Lição 2, O Reino Dividido, Jeroboão e Roboão

Lições Bíblicas - 3º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos

Tema: O Plano de DEUS para Israel em meio à Infidelidade da Nação, As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel
Comentário: Pr. Claiton Pommerening
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Henrique
 
 
 
 
Lição 2, O Reino Dividido, Jeroboão e Roboão
 
 
TEXTO ÁUREO
“Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do SENHOR permanecerá.”  (Pv 19.21)
 

VERDADE PRÁTICA
Os maus conselhos levam o homem à ruína, mas o conselho amoroso tem o poder de nos livrar da morte.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 11.14 Ouvir sábios conselhos direciona o ser humano para decisões seguras
Terça - Is 42.8 DEUS é o detentor de toda glória e não a divide com ninguém
Quarta - Gl 5.19-21 O Reino de DEUS pertence àqueles que abandonam as obras da carne
Quinta - Pv 12.15 Aquele que sabe ouvir conselhos é sábio
Sexta - Cl 3.5 Toda a idolatria e concupiscência carnal deve ser abolida quando se está em CRISTO
Sábado - Pv 15.22 Compreender a necessidade de ouvir conselhos conduz à sabedoria
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Reis 12.1-10,13,14,26-29
1 - E foi Roboão para Siquém, porque todo o Israel veio a Siquém, para o fazerem rei. 2 - E sucedeu, pois, que, ouvindo-o Jeroboão, filho de Nebate, estando ainda no Egito (porque fugira de diante do rei Salomão e habitava Jeroboão no Egito), 3 - enviaram e o mandaram chamar; e Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram e falaram a Roboão, dizendo: 4 - Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos. 5 - E ele lhes disse: Ide-vos até ao terceiro dia e voltai a mim. E o povo se foi.6 - E teve o rei Roboão conselho com os anciãos que estavam na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais vós que se responda a este povo? 7 - E eles lhe falaram, dizendo: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos. 8 - Porém ele deixou o conselho que os anciãos lhe tinham aconselhado e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele, que estavam diante dele. 9 - E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs? 10 - E os jovens que haviam crescido com ele lhe falaram, dizendo: Assim falarás a este povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesadíssimo o nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.
13 - E o rei respondeu ao povo duramente, porque deixara o conselho que os anciãos lhe haviam aconselhado. 14 - E lhe falou conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
26 - E disse Jeroboão no seu coração: Agora, tornará o reino à casa de Davi.
27 - Se este povo subir para fazer sacrifícios na Casa do SENHOR, em Jerusalém, o coração deste povo se tornará a seu SENHOR, a Roboão, rei de Judá, e me matarão e tornarão a Roboão, rei de Judá.
28 - Pelo que o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro, e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito.29 - E pôs um em Betel e colocou o outro em Dã.
 
 
1.6 NUNCA SEU PAI O TINHA CONTRARIADO. Adonias, o quarto filho de Davi, rebelou-se contra seu pai e proclamou-se rei de Israel, embora DEUS e também Davi tivessem designado Salomão como o próximo rei (vv. 5,17,30; 2.15). (1) Até à sua morte, Davi teve problemas com seus filhos. Apesar do seu conceito de bom governante, foi um grande fracasso como pai, negligenciando ou deixando de ensinar, guiar e "contrariar" (i.e., disciplinar) seus filhos de modo correto, segundo os preceitos de Deuteronômio 6.1-9. Como resultado, Davi em sua vida sofreu muitas mágoas e tristezas. Seu primeiro filho, Amnom, violentou sua meio-irmã Tamar, e a seguir foi morto pelo seu meio-irmão, Absalão (2 Sm 13.1-33). O terceiro filho de Davi, Absalão, rebelou-se contra o pai e intentou matá-lo (2 Sm 15-18). Agora, seu quarto filho rebelou-se e posteriormente foi executado por Salomão (2.23-25). (2) Por Davi não executar a vontade de DEUS no tocante à família, experimentou uma série de tristezas no decurso da sua vida. O fruto do discipulado mais importante na nossa vida é o nosso empenho para, de todo coração, sermos sempre fiéis ao nosso cônjuge e a nossos filhos, e conduzi-los num viver segundo a vontade de DEUS, mediante o ensino e o exemplo.
1.50 PONTAS DO ALTAR. As pontas do altar simbolizavam a misericórdia, perdão e proteção de DEUS. Adonias refugiou-se no altar, crendo que Salomão não o mataria num lugar tão sagrado (cf. Êx 21.13,14).


OBJETIVO GERAL - Ressaltar a importância de ouvir bons conselhos.
 
Resumo da Lição 2, O Reino Dividido, Jeroboão e Roboão
I – AS PRINCIPAIS CAUSAS DA CISÃO
1. A carga pesada de Salomão.
2. A divisão do reino.
II – OS ERROS DE ROBOÃO
1. A repetição dos erros de Salomão.
2. Os maus conselhos dos amigos de Roboão.
3. O cuidado com os conselhos.
III – O REINADO E A IDOLATRIA DE JEROBOÃO
1. A rebeldia de Jeroboão.
2. Jeroboão, o primeiro rei do Norte.
3. Consequências da idolatria.

 
 
 
INTRODUÇÃO
Após a morte de Salomão em 931 a.C., seu filho Roboão subiu ao trono (1 Rs 11.43). DEUS tomaria totalmente o reino de Israel de sua descendência, não fosse sua Aliança com Davi. (E a seu filho darei uma tribo, para que Davi, meu servo, sempre tenha uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, a cidade que elegi para pôr ali o meu nome. 1 Reis 11:36).
Roboão foi um dos principais responsáveis pela divisão do reino em duas partes: o reino do Norte (Israel) e o reino do Sul (Judá). Por causa principalmente de Salomão e sua idolatria e acúmulo de riquezas e mulheres foi que DEUS decidiu dividir o reino de Israel. A fatídica história de insensatez do rei Roboão, filho de Salomão, culminou em consequências de uma má decisão por ele tomada. Essa história nos ensina a dependermos cada vez mais de DEUS em momentos que tomamos decisões importantes na vida.
 
QUANTOS FILHOS TEVE SALOMÃO? Com frequência falamos das mulheres de Salomão. Falamos em um número elevado a cifra de 700 mulheres e 300 concubinas, muitas estrangeiras. Mas do número de filhos que Salomão teve não se comenta. Nos escritos sagrados encontramos o nome Roboão (nome que significa "ele aumenta o povo"), como filho de Salomão. Nasceu um ano antes do seu pai Salomão assumir o trono de Israel, (Rei Salomão de Israel (973-933 a.C.) quando ele era muito jovem ainda. Sua mãe chamada Naamá pertencia aos Amonitas. Como não existe o registro de qualquer outro filho de Salomão, assume-se que ele era seu único filho. Assim oficialmente seria Roboão o filho de Salomão e isso o legitimava como sucessor ao trono do seu pai, se a dinastia de Davi continuasse no poder.
Textos bíblicos que falam de Roboão filho de Salomão: Vejamos o texto de 2Crônicas 9,31:
“Depois que ele adormeceu com seus pais e foi enterrado na cidade de Davi, seu pai, e seu filho Roboão tornou-se rei em seu lugar”. (2Crônicas 9,31) Bíblia de Jerusalém.
A palavra do Senhor fala em 1Crônicas 3,10:
"Filhos de Salomão: Roboão; (- Esses outros apenas por seguirem o mesmo tipo de governo -) Abias, seu filho; Asa, seu filho; Jeosafá, seu filho;" (1Crônicas 3,10)" Bíblia de Jerusalém.
Outro texto de 2 Crônicas 11,3:
"Dize a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a todo o Israel, que está em Judá e Benjamim, o seguinte:" (II Crônicas 11,3) Bíblia de Jerusalém
Por causa de suas infidelidades Salomão ele recebera de DEUS a notícia que a sua descendência, a partir do seu filho, perderia o trono de Israel, ficando apenas com uma tribo além de Judá que era a sua própria.
Concluindo: O terceiro rei de Israel, Salomão governou durante um período de 40 anos, teve 700 mulheres e 300 cncubinas durante o seu reinado. Mulheres eram escolhidas entre as mais belas filhas de Israel e de países estrangeiros, como a filha de Faraó. Embora em sua época a poligamia era frequente, diz-se que o Rei Salomão foi castigado por DEUS, tendo tido apenas um único filho.
Também devido a não ter relação sexual todos os dias com a mesma mulher, lhe foi difícil ter outros filhos (o que pode ser outra explicação).
Creio que DEUS o amaldiçoou e só teve um filho mesmo. Só Roboão.
Senão a Bíblia falaria, como fala dos outros reis e seus filhos. Exemplo: Acabe teve 70 filhos.
E Acabe tinha setenta filhos em Samaria; e Jeú escreveu cartas e as enviou a Samaria, aos chefes de Jezreel, aos anciãos e aos aios dos filhos de Acabe, dizendo: 2 Reis 10:1
Se a Bíblia fala dos filhos de todos os outros reis, por que não falaria dos filhos de Salomão? Pense. Bíblia é Bíblia.
 
 
A Bíblia é bastante clara ao afirmar no livro de Provérbios 29:4 a seguinte verdade: “É pela justiça que um rei firma seu país, mas aquele que o sobrecarrega com muitos impostos, o arruína.” Em nossa tradução normal fala sobre a corrupção (O rei com juízo sustém a terra, mas o amigo de subornos a transtorna). É sabido que nenhuma sociedade aguenta o peso excessivo da tributação, tendo como consequência natural a explosão de revoltas violentas. Foi o caso ocorrido com o filho de Salomão.
Roboão assumiu o trono após a morte de seu pai. Seu genitor quando vivo tinha sido o responsável por colocar Israel no auge geopolítico e econômico, trazendo imensa prosperidade e esplendor à nação. O mesmo também construiu o templo de DEUS graças a sabedoria concedida pelo Senhor (1Reis 3:8-12). Para edificar o santuário Salomão necessitou dos tributos pagos pelos reinos dominados (trabalhos forçados – 1Reis 9:21) além dos tributos pagos pelas doze tribos de Israel (cada tribo era responsável por um mês de provisão do rei – 1Reis 4:7).
Conforme o texto bíblico (1Reis 12:1-4), toda a congregação de Israel se reuniu perante o novo rei e exigiu a redução dos pesados impostos aos quais Salomão os tinha atribuído anteriormente. E de fato não havia necessidade da manutenção de uma tributação tão escorchante por parte de Roboão, haja vista que o objetivo de edificação do templo fora totalmente finalizado. No entanto, o que se viu foi a decretação do AUMENTO da carga tributária por meio das seguintes palavras reais: “Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.” (1 Reis 12:14)
Após ouvir palavras tão duras o povo se revoltou contra a descendência de Davi, desencadeando um separatismo territorial em Israel. Foram criados o reino do Norte (composto por dez tribos) governado por Jeroboão e o reino do Sul (composto pelas tribos de Judá e Benjamin) governado por Roboão. O resultado disso gerou diversas guerras entre os israelitas, dando fim a paz existente.
Tudo isso foi plano de DEUS por causa da Idolatria de Salomão, que depois passou a seus descendentes e mais terrivelmente ao reino do norte.
No Brasil o mesmo problema se repete. Os governantes dos partidos de esquerda oneram o povo elevando os tributos sob justificativa de um necessário ajuste fiscal. Entretanto, tais políticos NUNCA realizam uma diminuição dos gastos públicos. Vale a pena ler a seguinte transcrição abaixo:
“Não é tarefa fácil demonstrar esses dados, são precisos vários cálculos e tabelas, pois são muitos os tributos que impactam no preço final de produtos e serviços. Pensando nisso, em 2006, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT, em um de seus estudos, identificou que o brasileiro trabalhou 145 dias naquele ano, o equivalente a quase cinco meses, apenas para pagar seus impostos.” [1]
Fato assustador é que alguns candidatos que representavam a esquerda nas eleições de 2018 se manifestaram quanto a “importância” de implementar novos tributos, inclusive recriar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) para conter a crise econômica. O povo brasileiro não quer isso!!!
O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para frisar a suspensão do imposto de importação de milho, soja, óleo de soja e farelo de soja até dezembro de 2021. A medida foi publicada na última segunda-feira (19).
Aproveitando o ensejo, Bolsonaro citou que seu governo zerou ou reduziu tarifas de impostos de “mais de 600 itens de diversas categorias”. Dentre os setores beneficiados, o presidente elencou “saúde, alimentos, games, instrumentos musicais de cordas e combustíveis.”
 
 
A DIVISÃO E DECLÍNIO DO REINO.
A maneira mais proveitosa para o estudante aprender esta seção é fazer uma lista dos reis de Judá e de Israel, anotando em resumo os seguintes fatos : o caráter do rei; o tempo que reinou; os nomes dos profetas mencionados em conexão com seu reinado; e os acontecimentos principais de seu reino. Por exemplo:
 
 
JUDÁ
ISRAEL
Roboão
Jeroboão
Abião
Asa
Nadab
Baása
Ela
Zimri
Jeosafá
Onri
Acabe
Jorão
Acazias
 
 
 
Qual petição trouxeram a Roboão os anciãos do povo? Apesar da prosperidade material do reino de Salomão, qual era a condição do povo? (12:4). O que revelou a loucura de Roboão? O que perdeu por isso? Havia já o princípio de uma separação entre Judá e Israel? (II Sam. 2:8-11; 19:41 e 20:1, 2). O que procurou fazer Roboão para impedir a separação das outras tribos? O que o deteve?
O que temia Jeroboão ? (12:26). O que fêz para impedir isso? (12:27, 28). Desejava a princípio destruir inteiramente o culto de Jeová, ou queria dirigi-lo de outra maneira? Quem lhe sugeriu fazer os dois bezerros de ouro? (Êxo. 32:1-4). Onde os colocou? Qual o mandamento ele quebrou, referente ao sacerdócio? Referente às festas? Quem denunciou o seu pecado? (13:1, 2). O nascimento de quem profetizou 350 anos antes de acontecer? (comp. II Reis 23:15). Qual versículo da Escritura a desobediência do homem de DEUS ilustra? (comp. 13:18 e Gál. 1:8, 9). Que sentença foi pronunciada sobre Jeroboão? Que profecia referente a Israel foi pronunciada? (14:15, 16). Através Da Bíblia Livro Por Livro - Myer Pearlman
 
