Lição 5, JESUS CRISTO, e Este Crucificado, A Mensagem do Apóstolo


Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos
Tema: O Apóstolo Paulo - Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a igreja de CRISTO
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Henrique
 
 
 

31 de Outubro de 2021 – Dia da Reforma Protestante
 

TEXTO ÁUREO
“Mas nós pregamos a CRISTO crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.” (1 Co 1.23)
 

VERDADE PRÁTICA
O CRISTO Crucificado, o centro da mensagem da cruz, é a encarnação da verdadeira sabedoria para a salvação.
 
 
 
 
Lição 5, JESUS CRISTO, e Este Crucificado, A Mensagem do Apóstolo
 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Co 1.18 A palavra da Cruz é o poder de DEUS
Terça - 2 Co 11.3 A simplicidade da mensagem de Paulo
Quarta - 1 Ts 2.2,8,9; 2 Co 11.7 A pregação de Paulo é o Evangelho de DEUS
Quinta - Rm 1.15-18 O Evangelho é a manifestação do poder de DEUS
Sexta - 1 Co 1.20 Onde está a sabedoria do mundo?
Sábado - 1 Co 2.3,4 A mensagem da cruz revela quem nós somos


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Coríntios 1.18-25; 2.1-5
1 Coríntios 1
18 - Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de DEUS. 19 - Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes. 20 - Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou DEUS louca a sabedoria deste mundo? 21 - Visto como, na sabedoria de DEUS, o mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação. 22 - Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; 23 - mas nós pregamos a CRISTO crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos. 24 - Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a CRISTO, poder de DEUS e sabedoria de DEUS.
25 - Porque a loucura de DEUS é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de DEUS é mais forte do que os homens.
1 Coríntios 2
1 - E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de DEUS, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. 2 - Porque nada me propus saber entre vós, senão a JESUS CRISTO e este crucificado. 3 - E eu estive convosco em fraquezas, e em temor, e em grande tremor. 4 - A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do ESPÍRITO e de poder. 5 - para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de DEUS.
 
 
Comentários BEP - CPAD
1.21 PELA LOUCURA DA PREGAÇÃO. Não é o método da pregação que é tido como loucura pela sabedoria humana, mas a mensagem do supremo senhorio de CRISTO crucificado e ressurreto.

2.1 NÃO FUI COM... SABEDORIA. O conteúdo da pregação de Paulo não foi segundo a última expressão da "sabedoria" humana, quer no mundo, quer na igreja. Antes, concentrava sua atenção, na verdade central do evangelho (a redenção em CRISTO) e no poder do ESPÍRITO SANTO (ver a nota seguinte). Ele tinha plena consciência das suas limitações humanas, da sua insuficiência pessoal e dos seus temores e tremores interiores. Daí, ele não depender de si mesmo, mas da sua mensagem bíblica e do ESPÍRITO SANTO (v. 4). Como resultado, houve uma maior demonstração da obra e do poder do ESPÍRITO.
2.4 EM DEMONSTRAÇÃO DO ESPÍRITO E DE PODER. (1) Como demonstração do poder do ESPÍRITO SANTO (1.18,24), a pregação de Paulo incluía (a) a ação do ESPÍRITO SANTO, que convence as pessoas do pecado, da justiça e do juízo, e o testemunho que Ele dá do poder salvífico do CRISTO ressurreto (cf. caps. 5-6; ver Jo 16.8; At 2.36-41); (b) o poder de transformar vidas (1Co 1.26,27; cf. At 4.13); (c) o poder de levar a efeito a santidade no crente (5.3-5); e (d) o poder de DEUS manifesto por sinais e maravilhas (At 2.29-33; 4.29,30; 5.12; 14.3; 2 Co 12.12). (2) Vários outros trechos do NT acentuam que a pregação do evangelho nos tempos neotestamentários era acompanhada de poder especial do ESPÍRITO SANTO: Mc 16.17,18; Lc 10.19; At 28.3-6; Rm 15.19; 1 Co 4.20; 1 Ts 1.5; Hb 2.4. (3) Todo ministro do evangelho deve orar para que, através do seu ministério: (a) o povo seja salvo (At 2.41; 11.21,24; 14.1), (b) os novos crentes sejam cheios do ESPÍRITO SANTO (At 2.4; 4.31; 8.17; 19.6), (c) os espíritos malignos sejam expulsos (At 5.16; 8.7; 16.18), (d) os enfermos sejam curados (At 3.6; 4.29,30; 14.10), e (e) os discípulos aprendam a obedecer aos padrões e ensinos justos de CRISTO (Mt 28.18-20; At 11.23,26).

Resumo da Lição 5, JESUS CRISTO, e Este Crucificado, A Mensagem do Apóstolo
I – A CENTRALIDADE DA PREGAÇÃO DE PAULO
1. O ministério de pregação e o CRISTO Crucificado.
2. A palavra da Cruz é a loucura da pregação.
3. Para os judeus e gregos.
II – EXPRESSÕES-CHAVE NA DOUTRINA DE PAULO
1. “Evangelho de CRISTO”.
2. “CRISTO Crucificado”.
3. “CRISTO Ressurreto”.
III – OS EFEITOS DA MENSAGEM DA CRUZ
1. Uma vida no poder de DEUS.
2. Uma vida de humildade.
3. Uma vida na dependência do ESPÍRITO.
 
 
INTRODUÇÃO
Paulo pregava a respeito do mais eficiente púlpito que já existiu - A Cruz.
E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. João 12:32
E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, João 3:14
CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; Gálatas 3:13
 
 
 
O objetivo desta lição é ressaltar o centro da mensagem cristã: JESUS, e este crucificado. O apóstolo descobriu essa verdade sobre o CRISTO Ressurreto e, como consequência, fez de sua missão de vida pregar o Evangelho por meio do Crucificado aos gentios. Nesse sentido, o Crucificado é o centro da mensagem apostólica. Logo, a vida e o ministério de Paulo estimulam-nos a ter esse mesmo propósito e firme compromisso com a mensagem da Cruz.
Resumo da lição
Para desenvolver o propósito da lição, o primeiro tópico destaca a centralidade da pregação de Paulo. Em Paulo, a pregação tem íntima relação com o CRISTO Crucificado, por isso ela é considerada loucura da pregação entre judeus e gentios. É uma mensagem humilde que faz com que o ser humano olhe para si mesmo e peça misericórdia a DEUS pelas suas misérias.
O segundo tópico elenca as expressões-chave na pregação de Paulo. Expressões como “Evangelho de CRISTO”, “CRISTO Crucificado” e “CRISTO Ressurreto” são trabalhadas de modo a resumir o conteúdo da mensagem do apóstolo dos gentios. Podemos dizer que o Evangelho de CRISTO pode ser sintetizado no “CRISTO Crucificado” e no “CRISTO Ressurreto”.
O terceiro tópico pontua os efeitos da mensagem do Evangelho. Esses efeitos se revelam no crente por meio de uma vida no poder de DEUS, na humildade e na dependência do ESPÍRITO SANTO. Ora, a mensagem da cruz é uma mensagem de poder. A mensagem da cruz nos constrange a viver de maneira humilde. E, finalmente, a mensagem da cruz nos ensina a depender exclusivamente do ESPÍRITO.
Aplicação
A presente lição nos ensina que não podemos deixar de pregar mensagem da cruz ao pecador. É uma mensagem de poder. Somos instados pelo ESPÍRITO SANTO a proclamá-la com autoridade. Ao mesmo tempo, somos chamados a viver de maneira humilde, pois a mensagem da cruz nos constrange a uma atitude singela e abnegada.
É uma mensagem que nos faz contritos diante de DEUS. E, finalmente, somos estimulados a viver na dependência do ESPÍRITO SANTO de DEUS na obra da proclamação do Evangelho. Sem o ESPÍRITO SANTO não podemos ser bem-sucedidos.
A mensagem da cruz nos faz depender menos de nós mesmos e mais do ESPÍRITO SANTO. Essa mensagem traz a verdadeira sabedoria para a vida. Amemos, portanto, a mensagem da cruz e a proclamemos até a morte!
 
