Realidade virtual na arquitetura: desafios, limitações e possibilidades

 


A tecnologia é hoje parte inerente à produção do espaço da cidade. E uma das tecnologias mais inovadoras é a Realidade Virtual, onde o usuário é transportado para uma realidade simulada que o permite vivenciar um espaço ainda não construído. E seu uso vai muito além da exploração do projeto pelo mercado imobiliário: as pesquisas englobam experimentações, vivência de ambientes construídos no passado e a recriação de elementos através da prototipagem de peças. E isso só é possibilitado pelo avanço da tecnologia e barateamento de equipamentos, cada vez mais acessíveis para estudantes, profissionais e público geral.   

Mas quais são seus desafios? Suas limitações? E quais as possibilidades para um futuro próximo no campo da prática e da pesquisa dessa ferramenta que, literalmente encanta nossos olhos? Neste episódio do Arquicast, o professor de História da Arte e Estética, Thiago Berzoini, e os estudantes de arquitetura Italo Seghetto e Leonardo Fernandes, que têm se aventurado na aplicação da ferramenta para o processo de projeto, discutem o assunto.   

O conceito de Realidade Virtual (R.V.) como uma ferramenta para a arquitetura é relativamente recente. De acordo com Thiago Berzoini, o universo em que está inserida vem da computação gráfica, não está na realidade vigente e empresta termos da literatura de ficção científica para qualificar determinadas experiências que pretende simular, como “ciberespaço”, “metaverso”, entre outros. Em essência, a R.V. oferece uma oportunidade de imersão do usuário em um ambiente digitalmente criado.   

A tecnologia em si foi incialmente desenvolvida para videogames, com o intuito de oferecer para os jogadores experiências sensorialmente mais complexas, numa busca de aproximar o ambiente virtual do contato com a realidade vivida. Na área de arquitetura, a R.V. começa na produção de imagens em 360 graus, produzindo perspectivas mais completas para o cliente. Hoje já é objeto de diversas pesquisas na área acadêmica e sua aplicação transcendeu a mera visualização do projeto arquitetônico como produto a ser entregue ao cliente.    

Dentre as diferentes possibilidades de uso da ferramenta no campo de atuação do arquiteto está a área de preservação de patrimônios culturais, na qual se inserem os bens arquitetônicos tombados e em processo de tombamento. A simulação de contextos passados já não mais acessíveis possibilita o melhor entendimento, e por consequência maior valorização, da importância da memória coletiva transmitida através do espaço edificado da cidade, o que pode contribuir para a conscientização da necessária preservação de determinados conjuntos históricos. Além disso, a reconstrução artificial de cenários históricos em diferentes fases de desenvolvimento é um exemplo do auxílio que a ferramenta dá à pesquisa na área de história urbana.  



Texto de Aline Cruz. Escrito por Arquicast.
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Editora: Naely   fonte  
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