acontecia e o que significava geralmente era mais importante do que a data exata. Pode ser que os “registros históricos” que o autor consultou tenham sido mais detalhados a esse respeito. Talvez seja significativo que eles se perderam enquanto a sua interpretação sobreviveu. Essa mesma ênfase está preservada no comentário que segue, e leitores que quiserem mais ajuda com relação a dificuldades cronológicas específicas devem consultar as obras de referência citadas.
 
Quando necessário, a datação a seguir, extraída do Novo Dicionário da Bíblia (p. 368-70), foi usada:

Asa 911/10—870/69
Ben-Hadade I ?900—860
Egito    Judá    Israel    Síria    Assíria
Salomão 971/70—931/30
Sesonque 945—924
Roboão 931/30—913 Jeroboão 1931/30—910/9 Abias 913—11/10
Nadabe 910/9—909/8
Basa 909/8—886/85
Osocrom IV 727—716
Taharqa (“Tiraca”) 690—664
Neco II 610—595
Elá 886/85—885/84 Zinri 885/4 Tibni 885/84—880
Ben-Hadade II860—843
Onri 885/84—874/73
Acabe 874/73—853
Josafá 870/69—848 (co-regente 873/72)
Acazias 853—852
Jorão 848—841 (co-regente desde 853)
Jorão 852—841
Atalia 841—835    Jeú 841-814/13
Jeoacaz 814/13—798
Joás 835—796
Jeoãs 798—782/81
Amazias 796—767
Jeroboão II782/81—753 (co-regente 793/92)
Azarias 767—740/39 (co-regente 791—90)
Zacarias 753—752 Salum 752
Menaém 752—742/41
Pecaías 742/41—740/39 Jotão 740/39—732/31 Peca 740/39—732/31 (co-regente 750)
Oséias 732/31—723/22
Acaz 732/31—716/15
(co-regente 744/43 Queda de Samaria 722 responsável único 735)
Ezequias 716/15—687/86 (co-regente 729)
Manassés 687/86—642/41 (co-regente 696/95)
Amom 642/41—640/39
Josias 640/39—609 (E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal. 2 Reis 23:25).
Jeoacaz 609 Jeoaquim 609—597 Joaquim 597
Zedequias 597—587
Salmaneser III859—824 Batalha de Carcar 853
Hazael 843—796
Ben-Hadade III 796—770
Rezin 750—732
Tiglate-Pileser III 745_727
Salmaneser V 727—722
Sargão II 722—705 Senaqueribe 705—681
Esar-Hadon 681—669 Assurbanipal 669—627
Queda de Nínive 612
Babilônia
Napobolassar 626—605
Nabucodonosor II 605—562

Natureza e interesses
Ler um documento compilado há 2.500 anos exige humildade e imaginação. Esses registros são nossos juízes, assim como nós somos juízes deles, e, conforme registram uma experiência humana singular, não podemos simplesmente colocá-los lado a lado com estruturas políticas e sociais com as quais estamos familiarizados. A monarquia hebréia surgiu como uma aliança (1Sm 12) alicerçada sobre uma aliança no Sinai, construída sobre uma aliança com os patriarcas (2Rs 13.23). A aliança davídica (2Sm 7; lRs 8.16-21) foi sobreposta a essas outras. E verdade que essas alianças foram compreendidas de forma errônea, esquecidas e abusadas, mas não contribuímos em nada para a história se as ignorarmos ou se supusermos que são uma ficção posterior atribuída de forma inadequada a atores anteriores do drama. A história trata de uma comunidade sob a condução de Javé, Senhor da história, preocupado com relacionamentos e justiça tanto quanto com cerimônias. Por isso o julgamento de cada reinado é com base no bem ou mal diante dos olhos do Senhor. A condenação religiosa soa estranha somente para uma geração que separa sintomas de doença, que permite que psiquiatras assumam a responsabilidade dos sacerdotes e colunistas políticos assumam o papel dos profetas. Mas o que as pessoas adoram e cultuam determina como vivem, e a desconfiança dos “lugares altos” não era um ponto fraco da religião, mas uma percepção profunda da corruptibilidade humana na origem mais secreta de compreensão e reação
Os livros de Reis tratam de um pequeno reino, e não de uma aldeia global do século XX. De Dã a Berseba, dava somente 240 quilômetros; mesmo assim, as notícias levavam vários dias, ou até semanas, para chegar de um lugar a outro. Muitos campi universitários ou campos de futebol hoje ocupam mais espaço do que uma “cidade” palestina daqueles dias. Uma sociedade agrícola está consciente das estações, do crescimento e das inseguranças de forma mais profunda do que aquela cuja comida vem do supermercado. Aliás, o crescimento de uma sociedade monetarista com os intermediários, burocratas e capitalistas a partir de Salomão é um fator importante na história.
Há outras questões incidentalmente relacionadas ao objetivo principal de mostrar a aflição e a glória do povo da aliança: questões que não querem calar, não somente com relação ao Israel do primeiro milênio a.C. As alianças eram mutuamente incompatíveis? Dt 17.14,15 sugere a designação democrática do cidadão principal sob a condução de Javé. O princípio dinástico (2Sm 7) não está sempre em conflito com isso (e.g., 2Rs 21.24), mas poderia estar. Aqui há uma tensão considerável entre os ideais da liderança carismática e a autoridade constitucional. Se o Norte se apegava àqueles, e o Sul, a esta, quem poderia dizer quem se saiu melhor? O problema paralelo da adoração é focalizado nesta história. O “governo dos santos” é possível? Que influência os governantes têm — sejam eles Jeroboão em Betei ou Salomão, Manassés ou Josias em Jerusalém? A centralidade de Jerusalém foi idéia de DEUS ou era o melhor naquelas circunstâncias? Salomão propôs essa questão em lRs 8.27. Uma resposta posterior veio em Is 57.15. Ainda nos debatemos com a relação entre piedade pessoal e religião institucional.
Acima de tudo, sentimos de forma progressiva a tensão do sofrimento prolongado de DEUS. “Mas eles não quiseram ouvir” (2Rs 17.14) é um diagnóstico fundamental da condição humana, ampliada por angústia profética desde Oséias e Jeremias até JESUS no monte das Oliveiras (Lc 19.41-44).
As observações a seguir não têm a intenção de tratar de questões de detalhes, mas ajudar o leitor comum a ouvir a história que o autor conta “do teu grande nome, da tua mão poderosa e do teu braço forte” (lRs 8.42).
ANÁLISE
1 E 2 REIS
I. INTRIGA NA CORTE E O NOVO REI (1.1—2.46)
II. A GLÓRIA E A VERGONHA DE SALOMÃO (3.1—11.43)
III. O REINO DIVIDIDO (12.1—2RS 17.41)
IV. O REINO DE JUDÁ FICA SOZINHO (2RS 18.1—25.30)
(Comentário da Bíblia NVI - FFBruce)
 
 
 
1 e 2 Reis – BEP - CPAD
 
Autor: Prováveis Isaías e Jeremias
Tema: Reis de Israel e de Judá
Data: Cerca de 560–550 a.C.
 
Considerações preliminares
 
Os fatos de 1 e 2 Reis vêm logo a seguir aos de 1 e 2 Samuel. Esses quatro livros em conjunto abrangem, de forma seletiva, toda a história dos reis de Israel e de Judá (c. 1050–586 a.C.). 1 e 2 Reis abrangem, cronologicamente, quatro séculos dessa história, do rei Salomão (970 a.C.) ao exílio babilônico (586 a.C.). 1 Reis, isoladamente, abarca cerca de 120 anos — o reinado de Salomão, de quarenta anos de duração (970–930 a.C.) e aproximadamente os primeiros oitenta seguintes à divisão do reino (cerca de 930–852 a.C.).
1 e 2 Reis formavam, originalmente, um só volume no AT hebraico. Portanto, quanto à autoria são considerados um único livro. O último evento registrado (2 Rs 25.27) é a libertação do rei Joaquim da sua prisão em Babilônia (c. 560 a.C.). Por conseguinte, 1 e 2 Reis, na sua forma completa, provavelmente datam da década de 560–550 a.C. Não há menção nominal do autor, mas é evidente que se tratava de um historiador profético inspirado, ou mais de um, que abordou os reinados de todos os reis de Israel e de Judá à luz do concerto de DEUS com o povo hebreu. Está claro, também, que utilizou várias fontes literárias, citando-as nominalmente: (1) “o livro da história de Salomão” (11.41); (2) “o livro das crônicas dos reis de Israel” (14.19); (3) “o livro das crônicas dos reis de Judá” (14.29). Essas fontes literárias eram provavelmente registros escritos e conservados pelos profetas, e não anais oficiais da corte. É provável, ainda, que o autor tenha consultado outras fontes documentárias proféticas tais como as mencionadas em 1 Cr 29.29. Para uma visão panorâmica dos reis de Israel e de Judá.
 
Propósito
 
1 e 2 Reis foram escritos para prover ao povo hebraico no exílio babilônico uma versão bíblica da sua história, e assim compreenderem por que a nação dividiu-se em 930 a.C., por que o Reino do Norte, Israel, caiu em 722 a.C., e por que o reino davídico e Jerusalém caíram em 586 a.C. Os livros de Reis salientam que a divisão e o colapso de Israel e de Judá foram uma consequência direta e inevitável da idolatria e da impiedade dos reis e da nação como um todo. Tendo em vista esse fato, os livros abordam o sucesso ou fracasso de cada rei, de conformidade com sua fidelidade ou infidelidade a DEUS e ao concerto. Esta perspectiva bíblica tinha por objetivo fazer com que os cativos repudiassem para sempre a idolatria, buscassem a DEUS e cumprissem seus mandamentos nas gerações futuras.
 
Visão Panorâmica
 
1 Reis divide-se em duas partes principais: (1) A primeira descreve o reinado do rei Salomão (caps. 1–11). Os primeiros capítulos descrevem as circunstâncias que o conduziram ao reinado (caps. 1–2) e sua oração por sabedoria para governar a nação (cap. 3). Os sete caps. seguintes descrevem a ascensão de Salomão no âmbito mundial, e o apogeu de Israel em prosperidade, paz, poder e glória — tudo durante os primeiros vinte anos do reinado de Salomão. Durante esse período, Salomão edificou e dedicou o templo de Jerusalém (caps. 6; 8). O cap. 11 descreve o segundo período de vinte anos do reinado de Salomão — anos de sensualismo, de declarada poligamia, de idolatria e de desintegração dos alicerces da nação. Por ocasião da morte de Salomão, o caminho estava preparado para a divisão e declínio do reino. (2) A segunda parte descreve a divisão do reino, na época do filho de Salomão, Roboão, e os oitenta anos seguintes, de declínio político e espiritual dos dois reinos com sua sucessão à parte, de reis (12—22). Os personagens principais desta metade do livro são: os reis Roboão do Reino do Sul, e Jeroboão do Reino do Norte; o rei Acabe e sua perversa esposa Jezabel (Norte), e o profeta Elias (Norte).
 
Características Especiais
 
Quatro características principais distinguem 1 Reis. (1) Apresenta os profetas como os representantes e porta-vozes de DEUS diante dos reis de Israel e Judá — e.g., Aías (11.29-40; 14.5-18), Semaías (12.22-24), Micaías (22.8-28), e principalmente Elias (17—19). (2) Salienta a profecia e o seu cumprimento na história dos reis. Registra numerosas vezes o cumprimento de profecias proferidas (e.g., 2 Sm 7.13 e 1 Rs 8.2011.29-39 e 12.15; cap. 13 e 2 Rs 23.16-18). (3) Reúne muitas histórias bíblicas bem conhecidas — e.g., a sabedoria de Salomão (3—4), a dedicação do templo (cap. 8), a visita da rainha de Sabá a Jerusalém (cap. 10) e o ministério de Elias, especialmente seu confronto com os falsos profetas de Baal, no monte Carmelo (cap. 18). (4) Inclui uma elevada soma de dados cronológicos sobre os reis de Israel e de Judá, cuja sincronização, às vezes, é muito difícil. A resolução satisfatória da maior parte desses problemas depende de reconhecermos os casos de prováveis reinados coincidentes em parte com outros, de co-regências de filhos com seus pais, e de modos diferentes de calcular as datas iniciais do reinado de cada rei.
 
O Livro de 1 Reis e o NT
 
No NT, JESUS declarou à sua geração que a grandeza da sua vida e do seu reino ultrapassam a sabedoria, autoridade, glória e esplendor de Salomão e do seu reinado: “Eis que está aqui quem é mais do que Salomão” (Mt 12.42). Além disso, a glória de DEUS que encheu o templo de Salomão, quando foi dedicado, veio habitar entre a raça humana, na pessoa de JESUS, o Filho Unigênito do Pai (Jo 1.14).
 
 
2 Reis – BEP - CPAD
Tema: Reis de Israel e de Judá
Data: Cerca de 560-550 a.C.
 
 
Considerações Preliminares
 
Os livros de 1 e 2 Reis são, no original, um tratado indiviso, portanto, as informações contidas na introdução a 1 Reis são importantes aqui. 2 Reis retoma a história do declínio de Israel e Judá, a partir de cerca de 852 a.C. Narra as duas grandes calamidades nacionais que conduziram à queda dos reinos de Israel e de Judá: (1) a destruição da capital de Israel, Samaria, e a deportação de Israel à Assíria em 722 a.C.; e (2) a destruição de Jerusalém e a deportação de Judá para Babilônia em 586 a.C.
2 Reis abarca os últimos 130 anos da história de Judá, que teve 345 anos de duração. A grande instabilidade política de Israel (i.e., as dez tribos do Norte) é notória nas suas constantes mudanças de reis (dezenove) e de dinastia (nove) em 210 anos, em comparação com os vinte reis e uma dinastia (com breve interrupção) de Judá, em 345 anos. Muitos dos profetas literários do AT ministraram durante o período decorrido em 2 Reis. Eles relembravam, advertiam e exortavam os reis concernente às suas responsabilidades diante de DEUS como seus representantes teocráticos. Amós e Oséias profetizaram em Israel, ao passo que Joel, Isaías, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias e Jeremias profetizavam em Judá. Nos livros desses profetas, temos importantes revelações históricas e teológicas que não se acham em 2 Reis, no tocante ao declínio moral das duas nações.
 