 
 
 
COMENTÁRIOS DIVERSOS
 
Predição do Messias Vindouro
Quando analisado, o Judaísmo parecia uma simples religião de promessas e esperanças. Em seu âmago, a tristeza mesclava-se com o esplendor. Todo judeu sentia pesadamente o jugo de Roma; ansiava e orava pelo dia em que a nação seria liberta, e os exércitos de Roma, expulsos. Os mesmos peregrinos que se gloriavam no Templo também choravam amargamente em suas casas, clamando ao Senhor por livramento. Todos os sacrifícios e cerimônias perderiam o significado se os judeus tivessem de continuar sob o jugo de um rei estrangeiro. Certamente, um dia DEUS haveria de livrar e abençoar o seu povo, como fizera no passado.
Havia um grupo organizado de judeus patriotas, conhecidos como zelotes, que realizavam reuniões secretas e planejavam uma revolta contra Roma. As autoridades romanas mantinham-se ocupadas em procurá-los e castigá-los. Mas a sociedade trabalhava ocultamente, mantendo viva a esperança de que, um dia, DEUS enviaria um libertador poderoso como Moisés, que tiraria seu povo do cativeiro e novamente o exaltaria sobre todas as nações.
Havia uma coisa que Gamaliel ensinava com grande convicção. Não era um simples raio de esperança. Tratava-se do ensinamento dos antigos profetas sobre a vinda de um líder enviado por DEUS. Ele reuniria o povo de todas as partes do mundo para expulsar os romanos, e reinaria em Jerusalém para todo o sempre. Essa era a promessa que DEUS fizera a Davi: seu trono jamais desapareceria, por mais negro que o céu se tornasse. Esse grande Redentor, que traria a salvação a Israel, era o Messias.
Saulo sabia que a vinda do Messias tinha sido mencionada pelos profetas há mais de mil anos. E Gamaliel falava disso mais que qualquer rabino de Tarso, pois o esperava a qualquer momento. O sábio professor lia passagem após passagem sobre o CRISTO nos profetas, e até descobria promessas de sua vinda na Tora. Contava como seria o Messias e como julgaria todas as nações. Ele esmagaria o mal e reinaria com justiça.
Todo judeu sabia que o Messias pertenceria a tribo real de Judá, e nasceria em Belém, pois o profeta Miquéias predissera-o claramente. O professor de Saulo contou-lhe que, quando Ele viesse, ficaria oculto por algum tempo. A seguir, reuniria o povo e marcharia sobre Jerusalém, para dispersar os romanos e reinar para sempre pelo poder de DEUS.

Duas Opiniões
O que Saulo não sabia, até então, é que os rabinos estavam divididos em suas opiniões sobre o Messias. Alguns liam que Ele seria um príncipe poderoso, livrando seu povo pela guerra, e que as montanhas seriam tingidas de vermelho com o sangue dos seus inimigos. Certos rabinos chegavam a afirmar que chamas sairiam de sua boca para destruir os opositores.
Havia um grupo menor, porém, que estava muito confuso com certas passagens, como o capítulo 53 de Isaías e o Salmo 22. Esses versículos deixavam claro que o Messias muito sofreria. Ao mesmo tempo, ninguém podia negar que Ele viria para reinar com poder. Portanto, cresceu a idéia de que haveria dois Messias - um sofredor; e o outro, um rei triunfante. Nas sinagogas e nos alpendres fechados do Templo, essa diferença era discutida e defendida com grande eloqüência pelos eruditos.
Saulo começou a ver muito claramente que as esperanças da nação dependiam desse Salvador vindouro. Passou então a procurar zelosamente um líder e guerreiro, que reunisse grandes exércitos para lutar contra Roma. Os rabinos contavam muitas histórias sobre o Messias que estava para vir. Algumas delas não passavam de sonhos absurdos e tolos. Outras eram fantásticas e irreais, não se baseando de modo algum nas promessas de DEUS. As últimas eram produto da imaginação de um povo oprimido, que não compreendia os caminhos de DEUS. Alguns dos rabinos odiavam tanto os romanos, que descreviam o Messias fazendo toda sorte de crueldades contra estes, a fim de vingar os judeus.
Os anos gastos por Saulo nos estudos foram cheios de reverência, mas, até certo ponto, também de rotina e monotonia. Não havia incentivo para desenvolver qualquer coisa original; o estudo servia apenas para aumentar a capacidade de sua memória. Com esse treinamento, não é de surpreender que a vida de Saulo se tornasse cada vez mais estreita.
Os fariseus eram a sua única companhia e, pouco a pouco, achou-se ele mergulhado cada vez mais nas regras humanas. Seu gosto pela discussão fez com que se transformasse no centro de muitas disputas. Sempre que surgia a oportunidade de defender os sacerdotes ou rabinos, ou o sistema de adoração do Templo contra os estrangeiros, Saulo entrava na arena com a língua afiada e o espírito em chamas.
 