ROBOÃO
 
O único filho de Salomão, até onde sabemos, cuja mãe era Naamá, a amonita. Roboão sucedeu a Salomão no trono em 931 a.C. e reinou por 17 anos até sua morte em 913 a.C. (1 Rs 11.43; 14.21,31). As tribos de Judá e Benjamim não mostraram nenhuma oposição aparente a ele em sua ascensão, mas as tribos do norte estavam manifestadamente insatisfeitas. Antes das cerimônias de coroação organizadas em Siquém, a principal cidade do norte de Israel, o povo declarou as condições sob as quais o serviriam como rei. Resumindo, eles exigiram impostos menores (2 Cr 10.4,5).
Determinado a seguir o caminho de seu pai, Roboão rejeitou o conselho dos experientes anciãos, dando ouvidos aos planos loucos e impiedosos dos jovens (2 Cr 10.6-15). A resposta de Jeroboão (recém chegado do Egito, 2 Crônicas 10.2,3) e a atitude do povo foram rápidas e decisivas. As dez tribos se rebelaram abertamente. Quando Roboão procurou forçar sua autoridade enviando seu superintendente para pôr fim ao distúrbio, Adorão foi apedrejado até à morte. Roboão percebeu o perigo que corria sua própria vida e fugiu vergonhosamente de volta a Jerusalém (2 Cr 10.16-19). Ele mobilizou um exército de 180.000 homens contra Israel, mas a guerra civil foi afastada pelas severas palavras do Senhor através do profeta Semaías (2 Cr 11.1-4). Entretanto, per todo o período do seu reinado “houve guerras entre Roboão e Jeroboão” (2 Cr 12.15). As Escrituras rastreiam todos estes acontecimentos infelizes chegando, basicamente, até o pecado de Salomão (1 Rs 11.1-13).
Desenvolvimentos subsequentes revelam as causas básicas para a ruptura. Sob o governo de Jeroboão, a deserção espiritual entre as tribos do norte tornou-se intolerável (1 Rs 12.25-33), fazendo com que os sacerdotes e os levitas retornassem a Judá (2 Cr 11.13-17). Judá, por sua vez, logo sucumbiu a uma aberta idolatria sob a direção de Roboão (2 Cr 12.1; 1 Rs 14.21-24). Como o seu pai, ele praticava a poligamia, tendo tomado para si 18 esposas e 60 concubinas, e na verdade incentivou o mesmo procedimento entre os seus filhos (2 Cr 11.18-23).
Deixado com apenas duas tribos, voltou-se para a construção de defesas no sul de Judá visando proteção contra a invasão do sul (2 Cr 11.5-12). O teste logo veio em seu quinto ano (926 a.C.), quando Sisaque (Sesonque I, o primeiro rei da XXII Dinastia ou Dinastia Bubastita do Egito; veja Sisaque) invadiu a terra. Ele destruiu as cidades fortificadas e cercou Jerusalém. Aconselhado por Semaías, Roboão se humilhou naquele momento sob a mão do potentado egípcio, e assim escapou de uma destruição total. Foi necessário entregar os tesouros do Templo e do palácio a Sisaque, e até mesmo os escudos de ouro que Salomão havia feito (2 Cr 12.1-12). H. A. Hoy.- Dicionário Bíblico Wycliffe
 
 
I – AS PRINCIPAIS CAUSAS DA CISÃO
 
1. A carga pesada de Salomão.
 
Salomão poderia ter confiado em DEUS e seu reinado seria próspero, unido e sem guerras; seus descendentes reinariam em seu lugar e DEUS sempre os abençoaria também, porém preferiu fazer alianças externas com reis de outras nações pagãs, através de casamentos com suas filhas idólatras, e assim não precisou se dedicar às guerras. Seu reinado foi marcado, em parte, pela paz, no início; seu trabalho era se manter fiel a DEUS, construir um templo, ampliar o Estado e conservá-lo uno. Se ocupou em construções mirabolantes (1 Rs 5.3-5). A população pagava impostos muito pesados (1 Rs 12.4).
Salomão teve mil esposas e concubinas que o levaram a idolatria, apesar da sabedoria que DEUS lhe deu, mas nós não lemos senão de um filho que ele teve para o substituir, e esse foi um tolo (Roboão). É dito que: entregar-se-ão à luxúria, mas não se multiplicarão (Os 4.10). O pecado é um jeito ruim de construir uma família.
E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. 1 Reis 11:3
 
Salomão estava levantando fortificações em Milo, perto da cidadela de Sião. Foi então que ele observou um ambicioso jovem que estava ajudando nos trabalhos. E Salomão elevou-o à posição de superintendente sobre a questão da cobrança de impostos e trabalhos forçados, no tocante à tribo de Efraim (I Reis 11:28) Isso aconteceu logo após 960 A.C.
Práticas Opressivas de Salomão. As condições de trabalho eram ruins, os impostos eram altos demais, e isso gerou a insatisfação geral. Jeroboão, pois, tornou-se o cabeça de um movimento de rebelião. Uma predição feita por Aías, que dizia que, finalmente, Jeroboão, seria elevado à posição de rei, provavelmente encorajou-o a encabeçar a revolta (I Reis 11:29-40).
Conspirações e Fuga. A questão foi crescendo, e Salomão começou a perceber que Jeroboão servia de ameaça para seu governo. A execução foi planejada mas Jeroboão fugiu para o Egito. Ali chegando, Jeroboão foi protegido pelo Faraó Sisaque, onde permaneceu até que ocorreu a morte de Salomão, em cerca de 926 A.C. Ver I Reis 11:40. A Septuaginta contém um comentário duvidoso, quanto a sua autenticidade, acerca do exílio de Jeroboão, em parte alicerçado sobre as experiências de Hadade, segundo o registro de I Reis 11:14-22. O Faraó Sisaque não permitiu que essa amizade pusesse cobro à invasão dos territórios de Judá e de Israel, pelas tropas egípcias.
 
 
2. A divisão do reino.
 
Havia já uma rixa antiga entre as dez tribos ao norte e as duas ao sul (Judá e Banjamim), desde o tempo de Davi.
Da idade de quarenta anos era Isbosete, filho de Saul, quando começou a reinar sobre Israel, e reinou dois anos; mas os da casa de Judá seguiam a Davi. 2 Samuel 2:10
 
Salomão, devido a sua vaidade e autoritarismo, cobrava impostos abusivos sobre as dez tribos do norte, enquanto aliviava as duas tribos que compunham seu governo principal, Judá e Benjamim. Privilegiou os políticos e seus luxos de sua corte, banqueteou-se e festejou com seus amigos na capital, enquanto recebia impostos das outras tribos provocando o descontentamento deles.
Quando Salomão morreu em 931 a.C., Jeroboão foi chamado de volta de seu autoexílio no Egito e juntamente com o povo das dez tribos do norte reivindicaram de Roboão, filho de Salomão, o alívio da grande carga tributária sobre eles (1 Rs 12.4). Roboão pediu três dias para pensar e foi buscar conselho, primeiro dos anciãos que o aconselharam a ouvir o povo e os agradar para que tivesse um reinado tranquilo. Ouviu também o conselho dos jovens, seus amigos, que o aconselharam a ser mais duro com o povo do que seu pai. Decidiu pelo conselho dos últimos e falou asperamente ao povo. Roboão tornou o fardo do povo ainda mais pesado que seu pai, Salomão. As dez tribos do norte, sob a liderança de Jeroboão, se rebelaram contra essa decisão e formaram um novo reino, o reino do Norte (1 Rs 12.16-20), governando Jeroboão sobre as dez tribos.
Roboão era o filho do mais sábio dos homens, mas não herdou a sabedoria de seu pai, e então, isso o colocou em desvantagem para herdar o trono de seu pai. Nem a sabedoria nem a graça correm no sangue. Salomão foi coroado muito jovem, mas então, ele era um homem sábio. Roboão foi coroado aos quarenta anos de idade, quando os homens são sábios se alguma vez eles forem, mas, nessa idade, ele era um tolo. A sabedoria não vem com a idade, nem é sinônimo de muitos anos de vida, nem é a vantagem da educação que a alcança. A corte de Salomão era um centro de sabedoria e o lugar de encontro de eruditos, e Roboão era o querido da corte; porém, tudo isso não foi suficiente para fazê-lo um sábio. Não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes, a peleja. Não ocorre nenhuma disputa na sucessão de Roboão; com a morte de seu pai, ele foi aclamado imediatamente.
 
Tentativa de Reconciliação e Nova Revolta. Roboão, filho do rei Salomão, subiu ao poder. Aparentemente, Jeroboão encabeçava uma delegação cujo intuito era obter melhores condições para o povo comum, mormente no tocante às condições de trabalho e aos impostos. Mas Roboão, em sua juventude e arrogância, respondeu rispidamente à petição, prometendo um tratamento até mais duro que aquele que fora dado por seu pai. As dez tribos haviam comissionado Jeroboão quanto à sua incumbência, sendo apenas natural que, quando a tentativa fracassou, elas o tivessem convocado para tornar-se o monarca de uma nação independente, as dez tribos do norte, que, depois, tomaram o nome de Israel, em contraste com as duas tribos do sul, Judá e Benjamim, que ficaram formando o reino de Judá.

O povo desejava fazer um acordo com ele em Siquém, e ele aceitou encontrar-se com eles ali.
1. O povo fingia que queria aclamá-lo rei, mas não tinha a intenção de fazê-lo. Eles lhe fariam uma investidura em outro lugar que não a cidade de Davi, para que não parecesse que ele se tornaria apenas o rei de Judá. Eles tinham dez partes com Roboão e o queriam entre eles mesmos uma vez, para que pudessem reconhecer o seu título.
2. O lugar era agourento: foi em Siquém que Abimeleque se autoproclamou (Jz 9); porém, ela era famosa pela assembleia que ali se realizou (Js 24.1). Roboão, podemos supor, sabia da ameaça, de que o reino seria rasgado dele e esperava evitar isso indo a Siquém e entrando em acordo com as dez tribos: mas isso foi a coisa mais imprudente que poderia fazer, e acelerou a ruptura.
 
Aqui nós temos as dez tribos do reino sendo rasgadas da casa de Davi, e os resultados disso:

O povo estava confiante e resoluto em sua revolta. Ele se ressentiu muito com a provocação que Roboão lhe tinha feito, se enfureceu com suas ameaças, concluiu que aquele governo, que no seu início era tão arrogante, seria cada vez mais intoleravelmente penoso, e por essa razão, chegou imediatamente a essa decisão, por unanimidade: Que parte nos temos com Davi? (v. 16). Aqui eles falam de Davi, aquele grande benfeitor da nação, de forma muito inapropriada, chamando-o de filho de Jessé, um homem não maior do que seus vizinhos. Quão rapidamente bons homens, e seus bons serviços em relação ao público, são esquecidos! A rapidez da decisão também merece censura. Com o tempo, e com administração prudente, eles podiam ter estabelecido o contrato original com Roboão para mútua satisfação. Tivessem eles perguntado quem tinha dado esse conselho a Roboão, e se esforçado para remover esses maus conselheiros para longe dele, a ruptura poderia ter sido impedida; por outro lado, seu zelo pela liberdade e propriedade eram bem adequados àquele povo livre. Acaso é Israel um servo? Ou um escravo nascido em casa? Por que, pois, veio a ser presa? (Jr 2.14) Eles estavam inclinados a serem governados, mas não a serem oprimidos. Proteção atrai fidelidade, mas a destruição não. Não é de se estranhar que se desligaram os israelitas da casa de Davi (v. 19) se a casa de Davi se desviou das grandes finalidades de seu progresso, que era de serem ministros de DEUS para o bem deles. Mas neste caso, rebelar-se contra a semente de Davi, a quem DEUS tinha elevado ao reino (legando-o à sua semente) e estabelecer outro rei em oposição àquela família, era um grande pecado (ver 2 Cr 13.5-8). A isso DEUS se refere em Oséias 8.4: eles fizeram reis, mas não por mim. E aqui isso é mencionado para louvor da tribo de Judá, que ela seguiu a casa de Davi (vv. 17,20), e, pelo que parece, ela achou Roboão melhor do que suas palavras, e nem ele governou com o rigor ameaçado no início.

Roboão foi imprudente na administração posterior desse caso, tornando-se mais e mais cego. Tendo se lançado tolamente na areia movediça, ele afundou ainda mais ao tentar sair.
1. Ele foi muito imprudente ao enviar Adorão, que estava sobre os tributos, para tratar com eles (v. 18). O tributo era a coisa e, por causa disso, Adorão era a pessoa de quem eles mais se queixavam. Somente o fato de o verem, a ele cujo nome era odioso entre eles, os exasperou e os tornou violentos. Ele era exatamente a pessoa a quem eles não podiam ouvir com muita paciência, daí, o povo o apedrejou com pedras e morreu em um tumulto popular. Roboão foi agora tão infeliz na escolha do seu representante como antes fora ao escolher seus conselheiros.
2. Alguns pensam que ele também foi imprudente ao abandonar seu lugar e se apressar a ir a Jerusalém, pois com isso ele abandonou seus amigos e deu vantagem aos seus inimigos, que de fato tinham ido às suas tendas (v. 16) desgostosos, mas que não tinham proposto fazer Jeroboão rei senão depois que Roboão partiu (v. 20). Veja como rapidamente esse príncipe tolo foi de um extremo a outro. Ele fez-se de valentão e falou grosso quando pensou que tudo estava sob controle, mas se evadiu e pareceu muito desprezível quando se viu em perigo. É comum que aqueles que são os mais arrogantes em sua prosperidade sejam os mais abjetos na adversidade.
 