Propósito
 
O propósito de 2 Reis é o mesmo que o de 1 Reis. Em resumo: o propósito original era propiciar ao povo hebreu, especialmente os exilados em Babilônia, uma interpretação e compreensão profética da sua história durante a monarquia dividida, para que não repetissem os pecados dos seus antepassados.
 
Visão Panorâmica
 
A história de 2 Reis abrange duas épocas principais: (1) a história dos dois reinos antes da queda de Israel (as dez tribos) em 722 a.C. (1—17), e (2) a história de Judá depois da derrocada de Israel até à queda da própria nação de Judá em 586 a.C. (18—25). Por um lado, Israel teve uma sucessão ininterrupta de reis que faziam “o que era mau aos olhos do SENHOR” (e.g., 3.2). Em 2 Reis, é patente que em meio à terrível apostasia de Israel, DEUS levantava profetas poderosos tais como Elias e Eliseu para conclamar a nação e seus respectivos dirigentes a voltar a DEUS e ao seu concerto (1—9).
Por outro lado, em Judá, às vezes, havia alívio quando entre seus reis ímpios, surgiam alguns piedosos, como Ezequias (18—21) e Josias (22—23 – melhor dos reis), que se esforçavam para levar a nação de volta a DEUS. Todavia, esses reis não conseguiram levar o povo a abandonar de modo permanente a prática prevalecente da idolatria, da imoralidade e da violência. Depois da morte de Josias (cap. 23), o deslize de Judá em direção à destruição foi rápido e culminou no saque de Jerusalém por Nabucodonosor em 586 a.C. (cap. 25).
 
Características Especiais
 
Cinco fatos principais caracterizam 2 Reis. (1) Destaca (assim como também 1 Reis) a importância dos profetas e da sua mensagem revelada como o meio principal de DEUS transmitir sua mensagem aos reis e ao povo de Israel e Judá — e.g., Elias e Eliseu (1—13), Jonas (14.25), Isaías (19.1-7, 20-34) e Hulda (22.14-20). (2) Destaca o ministério milagroso de Eliseu no decurso de boa parte da primeira metade do livro (2—13). (3) Apenas dois reis em todo Israel e Judá tiveram plena aprovação como fiéis a DEUS e ao povo: Ezequias (18.1—20.21) e Josias (22.1—23.29 – melhor dos reis). (4) Revela que líderes ímpios acabam levando seu povo à ruína e ilustra o princípio perpétuo de que “a justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos” (Pv 14.34). (5) Contém muitas narrativas bíblicas bem conhecidas, como a ascensão de Elias ao céu num redemoinho (cap. 2), a ressurreição do filho da sunamita por Eliseu (cap. 4), a cura de Naamã (cap. 5), o ferro do machado que flutuou na água (cap. 6), a morte violenta de Jezabel conforme Elias profetizara (cap. 9), os grandes avivamentos no reinado de Ezequias (cap. 18) e Josias (cap. 23), e a grave enfermidade de Ezequias e sua cura (cap. 20).
 
Paralelo entre o livro de 2 Reis e o NT
 
2 Reis deixa claro que o pecado e infidelidade dos reis de Judá (i.e., os descendentes de Davi) resultaram na destruição de Jerusalém e do reino davídico. Não obstante, o NT deixa também claro que DEUS, na sua fidelidade, cumpriu sua promessa segundo o concerto, feita a Davi, através de JESUS CRISTO, “o Filho de Davi” (Mt 1.19.27-3121.9), cujo reinado e reino não terão fim (Lc 1.32,33; cf. Is 9.7). No Milênio o descente de Davi reinará absoluto num único governo perfeito e santo na face da Terra.
 
 
 
COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 1
 
 
SALOMÃO -  שלמה Sh ̂elomoh - Salomão = “paz”
1) filho de Davi com Bate-Seba e terceiro rei de Israel; autor de Provérbios e Cântico dos Cânticos
 
 
SALOMÃO - Do hebraico: muito pacifico (Dicionário de Significado dos nomes)
 
 
 
 
O reinado de Salomão (https://cronologiadabiblia.wordpress.com/2011/01/26/o-reinado-de-salomao/)
971 AC – (Anno Mundi 2925) – início do reinado de Salomão
Salomão reinou depois da morte de Davi por 40 anos, conforme já visto, entre os anos 2925 A.M. e 2964, contado seu ano de ascensão. Conforme 1 Cr 29:1 Salomão era ainda “ainda moço e tenro” quando começou a governar.
Considerando que tenha nascido no Anno Mundi 2904, teria 21 anos na ocasião do início de seu reinado. Três coisas chamam a atenção sobre sua figura: sua conhecida sabedoria dada por DEUS, o fato de haver construído o Templo, e sua infidelidade a DEUS, que terá como efeito a divisão do reino depois de sua morte.
Alguns princípios que deveriam nortear a monarquia em Israel já haviam sido editados como lei pelo próprio Moisés, conforme o capítulo 17 de Deuteronômio. Foram, no entanto, sistematicamente negados ou esquecidos por quase a totalidade dos reis, mas é na verdade no reinado de Salomão que se constata de certa forma a sua mais abusiva negação. O próprio texto nos explica:
“Porém ele (o rei) não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para multiplicar cavalos; pois o SENHOR vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho. Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem prata nem ouro multiplicará muito para si.” (Dt 17:16-17)
968 AC a 961 AC – (Anno Mundi 2928 – 2935 A.M.) – construção do Templo
Como DEUS houvesse negado a Davi (por haver sido um homem de guerras) que ele construísse o Seu Templo, coube a Salomão faze-lo. (2 Sm 7:12-13)
De acordo com 1 Rs 6:38, Salomão demorou 7 anos para concluir a obra, o que veio a ocorrer no Anno Mundi 2935.
O Templo estará em pé por 367 anos até que seja destruído por Nabucodonozor no Anno Mundi 3302 (2 Rs 25:8-9).
934 AC – (Anno Mundi 2962) – escolha de Jeroboão
Salomão é um exemplo de que pouco vale a sabedoria sem submissão espiritual. Governou Israel no auge de seu esplendor, gozando dos benefícios das conquistas das fronteiras de Davi (2 Cr 9:26) que fizeram dos povos ao redor de Israel pagadores de impostos com os quais Salomão pode empreender grandes obras.
Construiu o Templo, o palácio real, murou Jerusalém, construiu cidades armazens, navios (1 Rs 9:10-28), e fez propagar sua fama pelo mundo vindo a exceder a todos os governantes de seu tempo (1 Rs 10:23).
De acordo com 1 Rs 4:32-33: “disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais e das aves, e dos répteis e dos peixes”. Desfrutou, desta forma, da paz conquistada por seu pai e pode dedicar-se a uma vida de cultura e prazeres.
Contrariando a Lei de Moisés (Dt 7:3-4) que proibia o casamento com mulheres estrangeiras, casou-se com 700 mulheres e possuiu 300 concubinas (1 Rs 11:3) que lhe fizeram inclinar para a idolatria, causa pela qual o reino de Israel veio a ser divido.
Vejamos a sentença de DEUS contida em 1 Rs 11:11-13: “Assim disse o Senhor a Salomão: Pois que houve isto em ti, que não guardaste a minha aliança e os meus estatutos que te mandei, certamente rasgarei de ti este reino, e o darei a teu servo. Todavia nos teus dias não o farei, por amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o rasgarei; Porém todo o reino não rasgarei; uma tribo darei a teu filho, por amor de meu servo Davi, e por amor a Jerusalém, que tenho escolhido.”
Conforme veremos quando for tratado o reino de Jeroboão, a sentença acima veio a ser pronunciada dois anos antes da morte de Salomão, no Anno Mundi 2962, ano que assinala o início da contagem do tempo de reinado de Jeroboão, sem que ainda ele tivesse sido empossado como rei.
Algumas das esposas de Salomão eram provavelmente israelitas, mas nenhuma delas é mencionada. Naamá, uma amonita (2 Cr 12:13), filha de um dos povos contra quem Davi combateu, veio a ser mãe de Roboão, sucessor de Salomão e causador da divisão do reino de Israel.
932 AC – (Anno Mundi 2964) – morte de Salomão
Salomão morreu no Anno Mundi 2964 com cerca de 61 anos de idade (pressupondo que iniciou com 21 anos), bastante jovem para os padrões de sua época. Foi sucedido por seu filho Roboão.
 
 
A administração e o poder de Salomão (4.1-34) - Comentário da Bíblia NVI - FFBruce
v. 1. tomou-se rei sobre todo o Israel, um termo nacionalista do início do período (como Davi, 2Sm 8.15). Mais tarde, Israel significa com mais freqüência o Reino do Norte depois da separação. Apesar da ênfase à monarquia unida, é de se duvidar que a unidade tenha sido mais do que nominal (e.g., 2Sm 5.5: “todo o Israel e Judá”, e a facilidade com que brotavam rebeliões de acordo com a linha divisória Norte—Sul). A glória de Salomão foi demonstrada principalmente na construção e no luxo de Jerusalém, mas “todo o Israel” ajudou a pagar (caro) por isso.
v. 2. Estes foram os seus principais assessores (cp. com listas da administração de Davi em 2Sm 8.15-18 e [menos importantes] 2Sm
20.23-26): Azarias, filho de Zadoque: o sacerdote (v. lCr 6.8): Se a lista representa a administração dos reinos posteriores, esse poderia ser o mesmo Azarias, mas então Zadoque e Abiatar (v. 4b) parecem estar fora de lugar. Outra sugestão (Montgomery, p. 114-5) é que Eliorefe (não mencionado em nenhum outro lugar) não seja o nome de um oficial, mas de uma função ou posição, “o que cuidava do calendário”; assim, a NEB traz “Responsável pelo calendário, Azarias filho do sacerdote Zadoque” e transforma Aías em filho de Sisa, o único “secretário” (v. 3).
v. 4. Benaia [...] comandante do exército-, como já foi mencionado em 2.35, sem dúvida ainda usufruía da lealdade dos mercenários, os queretitas e peletitas, mas agora eles o compartilharam com a tropa. Um manuscrito grego acrescenta um trecho surpreendente, “Eliabe, filho de Joabe, sobre o exército”, depois do v. 6 — talvez uma nota posterior para manter a lista atualizada. Zadoque e Abiatar como sacerdotes apresentam uma dificuldade. Abiatar foi banido do sacerdócio (2.27). A frase talvez seja uma intromissão de 2Sm 8.17. v. 5. Azarias, filho de Natã: responsável pelos governadores distritais (NEB: “superintendente dos governadores regionais”), uma nova posição, de que não se encontrou paralelo na corte de Davi, embora lCr 27.2-15 sugira que a contagem do povo feita por Davi estava associada a essa estrutura organizacional. Zabude, filho de Natã: sacerdote e conselheiro pessoal do rei (como Gn 26.26), talvez o mais próximo que Salomão teve do que o franco Natã havia sido para Davi. E, por último, o sinistro Adonirão, filho de Abda (o seu nome fenício também não ajudava) era chefe do trabalho forçado (v. 6). Ele é mencionado em 2Sm 20.24, mas, visto que sobreviveu com muita vitalidade à morte de Salomão (12.18), é de se duvidar que o recrutamento de tropas tenha de fato iniciado no tempo de Davi.
A administração aumentada de Salomão tinha de ser financiada de alguma forma, e os doze governadores distritais [...] fomeáam provisões e foram personagens-chave na estrutura. Alguns eruditos têm sugerido que Salomão deliberadamente transpôs divisas tribais para quebrar a lealdade tribal, mas é mais provável que ele simplesmente tentou atingir números aproximadamente equivalentes nas divisões e tirar vantagem das redes de coleta de impostos já existentes, v. 8. Os seus nomes na verdade não são apresentados, mas somente os patronímicos. E mais provável que a lista de que esses nomes foram copiados estivesse rasgada na margem direita do que a sugestão de que as funções eram hereditárias nesse estágio (v. BJ). Visto que dois deles eram casados com filhas de Salomão, a lista deve ser da segunda metade do seu reinado. A posição de Judá não está clara (a RSV traz “sobre a terra de Judá” ao final do v. 19, com base em uma das várias emendas ao texto). Ou Judá estava livre de tributos ou (o que é mais provável) o v. 19a é uma repetição do v. 13, de forma que Judá é o décimo segundo distrito com um único governador, v. 22. Aí provisões [...] de Salomão (provavelmente de uma lista de compras) eram para todos os que vinham participar de sua mesa (v. 27), i.e., o número crescente dos seus oficiais e pensionistas. Não havia somente a manutenção de cavalos de mensageiros e militares (v. 28) — a organização de um Estado coeso e em expansão econômica custa dinheiro. Por comparação com as provisões de Neemias para 150 pessoas (Ne 5.17), calcula-se que Salomão estava alimentando pelo menos 5.000 pessoas. Os outros entre o povo comiam, bebiam e eram felizes (v. 20), viviam em segurança (v. 25), e a independência agradável é refletida na expressão cada homem debaixo da sua videira e da sua figueira. Nem todas as lembranças do reinado de Salomão foram amargas, e esse retrato dos bons velhos tempos de segurança e prosperidade é repetido na esperança de que épocas assim se repitam (Mq 4.4; Zc 3.10).
v. 29. DEUS deu a Salomão sabedoria em cumprimento da promessa (3.12), incluindo conhecimento da natureza (v. 33) e a sabedoria prática contida nos provérbios (v. Pv
25.1). De Vaux associa Etã e Hemã aos salmos atribuídos a eles (SL 88; 89) e considera os filhos de Maol (v. 31; coral) os coristas do templo de Salomão. E significativo, mas triste, que nenhum profeta aparece na corte de Salomão para equilibrar o seu brilhantismo intelectual e cultural com lembretes da importância da humildade, como Natã fizera com Davi.
 