 
CRUZ
Um pilar vertical com uma viga horizontal fixada perto do topo, onde os condenados eram executados no mundo romano.
Formas;
(1) Crux simplex, a cruz simples, a saber, um pilar único ou estaca vertical;
(2) cr«x commissa ou crux humilus, a de S. Antônio, na forma de um “T”;
(3) crux clecus- sata, a de S. André, na forma de um “X”;
(4) crux im,missa, a cruz latina;
(5) Cruz de George, formada por dois pedaços de mesmo comprimento;
(6) cruz tripla, 3 cruzes em uma fileira, usada pelos sacerdotes e dignatários da igreja a partir do século V. Aceita-se de forma geral que CRISTO foi crucificado na crux immissa, ou cruz latina, visto que as Escrituras declaram que a inscrição “Este é JESUS, o rei dos judeus”, foi colocada sobre a sua cabeça (Mt 27.37; cf. Mc 15.26; Lc 23.38; Jo 19,19). Acredita-se que na cruz de S. André, e na cruz de S. Antônio isso não poderia ter sido feito. As tradições cristãs primitivas afirmam que JESUS morreu sobre uma ctuz latina (Irineu, Against Heresies, ii.24.4; Justino, Trypho, 91).
A cruz de tau consistia de galhos ou estacas verticais plantadas permanentemente no campo de execução. Seu topo se afilava até um determinado ponto. O patíbulo era uma barra de madeira que pesava pouco mais de 56 quilos, com uma cavidade redonda esculpida no seu centro que se ajustava à ponta da haste. Algumas autoridades acreditam que esta era a cruz preferida pelos executores romanos, e que o título da placa podia ser fixado em um pedaço de madeira e pregado no patibulum, acima da cabeça ao criminoso.
A cruz, como um sinal, pode ter sido usada pelos primeiros cristãos judeus de Jerusalém, antes da destruição da cidade em 70 d.C. Ossuários (caixas retangulares de pedra onde se depositavam ossos humanos) foram encontrados em 1945 no subúrbio de Talpio-th, sendo que um deles estava marcado em cada um dos quatro lados com uma cruz rudimentar, como um sinal de mais. Um ossuário marcado de forma similar foi encontrado em um cemitério aparentemente cristão no Monte das Oliveiras (FLAP, pp. 331ss.). Na cidade de Herculano, destruída em 79 d.C. pela erupção do Monte Vesúvio, uma casa escavada mostrava uma cruz latina gravada na parede de cimento em cima de um pequeno gabinete de madeira, considerado como um local de oração ou altar (FLAP, pp. 363ss.).
Símbolo oo emblema. A cruz é o símbolo de uma morte sob a maior culpa e a pior maldição (Gl 3.13). Thayer diz que a cruz era “um instrumento conhecido como a punição mais cruel e vergonhosa, emprestada aos gregos e romanos pelos fenícios; a ela foram condenados - entre os romanos, desde o tempo de Constantino O Grande - os criminosos mais execráveis, os piores escravos, assaltantes, autores e cúmplises de revoltas, e ocasíonalmente nas províncias, para o divertimento arbitrário dos governadores, também os homens justos e paríficos, e até mesmo os próprios cidadãos romanos” (J. H. Thayer, A Greek-English Lexicon of the New Testament, p. 586). Por isso a cruz, para nós cristãos, se tomou o sinal de que Cristo tomou sobre si a culpa, e assim pagou a penalidade pelos nossos pecados (Como previsto em Isaías 53 e declarado por Paulo em Gl 3.13).
No Antigo Testamento, a morte era por apedrejamento entre os judeus (Dt 21.20,21), e assim o corpo morto era pendurado sobre uma árvore on estaca como uma advertência às pessoas (Dt 21.22,23; Js 10.26). Este ato de pendurar o corpo em uma árvore era considerado como uma maneira particular de maldição (seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia, porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim, não contaminarás a tua terra, que o Senhor, teu Deus, te dá em herança. Deuteronômio 21:23), isto explica o texto de Gálatas 3.13. “CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito. Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”, A cruz (stauros, “estaca”) é também chamada “árvore” ou “madeiro” (jnylon) no Novo Testamento (Act 5.30; 10.39; 1 Pe 2.24) e assim é relacionada à concepção do Antigo Testamento de profunda humilhação e vergonha (Hb 12.2). Aqui pode ser vista a continuidade de uma idéia de vergonha e maldição, expressa em duas culturas diferentes.
Aquele que era condenado à crucificação era primeiro espancado ou açoitado com um flagrum, um chicote com várias tiras de couro, em cujas pontas eram colocadas bolas de chumbo ou ossos de carneiro. Após este flagelo, a vítima nua era forçada a carregar o pesado patibulum, ou a barra transversal da sua cruz, ao lugar da sua execução. A intensidade dos sofrimentos de CRISTO, até mesmo antes da sua crucificação, é revelada pelo fato de que, depois de uma noite de tortura e açoites, Ele estava fraco demais para carregar a sua própria cruz. Ela foi, então, colocada sobre Simão, de Cirene (Mt 27.32; Mc 15.21; Lc 23.26).
No Gólgota, os soldados devem ter lançado JESUS ao chão e esticado os seus braços sobre a barra para que fosse pregado. O algoz deve ter usado pregos fortes e grandes, de forma quadrada, cujos lados deveriam medir aproximadamente um terço de polegada, e dado um simples golpe entre o osso carpal ou ossos do pulso na altura da mão da vitima não atravessando a palma). Geralmente rasgava-se o nervo mediano. Edward R. Bloomquist, M.D., explica que “o tecido da palma da mão não poderia sustentar o peso do corpo, e a vítima cairia no chão poucos minutos depois de ter sido levantada” (p.48), embora JESUS tenha mostrado suas mãos a Tomé (E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Lucas 24:40). Então cremos qe as mãos foram furadas e pregadas e seus braços amarrados.
Ele ainda explica que os pés eram pregados (pelo espaço do segundo metatarsiano) a fim ae dar à vitima um "degrau” cruel para se suportar, de forma que ainda pudesse respirar. De outra forma, o corpo sucumbido pendurado pelos braços entraria em um espasmo tetânico que impediría a exalação. A vítima, então, seria rapidamente sufocada devido à incapacidade de usar seus músculos respiratórios, A medida que as horas se passavam, o corpo ficava banhado pelo suor, a sede se tornava intensa, e a dor e o choque eram tremendos. Ali é dada como exemplo a descoberta, em 1968, de um túmulo nas proximidades de Jerusalém, onde um prego de ferro atravessou os ossos do calcanhar de uma pessoa que fôra crucificada. Quebrar as pernas significava que a vítima não poderia mais se sustentar sobre o prego a fim de poder respirar, e assim ela morrería logo (Jo 19.32). Como JESUS já estava morto, quando os soldados quebraram as pernas daqueles que haviam sido crucificados à sua direita e à sua esquerda, simplesmente deram seu golpe de misericórdia ao apunhalar com uma lança o lado direito do esterno, chegando ao seu coração (“A Doctor Looks at the Crucifixion”, Christian Herald (Marco de 1964], 35,46-48).
Quando se descobre o que significava ser pendurado em uma árvore, na revelação do Antigo Testamento, e ser crucificado nos dias de CRISTO, entende-se uma das razões pelas quais a cruz era uma pedra de tropeço para os judeus (1 Co 1.23; Gl 5.11). Outra razão era que ela significava a total impossibilidade de justificação pelas obras, até mesmo ao manter-se a perfeita lei de DEUS (Rm 9.31- 33). Ao mesmo tempo, para os gregos com suas filosofias, a pregação da cruz era uma loucura. Contudo, ela libera o poder de DEUS para salvar o homem e revela a infinita sabedoria do Senhor (1Co 1.24). Quanto mais o crente entende o pecado, sua origem, natureza e poder, a queda do homem e a devastação resultante, mais ele enxerga quão maravilhosa e suficiente foi a morte substitutiva de CRISTO na cruz. JESUS era o cordeiro de DEUS oferecido em sacrifício, representando o altar de sacrifícios ou de holocaustos do culto levítico.
Quando JESUS diz que ao ser levantado a todos atrairia a si estava falando da cruz e a mensagem que nela estva embutida. O sacrifício substituto ou vicário. Uma vítima inocente morrendo em lugar de pecadores.

Significados figurados da cruz
1. Tomar a própria cruz.
CRISTO diz: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz [Lucas acrescenta, cada dia] e siga-me” (Mt 16.24; Mc 8.34; Lc 9.23). Eis aqui uma analogia clara de se carregar o patíbulo, citado acima. O Senhor JESUS CRISTO conclama os crentes a estar prontos para sacrificar os seus interesses egoístas e suportar diariamente reprovações, mal-entendidos e vergonha ao trabalhar para Ele, como Ele fez em sua vida e morte (Mt 10.38; 16.24-26; Mc 8.34-38; Lc 9.23-26).
2. A pregação da expiação substitutiva.
Este é o significado ligado à cruz em muitas passagens nas epístolas de Paulo (1 Co 1.18; Gl 6.14; Fp 3.18; Cl 1.20). Ela expressa todo o conceito da obra de CRISTO, de ter tomado sobre si mesmo todos os nossos pecados, doenças, enfermidades e maldiçoes, como nosso representante (Is 53.4; 2 Co 5.21; Gl 3.13; 1 Pe 2.24). Através da cruz, CRISTO reconciliou o pecador com DEUS, e fez a paz entre DEUS e o pecador (Cl 1.20), de maneira que DEUS agora está propício ou bem disposto em relação ao pecador, e Paulo poderia, portanto, escrever. “Rogamos-vos, pois, da parte de CRISTO que vos reconcilieis com DEUS” (2 Co 5.20; cf Rm 5.10).
3. Um símbolo da união do crente com CRISTO, e o compartilhamento de uma nova vida Divina.
Na morte de CRISTO, o crente morreu, nele, para o pecado e para o sistema do mundo (Rm 6.4ss.; Gl 6.14), e agora deve viver como Paulo, que escreve: “Já estou crucificado com CRISTO; e vivo, não mais eu, mas CRISTO vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de DEUS, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20). Bibliografia. Johannes Schneider, 'Staurns etc” TDNT, VII, 572-584. R. A. K. e J.R.  - Dicionário Bíblico Wycliffe
 
 
PAIXÃO DE CRISTO - Sofrimento até a morte.
A expressão “paixão de CRISTO” tem a sua origem na tradução do infinitivo aorista do verbo pascho em Atos 1.3, onde Lucas diz que CRISTO “depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas”. O verbo aqui colocado no particípio significa “sofrer”, e é freqüentemente usado para se referir aos sofrimentos e à morte de CRISTO (Mt 26.21; 17.12), e especificamente à morte de CRISTO em Lucas 22.15; 24.26. A expressão não deve ser confundida com as “paixões dos homens”, que se referem às emoções humanas (Act 14.15; Tg 5.17). O seu uso em relação a CRISTO personifica a idéia dos seus sofrimentos e da morte na cruz.

