Betel Adultos – 3 Trimestre 2021 – 04-07-2021 – Lição 1 – Vale e deserto: lugares de propósitos, desafios e vitórias

 


01/07/2021

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.” Salmo 23.4

TEXTOS DE REFERÊNCIA

EZEQUIEL 37.1-4,10

1 Veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos, 

2 E me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos. 

3 E me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu disse: Senhor Jeová, tu o sabes. 

4 Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.

10 E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército grande em extremo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Falar quais são os propósitos de Deus na provação. 
  • Mostrar que vale e deserto são lugares de desafios. 
  • Apresentar a grandeza das vitórias no vale e no deserto.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos e irmãs, Paz do Senhor.

Pela bondade do Senhor, iniciamos um novo trimestre, crendo que Ele nos ajudou até aqui.

Louvamos a Deus pela sua vida e pelo fato de você estar conosco buscando o aperfeiçoamento e contribuindo para que um número cada vez maior de cristãos obtenha o conhecimento da Palavra de Deus.

Queremos aproveitar para lembrar-lhe que a EBDComentada tem o propósito de ensinar e fazer missões e, para isto, fornecemos a você esboços; subsídios e cursos de capacitação.

Parte do valor arrecadado com as assinaturas é enviado para o sustento de missionários, em especial, do Pr. Osvair Braga, pastor em tempo integral na Venezuela e outras 6 famílias nativas de missionários.

Pedimos a você que ore por ele, sua família e também pela equipe EBDComentada, para que tenhamos condições de permanecer nesta obra.

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O tema proposto pela Editora Betel e comentado pelo bispo Samuel Cássio Ferreira abordará um assunto de extrema importância para a vida de todos os cristãos, que é a existência da tribulação, o fato de não estarmos isentos de sofrê-la e a maneira pela qual podemos superá-la.

Ainda que existam pessoas; sem sabedoria; que acreditam que não vivenciarão experiências negativas pelo fato de crerem em Jesus, não é este o ensino que a Palavra de Deus nos apresenta.

Desde o princípio até o fim, a Bíblia nos mostra que homens e mulheres sofreram pelo simples fato de estarem vivos, pois, isto é uma condição proposta pela vida.

É verdade que o pecado interferiu profundamente na maneira com que as experiências nos são apresentadas, porém, não é somente por este motivo que sofremos.

Existem no mínimo três motivos pelos quais os seres humanos sofrem:

  • Devido ao pecado original;
  • Por causa da ação de satanás;
  • Em consequência do estilo de vida. 

Não temos como interferir no primeiro motivo no tocante a anulá-lo, pois, ele é um fato e, por causa dele, todos os seres humanos foram afetados.

Em relação ao segundo motivo, após entregarmos nossa vida a Jesus e sermos habitação do Espírito Santo, não estamos sob o domínio de satanás e não podemos ser “tocados” por Ele, a não ser que o Senhor permita tal situação, como fez com o patriarca Jó.

O terceiro motivo é de propriedade exclusiva dos seres humanos e, pode ser mudado de acordo com nossa postura.

Podemos compreender o “estilo de vida” como sendo a maneira que vivemos neste mundo e isto envolve o cuidado com nosso corpo no tocante à alimentação, exercícios, controle emocional e outras coisas.

Jesus, o Cristo ratificou o conceito sobre o sofrimento quando disse:

“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. (Jo 16.33 – ARC) 

Se Jesus, o Cristo pelo qual todas as coisas foram criadas e existem disse isto, com que autoridade um ser humano pode dizer que o crente só sofrerá se estiver em pecado ou sem fé?

Algumas frases de efeito são ridículas, insensatas e heréticas.

Será de grande proveito se você; como professor; perguntar à classe o que eles pensam sobre isto, antes de continuar a lição.

1 – OS PROPÓSITOS DA PROVAÇÃO

Além de dizer que TODOS teremos aflições, o Senhor nos ensina que estas aflições serão pedagógicas em nossa vida, ou seja, nos ensinarão algo.

No capítulo 16 do evangelho escrito por João, o Senhor Jesus revela aos discípulos o que aconteceria e no capítulo 17, Ele pede ao Pai que guarde seus filhos da tribulação e profere uma das orações mais marcantes de toda a Bíblia.

“Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade. Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. (Jo 17.14-21 – ARC – grifo nosso)

O Senhor sabia que as tribulações seriam grandes para os discípulos e para todas as pessoas que fossem salvas daquele momento em diante e, sabendo o que aconteceria com eles, não pediu ao Pai para tirá-los da tribulação, mas, que os livrasse do mal.

teólogo polonês Werner de Boor nos traz um rico comentário sobre este texto.

“O fato de que Jesus precisa dizer exatamente o que não pede revela o quanto essa súplica estava à flor da pele. Será que os discípulos não poderiam ser poupados da aflição, que não é brincadeira, antes traz dentro de si a tentação para renegar a Jesus? Para isso eles teriam de ser tirados do mundo, no qual justamente precisam entrar, para que a mensagem salvadora chegue às pessoas. O Filho, que empenha sua alma pessoalmente em seu envio, de forma alguma pode solicitar ao Pai que os (tire) do mundo. Contudo pode e precisa suplicar ao Pai que os (guarde) do mal. No texto grego não se pode distinguir se Jesus tem em mente o mal, o maligno‖, ou o mau, porém Jesus não emprega a palavra que Paulo usa em Rm 12.21 para o mal. Em contrapartida, ponerós = mau é usado por Jesus na sétima prece do Pai Nosso e por Paulo em 2Ts 3.3, com nítida referência ao mau, ao diabo. João usa esse termo com plena clareza nessa acepção em 1Jo 2.13. Consequentemente, nessa súplica ao Pai Jesus também deve estar vendo o mau como dominador por trás do mundo com seu ódio, cujo alvo é que os discípulos neguem a fé sob a pressão da perseguição e do sofrimento. Diante do mau, e por isso da queda, o Pai poderá guardar os discípulos”. 

O apóstolo Paulo nos ensina de uma forma singular sobre os propósitos das tribulações e isto precisa ser ensinado com muita propriedade, para que cada irmão (ã) tenha conhecimento dos princípios relacionados às tribulações.

“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Rm 5.1-5 – ARC)

A pedagogia da provação nos mostra que as dificuldades, os problemas, as perseguições e tudo que está teoricamente associado ao mal, podem trazer preciosas lições para aqueles que compreender como o princípio funciona.

TRIBULAÇÃO produz a PACIÊNCIA, a paciência produz a EXPERIÊNCIA, a experiência produz a ESPERANÇA e a esperança NÃO TRAZ CONFUSÃO e isto tudo, porque o amor de Deus está derramado em nós através da presença do Espírito Santo, que habita em nós.

O comentário do teólogo alemão Adolf Pohl nos faz compreender melhor este texto.

“Apesar da frase: “O justo viverá”, vale também a verdade: “Muitas são as aflições do justo” (Sl 34.19). E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações. O justo sempre será como um estilhaço na carne para um mundo de injustiças (Rm 1.18). É inconcebível que ele permaneça livre de contrariedades, ameaças e medo. “Filho, se te dedicares a servir ao Senhor, prepara-te para a prova” (Eclesiástico 2.1 [BJ]). Pressão de todos os lados tenta esmagar novamente sua fé. As “tribulações” devem ser entendidas aqui como uma síntese. Elas vêm de fora como de dentro, física, espiritual e intelectualmente, do exterior como do interior da igreja. Tanto mais admirável é que essa plêiade de males não apenas é incapaz de obscurecer o gloriar-se e a esperança daquele que crê, mas que até pode intensificá-los. Pois não se gloria, apesar de sofrer, mais precisamente porque sofre: sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Conjugadas com a fé (v. 1,2), as tribulações produzem uma corrente de reações positivas. Assim como é possível usar uma escada rolante descendente para subir por ela correndo, assim é possível superar em direção oposta àquilo que deprime (Rm 8.28). Subitamente descobrimos o sofrimento para Cristo como sendo um sofrimento com Cristo, como um presente da mais íntima comunhão com ele e como marca registrada da autenticidade de nosso seguimento. Isto transmite uma firmeza antes desconhecida. Provações superadas, porém, resultam em experiência, a qual por sua vez ativa a esperança pela glória de Deus. Apoiando-se em palavras de salmos como Sl 22.5; 25.3,20, o texto continua: Ora, a esperança não confunde. O versículo seguinte, porém, mostra que Paulo não trabalha nem um pouco com lemas de persistência obstinada. 5b De onde esses atribulados retiram sempre de novo seu vigor? Porque o amor de Deus é derramado em nosso coração. Se por um lado precisam conviver, como todos os demais, com perguntas não respondidas, por outro lado persistem no gloriar-se, pois encontram-se simultaneamente sob a impressão elementar de serem amados por Deus. Apesar de compreender sempre, eles sabem o que os espera junto de Deus. Uma “iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2Co 4.6) apoderou-se de seu coração antes obscurecido (Rm 1.21): pelo Espírito Santo. Esse Espírito é o que preenche o próprio Deus e que também o anima em relação a nós. Quando ele nos foi outorgado, Deus partilha conosco sua posse mais íntima, seu amor. Esse amor, ademais, foi derramado, ou seja, foi dado ilimitadamente. Aos que o invocam, Deus não estende apenas o dedo mindinho, mas a mão toda. Ele não os aceita para um “cursinho informativo”, porém para uma aliança perpétua (2Co 1.22)”.