 
A data do templo (6.1) - Comentário da Bíblia NVI - FFBruce
A fundação do templo é datada do ano Quatrocentos e oitenta depois do êxodo. E impossível dizer como se chegou a esse número (a versão grega “440” talvez se refira a onze gerações de 40 anos da lista de sacerdotes em lCr 6). K. A. Kitchen (A ncient Orient and Old Testament, 1966, p. 72-75) apresenta um tratamento detalhado e conclui que 480 anos é “um tipo de agregado” de períodos sobrepostos que abarcavam os c. 300 anos. Josefo se refere a uma lista de reis de Tiro que data a fundação no décimo segundo ano de Hirão — calculada de diversas formas em 957 ou 967 a.C. A referência ao quarto ano do reinado de Salomão resultaria na data de 967 se o reinado de 40 anos é literalmente correto. Uma co-regência com Davi alteraria isso se o reinado de Salomão fosse considerado como o seu reinado exclusivo.

Detalhes da construção do templo (6.2-36)
“Na verdade, possuímos nesses capítulos concernentes à construção e provisão da mobília e acessórios de um templo a especificação mais completa e detalhada do mundo do Antigo Oriente” (Montgomery). Os detalhes acerca do templo contrastam com as observações incompletas da outra construção (maior) de Salomão. O côvado (2Cr 3.3 diz “pela medida antiga”) tinha em torno de 45 centímetros, de forma que o templo era modesto em tamanho. O átrio principal (hêkãl) media 27 metros por 9 metros (dimensões internas) com um pórtico de 9 metros por 4 metros e meio. O santuário interno (debir, v.
16,20), medindo 9 metros de comprimento por 9 metros de largura e 9 metros de altura, fazia parte da nave maior cortada pelas portas ornadas. A altura dada é de treze metros e meio (v. 2) para a nave principal e o átrio, e nove metros para o santuário interno (v. 20), que ou tinha um espaço sobre ele (como sugere 2Cr 3.9) ou um piso elevado ao qual se chegava por meio de degraus, como em santuários cananeus. salas laterais de três andares foram construídas nos três lados do templo (v. 5,6), e cada andar tinha um côvado (45 centímetros) a mais de largura do que o inferior, visto que a largura da parede principal era reduzida e permitia que o piso do andar seguinte repousasse sobre a base inferior. Essas salas de depósito tinham dois metros e vinte e cinco centímetros de altura (v. 10), eram usadas como depósitos sagrados (7.51) e ligadas por escadas (v. 8 — a palavra pode significar uma escada em espiral, de que se achou pelo menos um exemplar numa construção cananéia). As pedras usadas na construção eram blocos lavrados nas pedreiras (v. 7; como em 5.18), e a exatidão do seu preparo é testemunhada pela assembléia, pois não se ouviu no templo nenhum barulho de martelo, nem de talhadeira... Dt 27.5 e Ex 20.25 proíbem o preparo de pedras para um altar, mas não há razão para supor que isso se estendia à construção do templo.

Uma promessa divina (6.11-13)
O relato é interrompido para dar mais um lembrete da aliança com Davi (2Sm 7.12ss). A aliança dinástica era declaradamente condicional—se você seguir os meus decretos [...] cumprirá... (v. 12). Os livros de Reis são a realização trágica na história do fracasso progressivo em cumprir essa condição (2.3ss; 3.14).

Móveis dispendiosos (6.14-38)
Uma narração minuciosa e por vezes repetitiva é apresentada acerca dos móveis internos do santuário, v. 18. não se via pedra alguma-, pois tudo era coberto de cedro e ainda uma camada de ouro. A escultura de querubins, tamareiras e flores abertas (v. 29) respeitava a proibição contra a representação de figura humana, mas eram semelhantes a santuários contemporâneos de outros deuses. Em particular, os dois querubins (v. 23) já não são as criaturas reverentes de Ex 25.20, mas enormes guardiões em forma de esfinge, mais parecidos com modelos siro-fenícios. A parede do pátio interno (v. 36) não estava limitada a quatro camadas: três camadas de pedra lavrada e uma de vigas de cedro foram repetidas até a altura necessária (possivelmente para fortalecer a estrutura na prevenção de terremotos) como em estruturas fenícias que foram escavadas (e v. 7.12). v. 37,38. O mês de zive (abril-maio) e o mês de bul (outubro-novembro) recebem os seus nomes cananeus que o oitavo mês explica em termos da contagem da monarquia posterior e do exílio (v., adiante, 8.2).
 
 
BEP - CPAD - comentários
 2 Samuel 23.1-7
1 - E estas são as últimas palavras de Davi. Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do DEUS de Jacó, e o suave em salmos de Israel: 2 - O ESPÍRITO do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. 3 - Disse o DEUS de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de DEUS. 4 - E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quando, pelo seu resplendor e pela chuva, a erva brota da terra. 5 - Ainda que a minha casa não seja tal para com DEUS, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu prazer estão nele, apesar de que ainda não o faz brotar. 6- Porém os filhos de Belial serão todos como os espinhos que se lançam fora, porque se lhes não pode pegar com a mão. 7 - Mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da haste de uma lança; e a fogo serão totalmente queimados no mesmo lugar.
 
Constituindo Salomão como rei.
 
Restava pouco tempo de vida a Davi. Secretamente Adonias tentava um golpe de estado. O profeta Natã descobre e manda Bate Seba até ao rei lhe perguntar quem deveria governar depois dele. Quando Bate Seba está ainda falando, Natã entra e dá a notícia ao rei. DEUS havia ordenado a Davi que colocasse Salomão em seu lugar (Cap. 1 vv. 5,17,30; 2.15).
E me disse: Teu filho Salomão, ele edificará a minha casa e os meus átrios, porque o escolhi para filho e eu lhe serei por pai. 1 Crônicas 28:6
 
Já no seu leito de morte, doente e velho, Davi teve de atuar firmemente para constituir Salomão como rei. Ele chama Zadoque, Natã e Benaia (Zadoque, o sacerdote, e Benaías, general do exército e filho de Jeoiada, e Natã, o profeta), e passa-lhes as necessárias instruções, seguindo os costumes da separação de um rei: a unção e o anúncio público.
A ordem de Davi era que Salomão fosse colocado em sua mula, sobre a qual somente o rei andava; ele foi escoltado até Giom, em direção ao vale de Cedrom. A unção foi feita por Zadoque com o óleo do tabernáculo, perante todo o povo. A cerimônia feita para a coroação de Salomão recebia a ratificação divina, representada pelo profeta Natã. O exército estava presente apoiando através de seu general Benaia. Somente a partir disso é que Salomão poderia assumir o trono.
1 Crônicas 28.4-8
4 E o SENHOR, DEUS de Israel, escolheu-me de toda a casa de meu pai, para que eternamente fosse rei sobre Israel; porque a Judá escolheu por príncipe, e a casa de meu pai, na casa de Judá; e entre os filhos de meu pai se agradou de mim para me fazer rei sobre todo o Israel. 5 E, de todos os meus filhos (porque muitos filhos me deu o SENHOR), escolheu ele o meu filho Salomão para se assentar no trono do reino do SENHOR sobre Israel.6E me disse: Teu filho Salomão, ele edificará a minha casa e os meus átrios, porque o escolhi para filho e eu lhe serei por pai. 7 E estabelecerei o seu reino para sempre, se perseverar em cumprir os meus mandamentos e os meus juízos, como até ao dia de hoje. 8 Agora, pois, perante os olhos de todo o Israel, a congregação do SENHOR, e perante os ouvidos do nosso DEUS, guardai e buscai todos os mandamentos do SENHOR, vosso DEUS, para que possuais esta boa terra e a façais herdar a vossos filhos depois de vós, para sempre.
 
28.8 GUARDAI E BUSCAI TODOS OS MANDAMENTOS DO SENHOR.
A condição prévia, para que o reino de Salomão fosse estabelecido, era ele (Salomão) viver em obediência e fidelidade a DEUS. Salomão, no início, seguiu os conselhos do seu pai, mas posteriormente afastou-se de DEUS (ver 1 Rs 2.4; 11.1).
O encargo que Davi deu a Salomão foi que conhecesse a DEUS, servisse a Ele e o buscasse "com um coração perfeito e com uma alma voluntária".
(1) Conhecer a DEUS significa ter conhecimento prático da sua pessoa e dos seus caminhos e permanecer em profunda comunhão com Ele e com sua Palavra (ver Jo 17.3; cf. 15.4). 
(2) Buscar a DEUS significa desejar a sua graça, o poder do seu reino e a retidão de tal maneira, que oramos continuamente, pedindo sua presença ativa em nossa vida e buscando diligentemente fazer a sua vontade (ver Mt 5.6).
Davi tinha aprendido, mediante árdua experiência e disciplina, que o sucesso e a bênção de DEUS dependiam da firmeza nos caminhos e na verdade de DEUS. Por isso, Davi estava muito empenhado no sentido de que Salomão vivesse em obediência e lealdade a DEUS. Mesmo assim, Salomão e seus filhos acabaram ignorando as admoestações de Davi, e se desviaram de DEUS e do seu concerto (2 Cr 7.17-22). O resultado foi o juízo divino contra Salomão (11.1-13), a divisão do reino (12.1-33), e, finalmente, a destruição, tanto do Reino do Norte, quanto do Reino do Sul. O pleno cumprimento das promessas de DEUS a Davi realizou-se somente em JESUS CRISTO (At 15.16-18).
O precursor do templo foi o Tabernáculo, a tenda construída pelos israelitas enquanto acampados no deserto, junto ao monte Sinai (Êx 25—27; 30; 36—38; 39.32—40.33). Após entrarem na terra prometida de Canaã, conservaram esse santuário móvel até os tempos do rei Salomão. Durante os primeiros anos do reinado deste, ele contratou milhares de pessoas para trabalharem na construção do templo do Senhor (1Rs 5.13-18). No quarto ano do seu reinado, foram postos os alicerces; sete anos mais tarde, o templo foi terminado (1Rs 6.37,38). O culto ao Senhor, e, especialmente, os sacrifícios oferecidos a Ele, tinham agora um lugar preciso na cidade de Jerusalém. (BEP-CPAD)
 
 
As palavras de Davi a Salomão e sua morte.
 
E aproximaram-se os dias da morte de Davi e deu ele ordem a Salomão, seu filho, dizendo: Eu vou pelo caminho de toda a terra; esforça-te, pois, e sê homem. E guarda a observância do Senhor, teu DEUS, para andares nos seus caminhos e para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus testemunhos, como está escrito na Lei de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres, para onde quer que te voltares.
Para que o Senhor confirme a palavra que falou de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem o seu caminho, para andarem perante a minha face fielmente, com todo o seu coração e com toda a sua alma, nunca, disse, te faltará sucessor ao trono de Israel. 1 Reis 2:1-4
 
Davi tem consciência de que vai morrer. É isso o que se constata em 1 Reis 2.1-4. Nessa hora, brotam dos seus lábios profundas palavras com as quais aconselha seu filho. Davi diz para Salomão andar em santidade e, nela, conduzir o rebanho de DEUS, Israel. O rei tinha consciência plena de que uma vida de santidade só era possível pela observância e obediência completa à Palavra de DEUS, conforme Moisés revelara.
Tanto Salomão quanto o povo tinham a responsabilidade de andarem nos caminhos do Senhor, por causa das verdades divinas transmitidas, o que significava: atentar para os estatutos do Senhor (Êx 30.21); guardar os mandamentos divinos (Êx 20.1-17); atentar para os decretos ou juízos do Senhor (Êx 21.1).
 
Sobre Joabe
E também tu sabes o que me fez Joabe, filho de Zeruia, e o que fez aos dois chefes do exército de Israel, a Abner, filho de Ner, e a Amasa, filho de Jéter, os quais matou, e em paz derramou o sangue de guerra, e pôs o sangue de guerra no seu cinto que tinha nos lombos e nos seus sapatos que trazia nos pés. Faze, pois, segundo a tua sabedoria e não permitas que suas cãs desçam à sepultura em paz.
Sobre Barzilai
Porém com os filhos de Barzilai, o gileadita, usarás de beneficência, e estarão entre os que comem à tua mesa, porque assim se chegaram eles a mim, quando eu fugia por causa de teu irmão Absalão.
Sobre Simei, filho de Gera, filho de Benjamim, de Baurim
E eis que também contigo está Simei, filho de Gera, filho de Benjamim, de Baurim, que me maldisse com maldição atroz, no dia em que ia a Maanaim; porém ele saiu a encontrar-se comigo junto ao Jordão, e eu, pelo Senhor, lhe jurei, dizendo que o não mataria à espada. Mas, agora, o não tenhas por inculpável, pois és homem sábio e bem saberás o que lhe hás de fazer para que faças com que as suas cãs desçam à sepultura com sangue.
E Davi dormiu com seus pais e foi sepultado na Cidade de Davi.
E foram os dias que Davi reinou sobre Israel quarenta anos: sete anos reinou em Hebrom e em Jerusalém reinou trinta e três anos. Salomão se assentou no trono de Davi, seu pai, e o seu reino se fortificou sobremaneira. 1 Reis 2:5-12
Adonias, logo após a morte de Davi, usando Bate Seba, ainda tentou usurpar o trono, mas foi morto a mando de Salomão. 1Reis 1.50
PONTAS DO ALTAR. As pontas do altar simbolizavam a misericórdia, perdão e proteção de DEUS.
Adonias refugiou-se no altar, crendo que Salomão não o mataria num lugar tão sagrado (cf. Êx 21.13,14).
- Salomão reina e mata Adonias, Joabe e Simei.
 