O cumprimento das profecias
A morte sacrificial de CRISTO foi antecipada no sistema de sacrifícios do Antigo Testamento, e também foi o assunto freqüente das profecias do Antigo Testamento (Sl 22.69; Is 53; Zc 12.10; 13.7; cf. Ap 1.7). CRISTO predisse constantemente os seus próprios sofrimentos e a sua morte, ao longo do ministério da sua vida e especialmente à medida que se aproximava do seu final (Mt 16.21; 17.22,23; 20.17-19; 26.12,28,31; Mc 9.31; 14.8,24,27; Lc 9.22,44,45; 18.31-34; 22.20; Jo 2.19-21; 10.17,18; 12.7). Também houve uma antecipação no anúncio de João Batista (Jo 1.29), quando CRISTO foi apresentado como “o Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo”, e especialmente no Evangelho de João em diversas passagens clássicas (3.14-16; 6.51; 10.11; 11.49-52; 12.24; 15.13).
A crucificação - uma morte atormentadora prescrita pela lei romana para aqueles que não eram cidadãos romanos - juntamente com o sepultamento de CRISTO, estão descritos nos quatro Evangelhos (Mt 27.31-56; Mc 15.20-41; Lc 23.26-49; Jo 19.16-37). A ordem dos acontecimentos nos Evangelhos inclui a tentativa de JESUS de carregar a cruz até o lugar da crucificação. Por Ele não ter conseguido fazer isso, Simão, de Cirene (uma cidade no norte da África), foi obrigado a carregar a cruz (Mt 27.32; Mc 15.21; Lc 23.26). Somente João não menciona Simão. O lugar da crucificação, descrito como Gólgota, é interpretado como “o lugar da Caveira” (Mt 27.33; Mc 15.22; Jo 19.17). Somente Lucas o chama de Calvário (Lc 23.33), o que dá no mesmo, já que este nome significa lugar da caveira e Gólgota significa caveira.

A ordem dos acontecimentos que se seguiram ao ato da crucificação é a seguinte:
(1) CRISTO recusando o vinagre com fel (Mt 27.34; Mc 15.23);
(2) a crucificação de CRISTO juntamente com dois ladrões (Mt 27.35-38; Mc 15.24-28; Lc 23.33-38; Jo 19.18-24);
(3) a sua primeira frase na cruz “Pai, perdoa-lhes” (Lc 23.34);
(4) os soldados lançando sortes sobre as suas vestes, como cumprimento da profecia (Sl 22.18; Mt 27,35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.23,24);
(5) a zombaria dos judeus (Mt 27.39-44; Mc 15.29-32; Lc 23.35-37);
(6) a zombaria dos dois ladrões, embora mais tarde um deles viesse a crer (Mt 27.44; Mc 15.32; Lc 23.39-43);
(7) a segunda frase de CRISTO “hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43);
(8) a terceira frase de CRISTO “Mulher, eis aí o teu filho” (Jo 19.26,27);
(9) as três horas de escuridão (Mt 27.45; Mc 15.33; Lc 23.44);
(10) a quarta frase de CRISTO “DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46,47; Mc 15.34,35);
(11) a quinta frase de CRISTO “Tenho sede” (Jo 19.28);
(12) a sexta frase de CRISTO “Está consumado” (Jo 19.30);
(13) a sétima e última frase de CRISTO “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46);
(14) CRISTO entregando o seu espírito (Mt 27.50; Mc 15.37; Lc 23.46; Jo 19.30);

Imediatamente após a sua morte, o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo, e os sepulcros se abriram (lembrando que não havia mais arca da Aliança e nem tábuas da lei e nem vaso contendo o Maná e nem a Vara de Arão no santo dos santos). Mais tarde, os soldados quebraram as pernas dos dois ladrões, mas como encontraram CRISTO morto, eles lhe perfuraram a lateral do corpo, como cumprimento das Escrituras, atingindo-lhe o coração do qual saiu sangue e água como testemunho de sua morte como homem já que nasceu com água da bolsa amniótica e sangue da placenta (Jo 19.31-37; cf. Zc 12.10; Ap 1.7) - Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade. 1 João 5:6 - Contudo, um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. João 19:34
O corpo de CRISTO foi solicitado por José de Arimatéia, que, juntamente com Nicodemos, preparou-o para o sepultamento e colocou-o num sepulcro novo, em um horto. Ao sepultamento de CRISTO seguiu-se a sua ressurreição no primeiro dia da semana. A Importância Teológica da Morte de CRISTO, o significado central da morte de CRISTO, está contido em três palavras importantes - redenção, propiciação e reconciliação. De acordo com Romanos 3.24, os que crêem em CRISTO são “justificados gratuitamente por sua graça, pela redenção que há em CRISTO JESUS”. A idéia da redenção é a do resgate por meio do pagamento de um preço. A imagem envolve tanto a redenção pelo pagamento, como a libertação do objeto da redenção. CRISTO, em sua morte, também constituiu uma propiciação ou uma satisfação da justiça de DEUS (Is 53.11), como explicado pelo apóstoIo Paulo em Romanos 3.25,26. Da mesma forma, em seu sacrifício, “DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (2 Co 5.19). Por meio da morte de CRISTO, o pecador desfruta uma transformação, tanto em sua situação como em sua natureza, recebe a vida eterna e conseqüentemente se reconcilia com DEUS e com os seus santos padrões.

As Diferentes Teorias Sobre a Expiação
Na história da igreja, foram apresentadas várias teorias sobre a expiação. A ortodoxia histórica apoiou o conceito de uma expiação substitutiva, também descrita como vicária ou penal. Isto se refere à morte de CRISTO, como basicamente dirigida a DEUS e à satisfação do seu caráter santo, e das suas justas exigências em relação aos pecadores (cf. Jo 1.29; 2 Co 5.21; Gl 3.13; Hb 9.20; 1 Pe 2.24). A expiação substitutiva é indicada por meio do uso das preposições peri, hyper e anti, usadas em relação ao sacrifício de CRISTO em beneficio do pecador.
A teoria da confissão vicária baseia-se na idéia de que DEUS poderia perdoar, se o homem pudesse arrepender-se adequadamente, e confessasse os seus pecados. Como ele não podería fazê-lo, CRISTO o fez em seu lugar.
As Escrituras apóiam o conceito substitutivo de que CRISTO realmente morreu no lugar no pecador, e que isso trouxe uma base de justiça para que DEUS perdoasse e salvasse os pecadores arrependidos (Is 53.11; Rm 3.25,26; 1 Pe 2.24). A morte de CRISTO é, portanto, essencial, não somente para a fé e para a salvação humana, mas para o programa divino de redenção, e constitui um fundamento da doutrina cristã. - Dicionário Bíblico Wycliffe
 
 
A Crucificação
Não é de admirar que os sacerdotes e rabinos hajam se reunido no palácio de Caifás, para planejar furtivamente a prisão e morte de JESUS, antes que o povo se amotinasse. Foi nessa ocasião que Judas fez um trato com eles para entregar-lhes o Senhor por trinta moedas de prata.
No Getsêmani, o Messias orava ajoelhado, enquanto os discípulos dormiam. Os inimigos chegaram em meio à oração. Guiados por Judas, entraram no horto com espadas e porretes. O traidor sabia que JESUS ia sempre orar no Getsêmani. A multidão estava decidida a levá-lo à força ao sumo sacerdote.
O Sinédrio foi convocado no palácio do sumo sacerdote. Não queriam deixar a reunião para o dia seguinte, temendo que o povo viesse a sabê-lo e exigisse a soltura de JESUS. Agora que as autoridades tinham-no em seu poder, cuidariam para que nada os detivesse. O tribunal reuniu-se então à noite, e a sentença foi lida: "Morte ao Nazareno!"
Porém, segundo a lei romana, nenhum tribunal judaico tinha competência jurídica para aplicar a pena de morte. Por conseguinte, era necessário levar JESUS a Pilatos. No entanto, ao saber que JESUS era galileu, o governador romano, para livrar-se daquela responsabilidade, enviou-o a Herodes, representante de César em toda a Galiléia. O rei Herodes, porém, mandou-o de volta a Pilatos que, procurando agradar os judeus, entregou-lhes o Senhor para que fosse crucificado. A execução se deu num monte chamado Calvário (ou Caveira), não muito longe dos muros da cidade.
Com a morte de JESUS, os sacerdotes e rabinos suspiraram aliviados. O problema estava finalmente resolvido. O povo não mais seria perturbado pelo falso CRISTO. Isso seria o fim do pequeno grupo que o seguia. Por sentirem-se desanimados e derrotados, seus discípulos retornaram à vida antiga mais mistificados que nunca; o coração pesava-lhes de tristeza pela forma como tudo terminara.

