Por Eliseu Antonio Gomes
"E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve" - 1 João 5.14.
Instintivamente, o ser humano chama por Deus ao enfrentar grandes adversidades. É preciso entender que a prática da oração é importantíssima na vida cristã. Ao orar, o cristão deve ter a consciência exata com quem está falando. Sem ao menos reconhecer com quem estamos nos comunicando, corremos o risco de agir apenas como religiosos, buscamos ao Senhor irreverentemente, disparando uma metralhadora de petições.
Como e por quais motivos orar
"Ó tu que escutas a oração, a ti virão todas as pessoas" - Salmos 65.2.
Nas Escrituras Sagradas, observamos que desde o princípio o povo de Deus se empenhou neste exercício de fé, tal comunicação faz parte da comunhão dos filhos de Deus com o seu Pai que está nos céus. A oração é a expressão natural dos sentimentos religiosos, as bênção divinas são recebidas como resultado da manifestação de fé e devoção (1 Reis 9.3; Ezequiel 36.37; Mateus 7.7).
O Senhor quer que o homem ore. Porém impõe sua condição, ao orar a pessoa precisa estar em conformidade com as regras por Ele estabelecidas. Deus atende a toda oração que lhe é oferecida quando dirigida por pessoas que abandonaram as práticas do pecado, vivem com base na fé e consagração (Hebreus 11.6; Salmos 66.18), dispostos perdoar (Mateus 6.12), e em relacionamento cordato com quem convive (1 Pedro 3.17). Somente aqueles cujos pecados são perdoados, têm a garantia de se aproximar de Deus em oração e ser ouvido.
Ao cristão é requerido que viva em submissão à vontade de Deus (1 João 5.14-15; Marcos 14.32-36), em união com Cristo (João 15.7), e na direção do Espírito Santo (Judas 20). A oração dos ímpios lhe é abominável, portando o coração de quem ora precisa ter renunciado ao pecado, pedido perdão e ter recebido este perdão (Provérbios 15.29; 28.9).
Quando existe o bom entendimento sobre quem é o Senhor e o propósito da oração, o cristão encontra intimidade com Deus. A oração que o agrada se consiste de confissão de pecados (Neemias 1.7; Salmo 51; Daniel 9.5-6), adoração (Salmos 95.6-9; Apocalipse 11.17), comunhão (Salmos 103.1-8), gratidão (Filipenses 4.6; 1Timóteo 2.1), petição pessoal (2 Coríntios 12.8) e intercessão pelos outros (Romanos 10.1).
Reverência
No início de uma sessão nos tribunais, assim que o magistrado chega todos as pessoas presentes se levantam e só após autorização voltam a se sentarem. Militares saúdam outros militares usando o gestual de continência, é uma das maneiras de manifestar respeito a patente e apreço aos superiores, pares, subordinados. Quando um homem está sentado em uma mesa e é apresentado a uma senhora, por um sinal de cavalheirismo, ele se levanta e só retorna ao assento depois que ela está acomodada.
Segue-se a tradição sem discuti-la. Mas, por que sentimos tanta dificuldade em reconhecer a autoridade e prestar a reverência a Deus, principalmente nos momentos de oração?
Deus é o Criador do universo, Ele é onipotente, onipresente e onisciente, tem um plano traçado desde o princípio, e o executa, tanto no modo em que se estabeleceu todas as coisas que criou como nas leis que o governam, como também pela sua constante presença preenchendo todos os lugares, mantendo-o e dirigindo-o. Deus é o nosso Senhor, é incomparável, santo, bondoso, soberano, majestoso, benigno. É preciso reconhecê-lo. não apenas por tudo que nos concede, mas por quem o Senhor é.
A oração exemplar
"Então Jesus disse: Quando vocês orarem, digam: 'Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; o pão nosso de cada dia dá-nos diariamente; perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve; e não nos deixes cair em tentação.'" (Lucas 11.2-4).
Ao lermos o contexto bíblico referente à Oração do Pai Nosso, vemos em Mateus 6.5-6, que Jesus reprovava o comportamento de religiosos hipócritas. Eles agiam de maneira desrespeitosa para com Deus, gostavam de orar em pé quando estavam nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos com admiração e reconhecidos como homens espirituais. Jesus aconselha seus discípulos a fazer o inverso, ensina a orar reverentemente, em particular, com a porta do recinto fechada, buscando apenas a atenção celestial e não deste mundo. Jesus promete recompensa aos que oram discretamente.
Cristo nos deu o exemplo de uma vida de oração e nos ensinou a vivermos do mesmo modo. A oração do Pai Nosso é uma oração modelo. Trata-se de uma lição sobre a questão de manter reverência quando nos aproximamos da presença do Senhor, da necessidade de conformar a nossa vontade à vontade do nosso Pai, e de permitir que Ele conduza o futuro das nossas vidas.
O povo de Deus é composto de pessoas que buscam em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, gente que considera todas as demais coisas como interesses secundários. O cristão dirige suas petições ao Pai celeste confiante que a resposta dEle, seja sim ou não, será com o objetivo de promover o seu bem-estar.
Deus responde a toda oração. Os filhos de Deus submetem suas vidas à vontade do Pai, sabem que a bênção divina em muitas orações significa responder negando ao que pedem. Ao reconhecer a grandeza de Deus no início de nossas orações, teremos nosso coração confortado, muito antes de pedirmos qualquer coisa.
Em nome de Jesus
"E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei" - João 14.13,14.
Devemos orar em nome de Jesus Cristo. O pecador não tem condição de aproximar-se de Deus em seu próprio nome; devemos reconhecer que não temos merecimentos inerentes à nossa natureza para irmos a sua presença. Somente em nome de Jesus Cristo, que nos lavou de nossos pecados em seu sangue, é possível estabelecer contato com Deus. "Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno" (Hebreus 4.16).
Os cristãos da Igreja Primitiva invocavam o nome de Cristo ressuscitado (1 Coríntios 1.1,2). Estêvão se dirigiu a Cristo por ocasião de seu martírio (Atos 7.59, 60); o apóstolo Paulo invocou o seu nome e lhe rendeu graças, atribuindo-lhe glória e domínio (2 Coríntios 12.8,9; 1 Tessalonicenses 3.11; 1 Timóteo 1.12).
Conclusão
Neste ambiente da pós-modernidade, que possamos manter um momento específico em cada dia, criemos o tempo dedicado exclusivamente ao Pai. Mantenhamos um relacionamento pessoal com Deus, em nosso quarto ou outro lugar em que estejamos à sós com o Senhor. Esta atitude muda a nossa vida para melhor, espiritualmente e em outras áreas necessárias. Ao orar em particular, mostramos a Deus que entre tantas pessoas que convivemos e coisas que possuímos, Ele é realmente importante para nós.
Ore, constantemente (1 Tessalonicenses 5.17). Sua oração é a aproximação entre você e Deus, por meio de palavra, em pensamento, em particular. Ore também em público, porém, sempre humildemente. O apóstolo Tiago afirma em sua carta que a oração do justo é altamente capaz de gerar resultados (Tiago 5.16).
E.A.G. fonte https://belverede.blogspot.com