E morreu numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e glória; e Salomão, seu filho, reinou em seu lugar. 1 Crônicas 29:28
 
SALOMÃO - BEP - CPAD - O terceiro rei do reino unido de Israel. Ele reinou de 970 a 931 a.C., em lugar de Davi, seu pai. Sua mãe foi BATE-SEBA (2Sm 12.24; v. JEDIDIAS). Salomão foi um rei sábio e rico. Administrou bem o seu reino, construiu o TEMPLO, mas no final da sua vida foi um fracasso (1Rs 1—11)
 
 
SALOMÃO - Dicionário de JESUS e Evangelhos
Filho de Davi e Betsabéia, rei de Israel durante o séc. X a.C. Mateus coloca-o entre os antepassados de JESUS (Mt 1,7-16). JESUS referiu-se a ele como exemplo de sabedoria (Mt 12,42; Lc 11,31) e opulência (Mt 6,29; Lc 12,27). Sem dúvida, JESUS era mais do que Salomão (Mt 12,42; Lc 11,31) e, por isso, o cuidado que devia esperar do Pai era superior à magnificência do monarca israelita (Mt 6,28-34).
 
 
SALOMÃO -  (Dicionário Russell Norman Champlin)
I.    Nomes
II.    Família
III.    Pano de Fundo Histórico
IV.    Chegada ao Poder
V.    Construção do Império
VI.    Época Aurea de Israel
VII.    Vida Espiritual
 

I.    Nomes
A palavra Salomão deriva do hebraico Shelomah, que sigrfica “pessoa pacifica”. Sob as ordens do profeta Natã, ele também recebeu o nome de Jedidias, que significa “amado por Yahweh" (II Sam. 12.24, 25). Mas Salomão foi o nome que prevaleceu, e o homem é chamado assim 300 vezes no Antigo Testamento.

II.    Família
O rei Davi teve muitas mulheres e muitos filhos. Salomão foi aparentemente o décimo filho do re: Davi. Sua mãe era a bela Bate-Seba, que já havia tido um filho de Davi, resultado de seu adultério. Este filho morreu logo após o nascimento, mas sua mãe foi colhida ao harém de Davi depois do assassinato de Urias, marido de Bate-Seba. Ver o artigo sobre ele para maiores detalhes de sua história vergonhosa. Salomão teve seis meio-irmãos que nasceram em Hebrom, cada um de uma mãe diferente (II Sam. 3.2-5). A linhagem messiânica, é claro, passou por Salomão (Mat. 1.6).

III.    Pano de Fundo Histórico
Saul e Davi tiveram origem humilde, em contraste com Salomão, que nasceu em um palácio. Saul foi capaz de enfraquecer alguns dos inimigos de Israel, mas foi Davi quem realizou a árdua tarefa de unificar o pais ao derrotar seus muitos inimigos. Aqueles que ele não aniquilou, conseguiu confinar. De fato, ele derrotou sete pequenos impérios para obter seu poder total. Ver II Sam. 5.17-25; 7.10; 12.26-31; 21.15-22 e I Crô. 18.1. Davi foi o Guerreiro Rei perfeito, enquanto Salomão foi o Construtor Sábio perfeito, capaz de alcançar a época áurea de Israel e tornar-se o maior rei israelita. Mas ele não podería ter feito isso sem o trabalho preparatório de seu pai que, digamos, lhe ofereceu o império numa bandeja de prata. Davi unificou o império e assim Salomão recebeu poder sobre tanto o norte como sobre o sul. Esta situação logo desintegrou no reino de seu filho, Reoboão, que, sem sabedoria, criou condições que dividiram o país em duas partes: o sul (Judá e Benjamim) e o norte (as Dez Tribos de Israel).
O Egito, inimigo perene, havia sofrido sérias derrotas que o mantiveram no fundo do cenário por dois séculos. Isto permitiu que Salomão se engajasse em suas extensas atividades. O império hitita da Anatólia (o território da moderna Turquia) também sofreu um peri-odo de derrota nas mãos dos frigianos e dos filisteus. A Assíria era ainda um poder nascente e, assim, não interferiu nos avanços de Salomão, e o dia da Babilônia ainda não havia chego. Salomão tinha vizinhos encrenqueiros, mas nenhum rival verdadeiro.

IV.    Chegada ao Poder
Salomão teve rivais ao trono e, na verdade, não era o candidato mais óbvio. Davi havia recebido uma revelação de que “Salomão era o homem certo’’ para o cargo (I Crô. 22), e isso teve grande influência na escolha daquele filho em particular, entre várias possibilidades. Muitos de seus filhos mais velhos foram eliminados violentamente. Adonias era mais velho que Salomão e, portanto, a escolha óbvia para o reinado. Ele contava com homens poderosos e tentou forçar a questão. O sumo sacerdote, Abiatar, o apoiou e deu às suas ambições um tipo de aval espiritual. Um suposto festival religioso em En-Rogel (I Reis 1.9) acabou sendo uma operação política secreta para tornar Adonias o rei. O profeta Natã e Bete-Seba imediatamente planejaram colocar seu homem “Salomão” no poder. Davi ordenou que Zadoque ungisse Salomão como rei. As forças se acumularam em apoio a Salomão, e logo Adonias implorava por misericórdia, asilando-se nos chifres do alto altar do Tabernáculo. Como prêmio de consolação, ele solicitou que a bela Abisague lhe fosse dada por esposa. Mas ela fazia parte do harém de Davi, embora continuasse virgem porque o velho rei se tornara impotente antes de incluí-la em sua coleção. Ela acabou sendo apenas um aquece-cama para ele. Em qualquer caso, Salomão, furioso com o fato de que seu meio-irmão tentara ascender à cama de seu pai, ordenou sua execução. Isso significou o fim da rivalidade e a consolidação do poder de Salomão. Ver I Reis 2.24,25.
Abiatar não foi executado, mas a linhagem de Zadoque tomou o ofício de sumo sacerdote, em recompensa por ter apoiado a facção Davi-Salomão. O único xeque ao poder de Salomão foi a opinião do povo em geral. Os impostos ridiculamente altos, o trabalho escravo e a posterior apostasia e idolatria mancharam os anos finais de seu reinado e montaram o palco para a divisão do reino nas partes norte e sul.

V.    Construção do Império
O Pacto Abraâmico (ver o artigo Pactos) havia estabelecido a fronteira nordeste no rio Eufrates e sudeste no rio Nilo. Salomão foi o rei que mais se aproximou da realização desse extenso território. Mas muito provavelmente ele tivesse apenas postos militares avançados no Eufrates, enquanto sua fronteira sudeste parava no Ribeiro do Egito (ver), que era um wadi às vezes chamado de rio do Egito, levando a uma confusão com as referências bíblicas ao Nilo. O wadi el-hesa é o nome moderno desse “rio”.
Aspectos especificos da construção do império de Salomão:

1.    Sua sabedoria extrema aplicava-se a coisas tanto espirituais como materiais.
Ele se tornou o maior rei da monarquia hebraica, expandindo o território, introduzindo cavalos, carruagens e várias inovações militares que o tornaram invencível. No início, Salomão era um modelo de rei, chegando até a pedir que recebesse sabedoria em vez de riqueza material e poder (Ver I Reis 4.29 ss.).

2.    Já vimos sua expansão de território no primeiro parágrafo desta seção.
Seu território tocava o Eufrates no nordeste, o ribeiro do Egito no sudeste, o mar Mediterrâneo no oeste e o deserto arábico no leste. A fronteira leste de Israel sempre foi indefinida, mas era marcada pelo deserto e por alguns “lugares por lá”. Sua expansão logo foi manchada, contudo, pela tomada de Edom de suas mãos por Hadade (I Reis
11.14-22), e pela perda de Gezer para os egípcios. Para fortificar seus ganhos territoriais, Salomão fez várias alianças com poderes estrangeiros. Ainda assim, com toda a sua glória, o império inteiro de Salomão ocupou menos espaço que o atual Estado de São Paulo.

3.    Israel era um país ao lado do mar, mas não do mar.
Todavia, com a ajuda dos fenícios, Salomão desenvolveu um próspero comércio marítimo que trouxe ouro ao tesouro de Jerusalém. I Hirão de Tiro tornou-se seu amigo e ajudante em seu programa de enriquecimento rápido. Ver I Reis 5.1-12; 9.10-14.

4.    Tratados.
Salomão selou tratados com os grandes e com os humildes, mediante casamentos (I Reis 10.24, 25; II Crô. 9.23, 24). Seu filho Reoboão, o sucessor ao trono, era filho de uma amonita. Essas alianças ampliaram sua grandeza e garantiram um período de paz.

5.    Programa de construção.
Os projetos de construção mais ambiciosos de Salomão foram o Templo (ver) e seu próprio estupendo palácio, a “Casa da Floresta”, no Líbano, mas houve muitos outros projetos menos significativos. Para levá-los a cabo, ele extorquiu com altos impostos e empregou trabalho escravo, mantendo assim um costume Oriental e uma atividade copiada por políticos desde então. Os israelitas não eram cientistas, e seu conhecimento de matemática era primitivo. Consequentemente, eles tinham de apelar para trabalho e material estrangeiro nas empreitadas de construção. Ver I Reis 9.10-14. Os gastos extravagantes de Salomão e o trabalho escravo provocaram muitas reclamações de seus súditos e, assim, foram plantadas as sementes da rebelião e divisão (ver I Reis 5.13-14; 12.18).

6.    Mineração e refinamento de cobre.
As famosas “minas de cobre do rei Salomão” de fato existiram e não eram meramente uma história antiga que prendeu a imaginação dos diretores de cinema. A arqueologia demonstrou que foi realizada extensa mineração de cobre em Eziom-Geber. Novamente, os cientificamente ignorantes israelitas tiveram de apelar aos fenícios para realizar esta operação. Minerações semelhantes de cobre foram encontradas na Sardenha e na Espanha. Navios fenícios transportavam o cobre aos mercados de todo o mundo conhecido na época. Ver os artigos sobre Eziom-Geber para maiores detalhes. A cidade ficava na extremidade norte do golfo de Ácaba (ver). O local é assinalado pelo moderno Tell el kheleifeh. Ver I Reis 9.26. Unger chamou Salomão de “rei do cobre”, comparando Eziom-Geber à americana Pittsburgh, a “cidade do aço”. Mas não esqueçamos a mina de cobre Kennicott, próxima a Salt Lake City, Utah, a maior operação de cobre de todos os tempos. De qualquer forma, foi esta extração de cobre o principal fator na transformação de um pequeno país em um império. Ver o artigo separado sobre Salomão, Minas de.

1. Realizações culturais.
I Reis 4.29-34 afirma que Salomão foi o mais erudito dos estudiosos de sua época, superando os grandes sábios de Edom. São atribuídos a ele 3.000 provérbios e 1.005 canções. É provável que alguns dos provérbios canônicos tenham sido escritos por ele, talvez alguns salmos, mas não há quase nenhuma chance de que haja algo entre ele e os Cantares ou o Eclesiastes. E, claro, ele não foi o autor dos livros não-canônicos Sabedoria de Salomão e Salmos de Salomão (ver os artigos). Alguns estudiosos também supõem que ele tenha auxiliado na organização de vários livros históricos do Antigo Testamento como Josué, Juizes, Rute e os dois livros de Samuel, mas tais declarações, impossíveis de provar, são muito provavelmente falsas. Outras referências a essas realizações literárias podem ser encontradas em I Reis 11.41 e II Crônicas 9.29. Não se pode duvidar que Salomão foi um “homem das letras”, embora não seja possível determinar exatamente quanto do Antigo Testamento tenha passado por suas mãos.

VI.    Época Áurea de Israel
Se se considerar a grandeza, a prosperidade, a sabedoria e as realizações em construções de modo geral, nenhum rei de Israel ou de Judá podería ser comparado a Salomão. É dito corretamente que ele trouxe a Idade de Ouro de Israel. Ainda assim JESUS, referindo-se a si mesmo, disse que “alguém maior que Salomão está aqui”! (Mat. 12.42). Isto nos ensina que a verdadeira grandeza deve ser medida por padrões espirituais, não materiais. Salomão era um homem sábio, mas JESUS, o CRISTO, o Logos manifesto, era a Sabedoria Personificada (I Cor. 1.30). Jamais devemos esquecer de nos afastar da busca do dinheiro e nunca devemos esquecer os verdadeiros tesouros que residem no espírito.