A RESSURREIÇÃO E A ASCENSÃO
No primeiro dia da semana, findo o sábado, o pequeno e abatido grupo ganhou vida com o maior milagre já ocorrido: JESUS saíra da sepultura e aparecera aos discípulos! Eles experimentaram então o sabor da vitória. Esta certeza jamais os abandonaria; levaria-os a preferir a morte a negar o que tinham visto com os próprios olhos.
Durante quarenta dias, o Salvador encontrou-se com os discípulos, provando-lhes a realidade de sua ressurreição, e fortalecendo-lhes a fé. Mas veio o dia em que Ele os deixou, pois tinha de retomar o seu lugar na glória do Pai. Diante deles, JESUS subiu aos céus até ser ocultado por uma nuvem.
Antes de deixá-los, porém, prometera-lhes que, em breve, receberiam o dom do ESPÍRITO SANTO que os habilitaria a pregar o Evangelho a partir de Jerusalém até alcançar os confins da terra.
 
O EVANGELHO DE SAULO
Quando alguém se converte a CRISTO de modo tão inesperado e radical quanto Saulo, passa a sentir de imediato um forte desejo de partilhar sua experiência com todos. Diante de um testemunho como o seu não há como disfarçar as emoções. A experiência de um homem que viu a glória divina nos aquece o coração.
Saído de um ambiente tão rígido como o do farisaísmo, o choque que Saulo recebeu foi enorme. Seu modo de pensar modificara-se tão rapidamente, que ele precisava de tempo para descansar e refletir. Queria repensar o passado, observar lógica e tranqüilamente o futuro, e preparar-se para a grande obra a que DEUS o chamara. O Senhor não dissera que ele devia levar o nome de CRISTO diante dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel?
Saulo era um pensador profundo. Não tomava nenhuma atitude sem antes raciocinar e pesar as conseqüências. Algumas pessoas a tudo analisam; outras, não se preocupam com nada. A mente de Saulo era analítica; teve necessidade de refletir para ajustar-se aos fatos que lhe abalaram a estrutura existencial.
Ao despedir-se dos cristãos de Damasco, isolou-se na Arábia a fim de concentrar-se nesta nova etapa de sua vida.
Na Epístola aos Gálatas, Saulo revela que, depois de sua conversão, não se dirigiu aos apóstolos em Jerusalém, ou para quaisquer outros, a fim de se inteirar do Evangelho que mais tarde pregaria. O Evangelho foi-lhe revelado diretamente por DEUS. Em várias ocasiões, apóstolo o enfatizou: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei" (1 Co 11.23).

Na Arábia
No deserto, longe do burburinho da vida urbana, com as rochas e areias ardentes durante o dia, e as estrelas silentes à noite, despojou-se Saulo das amarras de uma vida inteira, libertando-se da Lei e da tradição judaicas. Na quietude da Arábia, andou com DEUS. Aqui, o Senhor revelou a Saulo as grandes verdades que viriam a ser as âncoras de sua pregação. Foi aqui também que reestudou as Escrituras, e meditou sobre as grandes doutrinas que iria em breve ensinar em todas as igrejas. Aprendeu o valor da comunhão com DEUS, tornando-se-lhe sensível à vontade.
Foi no deserto que Moisés veio a encontrar DEUS. Naquele mesmo Monte na Arábia onde Paulo agora estava a ter um encontro pessoal com JESUS (Monte Horebe). E foi num momento de desespero, que Elias procurou a quietude do deserto. No deserto, o maná alimentou o povo de DEUS por quarenta anos. Que lugar seria mais propício para Saulo reencontrar-se com o Senhor? Onde poderia ser alimentado diariamente pelo pão do céu senão aqui?
É impossível saber os detalhes daqueles dias de consagração. Mas de uma coisa não temos dúvida: Saulo deixou o deserto plenamente convicto e preparado para apresentar as razões de sua fé. Ele sabia que, no exato momento em que abrisse os lábios na sinagoga, os fariseus opor-se-lhe-iam amargamente, tachando-o de hipócrita, traidor. Por isso, deveria estar preparado a fim de apresentar tanto a sua defesa quanto a de JESUS com toda a sua força e poder.
Na defesa da fé, seria imprescindível que tivesse idéias muito claras acerca da salvação oferecida por CRISTO. Falar de uma experiência é simples, mas debater com os filósofos e defensores de outras religiões exige um conhecimento bem definido e pontos de vista sólidos. Além de justificar a morte de CRISTO conforme predita nas Escrituras, Saulo teria de explicar porque isso foi necessário e por que DEUS o exigiu.
Ao pensar no propósito da vida e na felicidade de que ora desfrutava, Saulo concluiu: o que aprendera na escola rabínica era de fato uma poderosa verdade. O supremo propósito do ser humano é receber o favor divino. Mas a única maneira de se obter tal favor é submeter-se à justiça de DEUS. Somente Ele pode conceder-nos a paz.

Entendendo o Dom da Justiça de DEUS
A história do homem sempre foi o relato do desvio da justiça divina e do deliberado afastamento de DEUS. Muitos são os que, embora se julguem justos e condenem os outros, jamais sentiram comunhão com DEUS. Outros, como os judeus, dependem de sua obediência à Lei para obter o favor divino. Saulo viveu desse modo até encontrar a JESUS. Mas agora, podia ver quão vazia era a vida dos judeus: por não haverem recebido a JESUS, achavam-se na mesma condição dos gentios.
Os gentios falharam em sua busca pela justiça. Não porque DEUS haja se ocultado deles, pois Ele lhes dera suficiente conhecimento para que viessem a ser conduzidos pela justiça. Eles porém não quiseram seguir a luz; tentaram extingui-la. E já que não alcançaram o favor de DEUS, fizeram-se filhos da ira. Quanto aos judeus, gabavam-se de suas muitas vantagens sobre o resto do mundo. Embora possuíssem a Lei e os Profetas, não tiraram proveito deles.
O que importa diante de DEUS não é saber o que é certo, mas praticar o que é justo. Antes, Saulo acreditava que guardar a Lei era a única maneira de se agradar a DEUS. Isso, porém, jamais lhe havia proporcionado satisfação espiritual. Por outro lado, estava ciente de que, como depositário da Lei de DEUS, tinha mais responsabilidades espirituais do que os gentios. Agora, contudo, já não podia ignorar: tanto os judeus como os gentios, haviam falhado na busca da justiça divina; encontravam-se ambos expostos à ira de DEUS.
Nem os judeus nem os gentios eram bons, por haverem ambos herdado a natureza pecaminosa de Adão. Tal natureza torna a pessoa fraca demais para ser justa. A Lei, por descrever claramente o pecado, teria sido um precioso guia para conduzir-nos à vida santa. Mas como curar uma natureza tão enferma? Aquilo que queremos fazer, não o fazemos; e aquilo que não queremos, isso o fazemos. DEUS outorgou a Lei com o propósito de mostrar-nos qual o padrão de sua justiça.
Todos esses pensamentos formavam-se na mente de Saulo à medida que o Senhor lhe transmitia gradualmente a mensagem que deveria ensinar em todas as igrejas. Seu dia mais ditoso foi aquele em que DEUS ofereceu-lhe um plano de salvação que não dependia de se guardar a Lei. Foi aí que compreendeu que jamais alcançaria a justiça divina por seu próprio esforço.
Com o passar dos dias, Saulo começou a entender mais claramente todo o quadro da salvação oferecida por DEUS. E essa revelação, obtida na Arábia, foi mencionada repetidamente por ele como "o meu evangelho". Saulo não a obteve mediante estudo ou leitura, nem a recebera de homem algum. Foi diretamente e pessoalmente por intermédio de JESUS que chegou ao conhecimento de tais fatos.
 