DEUS proibiu a sua tentativa de reaver pela espada o que tinha perdido. O que aconteceu foi por DEUS, que não permitiria que isso fosse desfeito novamente (como ocorreria se Roboão prevalecesse e submetesse as dez tribos), nem que se prejudicasse mais a casa de Davi (como ocorreria se Jeroboão prevalecesse e conquistasse as duas tribos). Isso deveria ficar como estava, e por essa razão, DEUS proibiu a batalha.
1. Foi corajoso da parte de Roboão planejar submeter os revoltosos pela força. A sua coragem lhe voltou quando ele chegou a Jerusalém (v. 21). Ali ele pensou estar entre seus amigos de verdade, que generosamente o apoiaram e se manifestaram em favor dele. Judá e Benjamim (que temeram ao Senhor e ao rei, e não se envolveram com aqueles que eram dados a mudanças) em breve levantaram um exército de cento e oitenta mil homens para recuperarem o direito do seu rei às dez tribos, e estavam decididos a acudi-lo com suas vidas e bens, não tendo nem motivo nem disposição para se queixarem, como os outros tinham.
2. Foi mais corajoso em Roboão ter ele desistido quando DEUS, através de um profeta, lhe ordenou que baixasse as armas. Ele não perderia um reino sendo manso, pois então ele teria sido indigno do título de um príncipe. Mas também não contenderia por ele em oposição a DEUS, pois então, ele teria sido indigno do título de israelita. Continuar nessa guerra não seria apenas pelejar contra seus irmãos (v. 24), a quem eles deviam amar, mas lutar contra DEUS, a quem eles deviam se submeter: eu é que fiz esta obra. Essas duas considerações deveriam nos fazer aceitar nossas perdas e aborrecimentos: que DEUS é o seu autor e nossos irmãos são os instrumentos deles; que nós, por essa razão, não pensemos em vingança. Roboão e o seu povo ouviram a palavra do Senhor, dispersaram o exército e condescenderam. Embora, com probabilidades humanas, eles tivessem uma boa perspectiva de sucesso (pois o seu exército era numeroso e resoluto e o partido de Jeroboão era fraco e incerto), embora perder tanto da sua força e nunca ter alguém que tentasse recuperá-la, ostentar e não fazer nada, fizesse com que seus vizinhos os reprovassem, ainda assim: (1) Eles obedeceram a ordem de DEUS, embora enviada por meio de um profeta pobre. Quando nós conhecemos a mente de DEUS devemos nos submeter a ela, por mais que ela contrarie nossa própria mente. (2) Eles levaram em conta seus próprios interesses, concluindo que, embora tivessem todas as vantagens, e o direito, do seu lado, não poderiam prosperar se lutassem em desobediência a DEUS; e era melhor sentar-se calmos do que se levantar e cair. No reinado seguinte, DEUS lhes permitiu lutar e lhes deu a vitória (2 Cr 13), mas não agora.  Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
 
 
II – OS ERROS DE ROBOÃO
 
1. A repetição dos erros de Salomão.
E teve o rei Roboão conselho com os anciãos que estavam na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais vós que se responda a este povo? E eles lhe falaram, dizendo: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e, respondendo-lhe, lhe falares boas palavras, todos os dias serão teus servos. Porém ele deixou o conselho que os anciãos lhe tinham aconselhado e teve conselho com os jovens que haviam crescido com ele, que estavam diante dele. E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo, que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs? E os jovens que haviam crescido com ele lhe falaram, dizendo: Assim falarás a este povo que te falou, dizendo: Teu pai fez pesadíssimo o nosso jugo, mas tu o alivia de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai. Assim que, se meu pai vos carregou de um jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
Veio, pois, Jeroboão e todo o povo, ao terceiro dia, a Roboão, como o rei havia falado, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia. E o rei respondeu ao povo duramente, porque deixara o conselho que os anciãos lhe haviam aconselhado. E lhe falou conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões. O rei, pois, não deu ouvidos ao povo, porque esta revolta vinha do Senhor, para confirmar a palavra que o Senhor tinha dito pelo ministério de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate. Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, tornou-lhe o povo a responder, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé. Às tuas tendas, ó Israel! Provê, agora, à tua casa, ó Davi. Então, Israel se foi às suas tendas. 1 Reis 12:6-16
 
 
Ouvir conselhos de pessoas que nos acompanham nas mesmas tarefas ou funções sociais, de mesma idade que nós, é bom, mas não suficiente. Os mais velhos têm maior experiência e enxergam mais do alto. Os mais velhos querem sempre promover a paz e a união. Portanto, ouvir todos os conselhos é bom e seguir os melhores conselhos é primordial para nosso sucesso. Escolha os conselhos de quem é mais espiritual e experiente.
Nos lábios do sábio se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de entendimento. Provérbios 10:13
Cada pensamento com conselho se confirma; e com conselhos prudentes faz a guerra. Provérbios 20:18
Não havendo sábios conselhos, o povo cai; mas na multidão de conselhos há segurança". Provérbios 11:14
 
Roboão, no alto de seus quarenta e um anos de idade começou a reinar e dezessete anos reinou em Jerusalém 1 Reis 14:21 - Seu avô reinou 40 anos e seu pai também reinou 40 anos. Roboão só reinou 17 anos. Por que? Porque ouviu o conselho de seus amigos e não dos mais experientes, os anciãos. Não servia para exercer a posição em que estava (1 Rs 12.8-11).
Os representantes das tribos se dirigiram a ele, pedindo que fossem aliviadas das taxas a que eram submetidas. Assim que acertaram a reunião, o povo enviou alguém para trazer Jeroboão do Egito, para vir e ser seu interlocutor. Eles não precisavam fazer isso: ele sabia que DEUS o havia apontado e teria vindo ainda que não tivesse sido chamado, pois agora era a sua hora de esperar para tomar posse da coroa que lhe havia sido prometida. Em seu discurso:
1. Eles se queixam do último reinado: teu pai agravou o nosso jugo (v. 4). Eles não se queixam da idolatria de seu pai e de haver se revoltado contra DEUS. Aquilo que era a maior falta de todas não era nada para eles, tão descuidados e indiferentes estavam no que tocava aos assuntos religiosos, como se DEUS e Moloque fossem o mesmo, de maneira que eles poderiam apenas viver em paz e não pagar nenhuma taxa. Mas a queixa era sem fundamento e injusta. Nenhum povo viveu mais em paz do que eles, nem com maior fartura. Eles pagavam taxas? Era para investir na força e na magnificência do seu reino. Se os edifícios de Salomão lhes custaram dinheiro, não lhes custaram sangue, como a guerra faria. Muitas mãos de servos foram empregadas neles? Não foram as mãos dos israelitas. Os impostos eram um fardo? Como poderiam ser, se Salomão importou ouro e prata em tal quantidade que a prata, em certo sentido, era tão comum como as pedras? De maneira que eles não faziam senão devolver a Salomão as coisas que eram de Salomão. Mais ainda, suponhamos que houvesse alguma privação colocada sobre eles, não haviam sido avisados antes que essa seria a maneira dos reis e mesmo assim quiseram um? O melhor governo não pode se safar de reprovação e censura, nem o de Salomão. Aos espíritos facciosos jamais faltará algo de que reclamar. Eu não conheço nada na administração de Salomão que pudesse fazer penoso o jugo do povo, a menos que, talvez, as mulheres a quem em seus últimos dias ele amou fossem coniventes em oprimir ao povo.
2. Eles exigem que ele os alivie e sob essa condição continuarão leais à casa de Davi. Eles não pediram para ficarem completamente livres dos impostos, mas terem alívio de sua carga; isso era tudo o que queriam. Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
 
 
2. Os maus conselhos dos amigos de Roboão.
 
Ao seguir os conselhos dos jovens, Roboão assinou sua própria sentença: as dez tribos se rebelaram e sob seu domínio ficaram apenas duas (Judá e Benjamim). Roboão deu ouvidos aos maus conselheiros e isso o levou à ruína (1 Rs 12.13).
Roboão consultou aqueles em sua volta a respeito da resposta que deveria dar a esse pedido. Era prudente tomar conselho, principalmente tendo uma cabeça tão fraca quanto a sua; porém, nessa ocasião, não foi nada prudente ele pedir tempo para considerar, pois nisso ele deu ocasião para as pessoas descontentes fazerem amadurecer uma revolta, e a sua deliberação em um caso tão óbvio seria aproveitada como indicação do pequeno interesse que ele tinha pelo bem-estar do povo. Eles viram o que deviam esperar, e prepararam-se adequadamente. Agora:
A- Os homens experientes e sérios de seu conselho o recomendaram por todos os meios a responder de maneira gentil aos requerentes, dar-lhes boas palavras, prometer-lhes algo satisfatório, e nesse dia, nesse dia crítico, servi-los, isto é, dizer-lhes que ele era servo deles, e que aliviaria todas as injustiças e que se esforçaria para agradá-los e aliviá-los. “Nega-te a ti mesmo (dizem eles), na medida em que fizeres isso uma vez, eles todos os dias serão teus servos. Quando o presente ardor for tranquilizado por uma resposta suave, e a assembleia se dissolver, seus pensamentos mais calmos se reconciliarão e se fixarão na família de Salomão continuamente”. Note: O meio de governar é servir, fazer o bem e humilhar-se para fazê-lo, tornar-se todas as coisas para todos os homens e, assim, ganhar seus corações. Aqueles que estão no poder realmente sentam-se nas alturas, no mais cômodo e no mais seguro, quando seguem esse método.
B- Os jovens de seu conselho eram ardentes e arrogantes, e o aconselharam a dar uma resposta severa e ameaçadora à exigência do povo. Foi um exemplo da fraqueza de Roboão: (1) Que ele não preferiu os conselheiros mais velhos, mas valorizou a opinião dos jovens que haviam crescido com ele e que lhe eram familiares (v. 8). A idade e a experiência devem ser levadas em consideração. Foi uma tolice para ele pensar que, porque eles tinham sido seus agradáveis companheiros nos esportes e nos prazeres da sua juventude, estavam, por isso, preparados para assumir a administração das coisas do seu reino. Grandes inteligências nem sempre têm muita sabedoria. Nem devemos nos basear naqueles que sabem como nos fazer alegres como se fossem nossos melhores amigos, pois isso não nos fará felizes. É de grande consequência aos jovens, que estão se estabelecendo no mundo, com quem eles se associam, a quem têm como modelo, e a quem pedem conselhos. Se eles considerarem como seus melhores amigos aqueles que alimentam o seu orgulho, recompensam a sua vaidade e os estimulam em seus prazeres, já estão marcados para a ruína. (2) Que ele não preferiu conselhos moderados, mas se agradou daqueles que lhe sugeriram métodos severos e rigorosos, e o aconselharam a dobrar os impostos, fosse isso necessário ou não, e dizer-lhes em termos bem claros que ele o faria (vv. 10,11). Esses jovens conselheiros pensavam que os velhos se expressavam de forma estúpida (v. 7). Eles simulam serem argutos em seus conselhos e orgulham-se disso. Os velhos não tentam colocar palavras na boca de Roboão, apenas o aconselharam a dizer boas palavras. Mas os jovens lhe fornecem frases muito originais e bonitas, com analogias mordazes e atrevidas: meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai, etc. Nem sempre o melhor significado é expresso da melhor maneira.
 
 
3. O cuidado com os conselhos.
 
Roboão era filho único de um rei famosíssimo, riquíssimo, com sabedoria superior a todos e com centenas de mulheres. Seu orgulho se sobressaiu em sua personalidade. Com certeza deve ter sido muito mimado e criado sem freios. Imitou seu pai na falta de fé construindo fortalezas (se tivesse fé confiaria sua segurança a DEUS). Também Copiou seu pai nisso: tomou dezoito mulheres e sessenta concubinas; e gerou vinte e oito filhos, e sessenta filhas. 2 Crônicas 11:21 (78 mulheres, nisso não copiou seu pai - Teve 88 filhos).

Quando o orgulho se torna o centro de nossas vidas, ficamos à mercê de nós mesmos e não conseguimos discernir entre o bem e o mal; assim foi com Roboão (Pv 28.26). A falta de sábios conselhos pode levar o ser humano ao declínio moral, ético e espiritual, tornando-o empobrecido e decadente.

Ele respondeu ao povo de acordo com o conselho dos jovens (vv. 14,15). Ele assumiu ares de arrogante e soberbo e imaginou que poderia resolver tudo com despotismo e, por essa razão, preferia correr o risco de perdê-los a negar-se até em dizer boas palavras. Note: Muitos se arruínam a si mesmos por consultar mais seu temperamento do que seu interesse. Veja:
a) Como Roboão ficou completamente cego pelos seus conselhos. Ele não poderia ter agido de maneira mais tola e imprudente. (1) Ele reconheceu que as críticas que fizeram a seu pai eram verdadeiras: meu pai agravou o vosso jugo; e nisso ele foi injusto com a memória de seu pai, a qual ele podia facilmente ter defendido da acusação. (2) Ele julgou-se mais hábil para lidar com eles, e se impor a eles, do que seu pai tinha sido, não considerando que ele era muitíssimo inferior ao pai em capacidade. Poderia ele pensar em sustentar os defeitos do reinado de seu pai, ele que jamais poderia aspirar a chegar perto das suas glórias? (3) Ele não apenas ameaçou oprimi-los com impostos, mas puni-los com leis cruéis e severas execuções delas, que não seriam apenas como açoites, mas como escorpiões, açoites com rosetas, que arrancam sangue a cada chicotada. Resumindo, ele os usaria como animais brutos, os carregaria e bateria neles ao seu prazer: não se preocupando se eles o amavam ou não, ele os faria terem medo dele. (4) Ele fez essa provocação a um povo que, vivendo no bem-estar e na prosperidade, enriqueceu-se, tornou-se forte e orgulhoso, e não seria pisado (como um povo curvado e abatido pode ser), a um povo que agora estava disposto a se revoltar e que tinha alguém pronto a liderá-lo. Nunca, com certeza, houve um homem tão cego pelo orgulho e presunção de poder arbitrário, e nada é mais desastroso do que isso.
b) Como, dessa forma, os conselhos de DEUS se cumpriram. Isso vinha do Senhor (v. 15). Ele abandonou Roboão à sua própria tolice e encobriu aos olhos dele o que à sua paz pertencia, para que o reino pudesse ser rasgado dele. Note: DEUS serve à sua própria sabedoria e propósitos retos através das imprudências e das iniquidades dos homens, e pega os pecadores na obra das próprias mãos deles. Aqueles que perdem o reino do céu o atiram longe pela própria obstinação e tolice deles, como Roboão fez com o seu.  Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
 
 
III – O REINADO E A IDOLATRIA DE JEROBOÃO
 
1. A rebeldia de Jeroboão.
 
Jeroboão I (931-910 a.C.), da tribo de Efraim, filho de Nebate e Zerua. Sua energia e habilidade foram reconhecidas por Salomão com relação à construção da torre de Milo, e ele foi colocado como encarregado dos convocados efraimitas.
Foi o primeiro rei do Norte e reinou por 22 anos em Israel. Ainda jovem, Jeroboão serviu ao rei Salomão, que se agradou de seu trabalho e o nomeou chefe dos servos da casa de José (1 Rs 11.28). Todavia, durante o reinado de Salomão, Jeroboão se rebelou contra ele, e Aías, o profeta, lhe comunicou que DEUS o havia escolhido para reinar sobre as dez tribos de Israel (1 Rs 11.29-31). Sabendo disso, Salomão tentou matá-lo, mas sem sucesso, pois ele se refugiou no Egito e lá permaneceu até a morte de Salomão (1 Rs 11.40).
Aqui nós temos o começo do reinado de Jeroboão. Ele construiu primeiro Siquém e depois Penuel — as embelezou e fortificou e, provavelmente, teve um palácio em cada uma delas (v. 25), o primeiro em Efraim e o último em Gade, do outro lado do Jordão. Isso podia ser apropriado; mas ele formulou outro projeto para o estabelecimento do seu reino que, nele, foi fatal para os interesses da religião.

Aquilo que ele planejou foi, por alguns meios eficazes, para assegurar para si mesmo aqueles que o tinham feito seu rei, e para impedir que retornassem à casa de Davi (vv. 26,27). Parece que:
1. Ele tinha ciúmes do povo, medo que, uma hora ou outra, ele o matasse e retornasse para Roboão. Muitos que progrediram através de um tumulto caíram em outro. Jeroboão não podia depositar qualquer confiança nos sentimentos do seu povo, embora agora ele parecesse extremamente afeiçoado a ele; pois o que se consegue pelo erro e pela usurpação não pode ser desfrutado nem mantido com segurança ou satisfação.
2. Ele desconfiou da promessa de DEUS, não conseguia confiar na palavra dele de que, se ele cumprisse bem o seu dever, DEUS lhe edificaria uma casa firme (11.38). Ao contrário, planejou meios e recursos, alguns pecaminosos também, para a sua própria segurança. Uma descrença prática em relação a toda suficiência de DEUS está no fundo de todos os nossos traiçoeiros afastamentos dele.