VII.    Vida Espiritual
O início da carreira de Salomão foi manchado por três execuções políticas (isto é, assassinatos políticos cometidos por alegados motivos nobres). As vítimas foram Adonias (um meio-irmão!), Joabe e Simei (ver os artigos). A consolidação pessoal do poder e a “proteção do estado” sempre recebem o crédito por tais crimes, que, de fato, escondem a ganância pessoal, a ambição e os egos inflamados.
Ainda assim, as Escrituras elogiam o inicio do reinado de Salomão, afirmando que ele buscava a Yahweh e obedecia à legislação mosaica. Sua sabedoria (I Reis 4.29 ss.) resultava de boas escolhas, quando ele enfatizava a parte espiritual da vida em detrimento do lado material. Sua construção do templo foi uma grande realização espiritual, mas, no início, influenciado por seu bando de mulheres e concubinas, ele caiu em idolatria (I Reis 11.5, 33). Seus abusos morais (elevados impostos e trabalho escravo) definiram o palco para o colapso de seu império e a conseqüente divisão nas partes norte (Israel) e sul (Judá-Benjamim). O homem que inicialmente teve um “coração que ouvia” (I Reis 3.0) logo passou a ter uma mente poluída. Um típico julgamento deuteronômico é passado ao homem em I Reis 11. Este capítulo fala de vários adversários que se levantaram contra o rei e o puniram por suas infrações. (Dicionário Russell Norman Champlin)
 
 
SALOMÃO (Enciclopédia Ilúmina Gold)
O terceiro rei de Israel e o segundo filho de Davi e Bate-Seba, Salomão governou Israel por quarenta anos (970-930 A.C.).

ESCOLHIDO PARA O TRONO
Como os outros filhos de Davi, Amnon e Absalão, não faziam questão do trono, Salomão e Adonias pareciam ser os que herdariam o trono. Mas o reinado tinha sido prometido a Salomão (1 Crônicas 22:9-10). Perto do fim da vida de Davi, Adonias tomou algumas providências para se tornar rei. Com a ajuda de Joabe, um general do exército, e Abiatar o sacerdote, Adonias foi proclamado rei. Salomão, o profeta Natã e Benaías não foram convidados para a cerimônia. Natã contou a Bate-Seba sobre o plano de Adonias, e Bate-Seba perguntou a Davi quais eram os seus planos. Davi mandou que Salomão fosse proclamado rei sobre Israel. Ele foi ungido por Zadoque enquanto tocavam as trombetas e o povo gritava "Viva o rei Salomão" (1 Reis 1:34). Adonias percebeu que a sua tentativa de se tornar rei havia desmoronado e assim ele pediu que tivessem misericórdia prometendo que seria fiel ao novo rei.

Salomão trabalhou rápido para assegurar o seu poder (1 Reis 1-2). Quando Adonias pediu para se casar com Abisague, a mulher que havia sido companheira de Davi na sua velhice (1 Reis 1:1-4), Salomão recusou o pedido e mandou que matassem Adonias (1 Reis 2:22-25). Como Abiatar tinha se unido com Adonias, ele foi despedido de seu emprego de sacerdote. Enquanto isso, Joabe - o general do exército de Davi que também tinha se juntado a Adonias - fugiu para o altar. O rei ordenou que Benaías o matasse. Benaías se tornou então comandante chefe do exército.

Uma das primeiras ações escritas de Salomão foi ir até Gibeão e sacrificar mil ofertas queimadas a DEUS. Na noite seguinte, o Senhor apareceu em sonho ao rei e perguntou qual era a coisa que ele mais queria. Salomão pediu sabedoria para ser um bom rei para Israel e DEUS se agradou de seu pedido (1 Reis 3:1). O rei de Israel teve o seu pedido realizado juntamente com vida longa, riquezas e fama.

AS REALIZAÇÕES DE SALOMÃO

SEU GOVERNO
Daví havia juntado as doze tribos de Israel, mas Salomão organizou todo o estado com a ajuda de muitos oficias (1 Reis 4:1). O país inteiro foi dividido em doze distritos principais. Cada distrito tinha que pagar pelas despesas da corte do rei durante um mês do ano. O sistema era justo e distribuía o peso dos impostos igualmente por todo o país.

SUAS CONSTRUÇÕES
Um dos primeiros projetos de Salomão era construir o templo, que Daví tinha sonhado em construir. Hirão, rei de Tiro, forneceu cedro do Monte Líbano para o templo (1 Reis 5:1-12), e ele foi pago com comida. Para ter trabalhadores para esse projeto, os cananitas foram feitos escravos (1 Reis 9:20-21). Os israelitas também foram forçados a trabalhar em grupos de 10,000 (1 Reis 5:13-18; 2 Crônicas 2:17-18). Levou 7 anos para acabar de construir o templo, que para parâmetros modernos, era uma construção pequena: 27.4 metros de comprimento, 9.1metros de largura e 13.7 metros de altura. Porém, a cobertura de ouro colocada nas paredes e os mobília fez dela uma construção muito valiosa.

No décimo primeiro ano do reinado de Salomão, foi celebrada a dedicação do templo (1 Reis 6:38, 1 Reis 8:1-5). A presença do Senhor encheu o templo e Salomão fez uma grande oração dedicando o templo (1 Reis 8:23-53). Depois disso ele ofereceu 22,000 bois e 120,000 ovelhas juntamente com outras ofertas. O povo estava muito alegre porque um grande rei tinha substituído Davi.

Salomão construiu muitos outros prédios. Levou treze anos para construir a sua casa, que era grande o suficiente para abrigar muitas esposas, concubinas e servos. Um grande forte também foi construído para proteger o templo (1 Reis 9:24).

SUA SABEDORIA
Salomão escreveu 3,000 provérbios e mais de 1,000 cânticos (1 Reis 4:32). A maior parte do livro de Provérbios é atribuído a ele (Provérbios 25:1), assim como Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e os Salmos 72 e 127.

A rainha de Sabá veio ver e ouvir se os relatos sobre a sabedoria e fama de Salomão eram verdade. Depois de ver tudo o que ele tinha em Jerusalém e ouvir a sua sabedoria, ela abençoou o Senhor DEUS de Israel por levantar uma pessoa tão sábia para sentar num trono tão magnífico (1 Reis 10:1).

SUA QUEDA
Apesar de sua sabedoria, Salomão fez alguns julgamentos errados durante o seu reinado. O seu maior erro foi casar com muitas mulheres e ter muitas concubinas. Ele também construiu templos pagãos para que elas pudessem adorar os seus muitos deuses (1 Reis 11:1-8). O Senhor puniu a Salomão, permitindo que Israel fosse atacada por todos os lados. Apesar de o reino não ter sido destruído durante a vida de Salomão, o seu filho viu o reino dividido. Não há nenhum registro falando do arrependimento de Salomão, mas o livro de Eclesiastes mostra a culpa que Salomão sentia pelas suas decisões erradas. (Enciclopédia Ilúmina Gold)
 
 
 
SALOMÃO = Pacífico. (Bíblia Sagrada o Dicionário da Bíblia de John D. Davis)
Nome do filho mais moço de Davi com Bate-Seba, 2 Sm 12: 24; 1 Cr 3: 5; Antig. 7: 14, 2. Nasceu em Jerusalém e seu pai pôs-lhe o nome de Salomão, que quer dizer pacífico, por antecipação da paz e tranqüilidade que havia de caracterizar o reino de seu filho, em contraste com as perturbações e guerras que alteraram a vida nacional de seu governo, 1 Cr 22: 9. O profeta Natã, por ordem divina, deu-lhe o nome de Jedidias, que quer dizer Amável ao Senhor, 2 Sm 12: 25. Nos últimos dias do rei Davi, enfraquecido e velho, Adonias, um dos seus filhos, nascido em Hebrom, o mais velho depois de Amom e de Absalão, já mortos, pensou em governar sem o apoio do velho rei. O seu desígnio, porém, foi contrariado pelo profeta Natã que, com o auxílio de Sadoque sumo sacerdote, e de Benaías, general, do exército e pelo grosso das tropas, proclamaram rei a Salomão, 1 Rs 1: 5-40, com a derrota dos partidários de Adonias. Logo depois Davi morria.

Salomão começou a reinar no ano 970 A. C. na idade de vinte anos. Obediente às instruções de seu pai, tratou com justiça ao pontífice Abiatar e a Semei. Tentando Adonias nova conspiração contra o rei, este mandou matá-lo bem assim a Joabe, também envolvido na conspiração, 1 Rs 2: 1-46. O jovem rei aparentou-se com Faraó, rei do Egito, porque se casou com uma sua filha e a levou para Jerusalém, 1 Rs 3: 1. Até então, não se tinha edificado templo ao nome do Senhor. O tabernáculo ainda estava em Gabaom; a arca, porém, achava-se Jerusalém. O povo sacrificava nos altos. Salomão subiu para Gabaom a fim de oferecer sacrifícios. Ali o Senhor lhe apareceu em sonhos, durante a noite e lhe disse. "Pede-me o que tu queres que eu te dê". Salomão pediu ao Senhor que lhe desse um coração dócil, para que pudesse julgar o povo e discernir entre o bem e o mal. DEUS atendeu ao que pedia, como prova o julgamento com que decidiu a contenda entre as duas mulheres prostitutas, por causa do filho que ambas reclamavam para si, 1Rs 3: 2-28; 2 Cr 1: 3-12.

Vinte, ou mais anos depois, o Senhor lhe apareceu outra vez, como lhe tinha aparecido em Gabaom, prometendo firmar o seu trono para sempre e dando-lhe solenes admoestações, 1Rs 9: 1, 10; 2 Cr 7: 12-22. Seu pai havia subjugado as nações contra Emate. Foi obrigado a tomar esta cidade a fim de proteger a parte setentrional de seu reino. Adade, rei de Edom e Rezim de Damasco, mostraram-se hostis ao monarca hebreu, que pouco se importou com isso. Salomão fortificou Hezar no alto Jordão e edificou uma torre no Líbano, a fim de guarnecer as fronteiras contra possíveis investidas de Damasco, protegendo por este modo o trânsito entre Edom e Eziom-Geber. As relações com os demais povos vizinhos eram cordiais. Entregou-se, pois, o grande rei a cuidar da organização do reino e à cultura das artes e das ciências.

Davi havia acumulado grande quantidade de metais preciosos para a construção de um magnífico templo consagrado a Jeová. Salomão meteu mãos à obra, e com o auxílio de Hirão, rei de Tiro, concluiu a construção no fim de sete anos, 1 Rs caps. 5 e 6; 2 Cr cap. 2. Completadas que foram todas as ornamentações internas do cap. 8: 64; 2 Cr caps. 2 a 7. Em seguida, o monarca edificou um palácio para si em que gastou treze anos, 1 Rs 7:1-12. Veja Palácio. Mandou fazer jardins e plantar vinhas em Etã e talvez em Baal-Hamom, 1 Rs 9: 19; 2 Cr 8: 6; Ec 2: 6; Ct 8: 11.

Revelou-se hábil governador, cercando-se de eminentes auxiliares, entre os quais contava como general dos exércitos o filho do sumo pontífice, 1 Rs 4: 2-6.
Mantinha o exército em plena atividade. Para fins administrativos, dividiu o reino em doze distritos, inteiramente independentes das antigas divisas das tribos, vv. 7-19, sem descuidar-se dos negócios atinentes à religiões do Estado. Por ocasião de fazer a dedicação do templo, congregrou o povo para orar e impetrou as bênçãos de DEUS sobre ele.

Floresceu o comércio e aumentou a riqueza pública, 1 Rs 10: 14-21; 2 Cr 9: 13, 14, 21, 27, deu incremento à navegação em sucessivas e proveitosas viagens a Ofir e à Índia, 1 Rs 10: 22, 23; 2 Cr 9: 10-22. Com o fim de intensificar o comércio e de facilitar o intercurso internacional, mandou edificar várias cidades, entre as quais a de Palmira no deserto, a meio caminho de Damasco e do Eufrates, 1 Rs 9: 18, 19. Empenhou-se em assuntos literários e científicos; escreveu tratados de botânica, sobre todas as árvores, desde o cedro que há no Líbano, até o hissôpo que brota do muro; tratou dos animais e das aves e dos répteis e dos peixes, 1 Rs 4: 33. Colecionou e compôs muitos provérbios, alguns dos quais ocupam lugar distinto no Antigo Testamento. Veja Provérbios. São atribuídos a ele os dois salmos, o 72 e o 127. Veja Eclesiastes e Cânticos.

O esplendor da sua corte, a magnificência de sua mesa e a grande pompa, quando fazia excursões, correspondiam à sua riqueza e ao poder político, 1 Rs 10: 4, 5, 21; Ct 3: 7-11. De todos os povos vinham gentes a ouvir a sabedoria de Salomão, 1 Rs 4: 34; 10: 23-25. Até a rainha de Sabá, ouvida a fama do grande rei, veio a Jerusalém para fazer experiência nele por enigmas, 1: 13.
Salomão errou em duas coisas: Estabeleceu um harém onde recolheu cerca de mil mulheres. Não poucas destas mulheres eram princesas que ali estavam como penhores de amizade política, por conseqüência, eram estrangeiras e idólatras, que lhe perverteram o coração a ponto de ser induzido por elas a erigir altares e templos aos seus deuses, 1 Rs 11: 1-8. Por causa de sua apostasia, DEUS o castigou, rasgando o seu reino, deixando-lhe apenas uma pequena parcela, vv. 9-13, como herança de família. O exemplo da apostasia de Salomão teve influência direta neste caso. O profeta Aías, encontrando-se com Jeroboão no caminho de Jerusalém, anunciou-lhe que o reino de Israel seria rasgando das mãos de Salomão e que lhe seriam dadas dez tribos, vv. 28-39. Daí então ficou este considerado como opositor do rei Salomão, porém, só aparece quando Roboão sobe ao trono de seu pai. O segundo erro de sua vida consistiu nas enormes despesas da corte. O povo gemia sob o peso dos tributos e foi esta a causa da futura rebelião. Veja Roboão.