 
1 Coríntios 1
18 - Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de DEUS. 19 - Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes. 20 - Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou DEUS louca a sabedoria deste mundo? 21 - Visto como, na sabedoria de DEUS, o mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação. 22 - Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; 23 - mas nós pregamos a CRISTO crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos. 24 - Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a CRISTO, poder de DEUS e sabedoria de DEUS. 25 - Porque a loucura de DEUS é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de DEUS é mais forte do que os homens.
 
 
A Eficácia do Evangelho. O Caráter do Evangelho - 1 Coríntios 1:17-31 - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Temos aqui:
I
A maneira em que Paulo pregava o evangelho e a cruz de CRISTO: “não em sabedoria de palavras” (v. 17), “palavras persuasivas de sabedoria humana” (1Co 2.4), não pela ostentação da oratória ou a exatidão da linguagem filosófica, das quais os gregos se orgulhavam tanto e que parece terem sido particularmente recomendadas por alguns chefes de facções dessa igreja que mais se opunham ao apóstolo. Ele não pregava o evangelho dessa maneira, “para que a cruz de CRISTO se não faça vã”, pois senão o resultado seria atribuído à força da arte, e não da verdade; não à simples doutrina de um JESUS crucificado, mas à oratória poderosa daqueles que a difundiam, e com isso a honra da cruz seria diminuída ou obscurecida. Paulo tinha sido educado na erudição dos judeus, aos pés de Gamaliel, mas com a pregação da cruz ele deixou de lado a sua erudição. Ele pregava um JESUS crucificado numa linguagem clara, e dizia às pessoas que JESUS, que havia sido crucificado, era o Filho de DEUS e o Salvador dos homens, e que todos que queriam ser salvos deveriam arrepender-se de seus pecados e acreditar nele, e submeter-se ao seu governo e às suas leis. Esta verdade não precisava de nenhuma roupagem artificial; ela brilhava com a maior majestade em sua própria luz e prevalecia no mundo pela sua autoridade divina e a demonstração do ESPÍRITO, sem qualquer ajuda humana. A clara pregação de um JESUS crucificado era mais poderosa que toda a oratória e filosofia do mundo pagão.
II
Temos os diferentes aspectos dessa pregação: para os que se perdem, ela é loucura, mas para aqueles que são salvos ela “é o poder de DEUS” (v. 18). Ela é “escândalo para os judeus e loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a CRISTO, poder de DEUS e sabedoria de DEUS” (vv. 23,24): 1. O CRISTO crucificado é um escândalo para os judeus. Eles não podiam suportar isso. Eles tinham a idéia de que seu Messias esperado seria um grande príncipe e por isso nunca reconheceriam como seu libertador e rei alguém que assumisse uma aparência tão humilde na vida e morresse de morte tão execrável. Eles o desprezaram e o olharam como execrável, porque Ele foi levantado no madeiro, e porque Ele não os satisfez com um sinal para sua mente, embora seu poder divino se mostrasse em inúmeros milagres. Os judeus queriam um sinal (v. 22). Ver Mt 12.38. 2. Ele era loucura para os gregos. Eles riam da história de um Salvador crucificado e desprezavam o modo como os apóstolos a contavam. Eles procuravam a sabedoria. Eles eram homens de saber e de leitura, homens que tinham cultivado as artes e as ciências, e tinham sido, durante algum tempo, por assim dizer, a grande fonte de conhecimento e erudição. Não havia nada na clara doutrina da cruz que se adequasse ao gosto deles, nem cedesse à sua ostentação, nem satisfizesse a um temperamento curioso e questionador: eles o acolhiam, portanto, com escárnio e desdém. Que esperança havia em ser salvo por alguém que não pôde salvar-se a si mesmo? E confiar em alguém que foi condenado e crucificado como um malfeitor, um homem de nascimento desprezível e de condição pobre e que morreu uma morte tão vil e ignominiosa? Era isso que o orgulho da razão humana e da erudição não podia apreciar. Os gregos pensavam ser quase uma estupidez receber tal doutrina e prestar essa alta consideração a tal pessoa: e assim eles foram justamente deixados para perderem-se em seu orgulho e obstinação. Observe que é justo da parte de DEUS abandonar a si mesmos aqueles que derramam tal desdém orgulhoso sobre a sabedoria e a graça divinas. 3. Para aqueles que são chamados e salvos, Ele é “poder de DEUS e sabedoria de DEUS”. Aqueles que são chamados e santificados, que receberam o evangelho e são iluminados pelo ESPÍRITO de DEUS, discernem mais descobertas gloriosas da sabedoria e do poder de DEUS na doutrina do CRISTO crucificado do que em todos as outras coisas. Observe que aqueles que são salvos são reconciliados à doutrina da cruz e conduzidos a um conhecimento experimental dos mistérios do CRISTO crucificado.
III
Nós temos aqui o triunfo da cruz sobre a sabedoria humana, de acordo com a antiga profecia (Is 29.14): “destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou DEUS louca a sabedoria deste mundo?” (vv. 19,20). Toda a erudição valiosa deste mundo foi confundida, frustrada e obscurecida pela revelação cristã e os triunfos gloriosos da cruz. Os políticos e os filósofos pagãos e os rabinos e doutores judeus, os curiosos pesquisadores dos segredos da natureza, foram todos apresentados e expostos ao embaraço. Esse esquema mostra-se fora do alcance do mais profundo dos estadistas e filósofos e dos maiores pretendentes à erudição entre os judeus e os gregos. Quando DEUS se propôs a salvar o mundo, Ele estabeleceu um modo por si mesmo; e com boa razão, pois “o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria” (v. 21). Toda ciência orgulhosa do mundo pagão não podia efetivamente trazer o mundo para DEUS. Apesar de toda a sua sabedoria, ainda prevalecia a ignorância e a iniqüidade ainda abundava. Os homens estavam cheios por seu conhecimento imaginário e completamente alienados de DEUS; e por isso aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação – nem tanto na verdade, mas na opinião comum.
1. O conteúdo pregado era loucura aos olhos dos homens sábios segundo o mundo. Nossa vida através de alguém que morreu, nosso ser abençoado por alguém que foi feito maldição, nosso ser justificado por alguém que foi condenado por si mesmo, era tudo tolice e inconsistência aos homens cegados por sua opinião própria e unidos a seus próprios preconceitos e descobertas orgulhosas de sua razão e filosofia.