O jargão popular nos compele a pedir paciência ao Senhor e até associam este pedido ao patriarca Jó, porém, a Bíblia nos ensina que o que produz paciência são as tribulações e isto parece não ter sentido, mas é exatamente isto que acontece com o cristão, pois, somente este tem o Espírito Santo em sua vida.

Quer ser mais paciente? Prepare-se para as tribulações.

1.1 – Um lugar de provação 

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Bispo Samuel Ferreira nos mostra que os vales (os lugares baixos) podem nos revelar profundas lições.

Dentro do processo de interpretação bíblica, ou seja, da hermenêutica bíblica, está a interpretação alegórica, aquela que; sem ferir o texto; faz associações do texto com aspectos práticos da vida.

É exatamente neste sentido que os ensinadores comparam os vales a lugares de provações e sofrimento.

teólogo americano Norman Champlim nos traz preciosas lições sobre a etimologia da palavra.

“Há quatro palavras hebraicas envolvidas neste verbete. Dois des­ses  vocábulos  cabem  dentro  de  uma  categoria  geral  de vale  e  os outros dois cabem dentro da outra categoria possível. Essas catego­rias são: a. uma depressão; b. uma garganta. Na Palestina, as duas palavras da primeira categoria se aplicavam, primariamente, a carac­terísticas  geológicas  como  a  planície  de  Esdrelom  e  o vale  do  rio Jordão.  Outro  exemplo  é  «o  vale  de  Jericó»  (Deu.  34:3),  em  um ponto  onde  o  vale  tem  cerca  de  dezenove  quilómetros  e  meio  de largura.  E as duas palavras da segunda categoria descrevem vales resultantes do desgaste de terrenos de natureza calcária, mediante a ação de correntes de água.  No clima muito seco da Palestina,  isso criava  uma  paisagem  altamente  dissecada,  criando  uma topografia própria de terras más. As gargantas e fendas assim formadas representam um sério obstáculo de movimentação de homens e animais, pelo que desempenhavam um papel muito importante nas operações militares  nos  tempos  bíblicos.  Cf.  Jos.  8:11  e  I  Sam.  17:3.  Essas quatro palavras hebraicas, divididas em suas duas categorias, são: A.  1. Emeq, «depressão»,  «lugar difícil».  Esse vocábulo hebraico ocorre por sessenta e nove vezes,  conforme se vê, por exemplo, em Núm.  14:25; Jos.  1:19; 5:15;  7:1,8,12;  8:13;  13:19,27;  17:16;  18;28;  I Sam.  6:13;  31:7;  I  Reis  20:28;  I  Crô.  10:7;  12:15;  14:13;  27:29;  Jó 19:10,21; Sal. 65:13; Can. 1:1; Isa. 22:7; Jer. 21:13; 31:40; 48:8; 49:4; Miq.  1:4; Joel 3:2,12,14.2. Biqah, «vale».  Essa palavra ocorre por vinte vezes, conforme se vê, por exemplo, em Deu. 8:7; 11:11; Sal. 104:8; Isa. 41:18; 63:14; Eze. 37:1,2.B. 1. Nachal, «ravina», «vale com um riacho». Essa palavra ocor­re por um total de cento e trinta e oito vezes, sendo que vinte e três vezes  com  o  sentido  específico  de  vale,  a  saber:  Gên.  26:17,19; Núm.  21:12;  24:6;  32:9;  Deu.  1:24;  3:16;  21:4,6;  Juí.  16:4;  I  Sam. 15:5; II Reis 3:16,17;  II Crô. 33:11; Jó 21:33; 30:6;  Sal.  104:10;  Pro. 30:17; Can. 6:11;  Isa. 7:19; 57:5.2. Ge, «garganta».  Esse termo hebraico figura por sessenta ve­zes, conforme se vê,  para  exemplificar,  em  Núm.  21:20;  Deu. 3:29; 34:6; Jos. 8:11;  15:8; I Sam.  17:3,52;  II Reis 2:16; I Crô. 4:39;  II Crô. 26:9;  Nee.  2:13,15;  3:13;  Sal.  23:4;  Isa.  28:1,4;  Jer.  2:22;  Eze.  6:3; 7:16; 31:12; 32:5; 35:8; 36:4,6; Miq.  1:6; Zac.  14:4,5”.