O modo como ele fez isso foi impedindo o povo de subir a Jerusalém para adorar. Aquele era o lugar que DEUS tinha escolhido para ali colocar o seu nome. O Templo de Salomão estava ali, do qual DEUS tinha tomado posse solene em uma nuvem de glória, à vista de todo o Israel, o que estava na memória de muitos que então viviam. O sacerdote do Senhor atendia ali no altar, lá todo o Israel devia guardar as festas e para lá ele devia trazer seus sacrifícios.
Sendo assim:
1. Jeroboão temia que se o povo continuasse a fazer isso, logo retornaria à casa de Davi, fascinado pela magnificência, tanto da corte quanto do Templo. Se o povo fosse fiel à sua antiga religião, ele voltaria para seu antigo rei. Podemos supor que, se ele tivesse tratado com Roboão no tocante a se conduzirem com segurança, ele e o seu povo, para entrar e sair de Jerusalém nos tempos apontados para suas festas solenes, isso não lhe seria negado; mas ele não teme que o povo seja levado de volta pela força, mas voluntariamente, a Roboão.
2. Por isso, ele os dissuadiu de subirem a Jerusalém, fingindo preocupar-se com seu bem-estar: “Muito trabalho vos será o irdes tão longe para adorardes a DEUS (v. 28). É um jugo pesado e é hora de sacudi-lo de vós; tendes ido longe o suficiente até Jerusalém” (leem alguns). “O Templo ao qual estais acostumados, não parece tão glorioso e sagrado como antigamente” (glórias que se podem perceber com os sentidos murcham gradualmente na estima dos homens); “tende vos libertado de outros fardos, libertai-vos desse também: por que nós devemos estar agora mais presos a um lugar do que no tempo de Samuel?”
3. Ele providenciou para que houvesse a assistência à devoção do povo em seu próprio reino. Após consulta com alguns de seus políticos, ele decidiu o seguinte: levantar dois bezerros de ouro, como sinais ou símbolos da presença divina, e persuadir o povo de que ele podia tanto ficar no país e oferecer sacrifícios àqueles quanto ir a Jerusalém para adorar diante da arca: e alguns são tão tolerantes a ponto de pensar que eles foram feitos para representar o propiciatório e os querubins sobre a arca; mas, é mais provável que ele tenha adotado a idolatria dos egípcios em cuja terra ele tinha permanecido por algum tempo e que adoravam seu deus Ápis na forma de um boi ou bezerro. (1) Ele não podia se encarregar da construção de um templo de ouro, como Salomão tinha feito; dois bezerros de ouro era o máximo que ele tinha condições de bancar. (2) Sem dúvida, ele pretendia com eles representar, ou melhor, fazer presente, não algum falso deus, como Moloque ou Quemos, mas apenas o verdadeiro DEUS, o DEUS de Israel, o DEUS que os trouxera da terra do Egito, como ele declara no versículo 28. De maneira que isso não foi nenhuma violação do primeiro mandamento, mas do segundo. E ele escolheu assim conquistar a devoção do povo porque sabia que havia muitos deles que amavam imagens, e que por causa dos bezerros iriam, de boa vontade, romper com o templo de DEUS, onde todas as imagens eram proibidas. (3) Ele levantou duas, para gradualmente fazer o povo parar de crer na unidade da divindade, o que abriria caminho para o politeísmo dos pagãos. Ele erigiu as duas em Dã e em Betel, uma na extrema fronteira de seu país, ao norte, a outra ao sul, como se elas fossem as guardiãs e protetoras do reino. Betel estava próxima de Judá. Ele levantou uma imagem ali para atrair para si aqueles súditos de Roboão que eram inclinados à adoração de imagens, em lugar daqueles seus súditos que continuavam indo a Jerusalém. Ele estabeleceu a outra em Dã, para a conveniência daqueles que moravam mais distantes e porque as imagens de Mica tinham sido colocadas ali, e por muito tempo se devotou grande veneração por elas (Jz 18.30,31). Betel significa a casa de DEUS, o que dava algum fundamento à superstição; mas o profeta a chamou de Bete-Áven, a casa da vaidade, ou iniquidade.
4. O povo concordou com ele em relação a esse lugar, e gostou bastante da novidade: o povo ia até Dã, cada um a adorar (v. 30), primeiramente àquela que estava em Dã porque ela foi levantada primeiro, ou até aquela imagem que estava em Dã, embora ela estivesse a grande distância. Aqueles que pensavam que era demais ir até Jerusalém, para adorar a DEUS de acordo com a instituição que Ele deu, não tinham nenhuma dificuldade em ir duas vezes mais longe, até Dã, para adorá-lo de acordo com as suas próprias invenções. Ou se diz que eles iam a um dos bezerros em Dã porque Abias, rei de Judá, dentro de vinte anos, recuperou Betel (2 Cr 13.19), e é provável que removesse o bezerro de ouro, ou proibisse o seu uso, e então eles tinham apenas aquele que estava em Dã, para irem até ele. E este feito se tornou em pecado; e era um grande pecado, contra a expressa letra do segundo mandamento. Algumas vezes, DEUS tinha prescindido da lei no que tocava à adoração em um lugar determinado, mas jamais permitiu a adoração dele por meio de imagens. Com isso, eles justificavam seus pais ao terem feito o bezerro em Horebe, embora DEUS tivesse mostrado completamente o seu desprazer em relação a eles por causa disso e ameaçado visitá-los no dia da visitação (Êx 32.34), de maneira que se tratava tanto de um desprezo à ira de DEUS quanto o era à sua lei; e assim, eles acrescentaram pecado a pecado. O bispo Patrick cita um dito dos judeus que diz: Até o tempo de Jeroboão, os israelitas ordenharam só uma novilha, mas a partir daquele tempo, ordenharam duas.
5. Tendo levantado os deuses, ele preparou acomodações para eles; e somos aqui informados de onde ele modificava a ordem divina, o que insinua que em outras coisas ele imitou o que era feito em Judá (v. 32) tanto quanto podia. Veja como um erro multiplicou-se em muitos. (1) Ele fez uma casa de lugares altos, ou de altares, um templo em Dã, podemos supor, e outro em Betel (v. 31), e em cada um muitos altares, provavelmente acusando como uma inconveniência que no Templo de Jerusalém houvesse apenas um. A multiplicação de altares, para alguns, passava por um exemplo de devoção, mas DEUS, por meio do profeta, faz outra interpretação disso: Efraim multiplicou os altares para pecar (Os 8.11). (2) Ele estabeleceu como sacerdotes pessoas das mais baixas do povo; e os mais baixos do povo eram bons o suficiente para serem sacerdotes dos seus bezerros, e bons até demais. Ele estabeleceu sacerdotes das partes mais extremas do povo, isto é, alguns tirados de todos os cantos do país, a quem ele ordenou que residissem entre seus próprios vizinhos, para instruí-los em seus decretos e conciliar uns com outros. Assim, estavam eles dispersos como os levitas, mas não eram dos filhos de Levi. Mas aos sacerdotes dos lugares altos, ou altares, ele ordenou que residissem em Betel, como os sacerdotes em Jerusalém (v. 32), para atenderem ao serviço público. (3) A festa dos tabernáculos, que DEUS tinha ordenado que se realizasse no décimo quinto dia do sétimo mês, ele adiou para o décimo quinto dia do oitavo mês (v. 32), o mês que ele tinha imaginado no seu coração, para mostrar o seu poder nos assuntos eclesiásticos (v. 33). A Páscoa e o pentecoste ele celebrou nas datas prescritas, ou não as celebrou de forma alguma, ou com pouca solenidade em comparação com a dos tabernáculos. (4) Ele mesmo assumindo o poder de levantar sacerdotes, não é de se admirar que ele se empenhasse em realizar o trabalho devido ao sacerdote com suas próprias mãos: ele sacrificou no altar. Isso é mencionado duas vezes (vv. 32,33), como também que ele queimou incenso. Isso foi tolerado nele porque era uma parte do resto das suas irregularidades; mas foi punido imediatamente no rei Uzias com a praga da lepra. Ele próprio o fez para parecer grande entre as pessoas e adquirir a reputação de um homem devoto, também para abrilhantar a solenidade de seu novo festival, com que, é provável, nesse tempo ele juntou a festa da dedicação de seu altar. E assim: [1] O próprio Jeroboão pecou, embora talvez se desculpasse a si mesmo e à sua consciência pelo fato de que ele não fez tanto mal como Salomão, que adorara outros deuses. [2] Ele fez pecar a Israel, desviando-o da adoração de DEUS e legando idolatria à semente de Israel. E assim eles foram punidos por terem abandonado os tronos da casa de Davi. O erudito Whiston, em sua cronologia, para combinar os anais dos dois reinos, de Judá e de Israel, supõe que Jeroboão mudou o cálculo do ano e o fez conter só onze meses, e que através daqueles anos, os reinados dos reis de Israel são calculados até a revolução de Jeú e não mais, de maneira que, durante esse intervalo, onze anos dos anais de Judá correspondem a doze anos dos anais de Israel. Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
 
 
 
 
 
2. Jeroboão, o primeiro rei do Norte.
 
Após a divisão do reino, Jeroboão foi nomeado rei pelas dez tribos de Israel e estabeleceu seu trono em Siquém (1 Rs 12.20,25). Temendo que a peregrinação dos judeus ao Templo para adoração pudesse promover a reunificação do reino, Jeroboão mandou erigir dois santuários de adoração com bezerros de ouro, um ao norte, em Dã, e outro ao sul, em Betel (1 Rs 12.28,29), a fim de evitar que o povo fosse a Jerusalém. A atitude idólatra de Jeroboão resultou no castigo divino sobre ele e sua família (1 Rs 14.7-14).
JEROBOÃO
Dois reis de Israel tinham este nome. O nome aparece em um selo de jaspe encontrado em Megido com a inscrição “Sema, servo de Jeroboão”, provavelmente um oficial de Jeroboão II
A- Jeroboão I (931-910 a.C.), da tribo de Efraim, filho de Nebate e Zerua. Sua energia e habilidade foram reconhecidas por Salomão com relação à construção da torre de Milo, e ele foi colocado como encarregado dos convocados efraimitas. A profecia de Aías de que Jeroboão se tornaria rei das dez tribos do norte, ao invés de Roboão, o filho de Salomão, chegou aos ouvidos do rei, e Jeroboão fugiu para o Egito, por segurança (1 Rs 11,26-40). Retornando para a Palestina após a morte de Salomão, ele chefiou a delegação das tribos do norte buscando de Roboão um alívio das opressões praticadas poT seu pai. Quando isto foi recusado, as tribos do norte se afastaram da casa de Davi e estabeleceram Jeroboão como rei (1 Rs 12.2-15,19,20).
Jeroboão reconstruiu Siquém de Efraim, a qual Abimeleque, filho de Gideão, havia destruído, e fez dela a residência real. Em seguida ele construiu Penuel na Transjordânia (1 Rs 12.25), que serviu como uma residência de inverno ou como uma capital alternativa por causa da campanha Jo Faraó Sisaque em 926 a.C. Ele finalmente mudou sua residência real para Tirza (q.v.; 1 Rs 14.17), uma cidade a noroeste de Siquém. Seu treinamento sob o governo de Salomão o tomou um grande construtor. Ele é conhecido principalmente como “Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel”. Seu pecado foi erigir Bezerros em Dã e Betel, estabelecendo em Israel a adoração ao bezerro que eles sem dúvida haviam visto no Egito. Seu propósito era político, para manter o povo afastado do Templo de Jerusalém, onde seus corações poderiam ser atraídos de volta para a casa de Davi. Os sacerdotes e levitas cujas casas estavam em seu território não receberam nenhum lugar na nova adoração, sendo outros escolhidos indiscriminadamente para o sacerdócio. Ele não foi dissuadido de seu propósito pelas advertências do profeta de Judá, cujo nome não foi mencionado (1 Rs 12.25-13.10,33,34).
Embora seu reinado tenha sido próspero, seu pecado lhe trouxe o severo juízo de DEUS, visto na morte de seu jovem filho Abias, e no trágico final de sua dinastia na segunda geração (1 Rs 14.1-20).
B- Jeroboão II (782-753 a.C.), filho de Joás, e terceiro na sucessão de Jeú. A duração de seu reinado, apresentada em 2 Reis 14.23 (41 anos), inclui uma corregência com seu pai de aproximadamente 12 anos, 794-782 a.C. Seu reinado foi de grande prosperidade, militarmente e economicamente. Ele continuou com as conquistas que seu pai Jeoás havia começado, restaurando as fronteiras de Israel que haviam sido invadidas pelos sírios e, na verdade, subjugando Damasco. Assim como seu pai havia recebido o encorajamento de Eliseu neste assunto, Jeroboão foi encorajado pelo profeta Jonas. Foi um período de grande riqueza. Extravagâncias e luxos abundaram, como foi verificado nas escavações da capital Samaria (q.v,); contudo, os pobres eram oprimidos, e os padrões morais estavam se degenerando rapidamente. O livro de Amós apresenta um vivido retrato da paixão ímpia aos prazeres nos dias de Jeroboão. Embora fosse exteriormente próspero, seu reino estava na iminência de ser desintegrado. Por um lado, Jeroboão foi um salvador de Israel (2 Rs 14.27), mas, por outro, seu longo reinado levou a nação à beira do juízo. Cerca de 30 anos após a sua morte, o reino de Israel deixou de existir. J. C. M. - Dicionário Bíblico Wycliffe
 