Reinou quarenta anos, 1 Rs 11: 42; 2 Cr 9: 30, 31, e faleceu no ano 913 A. C.
O resto das ações de Salomão, assim o que ele fez como a sua sabedoria tudo está escrito no Livro da História do seu reinado, 1 Rs reinado, 1 Rs 11: 41, e nos livros do profeta Natã e nos livros de Aías de Silo e na visão do vidente Ado contra Jeroboão, filho de Nebate, 2 Cr 9: 29. (Bíblia Sagrada o Dicionário da Bíblia de John D. Davis)
 
 
 
Composição e Extensão do Reino de Salomão (4:1-34) -  Comentário Neves de Mesquita

O escritor do livro de Reis deve ter tirado estas informações do cronista real, ou do livro dos reis de Judá, um dos poucos, que escaparam ao incêndio de Jerusalém. De qualquer sorte, este trecho nos mostra que Salomão era capaz de organizar um governo e presidi-lo como se fosse um governo democrático dos nossos dias. Estudando-o, veremos como estava bem administrado com os oficiais, prefeitos, sediados em diversos lugares centrais, com a incumbência de recolher os impostos, que consistiriam de dinheiro e víveres para a casa real. Veremos mais que os comensais de Salomão eram em número elevado. Segundo alguns deveriam ir a mais de 20. 000 pessoas. Para manter esta gente e pagar-lhes os salários, era necessária uma renda a que ninguém escapasse; e pela narrativa de I Reis 12:4 vemos que o povo estava escorchado de impostos e ansiava pela morte do velho, para se livrar da carga tributária. Vejamos a organização.


1) O gabinete real (veja-se I Crôn. 18:15-17).

Azarias, filho de Zadoqu.e, sacerdote, primeiro ministro;
Eliorefe e Aías, filhos de Sisa, oficiais de gabinete;
Jeosafá, filho de Ailude, secretário de imprensa;
Benaías, filho de Jeoiada, ministro do exército;
Zadoque e Abiatar, sumo sacerdotes;
Zabude, filho de Natã (o profeta), oficial de gabinete (amigo do rei);
Azarias, filho de Natã (o profeta) intendente-chefe, secretário da fazenda;
Aisar, mordomo do palácio;
Adonirão, filho de Abda, superintendente dos trabalhadores forçados, uma espécie de ministro do trabalho.

Estava assim organizado o gabinete, um tanto à moda moderna, o que nos deve admirar, pois naqueles tempos, um homem mandava tudo. Mesmo que se tratasse de monarquia ditatorial, o sentido de governo era um pouco democrático, não sabendo nós até que ponto iriam as funções e liberdades de cada ministro.
Alguns dos ministros de Estado, merecem uma informação adicional para esclarecimentos. Na organização do gabinete de Davi, encontramos Benaías, que já era o chefe do exército de Davi, bem assim Zadoque e Abimeleque, sacerdotes, verificando-se que alguns funcionários de Davi vieram a funcionar no gabinete de Salomão. Abiatar havia sido destituído do lugar (2:26), porque tinha tomado partidarismo com Adonias, da mesma maneira que Joabe (2:35). Como o nome de Abiatar aparece nesta lista, os comentadores não sabem, embora admitam, fora introduzidos em tempos depois da organização do gabinete. Sisa, já havia servido com Davi e era uma espécie de chanceler, incumbido de guarda do selo (ministro do exterior, em nossa linguagem). Adonirão, referido em 12:18 com o nome de Adorão, tinha a mesma tarefa dada por Salomão (já havia ocupado este cargo com Davi). Como se vê, é um oficial que serviu a dois governos no mesmo posto. Isso mostra que se tinha comportado de modo a merecer a confiança de diversos governos, desde Davi a Robão. Há um problema de idade, mas isso não obsta, pois podia ser bem moço no tempo de Davi e depois dos 40 anos de Salomão, ainda aparecer noutro governo. O fato de haver sido apedrejado pelo povo, quando Robão o mandou tentar uma harmonia impossível com o povo do norte, mostra que era bem conhecido e odiado. Desta feita morreu.

2) Os prefeitos, também chamados provedores.
A casa de Salomão era muito numerosa, e o povo tinha de manter toda aquela farândula de cortesões e comedores, em número incontável, pois só as mulheres do palácio deveriam andar por 3.000, se dermos a cada mulher de Salomão três aias, o que não é demais. Para manter esta gente toda bem alimentada e nutrida, só mesmo uma administração como a de Salomão, aliás, já existente no tempo de Davi, seu pai, mas em menor extensão. Tinha Salomão doze intendentes sobre todo o Israel, que forneciam mantimentos ao rei e à sua casa:

Bene-Hur, nas montanhas de Efraim, a tribo forte do Norte;
Bene-Dequer, em Macaz, Saalabim, Bete-Semes, Elom-Bete--Hanã, na região meridional, com diversas cidades;
Bene-Hesede, na região da meia tribo de Manassés, com as suas cidades;
Bene-Abinadabe, tinha a cordilheira do Dor, incluindo Sarom, que agora pertencia ao território de Judá. Era genro de Salomão;
Baaná, filho de Ailude, tinha Taanaque, Megido, Bete-Seã, uma das zonas mais ricas da Palestina e que deveria fornecer muito gado e vinho;

Bene-Geber, em Ramote-Gileade, a Manassés oriental, ao Jordão com suas aldeias. O que nós conhecemos, como toda a Basã até Argobe, era a prefeitura deste personagem. Havia grandes cidades com muros e ferrolhos de bronze, na região rica em pastos;
Ainadabe (filho de Ido) em Maanaim, terra de grandes fazendeiros, de onde veio Barzilai, amigo de Davi, quando foragido de Absalão (II Sam. 17:27-29). (Foi neste lugar que Jacó encontrou um rancho de anjos, Gên. 32, e onde se encontrou com Esaú e lá fizeram as pazes. Aqui JESUS lhe apareceu e com ele lutou uma noite toda. Era um lugar de muito significado na vida de Israel. Era o território das tribos de Rúben e Gade.)

Aimaaz, em Naftali, território ao norte. Também este era genro de Salomão;
Baaná, filho de Hasai, na tribo de Aser, no norte e regiões nortistas;
Jeosafá, filho de Paruá, no território de Issacar, também ao norte;
Simei, filho de Elá, em Benjamim, perto de Judá;
Geber, filho de Úri, na região de Gileade, ao sul de Basã, no antigo território de Ogue e Siom, reis dos amoritas. Este território também pertencia às tribos de Rúben e Gade. Não está incluída Judá nem Simeão nesta lista de prefeitos. Novo comentário da Bíblia dá Judá no texto anotado a Geber. A nossa opinião é que Judá estava junto da sede do governo e os tributos seriam coletados pela sede mesma.

Como se vê, havia doze prefeituras onde eram colhidos os tributos em bois, carneiros, cereais e vinhos, tudo que era necessário para a mesa do rei. A palavra "bene" significa filho de, de modo que alguns destes oficiais aparecem apenas como filho de. Acredita-se que o nome próprio do pai tenha desaparecido do texto, pelo uso que fazia dos pergaminhos. Não nos devemos admirar que houvesse tal sistema de governo, muito parecido com o dos nossos dias, sabendo nós, como nos diz o texto sagrado, que a provisão diária era de trinta coros de flor de farinha, sessenta coros de farinha comum (cerca de 360 litros cada), dez bois cevados, vinte bois de pastos, cem carneiros, fora os veados, as gazelas, os corços e as aves cevadas (v. 23). Muitas destas coisas vinham das províncias distantes, de Babilônia e Síria, pois Salomão dominava em toda aquela área, ou por alianças políticas ou por casamentos com as princesas. Estes prefeitos tinham ainda de fornecer cevada e palha para quarenta mil cavalos, nas estrebarias de Megido e outros lugares (4:26). Cada intendente ou prefeito tinha de fazer o fornecimento de um mês (v. 27,28). Acredita-se que nem a corte de Luís XIV, ou qualquer outro Luís, tinha tanta gente a comer. Talvez 25.000, ou até 35.000, como crêem alguns. Quando o autor visitou Versalhes, na França, um cicerone lhe disse que o rei Luís XVI tinha vinte e cinco mil pessoas comendo da sua mesa. Lembrei-me de Salomão, que tinha muito mais, pois só os soldados, à disposição da casa real, eram doze mil. Não devemos admirar-nos que o povo estivesse ansioso por livrar-se de um monarca tão custoso e que só se agüentou por tanto tempo, graças à sua cultura e fama mundial.

3) Extensão dos domínios de Salomão.
Dominava Salomão sobre todos os reinos, desde o Eufrates (Babilônia) até a terra dos filisteus e o Egito. Todos pagavam tributos e o serviam. Incluímos a Síria, os amonitas e moabitas, os edumeus, e os belicosos filisteus. Não sabemos como estes foram dominados, porque o texto não o diz, mas estavam agora entre os que pagavam tributos. Incluimos Hirão, rei de Tiro, que já era aliado de Davi (5:1) e que agora se tornava um aliado precioso, em face da construção do templo, que estava já nas cogitações do novo rei, conforme incumbência do pai. (O verso primeiro do capitulo 5 deveria estar junto de 4:21, mas não está, e talvez por motivos óbvios.) Tratava-se de um aliado voluntário e não sujeito, como seriam todos os demais. Havia, pois, paz e ordem em todo o Oriente. Não sabemos da atitude dos mitânios e hiteus, lá para o ocidente, atualmente território da Turquia, mas como nunca foram agressores, por certo se teriam acomodado com o governo de Salomão, que também não era conquistador. As conquistas conhecidas, referidas no verso 21, devem ter surgido de alianças políticas ou casamentos, pois as 700 princesas, que Salomão conheceu, deveriam provir de tais arranjos políticos. Mais adiante teremos ainda muito que dizer neste respeito.

4) A sabedoria de Salomão.
A extensão do saber de Salomão nunca será devidamente apreciada. Quando DEUS lhe diz que antes dele e depois dele nenhum outro haveria igual, entendemos que seria qualquer coisa fora do natural (3:12). Pelos versos 29-34 vemos que por toda a terra, de então, não havia igual. Mais sábio que Etã, Calcol e Darda, filhos de Maol, que poderiam ter sido judeus ou estrangeiros. Mais sábio que os egípcios, que efetivamente desenvolveram uma cultura admirável. Mais sábio que os babilônios, cujo saber chegou até nossos dias. Mais sábio que tudo e todos. Nós não estamos em condições de avaliar tal grau de saber; escapa à nossa compreensão; e se disséssemos que todos os sábios, de todos os tempos, não reuniram a sabedoria de Salomão, não haveria exagero. No domínio das letras compôs três mil provérbios, dos quais temos apenas alguns no nosso livro dos Provérbios. A maioria se perdeu pois não foi guardada, e se foi. Perdeu-se nas lutas em que o Estado judeu se envolveu posteriormente. Na ciência foi botânico, quando esta ciência ainda não existia; foi biólogo e zoólogo quando ainda nem se sabia o que é biologia (vv. 32,33). Não podia deixar de ser astrônomo, a ciência primitiva. Seria físico, num limite que não compreendemos. Em filosofia, que diríamos? Ai está o livro de Eclesiastes; na poesia temos o livro de Cântico dos Cânticos, que mesmo em seu estado atual talvez não tenha provindo de Salomão, mas ressumbra a sua vela poética e filosófica. Não temos meios de avaliar a obra literária de Salomão. Muita coisa se perdeu nas destruições de Jerusalém e do templo. Os livros que temos mal nos dão essa idéia, de que, antes e depois dele, nenhum outro homem teve o condão de dominar tantas formas do saber humano. Quando dizemos que Salomão foi um cientista, não temos em mente compará-lo aos grandes mestres da física, da química e da biologia modernos, visto que nem tais conhecimentos teriam lugar naqueles dias, pois a cada época o seu próprio ambiente e suas determinadas exigências.
 
 
CONSTRUÇÃO DO TEMPLO (I Reis 6 a 10 - II Crônicas 3 a 9) - Comentário Neves de Mesquita

1. Inicio da Construção (6:1-13)
A construção do templo de Salomão era mais do que uma necessidade, era um imperativo de ordem pública. O povo não poderia continuar adorando nos altos, quer a seu DEUS quer aos ídolos dos cananeus. Por outro lado, se a nação devia fundir-se num grande bloco unido e coeso, deveria ter um centro de culto, como aliás tinham as nações ao redor. O sonho de Davi, de construir um santuário para o seu DEUS Jeová, era pois tanto um problema religioso como político. Nenhuma nação da Terra, nem antes nem depois, se firmou sem um sistema religioso capaz de aglutinar o povo. Já é provérbio universal que sem escolas e igrejas, não há nacionalidade. Davi sentiu isso. Ele sabia que os povos, ao redor da sua Palestina, tinham os seus deuses e os seus templos; até os vizinhos filisteus os possuíam. Ele saberia que havia grandes templos no Egito, em Babilônia, na Grécia e Roma. Então o seu DEUS, que era o DEUS dos deuses, deveria ter um lugar para sua adoração. Não sabemos que Davi tivesse viajado pelo exterior, anotando as suas observações a este respeito, mas o mundo era tão pequeno naqueles dias, que qualquer um tomaria conhecimento do que se passava por perto. Um líder do porte de Davi teria logo percebido que se permanecesse a situação de um grupo de irmãos adorando lá no norte e outro adorando cá no sul, não haveria possibilidade de se fazer a nação, idealizada e projetada nos idos de Moisés e Josué. Era tempo de dar curso a esta necessidade social. Para isso começou a ajuntar ouro, prata, bronze e tudo que pudesse vir à sua mão, para a desejada construção. Quando foi informado que a construção não seria feita por ele, deve ter ficado desapontado, mas como havia uma promessa de que seu filho construiria o templo, aí Davi teria cobrado ânimo para continuar os preparativos.