A Bíblia faz menção de vários vales e, cada um deles está associado a uma situação importante.

Historicamente, os inimigos dos judeus habitavam nos vales, pois, eles habitavam nas montanhas e, sempre existiu a comparação do vale com coisas ruins.

No A.T. existem menção a 36 vales e a irmã Tânia Giachetti nos traz preciosas anotações sobre este assunto.

1 – Vale de Esdrelom:  forma grega do nome Jezreel. Por ele flui o ribeiro de Quisom (Jz 4: 13; Jz 5: 21) onde Baraque venceu os cananeus. Ali está o Monte Tabor, onde sob o comando de Débora, Baraque atacou seus inimigos. No vale de Esdrelom o exército de Saul acampou antes da batalha de Gilboa (1 Sm 28: 4; 1 Sm 29: 1; 1 Sm 31: 1) e onde Jorão e Acazias foram assassinados por Jeú (2 Rs 9: 16; 24; 27). É símbolo do juízo final (Os 1: 4; 11); também símbolo de fertilidade e favor divino (Os 2: 21-23). Jezreel (yizre’e’el) significa: Deus semeia. Outro nome para ele é Armagedom. Essa palavra grega vem da palavra Latina “Har-Magedone”, que significa Monte Megido; assim, Armagedom pode se referir também ao vale de Megido. 

2 – Vale de Bênção: (Hebr., Beracah = bênção, louvor): onde Josafá derrotou os amonitas, os moabitas e os do Monte Seir (2 Cr 20: 26). 

3 – Vale defronte ao outeiro de Moré: onde Gideão derrotou os midianitas (Jz 7: 1). 

4 – Vale do Sal: mostrando a vitória de Davi sobre os edomitas (2 Sm 8: 13; 1 Cr 18: 12) e onde Amazias também os derrotou (2 Rs 14: 7; 2 Cr 25: 11). 

5 -Vale de Hinom: ao sul de Jerusalém, onde se queimavam cadáveres de criminosos. Josias, por exemplo, queimou os ossos dos sacerdotes idólatras do tempo de Jeroboão (2 Rs 23: 15-20), pois no mesmo vale eram também oferecidos sacrifícios humanos a Moloque, o deus dos amonitas (2 Rs 23: 10). O significado de ‘Hinom’ é desconhecido; alguns sugerem: ‘Ben Hinom’, filho de Hinom [por causa do termo grego para o vale: Geenna – ge (vale de) hinnõm (Hinom)], dando a entender que é um nome próprio (2 Cr 28: 3; 2 Rs 23: 10). Em Jr 7: 32; Jr 19: 6 o nome é alterado pelo profeta para ‘vale da matança’. É também chamado de ‘Vale de Tofete’ (‘local de fogo, local de queima’ ou ‘local de torra’, ‘torrefação’) pelos Cananeus (Jr 7: 31-32). 