JEROBOÃO
Jeroboão foi o primeiro rei da nação do norte, Israel, quando Israel e Judá tornaram-se reinos distintos.
a) O Nome
Heb., «povo multiplicado» ou «que se multiplique» Esse nome tem sido ilustrado mediante a descoberta de um belo selo de jaspe, que retrata um leão a rugir. Tem estampada uma inscrição: Ishm 'bd yrb 'm, ou seja, «pertencente a Sema, ministro de Jeroboão».
b) Informes Históricos
Família de Jeroboão. Ele era filho de Nebate, um efraimita. Sua mãe chamava-se Zerua (I Reis 11:26).
A Nova Capital, Siquém. Os primeiros atos de Jeroboão tiveram por fim ampliar o abismo entre as duas nações em que se dividiu o povo israelita, e o estabelecimento de uma capital rival foi a medida mais importante nesse sentido. Por razões desconhecidas, a capital de facto era Penuel, a oeste do rio Jordão, onde ficava a sede do governo nortista. Posteriormente, Jeroboão retornou a porção leste do Jordão, e fixou residência permanente em Tirza (I Reis 12:25; 15:21,33; 16:6 ss; Jos. 12:24). Além de perturbações políticas, havia também as dificuldades religiosas. Jeroboão, cansado de tentar impedir o fluxo de peregrinos que se dirigia, anualmente, ao templo de Jerusalém, capital do reino do sul, acabou fundando santuários idólatras em Dã e Betel.
Os Bezerros de Ouro de Dã e Betel. Os intérpretes, provavelmente, estão com a razão ao suporem que a adoração ao bezerro de ouro, instituída por Jeroboão, era uma maneira de homenagear Yahweh, posto que mal orientada, e não uma franca idolatria pagã. Havia um costume semita comum de considerar as deidades como entronizadas sobre as costas de animais. É possível que Yahweh fosse concebido como sentado nas costas dos do<s bezerros de ouro, de tal modo que aquela idolatria fosse uma maneira distorcida de adorar Yahweh! Porém, quão moderno tudo isso parece! Quão triste é que certos segmentos da cristandade estejam fazendo exatamente esse tipo de coisa. Promovem uma forma de idolatria que, segundo pensam, honra a DEUS e ao seu CRISTO! Ver I Reis 12:26-33. Nem DEUS e nem os profetas do Senhor concordaram com tal forma de idolatria. Jeroboão corrompeu as leis antigas. Ele estabeleceu o seu sacerdócio particular, composto de indivíduos que não pertenciam à tribo de Levi. Ele instituiu suas próprias comemorações e uns próprios dias de oferecimento do sacrifícios. Ele erigiu lugares para uma adoração espúria, em lugares altos, seguindo o costume pagão.
Denúncias dos Profetas. Jeroboão deu início a um curso de ação que só poderia resultar na destruição. Um dia, quando ele oficiava, oferecendo incenso nos holocaustos, como se fosse um rei sacerdote (imitando a prática egípcia), um profeta, que é chamado apenas de «homem de DEUS», passava e observou a cena. Este lamentou a idolatria e profetizou no local que um descendente de Davi, que se chamaria «Josias», haveria de pôr fim às práticas idólatras de Jeroboão, sacrificando sobre os altares nos altos, os sacerdotes estabelecidos por esse rei de Israel. Também predisse a destruição dos altares idólatras. Jeroboão, porém, não gostou do que o profeta dissera, e ordenou que ele fosse preso. Jeroboão estendeu o braço, em um gesto de comando, e seu braço ficou imediatamente seco. O altar rachou pelo meio, e então Jeroboão precisou pedir por misericórdia, para que seu braço lhe fosse restaurado. Isso lhe foi concedido, pela graça divina, através da oração feita pelo profeta. Jeroboão, em seguida, mostrou-se generoso, e queria que o homem fosse à sua casa para uma refeição, o que, naturalmente, o profeta recusou.
Mais Idolatria e Declínio. Os pecadores raramente aprendem as suas lições e se arrependem. Jeroboão não foi uma exceção a isso.
Ele continuou com sua obstinação. Seu filho, Abias, adoeceu gravemente; e Jeroboão enviou sua esposa para inquirir do profeta Aias se havia possibilidades de recuperação. O profeta, porém, reconheceu a mulher, que viera disfarçada, e predisse a morte do filho do casal. Nem bem ela chegou de volta, o menino morreu. Jeroboão nunca se recuperou totalmente do golpe, e das diversas circunstâncias que se estabeleceram. E morreu não muito depois (I Reis 14:1-20).
c) A Dinastia de Jeroboão
Na qualidade de primeiro rei secessionista de Israel, Jeroboão governou por vinte e dois anos (I Reis 14.20), isto é, de 931 a 910 a.C., embora outros estudiosos falem nas datas de 921—901 a.C. Seu filho, Nadabe, governou apenas por dois anos, e foi assassinado por Bassa (I Reis 15:25-30). A breve dinastia de Jeroboão caiu sob o peso de seus próprios pecados e corrupções, embora ele tivesse sido escolhido como rei, no começo de sua carreira, a fim de opor-se a uma série de corrupções da parte de Salomão, mas que Roboão ameaçava continuar. Quão comum isso é, no campo da política em geral! Isso, naturalmente, cumpriu a profecia de Aias, registrada em I Reis 14:2-18 e 15:27-30.
d) Suas Guerras e Dificuldades
No começo, Jeroboão teve de lutar com Roboão, rei de Judá, e com Abias, também de Judá (I Reis 14:30; 15:5; II Cr. 12:15). No quinto ano de seu governo, seu antigo amigo e protetor, o Faraó Sisaque, do Egito, invadiu a Palestina, prejudicando tanto Judá quanto Israel (I Reis 14:25 ss). A Bíblia não menciona o envolvimento da nação do norte, nessa invasão; mas a inscrição sobre o triunfo de Sisaque, achada em Carneque, alista a derrota do Taanaque, Sunem, Reobe, Maanaim e Megido, cidades essas que pertenciam ao reino do norte, Israel. Contudo, Abias obteve uma decisiva batalha sobre Jeroboão (II Cr. 13:1-22). Jeroboão perdeu a cidade de Betel, além de outras cidades das proximidades das fronteiras. Nadabe subiu ao trono da nação do norte, mas não permaneceu ocupando-o por longo tempo. A dinastia, desse modo, chegou ao fim, conforme já foi descrito. Aqueles foram tempos agitados para um homem que abandonara a sua herança, e para a sua descendência. Jeroboão começou opondo-se ao erro, mas terminou praticando um número de erros muito maior. Russell Norman Champlin
 
 
3. Consequências da idolatria.
 
O triste caminho de Jeroboão, seguido por seus sucessores, trouxe calamidade a ele e ao reino de Israel. A sua infidelidade custou-lhe a vida do filho Abias (I Rs 14.1-20). E curioso observar que Jeroboão era alguém bem-intencionado, pois deu o nome de Abias ao seu filho, que quer dizer: “DEUS é meu pai”. Só que as atitudes de Jeroboão revelam que ele rapida­mente esqueceu-se de DEUS como Pai e viveu vida de rebeldia diante do Senhor.
A Bíblia Vida Nova, comentando o versículo 11 do capítulo 14, declara: “A maldição sobre a casa de Jeroboão foi completa, pois considerava-se uma calamidade moral, o não receber, na morte, os devidos funerais (Jr 16.6)”.
Se, por um lado, DEUS abençoa àqueles que lhe são fiéis, por outro, Ele traz o castigo e a merecida punição pela desobediência. Foi o que aconteceu com o reino de Israel que, induzido por Jeroboão, afastou-se do Senhor.
Muitos são aqueles que estão pagando um alto preço por sua infidelidade a DEUS. Se as consequências não são imediatas ou se Não acontecem nesta vida, todos podem estar certos de que um dia a infidelidade será manifestada para vergonha e tristeza do infiel. Eles ouvi­rão de JESUS a sentença: “…servo mau e negligente…lançai-o para fora nas trevas. Ali have­rá choro e ranger de dentes” (Mt 25.29-30).
Receando que, se as dez tribos fossem a Jerusalém para assistirem às festividades anuais, poderiam afastar-se dele, estabeleceu um culto idolátrico com dois altares principais, em Dã e em Betel (1 Rs 12.28 a 30). Também edificou templos, e estabeleceu sacerdotes dos mais baixos do povo, que não pertenciam à família de Arão, nem à de Levi (1 Rs 12.31). Foi Jeroboão avisado por DEUS, mediante as palavras de um desconhecido profeta, por virtude do qual foi secado o braço do rei, e depois restaurado (1 Rs 13.1 a 10). E recebeu ainda censuras do profeta Aías, que já estava cego por motivo da sua velhice (1 Rs 14.1 a 18). infelizmente as advertências divinas não foram tidas em consideração continuando Jeroboão e sua família no caminho do pecado para sua própria ruína (1 Rs 13.34). Depois de um reinado de vinte e dois anos, morreu Jeroboão, sucedendo-lhe seu filho Nadabe (1 Rs 13 e 14.1 a 20).
 
 
A IDOLATRIA E SEUS MALES (BEP - CPAD)
1Sm 12.20,21 “Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR com todo o vosso coração. E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam e tampouco vos livrarão, porque vaidades são. ”
A idolatria é um pecado que o povo de DEUS, através da sua história no AT, cometia repetidamente. O primeiro caso registrado ocorreu na família de Jacó (Israel). Pouco antes de chegar a Betel, Jacó ordenou a remoção de imagens de deuses estranhos (Gn 35.1-4). O primeiro caso registrado na Bíblia em que Israel, de modo global, envolveu-se com idolatria foi na adoração do bezerro de ouro, enquanto Moisés estava no monte Sinai (Êx 32.1-6). Durante o período dos juízes, o povo de DEUS frequentemente se voltava para os ídolos. Embora não haja evidência de idolatria nos tempos de Saul ou de Davi, o final do reinado de Salomão foi marcado por frequente idolatria em Israel (1Rs
10). Na história do reino dividido, todos os reis do Reino do Norte (Israel) foram idólatras, bem como muitos dos reis do Reino do Sul (Judá). Somente depois do exílio, é que cessou o culto idólatra entre os judeus.

O FASCÍNIO DA IDOLATRIA.
Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas? Há vários fatores implícitos.
As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a vários deuses era superior à adoração a um único DEUS. Noutras palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de DEUS sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de DEUS, no sentido de se manter santo e separado delas.
Os deuses pagãos das nações vizinhas de Israel não requeriam o tipo de obediência que o DEUS de Israel requeria. Por exemplo, muitas das religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática, sem dúvida, atraía muitos em Israel. DEUS, por sua vez, requeria que o seu povo obedecesse aos altos padrões morais da sua lei, sem o que, não haveria comunhão com Ele.
Por causa do elemento demoníaco da idolatria (ver a próxima seção), ela, às vezes, oferecia, em bases limitadas, benefícios materiais e físicos temporários. Os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e vitória nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos.

A NATUREZA REAL DA IDOLATRIA.
Não se pode compreender a atração que exercia a idolatria sobre o povo, a menos que compreendamos sua verdadeira natureza.
A Bíblia deixa claro que o ídolo em si, nada é (Jr 2.11; 16.20). O ídolo é meramente um pedaço de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder tem em si mesmo. Samuel chama os ídolos de “vaidades” (12.21), e Paulo declara expressamente: “sabemos que o ídolo nada é no mundo” (1Co 8.4; cf. 10.19,20). Por essa razão, os salmistas (e.g., Sl 115.4-8; 135.15-18) e os profetas (e.g. 1Rs 18.27; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5) frequentemente zombavam dos ídolos.
Por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo.
Tanto Moisés (ver Dt 32.17) quanto o salmista (Sl 106.36,37) associam os falsos deuses com demônios. Note, também, o que Paulo diz na sua primeira carta aos coríntios a respeito de comer carne sacrificada aos ídolos: “as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a DEUS” (1Co 10.20). Noutras palavras, o poder que age por detrás da idolatria é o dos demônios, os quais têm muito poder sobre o mundo e os que são deles. O cristão sabe com certeza que o poder de JESUS CRISTO é maior do que o dos demônios. Satanás, como “o deus deste século” (2Co 4.4), exerce vasto poder nesta presente era iníqua (ver 1Jo 5.19; cf. Lc 13.16; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14). Ele tem poder para produzir falsos milagres, sinais e maravilhas de mentira (2Ts 2.9; Ap 13.2-8,13; 16.13-14; 19.20) e de proporcionar às pessoas benefícios físicos e materiais. Sem dúvida, esse poder contribui, às vezes, para a prosperidade dos ímpios (cf. Sl 10.2-6; 37.16, 35; 49.6; 73.3-12).
A correlação entre a idolatria e os demônios vê-se mais claramente quando percebemos a estreita vinculação entre as práticas religiosas pagãs e o espiritismo, a magia negra, a leitura da sorte, a feitiçaria, a bruxaria, a necromancia e coisas semelhantes (cf. 2Rs 21.3-6; Is 8.19; ver Dt 18.9-11; Ap 9.21). Segundo as Escrituras, todas essas práticas ocultistas envolvem submissão e culto aos demônios. Quando, por exemplo, Saul pediu à feiticeira de Endor que fizesse subir Samuel dentre os mortos, o que ela viu ali foi um espírito subindo da terra, representando Samuel (28.8-14), i.e., ela viu um demônio subindo do inferno.
O NT declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5). A conexão é óbvia: pois os demônios são capazes de proporcionar benefícios materiais. Uma pessoa insatisfeita com aquilo que tem e que sempre cobiça mais, não hesitará em obedecer aos princípios e vontade desses seres sobrenaturais que conseguem para tais pessoas aquilo que desejam. Embora tais pessoas talvez não adorem ídolos de madeira e de pedra, entretanto adoram os demônios que estão por trás da cobiça e dos desejos maus; logo, tais pessoas são idólatras. Dessa maneira, a declaração de JESUS: “Não podeis servir a DEUS e a Mamom [as riquezas]” (Mt 6.24), é basicamente a mesma que a admoestação de Paulo: “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios” (1Co 10.21).

DEUS NÃO TOLERARÁ NENHUMA FORMA DE IDOLATRIA.
Ele advertia frequentemente contra ela no AT. (a) Nos dez mandamentos, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à adoração a qualquer deus que não seja o Senhor DEUS de Israel (ver Êx 20.3,4). (b) Esta ordem foi repetida por DEUS noutras ocasiões (e.g., Êx 23.13, 24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2Rs 17.35,37,38). (c) Vinculada à proibição de servir outros deuses, havia a ordem de destruir todos os ídolos e quebrar as imagens de nações pagãs
na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).
A história dos israelitas foi, em grande parte, a história da idolatria. DEUS muito se irou com o seu povo por não destruir todos os ídolos na Terra Prometida. Ao contrário, passou a adorar os falsos deuses. Daí, DEUS castigar os israelitas, permitindo que seus inimigos tivessem domínio sobre eles. (a) O livro de Juízes apresenta um ciclo constantemente repetido, em que os israelitas começavam a adorar deuses-ídolos das nações que eles deixaram de conquistar. DEUS permitia que os inimigos os dominassem; o povo clamava ao Senhor; o Senhor atendia o povo e enviava um juiz para libertá-lo. (b) A idolatria no Reino do Norte continuou sem dificuldade por quase dois séculos. Finalmente, a paciência de DEUS esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruíssem a capital de Israel e removeu dali as dez tribos
(2Rs 17.6-18). (c) O Reino do Sul (Judá) teve vários reis que foram tementes a DEUS, como Ezequias e Josias, mas por causa dos reis ímpios como Manassés, a idolatria se arraigou na nação de Judá (2Rs 21.1-11). Como resultado, DEUS disse, através dos profetas, que Ele deixaria Jerusalém ser destruída (2Rs 21.10-16). A despeito dessas advertências, a idolatria continuou (e.g., Is 48.4,5;
Jr 2.4-30; 16.18-21; Ez 8), e, finalmente, DEUS cumpriu a sua palavra profética por meio do rei Nabucodonosor de Babilônia, que capturou Jerusalém, incendiou o templo e saqueou a cidade (2Rs 25).
O NT também adverte todos os crentes contra a idolatria. (a) A idolatria manifesta-se de várias formas hoje em dia. Aparece abertamente nas falsas religiões mundiais, bem como na feitiçaria, no satanismo e noutras formas de ocultismo. A idolatria está presente sempre que as pessoas dão lugar à cobiça e ao materialismo, ao invés de confiarem em DEUS somente. Finalmente, ela ocorre dentro da igreja, quando seus membros acreditam que, a um só tempo, poderão servir a DEUS, desfrutar da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e também participar das práticas imorais e ímpias do mundo. (b) Daí, o NT nos admoestar a não sermos cobiçosos, avarentos, nem imorais (Cl 3.5; cf. Mt 6.19-24; Rm 7.7; Hb 13.5,6) e, sim, a fugirmos de todas as formas de idolatria (1Co 10.14; 1Jo 5.21). DEUS reforça suas advertências com a declaração de que aqueles que praticam qualquer forma de idolatria não herdarão o seu reino (1Co 6.9,10; Gl 5.20,21; Ap 22.15).
 