O incidente de 1:1 Samuel 24 veio cristalizar o pensamento de um centro de culto para adoração do Senhor, pois foi-lhe mostrado o lugar onde deveria ser levantado o templo, lugar de um profundo significado na vida da nacionalidade. De agora em diante, tudo caminharia para a ultimação do velho desejo. Não nos parece que esta necessidade estivesse na mente de Josué, pois a sua missão não era essa; mas o fato dele se reunir com o povo, para as grandes solenidades, não era outra coisa senão um principio de que o povo tinha necessidade de um centro de atração social, política e religiosa. Nenhum povo pode viver sem isso, especialmente os da antigüidade. DEUS igualmente tinha tomado as primeiras providências, quando mandou Abraão vir lá do sul a Jerusalém, ao monte de Moriá, oferecer o seu sacrifício simbólico. Sabia que ali o templo deveria ser levantado, lugar destacado por sua posição, com o território palestino ao redor.

Salomão não era homem viajado, que tivesse tomado conhecimento dos grandes santuários ao redor. Filho de uma das diversas mulheres de Davi, não teve o preparo para as obrigações que iam cair sobre a sua cabeça. Um harém tem essa desvantagem, entre tantas outras: o patriarca não tem meios de preparar o seu sucessor, especialmente numa situação como a de Salomão, rodeado de outros pretendentes. Nos tempos modernos, os príncipes herdeiros são instruídos, desde o nascimento, nos deveres da realeza, nos negócios da guerra e da paz, de maneira que, quando assumem o poder, só lhes falta o treino executivo; tudo mais eles têm. Isso faltou a Salomão; em contra-partida porém, teve o que nenhum outro pretendente a trono jamais teve, a presença de DEUS que o encheu de sabedoria, não apenas para construir um lindo e magnífico templo, mas para os outros deveres do trono. Ele mesmo reconheceu isso, quando disse a DEUS que era apenas um menino (3:7). Concluiu que não tinha sido devidamente preparado para os deveres que o trono lhe impunha. Não nos cabe censurar a Davi, pois nem ele teria tido muita segurança, quanto ao seu sucessor, enquanto DEUS não lhe assegurou que Salomão seria o herdeiro. Portanto, ficou faltando alguma coisa que as condições do ambiente não facilitavam. Voltamos à nossa velha tecla, que os haréns produziam ou geravam defeitos e problemas que os tempos modernos não criam.

2. Uma Data Histórica (6:1)
O capitulo 6 de I Reis, verso 1, dá-nos uma data básica para toda a cronologia desde o nascimento de Abraão. Se nos faltasse este verso, estaríamos, muito no ar para verificar tantas contradições e controvérsias a respeito do Êxodo. Foi o ANO QUATROCENTOS E OITENTA, DEPOIS DE SAIREM OS FILHOS DE ISRAEL DO EGITO. Partindo desta data, como já notamos nos estudos feitos em Josué, e apenas para recordar os seguintes passos, vejamos:
Saída do Egito - 1440.
Queda de Jericó - 1400.

Período da conquista - até 1390.
Período dos juízes - 350, reino de Saul 40, reino de Davi 40; um total de justamente 480 anos. A data da saída do Egito é fundamental em toda a cronologia antiga e para este autor teve lugar em 1440 e não 1200, como antigamente muitos escritores afirmavam.
Isto feito, voltemos ao nosso estudo da construção do templo. O escritor inspirado dá outros informes preciosos. Era o quarto ano do reinado de Salomão e o mês era o segundo, ou o nosso abril-maio, justamente na primavera, quando as condições nos Líbanos eram de todo favoráveis ao corte de madeira, que não podia ser cortada em qualquer época do ano. Há um período quando a seiva está nas raizes, e se a árvore for cortada a madeira perde a sua consistência. Na primavera a seiva está espalhada nos troncos e ramos. Os pinheiros em Portugal só podem ser cortados na primavera. Fora dessa época a madeira bicha logo, porque não tem resina, como se diz.

3. As Dimensões do Templo (6:2-3)
Sessenta côvados de comprimento, por vinte de largura e trinta de altura. O comprimento e a largura eram justamente o dobro das medidas do tabernáculo, construído por Moisés no deserto. Quanto à altura, é muito maior que a do tabernáculo para fins específicos. O pórtico media vinte côvados de largura, face ao Lugar SANTO, por dez de fundos (v. 3). As janelas eram de tipo venezianas, fasquias superpostas, para evitar a penetração da vista. O que o texto diz de "janelas de fasquias" alguns comentadores entendem tratar-se de janelas rendilhadas ou "janelas emolduradas". A linguagem não é muito clara para o entendimento ocidental. Ao redor do templo fez Salomão câmaras, que o texto também chama de andares (v. 5). Eram lugares destinados à moradia dos sacerdotes em serviço, por seus turnos, lugar onde Joás foi escondido da sanha de Atalia (II Reis 11:2-3). Os sacerdotes estavam distribuídos pelas tribos, como vimos em Josué, de modo que, quando em serviço, tinham as suas moradas no templo, mas não no interior, que era lugar sagrado destinado aos serviços religiosos. Pela parte de fora do templo havia colunas, que chamaríamos alpendres, de modo que as vigas não fossem introduzidas nas paredes do templo (v. 6). Teríamos então uma alpendrada de três andares, acompanhando a altura do templo, e o acesso a estas câmaras se fazia por meio de escadas espirais (v. 8), como se usava muito, antigamente, em nossas construções internas. O templo, como tal, seria totalmente isolado de qualquer comunicação, que não dissesse respeito ao culto.


II - DA CONSTRUÇÃO DO TEMPLO À VISITA DA RAINHA DE SABÁ
(I Reis 6 a 10 - II Crônicas 3 a 9)
4. O Modo de Construção (6:11-12)
Ar, pedras já vinham cortadas das pedreiras, visto como Salomão possuía artistas em pedras e metais. De igual modo, a madeira já vinha aparelhada e na medida para ser assentada. Não se ouvia martelo, nem machado, nem instrumento algum. A casa ficava de frente para o Oriente, lado do nascente do sol que, segundo muitos intérpretes, é o luar do céu. Ouvimos um astrônomo dizer que nesta direção não há estrelas; todo o espaço está vazio e deve ser ocupado pelo céu. Segundo a disposição das tribos no deserto, ao redor do tabernáculo, a tribo de Judá estava ao Oriente (Núm. 2:9), com os seus 6.400 guerreiros. Foi desta tribo que nos veio o Salvador, portanto saiu do lado oriental, segundo a disposição do tabernáculo. Completada a casa com quatro andares de cinco côvados de altura, cobriu-se-lhe com tábuas de cedro já lavradas pelos carpinteiros de Hirão, rei de Tiro. Tudo pronto, externamente, faltavam os arremates internos, muito interessantes.


1) DEUS aparece a Salomão (6:12-13).
Como a dizer que estava satisfeito, DEUS faz uma aparição ao construtor e reafirma que tudo quanto havia sido prometido a Davi seria cumprido, se ele, Salomão, guardasse os estatutos e mandamentos. Infelizmente as coisas não correram como parecia a principio.
 
 
COMPLEMENTOS
 
O CONCERTO DE DEUS COM DAVI - BEP - CPAD
2Sm 7.16 “...a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre”.
A NATUREZA DO CONCERTO COM DAVI. (1) Embora a palavra “concerto” não ocorra literalmente em 2Sm 7, é evidente que DEUS estava estabelecendo um concerto com Davi. Em Sl 89.3,4, por exemplo, DEUS diz: “Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi: a tua descendência estabelecerei para sempre e edificarei o teu trono de geração em geração” (ver também Sl 89.34-36). A promessa de que o trono do povo de DEUS seria estabelecido para sempre através da descendência de Davi é exatamente a mesma que DEUS fez a Davi em 2Sm 7 (note-se especialmente no v. 14). Além disso, posteriormente em 2Samuel, o próprio Davi faz referência ao “concerto eterno” que DEUS fez com ele (2Sm 23.5), sem dúvida aludindo a 2Sm 7. (2) Os mesmos dois princípios que operam noutros concertos do AT também estão em evidência aqui: apenas DEUS estabelecia as promessas e os deveres do seu concerto e esperava que do lado humano houvesse o aceite com fé obediente (ver os estudos O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ e O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS.. (a) Nesse concerto de DEUS com Davi, Ele fez uma promessa de cumprimento imediato, que era estabelecer o reino do filho de Davi, Salomão, o qual edificaria uma casa para o Senhor, i.e., o templo (2Sm 7.11-13). (b) Ao mesmo tempo, a promessa de DEUS de que a casa ou dinastia de Davi duraria para sempre sobre os israelitas estava condicionada à fiel obediência de Davi e dos seus descendentes. Noutras palavras, esse concerto era eterno somente no sentido de DEUS ter sempre um descendente de Davi no trono em Jerusalém, desde que os governantes de Judá permanecessem em obediência e fidelidade a Ele. (3) Durante os quatro séculos seguintes, a linhagem de Davi permaneceu ininterrupta no trono de Judá. Quando, porém, os reis de Judá, especialmente Manassés e aqueles que reinaram depois do rei Josias, rebelaram-se continuamente contra DEUS ao adorarem ídolos e desobedecerem à sua lei, DEUS, por fim, os impediu de ocuparem o trono. Permitiu que o rei Nabucodonosor de Babilônia invadisse a terra de Judá, sitiasse a cidade de Jerusalém e, finalmente, destruísse a cidade juntamente com seu templo (2Rs 25; 2Cr 36). Agora, o povo de DEUS estava, pela primeira vez desde a escravidão no Egito, sob o domínio de governantes estrangeiros.
JESUS CRISTO EM RELAÇÃO A ESTE CONCERTO. Havia porém, um aspecto do concerto de DEUS com Davi que era incondicional — que o reino de Davi seria por fim estabelecido para sempre. (1) A culminância da promessa de DEUS era que da linhagem de Davi viria um descendente que seria o Rei messiânico e eterno. Este Rei dominaria sobre os fiéis em Israel e sobre todas as nações (cf. Is 9.6,7; 11.1, 10; Mq 5.2,4). Sairia da cidade de Belém (Mq 5.2,4), e seu governo se estenderia até os confins da terra (Zc 9.10). Ele seria chamado: “O SENHOR, Justiça Nossa” (Jl 23.5,6) e consumaria a redenção do pecado (Zc 13.1). O cumprimento da promessa davídica teve início com o nascimento de JESUS CRISTO, anunciado pelo anjo Gabriel a Maria, uma piedosa descendente da família de Davi (Lc 1.30-33; cf. At 2.29-35). (2) Essa promessa foi um desdobramento do concerto feito em Gn 3.15, que predisse a derrota de Satanás através de um descendente de Eva (Gn 3.15); foi um prosseguimento do concerto feito com Abraão e seus descendentes.
O cumprimento dessa promessa abrangia a ressurreição de CRISTO dentre os mortos e sua exaltação à destra de DEUS no céu (At 2.29-33), de onde Ele agora governa como Rei dos reis e Senhor dos senhores. A primeira missão de CRISTO como o Senhor exaltado foi o derramamento do ESPÍRITO SANTO sobre o seu povo (At 1.8; 2.4, 33). (4) O régio governo de CRISTO caracteriza-se por um chamamento, dirigido a todas as pessoas, no sentido de largarem o pecado e o mundo perverso, aceitarem CRISTO como Senhor e Salvador e receberem o ESPÍRITO SANTO (At 2.32-40). (5) O reino eterno de CRISTO inclui: (a) seu atual domínio sobre o reino de DEUS e sua primazia sobre a igreja, (b) seu futuro reino milenial sobre as nações (Ap 2.26,27; 20.4) e (c) seu reino eterno nos novos céus e na nova terra (Ap 21 — 22).
 
 
O TEMPLO DE SALOMÃO - BEP - CPAD
2Cr 5.1 “Assim, se acabou toda a obra que Salomão fez para a Casa do SENHOR; então, trouxe Salomão as coisas consagradas de Davi, seu pai; a prata, e o ouro, e todos os utensílios, e pô-los entre os tesouros da Casa de DEUS”.

HISTÓRIA DO TEMPLO.
O precursor do templo foi o Tabernáculo, a tenda construída pelos israelitas enquanto acampados no deserto, junto ao monte Sinai (Êx 25—27; 30; 36—38; 39.32—40.33). Após entrarem na terra prometida de Canaã, conservaram esse santuário móvel até os tempos do rei Salomão. Durante os primeiros anos do reinado deste, ele contratou milhares de pessoas para trabalharem na construção do templo do Senhor (1Rs 5.13-18). No quarto ano do seu reinado, foram postos os alicerces; sete anos mais tarde, o templo foi terminado (1Rs 6.37,38). O culto ao Senhor, e, especialmente, os sacrifícios oferecidos a Ele, tinham agora um lugar preciso na cidade de Jerusalém.
Durante a monarquia, o templo passou por vários ciclos de profanação e restauração. Foi saqueado por Sisaque do Egito durante o reinado de Roboão (12.9) e foi restaurado pelo rei Asa (15.8, 18). Depois doutro período de idolatria e de declínio espiritual, o rei Josias fez os reparos na Casa do Senhor (24.4-14). Posteriormente, o rei Acaz removeu parte dos ornamentos do templo, enviou-os ao rei da Assíria como meio de apaziguamento político e cerrou as portas do templo (28.21, 24). Seu filho, Ezequias, voltou a abrir, consertar e purificar o templo (29.1-19), mas esse foi profanado de novo pelo seu herdeiro, Manassés (33.1-7). O neto de Manassés, Josias, foi o último rei de Judá que fez reparos no templo (34.1, 8-13). A idolatria continuou entre seus sucessores, e finalmente DEUS permitiu que o rei Nabucodonosor de Babilônia destruísse totalmente o templo em 586 a.C. (2Rs 25.13-17; 2Cr 36.18,19).
Cinqüenta anos mais tarde, o rei Ciro autorizou o regresso dos judeus de Babilônia para a Palestina e a reconstrução do templo (Ed 1.1-4). Zorobabel dirigiu as obras da reconstrução (Ed 3.8), mas sob a oposição dos habitantes daquela região (Ed 4.1-4). Depois de uma pausa de dez ou mais anos, o povo foi autorizado a reiniciar as obras (Ed 4.24—5.2), e em breve o templo foi completado e dedicado (Ed 6.14-18). No início da era do NT, o rei Herodes investiu muito tempo e dinheiro na reconstrução e embelezamento de um segundo templo (Jo 2.20). Foi este o templo que JESUS purificou em duas ocasiões (ver Mt 21.12,13; Jo 2.13-21). Em 70 d.C., no entanto, depois de freqüentes rebeliões dos judeus contra as autoridades romanas, o templo e a cidade de Jerusalém, foram mais uma vez arrasados, ficando em ruínas.