2. O modo de pregar o evangelho também era tolice para eles. Nenhum dos homens famosos pela sabedoria ou eloqüência foram empregados para implantar a igreja ou propagar o evangelho. Uns poucos pescadores foram chamados e enviados com esta missão. Esses foram comissionados para discipularem as nações; esses vasos escolhidos para carregar o tesouro do conhecimento salvador ao mundo. À primeira vista, neles não havia nada que parecesse grande ou elevado o suficiente para vir de DEUS, e os orgulhosos pretendentes à erudição e à sabedoria desprezavam a doutrina por causa daqueles que a dispensavam. E ainda “a loucura de DEUS é mais sábia do que os homens” (v. 25). Aqueles métodos da conduta divina, que homens presunçosos estão dispostos a censurar como insensata e fraca, têm mais sabedoria bem-sucedida, sólida e verdadeira do que toda a erudição e sabedoria que estão entre os homens: porque vede, irmãos, a vossa vocação; que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados (v. 26). Vocês vêem a condição do cristianismo; poucos homens eruditos, ou autoridades, ou de nobre procedência, são chamados. Há uma grande quantidade de insignificância e fraqueza na aparência exterior de nossa religião. Pois: (1) Poucos personagens distintos em qualquer desses casos foram escolhidos para o trabalho do ministério. DEUS não escolheu filósofos, nem oradores, nem estadistas, nem homens prósperos, poderosos e de interesse no mundo, para publicar o evangelho da graça e da paz. Não os homens sábios segundo a carne, embora homens estivessem dispostos a pensar que uma reputação de sabedoria e erudição poderia ter contribuído muito para o sucesso do evangelho. Não o poderoso e nobre, embora homens estivessem dispostos a imaginar que pompa secular e poder seriam os meios para sua aceitação no mundo. Mas DEUS não vê como o homem vê. Ele tem escolhido as coisas loucas do mundo, as coisas fracas do mundo, as coisas comuns e desprezíveis do mundo, homens de vil nascimento, de classe baixa, sem ampla educação, para serem os pregadores do evangelho e implantadores da igreja. Seus pensamentos não são como os nossos pensamentos, nem seus caminhos como os nossos caminhos. Ele é um juiz melhor que nós acerca de quais instrumentos e medidas servirão aos propósitos de sua glória. (2) Poucos da classe distinta foram chamados para ser cristãos. Como os pregadores eram pobres e miseráveis, assim geralmente eram os convertidos. Poucos sábios, poderosos e nobres abraçaram a doutrina da cruz. Os primeiros cristãos, entre os judeus e os gregos, eram fracos, simples e humildes, homens de capacitação desprezível em relação aos seus aperfeiçoamentos mentais, e de grau e condição muito desprezíveis em relação ao seu estado exterior; e ainda assim, que descobertas gloriosas não há da sabedoria divina em todo o esquema do evangelho e, nessas circunstâncias particulares, de seu sucesso!
IV
Temos um relatório de quão admiravelmente tudo está adequado: 1. Para derrubar todo orgulho e ostentação dos homens. DEUS escolheu “as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias” – homens que não possuem nenhuma instrução para confundir os maiores eruditos; “as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes” – homens de grau e circunstâncias desprezíveis para confundir e prevalecer contra todo poder e autoridade dos reis terrenos; “e as coisas vis deste mundo e as desprezíveis” – coisas que os homens têm em baixa estima, ou em extremo desdém, para despejar desdém e desgraça sobre tudo que eles valorizam e veneram; “e que não são, para aniquilar (desprezar) as que são” – a conversão de gentios (de quem os judeus tinham pensamentos vis e desprezíveis) estava para abrir um caminho para a abolição daquela constituição da qual eles estavam tão afeiçoados e a respeito da qual eles se valorizavam tanto a ponto de, por causa dela, desprezarem o resto do mundo. É comum para os judeus falarem dos gentios sob essa imagem, como coisas que não são. Assim, no livro apócrifo de Ester, ela é apresentada louvando a DEUS que não daria o cetro àqueles que nada são (Et 14.11). Esdras, em um dos livros apócrifos que estão sob seu nome, fala a DEUS dos pagãos como aqueles que são reputados como nada (2 Ed 6.56,57). E o apóstolo Paulo parece ter esta linguagem comum aos judeus em seu ponto de vista quando chama Abraão de “pai de todos nós, perante aquele no qual creu, a saber, DEUS, que chama as coisas que não são como se já fossem” (Rm 4.17). O evangelho era adequado para destruir o orgulho de judeus e gregos, para envergonhar o saber orgulhoso e a erudição dos gregos; e para derrubar aquela constituição sobre a qual os judeus se valorizavam e desprezavam todo o mundo, pois “para que nenhuma carne se glorie perante ele” (v. 29), não pode haver nenhuma pretensão para orgulhar-se. A sabedoria divina tinha somente o instrumento do método da redenção; a graça divina somente a revelou, tornando-a conhecida. Ela mostra, em ambos os aspectos, os limites humanos. E a doutrina e a descoberta prevaleceram a despeito de toda oposição que encontraram da parte das artes e da autoridade humanas: assim, efetivamente, DEUS escondeu e envergonhou todo orgulho humano. A dispensação do evangelho é um instrumento para o homem humilde. Mas: 2. Ela está admiravelmente adequada para glorificar a DEUS. Há uma grande porção de poder e de glória na essência e na vida do cristianismo. Embora os ministros fossem pobres e incultos, e os convertidos geralmente de classes desprezíveis, ainda assim a mão do Senhor concordava com os pregadores e era poderosa nos corações dos ouvintes, e JESUS CRISTO era verdadeiramente engrandecido e honrado a ministros e cristãos. Tudo o que temos, o temos de DEUS como a fonte e em e através de CRISTO como o canal condutor. DEUS o fez para nós “sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (v. 30): tudo de que precisamos ou podemos desejar. Somos tolos, ignorantes e cegos em relação às coisas de DEUS, com todo o nosso conhecimento arrogante; e Ele é feito sabedoria para nós. Somos culpados, detestáveis à justiça, e Ele é feito justiça, nossa grande redenção e sacrifício. Somos depravados e corruptos, e Ele é feito santificação, a primavera de nossa vida espiritual. A partir dele, o cabeça, ela é comunicada a todos os membros de seu corpo místico por meio do seu ESPÍRITO SANTO. Estamos em algemas, e Ele é feito redenção para nós, nosso Salvador e Libertador. Observe que onde CRISTO é feito justiça para qualquer alma, Ele também é feito santificação. Ele nunca manda embora a culpa do pecado sem libertar do seu poder. Porque Ele é feito justiça e santificação, para que, no fim, Ele possa ser feito completa redenção, possa libertar a alma do verdadeiro ser do pecado, e soltar o corpo das algemas da sepultura: e o que é projetado em tudo é “que toda carne glorie-se no Senhor” (v. 31). Observe que é a vontade de DEUS que todo o nosso glorificar deva ser no Senhor, e a nossa salvação seja somente através de CRISTO. Foi efetivamente planejado para ser assim. O homem é humilhado, e DEUS é glorificado e exaltado por todo esse plano.
 