 
 
Mais estudos
 
O REINO DEPOIS DO CISMA (924 a 722 a.C.) - DE ROBOÃO A JEROBOÃO

1. As Causas da Cisão (12:1-20; II Crôn. 10:1-19)
Estamos frente a uma crise de grandes proporções, de grandes alterações na história do povo eleito. Ficou claro, quando estudamos a vida nababesca de Salomão, que para manter esta faustosa corte, ele teve de oprimir o povo com impostos, especialmente nos últimos anos, quando começaram a escassear os recursos vindos dos seus aliados. Parece-nos certo que, por causa dos pecados, DEUS levantou inimigos ao redor de Salomão. E ficando ele velho, os aliados deixaram de o temer e servir. A situação era muito séria quando o homem mais sábio da história morreu. O problema foi proposto pelo povo: "Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois, alivia a dura servidão e o pesado jugo que teu pai nos impôs e nós te serviremos" (12:4). Roboão estava agora com 41 anos, não era tão mocinho (14:21). Ele reuniu o "conselho de ministros" e pediu opinião. Todos foram unânimes em que o jugo, isto é, os impostos deviam ser diminuídos; Roboão, porém, insensatamente consultou os jovens companheiros das farras e a opinião destes foi que não amolecesse, porque pareceria fraqueza, e isso poderia custar muito ao reino. Entre os dois pareceres, optou pelo segundo e saiu-se com aquela loucura contida em 12:10-11. Valentia não resolvia o problema do povo.

Nós sabemos que os motivos vinham de longe, por causa dos pecados de Salomão. Salomão pretendera matar Jeroboão, e ele fugiu para o Egito (11:40). Morto Salomão, os partidários de Jeroboão estariam atentos para o trazer de volta, como realmente fizeram. Parece que a conspiração estava na rua antes mesmo da morte de Salomão, e agora era necessária a presença de Jeroboão para efetivar a revolta. Pelo verso 3 do capítulo12 vemos que o mandaram chamar e foi ele que chefiou a comissão mandada a Roboão. Com esta descrição está de acordo a Vulgata e II Crônicas 10:2. Admitimos então que entre a morte de Salomão e a chegada de Jeroboão deveriam ter passado alguns dias, mesmo que o Egito não ficasse muito distante. Entrementes, os seus amigos estariam agitando o povo, e nós sabemos o que é um povo desgostoso, na espera de dias melhores. Todos aceitaram naturalmente a eleição de Roboão ao reino e nem o contestaram, aguardando a chegada do revolucionário Jeroboão, para então efetivar a trama. É possível que Roboão e seus conselheiros ignorassem o que se estava passando, embora difícil de aceitar tal ignorância; porque o movimento compreendia quase toda a nação, pelo menos a grande maioria do norte. Para alguns comentadores, a resposta de Roboão ao povo significa que ele não levava muito em conta a rebelião; pensariam fosse uma questão de egoísmo do moço Jeroboão e facilmente esmagariam o movimento, como tentaram fazer. Com absoluta segurança dizemos, que ignoravam as raízes do problema, o desgosto de DEUS com Salomão; portanto era DEUS mesmo quem estava à frente da rebelião. Isso não poderia ser prontamente descoberto, porque o profeta Alas, conhecedor de toda a verdade, teria sido bastante cauteloso para ficar calado. Porque esta revolta vinha do Senhor.

Prosseguindo no seu desafio ao povo, Roboão mandou Adorão (que deve ser o Adonirão de 4:6) chefe do povo escravo, sufocar a revolta e seguiu também na retaguarda (vv. 16 e 21). O povo abominava este homem, pelo trabalho ingrato que prestava ao rei Salomão, e o apedrejou até ele morrer. A linguagem de 12:16 é feia, como a querer ignorar a história, alegando que não tinham parte com Davi. Ora, isso não era verdade. O povo tinha a Davi e a seu filho Salomão, como os grandes de sua nação, porém revoltado ficou cego à sua história, vendo apenas os ideais curtos, muitas vezes propostos pelos revoltosos. Assim, nada tinham com a casa de Davi nem com a memória de Salomão, que deveria estar bem viva na mente de todos.

Pela linguagem do verso 20 parece que Jeroboão tinha estado ausente de todo o conflito, pois diz que mandaram chamá-lo. O que parece certo é que, em vista do fracasso de uma acomodação entre as duas facções, uma delas chefiada por Jeroboão, decidiram convidá-lo para aquilo por que ele estava morrendo ser rei da maior e melhor parte da nação.

2. Uma Solução Belicosa (12:21-24)
Em vista da morte de Adonirão e do estado de revolta do povo, Roboão reúne o seu estado maior em Jerusalém, com as duas tribos; que ficaram fiéis ao governo estabelecido, Judá e Benjamim, e com 180. 000 homens adestrados para a guerra (ir. 21), partiu para trazer os revoltosos. Na divisão imaginada, ficariam dez tribos com Jeroboão e duas com Roboão, que seriam a de Judá e Simeão. A tribo de Benjamim, muito perto de Jerusalém, ficou ao lado do sul, e assim se manteve por quase todo o período do reino dividido. Como a de Simeão tinha praticamente desaparecido na fusão com a de Judá, pode parecer que a de Benjamim sempre esteve incluída na divisão, o que não julgamos seguro. A linguagem e a geografia nem sempre são muito corretas na apreciação desta triste contenda. Aparece agora outro profeta, Semaías (Aías teria morrido) e vai a Roboão, com ordem de Jeová para proibir a guerra, porque DEUS mesmo assume a responsabilidade do que estava ocorrendo (vv. 22 a 24). Em face desta declaração divina, todos se aquietaram e deram o assunto por encerrado para o momento, porque a luta entre as duas facções nunca terminou. Era uma luta endêmica, uma guerra ora aberta, ora surda. Temos de apreciar o assunto pelo lado divino. Roboão dispunha de muitos carros, de um grande e valoroso exército para aqueles tempos, e tinha elementos para destroçar a rebelião, pelo menos para o momento, mas DEUS proibiu a guerra. Uma guerra entre irmãos seria de qualquer modo um perde-ganha, pois os vencidos e os vitoriosos seriam ambos derrotados. Evitar a guerra foi uma medida digna de todo o nosso respeito e acatamento. Pelos ensinos do profeta Oséias entendemos que a divisão não foi apenas um castigo para Salomão e seus sucessores, mas também para o povo do norte, que sempre tinha sido rebelde, e nunca se conformara com a eleição de Davi. O povo do norte sempre foi rebelde a um governo do sul. Como temos feito sentir por vezes, era um povo em contato com povos estrangeiros, povo rico e que sempre olhou com suspeita para o sul. Quando Davi elegeu Jerusalém para sede do governo, ficaram ciumentos; quando determinou construir o templo em Jerusalém mostraram-se desgostosos, porque era tudo para o sul e nada para o norte. É isto que agora aparece nas profecias de Oséias e que este autor tem demonstrado às vezes. Era, pois, um estado de espírito que ia mais longe, que os dias de Salomão e Roboão. Quem sabe se um centro, como o planalto de Samaria, não teria alegrado as tribos do norte? DEUS, porém, teve outro pensamento e o dele é que valia, mesmo sem o consentimento do povo. Temos aqui uma lição da história, que vale a pena considerar e é válida para todos os tempos. Os arranjos humanos nem sempre têm o aprovo de DEUS, e muitas das dificuldades da vida resultam deste desencontro da vontade de DEUS. Nós ouvimos, muito comumente, certas pessoas dizerem, depois de tomarem as suas decisões, que "foi da vontade de DEUS". Como sabem que foi? Ainda não tiveram as provas e estas só aparecem mais tarde. Podemos concluir que a maioria das nossas decisões são tomadas à revelia de DEUS, mesmo que honestamente pensemos que DEUS as aprovou. A vontade de DEUS nem sempre é clara, especialmente no meio de nossos interesses e pareceres. Muitos se dizem vocacionados por DEUS para certos trabalhos; depois verificam, que estavam enganados. DEUS nunca os chamou. .

3. Jeroboão, de Israel (12:25-14:20)
Uma política infeliz. Jeroboão fortificou Siquém e foi morar ali. Depois mudou-se para Penuel. Tanto um lugar como o outro eram famosos na história de Israel. Siquém ficava nas montanhas de Efraim e era um santuário famoso. Roboão foi coroado lá, em lugar de Jerusalém; e Penuel (Pânuel) era célebre desde os tempos de Jacó, muito longe dos movimentos do ocidente. Pensa-se que esta mudança repentina para Penuel fosse devida à invasão de Sisaque (14:25-28). Mudando-se para leste estava fora das retas destes invasores. Mais tarde ainda se mudou para Tirza (14:17), que foi a capital do reino do norte, até o tempo de Onri. A sua política era a de um governante audacioso, como sempre foi, desenvolvendo-a de modo que o reino, para o qual não trabalhou, não fugisse da sua mão. O seu raciocínio quanto ao centro de culto era lógico. Se o povo continuasse a vir adorar a DEUS em Jerusalém, em pouco tempo desapareceriam as rusgas e todos se uniram em redor de Roboão. Portanto era necessário aprofundar a brecha, de modo que para lá ninguém passasse e para cá também ninguém viesse.


1) O culto dos bezerros de ouro (12:25-30). A história dos bezerros de ouro é muito antiga. Em Êxodo 32 temos a referência ao primeiro, fabricado pelos israelitas. Alguns comentadores querem fazer crer que os bezerros eram uma substituição dos querubins da Arca; assim como DEUS morava entre os querubins, moraria entre os bezerros. Não nos parece haver qualquer ligação entre as duas coisas. Dizem mais que os bezerros não eram imagens de Jeová, assim como os querubins; portanto não havia qualquer idéia idólatra, quer nos querubins, quer nos bezerros. Para sermos condescendentes com o mau espírito de Jeroboão admitimos que os bezerros não tivessem intuição idólatra; sabendo-se, entretanto, que o povo adoraria qualquer co-lsa que se parecesse ou tivesse relação com DEUS, então os bezerros teriam esse destino. A origem, pois, de tal sistema está escondida. Pensam ainda outros que o "boi Apis" do Egito seria a origem do bezerro de Arão; como o boi tem a sua força nos chifres, então o bezerro seria um emblema da força de Jeová. Confessamos que não sabemos da origem destes emblemas, para não lhes dar outro nome. No altar dos sacrifícios havia dois chifres, um de cada lado, que serviam para o criminoso inculpado se agarrar a ele, até que a sua causa fosse julgada. Para lá correram Adonias (I Reis 1:50) e Joabe (2:28). Havia com segurança um simbolismo nos chifres do boi, que era conhecido do povo, e que nós ignoramos. Jeroboão colocou um bezerro em Dá, outro em Betel, os dois lugares extremos do seu reino. Dá era a parte mais setentrional e Betel a parte mais ao sul. Em Dá já havia um centro de culto, estabelecido pelos danitas, quando imigraram para o norte e levaram o ídolo, de Mica (Juí. 17). Estava preparado o caminho para os dois grandes centros de corrupção, pois em Dá já havia um centro e agora outro em Betel, um dos lugares mais queridos da nacionalidade. O povo ia ali adorar a Jeová, se bem em pouco estivesse adorando o bezerro. O mal precisa apenas de um começo. A linguagem de Jeroboão, eis aqui teu deuses, ó Israel, é intrigante para nós. Não nos parece que ele tivesse intenção de desviar o povo do seu DEUS, porque isso seria má política; mas levar o povo a adorar a DEUS noutro lugar, que não Jerusalém. "Pois que o povo ia até Dá, para adorar o ídolo."


2) Também fez santuários nos altos. O costume de adorar nos altos era muito antigo e certamente veio dos cananeus. De modo que em qualquer monte havia um santuário. Ora, Betel já era cidade famosa e ficava num alto. Então o povo teria um lugar para adorar, sem necessidade de ir a Jerusalém, que ficava longe. É a ideia de culto fácil. Nestes altos se queimava incenso e se faziam as práticas religiosas.

3) E dentre o povo constituiu sacerdotes que não eram da tribo de Levi (12:31). Nisto Jeroboão foi totalmente louco. Ele sabia que só os levitas podiam servir no culto, mas, na sua ânsia de constituir o seu próprio culto e assegurar-se da boa vontade do povo, foi ao ponto de falsificar os serventuários do culto. Com certeza os levitas não iriam servir a bezerros, e, em tal caso, só lançando mão de elementos estranhos, para o seu novo tipo de culto. Daqui em diante, não há quem detenha a pedra que rola da montanha; cada um pior que o outro. As lições: quando uma pessoa está no caminho errado, vai errando cada vez mais. Os três erros de Jeroboão foram a causa da derrota do povo do norte. Sabendo Jeroboão que não era nada, que DEUS lhe deu dez tribos graciosamente, logo esqueceu a boa mão dadivosa, para se embriagar na idolatria do povo. COMENTÁRIO MESQUITA (AT).
 