O SIGNIFICADO DO TEMPLO PARA OS ISRAELITAS.
Sob muitos aspectos, o templo tinha o mesmo significado para os israelitas que a cidade de Jerusalém. (1) Simbolizava a presença e a proteção do Senhor DEUS entre o seu povo (cf. Êx 25.8; 29.43-46). Quando ele foi dedicado, DEUS desceu do céu e o encheu da sua glória (7.1,2; cf.
Êx 40.34-38), e prometeu que poria o seu Nome ali (6.20, 33). Por isso, quando o povo de DEUS queria orar ao Senhor, podia fazê-lo, voltado em direção ao templo (6.24, 26, 29, 32), e DEUS o ouviria “desde o seu templo” (Sl 18.6). (2) O templo também representava a redenção de DEUS para com o seu povo. Dois atos importantes tinham lugar ali: os sacrifícios diários pelo pecado, no altar de bronze, (cf. Nm 28.1-8; 2Cr 4.1) e o Dia da Expiação quando, então, o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo a fim de aspergir sangue no propiciatório sobre a arca para expiar os pecados do povo (cf. Lv 16; 1Rs 6.19-28; 8.6-9; 1Cr 28.11). Essas cerimônias do templo relembravam aos israelitas o alto preço da sua redenção e reconciliação com DEUS. (3) Em tempo algum da história do povo de DEUS, houve mais de uma morada física ou habitação de DEUS. Isso demonstrava que há um só DEUS — o Senhor Jeová, o DEUS dos israelitas, segundo o concerto. (4) Todavia, o templo não oferecia nenhuma garantia absoluta da presença de DEUS; simbolizava a presença de DEUS somente enquanto o povo rejeitasse todos os demais deuses e obedecesse à santa lei de DEUS. Miquéias, por exemplo, verberava contra os lideres do povo de DEUS, por sua violência e materialismo, os quais ao mesmo tempo, sentiam-se seguros de que nenhum mal lhes sobreviria enquanto possuíssem o símbolo da presença de DEUS entre eles: o templo (Mq 3.9-12); profetizou que DEUS os castigaria com a destruição de Jerusalém e do seu templo. Posteriormente, Jeremias repreendeu os idólatras de Judá, porque se consolavam mediante a constante repetição das palavras: “Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este” (Jr 7.2-4, 8-12). Por causa de sua conduta ímpia, DEUS destruiria o símbolo da sua presença — o templo (Jr 7.14,15). DEUS até mesmo disse a Jeremias que não adiantava ele orar por Judá, porque Ele não o atenderia (Jr 7.16). A única esperança deles era endireitar os seus caminhos (Jr 7.5-7).

O SIGNIFICADO DO TEMPLO PARA A IGREJA CRISTÃ.
A importância do templo no NT deve ser considerada no contexto daquilo que o templo simbolizava no AT.
O próprio JESUS, assim como os profetas do AT, censurou o uso indevido do templo. Seu primeiro grande ato público (Jo 2.13-17) e o seu último (Mt 21.12,13) foram expulsar do templo aqueles que estavam pervertendo o seu verdadeiro propósito espiritual (ver Lc 19.45). Passou a predizer o dia em que o templo seria completamente destruído (Mt 24.1,2; Mc 13.1,2; Lc 21.5,6).
A igreja primitiva em Jerusalém estava freqüentemente no templo à hora da oração (At 2.46; 3.1; 5.21, 42). Assim faziam segundo o costume, sabendo, contudo, que esse não era o único lugar onde os crentes podiam orar (ver At 4.23-31). Estêvão, e posteriormente Paulo, testemunharam que o DEUS vivo não poderia ser confinado a um templo feito por mãos humanas (At 7.48-50; 17.24).
A ênfase do culto, para os cristãos, transferiu-se do templo para o próprio JESUS CRISTO. É Ele, e não o templo, quem agora representa a presença de DEUS entre o seu povo. Ele é o Verbo de DEUS que se fez carne (Jo 1.14), e nEle habita toda a plenitude de DEUS (Cl 2.9). O próprio JESUS declara ser Ele o próprio templo (Jo 2.19-22). Mediante o seu sacrifício na cruz, Ele cumpriu todos os sacrifícios que eram oferecidos no templo (cf. Hb 9.1—10.18). Note também que na sua fala à mulher samaritana, JESUS declarou que a adoração dentro em breve seria realizada, não num prédio
específico, mas “em espírito e em verdade”, i.e., onde as pessoas verdadeiramente cressem na verdade da Palavra de DEUS e recebessem o ESPÍRITO de DEUS por meio de CRISTO (ver Jo 4.23).
Posto que JESUS CRISTO personificou em si mesmo o significado do templo, e posto que a igreja é o seu corpo (Rm12.5; 1Co 12.12-27; Ef 1.22,23; Cl 1.18), ela é denominada “o templo de DEUS”, onde habita CRISTO e o seu ESPÍRITO (1Co 3.16; 2 Co 6.16; cf. Ef 2.21,22). Mediante o seu ESPÍRITO, CRISTO habita na sua igreja, e requer que o seu corpo seja santo. Assim como no AT, DEUS não tolerava qualquer profanação do seu templo, assim também Ele promete que destruirá quem destruir a sua igreja (ver 1Cr 3.16,17), para exemplos de corrupção e destruição da igreja por pessoas.
O ESPÍRITO SANTO não somente habita na igreja, mas também no crente individualmente como seu templo (1Co 6.19). Daí, a Bíblia advertir enfaticamente contra qualquer contaminação do corpo humano por imoralidade ou impureza (ver 1Co 6.18,19 notas).
Finalmente, note que não há necessidade de um templo na nova Jerusalém (Ap 21.22). A razão disso é evidente. O templo era apenas um símbolo da presença de DEUS entre o seu povo, e não a plena realidade. Portanto, o templo não será necessário quando DEUS e o Cordeiro estiverem habitando entre o seu povo: “o seu templo é o Senhor, DEUS Todo-poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21.22).
 
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 1 - CPAD - 3º TRIMSTRE DE 2021
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Comece a aula perguntado a seus alunos qual a diferença entre inteligência e sabedoria. Sabedoria é uma habilidade ou uma virtude? Deixe a turma debater por algum tempo sobre a distinção desses dois termos antes de iniciar a introdução da aula propriamente. É importante também debater sobre a relação entre sabedoria e astúcia ou esperteza. Uma pessoa astuta pode ser considerada sábia? Que relação tem a sabedoria de Salomão com a prosperidade de Israel sob seu governo?
A seguir, encaminhe seus alunos para a conclusão demonstrando que, enquanto o conhecimento representa as nossas experiências e aprendizagens adquiridas do mundo exterior, a sabedoria, especialmente a proveniente de DEUS, nos dá a condição de transformarmos estes conhecimentos em prática de vida, a fim de mantermos o equilíbrio, a coesão e a justiça.
Não deixe de apresentar o comentarista da lição. Trata-se do pastor Claiton Pommerening, doutor e mestre em Teologia; membro do Conselho Geral da RAE - Rede Assembleiana de Ensino; autor de obras editadas pela CPAD; diretor da Faculdade Refidim e do Colégio CEEDUC (Joinville - SC); editor executivo da revista REPAS/CEC/CGADB; pastor auxiliar na Assembleia de DEUS em Joinville (SC).
 
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A virtude deve ser uma marca do cristão autêntico. A partir de uma vida virtuosa, os filhos de DEUS serão abençoados em tudo o que fizerem.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
A tragédia da vida de Salomão não foi uma catástrofe pessoal repentina, mas a diminuição gradual de sua completa devoção a DEUS. Isto está relacionado com os interesses das suas “muitas esposas”, que no final resultaram em sua própria adoração idolátrica. Ele trilhou o repetido caminho para longe de DEUS: o conhecimento do coração tornou-se somente um entendimento da mente, e o conhecimento da mente, no final, deu lugar à apostasia total.
Pergunte a seus alunos se a sabedoria, ou um conhecimento cultivado de DEUS, é garantia de lealdade contínua ao Senhor. Promova um pequeno debate sobre o assunto, e peça a eles que procurem na Bíblia outros exemplos semelhantes.
 
SÍNTESE DO TÓPICO II
Devemos ter cuidado com as concessões que fazemos, pois uma vida de entrega ao pecado começa com pequenos deslizes.

SUBSÍDIO DEVOCIONAL TOP2
“2 Cr 1.11,12 Salomão poderia pedir qualquer coisa, porém pediu sabedoria para governar a nação. Pelo fato de DEUS ter aprovado a forma como o rei definiu suas prioridades, deu-lhe também prosperidade, riquezas e honra. JESUS também falou a respeito de prioridades. Ele disse que quando colocamos DEUS em primeiro lugar, tudo aquilo que realmente necessitamos tambémnos é concedido (Mt 6.33). Embora isso não seja uma garantia de que seremos tão ricos e famosos como Salomão, ao colocarmos DEUS em primeiro lugar, a sabedoria que dEle recebermos nos permitirá gozar uma vida ricamente gratificante. Quando temos o propósito de viver e aprender a contentar-nos com o que temos, alcançaremos uma riqueza tal como jamais poderíamos ter imaginado.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.594-95).

CONHEÇA MAIS TOP2
“Ainda que jovem, Salomão não se deixou levar pelo desejo das riquezas ou de outras coisas que parecem agradáveis aos homens: preferia mais útil, mais excelente e mais digna da bondade e da liberalidade de DEUS. [...] DEUS ficou tão satisfeito com esse pedido, que depois de lhe ter concedido uma sabedoria extraordinária, como ninguém antes havia tido, seja príncipe ou particular, disse-lhe que não lhe concedia somente o que ele pedia, mas acrescentaria ainda as riquezas, a glória, a vitória sobre seus inimigos.” Para saber mais leia: História dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 1990, p.198.
 
SÍNTESE DO TÓPICO III - Tudo o que fizermos em prol da obra do Senhor e para a sua Glória deve ser realizado com pureza de coração.

SUBSÍDIO HISTÓRICO TOP3
“Uma vez que Salomão obtinha um firme controle do reino, voltou-se para o extenso programa de construções, iniciando com a construção do templo. Davi já havia comprado a eira de Araúna – o local separado por DEUS – e o rei ordenava que o terreno fosse totalmente limpo a fim de começar a obra. Ele também preparou os materiais da construção, particularmente blocos de pedras trabalhadas e metais preciosos, e fez acordos com os fenícios para o fornecimento de madeiras para construção. Tudo o que Salomão precisava fazer era reunir os materiais e construtores no mesmo local, e dar o início à obra.
Hirão foi informado de que tudo estava pronto, então começou o envio de madeiras para a construção, conforme havia prometido. Salomão enviou-lhe os gêneros alimentícios acordados e outros bens como forma de pagamento. Também foram convocados trinta mil cortadores de lenha para que mensalmente, em turnos de dez mil homens, fossem auxiliar os trabalhadores de Hirão no Líbano. Setenta mil carregadores foram destacados para o serviço, mais oito mil cortadores de pedras. Todos os trabalhadores foram supervisionados por três mil e trezentos homens que respondiam diretamente a Adonirão, o oficial encarregado dos trabalhadores forçados (1 Rs 5.13-18)” (MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que DEUS colocou entre as nações. 6. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.312).
 

PARA REFLETIR - A respeito de “A Ascensão de Salomão e a Construção do Templo”, responda:
O que levou Salomão a pedir sabedoria a DEUS? Salomão tinha um elevado senso de prioridade.
Qual era a maior virtude de Salomão? Sua sabedoria.
Quais são os dois tipos de sabedoria apresentados na Bíblia? A falsa sabedoria que se evidencia pela inveja e sentimento faccioso, e a sabedoria que vem de DEUS (Tg 3.14-17).
O que levou Salomão à ruína? E por quê? Salomão começou a fazer pequenas concessões em seu coração e a estabelecer acordos e conchavos políticos que deterioraram sorrateiramente seus valores espirituais (1 Rs 11.1,2).
A partir da redenção do homem efetuada por CRISTO no Calvário, qual o local de habitação do ESPÍRITO SANTO? O próprio homem regenerado (1Co 6.19).

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 86, p. 36. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

 

 
Bibliografia
BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal - CPAD
Bíblia Sagrada o Dicionário da Bíblia de John D. Davis, Editora Hagnos
Comentário da Bíblia NVI - FFBruce, Editora Vida
Comentário Neves de Mesquita, Editora JUERP
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Dicionário de Significado dos nomes
Dicionário Russell Norman Champlin, Editora Hagnos
fonte http://www.apazdosenhor.org.br