1 Coríntios 2
1 - E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de DEUS, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. 2 - Porque nada me propus saber entre vós, senão a JESUS CRISTO e este crucificado. 3 - E eu estive convosco em fraquezas, e em temor, e em grande tremor. 4 - A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do ESPÍRITO e de poder. 5 - para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de DEUS.
 
 O Ministério do Apóstolo - 1 Coríntios 2:1-5 - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Nessa passagem, o apóstolo prossegue seu intento e recorda os coríntios como ele agiu quando pregou o evangelho pela primeira vez no meio deles.
I
Em relação à matéria ou assunto que ele nos narra (v. 2): “porque nada me propus saber entre vós, senão a JESUS CRISTO e este crucificado” – para não mostrar nenhum outro conhecimento além deste, para não pregar nada, para não descobrir o conhecimento de nada, a não ser JESUS CRISTO e este crucificado. Observe que CRISTO, em sua pessoa e funções, é o resumo e a essência do evangelho, e deve ser o grande assunto da pregação de um ministro do evangelho. Sua função é apresentar a bandeira da cruz e convidar as pessoas para virem a ela. Ninguém que ouviu Paulo pregar o achou tocando tão continuamente a mesma tecla, que ele diria que não conhecia nada a não ser CRISTO e este crucificado. Qualquer que fosse outro conhecimento que ele tivesse, esse era o único conhecimento que ele descobriu e mostrou-se preocupado em propagar entre seus ouvintes.
II
Também a maneira em que ele pregava o evangelho é aqui observável. 1. Negativamente. Ele não veio “entre eles com sublimidade de palavras ou de sabedoria” (v. 1). Seu discurso e “pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana” (v. 4). Ele não aparentava ser um excelente orador ou um filósofo profundo, nem se insinuou em suas mentes, pela ostentação de palavras, ou por uma exibição pomposa de uma razão profunda e de um saber extraordinário e hábil. Ele não se colocou para cativar o ouvido por excelentes divagações e expressões eloqüentes, nem para agradar ou divertir a imaginação com elevados vôos de idéias sublimes. Nem seu discurso, nem a sabedoria que ele ensinava, tinham o sabor da habilidade humana. Ele as aprendeu em uma outra escola. A sabedoria divina não precisava ser atraente com os ornamentos humanos. 2. Positivamente. Ele veio entre eles anunciando “o testemunho de DEUS” (v. 1). Ele impulsionou uma revelação divina e deu provas suficientes pela sua autoridade, tanto pela concordância com as antigas profecias quanto por operações miraculosas; e lá ele deixou o assunto. Ornamentos de discurso, habilidade filosófica e argumentos não poderiam acrescentar nenhum peso ao que veio recomendado por tal autoridade. Ele estava com eles em fraqueza, e em temor, e grande tremor, e ainda a sua palavra e pregação eram “em demonstração do ESPÍRITO e de poder” (vv. 3,4). Seus inimigos na igreja de Corinto falavam muito desdenhosamente dele: mas a sua presença pessoal é fraca, e a palavra, desprezível (2 Co 10.10). Possivelmente ele tenha tido um corpo de baixa estatura e uma voz fraca, mas, embora não tivesse tão boa oratória como alguns, está claro que não era nenhum pregador desprezível. Os homens de Listra viram nele o deus pagão Mercúrio que descera até eles na forma de homem, porque ele era o pregador principal (At 14.12). E ele nem queria coragem nem determinação para levar adiante o seu trabalho; ele não era aterrorizado em nada pelos seus adversários. E ele também não era ostentador. Ele não se vangloriava orgulhosamente de si mesmo, como seus opositores. Ele conduziu-se em sua ocupação com muita modéstia, preocupação e cuidado. Ele se comportou com grande humildade entre eles, não como alguém vaidoso com a honra e a autoridade outorgadas a ele, mas alguém preocupado em mostrar-se fiel, e temeroso de si mesmo, para que não administrasse mal a sua confiança. Observe que ninguém conhece o medo e o tremor dos ministros fiéis, que são zelosos pelas almas com um bom zelo; e um profundo sentimento de sua própria fraqueza é a ocasião para esse temor e tremor. Eles conhecem como são insuficientes e são por essa razão assustados e trêmulos por si mesmos. Mas, embora Paulo administrasse sua vida com essa modéstia e preocupação, ele ainda falava com autoridade: “em demonstração do ESPÍRITO e de poder”. Ele pregava as verdades de CRISTO na forma nativa deles, com um discurso claro. Ele expunha a doutrina como o ESPÍRITO a entregava, e deixava que o ESPÍRITO, pela sua operação exterior em sinais e milagres, e suas influências internas nos corações dos homens, demonstrasse a sua verdade e obtivesse acolhida.
III
Aqui está o fim mencionado para o qual ele pregava CRISTO crucificado dessa maneira: “para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de DEUS” (v. 5) – que eles não pudessem ser arrastados por motivos humanos, nem dominados por meros argumentos humanos, para que não fosse dito que a retórica ou a lógica os tivessem tornado cristãos. Mas, quando nada além de CRISTO crucificado era pregado claramente, o sucesso devia ser totalmente atribuído ao poder divino que acompanhava a palavra. Sua fé devia ser fundada, não na sabedoria humana, mas na evidência e na operação divinas. O evangelho era tão bem pregado que DEUS podia aparecer e ser glorificado em tudo.
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 5 - CPAD
 
OBJETIVO GERAL - Ressaltar que JESUS CRISTO, e este crucificado, é o centro da mensagem cristã.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Destacar a centralidade da pregação de Paulo;
Elencar as expressões-chave na doutrina de Paulo;
Pontuar os efeitos da mensagem da cruz.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Nos dias de Paulo, nem todos acreditavam na possibilidade de que um homem crucificado seria o Filho de DEUS. Para os judeus, isso era blasfêmia; para os gregos, loucura. Entretanto, o apóstolo Paulo não deixava de falar a respeito do CRISTO Crucificado tanto para os judeus quanto para os gentios. Nele, está a verdadeira sabedoria de vida.
Converse com seus alunos e mostre que a cruz de CRISTO não pode ser ignorada em nossa mensagem. Essa é a razão de pregar as boas novas de salvação. Ore ao Senhor, pedindo que os alunos não tenham vergonha da cruz e, corajosamente, possam repetir as palavras do poeta: "Sim eu amo a mensagem da cruz / Té morrer eu a vou proclamar".
PONTO CENTRAL - JESUS CRISTO, o Crucificado, é o centro da mensagem cristã.
 

SÍNTESE DO TÓPICO I - JESUS CRISTO, o Crucificado, é o centro da mensagem de Paulo.
SÍNTESE DO TÓPICO II - “Evangelho de CRISTO”, “CRISTO crucificado” e “CRISTO ressurreto” são expressões-chave na doutrina de Paulo
SÍNTESE DO TÓPICO III - Os efeitos da mensagem da cruz se revelam por meio de uma vida no poder de DEUS, de humildade e dependência do ESPÍRITO SANTO.
 

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO TOP1
Escreva na lousa a seguinte indagação: Por que a mensagem da Cruz é considerada loucura da pregação? Dê um tempo para que os alunos elaborem uma reposta. Após passar o tempo determinado, permita que cada aluno exponha a sua própria resposta. Aqui, não é importante saber se as repostas estão corretas. A ideia é introduzir a aula a partir do conhecimento prévio dos alunos. Depois das respostas deles, faça a exposição deste primeiro tópico e, ao final, peça aos alunos que respondam à pergunta novamente, comparando com as respostas anteriores. A Escola Dominical é uma oportunidade de conhecer a cultura bíblica de modo proativo.


CONHEÇA MAIS TOP2
*A Cruz de CRISTO
“A cruz de CRISTO está cheia do poder de DEUS, porque foi o meio pelo qual JESUS realizou nossa salvação quando derramou o seu sangue e morreu por nós. Tentar explicar a cruz ou deduzir sua importância em termos de sabedoria e filosofia humanas implicaria furtá-la do seu poder, ou seja, da sua capacidade de transformar os pecadores em santos. É exatamente isto que os teólogos liberais estão fazendo hoje”. Para ler mais, consulte o “I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções”, editado pela CPAD, p.28.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP2
“Paulo não se envergonhava porque pregava sobre as Boas Novas a respeito de CRISTO, uma mensagem de salvação que tem o poder de transformar vidas e é destinada a todos, sem exceção. Quando você sentir-se constrangido, lembre-se do significado das Boas Novas. Se fixar sua atenção somente em DEUS e naquilo que Ele está fazendo, não em sua inaptidão, você não sentirá vergonha de anunciar o evangelho. [...] As Boas Novas revelam como DEUS foi justo em seu plano para nos salvar e como podemos estar prontos e adequados para a vida eterna. Ao confiar em CRISTO, nosso relacionamento com DEUS tornar-se perfeito” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.1552).


SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP3
“[...] A cruz de CRISTO está cheia do poder de DEUS, porque foi o meio pelo qual JESUS realizou nossa salvação quando derramou o seu sangue e morreu por nós. Tentar explicar a cruz ou deduzir sua importância em termos de sabedoria e filosofia humanas implicaria furtá-la do seu poder, ou seja, da sua capacidade de transformar os pecadores em santos. É exatamente isto que os teólogos liberais estão fazendo hoje. Mas Paulo proclamou seu poder para salvar, libertar do pecado e de Satanás, curar, restabelecer a comunhão com DEUS – e o mesmo devemos fazer. O ESPÍRITO SANTO tornará reais a cruz e o seu poder para os corações famintos (cf. Rm 1.16). [...] DEUS sabe que a sabedoria humana não pode conhecê-lo. Em sua sabedoria, agradou-lhe usar a pregação do que o mundo chamou de tolice a fim de salvar os que creem. A pregação da cruz, junto com a declaração de que o JESUS crucificado e ressuscitado é o Senhor e Salvador [...]” (HORTON, Stanley. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.29).
 

PARA REFLETIR - A respeito de “‘JESUS CRISTO, e Este Crucificado’ – A Mensagem do Apóstolo”, responda:
Que mentalidade havia na época de Paulo? Havia uma mentalidade na época paulina em que “a palavra da cruz” era uma afronta aos religiosos e filósofos.
Por que a cruz era considerada loucura? A cruz era considerada loucura porque chocava a sabedoria humana.
O que significa a palavra “Evangelho”? A palavra “evangelho” significa “boa-nova; boa notícia que se leva as pessoas”.
Segundo a lição, por que os homens não conseguem alcançar a sabedoria divina? Os homens não conseguem alcançar a sabedoria divina, pois estão escravos do pecado e, por isso, para eles é loucura.
O que a mensagem da cruz nos ensina? A mensagem da cruz nos ensina a depender do ESPÍRITO, não de nós mesmos.


CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 87, p. 38.  fonte  http://www.apazdosenhor.org.br