 
O REINO DIVIDIDO (12.1—2RS 17.41)
12.1. Roboão foi a Siquém: como rotina, mas Jeroboão e os seus parceiros foram muito mais espertos que ele e todo o Israel. E de se duvidar que alguma vez tenha existido uma “monarquia unida” depois de Saul. Os eventos de 2Sm 2.1-11 — a tentativa apressada de Davi para estabelecer a unidade frustrada pela ambição de Abner — produziram um “reino duplo”, que foi só parcialmente sarado pelo convite de 2Sm 5.1-5. Com base na sua própria Jerusalém (a cidade de Davi), ele foi aceito tanto pelo Norte como pelo Sul. Não há registro da aceitação específica de Salomão em Siquém (talvez a corregência impediu isso). Roboão estava consciente da antiga tradição, mas evidentemente subestimou o seu significado. Já aceito por Judá, ele se apresenta a todo o Israel para que o reconheçam no antigo centro da aliança (Js 24).
v. 2. Jeroboão [...] que estava no Egito [...] voltou de lá e se reuniu com toda a assembleia de Israel (v. 3), possivelmente como porta-voz (v. 12), mas o v. 20 sugere que ele não foi amplamente reconhecido. De qualquer maneira, ele era persona non grata na corte e, provavelmente, não foi levado a sério nas suas aspirações ao trono pelos líderes da assembleia. Roboão foi tomado de total surpresa pelo rude lembrete de que esse não era um encontro oficial, e pediu que voltassem em três dias (v. 5) para ele anunciar sua decisão, v. 6. As autoridades que haviam servido ao seu pai Salomão provavelmente estavam certas. O povo não estava se revoltando; se fosse tratado corretamente, sempre seriam teus servos (v. 7). Gomo era previsível, o obstinado filho do harém seguiu o conselho dos seus amigos, os jovens (yJãdim, usado de forma desdenhosa, “os rapazes”) que haviam crescido com ele (v. 8) e estavam agindo com arrogância numa situação que exigia muito tato. v. 11. chicotes pontiagudos (ou “com escorpiões”) pode ser uma referência a um chicote de pontas especialmente sádico. Essa falta de capacidade é considerada uma mudança nos acontecimentos vinda da parte do Senhor (v. 15). Jeroboão dificilmente poderia ter esperado que o rei lhe desse a situação de bandeja, como o fez. O povo respondeu com as palavras revolucionárias: Que temos em comum com Davi? (v. 16; cf. 2Sm 20.1). E assim os israelitas foram para as suas casas, desnorteados e espantados, sem dúvida, mas esperançosos de mais negociações, v. 18. Adonirão, chefe do trabalho forçado (talvez o Adonirão de 5.14) era o pior homem que Roboão poderia ter enviado, e todo o Israel o apedrejou até a morte. Roboão não conseguiu fazer nada mais, a não ser fugir para Jerusalém. v. 19. Dessa forma Israel se rebelou (pâsha‘ — uso político de uma palavra que geralmente significa pecado, rebelião contra DEUS). O que começou com uma exigência (corretamente reportada) de consideração e ponderação termina em uma divisão definitiva condenada como rebelião. Jeroboão é reconhecido publicamente, e o fizeram rei sobre todo o Israel (v. 20; agora excluindo Judá definitivamente. A posição de Benjamim é incerta, como já mencionado.) O v. 17 seguiria mais naturalmente após o v. 20.
A atenção que o povo dá a Semaías, homem de DEUS (v. 22) mostra a disposição em aceitar o que está na declaração: fui eu que fiz isso (v. 24); ele possivelmente tinha conhecimento da mensagem dada a Salomão (11.11). Nada sabemos de Semaías, exceto esse incidente e 2Cr 12.5-8. A LXX traz um longo acréscimo após 12.24, acerca da revolta de Jeroboão, que repete parte da história, tendo Aías no lugar de Semaías (cf. D. W. Gooding, “The Septuagint’s Rival Versions of Jeroboam’s Rise do Power”, VT17, 1967, p. 73ss).

O reinado de Jeroboão (12.25—14.20)
v. 25. Jeroboão fortificou (i.e., “fortificou novamente”) Siquém no extremo leste da passagem entre o monte Ebal e o monte Gerizim.
Cidade histórica que controlava uma importante rota, era defendida com mais dificuldade do que um local elevado; por isso a capital foi posteriormente transferida para Tirza (14.17), a alguns quilômetros ao norte, e mais tarde para Samaria (16.24). Peniel, a leste do Jordão e às margens do rio Jaboque, servia tanto para defender os viajantes como para prover uma presença militar em Gileade (que permaneceu leal a Davi na revolta de Absalão). Ironicamente, é provável que Jeroboão tenha usado trabalho forçado nessa construção. Percebendo a natureza precária do seu reinado (e não confiando na promessa de Aías, 11.38), Jeroboão propositadamente iniciou o processo de quebra da aliança centralizada no templo do Senhor em Jerusalém. O templo não somente tornava Jerusalém esplêndida em comparação com Siquém, mas era também um lembrete da aliança de Davi que Jeroboão imaginava faria o povo novamente dedicar a sua lealdade ao senhor deles (v. 27). A instituição desses santuários alternativos soa muito parecida com Ex 32.4-6. Os bezerros de ouro (v. 28) não eram representações de divindades, mas (como mostram descobertas de santuários de Baal) os animais sobre os quais Javé cavalgava em triunfo. Mesmo assim, estavam mais próximos da adoração a Baal do que os querubins estilizados do templo (6.23-28). v. 29. Betel, no extremo sul da fronteira, era um santuário antigo com história que remontava a Jacó (Gn 28.18-22). Dã, a 160 quilômetros ao norte de Betel, ao pé do monte Hermom, tinha uma tradição sacerdotal que remontava aos primeiros assentamentos, talvez até mesmo de descendência mosaica (Jz 18.30). BJ: “e o povo foi em procissão diante do outro até Dã” segue a sugestão da LXX de uma procissão cerimonial do bezerro do Norte, talvez após um ritual de inauguração em Betel (bezerros, pl. no v. 32). Não há fundamentação em manuscritos para a ausência na BJ da expressão: E isso veio a ser um pecado (v. 30). v. 31. Jeroboão construiu altares idólatras-, dispersando o culto e tornando o retomo às práticas cananeias ainda mais provável. Por não respeitar ordem histórica alguma, Jeroboão designou sacerdotes dentre o povo (i.e., de todas as classes — e não “as mais baixas”, VA), mas excluiu levitas por serem aliados de Jerusalém. A festa [...] semelhante à festa realizada em Judá (v. 32) foi determinada um mês depois. Pode ainda ter sido a época da colheita, e Jeroboão provavelmente agiu rapidamente para fazer algo público que conferisse autoridade ao seu reinado, especialmente se Roboão tinha sido aclamado na festa de Jerusalém um mês antes. O autor então expressa o seu repúdio total: sacrificou aos bezerros que havia feito no oitavo mês, data que ele mesmo escolheu (v. 32,33). Jeroboão talvez tenha dito, como Lenin: “O que mais poderíamos ter feito?”. Aías talvez tivesse respondido, se ele tivesse perguntado. Mas agora a rebelião contra “a dinastia de Davi” se tornou pecado contra Javé (14.7-16). A partir desse momento, os profetas só pronunciaram juízo e castigo contra o Reino do Norte até o seu final, 200 anos depois. Comentário - NVI (F.F.Bruce)
 
 
CAPÍTULO 12 (975 aC) ROBOÃO REI
A ND Roboão foi a Siquém, porque todo o Israel chegaram a Siquém para o fazerem rei. (O primeiro passo tomado por Roboão foi um criterioso Ele, sem dúvida, procurou consolidar os efraimitas insatisfeitos consigo mesmo por ser coroado em seu chefe. cidade. Isso deve ter causado os a apresentar a Tribo de Judá, já que esta foi uma grande honra dado a eles.
Siquém estava no flanco do Monte Gerizim, em frente o Monte Ebal, o Montes de maldições e bênçãos [ Deut. 11:29 ; 27: 1-8 ]. Foi um santuário nacional [ Josh. 24: 1 ], e o local da primeira Altar de Abraão [ Gen. 12: 6 ].Isaque e Jacó teve dois moravam aqui. José foi enterrado aqui; Poço de Jacó também foi localizado aqui [ Jo. 4: 5 ].
Por causa da agitação, os motivos de Roboão, sem dúvida, eram políticos. Infelizmente, a maioria dos motivos da Igreja moderna são também muitas vezes política. Jerusalém era a cidade onde DEUS escolheu para colocar o Seu Nome. Foi onde o templo foi construído, e que pelo Comando do Senhor.
1 Jerusalém era o centro espiritual de Israel. Este deve ter sido o lugar para coroar rei Roboão; no entanto, Roboão, como muitos, se não a maioria, escolheu o caminho político em vez do espiritual.)
2 E sucedeu que, quando Jeroboão, filho de Nebate, que estava ainda no Egito, ouvi falar disso, (para onde fugira da presença do rei Salomão, e voltou do Egito;)
3 Que eles mandaram chamá-lo. Jeroboão e toda a congregação de Israel vieram, e falaram a Roboão, dizendo (enquanto Roboão estava tentando apaziguar o reino do norte de Israel, eles estavam enviando para o Egito para trazer Jeroboam) ,
4 Teu pai agravou o nosso jugo; agora, pois você faz a dura servidão de teu pai, e o pesado jugo que nos impôs, mais leve, e vamos atendê-lo.
5 E ele lhes disse: Depois, ainda por três dias, e então voltai para mim. E o povo se foi.
6 E o rei Roboão conselho com os anciãos, que estiveram perante Salomão seu pai, quando este ainda vivia, e disse: Como você aconselha que eu responda a este povo?
7 E falaram-lhe, dizendo: Se você vai ser um servo deste povo, e irá atendê-los e responder a eles, e lhes falares boas palavras, então eles serão teus servos para sempre (suas palavras eram sábios e à direita) .
8 Mas ele deixou o conselho que os anciãos lhe tinham dado, e consultadas com os jovens que haviam crescido com ele, e que assistiam diante dele:
9 E disse-lhes: Que conselho dar-lhe que responda a este povo, que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs mais leve?
10 E os jovens que haviam crescido com ele falou-lhe, dizendo: Assim deve falar a este povo que falaram a vós, dizendo: Teu pai fez pesado o nosso jugo, mas torná-lo mais claro para nós; Assim direis a eles, Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai.
11 Assim que, se meu pai vos carregou de um jugo pesado, eu ainda aumentarei o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões. (Este foi um flagelo, e mais doloroso do que um chicote. Na ação de Roboão e das pessoas está exposta a loucura do coração natural e sua hostilidade incurável a DEUS nas dificuldades em que se encontram, o rei consulta "homem" em vez de DEUS;. e as pessoas confiam em si mesmos no mãos cruéis de Jeroboão, em vez das mãos graciosas de Emmanuel.)
12 Então, Jeroboão com todo o povo a Roboão ao terceiro dia, como o rei havia ordenado, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia.
13 E o rei respondeu ao povo asperamente e, deixando o conselho que os anciãos lhe haviam dado;
14 E falou-lhes conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai fez o seu jugo pesado, e eu vou adicionar o vosso jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
15 Pelo que o rei não deu ouvidos ao povo; para a causa era da parte do Senhor, para que Ele possa realizar a Sua palavra, que o Senhor falou por intermédio de Aías, o silonita, até Jeroboão, filho de Nebate. (Através da presciência, o Senhor sabia o que Roboão acabaria por fazer, e, com isso, pressionou-o a ouvir o conselho errado, o que o seu coração estava propenso a fazer de qualquer forma. O Senhor não forçar a sua vontade, e nem ele interferir para impedir a decisão errada.)

A REVOLTA DE DEZ TRIBOS
16 Então, quando todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, respondeu o povo, o rei, dizendo: Que parte nós temos em Davi? Não temos herança no filho de Jessé: as suas tendas, ó Israel! Agora olha para a sua própria casa, Davi. Então Israel se foi para as suas tendas. (Este foi o início de mais de 250 anos de divisão e conflito entre as duas nações de Judá e Israel. Enquanto Roboão era tolo, o reino do norte de Israel, por vezes referido como Efraim ou Samaria, didn ' t melhor se pela sua ação.)
17 Mas quanto aos filhos de Israel que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão.
18 Então o rei Roboão enviou a Adorão, que estava sobre os tributos; e todo o Israel o apedrejou, e ele morreu. Por isso o rei Roboão se apressou a subir ao seu carro, e fugiu para Jerusalém. (um homem como Adoram, guiados por esses conselheiros, e inflado pelo senso de seu próprio poder e importância, naturalmente pensar em força e não de conciliação ou concessões. A situação acabou muito mal.)
19 Assim se rebelou Israel contra a casa de Davi, até ao dia.
20 E sucedeu que, ouvindo todo o Israel que Jeroboão tinha voltado, que eles mandaram chamá-lo para a congregação, eo fizeram rei sobre todo o Israel: não havia ninguém que seguisse a casa de Davi, mas da Tribo de Judá apenas (como os seguintes versos proclamar, da tribo de Benjamim foi incluído com Judá, também) .
21 E Roboão chegado a Jerusalém, convocou toda a casa de Judá, e da tribo de Benjamim, cento e oitenta mil (180.000) homens escolhidos, que eram guerreiros, para lutar contra a casa de Israel, para restituir o reino a Roboão, filho de Salomão.
22 Mas a Palavra de DEUS veio a Semaías, homem de DEUS, dizendo:
23 Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a toda a casa de Judá e Benjamim, e ao resto do povo, dizendo:
24 Assim diz o Senhor, você não deve ir para cima, nem lutar contra vossos irmãos, os filhos de Israel; volte cada um para a sua casa; porque este negócio é de mim. Eles ouviram a Palavra do Senhor, e voltaram, de acordo com a Palavra do Senhor. (Três vezes neste uma frase a "Palavra do Senhor" é referido, mostrando a sua grande importância. O ESPÍRITO SANTO nos diz que, se a "Palavra do Senhor" tinha sido seguida o tempo todo, Israel não teria vindo a este triste estado.)