6 – Vale de Megido (ou Armagedom, ou Esdrelom): onde Josias morreu no confronto com Neco, Faraó do Egito (2 Cr 35: 22). Armagedom (em latim, Har-Magedone; em hebraico, Megiddo ou Esdrelon), em grego é Armageddon, uma palavra usada no Textus Receptus. Textus Receptus (‘Texto Recebido’) é a denominação dada à série de impressões do Novo Testamento em grego, que serviu de base para diversas traduções dos séculos XVI ao XIX. Megido = lugar de tropas; Armagedom = monte de Megido, monte do lugar das multidões. 

7 – Vale de Elá: onde Davi venceu Golias (1 Sm 17: 2; 1 Sm 21: 9). É geralmente identificado com o moderno Wadi es-Sant, a 18 quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Wadi é uma palavra que se refere a um vale dotado de uma corrente de água; no caso, o ribeiro onde Davi pegou as cinco pedras para colocar no seu alforje de pastor antes de enfrentar Golias. 

Outro texto da bíblia onde vemos a palavra ‘vale’ é no Sl 23: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte” (Sl 23: 4a). Na Palestina, entre Jerusalém e o Mar Morto, existe uma trilha estreita e perigosa que corta as montanhas e por isso alguns a chamam de “vale da sombra da morte”, embora a expressão, “da sombra da morte”, em hebraico signifique ‘trevas profundas’ ou ‘a mais escura sombra’, ‘escuridão’, ‘a sepultura’ (que é uma figura de calamidade); figuradamente: aflição, extremo perigo, caracterizando o mundo dos mortos. Assim, a frase pode ser traduzida como: ‘Quando estiver profundamente escuro’ ou ‘quando eu passar por um vale de densa escuridão’.

O texto utilizado como referência para esta lição nos mostra a história de Ezequiel e o VALE de ossos secos e, de acordo com o texto, o Senhor levou o profeta em espírito a um lugar estranho, separado e cadavérico e lhe perguntou se os ossos que ali estavam poderiam tornar a viver.

É interessante que o profeta poderia ter dito que não, porém, é provável que antes de falar ele tenha se lembrado que estava naquele local pela ação sobrenatural do Espírito de Deus e, por isto, acreditava que o Senhor podia fazer o que desejar, inclusive dar vida a ossos muito secos, ou seja, sem nenhuma vida.

A interpretação do texto depende completamente do contexto que nos mostra que aquele vale representava Israel que outrora tinham vida, mas, estavam mortos.

Desta forma, mais uma vez, o vale está representando algo ruim, que foi transformado pelo Senhor.

1.2 – Um lugar de fé 

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Se o vale é um lugar de provação, tribulação e sofrimento, também é um lugar de fé, pois, como o apóstolo Paulo nos ensina em sua carta aos Romanos, as tribulações são instrumentos de Deus para produzir mudanças em nós.

De acordo com o escritor da carta aos hebreus, o conceito de fé é o seguinte:

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem”. (Hb 11.1 – ARC)

Em outra tradução:

“Ora, a fé é a certeza de que haveremos de receber o que esperamos, e a prova daquilo que não podemos ver”. (KJA) 

A fé deve estar presente em TODOS os momentos de nossa vida, porém, ela nos é mais necessária nos momentos em que estamos no vale, ou seja, nos momentos de tribulação.

O apóstolo Paulo também fala sobre a associação da fé com a tribulação em sua carta aos romanos.

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou ansiedade, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: “Por amor de ti somos entregues à morte todos os dias; fomos considerados como ovelhas para o matadouro”. Contudo, em todas as coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”. (Rm 8.35-37 – KJA)

Nenhum tipo de sofrimento tem o poder de nos separar de Jesus, pois, Ele disse que estaria conosco até a consumação dos tempos (Mt 28.20).

Desta forma, ainda que o vale represente situações ruins, através delas, nos aproximaremos do Senhor e teremos a fé fortalecida.

Um ponto importante para reforçarmos em sala de aula, é que a Bíblia nos diz que é a Palavra de Deus que produz fé (Rm 10.17) e o Senhor usa o sofrimento para nos aproximar Dele e de Sua Palavra, para que nossa fé seja fortalecida.

O apóstolo Tiago aborda este assunto em sua epístola.

“Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma”. (Tg 1.2-4 – ARC) 

Trazendo à memória o texto de Ezequiel 37, podemos observar que após ouvir a voz do Senhor dizendo para o profeta profetizar, ele o faz com grande fé (vv. 9,10).

1.3 – Um lugar de transformação

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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