JEROBOÃO LEVA ISRAEL À IDOLATRIA
25 Jeroboão edificou Siquém, na região montanhosa de Efraim, e habitou ali; e saiu dali, edificou Penuel (Jeroboão fez Siquém a capital do reino do norte) .
26 E disse Jeroboão no seu coração: Agora tornará o reino à casa de Davi (Jeroboão viu que fortalezas e exércitos seria de nenhum proveito para a defesa de seu reino, desde que Jerusalém permaneceu a um Santuário da terra, de modo ele iria fazer algo sobre isso) :
27 Se este povo subir para fazer sacrifícios na casa do Senhor em Jerusalém, então o coração deste povo se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judá, e me matarão, e tornarão a Roboão, rei de Judá.
28 Pelo que o rei tomou conselho (mas não de DEUS) , e fez dois bezerros de ouro, e disse-lhes: É demais para você subir a Jerusalém: eis os seus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da a terra do Egito.
29 E pôs um em Betel, e colocou o outro em Dã. (a grande redenção dada a Israel por DEUS a respeito de sua libertação do Egito foi agora atribuído a um "bezerro de ouro." Eu me pergunto se estamos fazendo qualquer diferente hoje na Igreja moderna, quando atribuímos a ajuda que DEUS nos dá a psicologia humanista?)
30 E isso foi um pecado.: Para o povo passou a adorar perante a um, até Dan. (A expressão acerca de Jeroboão ", fez Israel pecar", é usada vinte e três vezes este "pecado" foi idolatria, que levou a todos os outros tipos de pecado.)
31 Também fez casas nos altos, e constituiu sacerdotes dos mais baixos do povo, que não eram dos filhos de Levi (os levitas tinham todos migraram para Jerusalém, por isso, Jeroboão selecionada a base e o vil para serem seus sacerdotes ; com certeza, este seria suficiente para a adoração do bezerro de ouro) .
32 E Jeroboão ordenou uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês, como a festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar. Semelhantemente fez em Betel, sacrificando aos bezerros que tinha feito: e ele colocou em Betel os sacerdotes dos altos que fizera (ele conduziu suas festas, ao mesmo tempo que Judá conduziu as Festas do Senhor) .
33 Então, ele sacrificou no altar que fizera em Betel o décimo quinto dia do oitavo mês, mês que ele tinha imaginado no seu coração; e ordenou uma festa para os filhos de Israel, e sacrificou no altar, queimando incenso.(Talvez possamos ver no ministério de Jeroboão, por pessoa, não só o projeto de investir na nova portaria com excepcional interesse e esplendor, mas também a ideia de incentivar seus novos sacerdotes para entrar em suas funções não autorizadas, sem medo. A história, ou até mesmo as tradições, de Nadabe e Abiú [Lev., cap. 10 ] e de Coré e seu grupo [ Num. 16:40 ] pode muito bem tê-los feito hesitar. E que seus temores de uma interposição divina não eram infundados, a sequela mostra-Spence). EXPOSITOR BÍBLIA THEWORD.
 
 
c) Estabelecido o Reino do Norte. 12:25-32.
25. Jeroboão edificou Siquém na região montanhosa de Efraim. Nesta passagem descobrimos, que passos preliminares Jeroboão tomou para estabelecer seu novo reino. Escolheu Siquém para sua capital. Na verdade, três capitais existiram no norte - primeiro Siquém, depois Tirza e mais tarde Samaria, que finalmente veio a ser a capital permanente.
26. Disse Jeroboão consigo: Agora tomai o reino para a casa de Davi. Este pode ser considerado como o primeiro ato de infidelidade de Jeroboão contra Jeová. Ele já tinha recebido confirmação de que o Senhor lhe edificaria uma casa firme. Mas, não confiando na palavra de DEUS, recorreu a esta medida de apostasia religiosa – a separação religiosa e política dos dois reinos.
28. Pelo que o rei, tendo tomado conselhos, fez dois bezerros de ouro. Dois bezerros (bois de ouro), em substituição aos querubins no propiciatório. Embora Jeroboão não tivesse talvez a intenção de estabelecer uma verdadeira idolatria, preparou o ambiente para o declínio espiritual. W.F. Albright (From the Stone Age to Christianity, pág. 299) desenvolve uma boa teoria, com provas arqueológicas, afirmando que os bezerros de ouro não eram realmente imagens de Jeová, mas formavam o pedestal visível sobre o qual o invisível deus de Israel permanecia. Mas mesmo tal uso de imagens era um retrocesso à idolatria dos cananeus ou do Egito, e foi inteiramente condenado pelos profetas Oséias e Amós (Os. 8:5, 6; 13:2, 3).
30. E isso se tornou em pecado. Mesmo que se deva insistir, em defesa do argumento, que Jeroboão erigiu esses bezerros em honra a Jeová, ainda nos parece evidente que, no que diz respeito ao povo, as imagens rapidamente se transformaram em ídolos.
31. Jeroboão fez também santuários nos altos e, dentre o povo, constituiu sacerdotes. O segundo passo dado por Jeroboão para enfraquecer os laços religiosos entre o Israel do norte e do sul foi infiltrar homens que não eram levitas dentro do sacerdócio. A lei mosaica especificava que ninguém que não fosse dessa tribo poderia receber as santas ordenanças.
32. Fez uma festa no oitavo mês. Era na realidade a Festa dos Tabernáculos, a qual de acordo com a Lei devia ser realizada no sétimo mês (Lv. 23:24 e segs.). Jeroboão mudou-a para o oitavo mês. Essas três medidas enfraqueceram os laços entre as tribos e alargaram o abismo religioso. Comentário Bíblico Moody.
 
 
ROBOÃO = O povo cresce.

Nome do filho de Salomão com uma da suas mulheres amonitas, de nome Naamá, 1 Rs 14: 31. Apesar de ser filho de pai sábio, possuía ideias muito estreitas. Tendo falecido o rei Salomão, em 931 A. C., os representantes das doze tribos reuniram-se na cidade central de Siquém para o reconhecimento do novo rei, herdeiro do trono. Várias causas mais ou menos remotas, criaram uma atmosfera pesada entre Judá e as tribos do norte e do oriente. Ultimamente o povo sofreu bastante com os pesados impostos para sustentar o esplendor da corte do rei Salomão. O povo aproveitou a oportunidade para levar suas queixas à presença do novo rei. Jeroboão serviu de intérprete das reclamações populares. Este Jeroboão havia sido oficial do exército do falecido rei sábio, e possuía alta competência administrativa. O profeta Aías lhe havia anunciado que ele seria rei das dez tribos. O que o povo queria era a diminuição dos impostos. Roboão pediu três dias para responder. Consultou os velhos, conselheiros de seu pai, que foram de parecer favorável ao que o povo pedia; depois consultou os moços, seus companheiros de infância, que o aconselharam a dizer: "O meu dedo mínimo é mais grosso que o costado de meu pai."

"E se meu pai pôs sobre vós um jugo pesado, eu ainda acrescentarei sobre o vosso jugo: meu pai açoitou-vos com correias e eu açoitar-vos-ei com escorpiões."
Estas palavras mostram o calibre mental de Roboão, que, rejeitando os conselhos sábios dos velhos servidores de seu pai, deixou-se levar pela insensatez dos moços. O efeito não se fez esperar. Dez das doze tribos recusaram obediência a Roboão, que a casa de Davi perdeu para sempre. Os filhos de Israel voltaram para as suas tendas. Roboão enviou a Adurão, superintendente dos tributos, para fazer a cobrança dos impostos, sendo morto a pedradas. Em vista do que, o rei Roboão, a toda a pressa, montou no seu coche e fugiu para Jerusalém, 1 Rs 12: 1-20; 2 Cr 10: 1-1. Ficaram com ele a tribo de Judá, uma grande parte de Benjamim e os simeonitas. Ajuntou Roboão oitenta mil homens de guerra para cair sobre as tribos rebeldes. O profeta Semaías, por ordem do Senhor, saiu-lhe ao encontro para fazê-lo desistir de tal empresa, 1 Rs 12: 21-24; 2 Cr 11: 1-4. Abandonado o plano de ataque, ocupou-se a fortificar certo número das cidades de Judá e Benjamim e as guarneceu de soldados, 5-12. Jeroboão levantou dois bezerros de ouro, um em Dã e outro em Betel. Este ato provocou a saída de quase todo o corpo de levitas e sacerdotes para o reino do sul, aumentando a força do reino de Roboão. Infelizmente, ele mesmo veio a cair em idolatria daí a três anos, 1 Rs 14: 21-24; 2 Cr 11: 13-17; 12:1. No quinto ano do reinado de Roboão veio a Jerusalém Sisaque, rei do Egito; invadiu todo o país, tomou as cidades fortificadas, saqueou o templo e o palácio real, 1 Rs 14: 15-2; 2 Cr 12: 2-12. Roboão tinha oito mulheres e sessenta concubinas, vinte e oito filhos e sessenta filhas, 21. Tinha quarenta e um anos quando começou a reinar, e reinou dezessete anos em Jerusalém e morreu no ano 915 A. C. deixando no trono a seu filho Abias, 1 Rs 14: 21, 31, 2 Cr 12: 13, 16. Dicionário John Davis
 
 
ROBOÃO - Libertador do Povo
Primeiro rei de JUDÁ 3. Reinou 17 anos (931-913 a.C.) em lugar de Salomão, seu pai. Roboão foi o causador da divisão de Israel, tendo lutado contra JEROBOÃO I e contra SISAQUE (1Rs 12—14).
 
 
 

SUBSÍDIOS DA Lição 2, O Reino Dividido, Jeroboão e Roboão
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Elencar as principais causas da divisão do reino;
Apresentar as falhas e más decisões de Roboão;
Pontuar o pecado de idolatria de Jeroboão.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A fim de preparar os alunos para a aplicação desta aula, comece conversando sobre a importância de se pedir orientação a DEUS na hora de tomarmos as mais importantes decisões da nossa vida. Fale também sobre o cuidado e o discernimento que devemos ter diante dos conselhos que recebemos. O que vale mais, uma advertência conciliadora ou um conselho que promova a dissenção e divisão? O orgulho de Roboão foi demonstrado ao rejeitar a conciliação aconselhada pelos anciãos, preferindo uma exigência arrogante de submissão do povo. Para incentivar ainda mais a participação de seus alunos, faça a seguinte pergunta: A experiência e a prudência dos mais velhos é fator preponderante para a consideração de seus conselhos e orientações?
 

PONTO CENTRAL
Aquele que é capaz de distinguir os bons dos maus conselhos toma sábias decisões.
 
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A missão de um líder é direcionar seus liderados e não os oprimir.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Saber distinguir os bons dos maus conselheiros é essencial no momento de tomar alguma decisão importante na nossa vida.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O pecado da idolatria foi o responsável pela derrocada de muitos reis na história de Israel. Devemos exterminá-lo de nossas vidas.


SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
É possível que alguns de seus alunos encontrem dificuldades no estudo da Bíblia por falta de orientação ou de um método determinado para o estudo. Às vezes estudamos muito e retemos pouco ou quase nada. Isso, em parte, acontece pelo fato de estudarmos sem ordem e método. Dê a eles as seguintes orientações:
Ore ao Senhor dando-lhe graças e suplicando direção e iluminação do alto.
Tenha à mão todo o material de estudo: Bíblia, revista, dicionário bíblico, atlas geográfico, concordância, caderno para apontamentos etc.
Leia toda a unidade ou seção indicada pelo professor. Procure obter uma visão global dela; o propósito do escritor.
Leia outra vez a mesma unidade. À medida que for estudando, sublinhe palavras, frases e trechos-chave. Faça anotações nas margens do caderno ou revista.
Feche a revista e tente recompor de memória as divisões principais da unidade de estudo. Não conseguindo, abra a revista e veja. Repita o passo acima.
 

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP2
“Primeiramente, Roboão consultou aqueles que haviam servido sob o seu pai Salomão, provavelmente os que haviam sido relacionados como oficiais em 1 Rs 4.1ss. O conselho que recebeu foi para aliviar a carga dos impostos, pois aparentemente reconheciam que a queixa era justificada.
Essa é a primeira afirmação direta em relação aos impostos que Salomão havia instituído; porém, essa taxação está implícita em sua organização fiscal e administrativa (1 Rs 4.7-19) e em suas disseminadas atividades de construção, industrial e comercial. entretanto, pode parecer que muitas das despesas dessas atividades eram cobertas por impostos e taxas coletados dos estados vassalos (1 Rs 10.14,15). Embora essa queixa tivesse fundamento, ela também pode ter se originado do ciúme e da inveja, pois a maior parte do dinheiro era gasta na cidade de Jerusalém e nas de Judá, ao Sul.
Os jovens da própria geração de Roboão insistiam em medidas mais rigorosas, e sua linguagem figurada indicava uma atitude tirânica; eles o aconselharam a exagerar (10), a colocar um certo abuso em sua autoridade, a exceder o rigor de seu pai na medida em que seu ‘dedo mínimo’ fosse mais grosso que os ‘lombos’ (coxas) de seu pai. Escorpiões (11) é uma referência às bordas em farpas na extremidade de um açoite. Embora tenha procurado o conselho e outros, ele se baseou em sua própria decisão, isto é, aumentar a carga de impostos ao invés de caminhar na trilha de um servo, exatamente o que o rei de Israel deveria ser. Escolher entre ser um egoísta ou um servo é uma decisão que muitos, além de Roboão, já tiveram que tomar” (Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.315).
 

CONHEÇA MAIS TOP2
“As raízes da divisão nacional.
A morte de Salomão abriu caminho para um dos mais traumáticos e decisivos acontecimentos da longa história de Israel: a formal e permanente divisão do reino entre as dez tribos do norte, que doravante passaria a ser chamar Israel ou Efraim e a tribo de Judá ao sul. Embora tenha abalado a nação psicologicamente, a divisão não deve ter causado surpresa ao povo, porque as raízes políticas e ideológicas do cisma eram profundas no passado de Israel.” Para saber mais leia: História de Israel no Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.335.
 
 
SUBSÍDIO DEVOCIONAL TOP3
“Jeroboão temia que se o seu povo subisse a Jerusalém para adorar ao Senhor, como a Lei exigia, ele pudesse buscar, com o passar do tempo, a reunificação política. Os seus temores o levaram a estabelecer um sistema que falsificava a religião revelada no Antigo Testamento. Jeroboão escolheu duas cidades há muito tempo ligadas à adoração, Betel e Dã, como centros de adoração. Ele constituiu sacerdotes que eram da descendência de Arão, mudou as datas das festas religiosas, e ofereceu sacrifícios sobre altares levantados em Betel e Dã”.
“Este foi um abandono proposital da religião revelada. No entanto, isso tinha a intenção de imitar a verdade. As falsas religiões geralmente possuem elementos em comum com a fé bíblica. Por exemplo, muitas das ‘grandes’ religiões do mundo pregam a moralidade. Porém, a fé falsificada carece de um ingrediente essencial – a presença e o poder do único DEUS, que se revelou a nós” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.205).
 

PARA REFLETIR - A respeito de “O Reino Dividido: Jeroboão e Roboão”, responda:
Qual foi a postura de Roboão diante do pedido do povo para diminuir a carga de trabalho? Ouviu o conselho dos jovens e tornou o trabalho do povo ainda mais pesado.
O que pode acontecer ao ser humano na ausência de sábios conselhos? A falta de sábios conselhos pode levar o ser humano ao declínio moral, ético e espiritual, tornando-o empobrecido e decadente.
Qual rei mandou construir dois santuários de adoração idólatra? Jeroboão.
Qual foi a principal causa das desgraças do povo de Israel? A idolatria.
Quem era o ídolo de Roboão? Ele era ídolo dele mesmo, sua própria vontade.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 86, p. 37. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
 
Bibliografia
Através Da Bíblia Livro Por Livro - Myer Pearlman
BEP - CPAD
Comentário Bíblico Beacon: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005
Comentário Bíblico Moody
Comentário - NVI (F.F.Bruce)
Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
COMENTÁRIO MESQUITA (AT)
Dicionário John Davis
Dicionário Bíblico Wycliffe
EXPOSITOR BÍBLIA THEWORD.
História de Israel no Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2013
fonte http://www.apazdosenhor.org.br/